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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende enviar nesta segunda-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF), os pedidos de abertura de inquéritos com base na delação dos executivos da Odebrecht. São cerca de 80 novos inquéritos, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que se somarão aos já existentes no Supremo no âmbito da Lava Jato.

O grupo que auxilia Janot na Lava Jato passou o fim de semana inteiro trabalhado na finalização do material sobre as 78 delações de executivos da empreiteira baiana, mas não há garantia de que o prazo estimado, de entregar nesta segunda, será alcançado.

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O procurador-geral também deverá requisitar a derrubada do sigilo de parte das delações. Os pedidos serão analisados pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo. Apenas Fachin pode autorizar a derrubada do sigilo das delações e tornar o material público. Devido à extensão do material, a decisão de Fachin pode levar dias após o recebimento dos pedidos da PGR. Não há prazo para que o ministro dê os despachos sobre o material.

Junto com pedidos de abertura de inquérito, Janot irá solicitar também arquivamentos nos casos em que não há indicação de crime e cisão de fatos que devem ser investigados por outros graus de jurisdição - e não pelo STF.

Mesmo quando o relator autorizar o fim do sigilo de parte dos conteúdos, devem ser mantidos em segredo de Justiça os depoimentos relativos a esquemas de corrupção fora do País e trechos da delação em que for considerado que a publicidade pode atrapalhar a investigação.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 10, a assessoria do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que o parlamentar nunca recebeu doação eleitoral "direta ou indireta" da Serveng - empreiteira que fez doações oficiais ao Diretório Nacional do PMDB e que que a Lava Jato aponta serem propina no esquema de corrupção na Petrobras.

O posicionamento do senador ocorre na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal aceitou uma denúncia contra seu colega de partido, o senador Valdir Raupp (RO), por suspeita de ter recebido propinas do esquema Petrobras disfarçadas de doações eleitorais.

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Na segunda-feira, 6, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, havia dado prazo de 15 dias para Renan, seu aliado Aníbal Gomes (deputado federal pelo PMDB-CE) e um diretor da Serveng apresentarem suas defesas na denúncia que aponta propina de R$ 800 mil da empreiteira para Renan via doações eleitorais em 2010.

Quando a denúncia foi apresentada ao STF, no ano passado, Renan havia alegado, por meio de sua assessoria, que "suas contas eleitorais já foram aprovadas" e que estava "tranquilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação".

Agora, o peemedebista afirma que "não conhece os diretores desta empresa e nunca recebeu direta ou indiretamente doação eleitoral dela". Oficialmente, o senador recebeu a maior parte de suas doações eleitorais na campanha para o Senado em 2010 do diretório estadual do partido e do Comitê Financeiro Estadual.

Naquele ano, a lei permitia que os comitês financeiros e siglas não identificassem os doadores originários, isto é, qual foi a empresa ou pessoa física que havia doado o recurso para o partido ou para o comitê que foi repassado depois para o candidato.

Por meio de quebra de sigilo bancário e com os dados das doações registradas na Justiça Eleitoral, contudo, as investigações da Procuradoria-Geral da República identificaram que a empreiteira fez duas doações oficiais ao PMDB, uma de R$ 500 mil e R$ 300 mil que foram encaminhadas ao comitê financeiro da campanha de Renan poucos dias depois.

A primeira doação da empresa para o diretório nacional do PMDB foi no dia 18 de agosto. No dia seguinte, o Diretório Nacional da sigla transferiu R$ 375 mil para o Comitê Financeiro Estadual. No dia 25 daquele mês houve nova transferência do diretório nacional para o Comitê, desta vez no valor de R$ 200.000,00.

"O Comitê Financeiro, a seu turno, transferiu para a campanha de Renan Calheiros R$ 200.000,00 em 21/8/2010, R$ 100.000,00 em 26/8/2010 e R$ 400.000,00 em 3/9/2010", afirma Rodrigo Janot na denúncia apresentada contra o peemedebista, o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e um diretor da Serveng.

"Portanto, os R$ 500 mil transferidos pela Serveng ao Diretório Nacional do PMDB em 19/8/2010 chegaram em apenas doze dias úteis à Renan Calheiros, como forma de pagamento de vantagem indevida a partir do ajuste prévio (no esquema de corrupção da Petrobras", segue Janot.

Em 24 de setembro de 2010 a Serveng fez a segunda doação ao PMDB nacional, no valor de R$ 300 mil. No dia 27, o diretório nacional transferiu R$ 200 mil ao Comitê Financeiro, que recebeu ainda mais R$ 125 mil do PMDB no dia 28. No dia 29 daquele mês o Comitê Financeiro Estadual doou R$ 300 mil para a campanha do peemedebista.

"Assim, em apenas 4 dias úteis, os R$ 300 mil saíram da Serveng e favoreceram diretamente Renan Calheiros, revelando o fechamento do ciclo do pagamento da vantagem indevida por intermédio de doação eleitoral travestida de propina", assinala Janot na denúncia que está sob análise do gabinete do ministro do STF Luiz Edson Fachin.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Serveng na tarde desta sexta-feira, 10, mas até o fechamento desta matéria não havia recebido nenhum posicionamento oficial da empresa sobre o caso.

A assessoria de Renan divulgou a seguinte nota: "O senador Renan Calheiros não foi ainda citado pelo ministro Edson Fachin neste apressado inquérito. Tanto a empresa Serveng quanto o deputado Aníbal Gomes negaram qualquer relação do fato com o senador, que não conhece os diretores desta empresa e nunca recebeu direta ou indiretamente doação eleitoral dela. O saudoso ministro Teori Zavascki devolveu no mesmo dia este mesmo pedido de investigação por precário. O senador nunca credenciou ou autorizou ninguém a falar em seu nome onde quer que seja."

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Certamente a entrega, ao Supremo Tribunal Federal (STF), da lista com os pedidos de inquéritos contra deputados, senadores e ministros acusados de receber propina da Odebrecht, que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, irá realizar na próxima semana é o tema mais comentado no meio político. O LeiaJá conversou com os deputados federais Silvio Costa (PTdoB) e Daniel Coelho (PSDB) sobre o assunto. Os dois concordam no mesmo ponto: as investigações devem seguir e que os culpados sejam punidos. 

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O tucano declarou que é “muito ruim” que a sociedade vivencie o atual momento por uma série de questões como informações desencontradas. “É necessário que se tenha um esclarecimento dos casos. Há muita confusão e a generalização, que é muito ruim porque mistura todo mundo e, a gente sabe, que nem todos praticaram os mesmos atos”, disse.

Daniel Coelho também disse que a expectativa é de que as investigações sejam concluídas. “É importante que esse processo seja concluído. Não só lista porque lista por lista não combate a corrupção e nem pune, mas acho que as investigações prossigam até o fim, que você tenha o julgamento no STJ e no STF, de cada caso. A apresentação do resultado por parte do Ministério Público foi apenas a primeira etapa no processo investigativo”, avaliou.

Silvio Costa ironizou ao falar sobre o assunto. “Eu acho que a farmácia brasileira nunca vendeu tanto remédio para estresse. Realmente existe, por parte de uma grande quantidade de políticos, uma preocupação com essa lista de Janot, mas a minha preocupação é zero, graças a Deus. Eu não estou em lista da Odebrecht, não estou na Lava Jato. Agora, tem muita gente de Pernambuco sem dormir. Então, eu quero dizer que o Brasil está mudando e quem pariu Mateus, que o embale”.

O deputado salientou que os culpados devem ser punidos. “Quem cometeu os seus erros, que agora explique. Para mim isso é um sinal positivo para o Brasil. O Ministério Público Federal do Brasil, a Polícia Federal do Brasil e o Poder Judiciário do Brasil estão realmente prestando um grande serviço para o país. Nós estamos recomeçando o Brasil. Estamos sinalizando para o futuro. É preciso que as pessoas aprendam. É preciso a gente inaugurar uma nova forma de fazer política no país”, concluiu.

A segunda lista de Janot tem como base acordos de delação de 78 executivos da Odebrecht, maior empreiteira do país. Janot também enviará ao STF os pedidos de abertura de inquérito contra governadores. 

 

 

 

 

 

 

O líder da minoria no Senado, Humberto Costa (PT-PE), afirmou que "há preocupação" em todo o meio político com a eminência da quebra de sigilo das delações da Odebrecht. "Sem dúvida nenhuma, isso vai gerar uma grande turbulência", disse. O parlamentar considera que o governo do presidente Michel Temer "será atingido em cheio" pelos depoimentos.

Costa declarou ainda que os parlamentares estão preocupados com o teor dos depoimentos por não saberem "o grau de verdade" das acusações feitas pelos delatores. "Há um receio de que haja muita mentira. Tudo que é versão de delator vira quase verdade hoje em dia", avaliou. Ele disse que não viu nenhum movimento "concreto" de reação no Congresso, mas que isto deve ocorrer.

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Ele também comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar que doações eleitorais declaradas podem ser propina. "Essa decisão do Supremo é muito complicada, a não ser que houvesse um claro elo, como uma gravação, mas você dizer que uma contribuição feita por intermédio do partido formalmente é resultado de propina é muito difícil", comentou.

Alvo de um inquérito no STF, Costa foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter sido beneficiário de R$ 1 milhão para sua campanha de 2010. O dinheiro seria oriundo de propina. Em agosto do ano passado, a Polícia Federal pediu o arquivamento das investigações por falta de provas, porém a Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou sobre a solicitação.

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) deu prazo de quinze dias para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) se manifestar sobre a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra ele em dezembro do ano passado. Janot acusa o peemedebista de receber propina de R$ 800 mil do esquema de corrupção na Petrobras por meio de doações eleitorais ao PMDB, em 2010.

O prazo começa a contar em dias corridos a partir do momento em que o senador é notificado pelo Supremo, o que ainda não aconteceu.

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A decisão é de segunda-feira (6) e é mais uma mudança na investigação, que teve a denúncia apresentada 12 e dezembro do ano passado, antes da conclusão do inquérito da PF. Dois dias depois, a documentação da denúncia foi devolvida pelo ministro Teori Zavascki à PGR, para que fossem juntadas as informações do inquérito policial. Em 21 de janeiro, o delegado da PF Alessandro Maciel Lopes, responsável pelo inquérito, encaminhou uma manifestação ao ministro Fachin pedindo mais 60 dias de prazo para concluir as investigações.

No pedido, o delegado apontou que havia dados da investigação policial que não foram utilizados na denúncia da PGR, além da necessidade de novas diligências "visando ao cabal esclarecimento dos fatos". Nesta semana, contudo, o ministro Fachin entendeu que cabe ao Ministério Público Federal "o juízo a respeito da suficiência dos elementos indiciários para oferecimento da denúncia" e, ao invés de autorizar ou não o prazo pedido pela PF, mandou notificar os investigados para que respondam as acusações da denúncia.

A Polícia Federal já havia marcado para tomar o depoimento de Renan Calheiros nesta sexta-feira, 10. Na quinta, seria tomado o depoimento do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), também investigado e denunciado neste episódio, mas o delegado acabou desistindo da oitiva após a decisão de Fachin.

Segundo a denúncia da Lava Jato, Renan teria recebido R$ 800 mil em propina por meio de doações da empreiteira Serveng. O deputado Aníbal Gomes foi denunciado junto com Renan Calheiros. No pedido, o PGR solicita ainda a perda das funções públicas dos parlamentares.

Em troca dos valores, os parlamentares teriam oferecido apoio político ao então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que mantinha a empreiteira em licitações da estatal.

Foram identificadas duas doações oficiais ao PMDB, nos valores de R$ 500 mil e R$ 300 mil em 2010, operacionalizadas por um diretor comercial da Serveng, também denunciado. A denúncia aponta ainda que esses valores seguiram do Diretório Nacional do PMDB para o Comitê Financeiro do PMDB/AL e deste para Renan Calheiros, mediante diversas operações fracionadas, como estratégia de lavagem de dinheiro.

Nesta semana, a Segunda Turma do Supremo aceitou a denúncia contra o senador Valdir Raupp (PMDB) por corrupção e lavagem de dinheiro, abrindo margem à tese da Lava Jato de que as doações eleitorais teriam sido utilizadas para lavagem de dinheiro.

Renan já é réu perante o STF em uma ação penal e alvo de outros 10 inquéritos, além desta denúncia.

Defesas

Procurada pela reportagem, a assessoria do parlamentar informou que ele não iria se manifestar sobre o caso.

Por meio de nota, os criminalistas Gustavo Souto e Aguimon Rocha, que defendem Aníbal Gomes, afirmam que "não existem elementos para o oferecimento da denúncia".

"O deputado Federal Aníbal Gomes entende que não existem elementos para o oferecimento da denúncia, tanto que compareceu ao depoimento que estava marcado para hoje (ontem, quinta-feira) e o delegado o dispensou porque o requerimento de dilação de prazo da Policia Federal para conclusão do inquérito, que entendia pela necessidade de realização de outras diligências, foi indeferido pelo Ministro Relator do caso. Por tal razão, a defesa técnica do Deputado será apresentada no momento oportuno, com o propósito de demonstrar a total improcedência da acusação do MPF.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende enviar na próxima segunda-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF) os inquéritos com base nas delações premiadas dos 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht, segundo fonte com acesso às investigações.

O grupo que auxilia Janot na Lava Jato tem trabalhado na finalização do material sobre as colaborações da empreiteira baiana. Os pedidos encaminhados pelo procurador-geral deverão ser analisados pelo ministro Edson Fachin, relator da operação no Supremo.

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Somente se Fachin autorizar a derrubada do sigilo das delações é que o material se tornará público. Por causa do volume do material, a decisão do relator da Lava Jato na Corte poderá levar dias após o recebimento dos pedidos da Procuradoria-Geral da República. Não há prazo para que o ministro dê os despachos sobre o caso.

Junto com pedidos de abertura de inquéritos, Janot vai solicitar também arquivamentos nos casos em que, na avaliação da Procuradoria, não há indicação de crime, além de desmembramentos de fatos que devem ser investigados por outros graus de jurisdição - e não pelo Supremo Tribunal Federal.

Sigilo parcial

O procurador-geral da República deve requisitar ainda a derrubada do sigilo de parte das delações da empreiteira. Devem ser mantidos em segredo de Justiça, no entanto, os depoimentos relativos a esquemas de corrupção fora do País e trechos de colaborações em que for considerado que a publicidade pode atrapalhar a condução das apurações.

Os pedidos de abertura de inquéritos devem atingir deputados, senadores e até ministros de Estado. Há casos que podem ser desmembrados para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), se houver citação a governadores, por exemplo, e outros destinados à Justiça comum - quando não há menção a autoridades com prerrogativa de foro privilegiado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Às vésperas da divulgação da nova "lista" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), disse que o Parlamento não pode ser "contaminado" pela Operação Lava Jato. "O Congresso tem de ter maturidade e separar a agenda das reformas da agenda política. Não podemos parar o Brasil para discutir exclusivamente a agenda política", afirmou.

Nos próximos dias, é esperado que Janot deflagre a abertura de 30 inquéritos contra autoridades baseados nas delações premiadas de ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Os inquéritos devem ter como alvo ministros, senadores, deputados e governadores.

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O líder do PT na Casa, deputado Carlos Zarattini (SP), prevê que as novas revelações vão criar "muito tumulto" no Congresso. "Na verdade se tentou sacrificar o PT, dizer que o PT era o culpado de tudo e agora estamos vendo o quê? Toda cúpula do PMDB envolvida em denúncias, toda a cúpula do PSDB envolvida em denúncias", declarou.

Zarattini citou reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, que revelou a proposta de acordo de delação premiada do operador financeiro Adir Assad. O operador disse ter repassado cerca de R$ 100 milhões para Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB). "Evidentemente isso tem de ser investigado. Mas como eu disse: tudo vai atingir a todos os partidos porque o sistema de financiamento das empresas era adotado por todos", comentou.

Em meio à grande ofensiva que prepara contra pelo menos 170 políticos - entre deputados, senadores e ex-parlamentares - citados em mais de 900 depoimentos de 77 delatores da empreiteira Odebrecht, o procurador-geral da República Rodrigo Janot contabiliza em dois anos de Operação Lava Jato um acervo de 20 denúncias criminais no Supremo Tribunal Federal, além do pedido de abertura de 28 inquéritos envolvendo 55 investigados.

"A teia criminosa se divide em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", disse Janot, segundo informações divulgadas pela Assessoria de Comunicação Estratégica da Procuradoria-Geral da República.

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Para Janot, os números desses dois anos de investigação perante o STF demonstram "o aperfeiçoamento do Ministério Público Federal no combate à corrupção". "Não só avançamos nessa área temática, com desenvolvimento de técnicas de investigação e definição de estratégias, como tivemos mais agilidade nos trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro", disse.

O procurador também destaca a importância da cooperação internacional para aprofundar as investigações do esquema de desvio de recursos públicos, grande parte deles enviados para contas no exterior.

Nesses dois anos, também foram pedidos sete arquivamentos e alguns declínios de atribuição para outros tribunais.

A atuação foi motivada pelo envolvimento de pessoas com prerrogativa de foro citadas em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do operador financeiro Alberto Youssef.

Segundo a Procuradoria, com o aprofundamento das investigações, foram descobertos fatos novos e surgiram mais envolvidos, com a abertura de outros nove inquéritos. Desde então, no total, foram apresentadas 20 denúncias com 59 acusados - sem repetição de nomes -, sendo que só em cinco casos houve recebimento pela Suprema Corte.

Nem todos foram novamente autuados como ações penais e dois deles já foram remetidos para a Justiça Federal na 1.ª instância por envolverem o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que perdeu a prerrogativa de foro perante o STF.

Outros seis inquéritos foram arquivados e, em dois anos, também foram realizadas seis operações a pedido do procurador-geral da República - sendo três em 2015; duas em 2016; e uma em 2017.

Houve a celebração de 49 acordos de colaboração premiada homologados perante o STF. Janot destaca que nesse período houve o pedido de desmembramento de investigações do maior inquérito, número 3989, da Lava Jato no Supremo.

O então relator, ministro Teori Zavascki, concordou com a proposta de divisão em quatro grandes grupos - membros do grupo criminoso organizado inseridos no PP e aos que, com esses, atuaram em concurso de pessoas; membros do PT; do PMDB com articulação no Senado; e do PMDB com articulação na Câmara.

O grupo de trabalho que auxilia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato passou os últimos 15 dias debruçado sobre gravações dos depoimentos de delatores da Odebrecht. A intenção de Janot é enviar ao Supremo Tribunal Federal até março o material de investigação com base nas denúncias da empreiteira.

Janot disse a interlocutores que vai pedir o fim do sigilo do conteúdo das delações no momento em que as petições forem encaminhadas ao STF. Todos os pedidos serão analisados pelo ministro Edson Fachin, novo relator da Lava Jato no tribunal após a morte de Teori Zavascki, em janeiro.

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Se a solicitação de Janot for atendida, a delação da Odebrecht será conhecida quando Fachin abrir os inquéritos ou remeter à Justiça Federal de outros Estados trechos de investigação. Parte do material será mantida em segredo, nos casos em que se avaliar que a divulgação pode prejudicar o trabalho.

Trâmite

Há quatro caminhos a serem tomados por Janot para cada fato descrito pelos delatores. O primeiro é o arquivamento, quando não há indícios de crime na história relatada, por exemplo. O segundo é o pedido de abertura de inquérito ao STF - neste caso, Janot pede a investigação de autoridades com foro privilegiado. A partir daí os investigados podem ter sigilos telefônicos e bancários quebrados. O terceiro é o oferecimento direto de denúncia. Esta, no entanto, não é prática comum, já que Janot costuma pedir a abertura de investigação para embasar os fatos delatados e, só depois, faz a acusação formal.

Por fim, a Procuradoria-Geral da República pode solicitar o fatiamentos nos casos em que o suposto crime não envolver autoridade com foro privilegiado. Com isso, é feita a cisão da investigação, enviada à Justiça de primeiro grau competente.

De acordo com fontes que acompanham o processo, a delação da Odebrecht vai resultar em investigações em vários Estados. A cisão não ficará restrita ao eixo Curitiba, São Paulo, Rio e Brasília, que concentra até agora braços da Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após reunião com representantes do Ministério Público do Espírito Santo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou uma nota na tarde deste sábado (11) na qual anuncia a possibilidade de postular a federalização de crimes, como o de motim.

Na mensagem, a Procuradoria-Geral da República menciona "o grave comprometimento da ordem pública" em virtude das mortes, falta de transporte público, fechamento de órgãos públicos e comércio, "além do impasse gerado pela manutenção da paralisação e aquartelamento das forças estaduais".

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Janot esteve neste sábado com membros do Ministério Público Federal e Estadual, além de representantes dos governos estadual e federal para discutir soluções que ponham fim a paralisação da Polícia Militar. O procurador-geral diz que acredita na construção de uma solução pacífica e ressalta que as instituições demonstraram "que são capazes de dar essa resposta à sociedade".

"A reunião de hoje demonstra que as instituições estão trabalhando para garantir a ordem pública. O MPF, por meio da Procuradoria-Geral da República e da Procuradoria da República no Espírito Santo, está dando sua contribuição para resolver o problema de forma profissional, serena e equilibrada", disse o procurador-geral.

A crise na segurança pública do Espírito Santo já deixou 137 mortos em oito dias. Mesmo com o acordo fechado na noite de sexta-feira, 10, entre o governo estadual e as associações da PM, mulheres dos oficiais continuaram acampadas em frente ao Quartel Central da corporação em Vitória, impedindo a entrada e a saída dos policiais.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, formalizou ao Supremo pedido de urgência na análise e homologação das delações da Odebrecht, colhidas no âmbito da Operação Lava Jato. Ontem, o procurador esteve reunido com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Oficialmente, o encontro foi para que Janot prestasse condolências pela morte do ministro Teori Zavascki.

Janot tem demonstrado preocupação, nos bastidores, com o futuro da Operação no Tribunal após a morte do ministro Teori - com quem mantinha boa relação.

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Caberá a Cármen decidir qual critério será utilizado para a redistribuição dos casos relativos à Operação e, portanto, definir quem será o novo magistrado responsável por cuidar da Lava Jato.

Ontem, a presidente autorizou o andamento da análise da delação de 77 executivos e funcionários da Odebrecht pela equipe de juízes auxiliares de Teori. Com isso, serão realizadas as audiências com os executivos da empreiteira para confirmar se os delatores prestaram depoimento de forma espontânea. Antes de tomar a decisão, Cármen ouviu a opinião de colegas da Corte, que a apoiaram.

Na prática, o pedido de Janot provoca a presidente do STF a se manifestar sobre a condução da Lava Jato. Isso porque a avaliação de ministros ouvidos reservadamente é que Cármen pode dar andamento a trâmites que já vinham sendo feitos por Teori, mas caberá ao novo relator a homologação dos acordos.

Mesmo com a morte do ministro, os magistrados auxiliares seguem no gabinete até que o sucessor de Teori assuma e decida se vai manter a equipe. De acordo com o cronograma anterior que vinha sendo cumprido pelo gabinete, os juízes devem viajar para capitais onde irão ouvir os colaboradores.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava na Suíça quando recebeu a notícia sobre a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Imediatamente, ordenou o cancelamento de todos os seus compromissos no país e decidiu que retornaria nesta sexta-feira (20) ao Brasil, chegando a Brasília no fim do dia. A pessoas próximas, admitiu que, agora, o que está em jogo é a investigação da Operação Lava Jato.

Com a morte do relator do caso no STF, Janot prevê que a homologação das delações da Odebrecht deve sofrer atrasos e que não mais haveria condição de que sejam realizadas no início de fevereiro, como estava planejado.

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Na Procuradoria-Geral da República, os cálculos são de que, se os casos da Lava Jato forem redistribuídos a um outro ministro, a homologação dos 950 depoimentos da construtora poderiam ser adiadas em pelo menos três meses.

Nessa quinta-feira (19), assessores do Supremo informaram que audiências com os 77 delatores da Odebrecht para confirmar que concordaram em colaborar com a Lava Jato serão canceladas. A expectativa era de que Teori e sua equipe começassem nesta semana as audiência. Nesta fase, os delatores não precisariam entrar no mérito das denúncias, mas apenas informar se foram coagidos ou não a firmar o acordo de delação com o Ministério Público.

Em um rápido pronunciamento à imprensa na noite de quinta-feira, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, evitou comentar o futuro dos processos da Lava Jato após a morte de Teori. "Não estudei nada, por enquanto", disse ao ser questionada sobre que ministro ficaria com a relatoria dos inquéritos. "Minha dor é humana, como tenho certeza de que é a dor de todos os brasileiros depois de perder um juiz como este", afirmou a ministra.

Cooperação

Janot estava na Suíça para discutir com o procurador-geral do país europeu avanços na cooperação em relação às investigações. No encontro, ele pediria o congelamento de novas contas e tentaria estabelecer uma forma de garantir que as novas delações da Odebrecht pudessem contar com o apoio dos suíços. Berna teria a função de confirmar contas e as informações prestadas pelos executivos brasileiros.

Para tentar evitar uma exposição, Janot escolheu um hotel modesto de três estrelas em Berna, longe do centro da cidade. Mesmo assim, na recepção, foi reconhecido por um grupo de estudantes estrangeiros.

Foi justamente quando avaliava o que dizer aos suíços que recebeu a notícia. Numa primeira ligação, ouviu de fontes oficiais que o avião acidentado levava o ministro. Ainda assim, torcia para um final feliz. A pessoas próximas, já alertava que, se a morte fosse confirmada, seria um abalo à Lava Jato. Seu telefone não parava de tocar, de receber mensagens e mesmo alertas sobre dúvidas relacionadas ao "suposto acidente".

Por horas, Janot se recusava a pensar na hipótese da morte do ministro e pedia calma a todos. Uma de suas preocupações era justamente a pressão que sofreria o MP para apurar a "tese do assassinato".

Com a confirmação da morte, dizia que sentia que estava sonhando. Imediatamente, mandou a PGR decretar luto oficial e insistia que o momento era de mostrar firmeza. Desaba depois, recomendava.

Pressionado a dar uma declaração à imprensa, insistia que o momento era de luto e que não falaria além da nota oficial. Mas quem esteve com Janot na noite desta quinta-feira escutou dezenas de vezes que o Brasil estava sendo colocado à prova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, embarca para a capital da Suíça (Berna) nesta quinta-feira (19), e pode voltar ao Brasil com a recuperação de mais recursos ligados às investigações da Lava Jato. Ele tem uma reunião na sexta-feira (20) com o procurador geral do país, Michael Lauber, e evitou dar como certa essa atualização de recursos. Desde a última vez que os dois se encontraram, a Suíça comunicou o congelamento de US$ 70 milhões que voltariam para o País.

"Não sei (se haverá dinheiro liberado). Vamos conversar sobre Lava Jato, com certeza absoluta, e vamos ter que fazer uma readequação pelo tamanho (das investigações) agora", disse, após participar de uma reunião fechada organizada pela Partnering Against Corruption Initiative (Paci), um braço dentro do Fórum Econômico Mundial de Davos, que discute a corrupção. Esta é a primeira vez que um procurador geral da República brasileiro é convidado para participar do encontro anual, que reúne, nos Alpes Suíços, a elite dos pensadores econômicos.

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Pressão

Aos jornalistas, o procurador explicou que entre as curiosidades abordadas dentro do encontro sobre corrupção estavam as dificuldades em desenvolver as investigações, como ameaças e pressões sobre o Poder Judiciário. "De forma indireta, tem, sim. E porque somos autônomos e independentes, resistimos a isso", admitiu. Questionado sobre a origem dessas pressões, Janot tentou desconversar, mas acabou sinalizando que é do Poder Legislativo, onde deve se concentrar o próximo foco das investigações. "Prefiro não falar de onde veio a pressão indireta... Não é do Poder Executivo, pronto."

Durante o encontro de hoje, que reuniu representantes da Argentina, Peru, Nigéria, África do Sul, Guiné e Equador, o procurador explicou aos interessados sobre como a Lava Jato tem feito investigações compartilhadas, uso de tecnologia, compliance, instrumentos normativos que permitam a investigação. "Eu mostrei como a investigação foi desenhada", resumiu.

Ele informou que muitas empresas que têm interesse no desenrolar das investigações da Lava Jato têm montado equipes de investigação para fazerem apurações internas e enviados as suas conclusões à equipe. A Petrobras está entre elas. "Os outros países estão vendo a Lava Jato como um modelo que está dando certo. A curiosidade é: o que vocês fizeram que antes não dava certo e agora dá?"

Cooperação

O procurador explicou que, do lado externo, países importantes que não se preocupavam com o combate à corrupção passaram a se importar com o tema. "Esta foi uma mudança externa enorme e que fez com que houvesse cooperação jurídica internacional", avaliou. Atualmente, 33 países colaboram com as investigações. No campo das mudanças internas, ele citou mudanças na Legislação, tecnologia da informação, método de gestão pública aplicada na investigação e questões de compliance das empresas.

Durante o encontro, o que se viu em comum entre os debatedores como um ponto de partida de casos de corrupção foi o financiamento de campanhas políticas. "Isso foi dito pela Índia, pela Nigéria, é um ponto em comum", disse o procurador. Janot não quis confirmar informações de que o volume de delatores teria subido de 77 para 120. "Não posso falar sobre isso."

Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendem que ele assuma a partir de fevereiro o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para fazer uma espécie de contraponto à atuação do Ministério Público Federal. O colegiado, o mais importante da Casa, terá de sabatinar em 2017 o nomeado para a Procuradoria-Geral da República, uma vez que o mandato do atual, Rodrigo Janot, encerra-se em setembro.

O mandato da CCJ é de dois anos e Renan, quatro vezes eleito presidente do Senado, não poderá comandar novamente a Casa. Por isso, a pressão para que ele comande a comissão, cuja indicação, por ter a maior bancada, cabe ao PMDB. Além de Renan, outros três peemedebistas estão no páreo: Edison Lobão (MA), Eduardo Braga (AM) e Rose de Freitas (ES).

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A avaliação dos que incentivam Renan a assumir a comissão é de que ele poderia usá-la para, por exemplo, questionar a atuação do atual procurador-geral, caso Janot busque uma segunda recondução. O Estado mostrou ontem que o chefe do MPF tem avaliado disputar um terceiro mandato. Janot chegou a pedir, sem sucesso, a prisão e o afastamento de Renan do comando do Senado.

Cabe ao presidente da CCJ indicar o relator de indicações de autoridades, como o procurador-geral, e demais proposições, além de marcar as sessões de discussão e votação das matérias. De modo geral, ele também tem condições de ditar o ritmo das discussões, podendo atrasar ou acelerar o andamento das proposições.

Alvo de mais de uma dezena de inquéritos na Lava Jato abertos por Janot e réu em uma ação penal, o peemedebista fez duras críticas ao procurador no ano passado, a quem acusou de agir por vingança e fazer denúncia "nas coxas".

Em 2015, na primeira recondução de Janot, Renan tentou angariar apoios para barrar o nome dele. Mas, após uma sabatina de mais de 10 horas na CCJ, um acordo costurado entre o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e o PMDB do Senado levou a renovação do mandato do procurador-geral em votações secretas na comissão e no plenário.

A expectativa é que a tensão entre Congresso e o MP aumente este ano, com a divulgação dos detalhes da delação dos 77 executivos da Odebrecht que deve implicar mais de uma centena de parlamentares, entre os quais o próprio Renan.

Nessa estratégia de contraponto, aliados citam que Renan poderá retomar na CCJ a discussão do projeto de abuso de autoridade. Procurado, ele disse que ainda não definiu o que deseja fazer quando deixar a Presidência do Senado. "Tomarei uma decisão em conjunto com a bancada."

Chefe do Ministério Público Federal desde o início da Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia a possibilidade de disputar um novo mandato de dois anos à frente da instituição. Janot já foi reconduzido ao cargo, em 2015, para a gestão que se encerra em setembro.

A disputa por um terceiro mandato seria inédita no grupo dos chamados "tuiuiús" - procuradores da República que lutaram para que a categoria fosse ouvida na escolha do chefe da instituição e fizeram oposição ao ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro, nomeado por quatro vezes pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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Janot é considerado o "último dos tuiuiús". O grupo chegou ao posto mais alto do Ministério Público com a escolha e indicação de Cláudio Fonteles em 2003. Desde então, os presidentes da República mantiveram a tradição de nomear o mais votado pela categoria.

Em um acordo implícito, procuradores-gerais tentavam formar seus "sucessores naturais" para o cargo. Agora, a avaliação de procuradores da República ligados à Lava Jato é de que há poucas opções para dar continuidade ao trabalho do atual chefe do Ministério Público Federal. Na Procuradoria-Geral da República, a avaliação é de que Janot tem força para ficar mais uma vez em primeiro lugar na lista tríplice.

Defensores da permanência do atual procurador-geral no cargo justificam que um terceiro mandato deve existir em casos excepcionais, para manter o ritmo de uma investigação. O fundamento é de que o ápice do trabalho da Procuradoria-Geral da República na Lava Jato foi alcançado agora, com a delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, sobre a qual o grupo de Janot tem se debruçado.

Denúncias

Se Janot permanecer por mais dois anos, terá a chance de concluir as denúncias contra políticos citados por delatores da empreiteira.

Após a homologação das delações pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República deve pedir a abertura de inquéritos contra nomes suspeitos. Só depois da fase inicial de investigação, o procurador-geral oferece possíveis denúncias.

No mensalão, a fase de investigação e denúncia ficou a cargo do ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza. Seu sucessor, Roberto Gurgel, assumiu a fase do julgamento e Janot entrou na análise de recursos e execução de penas.

Em conversa com jornalistas em novembro, Janot foi questionado sobre a sucessão. Em tom bem-humorado, indicou que era cedo para deixar o cargo. Interlocutores do atual procurador-geral dizem que ele não externou sua decisão final e consideram o debate precipitado.

As candidaturas deverão ser apresentadas a partir de abril. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho, não há impedimento legal para uma nova recondução de Janot.

Nomes

A ANPR organiza a votação para formar a lista tríplice e encaminha o resultado à Presidência da República. Segundo Robalinho, o presidente Michel Temer sempre teve um bom diálogo com o Ministério Público e se comprometeu a escolher um dos nomes eleitos pela categoria. "As forças políticas, em geral, apoiam de maneira sólida a lista tríplice", disse Robalinho.

Devem fazer parte da disputa nomes conhecidos na carreira: Nicolao Dino, Ela Wiecko, Mario Bonsaglia, Raquel Dodge, Carlos Frederico e Sandra Cureau.

Dino é vice-procurador-geral eleitoral de Janot e tido como o nome que teria o apoio do atual procurador-geral. O problema em sua indicação é político, já que o procurador é irmão de Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão e opositor do PMDB. Peemedebistas no Senado já deram sinais de que o nome de Dino para o cargo de procurador-geral da República, responsável por conduzir a investigação contra parte da bancada do partido no âmbito da Lava Jato, enfrentaria resistência.

Outra opção do grupo de Janot seria o seu atual vice, José Bonifácio de Andrada. Mas procuradores ouvidos avaliam que ele só disputaria com o aval de Janot. Bonifácio teve cargo em Minas Gerais durante o governo do senador Aécio Neves (PSDB) e foi advogado-geral da União no governo FHC.

Ela Wiecko foi vice-procuradora-geral de Janot e é bem cotada internamente. A avaliação é de que Ela reúne votos de um grupo descontente com o Ministério Público atual, considerado de perfil punitivista. Quando era vice de Janot, Ela participou de ato, em Portugal, contra o governo Temer - o que é visto como entrave à sua indicação.

O procurador Mario Bonsaglia também é considerado um candidato forte, porém sem traquejo político para o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será um dos convidados especiais na edição deste ano do Fórum Econômico Mundial de Davos diante do interesse da comunidade internacional, empresários e políticos estrangeiros sobre qual será o desdobramento do combate à corrupção no Brasil.

Janot viaja no dia 15 de janeiro e tem três palestras programadas. Na Suíça, nos dias 18 e 19, ele vai falar da luta contra a corrupção, participar de um seminário sobre "lideranças" e discutir cibercriminalidade.

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A opção de Davos por dar um tratamento especial a Janot marca uma mudança profunda no tom adotado pelo Fórum em relação ao Brasil, que por anos foi considerado como o "queridinho" do evento nos Alpes. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a receber um prêmio de estadista do ano dos organizadores. Mas, sob a gestão de Dilma Rousseff, a participação brasileira no encontro foi reduzida. A presidente cassada resistiu em diversas ocasiões a participar do Fórum e, nos últimos anos, o País havia passado a fazer parte de um time de segundo escalão no evento.

Cooperação

Além de Davos, Janot vai se reunir com o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. Segundo o Estado apurou, um das intenções é traçar objetivos comuns para uma segunda fase de investigações da Operação Lava Jato relacionadas às mais de mil contas bloqueadas pelos suíços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na manhã desta terça-feira (2) que a visita ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi uma "cortesia" para manter o "diálogo aberto" com o Parlamento. "(A reunião) foi para demonstrar o respeito do Ministério Público Federal (MPF) ao Parlamento, à Casa Legislativa, e que esse diálogo seja mantido no ano de 2017", declarou Janot após o encontro.

Ele negou que tenha havido algum tipo de constrangimento na reunião por causa das denúncias apresentadas recentemente pela PGR contra parlamentares. Janot também evitou responder perguntas sobre os acordos de delação premiada de executivos Odebrecht, mas disse que é preciso "esperar a volta" do Supremo Tribunal Federal" (STF) do recesso da Corte para a abertura dos primeiros inquéritos.

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A delação do ex-executivo da empresa Cláudio Melo Filho relata a atuação de Maia em favor da empreiteira. Maia aparece atrelado a pagamentos indevidos por atuação em favor da empresa na aprovação de uma medida provisória.

Também participaram da conversa desta manhã o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), e os deputados Marcos Rogério (DEM-RO) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). Rogério foi o relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética. Já Serraglio é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O encontro durou cerca de meia hora.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta segunda-feira, 19, ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela inconstitucionalidade da Medida Provisória (MP) 746/2016, que busca a reforma da ensino médio. A manifestação foi dada na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5599, proposta pelo PSOL. Para Janot, Medida Provisória, 'por seu próprio rito abreviado, não é instrumento adequado para reformas estruturais em políticas públicas, menos ainda em esfera crucial para o desenvolvimento do país, como é a educação'.

As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação Estratégica da Procuradoria-Geral da República.

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Segundo o PSOL, a norma viola os pressupostos exigidos pela Constituição para edição de Medidas Provisórias. O partido sustenta que seria 'cristalina a ausência do requisito constitucional da urgência, além de desrespeitar o acesso amplo à educação e dificultar a redução de desigualdades, ao promover verdadeiro retrocesso social'.

O procurador-geral concordou com os argumentos. Segundo Janot, 'há flagrante inobservância dos pressupostos de edição de medida provisória como urgência e pressuposto de provisoriedade de seus efeitos jurídicos'.

"Demonstração concreta de faltar urgência para edição precipitada da norma está no fato de que, se aprovada pelo Congresso Nacional ainda em 2016, a reforma só será adotada nas escolas em 2018", argumenta Janot.

O procurador destacou que a discussão da Base Nacional Comum Curricular 'é complexa e vem sendo feita de maneira participativa há anos, como deve ser, pois não se pode admitir que projeto dessa magnitude e relevância seja precipitado'.

De acordo com ele, o próprio Ministério da Educação demonstra em seu site 'a complexidade do projeto e a necessidade de participação democrática e amadurecimento'.

"Não parece aceitável nem compatível com os princípios constitucionais da finalidade, da eficiência e até da razoabilidade que tal matéria, de forma abrupta, passe a ser objeto de normas contidas em medida provisória, que atropelam do dia para a noite esse esforço técnico e gerencial do próprio MEC, em diálogo com numerosos especialistas e com a comunidade, ao longo de anos", assinala.

O procurador-geral também aponta que a MP 746/2016 não atende ao requisito da provisoriedade. Ele explica que 'o desfazimento dos efeitos da concretização da reforma do ensino médio desenhada pela MP 746/2016 conduziria a grave situação de insegurança jurídica e a severos prejuízos pedagógicos e pessoais para toda a comunidade'.

Para Janot, mudanças a serem implantadas em sistema que envolve 28 redes públicas de ensino - União, Estados e Distrito Federal - e ampla rede privada 'precisam de amadurecimento, estabilidade e segurança jurídica, que o instrumento da medida provisória não pode conferir, por estar sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional'.

Inconstitucionalidade material - O procurador-geral da República ainda destaca a inconstitucionalidade material da Medida Provisória 746/2016.

Para ele, a norma fere o direito fundamental à educação como preparo para a cidadania e para o trabalho, os princípios constitucionais da educação, em especial o da gestão democrática, e as determinações da Constituição quanto à gestão colaborativa dos sistemas de ensino e quanto ao plano nacional de educação.

O objetivo fundamental de redução das desigualdades regionais e o princípio da igualdade são igualmente violados, segundo o parecer de Janot.

Entre as irregularidades apontadas no parecer, está 'a supressão indevida do ensino de Artes e Educação Física'.

Segundo o procurador-geral, artes e cultura são dimensões fundamentais para o pleno desenvolvimento humano, na medida em que aprimoram capacidades importantes como empatia, crítica, pensamento criativo e sensibilidade.

"Desse modo, a facultatividade prevista para o ensino da Arte viola, frontalmente, o artigo 206, II, pois, para largas porções de alunos, impedirá o exercício da liberdade de aprender 'o pensamento, a arte e o saber'", sustenta.

Sobre a Educação Física, o procurador assinala que também é conteúdo essencial aos processos de socialização e formação sadia do indivíduo. Ele explica que a medida provisória, no que se refere a Educação Física, fere o comando expresso do artigo 217 da Constituição, que torna 'dever do Estado fomentar praticas desportivas formais e não-formais'.

"Ao dispensar os estabelecimentos de ensino médio de oferecer a disciplina, por torná-la facultativa, a norma atacada segue no sentido exatamente oposto do dever constitucional de fomento da atividade desportiva", argumenta Janot.

O parecer ainda aborda 'outras irregularidades na proposta como a flexibilização na admissão de profissionais de educação, a supressão do ensino noturno e os itinerários formativos específicos'.

Janot comenta que, 'sem debate nem amadurecimento, bons propósitos podem comprometer seriamente todo o arcabouço legislativo relativo a educação'. Segundo ele, 'tudo isso é, obviamente, incompatível com a urgência das medidas provisórias e esse requisito também influencia a tramitação do processo legislativo, que, pela própria concepção dessa espécie legislativa, deve ser expedita e encerrar-se em no máximo 120 dias'.

"Esse prazo é inibidor de debates sérios, consistentes e aprofundados como os que o tema exige, impede que se convoquem os atores relevantes para apresentar suas perspectivas, experiências e objetivos. Compromete-se inevitavelmente a própria tomada de decisão em assunto absolutamente fundamental para o futuro do pais", conclui.

Em encontro com senadores e deputados federais, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que irá pedir a retirada do sigilo das delações realizadas pelos executivos e ex-executivos da Odebrecht, após o conteúdo ser homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavaski.

O ministro é relator dos processos que tramitam no STF no âmbito da Lava Jato e caberá a ele dar prosseguimento ou não nos pedidos de investigações. A decisão do ministro deve ocorrer no próximo mês de fevereiro, após o fim do recesso.

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A intenção de Janot de pedir a retirada dos sigilos foi comunicada a integrantes da bancada do Espírito Santo, em reunião realizada na sede da PGR, em Brasília, na manhã da última quinta-feira, 15. A pauta do encontro, inicialmente, era o impacto da resolução 72/2010 aprovada pelo Congresso Nacional em 2012, que alterou o repasse do ICMS interestadual para o Espírito Santo.

O encontro ocorreu três dias antes de Janot entregar nesta segunda-feira, 19, os documentos dos acordos de delação premiada de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Os relatos, por escrito ou em vídeo, recolhidos na semana passada, foram armazenados na sala-cofre do STF e estão à disposição do ministro Teori Zavascki.

"Fomos ao Janot na última semana para tratar de temas do Espírito Santos e ele disse que ao mesmo tempo que as delações forem homologadas, a intenção dele é pedir para que seja retirado o sigilo de tudo, que tudo venha a público. Vamos viver o mês de fevereiro e março sob os auspícios do que vem por ai", afirmou o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). "Ele disse que vai pedir a retirada do sigilo. Demonstrou muita confiança e disse que entregaria hoje as delações da Odebrecht", ressaltou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), também presente no encontro.

A intenção de Janot ocorre após vir a público a delação do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, que atingiu integrantes da cúpula do Executivo, entre eles o próprio presidente da República e vários ministros de seu partido, o PMDB, e do Legislativo. O vazamento levou o presidente Michel Temer a encaminhar uma carta ao procurador-geral. Após as reações, Janot comunicou que iria investigar a origem do vazamento.

Voto vencido no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve Renan Calheiros (PMDB-AL) à frente da presidência do Senado, o ministro Edson Fachin rejeitou, nesta sexta-feira, 16, o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o senador alagoano fosse afastado do mandato.

Com a decisão de Fachin, apenas o pleno do STF poderá definir se aceita a ação da Rede Sustentabilidade. O partido é favorável a que réus não possam figurar na linha sucessória do presidente da República e, como tal, presidentes da Câmara ou do Senado que se tornem réus (caso de Renan) deveriam perder o posto.

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Fachin justificou a decisão pelo "princípio da colegialidade". O ministro fez a ressalva de que pensa diferente da maioria dos ministros do tribunal, que devolveram a Renan a presidência do Senado quando analisaram a liminar do relator, o ministro Marco Aurélio Mello. Só Fachin e Rosa Weber seguiram-no na tese de que réus não podem figurar na linha sucessória do presidente da República e, como tal, Renan deveria perder a presidência do Senado.

"Considerando o decidido (nos autos de ADPF 402) pelo Tribunal Pleno na sessão de 07 de dezembro próximo passado, a despeito de minha posição pessoal, em homenagem ao princípio da colegialidade impõe-se indeferir o pedido de liminar", afirmou Fachin na decisão.

Também nesta sexta-feira o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, havia respondido ao questionamento feito pelo próprio Fachin sobre se ainda gostaria de manter a ação cautelar - que tinha os mesmos argumentos da liminar de Marco Aurélio Mello.

Na resposta a Fachin, Janot havia afirmado "subsistirem os fundamentos de fato e de direito articulados na petição inicial" e ressaltado que Renan e Mesa do Senado descumpriram decisão do STF. O procurador afirmou também "não desconhecer" a decisão do Pleno que salvou o cargo de Renan.

"Naquela sessão, apesar de o requerido, com a Mesa do Senado Federal, haver decidido descumprir decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal, essa egrégia Corte considerou que autoridades da linha de substituição do Presidente da República acusadas em ação penal podem manter-se no exercício da função, apenas estando vedado o exercício da Presidência da República", diz Janot.

A PGR havia entrado com a ação na segunda-feira, 5, pouco antes de o ministro Marco Aurélio ter dado uma liminar que removia Renan da presidência do Senado. O Supremo, quando analisou a liminar de Marco Aurélio dois dias depois, estabeleceu que Renan apenas seria impedido de assumir a Presidência da República, mas não perderia o comando do Senado.

Mérito

A ação da Rede que pode proibir que réus sejam presidentes da Câmara, do Senado e do STF começou a ser julgada no início de novembro no plenário - antes mesmo de Marco Aurélio conceder a liminar e Renan não cumprir a decisão. No entanto, um pedido de vista do ministro Dias Toffoli interrompeu a análise, mesmo quando já havia maioria formada na Corte pelo entendimento de que réus não poderiam seguir em postos presidenciáveis; na prática, se não houvesse pedido de vista, Renan teria sido sacado no dia 3 de novembro.

Esse fato - a maioria formada - foi um dos argumentos de Marco Aurélio e de Janot quando se posicionaram, separadamente, pelo afastamento de Renan. Entretanto, na análise da liminar pelo Pleno, o ministro Celso de Mello, um dos seis que se posicionara a favor do pedido da Rede, notificou a alteração de seu voto, para o mesmo entendimento que salvaguardou a presidência do Senado a Renan. Assim, quando o julgamento voltar a pauta, não será mais com maioria já pré-estabelecida.

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