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Após dois dias, o julgamento dos acusados de cometerem o assassinato do advogado, político e ativista dos Direitos Humanos, Manoel Mattos, chegou ao fim. Nesta quarta-feira (15), no último dia, a sessão teve duração de, aproximadamente, 15 horas e terminou com a condenação de dois réus e absolvição de três acusados. A sentença foi lavrada pela juíza da 36ª Vara da Justiça Federal  em Pernambuco (JFPE), Carolina Marta, após o conselho de sentença responder a um questionário, com sete perguntas, sobre cada réu e a magistrada realizar dosimetria - contagem de pena.

Flávio Inácio Pereira foi condenado a 26 anos de prisão, em regime fechado. "O réu foi considerado o mentor do crime e o incentivador da participação dos demais agentes. Além disso, de acordo com o júri, possui um comportamento desajustado", destacou a magistrada. Ela ressaltou que o crime foi motivado pela forma destemida como a vítima Manoel Mattos atuava contra os grupos de extermínio.

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Outro condenado foi José da Silva Martins, conhecido como 'Parafina'. O réu ficará recluso por 25 anos. O conselho de sentença entendeu que Parafina foi o sequestrador e executor de Mattos. A juíza explicou a pena aplicada. "Condenamos a 20 anos, porém como ele possuía duas condenações por homicídio e estava foragido, o tempo de prisão foi majorado para 25 anos".

Os advogados de defesa, Adailton da Silva e Harley Medeiros, afirmaram que vão recorrer. "Não tenho dúvida que a pena foi muito agressiva. Na minha concepção, caso o meu cliente fosse condenado, seria no máximo a 12 anos de prisão. Na próxima semana entrarei com o pedido de recurso e caso seja aceito haverá outro julgamento", disse Adailton da Silva, parte do acusado Flávio Inácio Pereira. O defensor de  José da Silva Martins, o advogado Harley Medeiros, também relatou que haverá recurso para o caso.

Em contrapartida, o Ministério Público Federal (MPF) manifestou insatisfação com a sentença de absolvição de Cláudio Roberto Borges e José Nilson Borges. "Já recorremos em audiência e o Ministério Público já manifestou inconformismo com a decisão dos jurados, que vai de encontro às provas dos autos. Agora os autos vão para a procuradoria que já vai ser preparado as razões de apelações", argumentou o procurador da república, Fabrício Carrer.

Quanto às penas, o procurador considerou que foram bem aplicadas. "Pelos autos e pelos fatos apresentados, acho que foi satisfatório", avaliou Carrer. O procurador da república ainda explicou porque solicitou a absolvição do acusado Sérgio Paulo da Silva. "A defesa levantou dúvida sobre os autos. Dessa forma o Ministério Público aconselhou a não condenação do réu".

Após dois dias de julgamento, a mãe da vítima Nair Ávila desabafou com a imprensa. "Quanto ao Flávio e ao Parafina, eu estou bastante satisfeita. Agora, ficaram faltando os outros que também tiveram envolvimento. Não foi como eu queria, mas foi uma vitória muito grande, eu tenho certeza que onde o meu filho estiver, ele vai estar satisfeito", disse.. 

Relembre o caso - Manoel Mattos foi assassinado a tiros de espingarda, no dia 24 de janeiro de 2009, na Praia Azul, situada no município de Pitimbu (PB). O crime ocorreu após denúncias realizadas pelo próprio advogado contra grupos de extermínio, que atuavam nos estados de Pernambuco e Paraíba, região intitulada como ‘Fronteira do Medo’. Antes do crime, a Organização dos Estados Americanos (OEA) concedeu medidas cautelares para o Brasil, com o propósito de proteger Mattos. Porém, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as medidas não foram realizadas quanto à repressão das quadrilhas, o que acarretou na morte do advogado. A vítima nasceu no município de Itambé e atuou permanentemente na cidade como assessor de Fernando Ferro, foi vereador e prefeito da cidade, inclusive, chegou a presidir a Câmara Municipal.

Federalização de transferência para PE - O processo foi o primeiro caso a ser federalizado do Brasil. Após a fereralização, em 2010, o julgamento saiu da competência do poder público estadual da Paraíba e para a Justiça Federal. Só em 2014, o caso foi desaforado e passou a ser realizado em Pernambuco. 

Encerrando os depoimentos às 14h43, nesta quarta-feira (15), o julgamento do caso de Manoel Mattos entra em recesso e retorna às 16h30. Durante o início da tarde, houve os debates da defesa e os advogados alegaram a inocência dos acusados, afirmando, inclusive, que um deles não possuía perfil de integrante de grupo de extermínio e que as provas apresentadas pela acusação deixavam dúvidas.

Os debates obedeceram a seguinte ordem: os advogados Carlos Antônio Rodrigues e Harley Medeiros, defenderam o réu Flávio Inácio Pereira; Claudios Augusto Caju e Alberto Domingos atuaram a favor de Cláudio Roberto Medeiros e José Nilson Borges; Adailton Silva defendeu José da Silva Martine e por último, o advogado da Defensoria Pública da União (DPU), Flávio Siviero falou em defesa do acusado Sérgio Paulo da Silva.  

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O advogado Adailton Silva alegou que as características físicas do réu José da Silva Martins, conhecido como "Parafina", não coincidem com as formas físicas citadas por uma das testemunhas. "Em depoimento, uma testemunha afirma que a pessoa que estava encapuzada e utilizando uma camisa "camuflada" - estilo do exército -, não possuía a mesma forma física que o Parafina. Segundo a pessoa, quem matou Manoel Mattos era mais alto e mais forte, como o soldado Flávio (acusado de ser um dos mentores do crime)", defendeu.

Ainda durante debate, Adailton acrescentou, "Não estou acusando Flávio, apenas afirmo se há dúvida, não se pode condenar nenhum dos dois. Além disso, a blusa encontrada na casa do acusado tinha manga curta e o assassino utilizava camisa de manga comprida. Essa prova é muito fraca", argumentou. "Acredito que o delegado, na época, foi muito habilidoso, simplesmente apresentou como culpados pessoas que já possuíam precedente criminal", concluiu.

Às 14h 22, o último advogado de defesa, Flávio Siviero iniciou o debate e alegou, do réu Sério Paulo da Silva, que o mesmo não detém perfil de integrante de grupo de extermínio. "Ele não pertence a Polícia Militar, nem a Civil e muito menos foi agente penitenciário. Além disso, ele é um ladrão e usuário de drogas, características que o grupo de extermínio abominam", falou.

Siviero ainda destacou que as acusações são inconsistentes. "Temos que levar em consideração também que há elementos que comprovam que o acusado estava em uma festa e quatro testemunhas afirmam isso. Só podemos confirmar que ele é ladrão e foi condenado por isso", defendeu.

A sessão está sendo realizada na Justiça Federal, na Zona Oeste do Recife. Após os debates serão realizadas as réplicas e tréplicas, com duração de duas horas cada uma. Em seguida, o júri se reúne e seguida é revelado o veredito e a sentença.

Relembre o caso - Manoel Mattos foi assassinado a tiros de espingarda, no dia 24 de janeiro de 2009, na Praia Azul, situada no município de Pitimbu (PB). O crime ocorreu após denúncias realizadas pelo próprio advogado contra grupos de extermínio, que atuavam nos estados de Pernambuco e Paraíba, região intitulada como ‘Fronteira do Medo’. Antes do crime, a Organização dos Estados Americanos (OEA) concedeu medidas cautelares para o Brasil, com o propósito de proteger Mattos. Porém, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as medidas não foram realizadas quanto à repressão das quadrilhas, o que acarretou na morte do advogado. A vítima nasceu no município de Itambé e atuou permanentemente na cidade como assessor de Fernando Ferro, foi vereador e prefeito da cidade, inclusive, chegou a presidir a Câmara Municipal.

Às 9h24 desta quarta-feira (15), o julgamento sobre a morte do advogado Manoel Mattos foi retomado na sede da Justiça Federal, na Zona Oeste do Recife. Esperança e confiança de ambos os lados: para a acusação, as provas são suficientes. Já a defesa acredita que, após a fala dos acusados, o júri se certificará da inocência de todos os cinco acusados. No meio do fogo cruzado, a família da vítima, representada pela mãe de Manoel, Nair Ávila. 

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Visivelmente emocionada, ela disse estar esperançosa, ansiosa pelo que acredita ser o justo: a condenação de Flávio Inácio Pereira, Cláudio Roberto Borges, Sérgio Paulo da Silva, José Nilson Borges e José Silva Martins. “É uma luta, mas confio que teremos a vitória. A vitória é a condenação de todos. Vou ficar mais aliviada e continuarei minha tarefa como defensora dos direitos humanos. Meu filho é um símbolo”, disse Nair Ávila. O procurador da República Alfredo Falcão, responsável pela acusação, afirmou que os laudos são bastante claros e não crê em outro desfecho que não seja o da condenação dos réus. 

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Harley Cordeiro, advogado dos réus Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, acredita que o julgamento deve se estender por cerca de nove horas, por conta das falas da defesa, acusação e suas réplicas. “Estou mais convencido ainda (da inocência dos réus), se eu não estivesse confiante não estaria aqui. Se os jurados avaliarem pelo o que foi colocado, certamente teremos surpresas hoje”, aposta. 

Integrante da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Manoel Mattos foi morto em 2009, quando estava em sua casa, na Praia de Pitimbu, na Paraíba. Por sua atuação no combate a grupos de extermínio na chamada “Fronteira do Medo”, entre os dois estados, a hipótese mais latente é a de que o advogado tenha sido morto por integrantes destes grupos. 

Dando andamento ao julgamento dos cinco acusados pela execução do advogado Manoel Mattos, na 36• Vara da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE), no Jiquiá, dois réus já prestaram depoimento. A sessão, que iniciou com 25 minutos de atraso, começou com o depoimento de Cláudio Roberto Borges - apontado no processo como um dos idealizadores do crime e José Nilson Borges, irmão de Cláudio e proprietário da espingarda, calibre 12, utilizada no assassinato.

Durante os esclarecimentos do primeiro réu, Cláudio Borges, foram realizados vários questionamentos, primeiramente pela juíza Carolina Malta Teixeira - titular da Vara, o Ministério Público Federal (MPF), os assistentes de acusação e os advogados de defesa. O acusado que também já foi acusado e absolvido por uma ação penal por homicídio, afirmou que não tinha nada contra a vítima e não o considerava inimigo. 

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"Eu cumprimentava o Manoel sempre que ele passava caminhando próximo à casa da minha mãe. Sinceramente, nunca tive nada contra Manoel e ele não representava nenhum problema", argumentou. Após o posicionamento, a juíza contra-argumentou, "mas a vítima não teria sido uma das testemunhas no processo de homicídio contra você?! Há informações que você tinha ódio da vítima. O réu confirma?", questionou. Em resposta, o acusado Cláudio Borges manteve o posicionamento e informou que durante o assassinato estava na casa de praia em Pitimbu, com a família e amigos.

Em seguida José Nilson Borges, proprietário da arma que foi utilizada no crime, prestou depoimento. Segundo o réu, a arma foi que ele possuía era utilizada para caçar e negou conhecimento que a mesma seria utilizada para vitimar Manoel Mattos. "Emprestei a arma a José da Silva Martins - "Parafina" a pedido de Flávio. Apenas entreguei a espingarda porque ele falou que utilizaria para segurança", defendeu. 

inda de acordo com Nilson, depois que a arma foi entregue após o crime, ele decidiu enterrar por receio de ser envolvido no caso, e só apresentou o objeto do crime à polícia com a promessa de ser testemunha e não réu. Segundo o acusado, durante o assassinato, ele estava em casa com a família. 

A juíza Carolina Malta, recentemente, concedeu 15 minutos de intervalo para dar continuidade ao julgamento. Os próximos acusados que serão ouvidos são: José da Silva Martins e Sérgio Paulo da Silva, ambos estão no processo como executores do homicídio.

O julgamento do caso Manoel Mattos começou com os inquéritos dos acusados pelo crime de homicídio. A primeira pessoa interrogada foi o sargento reformado da Polícia Militar Flávio Inácio Pereira, apontado como mandante do homicídio.

No depoimento, Flávio confessou que tinha desentendimento com o advogado Manoel Mattos, mas que era o próprio Mattos quem o perseguia. “Ele era um bêbado que só arrumava confusão. Tinha 36 TCOs por espancamento, baderna...”, citou o sargento. “Ele tinha muito inimigo em Itambé”, explicou.

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Alguns casos que constam nos autos da investigação foram levantados pela juíza Carolina Malta durante o inquérito. Por exemplo, uma discussão em uma churrascaria em que Flávio teria ameaçado Mattos. Na versão do réu,  os acontecimentos não se deram dessa forma. “Ele estava lá embriagado, com três elementos da favela. Ele estava com uma pistola – ele sempre usou pistola- e não deixou que eu entrasse”, lembra.

Outra discussão entre os dois teria ocorrido em um posto de gasolina. Segundo depoimentos de testemunhas, Flávio teria ficado extremamente nervoso ao avistar Mattos, chegando a dizer que nem que levasse dez anos mataria o rival e, após deixarem o local, teria seguido o carro do ativista por grande parte do caminho. Mas segundo Flávio, ele estava calmo e foi embora do posto por pedido do dono do estabelecimento.

Para apontar a raiva que Flávio tinha de Manoel Mattos, a acusação lembrou de uma investigação de estupro cometida pelo sargento. Ele tem um filho de 14 anos com uma mulher que hoje possui 29 anos - "ela tinha 15 anos quanto teve o filho", assumiu o acusado. Mattos foi o responsável pela ação do processo, lutando por uma pensão para a mulher. 

O público presente na sessão se manifestou, principalmente com sorrisos irônicos, quando o acusado disse que “nunca existiu naquela região grupos de extermínio”. Mattos era conhecido por combater esses grupos na divisa entre Pernambuco e Paraíba e a razão da sua morte estaria relacionada a esta atividade.

Após a ouvida, a sessão foi suspensa para o horário de almoço, voltando às 14h. A previsão é que a sentença seja dada só na quarta-feira (15).

Esta terça-feira, dia 14, representa um marco para a Justiça brasileira e para os Direitos Humanos, com a realização do primeiro júri federalizado da história do país, dos cinco acusados pela execução do advogado Manoel Mattos, no Recife (PE). Ele foi morto em 2009 por denunciar mais de 200 mortes causadas por grupos de extermínio na divisa da Paraíba com Pernambuco, conhecida como “Fronteira do medo”.

Para garantir a proteção do advogado nessa ação, a Organização dos Estados Americanos (OEA) concedeu, em 2002, medidas cautelares para que o Estado brasileiro desse proteção ao defensor e sua família. Em 24 de janeiro de 2009, entretanto, Mattos foi assassinado na Paraíba, quando estava há dois anos sem escolta policial.

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Diversas entidades e organizações, como a Justiça Global e a Dignitatis - Assessoria Técnica Popular, conseguiram, em 27 de outubro de 2010, a federalização das investigações e do julgamento da morte de Mattos, por meio da instauração do Incidente de Deslocamento de Competência (IDC). Esse mecanismo é previsto na Constituição desde 2004  para crimes que envolvam grave violação de direitos humanos.

Assim, o caso foi transferido da Justiça estadual para Justiça Federal da Paraíba, onde o julgamento foi frustrado em 2013 por falta de jurados. Muitos não compareceram ao júri por medo de virar alvo dos acusados. Assim, ele foi transferido novamente para a Justiça Federal em Recife, onde será finalmente julgado nesta terça.

A mãe do advogado, Nair Ávila, até hoje vive sob proteção, ameaçada por continuar a luta de seu filho, assim como a promotora Rosemary Souto Maior, que atuou nas denúncias junto a Mattos. 

Acompanhamento - O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) estará presente no julgamento dos envolvidos no assassinato do defensor de direitos humanos. Segundo o CNDH, o tema é considerado histórico por ser tratar de um instrumento constitucional para graves crimes de violações de direitos humanos.

Com informações de assessoria

Na tarde desta segunda-feira (13), a direção da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional de Pernambuco (OAB-PE) realizou coletiva de imprensa para falar sobre o julgamento do caso do advogado Manoel Bezerra de Mattos, assassinado em 2009. O processo que foi federalizado em 2010 e desaforado em 2014 terá sua primeira audiência nesta terça-feira (14) e deve seguir até a quarta (15).

Antes de iniciar a coletiva, a mãe da vítima Nair Ávila (foto à esquerda), de 71 anos, relembrou os momentos que antecederam a viagem do filho para a Praia Azul e falou emocionada das recordações do filho. “Lembro como hoje, ele me convidou para acompanhá-lo, mas preferi ficar em casa, e se tivesse ido teria morrido e não poderia lutar a favor do cumprimento da justiça”, desabafou. Ainda em entrevista, ela relembrou o primogênito. “Tudo está guardado na memória, desde o meu resguardo até o último momento. Afinal foi o primeiro a falar mamãe”, contou emocionada.

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Quanto à federalização do caso, Nair foi enfática. “Realmente o julgamento deveria ser aqui em Pernambuco, e finalmente conseguimos depois de seis anos e três meses. Não havia condições de ser realizado na Paraíba, até porque em João Pessoa parece cidade do interior - todos se conhecem e acabaria prejudicando o andamento da resolução do caso”, falou.

O integrante do Movimento de Direitos Humanos e assistente de acusação, Marcelo Santa Cruz destacou a atuação de Manoel. “Ele sempre foi muito atuante. Durante vida, ele foi presidente do PT, vereador e vice-prefeito de Itambé”, elencou. De acordo com Santa Cruz, a importância desse caso é imensa. “Foi o primeiro caso a ser federalizado e desaforado. Esses processos foram primordiais para os governadores, a OAB e todos os envolvidos”, concluiu.

O presidente da Comissão de prerrogativa e assistente de acusação, Maurício Bezerra ainda apontou porque o caso foi federalizado e desaforado. “É um julgamento que trata de uma causa maior que envolve os Direitos Humanos. Além disso, foi identificado que as testemunhas estavam sendo coagidas e isso sem dúvida atrapalharia o andamento do julgamento e da sentença”, explicou.

Em relação à dinâmica do julgamento, Bezerra explicou. “A sessão iniciará o sorteio do júri, que será comporto de sete integrantes. Em seguida haverá o interrogatório dos réus, no caso os cinco acusados e posteriormente serão feitos os debates, primeiro da acusação, depois a defesa, seguindo para a réplica e tréplica se houver. A expectativa é que dez testemunhas, de acusação e defesa, sejam ouvidas”, finalizou. 

Relembre o caso - Manoel Mattos foi assassinado a tiros de espingarda, no dia 24 de janeiro de 2009, na Praia Azul, situada no município de Pitimbu (PB). O crime ocorreu após denúncias realizadas pelo próprio advogado contra grupos de extermínio, que atuavam nos estados de Pernambuco e Paraíba, região intitulada como ‘Fronteira do Medo’. Antes do crime, a Organização dos Estados Americanos (OEA) concedeu medidas cautelares para o Brasil, com o propósito de proteger Mattos. Porém, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as medidas não foram realizadas quanto à repressão das quadrilhas, o que acarretou na morte do advogado. A vítima nasceu no município de Itambé e atuou permanentemente na cidade como assessor de Fernando Ferro, foi vereador e prefeito da cidade, inclusive, chegou a presidir a Câmara Municipal.

Federalização de transferência para PE - O caso foi federalizado em 2010, saindo da competência do poder público estadual da Paraíba e para a Justiça Federal. Só em 2014, o processo foi desaforado, dessa forma, o julgamento deixou de ser realizado na Paraíba e seguiu para a circunscrição de Pernambuco. 

Nesta quinta-feira (9), o Ministério Público Federal (MPF), em Pernambuco, sedia reunião para abordar a importância da federalização do caso da morte do advogado Manoel Mattos, bem como informar as estratégias de atuação do MPF no processo. Os cinco acusados de envolvimento no assassinato do advogado vão a júri popular no dia 14 de abril.

O encontro contará com a participação da Comissão Especial Manoel Mattos do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além das ONGs Dignitatis e Justiça Global, dentre outros participantes a confirmar. Segundo a procuradora de Justiça do Ministério Público de Goiás, Ivana Farina, presidente da Comissão Especial Manoel Mattos, a federalização também será abordada na Faculdade de Direito do Recife na sexta (10).

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Manoel Mattos, defensor dos direitos humanos, ex-vereador e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, atuava no combate aos grupos de extermínio com atuação em Pernambuco e na Paraíba. Ele foi assassinado em 24 de janeiro de 2009, com dois tiros, em Pitimbu, na Paraíba. Além de Flávio Inácio Pereira, também são acusados do crime Cláudio Roberto Borges, apontado como segundo mandante; José Nilson Borges, suposto proprietário da arma; José da Silva Martins e Sérgio Paulo da Silva, denunciados como executores.

Federalização – O processo contra os acusados de assassinar Manoel Mattos teve início na Justiça Estadual da Paraíba, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou o pedido do MPF e determinou sua transferência para a Justiça Federal , em outubro de 2010. A possibilidade de federalização do processo, em casos de grave violação aos direitos humanos, foi instituída em 2004, pela Emenda Constitucional n.º 45, mas esse caso foi o primeiro transferido da esfera estadual para a federal.

Em maio de 2014, após pedido do MPF na Paraíba, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) decidiu que o julgamento dos acusados fosse realizado no Recife. Na petição, o MPF argumentou que o problema mais relevante foi o temor revelado pela maioria dos jurados, bem como dúvidas sobre a imparcialidade do júri.

Qualquer cidadão pode acionar o MPF. Para fazer uma representação através do site do Ministério Público Federal.

*Com informações da assessoria de imprensa

Nesta quinta-feira (16), o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, sediado no Recife, negou o pedido de habeas corpus a Flávio Inácio Pereira, um dos acusados do assassinato do advogado Manoel Mattos, morto em 2009. Levando em conta o parecer emitido pelo Ministério Público Federal (MPF), que sugeria o não atendimento da solicitação, a decisão unânime do TRF mantém o sargento reformado da Polícia Militar em prisão preventiva. 

Flávio pedia para aguardar em liberdade o julgamento que já foi adiado duas vezes: a primeira, em novembro de 2013, foi por falta de pessoas para a composição do júri, enquanto na segunda data, que seria 5 de dezembro, o Ministério Público da Paraíba acatou a liminar apresentada pela mãe da vítima, Nair Ávila. No documento foi pedido para que o júri acontecesse em outro Estado; o caso se tornou o primeiro júri federalizado da história brasileira. 

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Histórico do caso – Em janeiro de 2009, o advogado Manoel Mattos foi assassinado a tiros por pistoleiros, em Pitimbu, no litoral sul da Paraíba. Ele era atuante no enfrentamento dos grupos de extermínios das regiões de fronteira entre Paraíba e Pernambuco. A ação de tais grupos foi tratada na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, quatro anos antes, mas as providências para reprimir e investigar os crimes não foram tomadas.

Em outubro de 2010, o caso foi retirado da Justiça Estadual e transferido para a Justiça Federal da Paraíba, tornando-se o primeiro pedido de federalização aceito pelo Superior Tribunal de Justiça. Ainda não foi confirmada a nova data para o julgamento do acusado. Além de Flávio Inácio, são acusados pelo assassinato mais quatro homens: Cláudio Roberto Borges (que seria o mandante do crime, ao lado de Flávio), José da Silva Martins (Zé da Parafina) e Sérgio Paulo da Silva (Sérgio da Rua da Palha), que seria os executores, além de Nilson Borges, acusado de ter emprestado a arma utilizada na execução. 

JOÃO PESSOA (PB) - O julgamento dos acusados do assassinato do ativista, advogado e vereador da cidade de Itambé, Manoel Mattos, que aconteceria nesta quinta-feira (5), foi novamente adiado, nesta quarta-feira (4). A ação atende à liminar com pedidos apresentados pelo Ministério Público Federal da Paraíba e por Nair Ávila, mãe da vítima. Este será o primeiro júri federalizado da história do país.

A desembargadora Joana Carolina Lins Pereira, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, acatou aos pedidos para que o júri aconteça noutro estado do país. Segundo a liminar, existe um clima de intimidação dos jurados.

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No último dia 18 de novembro, faltou quórum no júri. "O problema mais relevante foi o óbvio temor revelado pela maioria dos jurados, culminando em uma situação absolutamente atípica, em que sete, dos 18 presentes, apresentaram escusas variadas, estando aptos, em um universo de 25 jurados, apenas 11 deles”, explica o pedido acatado pela desembargadora.

Além da maioria do júri não comparecer, das cinco testemunhas arroladas pela acusação, somente uma delas se apresentou. “O temor se justifica em face de a chamada fronteira do medo distar menos de 50 km da capital do Estado da Paraíba e pelo fato de que o "braço armado" dos grupos de extermínio ainda continua em ação, tanto que as pessoas diretamente envolvidas com o caso ainda estão sob forte regime de proteção”, continua o texto do pedido, citando a proteção dada por policiais a Nair Ávila.

Outra cidade para realização do julgamento deve ser anunciada em um prazo de cinco dias. O sargento Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, que seriam os mandantes do crime, além de José da Silva Martins (Zé da Parafina) e Sérgio Paulo da Silva (Sérgio da Rua da Palha), que seriam os executores, e Nilson Borges, que teria emprestado a arma usada no crime, são os acusados. Com exceção de Nilson, todos aguardam em prisão.

O julgamento do júri dos acusados da morte do advogado Manoel Mattos, marcado para iniciar nesta segunda-feira (18), foi adiado para 5 de dezembro. O adiamento ocorreu porque não foi possível atingir o quórum mínimo de 15 jurados para sortear os sete que comporiam o Conselho de Sentença. Dos 25 jurados sorteados, 18 compareceram à sessão do Tribunal do Júri, sendo que seis solicitaram dispensa do julgamento alegando motivo de saúde.

Durante a sessão foram sorteados novos jurados para completar o número dos que foram dispensados e por sugestão do Ministério Público Federal, através do procurador da República Fabrício Carrer, foram convocados mais 25 jurados como suplentes.

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Carrer falou que um novo adiamento é uma hipótese muito remota, já que na sessão desta segunda foram sorteados jurados suplentes. “Assim, se na próxima sessão não conseguirmos completar o número de 25 jurados, que é o número que o Código de Processo Penal determina, os jurados suplentes serão convidados a compor o Corpo de Jurados e dentro desses 25 serão sorteados os sete que participarão do julgamento", explicou.

Entenda o caso - O advogado Manoel Mattos foi morto por pistoleiros, em janeiro de 2009, em Pitimbu, litoral sul da Paraíba. Ele atuava no enfrentamento dos grupos de extermínio que agem na divisa da Paraíba e Pernambuco. A ação desses grupos foi tratada em Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados em 2005, que recomendou várias medidas específicas. Mesmo assim, o Estado não tomou providências quanto à repressão e investigação dos crimes, resultando na morte do advogado.

Em 27 de outubro de 2010, o Superior Tribunal de Justiça acolheu o pedido da Procuradoria Geral da República de federalização do processo sobre a morte de Manoel Mattos. Com isso, o caso foi retirado da Justiça Estadual e transferido para a Justiça Federal da Paraíba. Este foi o primeiro pedido de federalização aceito pelo Superior Tribunal de Justiça. Em 4 de dezembro de 2012, o processo foi incluído no Programa Justiça Plena, com a tramitação sendo acompanhada mais de perto pela Corregedoria Nacional de Justiça. Este foi o primeiro e, até agora, único caso de federalização concedido pelo STJ.

JOÃO PESSOA (PB) - Os acusados do assassinato do ativista, advogado e vereador da cidade de Itambé, Manoel Mattos, foram levados, nesta segunda-feira (18), ao Fórum da Justiça Federal da Paraíba e a assessoria de imprensa do chegou a informar que os trabalhos haviam sido iniciados, mas o primeiro júri federalizado da história do país foi adiado.

Segundo a assessoria, no momento do início do julgamento, havia um número menor de jurados que o mínimo necessário. Dos 25 convocados, seria necessário ter pelo menos 15, mas os faltosos alegaram problemas de saúde.

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Dos 25, mesmos com alguns ausentes, foi feito um sorteio de sete pessoas que formarão o Conselho de Sentença que atuará na nova data para o Juri Popular. O juiz Alexandre Luna Freire remarcou o júri para 5 de dezembro.

Estão sob julgamento o sargento Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, que seriam os mandantes do crime, além de José da Silva Martins (Zé da Parafina) e Sérgio Paulo da Silva (Sérgio da Rua da Palha), que seriam os executores. Também está sendo julgado Nilson Borges, que teria emprestado a arma usada no crime. Com exceção de Nilson, todos estão presos.

Manoel Mattos foi assassinato quando investigava a ação de grupos de extermínio na divisa dos estados da Paraíba com Pernambuco. Este grupo ainda está em atividade, inclusive ameaçando sua mãe, Nair Ávila, e a Promotora Rosemary Souto Maior. Nair conta com proteção policial.

JOÃO PESSOA (PB) - O julgamento dos acusados do assassinato do ativista, advogado e vereador da cidade de Itambé, Manoel Mattos, começou na manhã desta segunda-feira (18), no Fórum da Justiça Federal da Paraíba. Mesmo previsto na Constituição desde 2004, este é o primeiro júri federalizado na história do país.

Mattos investigava a ação de grupos de extermínio na divisa dos estados da Paraíba com Pernambuco, e que ainda estão em atividade, inclusive ameaçando sua mãe, Nair Ávila, e a Promotora Rosemary Souto Maior. Nair conta com proteção policial.

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"Eu espero que haja Justiça para que todas as outras mães não passem pelo que eu estou passando, pois a dor é muito grande. Minha luta é para isso. Manoel morreu, mas não deixou apenas saudade. Ele deixou um legado muito grande", declarou Nair.

O advogado teve pedidos de proteção policial concedidos, mas não houve a efetivação e, em janeiro de 2009, ele foi executado na praia de Pitimbú, litoral sul da Paraíba. Manoel havia sido ameaçado 20 dias antes do homicídio, por um homem identificado como “soldado Flávio”.

Estão sob julgamento o sargento Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, que seriam os mandantes do crime, além de José da Silva Martins (Zé da Parafina) e Sérgio Paulo da Silva (Sérgio da Rua da Palha), que seriam os executores. Também está sendo julgado Nilson Borges, que teria emprestado a arma usada no crime. Com exceção de Nilson, todos estão presos.

O deputado Fernando Ferro (PT) esteve com o presidente da Ordem de Advogados do Brasil secção de Pernambuco (OAB-PE), Pedro Henrique Reynaldo Alves, para solicitar acompanhamento no julgamento dos acusados pelo assassinato do advogado e ativista dos direitos humanos, Manoel Bezerra de Mattos Neto. O magistrado foi assassinado depois de participar como testemunha da CPI dos grupos de extermínio no Nordeste, onde denunciou um esquema criminoso na divisa de Pernambuco e Paraíba.

O Julgamento está marcado para o dia 18 de novembro e acontece em João Pessoa e será julgado pela Justiça Federal. Os cinco réus, incluindo os mandantes, executores e o fornecedor da arma utilizada no crime, ocorrido em 24 de janeiro de 2009, passarão pela avaliação de um júri popular. “Esta foi uma luta nossa, do parlamento e da OAB. É uma vitória da justiça no nosso país”, disse o parlamentar.

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O parlamentar destacou que o julgamento irá contribuir também para dar celeridade ao encaminhamento do Projeto de Lei (PL) 4471/2012, que altera os artigos 161, 162, 164, 165, 169 e 292 do Decreto-Lei 3.689/1941, do Código de Processo Penal. O PL está em regime de tramitação ordinária na Câmara. “Por esta razão, também, será um julgamento emblemático no Brasil, de amplo significado. Podemos tirar uma grande lição deste caso”, afirmou.



Com informações da assessoria.

O homem acusado de matar o advogado e defensor de direitos humanos, Manoel Mattos, em 2009, foi acusado de mais um crime cometido em agosto de 1998. José da Silva Martins, conhecido como “Parafina”, foi condenado a vinte anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato de Paulo Roberto Honório da Silva, que era auxiliar administrativo de Polícia Civil da Paraíba.

No julgamento ocorrido nesta quinta-feira (25), no Fórum Thomaz de Aquino, pelo juiz da 4ª Vara Abner Apolinário da Silva, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), sustentou a tese de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. O advogado de defesa arguiu a tese de legítima defesa e o Conselho de Sentença, por maioria, acatou na íntegra as alegações do Ministério Público.

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O homicídio que deveria ser julgado pelo Tribunal do Júri de Itambé, na Mata Norte de Pernambuco, foi desaforado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para a Comarca do Recife, a pedido da Promotoria de Justiça do município, que alegou não haver clima nem imparcialidade para o julgamento na Comarca. Já que  o acusado é tido como líder de um “grupo de extermínio”, com ampla atuação nas cidades de Itambé, Pedra de Fogo, na Paraíba e cidades vizinhas.

Segundo a Promotoria de Justiça, Parafina admitiu que, na condição de auxiliar administrativo da Delegacia de Polícia de um município vizinho, exercia funções de agente de polícia. No interrogatório, o réu alegou ter ido ao local do crime para efetuar a prisão da vítima, atendendo ao pedido do co-autor Inaldo Correia de Lima, que desconfiava que Paulo tivesse furtado uma moto sua. 

Com informações da assessoria

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