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A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) decidiu, nesta quarta-feira (22), substituir o atual comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o tenente-coronel Wanbergson Correia Melo, pelo major José Rogério Diniz Tomaz. A informação é do repórter Raphael Guerra, do JC. 

Segundo a PM, a decisão foi tomada "em decorrência dos acontecimentos na Iputinga na última segunda-feira (20), e com o intuito de assegurar total lisura e transparência nas investigações em andamento". 

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Na ocasião, nove policiais do Bope são suspeitos de terem invadido uma residência, na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, zona Oeste do Recife, e matado dois homens. Seis policiais tiveram a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira, e os outros três responderão em liberdade condicional. 

 

Cerca de mil agentes das forças estaduais de segurança do Rio de Janeiro iniciaram nesta segunda-feira (9) uma grande operação de combate ao crime no Complexo da Maré, na Vila Cruzeiro e na Cidade de Deus. O foco principal é conter o avanço do Comando Vermelho, maior facção do Rio. Durante a ação, dois helicópteros das forças de segurança foram atingidos por disparos e tiveram de pousar.

"Hoje (segunda-feira), especificamente, nós queremos atacar essa facção criminosa que está tentando expandir o território e travando conflito com outras organizações criminosas, trazendo instabilidade à nossa segurança", disse em coletiva de imprensa o secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres. "Nesse primeiro momento a gente está pacificando territórios."

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Dois helicópteros que sobrevoavam a Vila Cruzeiro foram atacadas a tiros, mas nenhum agente se feriu e as aeronaves conseguiram pousar normalmente. "Nossa tripulação é extremamente técnica, e seguindo o protocolo da aviação, elas são obrigadas a pousar para avaliar o dano causado", explicou Torres.

Além das polícias civil e militar, homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tropa de elite da Polícia Militar do Rio também participam da ação.

Ainda conforme o governo estadual, drones estão sendo usados no Complexo da Maré. Os equipamentos têm câmeras que fazem mapeamento de áreas em 3D, além de terem zoom de longo alcance. As imagens desses drones estão sendo enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

No Complexo da Maré, foi encontrado um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos. No local, quatro suspeitos foram presos e encaminhados à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Na Maré, as equipes também atuando na retirada de barricadas.

Antes de estender as buscas e apreensões por esses criminosos, o governo do Rio havia dito que o objetivo da operação, inicialmente, era pacificar o território do Complexo da Maré.

Complexo de Bangu

Em outra frente da operação, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) atua na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3) e na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4). A intenção é impedir que as lideranças do tráfico que estão presas no Complexo de Bangu transmitam ordens a seus comparsas nas favelas alvo da operação desta segunda-feira.

Para isso, os agentes estão realizando bloqueio prévio do sinal de celular a apreendendo aparelhos. Os agentes utilizam um scanner de mão para checar esconderijos improvisados por presos para esconder os celulares e outros itens.

Assassinato de médicos

As polícias do Rio e de São Paulo, além da Polícia Federal, investigam o assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, na madrugada da quinta-feira passada, dia 5. A principal hipótese da polícia para a motivação do crime é que um dos profissionais pode ter sido confundido com um miliciano.

O médico Perseu Ribeiro Almeida pode ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa. A tese foi compartilhada por investigadores do Rio com agentes de São Paulo que prestam apoio ao inquérito.

Imediatamente após a ocorrência, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes de Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que cobrou apuração do caso e se disse "devastada" com a notícia.

Conforme informações da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, uma quarta vítima - Daniel Sonnewend Proença - foi socorrida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Ele permanece hospitalizado.

Pelo menos cinco homens foram mortos a tiros na madrugada deste sábado, 23, no município de Crisópolis, a cerca de 200 quilômetros de Salvador, na Bahia, durante uma operação policial. Segundo a PM, eles foram baleados em confronto com as forças de segurança. Na véspera, outras seis pessoas tinham sido mortas na capital e em Feira de Santana, numa megaoperação contra facções criminosas.

Na ação desta madrugada, a PM informou que tentava coibir a venda de drogas por homens armados na rua Maria Eunice. Ainda segundo a Polícia Militar, houve troca de tiros com "suspeitos". Todos teriam sido socorridos mas não resistiram aos ferimentos. A corporação informou que foram apreendidas na operação uma submetralhadora, uma espingarda, três revólveres, munições e balanças de precisão, além de cocaína e maconha.

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A Bahia enfrenta uma crescente onda de violência policial. Somente em setembro, foram registradas 46 mortes em confrontos com a PM da Bahia - 45 delas de supostos envolvidos com crimes e uma de um policial federal. A grande maioria das mortes ocorreu em operações nos bairros periféricos de Salvador.

Dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que as mortes decorrentes de intervenção de agentes do Estado mais do que quadruplicaram desde 2015. Naquele ano, a taxa de ocorrências desse tipo era de 2,3 para cada 100 mil habitantes. No ano passado, chegou a 10,4.

A Bahia é governada pelo PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há 16 anos. A Coluna do Estadão mostrou que o presidente foi alertado de que o governo perdeu o debate da segurança pública - e muito em função dos resultados apresentados na naquele Estado, cujo atual ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi governador entre 2015 e 2022.

Dois suspeitos de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, de 42 anos, na sexta-feira (15), durante operação de combate ao crime organizado, no bairro Valéria, em Salvador, na Bahia, foram mortos em ações policiais realizadas na noite de domingo (17). Desta forma, segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o número de suspeitos mortos subiu para nove, além de uma prisão que foi efetuada.

Segundo a SSP-BA, em Periperi, policiais faziam patrulhamento na Rua Novos Unidos, após denúncias de que um traficante integrante da facção estava com outros criminosos. Os bandidos foram encontrados e houve confronto. "Um deles acabou atingido, foi socorrido, mas não resistiu. Um revólver calibre 38 e munições foram apreendidos", afirmou a secretaria.

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O segundo suspeito foi localizado na Palestina por policiais da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil e do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal. Ao atirar contra os policiais, ele foi atingido e não resistiu aos ferimentos.

"Uma pistola calibre 9mm, com carregador alongado e munições foram apreendidos com o indivíduo", disse a SSP-BA.

Conforme balanço divulgado, nas últimas 72 horas, ações integradas contra a facção que agiu no bairro Valéria localizaram três fuzis, uma carabina, uma submetralhadora, três pistolas, um revólver, carregadores, munições, rádios comunicadores e peças de veículo roubado.

"Um traficante, que possuía mandado de prisão por homicídio, foi preso e outros nove morreram em confrontos", afirmou o órgão.

Na sexta-feira, quatro indivíduos foram mortos por suspeita de fazerem parte do grupo de criminosos que trocou tiros com os policiais durante operação realizada no bairro Valéria. Dois morreram em tiroteio e outros dois durante tentativa de fuga.

No sábado  (16), o quinto suspeito foi morto após troca de tiros no bairro de Mirante de Periperi. No domingo, outros dois suspeitos morreram também após troca de tiros. Eles tentavam se esconder em um apartamento no Conjunto Paraguari II, no bairro de Periperi.

Ainda na noite de domingo, como citado anteriormente, foram registradas mais duas ocorrências em Periperi e na Palestina, que resultou na morte de mais dois suspeitos.

Crise na Segurança Pública

A Bahia vive uma crise na Segurança Pública e tem sofrido com altos índices de violência urbana e letalidade policial nos últimos anos. A operação Fauda tem como objetivo o combate a uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas e armas, homicídios e roubos. A operação é realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que começou a atuar no mês passado para tentar coibir as organizações criminosas que se instalaram na Bahia, principalmente ligadas ao tráfico ou à milícia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida. O agente integrou a equipe de segurança de Lula quando o presidente viajava à Bahia durante a campanha eleitoral no ano passado, ainda como candidato.

Após as eleições, Lucas Caribé continuou sendo designado pela Polícia Federal a fazer a proteção do petista durante os compromissos de Lula em território baiano. O agente era policial federal desde 2013. Ele iniciou na corporação no Pará, mas se transferiu para a Bahia em 2019. Atualmente estava lotado no Grupo de Pronta Intervenção (GPI).

Na quinta-feira, a Coluna do Estadão mostrou que o presidente foi alertado de que o governo perdeu o debate da segurança pública - e muito em função dos resultados apresentados na Bahia, cujo atual ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi governador entre 2015 e 2022. (COLABOROU MARCIO DOLZAN)

O delegado de Polícia Federal Thiago Selling da Cunha, de 40 anos, foi baleado na cabeça nesta terça-feira (15), na comunidade da Vila Zilda, no Guarujá, litoral de São Paulo, e está em estado grave.

Ele foi atingido durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Dois homens foram presos em flagrante suspeitos de terem atirado. Eles tinham uma submetralhadora e uma pistola.

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O policial foi encaminhado ao Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde segue internado sem previsão de alta.

O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP) divulgou uma nota de repúdio ao ataque e cobrou apoio das autoridades na investigação do caso.

"É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas, continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais", diz a nota assinada por Susanna Do Val More, presidente do sindicato.

O Guarujá vive uma crise na segurança pública desde que um policial militar da Rota foi morto em uma operação, também na Vila Zilda, no final do mês passado.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) disse em nota que acompanha o caso e espera uma "célere e rigorosa" punição dos criminosos.

"É inadmissível que tais ataques se perpetuem contra policiais federais ou quaisquer agentes de segurança pública, alvejando o próprio Estado Democrático de Direito em sua plenitude", afirma a entidade.

Um adolescente de 17 anos e uma menina de 5 morreram baleados na manhã de ontem, após ações da Polícia Militar na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. Moradores afirmam que os dois casos tiveram ação direta dos agentes, mas, segundo a corporação, não houve operação onde a criança morreu - ela foi atingida dentro de casa, na Comunidade do Dendê. O comandante do batalhão responsável pela região foi afastado.

Os casos ocorrem menos de uma semana após um garoto de 13 anos ser morto, também numa ação policial, na Cidade de Deus, zona oeste da capital fluminense. Levantamento da ONG Rio da Paz aponta que subiram para 101 os casos de crianças e adolescentes, de até 14 anos, mortos por arma de fogo desde 2007.

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A Secretaria de Estado de Polícia Militar afirma que, nos casos deste sábado, uma equipe do 17° Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador) tentou abordar dois homens numa motocicleta, na Rua Paranapuã. Segundo os PMs que atuaram na ação, o jovem de 17 anos, que estava na garupa, disparou contra a equipe, que revidou. O suspeito foi ferido e levado por bombeiros ao Hospital Municipal Evandro Freire, mas não resistiu. O piloto da moto foi levado à 37ª DP para ser ouvido.

Logo após o ocorrido, um grupo de manifestantes ateou fogo em um ônibus na Rua Paranapuã. Segundo eles, o jovem morto pelos policiais não teria resistido à abordagem. Diante do protesto, o Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (Recom) foi acionado em apoio, além do Corpo de Bombeiros para conter as chamas.

Foi neste momento que a menina teria sido atingida por uma bala perdida dentro da casa onde morava, na Comunidade do Dendê. A Secretaria de Polícia Militar afirma que o comando do 17° BPM foi informado sobre o caso, mas disse que não havia operação policial no interior da comunidade.

‘ESTAVA BRINCANDO’

"Ontem, foi aniversário da irmã dela. Ela estava feliz, brincando, disse Roseli Passos, prima da vítima, à ONG Voz das Comunidades. "Infelizmente, hoje de manhã ela acorda para brincar e, brincando, em cima da cama, leva um tiro de fuzil.

"O comando da unidade instaurou um procedimento apuratório para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites. As imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações, disse a secretaria. A pasta afirmou ainda que o comandante do 17° Batalhão de PM foi afastado da administração da unidade para "dar uma maior lisura e transparência à averiguação dos fatos.

Em nota, a Polícia Civil disse que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes da criança e do adolescente. "Os agentes estão em diligências em busca de testemunhas e outras informações, afirmou.

Um menino de 10 anos morreu nesta quarta-feira, 12, durante um confronto entre policiais militares e criminosos na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro. A criança, identificada como Dijalma de Azevedo, estava a caminho da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro, quando foi atingida pelos disparos. Outras duas mulheres também se feriram e foram encaminhadas para o Hospital Dr. Ernesto Che Guevara com o quadro de saúde estável.

Não há ainda a confirmação de quem teria efetuado o tiro que vitimou a criança. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) informou que instaurou inquérito para investigar a morte de Dijalma. "Testemunhas serão chamadas para prestar depoimento e demais diligências serão realizadas para identificar a autoria do disparo que atingiu a vítima e esclarecer o caso", informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em nota.

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Na versão da Polícia Militar, equipes do 12º Batalhão, de Niterói, foram atacadas por criminosos armados quando faziam o policiamento na Estrada do Bosque Fundo, no bairro Inoã, próximo a um condomínio do Minha Casa Minha Vida. Segundo a PM, uma viatura também foi atingida pelos disparos, e os supostos autores dos tiros conseguiram fugir. "Após confronto, os policiais encontraram um menor de idade atingido e já sem vida", informou a polícia, também por meio de comunicado.

Ainda segundo a PM, os agentes que participaram da ocorrência estavam com câmeras operacionais, e afirmou que as imagens gravadas foram "enviadas à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí". A Corregedoria Geral de Polícia Militar também segue acompanhando o caso.

Em protesto contra a morte da criança, moradores da região atearam fogo em objetos e fizeram interdição de vias. A mobilização foi dispersada por agentes da polícia militar.

Nesta quinta-feira (23), uma operação das polícias Civil e Militar no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, deixou 11 mortos em uma intensa troca de tiros. Segundo a Polícia Civil, o objetivo da operação foi cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão.

Um dos mortos era o alvo principal da ação, Leonardo Costa Araújo, conhecido como "Leo 41". O criminoso de 37 anos é apontado como o chefe do tráfico de drogas no estado do Pará e estava foragido. Ainda de acordo com as investigações, Leo 41 é um dos responsáveis por uma série de assassinatos a policiais desde 2021.

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A operação ainda busca criminosos responsáveis pelo Comando Vermelho do Rio, que participam de crimes na Zona Oeste. Os agentes informaram que os criminosos também têm ligações com um roubo em um shopping da Barra da Tijuca, em junho do ano passado, no qual um segurança foi morto.

Dois helicópteros e cinco blindados dão apoio à operação, que conta com 80 agentes da Subsecretaria de Inteligência do estado do Rio de Janeiro, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Civil, e policiais do Pará. Colégios e postos de saúde da comunidade foram fechados.

Duas mulheres, de 53 e 62 anos, foram baleadas de raspão nas pernas durante a troca de tiros na região. As vítimas foram levadas por policiais ao Hospital Estadual Alberto Torres, e passam por exames.

A identificação dos outros mortos ainda não foi divulgada pela Polícia.

Uma pessoa morreu e seis ficaram feridas ao serem baleadas durante confrontos em três favelas vizinhas (Jacarezinho, Manguinhos e Mandela), na zona norte do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (20). É o terceiro dia de tiroteios entre facções criminosas rivais na favela do Jacarezinho, onde a Polícia Militar fez uma operação neste domingo. Segundo a secretaria de Saúde do município do Rio, cinco dos feridos não correm risco de morte e já receberam alta. O sexto é um policial militar que, segundo a PM, foi atendido no Hospital Central da corporação.

Seis baleados foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos. Segundo a secretaria municipal de Saúde do Rio, um homem chegou morto à unidade de saúde. Outro teve que ser transferido para o hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo (zona oeste), e quatro já receberam alta. Ainda segundo a secretaria de Saúde, o paciente encaminhado para o hospital de Realengo também já recebeu alta médica.

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O nome das vítimas não foi divulgado, e também não se sabe de onde partiram os tiros que balearam essas pessoas.

Segundo a PM, policiais do Batalhão de Choque realizavam patrulhamento na comunidade do Jacarezinho, na localidade conhecida como Concórdia, neste domingo, quando foram atacados a tiros por criminosos. Um PM foi atingido. À tarde, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) reforçaram o patrulhamento no Jacarezinho e em Manguinhos, tendo em vista os seguidos ataques de criminosos.

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio resultou em pelo menos cinco mortos, três feridos e 26 presos em duas das dezessete favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. A ação aconteceu no fim da madrugada e durante a manhã e tarde desta segunda-feira, 26. Segundo a PM, todos os mortos e feridos são suspeitos de envolvimento com crimes. Durante a ofensiva policial, supostos integrantes de uma facção criminosa abriram uma live em uma rede social para exibir um suposto refém e cobrar negociação com os policiais. A transmissão foi interrompida, e as autoridades não se manifestaram sobre ela.

A ação policial ocorreu na Vila do João e Vila dos Pinheiros. Em consequência, 36 escolas (entre elas o principal câmpus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão) e quatro postos de saúde não funcionaram. As três vias expressas mais importantes do Rio (Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela) foram interditadas várias vezes, de manhã e à tarde. As interrupções foram provocadas por criminosos ou pela polícia, em trechos perto do conjunto de favelas.

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O complexo da Maré é delimitado pela Avenida Brasil e pela Linha Vermelha. As vias, nesse trecho, são paralelas. A Linha Amarela liga as duas.

Segundo o governo fluminense, os setores de inteligência das polícias receberam a informação de que uma facção criminosa invadiria uma favela dominada por um grupo criminoso rival. Foram mobilizados então 120 policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da PM, e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil. Com o apoio de helicópteros e veículos blindados (conhecidos como "caveirões"), o efetivo foi às favelas, onde o confronto ocorreu.

Todos os oito alvejados foram levados ao Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte, onde cinco morreram. Até às 15h haviam sido apreendidos sete fuzis, oito pistolas, uma réplica de arma de pressão de ar comprimido, uma granada, aproximadamente uma tonelada de maconha, 50 pés de maconha, 48 frascos de lança-perfume e 20 carros e motocicletas que haviam sido roubadas ou furtadas.

Escola é metralhada

Durante o confronto entre policiais e criminosos, a sede do Projeto Uerê, projeto social que funciona há mais de 20 anos na Maré, foi atingida por disparos, segundo a fundadora, Yvonne Bezerra de Melo. Ninguém se feriu, mas houve susto e pânico. Em função de experiências anteriores, o prédio da instituição tem, nas paredes e no teto, placas que avisam e pedem: "Escola. Não Atire".

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar deixou pelo menos três mortos e um ferido no início da manhã desta segunda-feira (26), no conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio. Durante a ação, vias expressas da região foram fechadas e motoristas que transitavam pelo local saíram dos carros e se abrigaram atrás de muretas para se protegerem dos tiros.

De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, todos os baleados eram suspeitos e foram mortos na troca de tiros, sendo que o homem que ficou ferido possui um mandado de prisão em aberto. Ele foi encaminhado ao Hospital Federal de Bonsucesso. A PM informou ainda que dois fuzis, uma pistola e uma granada foram apreendidos.

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A operação acontece na Vila do João e na Vila do Pinheiros, e visa "conter tentativas de investidas de uma facção criminosa contra outra nesta região", afirmou a PM. A ação conta com homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

Desde as primeiras horas do dia, a Linha Vermelha, a Linha Amarela e a Avenida Brasil tiveram o trânsito interrompido nos trechos próximos ao Complexo da Maré em diferentes momentos.

A operação levou a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a suspender as aulas do turno da manhã no câmpus Cidade Universitária.

"Em decorrência de tiroteio no Complexo da Maré, que fechou vias expressas no Rio, como a Linha Vermelha, a Reitoria da UFRJ decidiu suspender as aulas do turno da manhã no câmpus Cidade Universitária desta segunda-feira, 26/9, para segurança da comunidade acadêmica. A Reitoria acompanha a situação", diz nota da universidade.

Uma operação da polícia teve uma cena inusitada em Hortolândia, no interior de São Paulo. Suspeitos de tráfico de drogas foram detidos pela polícia, e um cachorro da raça rottweiler "se rendeu" com eles, deitando-se no chão. A imagem foi registrada pelos policiais.

 

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 O caso ocorreu na noite desta quinta-feira, 28, quando a Delegacia de Investigações de Entorpecentes (Dise) de Americana (SP) deflagrou a quarta fase da Operação Fronteira, de combate ao tráfico internacional de drogas.

A abordagem ocorreu em uma chácara no bairro Vila Real, em Hortolândia, e foram localizados 1.141 kg de maconha divididos em 1.176 tijolos, no momento em que uma carreta iniciava o descarregamento da droga. Três suspeitos foram presos, entre eles o dono do imóvel e o motorista da carreta.

Segundo a Polícia Civil, o animal era cão de guarda da propriedade. Ele foi deixado sob os cuidados da mulher de um dos presos.

Uma menina de 4 anos foi ferida na cabeça por uma bala perdida durante operação da Polícia Civil no início da noite desta quarta-feira (1°), em Curicica, zona oeste do Rio. Até as 20h, ela estava internada em estado grave no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul carioca.

Segundo a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) receberam denúncia de extorsão e foram até Curicica. Estavam na rua André Rocha, perto do viaduto de acesso à via expressa Transolímpica, quando foram atacados por criminosos e começou um tiroteio. Um homem foi preso, e uma pistola e um carro roubado, apreendidos.

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Por enquanto não se sabe quem disparou o tiro que atingiu a criança. Ela inicialmente foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Taquara, na mesma região, onde recebeu o primeiro atendimento. Em seguida, foi transferida para o Hospital Miguel Couto.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se reuniu nesta quarta-feira, 1º, com o relator da ADPF das favelas no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin. Na saída do encontro, o político fluminense disse a jornalistas que o Estado entregará, em até 60 dias, um novo "plano de redução da letalidade policial", com os ajustes solicitados pela Corte. Mas, quando questionado, Castro não apresentou as medidas que a sua gestão adotará para evitar novas chacinas nos próximos dois meses. Para ele, que é candidato à reeleição, "quem faz chacina é quem mata policial".

"Deixando claro que não há nenhum aspecto de chacina aqui, infelizmente, tem hora que o efeito colateral da operação é esse. A gente não celebra esse tipo de morte, mas polícia está fazendo o trabalho dela", disse o governador. "O que houve foi uma operação em que a polícia entrou às quatro e poucas da manhã e tem um bonde fortemente armado. Eles tentaram fazer chacina com a polícia. Foi o inverso", destacou em outro momento.

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A menos de dois anos no governo fluminense, Cláudio Castro já é o governador responsável pelas duas chacinas com maior número de vítimas na história do Rio de Janeiro. Levantamento feito pelo Estadão, mostra que onze das 23 pessoas mortas na favela da Vila Cruzeiro não respondiam a processos criminais. Segundo o ocupante do Palácio das Laranjeiras, "a polícia cumpriu com o papel dela" e havia três forças diferentes envolvidas na ação. "Achar que eles ficaram no cafezinho antes combinando chacina é no mínimo desrespeitar as forças policiais", afirmou.

Após o encontro, a equipe de comunicação do Supremo informou que Fachin indicou ao governador do Rio sua responsabilidade primordial de definir as metas e as prioridades do plano de redução da letalidade policial. O ministro teria enfatizado ser necessário cumprir as exigências mínimas estabelecidas pelo tribunal durante o julgamento em que ficou definida a vigência da ADPF das favelas; O relator ainda afirmou que a Corte não medirá esforços para atingir soluções concretas.

Na semana passada, Fachin recebeu parlamentares em seu gabinete e foi informado de que ativistas e militantes estariam recebendo ameaças. Hoje, durante a reunião com Castro, o ministro cobrou providências do governo do Rio "para assegurar o direito de promover e lutar pela proteção e realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais". Ele ainda manifestou preocupação com o modo como a gestão estadual tem implementado a instalação de câmeras nos uniformes de policiais, assim como em relação ao sigilo sobre os arquivos das imagens e à disponibilização das gravações a órgãos de controle.

Ao deixar a reunião, Castro disse que, no Rio, a crença é de que "decisão judicial se cumpre e o lugar de discordar dela é dentro do processo". Segundo apurou o Estadão com um assessor imediato de Fachin, o governador ligou para ele na última sexta-feira, 29, para pedir desculpas por declarações recentes de autoridades do estado com críticas à decisão do Supremo que manteve a ADPF. O político repetiu hoje o que disse no telefone sobre o cumprimento das ordens da Justiça.

"A gente tem tido uma relação de muito respeito, tanto com o ministro quanto com a Corte. Essas discussões são muito sensíveis e acalmá-las mais ainda com uma pretensão ou possível briga institucional não ajuda em nada a questão da violência e as soluções que precisam ser tomadas", afirmou. "A questão da segurança pública não é exclusividade estadual. Temos uma questão de fronteira e do judiciário importantíssimos, então ela é uma obrigação e dever de todos. Segurança pública se faz em conjunto e não como ilhas", disse.

O governador minimizou as declarações recentes de integrantes do Supremo, com o presidente da Corte, Luiz Fux, que disse em sessão na semana passada que a Polícia Militar fluminense deve satisfações ao Poder Judiciário. Na ocasião, o decano Gilmar Mendes chamou as mortes durante a operação na Vila Cruzeiro de "violência policial lamentável" e afirmou que a estabilidade financeira do Rio de Janeiro se deve a decisões do tribunal.

Para Castro, as declarações dos ministros são "questão superada" e argumentou que "ninguém deseja uma briga institucional". "O ministro Gilmar é um amigo do rio de Janeiro.Ele estava atentando para a importância que a corte tem tido e para que a gente mantenha o diálogo de forma positiva", afirmou. "Ele quis relembrar o quanto a corte é amiga do rio e nunca tomaria uma decisão para prejudicar o Rio", completou.

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, condenou nesta quinta-feira, 26, as tentativas de autoridades policiais do Rio de Janeiro de atribuir à Corte a responsabilidade pela chacina que resultou em 25 mortes na favela da Vila Cruzeiro, zona norte da capital fluminense. O magistrado chamou a operação conjunta das corporações Militar, Federal e Rodoviária Federal de "violência policial lamentável".

"Essa violência policial é lamentável, com um quadro extremamente preocupante. Há palavras de autoridades locais atribuindo ao Supremo Tribunal Federal a responsabilidade por essa tragédia, que nós sabemos que é um problema estrutural. Todos nós fazemos votos de que esse quadro seja superado", disse. "Devemos contribuir para a superação das crises, não para ficar a apontar culpados ou bodes expiatórios", completou

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O secretário da Polícia Militar do Rio, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, tentou culpar o Supremo pelas mortes na madrugada da última terça-feira, 24. Para o oficial, a decisão dos ministros na chamada ADPF das Favelas - ação que proibiu operações policiais sem prévia autorização do Ministério Público durante a pandemia - estimulou a migração de criminosos para a capital fluminense.

"Esse esconderijo deles nas nossas comunidades é fruto basicamente dessa decisão do STF. É o que a gente entende, a gente está estudando isso, mas provavelmente deve ser fruto dessa decisão do STF", disse o coronel. Especialistas em segurança pública rechaçam essa versão. Relatório produzidos pelo Instituto Fogo Cruzado indicam redução da violência nas comunidades cariocas desde que a decisão foi tomada pela Suprema Corte.

Diante das acusações contra o Supremo, Gilmar disse que a estabilidade do Estado do Rio de Janeiro em algumas áreas foi possível graças a decisões dos ministros da Corte. "Se o Estado do Rio de Janeiro hoje goza de alguma saúde financeira, isso se deveu à parceria que se desenvolveu com esse tribunal, se não teria colapsado financeiramente. É preciso que a s coisas sejam ditas com clareza", afirmou.

Em março deste ano, o ministro Dias Toffoli proibiu a União de executar as dívidas do Rio de Janeiro. Além de Gilmar, o presidente do Supremo, Luiz Fux, disse não ter se manifestado sobre o resultado da operação policial no RIo para "não polemizar" e gerar atritos com a Polícia Militar. Já Fachin, relator da ADPF das Favelas, afirmou que a Corte está entre as instituições que buscam soluções. Segundo ele, os magistrados não pretendem apenas imputar culpados.

A operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF) na Vila Cruzeiro, no conjunto de favelas da Penha, zona norte do Rio, na terça-feira (24) contabilizou mais uma morte. Um homem que estava internado no Hospital Estadual Getulio Vargas (HEGV), também na Penha, morreu nesta madrugada. Com isso, passou para 26 o número de mortos na ação policial.

Desde a manhã da terça-feira, 28 pessoas foram encaminhadas para o Hospital Getúlio Vargas, entre elas, segundo a direção da unidade, 21 já chegaram mortas e três perderam a vida após atendimento. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES), os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML), da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol).

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“Três pacientes permanecem internados na unidade, sendo dois com quadro clínico estável e um em estado de saúde grave”, informou a secretaria.

Um outro paciente que chegou ao hospital foi transferido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP),em Bangu, na zona oeste.

“Os familiares estão sendo acolhidos pela equipe médica, direção da unidade e humanização da Secretaria de Estado de Saúde. Toda assistência está sendo prestada”, completou.

Pelo menos seis pessoas foram mortas durante uma operação policial na madrugada deste domingo, 20, no complexo de favelas do Chapadão, na zona norte. Quatro suspeitos foram presos. Foram apreendidas seis pistolas, uma granada, quatro motos, dois carros e grande quantidade de droga que estava sendo vendida no varejo.

A operação foi feita pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Civil tinha por objetivo combater uma quadrilha de roubos de carga.

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O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) esteve à frente da operação, que começou por volta das 4 horas, em um local da comunidade onde estava sendo realizado um baile funk.

De acordo com o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, o objetivo da ação era prender integrantes da quadrilha, que planejavam um assalto à uma transportadora da região.

Segundo Blaz, "os marginais ainda estavam no baile quando entraram em confronto com os agentes e houve a necessidade de intervenção policial".

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, este é o 13º caso com três ou mais civis mortos desde o início do ano. Ao todo, 52 pessoas já morreram.

A Polícia Civil, o Ministério Público do Rio (MPRJ) e própria Polícia Militar investigam uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizada no domingo (21) no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, depois de um policial baleado por traficantes morrer. Na manhã desta segunda-feira (22) um dia após a incursão dos agentes, oito corpos foram retirados de um manguezal por moradores da favela. Até o início da noite, sete das oito vítimas já haviam sido identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo. Segundo a polícia, cinco tinham antecedentes ou anotações criminais. Um dos mortos sem antecedentes foi encontrado "com roupa camuflada semelhante à do restante do grupo", afirmou a corporação, por nota.

A operação do Bope aconteceu após o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva ter sido atacado no sábado durante um patrulhamento na região. Baleado, ele não resistiu. No domingo, o Bope foi informado que um dos suspeitos do ataque estava ferido no interior da favela e realizou a operação no local. A ação foi informada ao MPRJ.

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O resgate dos oito corpos do manguezal foi feita pelos próprios moradores da favela no início da manhã. Parentes das vítimas, segundo relatos da comunidade, entraram na lama para recolher os cadáveres. Bombeiros e policiais militares não foram vistos no local nas primeiras horas do dia, enquanto policiais civis chegaram apenas depois das 10h. O Salgueiro, comunidade pobre em uma cidade-dormitório da Região Metropolitana do Rio, é considerado muito perigoso, devido |à ação de traficantes. Moradores afirmaram que os corpos estavam desfigurados, o que, para eles, seria indício de tortura. A PM sustenta que houve confronto.

"Meu irmão foi barbarizado, está com o rosto irreconhecível", contou a irmã de um dos mortos, que deu entrevista no Instituto Médico Legal de São Gonçalo, que preferiu não se identificar. "A gente reconheceu pelo corpo, pela tatuagem com o nome da minha mãe. Ele teve o rosto desfigurado com golpes de faca, outros tiveram os dentes arrancados, os olhos furados e arrancados, dedo decepado. Não foi troca de tiro. Eles pegaram as pessoas de surpresa, mas não sabemos onde."

O marido dela foi responsável por identificar o corpo do cunhado, ainda antes da remoção para o IML. "Eu fui lá no mangue e vi, porque ela não tem estrutura para ver. Fui lá, puxei o pano de um por um e vi com meus próprios olhos. Vi uma coisa desumana. Teve menino sem olho, outro sem dedo. Esse pessoal foi torturado antes de morrer. Meu parente era envolvido, mas a gente não imaginava encontrar naquele estado."

A irmã de outro homem deu depoimento semelhante. "Torturaram meu irmão, furaram o olho do meu irmão, quebraram o braço dele", contou. "Meu irmão era magrinho, não dava um sopro em ninguém, ele não aguentava. Quem foi pra pegar parece que foi pra pegar rato. Meu irmão tinha problema de pulmão, tinha pino nos pés, depois de sofrer um acidente. Não iria correr. O garoto não era bandido, não se misturava. Para que torturar ele? Ele foi comprar uma cerveja, que ele gostava de beber. Eu não quis ver, não tive condições de ver meu irmão. Muita crueldade. Tem gente mutilada, tem adolescente morto". "Arrancaram os dedos do adolescente, para que mutilar? Isso é tortura, é desumano.

Segundo ela, a morte do rapaz "acabou" com sua família. "Ele não tinha envolvimento com nada, fazia bico, pegava serviço de ajudante de pedreiro", afirmou. "Favelado é gente, a gente não mora na favela porque quer, mas porque tem necessidade."

A PM afirmou que, por volta das 15h de domingo, uma equipe do Samu foi acionada para auxiliar um homem ferido na favela, e criminosos armados obrigaram que ele fosse retirado do local. A ação do Bope aconteceu próximo ao manguezal. Moradores relataram forte tiroteio.

"As equipes foram atacadas nas proximidades de uma área de mangue com mata, ocorrendo um intenso confronto", afirmou a Polícia Militar, em nota oficial. "Na ação foram apreendidos duas pistolas, 14 munições calibre 9 mm, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (02 para fuzil e 03 para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack. A ocorrência foi registrada na 72ª DP."

A promotoria informou por nota que a 2.ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Niterói e São Gonçalo instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) sobre a ação policial na favela. A Polícia Civil afirmou que as "investigações estão em andamento pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG)". A PM anunciou inquérito policial-militar.

Segundo a Polícia Civil, agentes da Delegacia de Homicídios fizeram nesta segunda perícia e realizaram as primeiras diligências na região. Buscaram testemunhas e outras pistas para esclarecer a dinâmica das mortes.

Rio acumula chacinas

No fim da tarde de da segunda, 22, a Human Rights Watch divulgou nota questionando a ação dos policiais militares. "Uma vez mais, trata-se de uma operação mal explicada e cheia de pontos de interrogação", diz o texto, citando declarações do porta-voz da PM sobre a existência de "vários confrontos" com "inúmeros feridos". "A Polícia Militar deveria, portanto, esclarecer se acionou o serviço de socorro para atender a todos os feridos e porque não preservou a evidência nos lugares dos tiroteios, especialmente onde houve mortes", defende a organização.

Os corpos encontrados nesta segunda aumentam ainda mais o número de mortes em série no Rio este ano. Dados da Rede de Observatórios da Segurança apontam que, até o mês de outubro, o Estado registrou 38 chacinas, quatro a mais do que 2020. A Rede informou ainda que 27 delas foram cometidas por policiais, com 128 mortes registradas.

Em maio, 28 pessoas foram mortas - sendo uma delas um policial civil - após ação da polícia na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. A ação ainda é investigada e teve fortes indícios de execução. Até o momento, dois agentes que participaram da ação se tornaram reús.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou que o governo do Rio de Janeiro, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e outras entidades estaduais esclareçam as circunstâncias da operação policial na comunidade do Jacarezinho, que resultou em 25 pessoas mortas. 

Nos ofícios, assinados nesta sexta-feira (7), o PGR cita a possibilidade de responsabilização em caso de descumprimento da decisão liminar do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia restringido a realização de operações policiais nas comunidades do Rio durante o período de pandemia.

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Também foram solicitadas informações às Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, ao Tribunal de Justiça e à Defensoria Pública do estado. O prazo para envio das informações é de cinco dias úteis.

A PGR garante que desde que Aras teve conhecimento dos fatos noticiados pela imprensa, na última quinta-feira (6), o procurador-geral tem mantido contatos com o ministro Edson Fachin, que é o relator da determinação que proíbe operações policiais no Estado durante a pandemia, com o procurador-geral de Justiça e com o governo do Rio de Janeiro. 

A Procuradoria-Geral da República aguarda as informações a serem prestadas no âmbito de uma apuração preliminar instaurada nesta sexta-feira (7) para avaliar as eventuais medidas cabíveis.

A operação policial realizada nesta quinta-feira (6) no Jacarezinho, Rio de Janeiro, repercutiu nos discursos de parlamentares no Plenário da Câmara dos Deputados. A operação foi a mais letal da história do estado, foram 25 mortos após intenso tiroteio durante a manhã.

A Câmara fez 1 minuto de silêncio em respeito a uma das vítimas, o policial civil André Leonardo de Mello Frias. A homenagem foi solicitada pelo deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que afirmou a intenção de homenagear apenas o policial civil e não as outras vítimas, que seriam “vagabundos”.

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O pedido gerou reação de vários parlamentares, como a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Não podemos julgar a priori que as pessoas mortas eram criminosas, ninguém aqui pode dizer que todos ali assassinados eram bandidos. Ou a gente aprofunda o debate, ou fica difícil esse tipo de polêmica”, lamentou.

O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que conduzia a sessão, afirmou que a Casa “não é tribunal” para julgar o resultado da operação e que a homenagem ao policial não caracteriza as outras vítimas como bandidos ou não.

“Este ambiente aqui não é um tribunal e não vamos julgar quem tem ou não razão. Vamos fazer 1 minuto de silêncio porque a morte de um policial é uma ocorrência que exige a nossa solidariedade. Ao fazer 1 minuto de silêncio, eu tenho que registrar que não estamos julgando todos os mortos como bandidos porque isso não nos cabe”, afirmou.

Inteligência

Ex-governadora do Rio de Janeiro, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) denunciou que recebeu notícias de pessoas mortas dentro da própria casa e que a operação mobilizou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Defensoria Pública. Ela disse que a polícia precisa trabalhar com inteligência para combater o crime, e não com ações violentas.

“Nós gostamos das coisas certas. Bandido se prende, condena, não mata. Não existe lei que autorize policial a chegar a um local com 170 mil pessoas e sair atirando. Desde quando uma pessoa suspeita tem que morrer?”, questionou.

Otoni de Paula, no entanto, parabenizou a Polícia Civil pela operação e pelo “cancelamento do CPF de 25 marginais”. “Cada bandido preso ou abatido é a garantia da promoção, da libertação do nosso povo tão sofrido, de moradores, principalmente, das comunidades”, disse. O parlamentar afirmou ainda que “alguns partidos gostam de bandidos”, fala que também gerou reação em Plenário.

A líder do PSOL, deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), destacou que “cancelar CPFs” é uma gíria de milícia e lamentou a realização de operações policiais com troca de tiros durante a pandemia. “Para enfrentar esse quadro, não é a lógica da guerra às drogas que é a guerra aos pobres. Tem que se controlar armas e munições, e não seguir com essa lógica sangrenta que precisa ser interrompida em defesa da vida”, disse.

*Da Agência Câmara de Notícias

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