Tópicos | juro

"Pai, por que todo mundo no colégio tem livro para estudar, menos eu?" Vinda do filho de dez anos, essa foi a pergunta mais difícil que José Luiz dos Reis ouviu em seus 41 anos de vida. Ele conta que se sentiu uma pessoa inferior. "Os outros pais fizeram a parte deles, e eu não."

Apesar de ter salário de R$ 5,2 mil, Reis só pode usar R$ 600 por mês. O resto vai para os credores. Superendividado, o servidor, que trabalha há duas décadas no governo do Distrito Federal se arrepende dos empréstimos que fez. "Errei porque, quando a situação apertou, quis resolver tudo no banco." No fim de 2012, Reis tentou renegociar sua dívida. A cada tentativa, aumentavam o número de parcelas e o valor final a ser pago.

##RECOMENDA##

"Usar a TV e falar que os juros estão baixos é muito bonito, mas, quando você chega lá, descobre que é de outro jeito", diz.

As tentativas de Reis aconteceram no mesmo período que os brasileiros viram o Banco Central fixar - e manter por seis meses - a mínima recorde da taxa básica de juros. De outubro de 2012 a março deste ano, a Selic foi de 7,25%, o menor porcentual da história. Mas o consumidor não chegou a sentir isso.

O preço que os consumidores pagam pelo crédito inclui, além da Selic, impostos, risco de inadimplência, gastos administrativos e lucro das instituições financeiras. "Se você vai emprestar dinheiro para o banco, será observada a Selic. Mas, se você precisa de dinheiro, vai pagar as taxas que a instituição quiser", diz Donizét Píton, presidente do Instituto Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro (Andif).

Só os juros de empréstimos com garantia, como para compra de automóveis e imóveis, têm taxas menores. "Tanto no crédito de carro quanto no de casa, o emprestador tem garantia. Se você não paga, ele toma o bem. É diferente no caso do cheque especial ou cartão de crédito. Não acontece muita coisa se não houver pagamento do cheque especial, por isso é mais caro", diz o professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral Rodrigo Zeidan.

A Andif, que desde 1997 moveu mais de 55 mil ações judiciais contra instituições financeiras, apontou os principais problemas enfrentados pelos brasileiros no relacionamento com os bancos. A cobrança de juros abusivos é o primeiro item, seguido pela inflexibilidade nas negociações. O instituto aponta que os funcionários que atendem os devedores estão preparados apenas para cobrar, e não para negociar. Os contratos, em geral pouco claros, também são alvo de problemas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A orientação do Banco Central Europeu (BCE) de dar "um passo adiante" em sua política monetária não altera o mandato de manutenção da estabilidade dos preços, disse neste sábado o membro do conselho da autoridade monetária, Christian Noyer, minimizando o grau da mudança na prática do BCE.

Nesta quinta-feira, o BCE rompeu com uma longa tradição, comprometendo-se em manter as taxas de juros em seus atuais níveis mínimos por um longo período. Há tempos, o BCE se orgulhava de manter todas as suas opções em aberto e não assumir pré-compromissos, mas o presidente Mário Draghi disse, em uma entrevista coletiva após a reunião na sede de Frankfurt, que vai manter as taxas de juros onde elas estão, ou ainda em menor índice, por "um período prolongado".

##RECOMENDA##

Falando à margem da conferência, Noyer, que também é governador do Banco da França, destacou que a orientação não impede o BCE de cumprir com a manutenção da estabilidade de preços. "A orientação para a frente está plenamente ancorada ao nosso mandato", disse Noyer.

Ele também enfatizou a importância do comentário de Draghi de que, em um período próximo, o BCE vai olhar para o impacto sobre a estabilidade dos preços a partir de informações em duas áreas: desenvolvimento econômico e monetário. "(A orientação) está em linha com os dois pilares da nossa estratégia", completou Noyer. Fonte: Dow Jones Newswires.

Contrariando expectativas de uma abertura em leve queda, os juros futuros com vencimento no curto prazo iniciaram a segunda-feira em alta, dando continuidade ao movimento observado desde o fim da semana passada, em meio ao crescimento das apostas de aumento da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana (terça-feira e quarta-feira). Entre os fatores que favoreciam a queda, estavam o crescimento aquém do esperado da China e as revisões para baixo nas projeções de inflação contidas no boletim Focus do Banco Central.

"Apesar de China, queda de commodities e Focus, o mercado não tem mais dúvidas de que o Banco Central vai subir a Selic", disse o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. "Mas ainda não tem certeza sobre quanto", completou, acrescentando que, perto das 9h15, a curva a termo precificava 36 pontos de alta da Selic nesta semana, o que equivale a 100% de chance de aumento de 0,25 ponto porcentual e possibilidade de o aperto monetário começar com 0,50 pp.

##RECOMENDA##

Segundo um operador, o fluxo é pequeno e os investidores fazem ajustes antes da reunião do Copom. "Há muitos indicadores de inflação para sair durante a semana e o mercado está atento a isso", acrescentou.

O mercado estará atento também ao presidente do BC, Alexandre Tombini. Ele participa, às 13h30, em São Paulo, da conferência do International Financial Reporting Standards (IFRS).

Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação não vai precisar ser debelada com um "tiro de canhão" como na história recente do País. "Pode ser de metralhadora, se necessário", disse em entrevista publicada no domingo. Mantega frisou que não estava opinando sobre a reunião do Copom, mas sobre uma mudança estrutural nos juros.

No boletim Focus, a projeção para a Selic referente ao encontro do Copom desta semana seguiu em 7,25% ao ano, o que indica manutenção do juro básico da economia. Para a reunião de maio, subiu de 7,50% para 7,75%, o que mostra alta de 0,50 pp da Selic. Para o fim de 2013 e fim de 2014, as previsões foram mantidas em 8,50%.

Na China, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,7% no primeiro trimestre de 2013, ante igual trimestre de 2012. A taxa foi menor que os 7,9% registrados no quarto trimestre do ano passado, na mesma base de comparação, e que os 8,0% previstos por economistas.

Às 9h35, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava 7,555%, ante 7,52% no ajuste da sexta-feira. O contrato para janeiro de 2014 tinha taxa de 8,20%, ante 8,17%. O DI com vencimento em janeiro de 2015 apontava 8,67%, igual ao ajuste da sexta-feira. Entre os contratos com vencimento no longo prazo, o DI para janeiro de 2017 marcava 9,24%, ante 9,26% no ajuste anterior.

O banco central do Chile manteve hoje sua taxa básica de juros inalterada em 5,0%, assim como tem feito há mais de um ano e em linha com as previsões.

Novamente, o BC chileno levou em consideração uma série de fatores, como os riscos representados pela contração na zona do euro e os estímulos adicionais do Banco do Japão (BoJ), e como esses fatores podem afetar a robusta economia do Chile, que continua a crescer em ritmo constante motivada pela forte performance da indústria de mineração.

##RECOMENDA##

Após crescer 5,6% em bases anuais em 2012, de acordo com dados preliminares, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve expandir 5% este ano, enquanto a inflação permanece sob controle. As informações são da Dow Jones.

Os investidores aproveitaram a véspera da decisão de política monetária do Copom para ajustar posições, em meio às dúvidas sobre os próximos passos do Banco Central. Vários rumores circularam pelas mesas de operação, o que mexeu com as taxas na curva a termo. Comentários de que a presidente Dilma Rousseff consideraria a possibilidade de uma Selic mais alta, caso a inflação piore, aliados ao otimismo no exterior, fizeram as taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos avançarem nesta terça-feira. O movimento representou uma recomposição de parte das apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode, de fato, elevar a Selic a partir de abril. Já as taxas mais longas fecharam em baixa.

No fim do dia, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 (443.290 contratos) marcava 7,24%, ante 7,20% do ajuste na segunda-feira. O contrato para janeiro de 2014 (577.880 contratos) tinha taxa de 7,67%, ante 7,64%, enquanto o DI para janeiro de 2015 (210.245 contratos) indicava 8,33% - a mesma taxa do ajuste da véspera.

##RECOMENDA##

Entre os vencimentos mais longos, o movimento foi diferente. "Se ocorre alta da taxa nos vencimentos curtos, por conta da expectativa com a elevação da Selic, é de se esperar que as taxas longas caiam um pouco", comentou um profissional. A taxa do contrato futuro para janeiro de 2017 (92.030 contratos) estava em 8,98%, ante 9,03%, enquanto o DI para janeiro de 2021 (21.860 contratos) marcava 9,45%, ante 9,55% na segunda-feira.

Pela manhã, comentários que circularam pelas mesas de que a presidente Dilma Rousseff teria dado carta branca para que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, eleve a Selic quando necessário, tendo em vista o avanço da inflação, dispararam um movimento de alta das taxas dos contratos mais curtos. "Quando sai alguma coisa perto da reunião, isso sempre mexe um pouco com os juros", lembrou um operador de renda fixa.

O mesmo profissional citou que, no fim da semana passada, houve recuos consistentes nos prêmios da curva a termo. "O pessoal se ajusta um pouco antes do Copom, devolve um pouco (a queda anterior das taxas), diminui posição. Isso é normal", acrescentou.

O estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, afirmou que o movimento elevou as apostas de alta da Selic a partir de abril. Segundo cálculo feito por ele, a curva de juros precificava no fim desta tarde 20 pontos-base de alta em abril, mais quatro altas de 25 pontos-base. Na prática, isso indica que há dúvidas sobre a decisão do Copom em abril, embora prevaleça as apostas de que a autoridade monetária vai aumentar a Selic. Para a reunião desta semana, porém, é praticamente unânime as apostas na manutenção do juro básico, e as dúvidas recaem sobre o teor do comunicado e da ata a serem divulgados posteriormente.

Os negócios com juros no Brasil também foram influenciados pelo exterior, onde indicadores positivos dos Estados Unidos e da zona do euro conduziram a busca por ativos de maior risco, como as ações. "O avanço da atividade lá fora ajudaria os países, haveria uma transmissão para economias como a do Brasil. E a recuperação da economia brasileira adicionaria um cenário maior de inflação, que levaria à alta de juros", comentou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.

As taxas futuras de juros passaram esta sexta-feira em alta, em reação ao IPCA-15 de fevereiro acima da mediana das estimativas. O avanço ganhou ainda mais fôlego à tarde, mesmo com o resultado fraco do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em janeiro. Segundo profissionais da área de renda fixa, os investidores seguem mais preocupados com os índices de preços e começam a visualizar o pior cenário possível: inflação sem crescimento. O avanço dos juros no fim do dia foi maximizado, ainda, por um movimento técnico de zeragem de posições.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 (537.500 contratos) encerrou em 7,32%, ante 7,18% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (752.260 contratos) projetou taxa máxima de 7,83%, ante 7,67% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 (411.745 contratos) fechou em 8,51%, de 8,36% na quinta-feira. Entre os vencimentos mais longos, o DI com vencimento em janeiro de 2017 (132.995 contratos) marcou taxa de 9,20%, de 9,12% na véspera; e o DI para janeiro de 2021 (19.970 contratos) apontou 9,67%, de 9,65%.

##RECOMENDA##

"Começa a se consolidar o cenário de elevação do juro básico em abril. Acho que o comunicado e a ata da próxima reunião já devem ter um tom diferente dos anteriores, preparando o terreno para a subida da Selic", avaliou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. "No fim da tarde, pesou ainda um movimento técnico. A alta das taxas gerou ordens de stop loss que maximizaram o avanço", relatou um operador.

A alta de 0,68% do IPCA-15 de fevereiro ficou abaixo de 0,88% em janeiro do mesmo indicador e de 0,86% medido pelo índice cheio do mês passado. No entanto, o dado superou a mediana das estimativas calculada pelo AE Projeções, de 0,61%. "Os alimentos não desaceleraram o quanto se esperava", ressaltou o economista da LCA, Antonio Madeira, que estimava 0,64% para o IPCA-15 deste mês e, após a divulgação, revisou para cima a projeção para a inflação oficial no fechamento do mês, para 0,5%. A taxa do grupo Alimentação e Bebidas passou de 1,45% em janeiro para 1,74% em fevereiro, com contribuição de 0,42 ponto porcentual no resultado do indicador.

À tarde, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou que o saldo líquido de criação de postos formais em janeiro foi de 28.900, número abaixo do piso das estimativas (30.000 a 102.400 vagas). Ainda no que diz respeito à atividade econômica, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a atividade industrial ficou em 48,6 pontos no mês passado, ante 41,2 pontos em dezembro de 2012. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria brasileira permaneceu em janeiro no patamar dos 70% vistos em dezembro do ano passado.

No exterior, após as perdas consideráveis dos últimos dois dias, o otimismo voltou à tona com indicadores positivos da Alemanha. Nos Estados Unidos, balanços corporativos de empresas importantes como AIG e Hewlett-Packard animaram os investidores.

Sustentadas pela melhora do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) e na véspera da divulgação do IPCA-15 de janeiro, as taxas futuras de juros passaram por uma recomposição e subiram nesta terça-feira, enquanto os investidores aguardam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira (24). De acordo com operadores, como o recuo dos juros foi pronunciado na sessão anterior, os investidores encontraram espaço para recompor prêmios em um mercado ansioso pelo documento do Banco Central.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato para janeiro de 2014 (81.515 contratos) marcava taxa máxima de 7,17%, ante 7,13% no ajuste. O DI para janeiro de 2015 (140.525 contratos) indicava 7,88%, ante 7,81%. Entre os mais longos, o contrato para janeiro de 2017 (63.500 contratos) tinha taxa de 8,68%, ante 8,63% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (8.350 contratos) apontava 9,41%, ante 9,35%.

##RECOMENDA##

"A confiança da indústria veio melhor pela FGV e um pouco pior pela CNI. Mas o Nuci medido pela FGV teve ganho considerável e favoreceu a recomposição das taxas", afirmou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. Um operador ponderou, contudo, que os indicadores da indústria apenas deram motivo para o movimento técnico de recomposição.

Logo cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Nuci da indústria avançou 0,4 ponto porcentual, para 84,5%, na prévia da Sondagem da Indústria de janeiro. Se confirmado, é o maior patamar desde janeiro de 2011. Na sondagem de dezembro, o resultado foi de 84,1%. A mesma FGV mostrou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) apontou um aumento de 0,2% em relação ao resultado de dezembro, atingindo 106,6 pontos.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por outro lado, divulgou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) deste mês ficou em 56,7 pontos. Em dezembro, estava em 57,4 pontos e, em janeiro de 2012, em 57,3 pontos. O resultado do Icei de janeiro segue abaixo da média histórica de 59,3 pontos.

Em meio a essas informações, o mercado segue de olho na inflação e na posição do BC, na ata, em relação ao comportamento dos preços. Na segunda-feira (21), comentários de uma fonte do governo que circularam nas mesas de operação, de que a equipe econômica enxerga uma trajetória de declínio da inflação em direção à meta após fevereiro, derrubaram as taxas futuras. Neste pregão, porém, o mercado se acautelou para o IPCA-15 que sai na quarta-feira, que deve mostrar aceleração ante dezembro.

No exterior, o afrouxamento da política monetária no Japão frustrou o mercado, ao passo que o índice ZEW de expectativas da Alemanha veio melhor do que o esperado. Os indicadores dos EUA foram desfavoráveis e chegaram a pressionar um pouco os índices em Nova York, que depois voltaram a registrar leves altas.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial) em dezembro e no acumulado de 2012 veio no teto das estimativas, mas o mercado deu mais peso a dois indicadores antecedentes de atividade fraca para, pelo segundo dia consecutivo, impor viés de baixa às taxas futuras de juros nesta quinta-feira.

O fluxo de veículos pesados nas estradas brasileiras com pedágio e a prévia das vendas de papelão ondulado, ambos referentes ao mês passado, mostraram que a atividade doméstica segue patinando, o que reforça o cenário de Selic estável por um período prolongado de tempo. O exterior um pouco melhor ficou em segundo plano.

##RECOMENDA##

Ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2014 (162.710 contratos) projetava taxa de 7,12%, de 7,14% no ajuste. O juro para janeiro de 2015 (291.020 contratos) indicava 7,74%, de 7,77% na véspera. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (138.000 contratos) tinha taxa de 8,53%, ante 8,56%, e o contrato para janeiro de 2021 (1.930 contratos) marcava 9,24%, de 9,25% na quarta-feira.

Entre os dados que tiraram o foco do IPCA está o Índice ABCR, calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada. O indicador mostrou que o fluxo total de veículos pelas estradas com pedágio recuou 0,8% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal. A circulação de veículos pesados teve queda ainda mais expressiva, de 3,6%.

A Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) informou que foram vendidas 252,148 mil toneladas em dezembro de 2012, volume 0,86% inferior a igual mês de 2011. Foi a primeira queda do indicador na comparação anualizada desde julho passado. Na passagem de novembro para dezembro, o indicador encolheu 13,38%.

"O mercado sabe que não haverá reversão do atual ciclo monetário com a atividade fraca. Por isso, esses indicadores ganham peso. Além disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao comentar o resultado do IPCA, voltou a falar em 'tendência declinante' de preços", afirmou um operador.

Por meio de nota, Tombini afirmou que os níveis de preços mostram resistência no curto prazo, mas "as perspectivas indicam retomada da tendência declinante" da inflação ao longo deste ano. O presidente do BC destacou que houve recuo no índice de preços em relação a 2011 e que a meta para o IPCA foi cumprida pelo nono ano consecutivo.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o IPCA de dezembro foi de 0,79%, fechando 2012 em 5,84% - ambos no teto das estimativas. Ainda no que diz respeito à inflação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que mede a inflação da cidade de São Paulo, subiu 0,86% na primeira quadrissemana do mês, acelerando ante a alta de 0,78% no fechamento de dezembro e ficando acima do teto do intervalo das estimativas (0,85%).

Os investidores em juros, aparentemente, ficaram desconfortáveis com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Banco Central e puxaram as taxas futuras de juros para cima nesta quinta-feira. A leitura é que a autoridade monetária se mostrou otimista com a inflação, diante do atual cenário de pressões de preços e do quadro fiscal do governo, que segue com desonerações e política expansionista.

O relatório do BC reforçou que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo "suficientemente prolongado" é a "estratégia mais adequada" para garantir a convergência da inflação ao centro da meta, de 4,5%, afastando a ideia de ajuste da Selic.

##RECOMENDA##

Ao término da negociação normal na BM&F, o juro do contrato para janeiro de 2014 (317.625 contratos) estava na máxima de 7,14%, de 7,08% no ajuste, enquanto o DI para janeiro de 2015 (229.300 contratos) indicava 7,82%, também na máxima, de 7,69% na quarta-feira. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (146.600 contratos) apontava máxima de 8,60%, de 8,50% na véspera, e o contrato para janeiro de 2021 (5.885 contratos) tinha taxa máxima de 9,30%, ante 9,20% no ajuste.

"O relatório deixou incertezas e o resultado é alta das taxas. O documento me pareceu muito passivo para o cenário atual de pressões inflacionárias. Além disso, haverá reajuste dos combustíveis em 2013, o que não foi considerado", afirmou o sócio gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.

No documento, o BC aumentou a projeção de inflação para este ano, mas diminuiu a estimativa para 2013. Ambas ficaram acima do centro da meta. Para 2012, a previsão é inflação de 5,7%, uma alta de 0,5 ponto porcentual em relação ao relatório anterior. A inflação passaria de 5,5% no segundo trimestre de 2013 para 4,9% no terceiro trimestre, mantendo-se ligeiramente abaixo de 5,0% em 2013 e 2014.

Para o diretor de Pesquisas para a América Latina da Nomura Securities, Tony Volpon, após o BC manter a projeção de inflação ao redor de 5% em todo o horizonte e repetir o "mantra" de "estabilidade das condições monetárias por período de tempo suficientemente prolongado", pode-se concluir que a meta de inflação no Brasil avançou 0,5 ponto porcentual ante o patamar oficial, de 4,5%.

Quanto à meta de superávit primário, o BC segue com o cumprimento integral de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 e 2014. "Mas, com as desonerações que o governo tem concedido, não vamos atingir a meta", projetou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, que prevê superávits primários de 2,3% em 2013 e de 2,7% em 2014.

O câmbio foi outro fator considerado pelo mercado. O BC usou uma taxa de R$ 2,05 em seu cenário de referência. Na visão dos agentes, o recado é que é impossível segurar a Selic no atual patamar, se a taxa de câmbio subir. "O dólar deve mesmo ser usado como fator auxiliar no controle da inflação", afirmou um profissional da área de renda fixa.

Em relação às perspectivas de crescimento, o BC estima que o PIB crescerá 1% em 2012. Para o ano que vem, em 12 meses até setembro, a estimativa é crescimento de 3,3%.

No exterior, os mercados continuam sob o impasse para a resolução do abismo fiscal dos Estados Unidos. A cautela prevalece. O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, afirmou que os democratas deveriam dizer o que aceitam, e não o que não aceitam. Afirmou também que o plano do presidente norte-americano, Barack Obama, é levar os EUA lentamente ao abismo fiscal.

O Banco Central da África do Sul decidiu hoje manter sua taxa básica de juro em 5% e reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano para 2,5%, de 2,6% anteriormente.

Em julho, o BC sul-africano reduziu a taxa em meio ponto porcentual, para os atuais 5%, numa tentativa de conter a tendência de desaceleração da economia local. Foi a primeira redução de juros no país desde novembro de 2010. As informações são da Dow Jones.

##RECOMENDA##

O Banco do México anunciou que manteve sua taxa básica de juros em 4,5%, como esperado pelo mercado, afirmando que não há pressões generalizadas sobre os preços para um aumento dos juros.

Apesar disso, o banco central mexicano afirmou que "em breve" podem ser necessárias elevações na taxa, caso haja persistência nas altas de preços, mesmo que elas sejam consideradas temporárias e provocadas por um choque nos preços agrícolas.

##RECOMENDA##

A recente aceleração da inflação anual, que atualmente é a mais alta dos últimos 2 anos e meio, levou o banco central a adotar o tom mais duro desde que a alta generalizada dos preços começou a avançar, cinco meses atrás.

A inflação anual permaneceu em 4,64% anuais na primeira metade de outubro, com um leve queda em relação ao final de setembro, mas ainda acima de meta de 3%, com tolerância de um ponto porcentual para mais ou para menos. As informações são da Dow Jones.

O banco central da Polônia frustrou as expectativas do mercado e decidiu hoje manter suas taxas de juros inalteradas, ignorando apelos para que reduzisse as taxas diante da desaceleração econômica do país.

O conselho de política monetária do BC polonês manteve a taxa de intervenção de sete dias em 4,75%, a taxa de redesconto em 5,0% e a taxa Lombard em 3,25%.

##RECOMENDA##

Apenas quatro de 20 economistas pesquisados pela Dow Jones previam manutenção das taxas. Os 16 demais esperavam redução de juros. As informações são da Dow Jones.

O banco central da Rússia surpreendeu e elevou hoje sua taxa básica de juros, citando a alta nos preços e as expectativas de uma aceleração na inflação. A taxa de refinanciamento foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 8,25%, no primeiro aperto desde abril de 2011.

A taxa de recompra no overnight também foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 5,5%. E a taxa de depósito overnight subiu 0,25 ponto porcentual, para 4,25%. Todas as mudanças entram em vigor amanhã.

##RECOMENDA##

Segundo o Banco da Rússia, a inflação em agosto e no começo de setembro superou "as metas de médio prazo". "As mudanças observadas nos mercados de alimentos no mundo e na Rússia, levando em conta o retorno de grandes safras neste ano, são uma fonte significativa de riscos inflacionários", disse o banco central em comunicado.

A meta do banco central russo para a inflação este ano é de 5% a 6%. No dia 10 de setembro, a instituição disse que a taxa anual de inflação atingiu 6,3%. Já o Ministério de Economia russo estima que a inflação vai encerrar 2012 a 7%. As informações são da Dow Jones.

Desde 2001, a economia brasileira passou por solavancos como o estouro da bolha das empresas pontocom e a recessão de 2009 causada pela crise financeira internacional. Na política, foram três diferentes presidentes da República desde então e cada um deles nomeou novos titulares para o Ministério da Fazenda e para o Banco Central (BC).

Foi criado o crédito consignado e o País quitou a dívida externa. Mas, em nenhum momento, a taxa média de juro paga pelas pessoas físicas em empréstimos bancários ficou abaixo de 39%.

##RECOMENDA##

Outros números da economia variaram bastante desde então. A taxa básica de juros subiu a 26,5% e caiu à mínima recorde de 8,75%. A inflação brasileira, que fechou o ano passado em 6,5%, subiu a 12,53%, em 2002. A inadimplência das pessoas físicas bateu em 15,9%,antes de se reduzir a 5,7%. Nenhum desses fatores parece ter relação com o custo do dinheiro para o cidadão, segundo levantamento feito pelo Estado, corroborado por economistas.

Os dados sugerem que a taxa média de juros segue uma lógica própria e permite concluir que o corte da taxa básica de juros (Selic) a 9%, como indicado pelo BC, não significa necessariamente que o consumidor brasileiro conseguirá pagar "taxas internacionais" ao se endividar no banco, como defendeu a presidente Dilma Rousseff durante sua visita à Alemanha, no mês passado.

Para o professor de economia Newton Marques, do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília e servidor aposentado do BC, a forte concentração das operações nas mãos de poucas instituições financeiras dificulta ações nesta área. "É um oligopólio em que três ou quatro bancos determinam a taxa de mercado. O governo nunca conseguiu fazer nenhum tipo de intervenção nessa área", disse Marques.

Oligopólio

Os maiores bancos privados exercem um oligopólio de fato, mas isso não explica por si só por que o dinheiro emprestado pelos bancos é tão caro, questiona José Ricardo da Costa e Silva, professor de economia da escola de negócios Ibmec. "A taxa de juros para pessoa física vem caindo, mas devagarzinho porque há constrangimentos. Ainda há muita volatilidade, o compulsório caiu durante a crise, mas voltou a subir e hoje continua sendo o maior do mundo", avaliou. "Temos um histórico de inflação alta e um sistema de crédito que ainda é muito acanhado em relação ao resto do mundo, o que faz com que o custo operacional seja muito alto."

A mesma estrutura de custos, no entanto, não se repete nas cooperativas de crédito, que, segundo o BC, conseguem oferecer taxas de juros "significativamente menores" que os bancos privados.

"As cooperativas não precisam adotar essas taxas malucas do mercado só para dar lucro aos acionistas", afirmou Luiz Eduardo de Paiva, presidente da Associação Nacional das Cooperativas de Crédito (ANCC). "Temos uma estrutura mais enxuta, não precisamos de agência luxuosa para trabalhar direitinho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de a inflação de 2011 finalmente não ter estourado o intervalo da meta perseguida pelo Banco Central (BC), com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficando exatamente no teto de 6,5%, o mercado futuro de juros projeta hoje queda menor da Selic do que há pouco mais de um mês. No momento, a indicação é de que a taxa básica não chegará a um dígito este ano, como se apostava até recentemente.

Por trás das apostas mais cautelosas quanto aos juros estão o Relatório de Inflação (RI) de dezembro, que indicou inflação em alta em 2013 com a trajetória da Selic (a taxa básica de juros da economia) prevista pelo mercado e a situação internacional ligeiramente menos negativa. Quando inesperadamente iniciou os cortes da Selic no fim de agosto, baixando a taxa básica de 12,5% para 12% ao ano, o BC apontou, como uma das razões da sua decisão, a piora do cenário externo e seus efeitos no Brasil. Desta forma, melhoras na economia global indicam queda menor da Selic em 2012 e vice-versa.

##RECOMENDA##

Após o corte de agosto, tanto os economistas de mercado, que fazem previsões baseadas em modelos, indicadores e julgamentos qualitativos, quanto os juros do mercado futuro indicaram quedas da Selic em 2012 progressivamente maiores. No auge desse movimento, no fim de novembro, os juros futuros chegaram a indicar uma Selic mínima abaixo de 9,5% ainda no primeiro semestre de 2012. Agora, apontam que o mínimo a ser atingido em 2012 está ligeiramente acima de 10%.

"Há um conjunto de fatores indicando que há uma probabilidade cada vez maior de que o BC pare de reduzir a Selic antes do 9,5%, que era a nossa previsão anterior - hoje, eu acho algo mais provável que pare em 10% ou 10,5%", diz José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora de recursos Opus, no Rio.

O RI, um detalhado documento trimestral do BC de análises e projeções, apontou em dezembro que o IPCA no "cenário referencial" ficaria em 4,7% em 2012 e 2013, ligeiramente acima do centro da meta de 4,5%. O cenário referencial pressupõe que a Selic e a taxa do câmbio perdurem indefinidamente - isso quer dizer, no RI de dezembro, juro básico de 11% e dólar a R$ 1,80. Mas o que chamou a atenção dos analistas, no RI de dezembro, foi o chamado "cenário de mercado". Nesse caso, as projeções de câmbio e juros são exatamente a média (mais precisamente, a mediana) das projeções do mercado coletadas pelo BC. Assim, as previsões eram de que, em 2012, a Selic cairia a 9,5% e o câmbio se valorizaria para R$ 1,75. Dessa forma, o IPCA ficaria em 4,8% em 2012 e subiria para 5,3% em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central da Suécia (Riksbank, em inglês) cortou a sua principal taxa de juros para 1,75%, de 2,0%, devido à piora da perspectiva para a Europa, o mercado mais importante para o país que é dependente das exportações. O movimento surpreendeu os economistas entrevistados pela Dow Jones, que esperavam que a autoridade monetária manteria a taxa inalterada.

O Riksbank também revisou em baixa as previsões para taxa repo. O banco centrou disse que agora prevê que a taxa ficará numa média de 1,7% em 2012, ante a projeção de 2,2% reportada em outubro.

##RECOMENDA##

O banco reduziu sua previsão para o crescimento econômico da Suécia no ano que vem para 1,3%, de 1,5% previsto anteriormente. As informações são da Dow Jones.

As recentes medidas do governo de estímulo ao consumo podem levar a um "reaquecimento forçado" na economia em 2012. Isso, na prática, deve obrigar o governo a elevar novamente a taxa básica de juros (Selic) a partir do segundo semestre do ano que vem, para conter o avanço da inflação de demanda, na análise do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

Ele lembrou que o ano de 2012 já contava com perspectivas de pressões inflacionárias expressivas, como elevação do poder aquisitivo dos consumidores de baixa renda, por conta do reajuste de 14% no salário mínimo; e a inércia inflacionária de aumentos sucessivos nos preços de serviços - que, até outubro, acumulam alta em torno de 9% em 12 meses. Mas as medidas de isenção tributária para bens duráveis, como automóveis e geladeiras, aliada à continuidade de queda nos juros básicos, impulsionarão ainda mais o consumo no ano que vem.

##RECOMENDA##

Nesse cenário, a intenção do governo de convergência para o centro da meta inflacionária em 2012 (de 4,5%) torna-se praticamente impossível, na avaliação do especialista, que não descarta IPCA de 6% para 2012. Em 2011, o indicador, usado como referência pela União para o cálculo de meta, deve superar levemente o teto desta (6,5%), e atingir 6,53% ao ano, com alta de 0,53% em dezembro, nas estimativas de Quadros.

O especialista levantou dúvidas em relação à probabilidade de ocorrência do cenário do Banco Central (BC) para 2012, com ajuste moderado na Selic; superávit fiscal de 3,1%; e contribuição deflacionária expressiva do ambiente externo ainda em crise. Estes fatores, em tese, deveriam conduzir a uma inflação de 4,5% em 2012 no mercado doméstico. "Neste cenário do BC, muitas hipóteses precisam se concretizar, e são hipóteses difíceis. O centro da meta não vai ser atingido em 2012. Talvez em 2013", acrescentou.

Quadros participou hoje de seminário sobre conjuntura macroeconômica promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). No mesmo evento, o economista André Braz defendeu menor espaço de tempo entre as divulgações da Pesquisa de Orçamento Familiares (POF), do IBGE. Este levantamento é usado para atualizar ponderações de produtos pesquisados pelo IPCA. A mais recente refere-se ao período de 2008-2009, divulgada no ano passado - mas a anterior teve como referência os anos de 2002-2003. Segundo ele, caso a atualização das ponderações já tivesse sido realizada, o IPCA em 12 meses até outubro teria subido 6,43% e não 6,97%. "Ou seja, talvez não precisássemos discutir hoje se o teto da meta seria estourado ou não em 2011", acrescentou o economista.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje, por unanimidade, cortar a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual para 11% ao ano. Com isso, manteve o ritmo de queda do juro básico da economia iniciado em agosto, quando a taxa havia sido reduzida em 0,5 ponto porcentual.

A decisão de hoje ficou em linha com a previsão da maior parte dos analistas financeiros. De acordo com levantamento do AE Projeções, serviço da Agência Estado, de 71 instituições financeiras consultadas, 70 esperavam uma queda de 0,5 ponto porcentual, e uma apostava em corte de 1 ponto porcentual.

##RECOMENDA##

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de janeiro. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 8 de dezembro.

O dólar no mercado brasileiro voltou a exibir forte oscilação e no final, a exemplo de ontem, prevaleceu a demanda defensiva que amparou a subida das cotações pelo segundo dia seguido. O diferencial hoje é que a alta foi acompanhada de um aumento dos negócios. Os agentes financeiros locais e estrangeiros venderam ações e compraram dólares, sustentando o fluxo financeiro negativo, estimulados pela dúvida dos investidores sobre a realização da cúpula da União Europeia no domingo e a eficácia do plano de resgate europeu em elaboração.

Adicionalmente, a queda de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 11,5% ao ano, ontem corroborou as expectativas da maioria no mercado e também alimentou a esperança de cortes adicionais do juro básico, o que em tese abriria espaço para a alta do dólar. Isso foi precificado hoje, disse um operador de tesouraria de um banco local.

##RECOMENDA##

Nesse contexto, o dólar à vista terminou em alta de 1,07%, a R$ 1,7930, no maior valor desde 5 de outubro, quando encerrou em R$ 1,8360. Na sessão, caiu até a mínima pela manhã de R$ 1,7640 (-0,56%) e avançou à tarde até a máxima de R$ 1,8020 (+1,58%). Na BM&F, o dólar pronto teve ganho de 0,77%, para R$ 1,7848. O giro financeiro na clearing de câmbio até 16h50 somava US$ 1,618 bilhão, dos quais US$ 1,562 bilhão em D+2.

No mercado futuro, nesse horário, o dólar novembro de 2011 avançava 0,81%, a R$ 1,7940, e já contabilizava um volume financeiro de US$ 16,954 bilhões ou 17% superior ao registrado no dia anterior. Durante a sessão, a mínima desse vencimento de dólar foi de R$ 1,7695 (-0,56%) e a máxima de R$ 1,8140 (+1,94%).

A desconfiança nos mercados em torno da reunião de cúpula europeia levou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a reafirmar à tarde que estão planejando um plano abrangente para solucionar a crise da dívida na zona do euro. Essa proposta deve ser avaliada no domingo pelos líderes da região e aprovada em uma segunda reunião da cúpula da União Europeia, marcada para a próxima quarta-feira, segundo disseram os líderes em comunicado conjunto.

O plano em debate inclui medidas para reforçar os bancos europeus e também o fundo de resgate de países endividados. O texto sugere que faltam aos líderes europeus um consenso sobre como conter a crise da dívida da Grécia e alavancar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês).

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje, por unanimidade, cortar a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual para 11,5% ao ano. Com isso, acelerou o ritmo de queda do juro básico da economia iniciado em agosto, quando a taxa havia sido reduzida em 0,50 ponto porcentual.

A decisão de hoje ficou em linha com a previsão da maior parte dos analistas financeiros. De acordo com levantamento do AE Projeções, serviço da Agência Estado, de 74 instituições financeiras consultadas, 69 esperavam uma queda de 0,50 ponto porcentual, quatro apostavam em corte de 0,75 ponto porcentual e apenas uma casa trabalhava com a expectativa de uma redução de 0,25 ponto porcentual.

##RECOMENDA##

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 29 e 30 de novembro. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 27 de outubro.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando