Tópicos | islamitas

A polícia de Bangladesh realizou nesta terça-feira (7) violentas operações contra islamitas radicais suspeitos de uma série de assassinatos contra membros de minorias religiosas e intelectuais. Ao mesmo tempo que o corpo de um sacerdote hindu era encontrado, praticamente decapitado, no oeste de Bangladesh, as forças de segurança realizaram um duplo ataque em Dacca e no noroeste do País, no qual três islamitas, supostos membros de um grupo jihadista local, morreram.

Os dois integrantes do grupo islamita Jamayetul Mujahideen Bangladesh (JMB), que morreram em Dacca, são suspeitos de ter desempenhado um papel na "maioria dos ataques recentes", entre eles a explosão de uma bomba em uma mesquita xiita e o assassinato de um professor, segundo um funcionário de alto escalão da polícia. Outro membro do JMB morreu em um tiroteio com a polícia em Godagaro (noroeste), segundo o chefe da polícia local.

A comunidade internacional pressiona de forma crescente as autoridades de Bangladesh para que coloquem fim a esta série de assassinatos que provocaram mais de 40 mortes - de intelectuais, defensores de um sistema laico e membros das minorias religiosas - em três anos. A última vítima foi o sacerdote hindu, de 70 anos, 11ª pessoa assassinada em pouco mais de dois meses. A maioria destes ataques foram reivindicados pela organização Estado Islâmico (EI). No entanto, o governo dirigido por Sheikh Hasina atribui estes assassinatos a islamitas bengaleses, e nega a presença no país do EI e de um braço da Al-Qaeda no sul da Ásia.

"Complô internacional"

O corpo de Gopa Ganguly, com a cabeça praticamente separada do pescoço, foi encontrado em um arrozal perto de sua casa em Noldanga, distrito de Jhenidah, informou à AFP o chefe adjunto da polícia local. "Saiu esta manhã de sua casa dizendo que ia a uma casa hindu para fazer suas orações. Camponeses encontraram seu corpo praticamente decapitado em um arrozal", explicou. "O modo operacional do assassinato é comparável ao utilizado recentemente por islamitas locais", acrescentou.

O ministro do Interior, Asaduzzaman Khan, voltou a acusar nesta terça-feira o principal partido de oposição, o Bangladesh Nationalist Party (BNP), de estar envolvido nestes ataques que formam parte, segundo ele, de um complô internacional no qual também participam os serviços de inteligência israelenses, o Mossad. "Estes assassinatos formam parte de um complô nacional e internacional. Os que participam deles estão vinculados ao Mossad", disse Khan à AFP.

Um funcionário de alto escalão do BNP foi acusado no mês passado de sedição por ter conspirado contra o Estado durante um encontro com um conselheiro do governo israelense. Aslam Chowdhury foi detido depois que seu encontro com Mendi Safadi, realizado na Índia em março, foi revelado pela imprensa de Bangladesh. Segundo os especialistas, a onda de repressão contra a oposição radicalizou boa parte dos opositores.

Pelo menos 23 combatentes da organização Estado Islâmico (EI) morreram neste sábado (16) devido aos bombardeios aéreos norte-americanos e ataques de tropas curdas, próximos de Mossul, no norte do Iraque, disse o general curdo Abdelrahman Kurini. Desde as primeiras horas de hoje, aviões militares norte-americanos apoiam os "peshmergas", que lutam para recuperar o controle da barragem de Mossul, em mãos dos rebeldes islamitas desde o dia 8.

O general curdo garantiu que há informações dos serviços secretos que confirmam que um grande número de islamitas fugiu para Talafar, localidade a 70 quilômetros a oeste de Mossul, devido aos bombardeaios dos Estados Unidos a posições do EI na região.

##RECOMENDA##

As forças curdas queimaram três veículos que pertenciam aos jihadistas, informou o general. “Haverá um progresso significativo nas próximas horas e vamos recuperar o controle da barragem” de Mossul, acrescentou.

O EI controla Mossul, a segunda cidade do Iraque, desde o último dia 10 de junho, e luta no norte do país para ampliar o seu autoproclamado “califado”.

Trinta e sete pessoas morreram em três ataques supostamente realizados pelo grupo islamita Boko Haram no nordeste da Nigéria, anunciaram nesta quinta-feira (27) uma autoridade local e moradores. Os três ataques, um deles contra um colégio religioso, foram praticados por um grupo de militantes do Boko Haram, segundo o presidente do governo local de Madagali, no Estado de Adamawa.

Na terça-feira (25), supostos membros do Boko Haram atacaram o dormitório de uma escola secundária também na região nordeste da Nigéria e mataram 43 pessoas, quase todos alunos. Segundo o Exército e a Polícia, os insurgentes atacaram o Colégio Federal da cidade de Buni Yadi, onde estudam alunos com idades entre 11 e 18 anos. O ataque lembra o cometido no ano passado também no estado de Yobe, em que dezenas de alunos morreram.

##RECOMENDA##

As localidades de Shuwa, Kirchinga e Michika foram os alvos dos últimos ataques. Em Shuwa, várias construções foram incendiadas, incluindo um colégio cristão e parte de uma escola secundária. Em Kirchinga, os agressores estavam vestidos com uniformes militares, em uma tática muito utilizada pelos combatentes do Boko Haram. O Boko Haram, que significa "a Educação Ocidental é um Pecado", atacou várias escolas do norte da Nigéria desde o início da insurreição em 2009.

Em setembro do ano passado, 40 alunos foram mortos em uma escola agrícola da cidade de Gujba. A Nigéria está em estado de emergência desde que o Exército lançou uma operação contra esses insurgentes islamitas. Em 15 de fevereiro, 106 pessoas, entre elas uma idosa, foram mortas por combatentes do Boko Haram em Izghe, cidade do estado de Borno, vizinho de Yobe. O Boko Haram diz lutar pela instauração de um Estado islâmico no norte da Nigéria, região de maioria muçulmana.

O Ministério do Interior do Egito informou que deteve 11 membros da Irmandade Muçulmana acusados de coordenarem páginas no Facebook que incitam a violência contra a polícia.

O grupo é acusado de usar as páginas da rede social para "incitar a violência, atacar cidadãos, fabricar bombas e fazer mensagens ameaçadoras". A acusação diz que um dos homens convocou a formação de um exército islâmico e que outros dois divulgaram nomes e fotografias de oficiais da polícia.

##RECOMENDA##

As autoridades egípcias têm reprimido pesadamente a Irmandade desde a queda do presidente Mohammed Morsi, em 3 de julho. Mas as prisões desta quinta-feira foram as primeiras a ter como alvo supostos membros da Irmandade por causa de suas atividades na internet.

A Irmandade tem realizado protestos contínuos desde a queda de Morsi. Um grupo mais radical, de militantes islâmicos baseados na península do Sinai, assumiu a autoria dos ataques contra a polícia. Fonte: Associated Press.

A promotoria pública do Egito ordenou nesta domingo (14) o congelamento dos ativos de 14 islamitas importantes como parte de uma investigação sobre episódios violentos, informaram fontes judiciais.

A ordem afeta nove líderes da Irmandade Muçulmana, dentre eles o guia do grupo, Mohamed Badie, e cinco islamitas de outros grupos, que incluem a facção militante Gamaa Islamiya, disseram as fontes.

##RECOMENDA##

As investigações estão relacionadas a quatro incidentes ocorridos desde a queda do presidente Mohamed Morsi em 3 de julho, dentre os quais os confrontos no Cairo, na segunda-feira passada, que resultaram na morte de 53 pessoas.

Também hoje, Morsi e membros da Irmandade Muçulmana começaram a ser interrogados sobre a fuga da cadeia durante o levante de 2011, informaram fontes judiciais à agência France Presse.  A ação foi tomada horas depois de a promotoria ter recebido queixas criminais contra o presidente deposto e outros islamitas. O inquérito trata da fuga de Morsi e dezenas de membros da Irmandade da prisão de Wadi Natrun durante o levante que terminou com o fim dos 30 anos de governo de Hosni Mubarak.

Em junho, um tribunal concluiu que o Hamas, grupo islamita que governa a Faixa de Gaza, e o grupo xiita libanês Hezbollah ajudaram os prisioneiros. O serviço de investigação da promotoria interrogou Morsi num local não divulgado. O ex-presidente não é visto em público desde que foi derrubado, após milhões de pessoas terem saído às ruas para pedir sua saída.

Os líderes interinos do país afirmam que ele é mantido num "lugar seguro, para sua própria segurança". O primeiro-ministro interino Hazem al-Beblawi reuniu-se neste domingo com candidatos a postos ministeriais. Ele afirmou que espera formar um gabinete com 30 ministros e que a principal prioridade é retomar a segurança, assegurar o fluxo de bens e serviços e preparar as eleições parlamentares e presidenciais. O novo gabinete deve ser revelado na terça ou quarta-feira.

O presidente interino, Adly Mansour, estabeleceu o início do próximo ano como prazo para as eleições. A Irmandade se recusou a participar do governo interino e dezenas de milhares de partidários saíram às ruas para exigir a volta de Morsi.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Homens mascarados bloquearam a estação de metrô central do Cairo nesta segunda-feira (11), mesmo dia em que os egípcios comemoram o aniversário de dois anos da destituição de Hosni Mubarak da presidência do país. Os protestos eram contra o atual presidente, Mohammed Morsi, sucessor de Mubarak.

Outros manifestantes bloquearam o tráfico no principal viaduto da cidade, enquanto milhares marchavam pela cidade, pedindo justiça em homenagem aos mortos em confrontos com as forças de segurança do governo depois que o islamita Morsi assumiu o poder em meados do ano passado.

##RECOMENDA##

O Egito está em turbulência política desde a saída de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. Na ocasião, ele foi substituído por um conselho militar que ficou no poder por 17 meses. Morsi venceu a primeira eleição democrática livre em junho, por uma pequena margem de diferença com seu adversário.

Os manifestantes, no entanto, dizem que pouco mudou desde a era Mubarak e acusam Morsi e a Irmandade de tentar monopolizar o poder e ignorar as demandas de grupos secular e liberal. As informações são da Associated Press.

Os insurgentes que mantém reféns em um complexo de gás natural no deserto argelino querem negociar um fim à intervenção francesa no Mali e trocar cativos norte-americanos por islamitas detidos pelo governo dos EUA, informou nesta sexta-feira a agência de notícias da Mauritânia, a ANI. A agência citou fontes próximas ao chefe dos insurgentes, Mokhtar Belmokhtar, as quais disseram que ele propôs que a França e a Argélia negociem "um fim à guerra conduzida pelos franceses no Azawad". O Azawad é a região norte e desértica do Mali, em parte habitado pelos tuaregues.

Em um vídeo que a ANI afirmou que distribuirá à mídia, Belmokhtar também propõe "trocar reféns norte-americanos mantidos por seu grupo pelo clérigo egípcio Omar Abdel Rahman e pelo paquistanês Afiah Sidiqi". Os dois cumprem sentenças de prisões nos EUA condenados por terrorismo.

##RECOMENDA##

As informações são da Dow Jones.

Novos confrontos tiveram início durante a noite entre o Exército do Mali, que tem o apoio de tropas francesas, e insurgente islamitas que cercam a cidade de Konna, informaram fontes militares nesta quinta-feira.

Na tarde de quarta-feira teve início um combate nas proximidades da cidade, cuja captura por rebeldes islamitas fez com que a França interviesse, numa tentativa de expulsar os insurgentes que controlam o norte do Mali desde abril de 2012.

##RECOMENDA##

"Houve um segundo confronto com islamitas a cerca de 20 quilômetros de Konna", revelou o capitão Saliou Coulibaly à agência France Presse (AFP). "Seis islamitas foram mortos e conseguimos apreender oito veículos e destruir outros."

Um militante islamita disse à AFP, em condição de anonimato, que a batalha pelo controle da região de Konna "não terminou".

Rebeldes, que controlam o norte do país desde abril, avançaram na semana para o sul, em direção ao território controlado pelo governo e tomaram Konna, que fica a 700 quilômetros da capital Bamako.

Embora o Exército malês tenha divulgado anteriormente que havia retomado o controle de Konna, o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, disse na quarta-feira que a região ainda está nas mãos dos islamitas. A área não é acessível a observadores independentes.

Uma fonte da segurança malesa disse que a cidade de Diabaly, onde ocorreram confrontos entre tropas francesas e islamitas na quarta-feira, continua sob o controle dos extremistas.

Um funcionário da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, pela sigla em inglês), disse que tropas da Níger devem chegar ao Mali . Aboudou Toure Cheaka, representante especial do bloco regional, disse que as tropas nigerinas chegarão nesta quinta-feira à fronteira entre o Mali e o Níger.

Focas de Burkina Faso e do Togo também devem iniciar sua participação nos confrontos neste final de semana ou no início da semana que vem.

A França enviou 800 soldados para o Mali e espera elevar este número para 2.500, que incluirão membros da Legião Estrangeira Francesa. O governo francês enviou helicópteros, jatos, aviões de vigilância e de reabastecimento na luta contra os islamitas. As informações são da Dow Jones.

O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, disse nesta segunda-feira que insurgentes islamitas derrotaram o Exrcito do Mali na pequena cidade de Diabali, que fica logo ao sul da parte norte do país, controlada pelos rebeldes. Já o diário francês Le Monde afirmou que a França aumentará seu contingente de tropas no país da África Ocidental, de 500 para 2.500 soldados. Segundo o jornal, os soldados franceses ficarão estacionados na capital do Mali, Bamako, e na cidade nortista de Mopti.

Os militares franceses começaram a intervenção no Mali na semana passada, após um pedido feito pelo presidente malinês Dioncounda Traore, para frear uma ofensiva militar dos islamitas que controlam a parte norte do país africano e avançam em direção em centro.

##RECOMENDA##

Le Drian disse que os insurgentes "tomaram Diabali, uma pequena cidade, após um duro combate e uma resistência tenaz dos soldados do Mali, mas no entanto estavam pouco equipados no momento". Segundo ele, após a aviação francesa bombardear posições dos insurgentes no final de semana, os islamitas avançaram para a região oeste do fronte, perto da fronteira com a Mauritânia. Le Drian disse que os combates não serão fáceis. Os islamitas estão "armados até os dentes, muito determinados e bem organizados".

Já os rebeldes tuaregues que combatem no norte do Mali, na parte controlada pelos islamitas, afirmaram nesta segunda-feira que estão "prontos" a lutar contra os fundamentalistas religiosos. A declaração partiu de um chefe combatente tuaregue e foi dada à agência France Presse (AFP). Os tuaregues, inicialmente, começaram a luta para obter a independência da parte norte do país, o Azawad. Algumas tribos se aliaram aos islamitas, mas outras lutam contra os fundamentalistas. "Estamos prontos a ajudar os franceses, já estamos envolvidos na luta contra o terrorismo", disse Moussa Ag Assarid, oficial do Movimento de Libertação Nacional do Azawad.

Também nesta segunda-feira, a Embaixada da França no Mali enviou um e-mail ordenando a imediata retirada de todos os cidadãos franceses que vivem na cidade de Segou. A ordem de retirada foi confirmada pela dona de um hotel em Segou. Segundo ela, os franceses começaram a ir embora hoje, após a queda da cidade de Diabali. Com o avanço, os islamitas agora estão a 80 quilômetros de Segou e a apenas 400 quilômetros da capital do Mali, Bamako.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O presidente da França, François Hollande, disse que o país elevou seu nível de alerta de terrorismo local após uma ação militar em Mali e na Somália, prometendo aumentar a proteção em edifícios públicos e redes de transportes.

Hollande afirmou que ordenou o reforço da segurança após as operações militares nos dois países da África contra forças islâmicas. A França tem alguns do monumentos mais conhecidos do mundo e uma ampla rede de transporte nacional. Como os EUA, o país tem uma resposta governamental organizada, se houver temores específicos de ataque terrorista.

##RECOMENDA##

O presidente francês disse também que a intervenção no Mali bloqueou o avanço dos islamitas que estavam tentando se dirigir do norte para o sul do país. Hollande afirmou que a força aérea da França, enviada na sexta-feira para conter o ataque rebelde, havia "conseguido deter os nossos adversários", acrescentando que a intervenção "tem um único objetivo que é a luta contra o terrorismo." "Nossos inimigos sofreram pesadas perdas", acrescentou.

Aviões e tropas da França estão apoiando soldados no Mali, que estão tentando derrotar ofensivas islâmicas. Na Somália, as tropas francesas lançaram uma operação fracassada de resgate de um agente da inteligência que estava detido na região há três anos.

Várias nações do Oeste Africano se comprometeram a enviar centenas de soldados, após as forças francesas ajudarem o exército do Mali a deter os rebeldes que haviam tomado Konna, uma cidade importante vista como um dos últimos baluartes contra um avanço islâmico. As informações são da Associated Press e Dow Jones.

O governo da França pediu à Organização das Nações Unidas que "acelere" a implementação de uma resolução que possibilite o envio de forças internacionais a Mali, país da África Ocidental que enfrenta uma batalha contra insurgentes islamitas. Em carta enviada neste sábado ao Conselho de Segurança, o governo francês também pediu que as forças apoiem as tropas do exército de Mali na "luta contra elementos terroristas" e frisou que a operação vai durar o tempo que for necessário.

A Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (Ecowas) anunciou neste sábado que já autorizou o envio imediato de tropas a Mali, um dia após o governo francês iniciar operações no país. Em comunicado, o presidente da Ecowas, Kadre Desire Ouedraogo, afirmou que a decisão foi tomada "em face à urgência da situação", sem informar, no entanto, quantos soldados serão enviado a Mali ou quais países do bloco de 15 nações vão contribuir com a ação.

##RECOMENDA##

Também neste sábado, militantes islamitas foram expulsos de Konna com a ajuda das tropas francesas, segundo informou uma autoridade militar do país africano. Konna havia sido capturada pelos extremistas durante a semana. Após o frágil governo civil do Mali entrar em colapso no primeiro semestre do ano passado, grupos de insurgentes islamitas e tuaregues tomaram o controle da parte norte e desértica do país, onde proclamaram o "Estado Islâmico do Azawad" (État Islamique de l'Azawad).

As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Tropas francesas iniciaram nesta sexta-feira operações militares contra insurgentes islamitas no Mali, país da África Ocidental, ao lado de militares locais, em uma escalada dramática do conflito que se arrasta desde 2011 no país do Sahel, onde a insurgência dos tuaregues e dos islamitas ameaça derrubar o frágil governo em Bamako. O presidente da França, François Hollande, disse que tropas francesas já estão no Mali para ajudar o exército local a rechaçar os rebeldes, que nesta semana tomaram a cidade de Konna, no Sahel, e avançam em direção ao oeste.

"Nesta tarde, forças armadas francesas deram apoio a unidades do Exército do Mali na luta contra os terroristas", disse Hollande em Paris. "Essa operação durará o quanto for necessário". A decisão francesa de enviar tropas ao Mali é uma mudança na estratégia de Paris. No ano passado, a França pressionou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a votar uma intervenção militar no Mali contra os islamitas, algo que foi aprovado por unanimidade em dezembro. A resolução da ONU, contudo, previa o envio de uma tropa de países africanos de três mil soldados, ao longo de 2013.

##RECOMENDA##

Hollande disse hoje o envio dos soldados franceses foi necessário também para proteger os seis mil cidadãos franceses que vivem no Mali, uma ex-colônia da França. Atualmente, quatro cidadãos franceses estão reféns dos islamitas. O envio dos soldados franceses pode ser perigoso para os reféns, se seus captores decidirem matá-los.

Após o frágil governo civil do Mali entrar em colapso no primeiro semestre do ano passado, grupos de insurgentes islamitas e tuaregues tomaram o controle da parte norte e desértica do país, onde proclamaram o "Estado Islâmico do Azawad" (État Islamique de l'Azawad). O local virou um santuário para grupos islâmicos extremistas, sequestradores e traficantes de pessoas. Os islamitas impuseram a lei islâmica, Sharia, sobre a região. Já ocorreram confrontos entre islamitas e tribos de tuaregues. Na noite de quinta-feira, o presidente de facto do Mali, Dioncounda Traore, fez um pedido desesperado pela ajuda militar francesa para barrar o avanço dos islamitas e dos tuaregues.

Além das tropas francesas, soldados do Senegal e da Nigéria chegaram ao Mali nesta sexta-feira, disse o porta-voz do Ministério da Defesa do Mali, Diarran Kone. O exército malês, enquanto isso, prepara uma ofensiva para retomar a cidade de Konna, que fica a 700 quilômetros ao leste da capital, Bamako. Confrontos entre soldados e islamitas deixaram 43 mortos no centro do país, informou hoje a emissora Al Jazeera.

Um oficial do Exército do Mali, o coronel Abdrahmane Baby, confirmou nesta sexta-feira que militares franceses chegaram ao país do Oeste da África para ajudar o local a conter o avanço de insurgentes. Baby disse que tropas francesas estão no país, mas não disse quantos soldados e nem o que eles fazem no momento. "Eles estão aqui para ajudar o exército malês", afirmou em Bamako.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade nesta quinta-feira uma operação militar para expulsar os extremistas islâmicos vinculados à rede Al-Qaeda do norte do Mali, mas determinou que tal operação só será desfechada após o treinamento dos militares do Mali e as garantias de que ocorrerão eleições no país do Oeste da África. Os 15 membros do Conselho deram um mandato de um ano para a força militar usar "todas as medidas necessárias" para ajudar o governo do Mali a recuperar o norte do país, de grupos "terroristas, extremistas e armados".

Os países do Oeste africano disseram ter 3.300 soldados prontos a serem enviados ao Mali. Especialistas preveem, contudo, que a operação só deve ser lançada em setembro de 2013. Insurgentes tuaregues, bem como extremistas islâmicos, aproveitaram um golpe de Estado que ocorreu em março e que desestabilizou o governo para tomar o poder no norte do Mali, onde fica o deserto do Saara. Os islamitas passaram a implantar a lei islâmica na região.

##RECOMENDA##

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A Assembleia Constituinte do Egito aprovou na manhã desta sexta-feira um rascunho de Constituição, que será levada a referendo, substituindo a Lei magna egípcia que vigorou durante a era de Hosni Mubarak. O anúncio foi feito pelo deputado Hossam el-Ghiriani. A Assembleia, dominada pelos islamitas, aprovou os 234 artigos em uma maratona que começou na quinta-feira. O painel constituinte se apressou em aprovar a Constituição antes da reunião da Corte Constitucional do Egito, a qual poderia dissolver a Assembleia no domingo. A Assembleia passou a ser dominada pelos islamitas após os deputados cristãos e seculares se retirarem em protesto contra menções à lei islâmica (Sharia) incluídas na Constituição.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

##RECOMENDA##

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram estar muito preocupadas com a instabilidade, a existência de grupos armados e a perspectiva de falta de alimentos no Mali, onde cerca de 200 mil pessoas já deixaram suas casas em busca de refúgio em outras partes da região.

A porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Melissa Fleming, disse que mais de 2 mil pessoas fugiram para Burkina Faso e para a Mauritânia somente nos últimos cinco dias por causa da proliferação de grupos armados nas comunidades do norte do país e de outros episódios de violência desde o golpe de 22 de março.

##RECOMENDA##

Ela disse aos jornalistas em Genebra nesta terça-feira que "as mutilações nessas cidades estão aumentando" em meio à crescente insegurança entre fronteiras na África Ocidental.

A porta-voz do programa de alimentos da ONU, Elisabeth Byrs, afirmou que sua agência está "particularmente preocupada" com a perspectiva de grande falta de alimentos no país.

Negociações políticas

Um ex-ministro, que se identifica como negociador-chefe da junta militar do Mali, disse que o principal grupo rebelde que controla o norte do país deseja discutir o futuro do país.

O ex-ministro Mohamed Ag Erlaf disse por telefone nesta terça-feira que o Movimento Nacional pela Libertação de Azawad está aberto a discussões.

Mas o porta-voz do grupo em Paris, Moussa Ag Attaher, afirmou à emissora de televisão France 24 TV, na noite de segunda-feira, que os rebeldes não tiveram contato direto com a junta que derrubou o governo do Mali em 21 de março. Attaher afirmou que o grupo não reconhece o líder do golpe, capitão Amadou Haya Sanogo.

Segundo ele, "nem a comunidade internacional nem a população do Mali o reconhece. Se vamos negociar, precisa ser com alguém que seja reconhecido."

O Conselho de Segurança da ONU vai realizar uma reunião de emergência sobre o Mali, depois que um grupo de soldados derrubou o governo democraticamente eleito do país. A justificativa seria a incompetência do governo em cuidar de uma rebelião de tuaregues no norte do país.

Enquanto o país enfrenta sanções diplomáticas, econômicas e financeiras, islamitas armados começam a impor a lei da Sharia nas cidades onde tomaram o controle, juntamente com combatentes da Al-Qaeda. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando