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Mostrando-se satisfeito com os resultados da Câmara e do Executivo nas votações do arcabouço fiscal e da reforma tributária em segundo turno, o presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que um dos próximos passos agora é aprovar a reforma administrativa.

"Vamos tratar da reforma administrativa, ela está pronta", disse Lira durante almoço oferecido nesta segunda-feira, 24, em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em ele assunto foi a reforma tributária.

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O presidente da Câmara foi bastante aplaudido ao falar que a Casa dará andamento na reforma administrativa e em sequência ganhou o apoio público do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidnei, que colocou a entidade à disposição para ajudar a sensibilizar os parlamentares da necessidade de se aprovar a reforma administrativa.

"Quando falo da reforma administrativa, é porque, de todas as reformas estruturantes, é a única que falta. A reforma administrativa que está pronta, com alguns ajustes que podem ser feitos no plenário, não tira direito adquirido de ninguém" insistiu o deputado.

De acordo com Lira, a proposta de reformulação da administração pública tem um corte para trás e não prejudicará quem já tem seus direitos adquiridos.

"Com muita transparência e de maneira institucional, esse assunto precisa ser discutido porque vai gerar piso de despesa, vai ter diminuição de custos a longo prazo, com programação para qualquer governo", descreveu Lira.

Para o parlamentar, a reforma administrativa é uma matéria que está pronta para plenário e que precisa só se construir narrativas e apoios importantes para que seja levada com êxito ao plenário.

"A reforma administrativa não rouba, não prejudica. Ela é necessária porque é o povo que paga os custos administrativos", disse.

Por essas razões Lira disse ser importante que todos se mobilizem para que seja feita uma discussão como a que foi feita agora na reforma tributária e que parecia improvável.

"Com a mesma ajuda, a gente pede que a administrativa possa ser discutida com imparcialidade. É uma PEC, precisa de apoio de todo mundo. vamos lutar para que isso aconteça naturalmente", disse o presidente da Câmara ponderando que ainda não há cronograma para a aprovação da reforma administrativa.

O ministro Alexandre de Moraes defendeu, nesta sexta-feira (3), a adoção de novos mecanismos de regulamentação das redes sociais. Segundo ele, que integra o Supremo Tribunal Federal (STF) e preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as plataformas são utilizadas por populistas, sobretudo da extrema-direita, para fazer "lavagem cerebral".

"A responsabilização por abusos na veiculação de notícias fraudulentas e discurso de ódio (nas redes sociais) não pode ser maior nem menor do que no restante das mídias tradicionais", afirmou o ministro, que participou virtualmente do evento Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

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Moraes argumentou que a "lavagem cerebral" transforma as pessoas em "zumbis", e, segundo ele, é uma estratégia proposital formulada inicialmente pela extrema-direita norte-americana após a chamada Primavera Árabe (movimento popular de enfrentamento a regimes autoritários que teve início na Tunísia, em 2010, e se espalhou por outras nações no Norte da África e Oriente Médio).

Além da regulamentação das redes, o ministro afirmou que a invasão às sedes dos Três Poderes por golpistas, em 8 de janeiro, deixa uma lição, para o futuro, sobre a necessidade de formulação de mecanismos para proteger a democracia de ataques internos. Ele citou dispositivos como a decretação de Estado de Sítio e de Estado de Defesa como proteções contra investidas externas, mas alertou sobre políticos que tentam "corroer a democracia" por dentro. A "minuta do golpe" achada na residência do ex-ministro Anderson Torres, por exemplo, buscava se basear em legislação do tipo, numa espécie de "intervenção" no TSE. Torres está preso, em Brasília, acusado de participar na articulação dos eventos que vandalizaram a capital federal.

"Temos dispositivos para lidar com agressões externas à democracia, mas como tratar da corrosão da democracia quando isso vem de políticos populistas que atacam internamente as instituições?", afirmou.

Zumbis

No mesmo evento, o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, afirmou que os ataques à democracia partem de "zumbis consumidores de desinformação". A invasão às sedes dos três Poderes foi um tema recorrente no encontro e repudiado por todos os ministros do STF presentes.

Nenhum deles citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o ministro Luís Roberto Barroso, também presente no evento, associou os eventos do 8 de janeiro ao estilo "Roberto Jefferson e Daniel Silveira" de fazer política.

Urgente

Questionado sobre a tese de Moraes em relação às redes sociais, o ministro do STF Ricardo Lewandowski, que assim como Gilmar Mendes participou presencialmente do seminário, não só concordou com o colega como disse considerar a medida "urgente". Ele avaliou que uma atitude nesse sentido deve ser tomada não apenas individualmente por cada país, mas a nível internacional.

"Eu penso que essa é uma necessidade urgente, nós precisamos regulamentar as redes sociais, sobretudo para que não sejam disseminadas mensagens de ódio, de preconceito, e também as fake news. Mas estou convencido de que, embora seja importante que os distintos países ou Estados soberanos editem regulações nesse sentido, é preciso que haja a regulamentação a nível internacional", afirmou.

O ex-presidente Michel Temer defendeu, nesta sexta-feira (3), medidas que, segundo ele, afastariam a instabilidade política do Brasil e declarou que, nos últimos anos, "impedimento virou moda" no Pais. O emedebista afirmou que o sistema político brasileiro é de uma "instabilidade extraordinária" e relembrou o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), que o levou a chefiar o Planalto em 2016. "Cheguei constitucionalmente ao poder (…) Mas (impeachment) é um trauma institucional, nós precisamos acabar com os traumas institucionais", afirmou.

O ex-presidente defendeu a adoção do semipresidencialismo no Brasil. A migração para esse sistema político é recorrente em seus discursos e tem adeptos também no Supremo Tribunal Federal. A ideia é reduzir o número de partidos políticos no Congresso e se aproximar do parlamentarismo de alguns países europeus.

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Segundo o ex-presidente, o semipresidencialismo é garantia de "tranquilidade absoluta" para os países que o adotam. Fazendo um paralelo com a Revolução dos Cravos, de Portugal, o emedebista afirmou que no Brasil se distribuem "espinhos" e que é necessária uma "Revolução das Rosas": "Precisamos olhar para a frente e distribuir flores".

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Temer promoveu um "golpe" ao assumir o lugar de Dilma no Planalto. Em resposta pública, o ex-presidente afirmou que Lula mantém os pés no palanque. Nesta sexta, a jornalistas, o emedebista afirmou que hesitava em responder à narrativa petista de "golpe", mas que o fez porque, desta vez, Lula o chamou de golpista na Argentina, onde Temer é conhecido.

Temer participa do Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais. Os ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski também estão presentes, além do ministro-chefe do TCU, Bruno Dantas. O ministro Alexandre de Moraes também participaria do encontro, mas cancelou na última quinta-feira alegando problemas de agenda.

Os ataques do 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, têm sido repudiados ao longo de todas as palestras. A sustentabilidade da democracia e a força das instituições foi destaque na fala dos ministros do STF.

Em tom duro, Gilmar Mendes afirmou que as instituições de tornaram alvo do fanatismo político, alimentado pela desinformação.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes rebateu, nesta sexta-feira (3), parte do depoimento prestado ontem pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) à Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulada pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes definiu o episódio como 'ridículo', uma tentativa de 'operação Tabajara', e destacou que o parlamentar se recusou a prestar depoimento.

Na versão apresentada à PF nesta quinta-feira (2), Do Val disse que teria se encontrado duas vezes com Alexandre de Moraes para tratar do suposto plano golpista, uma antes do encontro com Bolsonaro, outra depois. O senador declarou que não teria recebido nenhum pedido para formalizar a denúncia.

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Nesta sexta, Moraes admitiu que esteve com Do Val em dezembro, mas só citou um encontro, após a suposta reunião dele com Bolsonaro. O ministro ainda destacou que cobrou do senador na ocasião que prestasse depoimento sobre o caso, mas ele teria se negado a colocar suas acusações 'no papel'.

"Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador disse que era isso uma questão de inteligência e que, infelizmente, não poderia confirmar. Eu levantei, (me) despedi do senador, agradeci a presença. Até porque o que não é oficial, para mim, não existe", afirmou o ministro, durante sua participação on-line no seminário organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em Lisboa.

Em tom irônico, o ministro chamou de 'operação Tabajara' a suposta tentativa de golpe. "Foi exatamente esta a tentativa de uma operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos à tentativa de um golpe no Brasil".

"A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, eu conversei exatamente três vezes na vida com esse senador, para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos", acrescentou Moraes.

O ministro lembrou que a Polícia Federal já tomou depoimento de Marcos Do Val e que as investigações seguem para apurar a responsabilidade de 'todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe'. "O que poderia ser uma comédia, é uma tragédia, uma tragédia que resultou na tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro", disse.

Legislação

Moraes participou de um painel sobre institucionalidade e cooperação. O ministro defendeu a atualização da legislação brasileira e internacional para conter 'arroubos ditatoriais de políticos populistas'. "É uma perda de energia institucional, econômica e social, que demorará, se não regularizarmos isso, décadas para ser solucionada", afirmou.

Na avaliação do ministro, 'novos instrumentos normativos' são urgentes para regulamentar as possibilidades de responsabilização de autoridades em 'situações emergenciais de ataques internos' contra a democracia. "Nós temos mecanismos para lidar com agressões externas à democracia, (...) agora como tratar nas agressões internas? Como tratar da corrosão da democracia quando isso vêm de políticos populistas que atacam internamente as instituições?", questionou.

O presidente do TSE voltou a defender também a regulamentação das redes sociais, que, segundo ele, se tornaram instrumentos de 'lavagem cerebral' nas mãos de populistas. "A lavagem cerebral transformou pessoas em zumbis", afirmou, na linha do ministro Gilmar Mendes, que no mesmo evento disse que extremistas são 'zumbis consumidores de desinformação'. "Elas (redes sociais) não podem ser nem mais nem menos controladas do que as demais empresas de mídia", seguiu Moraes.

'Consequências'

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que também participa do evento em Lisboa, disse que, se o plano denunciado pelo senador Marcos do Val for confirmado, 'terá consequências muito sérias'. Na avaliação do ministro, o relato é 'muito grave' e deve ser investigado.

Sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente, o ministro afirmou que desconhece detalhes de processos contra Bolsonaro. "Essa é uma questão que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai analisar", diz. "O ex-presidente Bolsonaro é um cidadão brasileiro e pode entrar e sair livremente do País." Lewandowski ainda deu um panorama sobre o episódio de 8 de janeiro e disse que os atos, 'na verdade, unificaram o País'.

A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta quarta-feira, 16, Dia Internacional da Tolerância, que liberdade de expressão não abriga agressões e manifestações que incitem ao ódio e à violência, inclusive moral. A magistrada ainda destacou que o exercício da tolerância é 'premissa fundamental para a concretização dos fundamentos' da República, em especial 'a dignidade da pessoa humana e o significado da noção de pluralismo, que compõem o conceito de Estado Democrático de Direito'.

As declarações se deram na abertura da sessão plenária da Corte máxima, dois dias após magistrados que integram o colegiado serem hostilizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em Nova Iorque. Rosa Weber fez referência ao episódio, ressaltando que ele o levou a reafirmar que 'a democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, se mostra absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão'.

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Em breve discurso, a magistrada lembrou da Declaração de Princípios aprovada em Conferência Geral da Unesco, em 1995, quando o Dia Internacional da Tolerância foi aprovado. Segundo o texto, tolerância é 'não é apenas um dever moral, como também uma exigência política'. "É a responsabilidade que dá sustentação aos direitos humanos, ao pluralismo, à democracia e ao Estado de Direito", assinalou a ministra, rememorando o texto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura.

De outro lado, a ministra também evocou a argumentação de Karl Popper, filósofo responsável pelo conceito de paradoxo da tolerância. "A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles (…)", escudados os intolerantes, acresço, em pretensa liberdade de expressão", ressaltou Rosa, parafraseando o austríaco.

Um dia após a divulgação de um vídeo no qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso retruca um apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em Nova York, as expressões "Perdeu, Mané" e "Não amola" se mantiveram no topo do ranking dos assuntos mais comentados do Twitter. Juntos, os termos acumulam quase 620 mil menções.

No trecho, um eleitor do atual presidente acompanha o ministro, que caminha ao lado de outros magistrados pelas ruas de Nova York, com questionamentos sobre as urnas eletrônicas.

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"O senhor vai responder às Forças Armadas? Vai deixar o código fonte ser exposto? O Brasil precisa dessa resposta ministro, com todo respeito", questiona. "Por favor, Barroso, responde para a gente", pede o bolsonarista.

O ministro, então, responde: "Perdeu, mané. Não amola."

"Agora a qualquer mimimi de bolsonarista eu vou responder com 'perdeu, mané, não amola'. Obrigado, Barroso!", escreveu um internauta na rede. "Barroso foi até elegante para tratar golpista que pede intervenção federal. Perdeu, mané!", publicou outro perfil.

Barroso foi aos Estados Unidos junto de outros ministros do STF para participar de um evento promovido pelo grupo Lide - Grupo de Líderes Empresariais. No vídeo, é possível ver também o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que tem sofrido ameaças por sua condução do processo eleitoral deste ano.

Vídeos publicados na internet mostram o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, participando da manifestação contra os ministros da Corte em Nova York.

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele permanece foragido nos Estados Unidos desde então, embora costume se fazer presente em eventos públicos. Questionado, Moraes não falou sobre o assunto.

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O Lide informou que uma assessora da deputada Carla Zambelli (PL-SP) entrou em contato com a produção do evento para perguntar se ele seria aberto a parlamentares e haveria vaga. O grupo informou que não.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem protestos pelo Brasil contra o resultado das eleições e em defesa da intervenção militar, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre Moraes, afirmou nesta segunda-feira, 14, em Nova York, que a "democracia foi atacada no Brasil, mas sobreviveu".

A declaração foi dada durante o Brazil Conference, evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), organização criada pelo ex-governador de São Paulo João Doria, que reuniu também os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

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Primeiro a falar, Moraes pautou seu discurso na falta de regulamentação das redes sociais, nos ataques à democracia e nos questionamentos em torno da credibilidade do sistema eleitoral. "A desinformação e o discurso de ódio vêm corroendo a democracia", afirmou.

Para Moraes, o fato de não haver regulamentação das redes sociais é um "problema mundial". "Não é possível que redes sociais sejam terra de ninguém e milícias digitais ataquem impunemente", avaliou, acrescentando que é necessária "liberdade com responsabilidade".

"Sob falso manto de liberdade sem limites o que se pretende é corroer a democracia", criticou Moraes.

O presidente do TSE comentou ainda sobre o impacto desse ambiente e das fake news na imprensa profissional. Segundo ele, "supostos jornalistas se misturam à imprensa tradicional e hoje a população não sabe mais o que é notícia verdadeira".

Ao falar sobre os questionamentos em torno do sistema eleitoral, o ministro destacou que "pouco importa se o voto é impresso, se são urnas eletrônicas ou voto por correio, o que importa é desacreditar o voto". Segundo Moraes, o poder Judiciário é, hoje, o principal alvo desses ataques. "O Judiciário é o grande cliente de milícias digitais. No Brasil, o poder Judiciário não foi cooptado, foi barreira para qualquer ataque à democracia e à liberdade."

No domingo, 13, Moraes, Lewandowski e Gilmar foram hostilizados por manifestantes na porta do hotel onde estão hospedados em Nova York. Barroso foi perseguido na Time Square.

Nesta segunda-feira, um grupo de manifestantes se posicionou em frente a entrada do Harvard Club, onde acontece a conferência, o que levou os ministros a usarem uma entrada lateral. A segurança foi reforçada.

Em sua fala, Gilmar Mendes também foi enfático contra manifestações antidemocráticas. "É preciso perguntar se não há um cenário de absoluta dissociação cognitiva, principalmente quando lunáticos pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos", disse.

O ministro alertou para a necessidade de se questionar o que há por trás dos pedidos de intervenção militar em manifestações que acontecem após o fim das eleições presidenciais no Brasil. Ele chamou a atenção para a necessidade de união em prol da democracia no País e ainda para o foco na inclusão no "novo capítulo sobre responsabilidade fiscal".

"A erosão constitucional revelou que o Brasil é resiliente. É preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar", enfatizou Mendes.Para o ministro, a democracia precisa recrutar esses cidadãos para "lutar pela democracia e não destruí-la". "Estamos no mais longo período de normalidade democrática do Brasil", avaliou.

Ao comentar sobre a situação fiscal do País, jogou luz ainda no lado social. "O novo capítulo sobre responsabilidade fiscal deve conter ideia de inclusão."

*O repórter Pedro Venceslau viajou a convite do Lide

A líder nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reagiu há pouco, em suas redes sociais, à notícia de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram hostilizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua passagem por Nova York.

"Lamentável que ministros do Supremo sejam perseguidos e atacados", escreveu a parlamentar. "O Brasil precisa de harmonia e o Estado Democrático de Direito assegurado. E o golpismo derrotado", concluiu.

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Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, manifestantes que pregam intervenção militar xingaram e hostilizaram ministros que foram participar do Brazil Conference, evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em Nova York.

Um grupo com bandeiras do Brasil e cartazes que exaltam as Forças Armadas se posicionou em frente ao hotel onde estão hospedado seis ministros do STF, além de empresários e políticos como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).

A organização do evento reforçou a segurança no entorno do hotel ao saber da convocação pelas redes sociais de atos antidemocráticos.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou o fato de "autoproclamados conservadores" terem fechado estradas após o resultado das eleições no Brasil, interrompendo o direito de ir e vir das pessoas. "Não podemos deixar que ódio entre no nosso país", disse ele, durante evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em Nova York.

Durante sua fala, ele mencionou ainda o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos, após as eleições presidenciais que elegeu o democrata Joe Biden. Destacou que a imprensa, academia e magistratura defendem a "verdade factual".

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Ao comentar sobre a situação do País após as eleições, disse que o Brasil não pode se deixar levar pelo que aconteceu na Argentina, sociedade que "ficou presa no passado e vingança".

Para ele, a eleição do presidente da República, Jair Bolsonaro, é resultado de "abusos da Lava Jato, que destruiu a classe política" no Brasil.

No entanto, agora, o País pode mudar esse cenário, defendeu. "O Brasil tem tudo para entrar em seu melhor momento e para que política reassuma seu papel", avaliou.

Ele criticou ainda a demora para a compra de vacinas contra a Covid-19 durante a pandemia. "O governo federal não estava comprando vacinas e quem determinou foi o STF, na pessoa do ministro Ricardo Lewandowski."

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram hostilizados na noite do domingo (13) por manifestantes bolsonaristas em Nova York, nos Estados Unidos, onde estão para participar de uma conferência organizada pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais - entre esta segunda-feira (14) e a terça-feira (15). Vídeos que circularam nas redes sociais mostram diferentes momentos em que os magistrados são ofendidos e xingados na porta do hotel em que estão hospedados e ainda ao circularem pela cidade.

Em um deles, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, tem de ser escoltado ao deixar um restaurante. Neste momento, manifestantes o acusam de "estar roubando o Brasil" e o chamam de "vagabundo, "ladrão", "Xandão", dentre outros nomes.

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Mais cedo, imagens mostram ainda manifestantes, vestidos de verde e amarelo, muitos envoltos na bandeira do Brasil, na porta do hotel em que os ministros estão hospedados, segurando cartazes com o escrito "SOS Forças Armadas" e aos gritos de "ei, Xandão, seu lugar é na prisão".

Segundo informações passadas pela assessoria de imprensa do Lide ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), "havia cerca de 50 pessoas na porta do hotel, cantando o hino".

Outro vídeo, também na porta do hotel, exibe o momento em que o ministro Gilmar Mendes deixa o local enquanto pessoas gritam "vagabundo", "seu merda", "o que é seu está guardado, seu bandido".

Já o ministro Luís Roberto Barroso foi abordado por uma mulher na Times Square, uma das avenidas mais importantes de Nova York, conforme imagens que circulam nas redes sociais.

Ela diz: "Olha só quem está aqui. Como é que está o senhor juiz?." Barroso responde: "Muito bem senhora, muito feliz pelo Brasil." A senhora devolve, em grau de ameaça: "Ah, 'tá' bom, mas nós vamos ganhar essa luta, hein, nós vamos ganhar essa luta, o senhor está entendendo? Cuidado, hein! O povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte." O ministro responde "com a Graça de Deus", entra em uma loja e pede "minha senhora, não seja grosseira, tchau, minha senhora, passar bem", enquanto ela retruca: "Foge, foge."

Questionada sobre os episódios, a assessoria de imprensa do Lide, presidido pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a segurança foi reforçada e a polícia de Nova York acionada. "A segurança pessoal dos ministros e de todos que estavam no evento estava garantida Tínhamos seguranças do hotel, contrato particular e a polícia da cidade", disse a assessoria do evento, ao Broadcast.

Em um dos vídeos, é possível ver manifestantes avançando para a porta principal de entrada do hotel, o que indica a falta de segurança necessária diante da quantidade de manifestantes no local. Sobre o baixo nível de segurança dos ministros, a assessoria negou e afirmou que "isso é prioridade". Não informou, porém, o contingente de seguranças disponibilizado no domingo, o momento do reforço e qual será a estratégia para esta segunda-feira, primeiro dia do evento.

Manifestações se tornaram comuns em meio a presença de autoridades brasileiras em Nova York. Na última visita do presidente da Republica, Jair Bolsonaro, à cidade, em setembro, quando veio discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), o policiamento também teve de ser reforçado em meio a confusões com apoiadores e manifestantes contrários.

Durante as eleições, foram vistas várias cenas de bate-boca entre eleitores que apoiavam Bolsonaro e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No primeiro turno, organizações de esquerda denunciaram aos órgãos responsáveis episódios de agressão verbal, casos de boca de urna e outros problemas durante a votação em diversos locais nos EUA.

Em Nova York, o problema só foi solucionado no segundo turno, quando a Embaixada do Brasil na cidade isolou o entorno do local de votação, proibindo a circulação de carros, e cercou as filas de grades de contenção, o que organizou melhor o público e conteve as manifestações.

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ter uma enorme decepção com o Ministério das Relações Exteriores e vê com preocupação a adesão ideológica da pasta. "O Itamaraty está muito ideológico. Não é bom nem é da tradição. A tradição do Itamaraty é mais realista" afirmou o ex-presidente, que citou entre outros pontos a relação do País com a China.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ligado à ala ideológica do governo tem deixado clara a sua posição nas redes sociais contrária à China e alinhada aos Estados Unidos. Sobre a pandemia do novo coronavírus - ao qual ele se referiu como "comunavírus" - Araújo disse haver um plano para implantar o comunismo em organismos internacionais.

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Segundo FHC, em evento promovido pelo Fórum Empresarial Lide, "o momento não é de ideologias, é de um certo pragmatismo".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou que o Brasil apresenta fatores positivos para a superação econômica da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, mas ressalvou que, com sorte, levará dois ou três anos para que o País retorne a níveis anteriores à crise causada pela emergência sanitária. "E vai levar mais tempo se não atuarmos contra a epidemia e se perdermos a esperança. Essa é a função principal de quem está no comando", disse o ex-presidente.

"Temos mão-de-obra, que vai ficar sem emprego, abundante e trabalhadora, temos capacidade empresarial e temos alguns setores nos quais podemos atuar e que vão continuar com epidemia ou sem epidemia porque são necessários", completou FHC. Entre as atividades, o ex-presidente citou a participação do agronegócio e do setor financeiro.

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Fernando Henrique defendeu também atenção aos gastos públicos. "É claro que nesse momento de aflição as regras de controle fiscal diminuem, então pode haver um descontrole. Você tem que sempre ter presente que é preciso ao mesmo tempo olhar com atenção o custo de tudo isso, que será elevado. Esse custo vai se traduzir em impostos, e, no Brasil, o imposto quem paga é geralmente mais o mais pobre que o mais rico", afirmou o ex-presidente.

FHC ainda disse que "a dívida do Brasil é grande e vai aumentar" mas defendeu que o aumento do débito seja feito através do endividamento interno. O ex-presidente participou, nessa quinta-feira (25), de transmissão ao vivo promovida pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) de Ribeirão Preto (SP).

Bolsonaro

Fernando Henrique Cardoso defendeu que o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, exerça um papel de diálogo e de liderança durante a pandemia do novo coronavírus. "Eu acho que nosso presidente (Jair Bolsonaro) precisa ser menos afoito. Eu entendo a aflição dele", afirmou o ex-presidente.

Segundo FHC, "o fato do Supremo Tribunal Federal ter decidido que a responsabilidade é dos governadores, e dos prefeitos em certas matérias, não elimina que a responsabilidade política de quem vai pagar o preço maior é de quem está no comando geral da nação".

Criticado pela condução do combate ao vírus, Bolsonaro tem respondido com ataques a governadores e prefeitos, uma vez que o STF decidiu por garantir a autonomia dos entes federativos em decisões de saúde pública como medidas de isolamento social e fechamento do comércio.

O ex-presidente também não descarta que a democracia brasileira se torne "menos eficaz". "Não acho que seja uma palavra de ordem razoável aspirar ao impeachment. Tem que se buscar o bom governo", declarou. "Quando acontece uma coisa como agora, uma pandemia desse tipo mais uma crise econômica, os outros Poderes passam a ter peso. Não quer dizer que estão invadindo a área do Executivo - eventualmente invadem -, mas é porque o Executivo não está assumindo a direção", defendeu o ex-presidente.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, aproveitou, há pouco nesta sexta-feira (22), a participação no webinário promovido pelo Lide para criticar todos aqueles que pregam o fechamento de instituições democráticas, como a Corte que preside. Indagado sobre as constantes crises que se abatem sobre o País, Toffoli deu um panorama da história do Brasil, falando que o tensionamento nas relações entre as instituições sempre ocorreu, isso faz parte da democracia, mas o que não se pode é querer fechar instituições democráticas.

Sem citar nominalmente as recentes manifestações antidemocráticas contra o Congresso Nacional e o STF, que contaram com a presença do presidente Jair Bolsonaro, Toffoli destacou: "No âmbito da arena política surgem disputas e isso faz parte da democracia, mostra as diferenças locais e não podemos dizer que isso é crise. Agora, o que não se pode é atacar nem querer fechar as instituições." E ironizou que muitas vezes essas manifestações são superdimensionadas, citando que em uma delas não havia mais de 200 pessoas.

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No webinário Toffoli disse que governar o Brasil não é fácil por conta do tensionamento das relações. A despeito da avaliação, disse que vê as instituições fortes e atuantes, resultando num Estado democrático de direito. "Decisão judicial pode desagradar a alguns, mas tem de trazer segurança jurídica. Do ponto de vista das relações institucionais, vimos no ano passado um parlamento atuando de acordo com os desejos da sociedade, que deseja um Estado mais rápido e com mais eficiência. Parlamento está indo nessa linha", emendou. "O que assistimos neste momento é as instituições funcionando, Congresso, STF, tribunais. Temos governadores, prefeitos e os parlamentos locais. Agora, a democracia e a política mostram as diferenças locais. Não podemos dizer que isso é crise."

Toffoli falou também sobre as ameaças a membros da Corte, dizendo que foi muito criticado quando abriu inquérito para apurar essas ameaças, mas que a decisão foi correta porque depois muitas delas se mostraram reais. E voltou a defender o consenso e a unidade para o enfrentamento dos problemas que atingem o País, como a pandemia do novo coronavírus: "Independentemente de diferenças partidárias, é preciso a mínima unidade e consenso."

No webinário, com o tema "O papel do judiciário no combate à crise e defesa da estabilidade política", o presidente do STF iniciou o seu pronunciamento destacando a importância de se alcançar a segurança jurídica para dar previsibilidade ao cidadão e ao setor produtivo. E, ao responder as perguntas, teceu elogios aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), falando da boa relação que mantém com eles. Toffoli falou ainda que procura manter a relações "harmônicas" com o governo federal, conversando com ministros todas as semanas.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta sexta-feira, 6, que, como candidato, venceu Fernando Haddad e Marta Suplicy em eleição e que o prefeito Bruno Covas (PSDB) "repetirá a performance" em 2020.

A declaração de Doria se referia a possibilidade de uma eventual chapa formada por Haddad e Marta, ambos ex-prefeitos, para a disputa da Prefeitura de São Paulo, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo na quinta-feira. "Como candidato venci os dois, e venci junto com (o prefeito de São Paulo) Bruno Covas, e ele vai repetir a performance ano que vem", disse Doria, que foi eleito prefeito em 2015, no primeiro turno, derrotando Haddad (PT) e Marta (então no MDB).

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Sem partido, Marta tem dito a interlocutores que o retorno dela ao PT está praticamente descartado devido às resistências de setores da sigla. No entanto, o ex-presidente Lula articula para 2020 uma coligação que tenha Haddad como candidato à prefeito pelo PT e Marta como vice - ela mantém conversas com PDT e com o Solidariedade.

Doria, por sua vez, já defendeu publicamente uma aliança entre o prefeito Bruno Covas e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) na disputa pela Prefeitura. "Por que não (uma chapa unificada)? O Bruno é o candidato do PSDB e será reeleito. A Joice é uma deputada brilhante", afirmou o governador na semana passada.

Covas já recebeu apoio explícito de Doria para tentar a reeleição, ao retomar a rotina na Prefeitura após internação para tratar um câncer na região do estômago.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não descartou a possibilidade de uma parceria que unisse o seu partido a Luciano Huck em 2022. "Toda composição é possível sobretudo daqueles com sentimento de centro e objetivo de ajudar o Brasil a crescer, respeitar a democracia, a liberdade de imprensa e ampliar a economia brasileira para ser mais inclusiva", disse à reportagem, enquanto deixava um evento do Grupo Lide nesta sexta-feira, 6.

Questionado sobre se, na sua visão, Huck se enquadra nesse perfil, o mandatário respondeu ser "cedo para uma deliberação nesse sentido, mas, se caminharmos dentro do mesmo objetivo, é bom para todos e é bom para o Brasil".

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Dois dias atrás, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia incluído o nome do apresentador de TV ao lado do próprio Doria e do governador do Rio Grande do Sul, o também tucano Eduardo Leite, em uma publicação no Twitter exaltando o centro político como alternativa à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Doria enxergou na manifestação de FHC uma "visão ampla, 360" e pregou respeito. "(Mas) estamos muito longe das eleições ainda, é cedo para qualquer prognóstico."

Ainda na saída do evento, Doria comentou a articulação de Lula para montar uma chapa liderada pelo ex-prefeito Fernando Haddad com a ex-prefeita Marta Suplicy como vice, conforme antecipado pelo Estadão. "Como candidato venci os dois, e venci junto com (o prefeito de São Paulo) Bruno Covas, e ele vai repetir a performance ano que vem", encerrou.

O secretário de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira que vê problemas de execução na agenda econômica do governo federal, embora defenda que a política econômica esteja no caminho certo.

Meirelles fez esta ponderação durante entrevista que concedeu a jornalistas nesta segunda-feira, 14, após ter participado de Almoço-Debate promovido em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

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Para ele, a política econômica definida pelo governo federal, que na verdade é um prosseguimento da política do governo anterior, está correta. "A agenda do governo federal está certíssima", diz ele. "No entanto, a execução é um problema. A dificuldade toda é que cada um tem sua opinião", criticou Meirelles.

"A boa estratégia, a estratégia correta, significa 50% do caminho. O restante chama-se implementação. A boa estratégia sozinha não resolve o problema. Esse é o grande problema que vivemos no Brasil hoje e esperemos que melhore no próximo ano", disse Meirelles, para quem a economia brasileira tem condições de crescer acima de 2% para os próximos anos se as reformas forem aprovadas.

Meirelles reiterou que a reforma tributária é importante para simplificar os impostos e que a reforma administrativa vai contribuir para reduzir os gastos da máquina pública. O secretário destacou o ponto da reforma tributária que determina a cobrança do imposto no destino. Isso, de acordo com ele, vai acabar com guerra fiscal entre os Estados.

Perguntado sobre a possibilidade de a reforma tributária ir para o fim da fila, com a administrativa podendo ser colocada na frente, algo que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tem ventilado, Meirelles respondeu que, se já tiver uma reforma administrativa pronta, não vê problemas em que ela seja colocada na frente por se tratar também de uma reforma necessária.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, criticou nesta segunda-feira, 12, durante evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) em São Paulo, a percepção de que a operação Lava Jato virou uma instituição. Segundo ele, a investigação nasceu de acordos republicanos, feitos pelos Três Poderes, e afirmou que a operação "não manda nas instituições".

Toffoli afirmou que, durante os últimos anos, qualquer reação de algum poder em relação à operação foi percebida erroneamente como uma tentativa de acabar com a Lava Jato. "Não se pode permitir na República que algo se aproprie das instituições. (...) Temos que dizer isso abertamente. A operação Lava Jato é fruto da institucionalidade, não é uma instituição", disse, completando: "Um país não se faz de heróis, se faz de projetos".

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Ele criticou a tentativa de criação de um fundo de R$ 2,5 bilhões voltado para a operação. E elogiou, por outro lado, a sugestão de inclusão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Banco Central, tirando o órgão da disputa entre Ministérios da Justiça e da Economia.

Judicialização

Toffoli criticou ainda a excessiva judicialização de temas que não deveriam estar no Judiciário. Segundo ele, houve um erro quando, no passado, muitos "desejos e direitos" terem sido incluídos na Constituição, o que faz com que o Supremo seja acionado recorrentemente. Segundo ele, quando o Judiciário tem que fazer o papel de outras instituições, "há um fracasso das outras instâncias da sociedade".

"Tudo vai parar no Judiciário porque tudo está na Constituição. E você tem atores que estão legitimados a procurar o Judiciário. Eu gostaria de julgar o aborto no STF? Isso não é um problema do Judiciário, mas vai parar lá. Se tudo vai parar no Judiciário, é um fracasso das outras instâncias da sociedade. Temos que resgatar as instâncias", disse.

Em meio a uma série de pautas que podem ameaçar os cofres públicos em discussão na Corte - entre elas a discussão dos precatórios dos Estados, conforme mostrou hoje o Estadão -, Toffoli afirmou que não será o STF a determinar o futuro da economia. E foi taxativo: "Quem cuida do futuro é o legislador, executivo cuida do dia-a-dia. O Judiciário cuida do passado, julga coisas que já aconteceram", disse, completando: "Meu objetivo na presidência do STF é fazer com que Judiciário volte a cuidar do passado".

O novo ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, participa nesta sexta-feira, dia 19, de almoço-debate organizado pelo Grupo de Líderes (Lide), do Grupo Doria, em São Paulo.

Substituto do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na coordenação política do governo Bolsonaro com o Congresso Nacional, Ramos vai falar no evento sobre a importância da articulação e coordenação política entre os Poderes. O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) também participa do almoço-debate.

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Logo após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em Brasília, que há problemas de gestão no Ministério da Educação e que ele resolverá a situação na próxima segunda-feira, 8, o ministro da pasta, Ricardo Vélez, pediu apoio de empresários e os convocou para "dialogar" com ele e sua equipe no órgão.

As declarações de Vélez Rodríguez foram feitas no 18º Fórum Empresarial Lide, realizado em Campos do Jordão (SP). Ele participa de mesa com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

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Na sua fala introdutória, Vélez culpou gestões anteriores pela situação da Educação no Brasil e disse que "há muito sendo construindo no âmbito burocrático e administrativo atualmente".

Ao falar sobre o ensino básico, Vélez disse que "algo já deveria ter deveria ter sido feito e o quadro é resultado de anos de descaso".

Vélez citou ainda as experiências dos Estados do Pará, Pernambuco, Rondônia e Maranhão na melhoria da qualidade do ensino básico.

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