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O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega já é investigado por outra operação da Polícia Federal, a Zelotes, na qual é suspeito de ter indicado um conselheiro para um órgão da Receita que, por sua vez, beneficiou empresa da qual teria recebido propina. Em maio deste ano, ele foi alvo de condução coercitiva pela PF.

A Zelotes apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de "tribunal" que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal.

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Em novembro do ano passado, o juiz titular da 10ª Vara da Justiça Federal, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Guido Mantega. O objetivo era apurar se ele tinha envolvimento no suposto favorecimento de empresas que obtiveram decisões favoráveis no Carf.

Na época, os investigadores também quiseram levantar mais informações sobre a relação do então ministro com o advogado e ex-conselheiro do Carf Valmir Sandri. Os dois seriam amigos e já fizeram negócios imobiliários.

O ex-ministro informou, por meio de um auxiliar, na ocasião, que refutava qualquer alegação sobre seu envolvimento nas irregularidades do Carf. Ele acrescentou que não comentaria a decisão da Justiça, pois havia sido notificado.

A prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na nova fase da Operação Lava Jato foi considerada uma "surpresa" para interlocutores do presidente Michel Temer, que chegou às 3h05 desta quinta-feira (22) da viagem aos EStados Unidos, onde abriu a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Temer está no Palácio do Jaburu ainda descansando, de acordo com sua assessoria.

Para hoje, a agenda oficial indica compromisso oficial apenas às 15h, quando participa da cerimônia de anúncio da edição de uma Medida Provisória que reformula o currículo do ensino médio.

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Dois dos principais ministros de Temer não estão em Brasília. Eliseu Padilha, da Casa Civil, está se restabelecendo de um mal estar que elevou sua pressão e indicou labirintite na terça-feira (20); e Geddel Vieira LIma, da Secretaria de Governo, tem agenda em São Paulo.

Mesmo sem estar na agenda oficial, Temer deve se reunir nesta quinta, possivelmente no final da manhã, mas o horário ainda não está confirmado, com o jornalista Eduardo Oinegue, que foi convidado para ser porta-voz do governo.

Conforme publicado pelo Broadcast Político, Oinegue é um dos membros de um grupo de comunicação informal que já auxilia a presidente há pelo menos três meses e também já colaborou com Temer desde a primeira campanha de vice-presidente. A decisão sobre a entrada de Oinegue no governo depende ainda de acertos finais e muitas conversas entre ele e Temer.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, escolheu o experiente diplomata Marcos Galvão como secretário-geral do Itamaraty, numa demonstração de que os temas comerciais e econômicos serão sua prioridade. Galvão havia sido o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda sob a gestão de Guido Mantega e foi o principal negociador do Brasil no G-20, no auge da crise mundial. Foi seu trabalho nos bastidores que permitiu ao País ter uma voz de peso na redefinição das regras do sistema financeiro internacional.

Além de passar por cargos importantes em Brasília, ele ainda serviu na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Assunção, em Londres, foi ministro-conselheiro e Encarregado de Negócios na embaixada do Brasil em Washington e embaixador no Japão até 2013. Galvão estava havia dois anos em Genebra como embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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Inicialmente, a ideia de Serra era dividir a Secretaria-Geral em dois cargos, com Galvão se ocupando mais da área econômica e comercial, enquanto Sérgio Danese ficaria com a parte administrativa e política. Mas, depois de um fim de semana de negociações, Danese será nomeado como embaixador em Buenos Aires.

A escolha do ex-embaixador do Brasil na OMC tem ainda a função de proteger Serra de críticas internas, numa instituição pouco acostumada a ver alguém de fora da carreira assumir o cargo máximo de chanceler. O último foi Celso Lafer, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Há a expectativa de que o novo vice-ministro toque de fato o Itamaraty por causa da agenda atribulada de Serra com a crise política e as eleições em 2018. Pessoas próximas ao gabinete de Serra, porém, negam e apontam que o tucano terá "pleno comando" da pasta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira, 9, em cinco unidades da federação, ações contra um dos grupos empresariais investigados pela Operação Zelotes. As empresas investigadas nesta fase tiveram multas julgadas no Conselho de Recursos Administrativos (Carf) que somam R$ 57 milhões.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi levado para depor à Polícia Federal e deve ser liberado em seguida. Ele é amigo de Victor Sandri, dono da Cimento Penha, que teria sido favorecida em decisões do Carf.

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Estão sendo cumpridos 12 mandados de buscas e apreensões e 15 mandados de conduções coercitivas em Brasília (DF), Recife (PE), Olinda (PE), Paulista (PE), João Pessoa (PB), São Paulo (SP), Juazeiro do Norte (CE), Florianópolis (SC) e 1 oitiva autorizada judicialmente no Complexo da Papuda, em Brasília. Todas as medidas judiciais foram determinadas pela 10ª Vara da Justiça Federal no DF.

Segundo a PF, durante a investigação, foi constatada "a existência de associação criminosa voltada a manipular e influenciar decisões do Carf, por meio de corrupção de Conselheiros, em prol de empresas desfavorecidas em decisões administrativas condenatórias de instâncias inferiores".

Alvo desta fase de ações da Polícia Federal, uma empresa produtora de material de construção celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria que, por meio de seus sócios, "agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e decisões do Carf, visando obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobrança de tributos em seus processos".

Desde a deflagração da Operação Zelotes, em 26 de março de 2015, a Polícia Federal recolhe evidências das práticas de crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro por parte de uma estrutura criminosa complexa e composta por conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e as empresas alvos das ações.

Mantega

Em novembro do ano passado, o juiz titular da 10ª Vara da Justiça Federal, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Guido Mantega. O objetivo era apurar se ele tinha envolvimento no suposto favorecimento de empresas que obtiveram decisões favoráveis no Carf.

Na época, os investigadores também quiseram levantar mais informações sobre a relação do então ministro com o dono da Cimentos Penha, grupo empresarial que conseguiu abater débito de R$ 106 milhões no "tribunal da Receita". Os dois seriam amigos e já fizeram negócios imobiliários.

Nesta segunda-feira, a defesa do ex-ministro disse que "não há o que recear" sobre a condução coercitiva de Mantega para depor. "Ele não tem nada a esconder", afirmou o criminalista José Roberto Batochio.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou há pouco mais de 30 minutos à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento no âmbito da Operação Zelotes.

Mantega foi conduzido coercitivamente na nova fase da Operação, que apura suspeitas de manipulação de julgamentos do Carf, conselho que julga multas aplicadas a grandes contribuintes. Ele vai prestar depoimento na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, no 6º andar do prédio localizado na zona oeste da capital paulista.

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O alvo desta etapa é o grupo Cimento Penha, do empresário Victor Garcia Sandri, apontado como amigo de Mantega. A PF cumpre 30 mandatos de busca e apreensão e de condução coercitiva.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram à Justiça Federal mandado de condução coercitiva contra o ex-secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo na nova etapa da Operação Zelotes deflagrada nesta segunda-feira, 9. Nesta fase também foi levado a depor o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O então conselheiro do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) Valmar Fonseca de Menezes, suspeito de receber propina em troca de atuar para anular débito da empresa Cimento Penha, era ligado a Cartaxo e conhecido entre os auditores como o "carregador de pasta" do ex-secretário, que já presidiu o Carf. A Cimento Penha é de propriedade de Victor Sandri, amigo de Mantega.

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O ex-conselheiro Valmar Menezes também foi alvo de mandado de condução coercitiva. Além da PF e do MPF, a Receita também participa das investigações.

A Operação Zelotes cumpre 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda-feira, 9. O alvo desta etapa é o grupo Comercial Penha.

O ex-ministro Guido Mantega foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor e liberado.

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A Zelotes apura suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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A empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, disse aos investigadores da Operação Lava Jato que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega intermediou o pagamento de caixa 2 para a campanha de Dilma Rousseff, então candidata à reeleição em 2014. As declarações foram dadas em acordo prévio para fechar acordo de delação premiada, segundo o jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, Mônica afirmou que Mantega, em mais de uma ocasião, indicou executivos de empresas que deviam ser procurados para que ela recebesse valores não declarados nas contas oficiais do comitê de campanha do PT. Mantega reconhece que se encontrou com Mônica, mas nega a acusações.

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Segundo a mulher de João Santana, em 2014 o casal, sócio numa empresa de marketing político, recebeu R$ 10 milhões em dinheiro não informado à Justiça Eleitoral. Disse ainda que pagamentos por meio de caixa 2 aconteceram inda na primeira candidatura de Dilma, em 2010, na reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e nas campanhas municipais de Fernando Haddad (2012), Marta Suplicy (2008) e Gleisi Hoffmann (2008).

O coordenador jurídico da campanha de Dilma, Flávio Caetano, disse à reportagem que não houve caixa 2 e nega que Mantega tenha solicitado o dinheiro a empresários. Segundo ele, os pagamentos de mais de R$ 70 milhões feitos ao casal são "em decorrência dos serviços prestados à campanha".

Empréstimo

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB na Petrobras, disse que em 2006 foi procurado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que lhe pediu ajuda para uma solução na estatal para quitar empréstimo supostamente fraudulento de R$ 12 milhões. Segundo Baiano, Bumlai - amigo do ex-presidente Lula - disse que estava sendo pressionado para quitar o empréstimo que tomara em 2004 para o PT no banco Schahin.

O governo está decidido a recompor integralmente a alíquota do IPI para automóveis a partir de 2015, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículo Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Ele se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, segundo Moan, reafirmou a decisão do governo Dilma Rousseff de voltar a alíquota, como já estava previsto. Mesmo com a alta do imposto, a Anfavea prevê que a venda de automóveis será maior em 2015 do que em 2014 - mas ainda não tem um número projetado, de acordo com o presidente.

Em 1º de janeiro, a alíquota para os carros populares subirá de 3% para 7%, enquanto o tributo para os carros médios subirá de 9% para 11% (no caso dos motores flex) e para 13% (a gasolina). "Eu toquei no assunto, mas a posição é de que há decisão do governo pela implementação da alíquota cheia do IPI em janeiro", disse, acrescentando que não pediu explicações sobre os motivos. A decisão sobre repassar a alta do imposto integralmente para o preço final será de cada empresa, segundo Moan.

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"Vamos continuar trabalhando na produção, nas promoções de venda e vamos continuar aqui. Estamos no Brasil há mais de 90 anos e vamos continuar nos próximos 90", disse Moan. Ele negou que o setor tenha planos de promover demissões. "A indústria tem seus trabalhadores em nível muito qualificado. A indústria sempre evitou fazer redução do pessoal pelo investimento que foi feito, então vamos lutar o máximo possível para continuar produzindo."

Moan comemorou que as vendas, em novembro, estão superiores a 13 mil veículos por dia. "Em outubro, estávamos brigando para atingir 13 mil unidades diárias. Este mês já estamos brigando para superar outras metas."

O presidente da Anfavea afirmou, ainda, que o crédito para financiamento de veículos está voltando. Em setembro, houve aumento de quase 8% no número de veículos financiados, segundo ele. Em outubro, subiu em torno de 10%. "Na última sexta-feira, tivemos a aprovação da nova lei de retomada do veículo, que premia o adimplente e possibilita redução do custo do financiamento, segurança jurídica para o sistema financeiro e vontade do sistema financeiro de voltar ao mercado financiando veículos", disse.

PSI

Na reunião desta quinta-feira, o principal pedido do setor para o ministro Guido Mantega foi, segundo Moan, para que as taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para o próximo ano sejam divulgadas o mais rápido possível. "Hoje falamos muito mais de máquinas agrícolas, caminhões e ônibus. A posição do ministro é que ele vai estudar e levar em consideração", disse.

Hoje, as taxas do PSI são de 6% para caminhões e ônibus e de 4,5% para máquinas agrícolas. "O que solicitamos é que a taxa do próximo ano seja divulgada o mais rápido possível, de forma a evitar interrupções ou bolhas de consumo", explicou.

Questionado sobre a discussão a respeito da proporção da mistura de etanol na gasolina, Moan disse que o estudo da Anfavea sobre o assunto ainda não foi concluído e que está prevista reunião na tarde de hoje, na Casa Civil, para tratar do tema e conhecer o estudo da Petrobras, se estiver pronto.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta terça-feira (7) a política fiscal do governo do PT. Segundo ele, foi possível fazer superávits primários maiores quando a economia estava favorável, mas foi preciso graduar o superávit diante da crise econômica. "Quando veio a crise tivemos que dar estímulo para que a economia não ficasse prostrada", justificou. No entanto, admitiu que será preciso fazer um ajuste daqui para frente. Segundo ele, o Brasil terá que perseguir uma economia de 2% a 2,5%, conforme previsto na proposta orçamentária de 2015. "Se tiver um crescimento do PIB acima de 3%, faz mais que isso", disse.

Sobre 2014, Mantega disse que é preciso esperar o desempenho do segundo semestre, que deve ser melhor e refletirá na arrecadação. Mantega lembrou que há receitas adicionais que vão entrar até o final do ano por conta dos dois Refis em andamento. "Em novembro vamos saber quanto teremos de primário. Se vamos cumprir a meta. Até lá, o que temos que fazer é tentar fazer o melhor superávit possível. Por enquanto, é prematura a revisão da meta", afirmou.

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O ministro criticou o PSDB. Segundo ele, há um gradualismo no discurso sobre o ajuste fiscal. "Houve mudança. Estão dizendo agora que vão fazer o superávit de 3,1% do PIB ao longo dos anos. Tenho certeza que nossa política fiscal é diferente da oposição", alfinetou.

Custos de energia

Mantega também disse que o governo precisa fazer o possível para equilibrar a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). "Talvez fosse o ideal", afirmou. Ele lembrou que o governo não fazia aportes no passado, mas que, com o aumento dos custos de energia, foi preciso encontrar uma solução. O governo havia elevado sua projeção de aportes na CDE esse ano para R$ 13 bilhões, mas reduziu novamente para R$ 9 bilhões. O governo também intermediou um empréstimo privado.

Ele avaliou que a seca não deve continuar no ano que vem e vai entrar no mercado energia mais barata. "Foi a equação que encontramos. Se não repassasse (o aumento do custo) para o consumidor, vocês iriam dizer que estamos represando. Ou uma coisa ou outra", disse. O governo foi acusado de segurar os preços em alguns setores o que poderia levar a um tarifaço no ano que vem.

Inflação

O ministro ressaltou ainda que o governo do PT nunca compactou com a inflação. "Sempre fomos muito rigorosos com a inflação, porque o principal prejudicado é a população. Tanto é verdade que, este ano, estamos praticando política monetária bastante severa", afirmou. Ele também fez, novamente, críticas à política econômica do PSDB.

Mantega disse que o governo nunca flertou com a inflação e não deixou que ela ultrapassasse o teto da meta. "Só no primeiro ano do governo Lula que ultrapassou, mas vinha com a carona da inflação de 2002, de 12,5%". Fora isso, todos os anos cumprimos (a meta)", afirmou.

Para o ministro, é possível atingir uma inflação menor com taxa de juros razoável. Ele fez questão de ressaltar que o governo está praticando juro médio menor do que o dos governos FHC e Lula. "Estamos fazendo taxa de juros de 11%. Se pegarmos os juros médios, foi menor que o período Lula e que no período FHC. Nós estamos praticando juro menor, embora a Selic tenha que se alterar em função da política monetária", afirmou. "Uma pessoa física pagava cerca de 90% de juros em 2002 e hoje paga aproximadamente 30%", acrescentou.

Mantega disse que o combate à inflação tem que ser eficiente para não requerer juros tão elevados quanto no passado.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (7) que o governo mantém a previsão de 0,9% para o crescimento da economia brasileira neste ano. "Só em novembro, quando fizermos novo relatório (bimestral de receitas e despesas) é que vamos rever ou não a nossa previsão de PIB. Não temos agilidade da Focus, que muda a cada semana. As taxas da Focus são flexíveis", disse, em referência à previsão dos analistas do mercado, que está em 0,24%. No mês passado, a projeção do governo federal foi revisada de 1,8% para 0,9%.

"Eu espero que a economia europeia faça esforço adicional para a retomada do crescimento. Está claro que a estratégia que eles estão usando não é eficiente. Eles têm que fazer esforço fiscal e monetário maior", disse. "Eles têm que fazer o que fizemos aqui. O Brasil foi um dos que mais cresceu durante a crise, porque fizemos política anticíclica, que diminui o primário, mas mantém certo nível de crescimento", afirmou. "Os países europeus têm que fazer política monetária mais agressiva, como fizeram os EUA, ou política fiscal expansionista."

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"O continente europeu é muito importante. Quando não está aumentando o consumo, a gente fica sem uma perna. A China também reage a isso, porque é uma grande exportadora. Então, eu acredito que essa situação vai ter que ser mudada", disse, acrescentando que na próxima reunião do G-20 será necessário discussão para que países avançados façam esforço adicional.

FMI

Para o ministro, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que anunciou hoje projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014, está fazendo ajustes fortes porque estava otimista com o desempenho dos Estados Unidos e com o Brasil, o que não se confirmou. Segundo ele, o Fundo não contava com a seca no Brasil e uma política monetária mais contracionista. "O FMI deve ter se baseado no resultado (brasileiro) do ano passado e no nosso potencial porque temos mercado que outras economias não têm", afirmou.

Ele destacou que o FMI já previu uma expansão de 3% nos Estados Unidos e já trabalha com 2,2%. "Nós temos uma volatilidade dessas projeções e acredito que estamos todos no mesmo barco na economia mundial, mas em condições diferentes. O Brasil tem condições de reagir melhor porque tem mercado interno", disse.

Mantega citou também a manutenção dos investimento externos no País. "Temos os ingredientes para retomada da economia no ano que vem", afirmou.

De acordo com Mantega, a economia mundial não crescerá tanto em 2015 quando se acreditava. "Teremos que fazer esforço para nos virar com nossas condições", afirmou o ministro, fazendo referência a dar mais condições para exportadores e recuperar mercado interno a partir de mais crédito. "Temos condições de crescer em 2015 mais do que crescemos em 2014", disse. "Só voltando e normalizando o crédito, isso já vai trazer estímulo ao consumo."

Ao citar fatores que influenciam na confiança da economia, Mantega citou que há um problema de contágio mundial. "Você está vendo o que acontece lá fora e, tirando EUA, as notícias não são boas", afirmou, citando queda no preço de commodities. "Com isso, a confiança também não se reativa. Mais para o final do ano poderemos estar recuperando a confiança em função de ativação da economia", afirmou.

Confiança

Segundo o ministro, existe problema de confiança, mas não apenas no Brasil. "A confiança na Alemanha, do empresário alemão, vem caindo oito meses consecutivos", disse. Para Mantega, fatores políticos influenciam a questão da confiança, mas disse que o mais importante para o investidor é que o mercado de consumo cresceu menos. "Então faltou mercado. A indústria e o investimento foram bem no ano passado. Então havia mais confiança", avaliou.

O ministro disse que a indústria não consegue vender e acumulou estoque. Por isso, os empresários perderam a confiança e deixam de investir. No entanto, afirmou que há uma recuperação do comércio que deve crescer entre 3% e 3,5% pela estimativa do IDV.

Destacou também que a indústria automobilística já está vendendo mais e, portanto, estão aumentando a produção. "A confiança voltará quando o comércio tiver num patamar mais elevado. O comércio deve se recuperar. Novembro e dezembro são sempre melhor. A indústria vai desovar os estoques e terá que voltar a produzir. A confiança no setor industrial deve voltar. Já há tendência de melhorar a confiança do consumidor", disse. Para o ministro, o problema é de contágio mundial.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou de pessimista a projeção de 0,3% de avanço da economia brasileira em 2014 feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e argumentou que há indicadores de que o crescimento será maior no segundo semestre. "A previsão para o Brasil de 0,3% parece um pouco pessimista. É verdade que tivemos um primeiro semestre de crescimento mais fraco, porém no segundo semestre estamos observando recuperação da economia brasileira. Temos vários indicadores que mostram que a partir de julho tivemos aceleração moderada do crescimento", afirmou. Mantega citou dados de produção industrial, IBC-Br, o monitor do PIB mensal da FGV, produção de bens de capital, produção de petróleo e gás, vendas da produção da indústria automobilística. "Tudo indica que terceiro trimestre terá um bom crescimento", afirmou.

"Temos vários indicadores de que está havendo retorno do crédito a partir da flexibilização do Banco Central de diminuir compulsório. O consignado também está aumentando e o crédito está retornando muito gradualmente à economia brasileira, o que deverá levar a um aquecimento moderado da economia até o fim do ano", defendeu.

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Mantega lembrou que a projeção de 0,3% poderá ser revista em novembro, na reunião do G20, na Austrália. "Eles farão nova previsão e podem alterar. Vivemos num mundo volátil, instável, com surpresas. Então previsões têm que ser revistas com certa velocidade", disse.

O ministro voltou a dizer que no primeiro semestre a economia teve problemas internos e externos e apontou que a economia mundial cresceu menos que o esperado e a economia brasileira também. Ele citou a dificuldade de exportação num cenário de baixo crescimento mundial. Mantega mencionou, ainda, que os países da América Latina estão todos apresentando desaceleração do crescimento.

Mantega repetiu a avaliação de que a seca também atrapalhou nos primeiros meses do ano e gerou pressão inflacionária. "O Banco Central fez política monetária bastante rigorosa, reduzindo a disponibilidade de crédito. Uma parte do não crescimento neste ano é falta de credito a partir da política monetária, que pra combater a inflação fez política mais contracionista", disse. Mantega acrescentou que, à medida que a inflação fica mais fraca, as ações podem mudar.

O ministro afirmou que, apesar de o crescimento estar menor, os parâmetros estão saudáveis. "O nível de emprego continua muito alto no Brasil. Continuamos reduzindo o desemprego, ou mantendo o desemprego em patamar historicamente muito baixo. Se o desemprego está baixo, significa que o mercado consumidor está intacto. O que falta é crédito", apontou. Mantega disse que esse cenário é um privilégio do Brasil e que, mesmo nos Estados Unidos, o mercado de consumo não se recuperou satisfatoriamente.

Fed

Mantega avaliou também que a volatilidade no Brasil é diferente do resto do mundo por conta do processo eleitoral. "Temos uma especificidade", disse. Ele lembrou, no entanto, que o Federal Reserve (Fed) já começou a preparar o mundo para elevação da taxa de juros, que virá no ano que vem, e que já causa volatilidade ao redor do globo. Ele defendeu os fundamentos da economia brasileira ao destacar que a dívida externa para administrar é pequena e há um programa de investimento importante em curso.

Mantega lembrou que faz parte da agenda do FMI e do G-20 organizar um fundo de investimento e discutir como elevar o PIB do mundo. Segundo Mantega, já na reunião de primavera do Fundo, em abril, o tema crescimento econômico já foi debatido e vem sendo desenvolvido ao longo desse ano. "Cada país diz como vai contribuir para o crescimento do PIB mundial. Isso é uma agenda do FMI porque falta crescimento na economia mundial. Eu espero que os meus colegas dos países desenvolvidos tomem medidas mais eficientes para aumentar o crescimento", afirmou. Mantega disse que o Japão parou de crescer e que a Alemanha está com dificuldades.

O ministro ainda destacou que a produção industrial brasileira tem trajetória muito semelhante com a da Alemanha. "As duas curvas são idênticas. A nossa produção industrial esse ano está mais fraca, até negativa, e na Alemanha está a mesma coisa", disse.

Mantega disse que muita gente quer atribuir problemas aqui, no Brasil, que são problemas mundiais. "Todo mundo sabe que a Alemanha é um país competitivo", disse. "Não é um problema do Brasil no que diz respeito à exportação dos manufaturados", completou.

Ele lembrou que, na segunda-feira da semana passada, na Fiesp, esteve reunido com mais de 100 empresários, vendo medidas para aumentar a competitividade, mesmo que o mercado não esteja se recuperando.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (15) durante o 11º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que no próximo governo não será necessário "fazer tarifaço" de preços administrados.

"Subimos os preços de energia em média em 17%", exemplificou, citando que ajustes nessa categoria já estão ocorrendo.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou nesta segunda-feira, 15, durante o 11º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avaliações de candidatos para a Presidência da República da oposição, segundo as quais serão adotadas propostas de ajuste fiscal rápido a partir de 2015. "Ouvi falar em corte de R$ 100 bilhões. São propostas temerárias de execução e de consequências fortes", destacou, sobretudo aos investimentos, à área social, à produção industrial e à geração de empregos na economia.

"Ouvi falar de desmame da indústria. Benjamin (Steinbruch), você vai ser desmamado", comentou Mantega, com bom humor para o presidente da Fiesp, que estava ao seu lado durante palestra proferida no Fórum. "Desmame será abrir mais (o País) para a concorrência com estrangeiros. Para mim, seria trágico para a indústria", destacou. "Essa política neoliberal seria ruim, causaria recessão e desemprego."

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Nesse contexto, o ministro da Fazenda afirmou que, com essa nova proposta macroeconômica neoliberal "tenho medo do desmonte do BNDES, como se fazia em 2001 e 2002", quando, segundo ele, o banco estatal estava sendo "desmontado."

"Sem juro baixo para o setor privado, a economia ficaria numa situação difícil", ponderou, referindo-se à Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLP, que está em 5% ao ano.

O ministro também ressaltou que essa política de gestão da economia iria diminuir os investimentos no pré-sal, o que seria bem negativo para o setor de energia do País. "Então, teríamos uma situação pior para a indústria, que vive uma situação sensível. Não seria a melhor estratégia para viabilizar o novo ciclo de expansão da economia."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez críticas a propostas de candidatos da oposição sobre a política de ajuste macroeconômico para 2015 no Brasil. Ele manifestou-se claramente favorável à autonomia do Banco Central e totalmente contrário à independência em lei da autoridade monetária.

Seus comentários ficaram em linha com as avaliações da presidente Dilma Rousseff realizadas em entrevistas e na propaganda de TV na campanha de reeleição. "Hoje temos autonomia operacional do BC. Em contraposição à autonomia, fala-se agora de independência do BC. Não pode ter independência do BC só com a meta inflacionária. Tem que olhar também emprego e crescimento", comentou Mantega.

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"Então, teria que acabar com o regime de metas. Independência do BC poderia ser independência do governo e do Congresso. Um grupo de iluminados pode definir a política econômica sem ter um diálogo com o presidente eleito", destacou. "Isso é um pouco complicado. Poderia haver situações de choque entre o Presidente da República e o BC. Em 1998, o presidente Fernando Henrique (Cardoso) não podia trocar o Gustavo Franco", apontou. "Eu prefiro ficar com a autonomia operacional do BC. Para levar a inflação à meta mais rapidamente, teria que subir os juros ou com choque fiscal", apontou o ministro.

Ele ironizou indiretamente a candidata a presidente do PSB, Marina Silva, pois ouviu em "48 horas, que a meta será mantida, elevada e reduzida." Ele fez os comentários no Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O ministro também falou no evento que as medidas adotadas pelo governo como forma de atenuar os efeitos da crise baseiam-se em uma visão. "Não quero botar rótulos, não quero falar que foi uma visão keynesiana ou liberal", disse, acrescentando que dos dois lados receberia críticas. De acordo com o ministro, houve críticas "das viúvas dos juros altos e também dos que são contra a atuação dos bancos públicos". Por outro lado, disse, a política industrial é amplamente criticada pela visão neoliberal "Muita gente ficou com saudades dos juros reais altos, as viúvas dos juros altos", reiterou.

Desempenho

Para Mantega, o Brasil fica muito próximo da Coreia, com desempenho bastante razoável ao longo da crise. "Não aconteceu com o Brasil o que aconteceu no passado com outras crises, em que o país afundava. Estou fazendo comparação com países do G-20", destacou. Também de 2008 a 2014, de acordo com o ministro, a economia brasileira ficou muito perto de outras economias. "Crescemos no período 17,5%. Países da zona do euro ficaram negativos. Agora tem que crescer muito para recuperar o patamar passado. Isso mostra que o Brasil passou por um período de crise que muitos parecem esquecer, disse.

 

Para Mantega, a média crescimento do Brasil não é ruim. Mantemos virtudes neste período de crise. A massa salarial cresceu neste período de crise, o que se viu pouco no resto do mundo. Mantemos intacto o mercado de consumo. Só não está melhor porque falta crédito", disse o ministro.

De acordo com ele, a economia internacional está demorando a recuperar. "Mas acredito que os EUA terão crescimento mais sólido que os países da Europa. Mesmo os emergentes estão reduzindo crescimento. E não dá para comparar Brasil com Índia e China porque estão em estágios diferentes de crescimento", disse o ministro, dando como exemplo a desaceleração em curso das economias chilena e peruana.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu as críticas recebidas do empresário Benjamin Steinbruch durante o 11º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) alegando que o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, (Fiesp) lembra dos problemas atuais e não dos problemas do passado. Em relação ao câmbio, Mantega admitiu que "tivemos dificuldades para impedir a valorização do câmbio".

De acordo com ele, a primeira medida foi tentar evitar a desvalorização do câmbio. "Aí aumentamos as reservas, como forma de aumentar a desvalorização cambial", disse o ministro. Mas isso, disse ele, só foi possível quando "colocamos empecilhos, colocamos IOF sobre a entrada de dólares no País e o câmbio passou a se desvalorizar para a felicidade da indústria até 2013".

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"Procuramos neste período anticíclico olhar para a produção. A indústria depende muito do mercado externo, que secou e não tínhamos mais para onde exportar", disse o ministro. Para Mantega, o câmbio não é o ideal, mas é o que se pode fazer. Até porque, explicou, quando se induz a desvalorização do câmbio se cai numa pressão inflacionária. "Tivemos também problemas de seca, que pressionaram a inflação".

Em conversa informal com jornalistas após participar do Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, preferiu não conceder entrevista coletiva nesta segunda-feira, 15. "É melhor falar à tarde. Vamos à CNI e anunciaremos algumas medidas", comentou.

Mantega fez mais cedo uma ampla defesa da política econômica do governo durante o 11º Fórum da FGV. Ele falou após o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do empresário Benjamin Steinbruch ter voltado a carga de suas criticas à política econômica.

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Mantega reconheceu que os ajustes macroeconômicos se fazem necessários. "Ajustes se fazem necessários sempre, ainda mais quando a economia se defronta com uma grande crise mundial, uma grande recessão, como dizem os ingleses", disse o ministro. Ele ponderou que, em função da crise, ocorreram várias mudanças macroeconômicas em várias economias do mundo, como o programa de relaxamento quantitativo nos Estados Unidos (QE) e também nas taxas de juros.

"Agora, na saída da crise, novos ajustes se fazem necessários, quando o Fed faz o caminho inverso, deixa de ser expansionista e faz ajustes nas taxas de juros e câmbio", disse. Para ele, todos os países têm de fazer ajustes para se defrontar com estas mudanças. "Quero destacar que cada ajuste que cada país depende da estratégia que cada país. Não se faz os mesmos ajustes".

Inflação

O ministro disse que "nunca brincamos com a inflação" ao justificar a alta da Selic. Ele fez esta afirmação na esteira a defesa dos ajustes que a equipe econômica já vem fazendo na economia diante das necessidade impostas pela crise econômica mundial.

"A Selic subiu por causa da inflação. A Selic chegou a 12,5%", disse. Ele disse ainda que o governo teve que fazer ajustes de superávit primário e no câmbio, além dos juros em função do crescimento da economia, de 7,5% em 2010. Segundo ele, no início de 2011 o governo achou que a crise mundial estava sendo superada.

"Houve um alívio e no início de 2011 pensamos que estávamos na superação da crise mundial. Crescemos 7,5%, tivemos pressão de commodities, de inflação. Então fizemos um ajuste fiscal, demos estímulos à economia. Em 2011 começamos colocando um o primário em 3%", disse o ministro.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (10), ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que "não há constrangimento" com o anúncio sobre a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do cargo em um eventual segundo mandato do governo Dilma Rousseff. "Eles se falam sempre", afirmou. De acordo com o ministro, Mantega continua no governo até o final do ano.

"A presidente já explicou a saída de Mantega na entrevista ao Estadão", disse, em referência à justificativa de Dilma de que Mantega teria pedido para sair por razões pessoais. Mercadante participou nesta tarde da solenidade de posse do ministro Ricardo Lewandowski como presidente do Supremo Tribunal Federal.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, 29, que há uma perspectiva positiva para o crescimento do País a partir do terceiro trimestre em função de vários fatores, entre eles o avanço da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), com destaque para os investimentos relativos a empreendimentos imobiliários. "Vão entrar vários investimentos em construção que vão puxar o PIB para cima", comentou.

"Além disso, o crédito vai aumentar porque foi liberado o compulsório (pelo Banco Central)", destacou o ministro. "A inadimplência está bem comportada e as famílias estão menos endividadas", disse, ressaltando que há um cenário bem mais favorável ao aumento do consumo no curto prazo.

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Mantega destacou que "nunca tivemos" concessões de financiamentos tão escassas como no primeiro semestre deste ano. "As vendas de automóveis e bens duráveis vão aumentar", disse. "A política monetária do BC foi muito rígida, mas agora vai voltar a ter mais crédito", acrescentou.

Grau de investimento

Mantega diz não acreditar que "haverá revisão do grau de investimento" do Brasil em 2015. O Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, perguntou ao ministro se não aumentou o risco de o País perder esta avaliação das principais agências internacionais de rating, sobretudo devido ao crescimento muito baixo do PIB e resultados desfavoráveis do superávit primário.

"Está difícil, mas vamos fazer todo o esforço para cumprir a meta do primário neste ano. Estamos mantendo uma política para entregar o primário", comentou Mantega. Segundo ele, o ano de 2014 apresenta obstáculos para atingir esse objetivo, especialmente com um ritmo menor da arrecadação. "Mesmo com o primário um pouco menor agora (em julho), faremos um dos maiores do mundo", destacou. O ministro ressaltou que, apesar dessas condições, a dívida líquida apresenta estabilidade, perto de 34% do PIB. "Para 2015, temos condições de fazer um primário maior do que em 2014", disse Mantega.

Inflação

O ministro disse também que a inflação está baixa e que resultados favoráveis continuarão acontecendo. "A inflação está baixa e vamos continuar tendo resultados positivos", disse durante entrevista coletiva em que comentou a queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre.

De acordo com o ministro, o crédito começou a melhorar em função do controle da inflação. Para ele, a liberação do compulsório deve ajudar na recuperação da economia.

Os salários, de acordo com o ministro, continuam crescendo. "Temos condições de aumentar o consumo no segundo semestre. Isso vai melhorar gradualmente por causa do crédito", disse Mantega, acrescentando que a economia já está crescendo no terceiro trimestre. "Os indicadores são poucos, mas já começamos o terceiro trimestre com dados positivos", disse Mantega, citando a emissão de papelão e tráfego de veículos pesados nas estradas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (29), que com o resultado do PIB no segundo trimestre, que apresentou queda de 0,6% na margem, "não será possível o Brasil crescer 1,8% em 2014". Segundo ele, a sua pasta deverá fazer uma revisão para baixo dessa previsão oficial em setembro.

Mantega, afirmou, porém, que "não dá para dizer que o Brasil está em recessão". Segundo ele, a queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre foi influenciada pela retração de 0,6% entre abril e junho, na margem. Na sua avaliação, como o País entre julho e setembro vai crescer, provavelmente haverá revisão do PIB nos trimestres anteriores, o que poderá acabar com a sequência de queda da economia por dois trimestres consecutivos.

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"Recessão é parada prolongada da economia como ocorreu na Europa", destacou Mantega. "Estamos falando de no máximo dois trimestres no Brasil e sabemos que a economia está em movimento", destacou. "Recessão é quando há desemprego e renda da população caindo. Aqui é ao contrário. Para os trabalhadores é como se nem houvesse crise internacional", afirmou. "Eles têm tido há vários anos e no primeiro semestre de 2014 aumento do emprego e da renda."

Massa salarial

Mantega afirmou que a massa salarial continuou crescendo no primeiro semestre deste ano, com expansão de 2% a 3% em termos anualizados, junto com geração líquida de 500 mil empregos. "Teremos possibilidade de aumentar a demanda e o consumo no segundo semestre", comentou. Segundo ele, um outro fator que ajudará é que a inflação "está baixa e vamos continuar tendo resultados positivos" nos próximos meses".

"Teremos possibilidade de aumentar a demanda e o consumo no 2º semestre", comentou Mantega. "Começamos o terceiro trimestre de forma positiva", destacou. "Temos dados positivos em julho, como papelão ondulado e vendas do setor automobilístico", disse. "A perspectiva é que teremos crescimento moderado no terceiro trimestre."

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