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O presidente argentino, Mauricio Macri, estará no Maracanã para a abertura dos Jogos Olímpicos, no Rio, dia 5 de agosto. Será sua primeira visita ao Brasil no comando da Casa Rosada. Ele esteve no início de dezembro em Brasília, onde encontrou-se com Dilma Rousseff após vencer a eleição contra o kirchnerista Daniel Scioli. O argentino ainda não falou pessoalmente com o presidente interino, Michel Temer.

Sua equipe havia programado uma visita oficial para março ou abril, mas a instabilidade política brasileira fez com que cancelasse seus planos. Macri deve usar a viagem ao Brasil para fazer contatos breves com chefes de Estados que também confirmaram presença na competição. Ele será acompanhado pelos secretário de Assuntos Estratégicos, Fulvio Pompeo.

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Alguns líderes devem aproveitar a passagem pelo Brasil para também viajar à Argentina. Entre eles estão o secretários de Estado americano, John Kerry, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. A chanceler argentina, Susana Malcorra, pretende substituir o sul-coreano a partir de janeiro nas Nações Unidas e a passagem dele por Buenos Aires é interpretada pela chancelaria argentina como um sinal positivo para a candidatura.

O presidente em exercício, Michel Temer, poderá ir à Argentina em outubro para participar de encontro com o presidente do país vizinho, Mauricio Macri, afirmou nesta quarta-feira, 20, o empresário João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. Para que a previsão seja cumprida, entretanto, é preciso que o Senado confirme o impeachment de Dilma Rousseff, em votação a ser realizada no final de agosto.

A reunião entre Temer e Macri seria parte de um evento organizado na Argentina pelo grupo de empresários Lide, comandado por João Doria.

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"Esperamos que, até lá, Temer já seja o presidente em definitivo", disse Doria, durante a realização da sexta edição do Fórum Nacional do Esporte, também organizado pelo grupo Lide, em São Paulo. Segundo a assessoria de comunicação do grupo Doria, a ideia do encontro é reforçar laços entre empresários e governos dos dois países.

Em junho, já sob a gestão Temer, os dois governos renovaram acordo automotivo por mais quatro anos, até 2020, após negociação iniciada durante o governo de Dilma Rousseff. Ficou estabelecido que, para cada dólar que a Argentina exporta ao Brasil, sem incidência de impostos, poderá importar 1,5 dólar em produtos brasileiros, no período que compreende junho de 2015 a junho de 2020. A ideia é que, depois disso, o livre comércio seja firmado entre os dois lados.

O presidente da Argentina, Maurício Macri, fez a sua primeira viagem oficial às instituições da União Europeia (UE) em 20 anos e cobrou os europeus para que avancem "com pressa" na formulação de um acordo comercial com o Mercosul. Mas se deparou com autoridades europeias pressionadas a suspender o processo negociador e a falta de interesse por parte dos países do bloco.

Nesta segunda-feira, 4, o presidente argentino desembarcou em Bruxelas para uma série de encontros com as autoridades do bloco europeu, colocando oficialmente fim a um congelamento nas relações estabelecidos por Cristina Kirchner. O argentino fez questão de apontar que seu governo, ao contrário do anterior, quer um acordo de livre-comércio.

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A UE ainda tenta absorver o impacto do voto pela saída do Reino Unido e que é alvo de pressões para suspender as negociações com o Mercosul. "A velocidade da integração entre o Mercosul e a UE depende da decisão dos países europeus", disse.

Num gesto para marcar a reaproximação, Buenos Aires assinou três acordos com a UE, envolvendo intercâmbio de diplomatas, energia e macroeconomia. Além disso, debateram propostas para que os argentinos recebam parte de refugiados sírios hoje na UE e mesmo em operações de paz. Outro ponto do debate foi a participação do Banco de Investimentos Europeu em obras na Argentina, algo que não ocorria há mais de dez anos.

"Estamos tomando passos concretos para estabelecer a cooperação", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Morgherini. "Essa é a primeira visita em 20 anos e estamos buscando formas de encontrar um caminho adiante", disse.

Ela destacou o relançamento em maio das negociações com o Mercosul, paralisadas por dez anos e indicou que, em outubro, os diplomatas e técnicos vão se reunir para debater as propostas. Mas ela admite que a troca de ofertas de liberalização que ocorreu em maio é apenas "um passo inicial", num alerta camuflado de que o Mercosul terá de oferecer maior abertura no setor industrial.

A chanceler argentina, Susana Malcorra, também destacou que ambos os lados terão de "pressionar por um acordo final". "Sabemos que essa é apenas uma proposta inicial", disse, também sugerindo que o Mercosul não ficará satisfeito com o que há sobre a mesa em relação à abertura agrícola. "Isso vai nos exigir mais trabalho e investimento", disse.

Prioridades

Apesar dos discursos positivos, o Mercosul não faz parte das prioridades da UE até o fim do ano, numa agenda que neste ano é estabelecida pelo governo da Eslováquia. O país do Leste Europeu assumiu neste mês a presidência do bloco europeu até 1 de janeiro de 2017. Apesar de a negociação com o Mercosul ter sido relançada no final de maio, o bloco sul-americano não é citado no documento de trabalho dos eslovacos.

As negociações entre os dois blocos foram lançadas em 1999 e, em 2004, foram suspensas por falta de um acordo. Mais de dez anos depois, um entendimento relançou o processo em maio e, hoje, quem se responsabiliza pelo assunto é o departamento de comércio da Comissão Europeia. Ainda assim, a presidência rotativa do bloco tem como função estabelecer as prioridades. Segundo o programa obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, porém, os principais objetivos comerciais não citam o Mercosul.

Provável futuro presidente da Argentina na ficção, o ator Ricardo Darín, de 59, disse nesta terça-feira (21) que seu país pode sair até o fim do ano do momento "muito crítico" em que se encontra, "se a economia acompanhar".

Em entrevista à AFP em Paris, Darín falou sobre o filme "Truman", ganhador de vários prêmios Goya e que estreia em julho na França.

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Também falou de seu novo filme - "Nieve Negra", drama familiar de Martín Horada que chega às telonas em setembro - e de um projeto: "La cordillera", de Santiago Mitre, no qual deve encarnar o presidente da Argentina.

O longa poderá começar a ser rodado este ano, na Cordilheira dos Andes, comentou o ator, esclarecendo: "ainda não estou certo".

"Me propuseram ser o presidente da Argentina, me parece divertido", comentou.

O roteiro se concentra em uma cúpula de presidentes latino-americanos que tratam de um projeto regional sobre petróleo.

"A história vai pelo lado dos bastidores do poder", contou Darín, acrescentando que mostra "as inter-relações de como são as delegações e de como se tratam entre elas".

Há presidentes de Brasil, Venezuela, México, Chile, Bolívia e Uruguai. E, entre eles, várias chefes de Estado. Qualquer semelhança com a realidade, porém, é mera coincidência.

"É ficção pura: o presidente da Argentina não é baseado em nenhum em especial", garante o ator.

Política real

Na conversa com a AFP, Darín respondeu a perguntas sobre a situação do país, após seis meses de governo do liberal Mauricio Macri.

"Há indícios de coisas que estão funcionando melhor. Sobretudo em relação à justiça. Sendo sincero sobre qual é a realidade da Argentina hoje", disse.

Segundo o ator de "Nove rainhas" (2001), "havia muitas coisas subvencionadas, e isso gerou esse momento, em que há um aumento de tarifas e uma grande sensação de desconforto social, como é lógico. É um momento muito crítico".

"Se a economia acompanhar, é provável que, no fim deste ano, as coisas fiquem um pouco melhor", afirmou.

"Tento ser positivo e compreender que há mudanças, e as mudanças às vezes podem ser dolorosas. Se propuserem um plano de um futuro melhor, espero que fique bem, mas não ao custo de que a parte mais desfavorecida da população tenha de pagar esse preço", ressaltou.

Sobre os escândalos de corrupção da administração peronista anterior, Darín opinou que "é um problema global".

"Mas quando se transforma em algo mais do que isso, quando há estruturas de poder que permitem isso, aí se transforma em uma situação muito perversa e muito difícil de controlar. Uma das propostas dessa nova administração é exatamente essa: tentar deter os fluxos de corrupção, embora se veja corrupção por todos os lados", observou.

Vida e morte

Darín participou, em Paris, do ciclo de cinema "Diferent 9! El otro cine español", que apresentou "Truman", em uma pré-estreia, e homenageou o ator.

Coprotagonizado pelo espanhol Javier Cámara, "Truman" conta, com humor e drama, a história de um ator em situação-limite e de sua relação com os demais na hora de enfrentá-la.

"Truman é uma despedida e, dentro disso, há muitas coisas, incluindo a amizade", disse à AFP o diretor e roteirista Cesc Gay.

O terceiro protagonista do filme é um velho cão bulmastife, de 80 kg, Truman, tão grande quanto manso, hoje falecido.

Segundo Darín, o filme "fala muito mais da vida do que da morte".

"Fala do direito a decidir sua própria vida, que ninguém venha dizer a você como reagir diante das coisas fortes da vida. Cada um faz o que pode. A vida em si é muito mais difícil do que a morte", filosofou.

O presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Luis Segura, enviou nesta quinta-feira uma carta à Fifa e à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) em que relata uma intervenção estatal no futebol do país. Na última segunda, o governo de Mauricio Macri colocou dois fiscais para analisar as contas da instituição e determinou o adiamento por 90 dias a eleição marcada para 30 de junho.

As duas associações podem punir o país com a desfiliação caso considerem que houve mesmo uma intervenção, mas a hipótese é considerada remota na Argentina, primeiro colocado no ranking da Fifa. Sanções semelhantes ocorreram com Benin e Kuwait no início do mês passado.

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Alguns dirigentes da AFA reagiram à ação do governo Macri ameaçando pedir o retorno da seleção da Copa América Centenário, nos Estados Unidos. A hipótese foi descartada na última terça-feira por Segura. A Casa Rosada rejeita o termo intervenção, por considerar que isso só ocorreria com a troca no comando da instituição. Segundo os jornais Clarín e La Nación, interlocutores de Macri consultaram a Fifa para certificar-se de que a ação na AFA não acarretaria sanção.

Um dos favoritos para vencer a eleição na AFA é o presidente do Independiente, Hugo Moyano, sindicalista mais influente do país. Aliado de Macri na eleição para a Casa Rosada no ano passado, Moyano não teve seu apoio retribuído pelo chefe de Estado, ex-presidente do Boca Juniors. Seu rival mais forte, o apresentador de TV Marcelo Tinelli, dirigente do San Lorenzo, desistiu de participar da eleição nesta quinta-feira. A hipótese de Tinelli comandar uma liga nos moldes da espanhola e Moyano assumir a AFA, com controle sobre a seleção, foi vetada pelo presidente do Boca, Daniel Angelici, afilhado político de Macri.

A eleição para a AFA deveria ter ocorrido em 3 de dezembro do ano passado. Os candidatos eram Tinelli e Segura, herdeiro político de Julio Grondona, que morreu em 2014 em meio a investigações de corrupção. Em uma votação com 75 dirigentes, houve empate de 38 a 38. O escândalo aumentou a pressão por mudança no controle da instituição.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, começa nesta segunda-feira, 23, a debater a formação de uma dobradinha com a Argentina para tentar destravar transações comerciais dentro e fora do Mercosul. A avaliação no Planalto e no Itamaraty é de que o atual governo do país vizinho está disposto a fechar mais acordos para aumentar suas exportações, o que coincide com os objetivos do Brasil.

"Espero que se possa flexibilizar uma decisão, nascida de um acordo de ministros, que qualquer acordo bilateral tem de ser necessariamente referendado pelos demais (países do Mercosul)", afirmou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que estará na delegação. "Isso é uma limitação séria à autonomia do Brasil." Ele disse imaginar que esse ponto será tratado por Serra na conversa com a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra.

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"Será feita uma atualização da relação Brasil-Argentina, aproveitando a grande oportunidade que, pela primeira vez, os dois países acertaram o passo", disse o embaixador Sérgio Amaral, que tem atuado como um dos principais conselheiros de Serra desde que ele foi convidado para assumir o Itamaraty. "Não vai mais ter uma simpatia tão grande com o mundo bolivariano." Isso passa, segundo ele, pela eliminação progressiva das restrições às negociações comerciais do Mercosul com outros mercados.

Essa estratégia foi acertada em conversas de Serra com o presidente em exercício Michel Temer, numa nova dinâmica da política externa brasileira. O discurso de posse do ministro, as notas em que foram rebatidas as críticas dos países "bolivarianos" ao afastamento da presidente Dilma Rousseff e, agora, a nova estratégia comercial, foram discutidos pela dupla.

É uma forma diferente da vista nos governos do PT sob a influência do então assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia. Na época, isso gerou avaliações de que havia uma política externa bicéfala.

O interesse de Serra pela política externa é antigo. Seus interlocutores vão desde o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que já chefiou o Itamaraty, até diplomatas, políticos e pessoas com perfil mais técnico, como o ex-secretário da Câmara de Comércio Exterior Roberto Giannetti da Fonseca.

Protesto

Em sua primeira viagem oficial no comando do Itamaraty, o chanceler brasileiro chegou ontem à noite a Buenos Aires. Sua comitiva foi recebida com um protesto ao chegar na Embaixada do Brasil, por volta de 20h.

Um grupo de 35 manifestantes contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff atirou bolinhas de papel jornal nos três veículos oficiais que chegaram à embaixada brasileira.

O ato fazia referência a um episódio da campanha presidencial de 2010, quando em outubro o então candidato tucano relatou uma agressão após ser atingido por uma bola de papel na cabeça durante uma caminhada no Rio de Janeiro.

Os manifestantes também chamaram o ministro de golpista e colaram na região cartazes com o rosto dele sobre a inscrição "procurado".

Macri

Além de ser recebido por Susana Malcorra, o chanceler brasileiro vai se encontrar também com o ministro da Fazenda da Argentina, Alfonso Prat-Gay, e fará uma visita de cortesia ao presidente Mauricio Macri.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente argentino, Mauricio Macri, sofreu nesta quinta-feira (18) sua primeira derrota legislativa, após a aprovação da lei antidemissão promovida pela oposição, à qual se opôs abertamente e cujo veto está previsto para as próximas horas.

A Câmara dos Deputados aprovou no início da manhã desta quinta-feira, após uma maratona de debates, o projeto que já havia sido sancionado no Senado em 27 de abril. A iniciativa lançada pela oposição kirchnerista com o apoio sindical tornou-se lei com 145 votos a favor, 3 contra e 90 abstenções.

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O projeto de lei propõe declarar emergência ocupacional durante seis meses, período durante o qual um trabalhador demitido sem justa causa poderá solicitar sua reintegração imediata ou receber uma dupla indenização.

Segundo a imprensa, a abstenção dos deputados da aliança governante de centro-direita foi crucial para a aprovação da lei, que concentrou a atenção da opinião pública nas últimas semanas. Desta forma, Macri tentará colocar um fim ao debate por meio de seu veto, em uma tentativa de limitar os desgastes políticos.

A iniciativa foi promovida pela kirchnerista Frente para a Vitória (peronista de centro-esquerda) e contou, no último minuto, com o apoio da Frente para a Renovação (peronista de centro-direita), liderada pelo ex-candidato presidencial Sergio Massa.

O governo Macri implementou uma série de medidas nas últimas semanas para impedir a adoção da regra com o argumento de que a lei é "desnecessária". E nas últimas horas de quarta-feira confirmou que se oporia à promulgação desta ferramenta legal.

"Temos sido coerentes e, é claro, nós não acreditamos que esta ferramenta legal ajudará os trabalhadores", declarou o chefe de gabinete de Maurício Macri, Marcos Peña, sobre o projeto.

Este é o primeiro revés político para Macri depois de sua posse em 10 de dezembro. Pouco depois, em março, ele conseguiu, contra todas as probabilidades, que a maioria da oposição no Congresso aprovasse a lei para emitir um pagamento milionário aos 'holdouts', os fundos abutres, com os quais a Argentina estava em litígio há 15 anos nos Estados Unidos.

O Congresso não poderá forçar o presidente a reverter o veto, porque a oposição não conta com os dois terços necessários para tal manobra na Câmara dos Deputados.

A lei é apoiada pelos cinco maiores sindicatos o país, que denunciam as cerca de 155.000 demissões desde que Macri se tornou presidente, em um quadro de deterioração social, com um aumento da pobreza que atinge 34,5% da população, de acordo com um estudo da Universidade Católica.

"Seria um erro político grave que Mauricio Macri vete esta lei. Desta forma, ele estará ignorando o setor trabalhista e uma situação criada por eles próprios, no poder, pelos ajustes", afirmou o deputado Jorge Taboada, da Frente para a Renovação (oposição peronista ao governo e ao kirchnerismo).

Alguns líderes sindicais advertiram que se Macri vetar a lei vão convocar uma greve geral.

O presidente dos EUA, Barack Obama, comentou em entrevista à imprensa em Buenos Aires a crise política e econômica no Brasil. "Esperamos que o Brasil possa resolver sua crise política de maneira eficaz", disse o presidente norte-americano.

"Estamos convencidos de que o Brasil vai sair fortalecido dessa crise e esperamos que seja o mais rapidamente possível", declarou o presidente da Argentina, Maurício Macri.

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As declarações dos dois presidentes também trataram dos atentados terroristas em Bruxelas e da ditadura argentina, entre outros assuntos. Fonte: Associated Press.

O presidente americano, Barack Obama, chegou com a família à 1h10 desta quarta-feira (23), ao Aeroporto de Ezeiza, a 37 quilômetros de Buenos Aires. Vindo de Cuba, ele foi recebido pela chanceler argentina, Susana Malcorra, e pelo embaixador americano, Noah Memet. Nos dois dias que passará na Argentina, ele respaldará a política econômica e externa de Mauricio Macri, a quem acompanhará numa homenagem a vítimas da última ditadura (1976-1983) nesta quinta-feira (24), quando o golpe militar completa 40 anos.

O líder norte-americano, que será alvo de protestos em razão da ajuda americana aos militares, traz o compromisso de abrir documentos secretos do período de exceção. Grupos de defesa de direitos humanos esperam contar com dados da CIA, do FBI e dos departamentos do Tesouro e de Segurança Interna para encontrar desaparecidos e seus filhos.

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Em 2000, 4.600 documentos do Departamento de Estado americano foram divulgados numa negociação entre os governos de Fernando de la Rúa e Bill Clinton. "Naquele lote, descobriu-se que Henry Kissinger tinha dito em 1976 ao almirante argentino César Guzzetti 'quanto mais rápido tenham êxito, melhor'", disse Guillermo García, então porta-voz do chanceler argentino Adalberto Rodríguez Giavarini.

Na época cogitou-se que o democrata Clinton tinha interesse em expor o apoio do republicano Kissinger ao golpe. O democrata Jimmy Carter, que governou simultaneamente ao regime argentino, é reconhecido como um dos que mais ajudou a reconstituir o período.

Obama encaixou a passagem pela Argentina após sua viagem a Cuba para apoiar Macri, com quem se reunirá na manhã desta quarta-feira. A abertura econômica e a ênfase com que o argentino pede a libertação de presos políticos na Venezuela foram elogiadas por Obama, que se referiu à antecessora, Cristina Kirchner, como antiamericana.

Obama dará uma palestra à tarde a jovens empreendedores em um centro cultural no bairro da Boca, antes de um jantar oficial. A recepção, para a qual foram convidados alguns opositores, será no Centro Cultural Kirchner. Enquanto Obama visitar na quinta-feira de manhã o Parque da Memória, monumento onde com os nomes de 10,7 mil dos 30 mil desaparecidos ou assassinados na ditadura, uma marcha na Praça de Maio repudiará o golpe e sua presença no país. Obama voa em seguida para Bariloche, onde passará o dia antes de partir para Washington.

A chanceler argentina, Susana Malcorra, disse hoje (21) que o governo Macri apoia a presidenta Dilma Rousseff e que qualquer mudança só pode ser aceita se promovida através de instituições democráticas.

Em entrevista para detalhar a agenda da visita do presidente americano Barack Obama, que chega na próxima quarta (23) à Argentina, a ministra disse que a crise política e econômica no Brasil preocupa muito, pois o país é um forte aliado. “Não só esperamos que o Brasil resolva essa crise institucional, da melhor forma possível e o mais rapidamente possível, dentro dos procedimentos da democracia. Desejamos pelos brasileiros e por nós também uma solução, porque precisamos de um sócio forte.”

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Susana Malcorra recordou que, no último fim de semana, o presidente Maurício Macri disse publicamente que apoia Dilma pois ela foi democraticamente eleita. “Como tal não pode haver nenhuma forma de mudança que não seja feita de forma através de instituições democráticas".

A chanceler afirmou que qualquer situação atípica no Brasil afeta a Argentina. “Seguimos com muita preocupação o que está acontecendo no Brasil. Temos que ser muito cuidadosos no que se diz respeito ao Brasil porque a situação do ponto de vista institucional [o país] está em um momento de grande fragilidade”, disse Susana.

Susana disse que tem mantido contatos com os ministros das Relações Exteriores do Mercosul – bloco regional integrado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O objetivo é emitir uma nota, manifestando apoio do grupo a uma solução institucional e rápida à crise brasileira. Por falta de tempo para realizar um encontro antes da visita de Obama a Argentina, Malcorra disse que os ministros estão estudando a possibilidade de fazer uma videoconferência.

A crise brasileira, disse a chanceler, tem um impacto econômico interno, mas também na Argentina: 40% do comércio internacional do país depende do Brasil, de acordo com a chanceler. "A preocupação é clara porque um país do peso, do tamanho e da importância regional que tem Brasil, seja afetado por uma crise institucional, nos afeta todos", disse Susana. "Queremos evitar uma desestabilização da região", completou.

Ainda de acordo com a ministra, a reunião de Obama e Macri tem como objetivo principal discutir a relação entre os Estados Unidos e a Argentina. Ela destacou que, no entanto, a agenda está aberta.

O complexo tema do pagamento aos fundos 'abutres' na Argentina não deixa nem os artistas indiferentes. Um grupo de famosos divulgou nesta segunda-feira um vídeo para se expressarem contra o desembolso milionário.

"Não voltemos ao fundo" é o lema defendido por alguns dos rostos mais familiares do cinema, do teatro, da televisão e da música do país em um vídeo divulgado pelas redes sociais antes do começo, na terça-feira, de uma batalha para resolver o acordo do legislativo para o pagamento milionário aos 'holdouts'.

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O roqueiro Charly García, a atriz Cecilia Roth se juntaram a Mercedes Morán, Leonardo Sbaraglia, entre outros músicos e comediantes em fotos em que demonstram sua posição contrário ao acordo proposto pelo presidente de centro-direita Mauricio Macri. O presidente alertou que, caso o acordo seja rejeitado, haverá ajustes, cortes forçados e hiperinflação.

"Divididos, seremos escravos, unidos, estou certo de que venceremos", dizem no começo do vídeo os atores Rita Cortese e Claudio Rissi.

"Doze bilhões de dólares. Doze bilhões de crianças endividadas pelos próximos 30 anos", diz uma das mensagens do vídeo.

Os opositores ao acordo argumentam que a Argentina voltará a se endividar, como na década de 1990, o que levou ao colapso do sistema financeiro em 2001 e a uma crise política e social sem precedentes.

A Argentina fechou há duas semanas com os fundos especulativos NML Capital, Aurelius e outros credores o início de um acordo para o pagamento de 4,653 bilhões de dólares em espécie, com o prazo máximo em 14 de abril. O governo precisa emitir bônus por aproximadamente 11 bilhões de dólares para cumprir o acordo, endividamento que a oposição busca limitar.

Para isso, o governo de Macri precisa derrogar duas leis que impedem o pagamento, condição imposta pelo juiz de Nova York, Thomas Griesa, para suspender ordens judiciais contra a Argentina.

No final de semana alguns parlamentares de oposição que apoiam o governo nesse caso ameaçaram em não dar quórum na terça-feira para o debate na Câmara dos deputados.

Durou 53 dias o convívio do presidente argentino, Mauricio Macri, com os quadros de Néstor Kirchner e Hugo Chávez, entre os quais sua antecessora, Cristina Kirchner, costumava discursar para jovens militantes que lotavam a Casa Rosada. As duas pinturas doadas pelo governo venezuelano foram retiradas no fim da tarde dessa segunda-feira, 1º, e levadas para o Museu do Bicentenário, nos fundos da sede presidencial.

Elas haviam sido apresentadas com pompa por Cristina em maio e instaladas em duas colunas destacadas sobre o Pátio dos Heróis Latino-Americanos, espaço em que estão as figuras de Tiradentes e Getúlio Vargas, entre outras. Néstor e Chávez emprestaram o nome a movimentos cujos seguidores começaram trocar ofensas com macristas nas redes sociais tão logo as paredes vazias ganharam as manchetes locais. Os primeiros insinuavam que Macri os substituiria por figuras da última ditadura argentina (1976-1983), enquanto os governistas celebravam o fim simbólico de uma era que associam ao autoritarismo. Segundo funcionários da Casa Rosada, as paredes ficarão vazias.

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Kirchner governou a Argentina de 2003 a 2007 e tornou-se aliado de Chávez, que comandou a Venezuela de 1999 a 2013. A posse de Macri marcou uma reviravolta na relação entre os dois países. Enquanto Cristina apoiava o governo do venezuelano Nicolás Maduro, o novo líder passou a cobrar a libertação de presos políticos e chegou a ameaçar pedir a suspensão de Caracas do Mercosul. (Rodrigo Cavalheiro)

A presidente Dilma Rousseff não chegou a Buenos Aires a tempo de assistir ao juramento e discurso de posse do novo presidente da Argentina, Maurício Macri. Dilma saiu de Brasília apenas por volta das 9h30 desta quinta-feira, 10, embora o horário previsto de embarque inicialmente fosse 9h. Seu plano era chegar às 11h15 a Buenos Aires e regressar às 15h45.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, a presidente chegou somente às 13h (horário de Brasília), quando Macri já encerrava seu discurso no Congresso Nacional argentino. Um dos motivos de atraso é que o avião presidencial precisou aguardar autorização para pouso por cerca de meia hora em Buenos Aires. Com isso, Dilma seguiu direto para a cerimônia na Casa Rosada, onde o presidente argentino vai receber os cumprimentos dos chefes de Estado.

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Macri assumiu a presidência argentina às 11h45. Sob boicote da maior parte da bancada kirchnerista, ele fez o juramento diante do Congresso e exercerá o mandato até 2019.

Mauricio Macri assumirá a presidência da Argentina nesta quinta-feira (10), em uma cerimônia atípica diante da ausência de Cristina Kirchner, que deixa o posto. A dupla manteve uma disputa sobre como deveria ser a troca de poder. Ontem, Cristina fez seu último discurso no cargo.

Pela primeira vez desde o retorno à democracia em 1983, um presidente prestes a deixar o cargo não entregará a seu sucessor os objetos que sinalizam o comando do país, o bastão e a faixa presidencial. O bloque de deputados ligado a Cristina, por sua vez, anunciou que não participará da cerimônia de posse no Congresso.

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Cristina rechaçou a proposta de Macri de receber o bastão e a faixa na Casa Rosada, como é tradicional desde 1868, salvo algumas exceções, e não no Congresso, como desejava a presidente. A Constituição estabelece que, ao tomar posse, o presidente e o vice devem prestar juramento "ante o Congresso reunido em Assembleia", mas não especifica onde deve ocorrer a entrega dos itens presidenciais.

A presidente que deixa o posto decidiu nem participar da cerimônia no Parlamento, em rechaço à decisão de Macri de acionar a Justiça para resolver a disputa sobre o cerimonial. Uma juíza determinou que o mandato da dirigente peronista terminava à meia-noite de 9 de dezembro, em resposta a uma medida cautelar para que ela se veja impedida de tomar qualquer decisão desde o primeiro minuto de 10 de dezembro.

O presidente provisório do Senado, Federico Pinedo, da coalizão de Macri, exercerá o poder até que o presidente eleito assuma, ao meio-dia (hora local, 13h de Brasília). Pinedo será, portanto, o responsável por passar o bastão e a faixa presidencial na Casa Rosada.

Macri interrompe 12 anos seguidos de kirchnerismo, movimento de centro-esquerda criado no seio do peronismo por Cristina (2007-2015) e seu marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007). O período se caracterizou por um exercício de poder personalista, forte intervenção estatal na economia e a implementação de programas sociais abrangentes.

Um tecnocrata conservador que presidiu o time de futebol Boca Juniors, Macri deixará seu cargo de prefeito de Buenos Aires também nesta quinta-feira. O novo presidente terá desafios, como uma inflação de ao menos 27% no ano, segundo economistas privados, restrições à compra de dólares, estagnação econômica, déficit fiscal superior a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e o litígio em Nova York com os chamados "fundos abutre", investidores norte-americanos que acionaram o país na Justiça cobrando títulos da dívida não saldados.

DISCURSO - A presidente realizou um discurso na noite desta quarta-feira, falando a dezenas de milhares de pessoas que se reuniram na Plaza de Mayo para se despedir dela. Cristina defendeu suas ações no poder, além de atacar o próximo governo.

A líder brincou com a decisão judicial segundo a qual após a meia-noite ela não teria mais poder. "Eu não posso falar muito porque depois da meia-noite vou virar uma abóbora", comentou. Segundo ela, há "uma agenda de fora sendo imposta sobre a região", em aparente referência aos Estados Unidos e a outros países que ela vê como inimigos da Argentina. Durante seus mandatos, Cristina frequentemente acusou outros países de intervir nos assuntos da América do Sul, em geral sem dar detalhes. Fonte: Associated Press.

A presidente Dilma Rousseff telefonou no fim da manhã desta segunda-feira (23) para cumprimentar o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, e o convidou a vir ao Brasil antes mesmo de tomar posse, no dia 10 de dezembro.

Devido ao curto espaço de tempo, Macri não confirmou a visita, mas garantiu à presidente que irá fazer a sua primeira viagem internacional ao País. Dilma, por sua vez, também deve comparecer à cerimônia de posse do conservador, em Buenos Aires.

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De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), em uma rápida conversa, que durou menos de dez minutos, Macri agradeceu o telefonema e disse que quer manter "uma relação fluida e dinâmica" com o Brasil. Ele também afirmou que quer dar "nova vitalidade" ao Mercosul.

Prefeito da capital argentina, Macri foi eleito neste domingo, em segundo turno, pondo fim a 12 anos de kirchnerismo no país. Ele não era o candidato favorito do Palácio do Planalto. Dilma torcia pela eleição do governista Daniel Scioli, com quem chegou a se reunir em 13 de outubro, em Brasília, poucos dias antes do primeiro turno das eleições argentinas.

A presidente Dilma Rousseff deverá ligar nesta segunda-feira (23), após a reunião de coordenação política, para o presidente eleito da Argentina, o conservador Mauricio Macri. Segundo apurou o Broadcast Político, Dilma também pretende comparecer à posse de Macri, marcada para 10 de dezembro, em Buenos Aires.

Prefeito da capital argentina, Macri foi eleito neste domingo (22) em segundo turno, pondo fim a 12 anos de kirchnerismo no país. Ele não era o candidato favorito do Palácio do Planalto. Dilma torcia pela eleição do governista Daniel Scioli, com quem chegou a se reunir em 13 de outubro, em Brasília, poucos dias antes do primeiro turno das eleições argentinas.

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Na época, Scioli afirmou que Dilma fez votos para que ele ganhasse, pois seria importante para o desenvolvimento da região. "Ela disse que 'no País, fazemos votos para a sua vitória. Será uma eleição muito importante para toda região, porque sabemos que temos uma agenda e uma visão de futuro comuns'", disse.

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