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Comparado a Judas Iscariotes, São Cristovão e até Jesus Cristo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem sido alvo de inúmeras críticas desde que assumiu a pasta. Advindas de integrantes do PT – muitos deles sindicalistas – as farpas estão baseadas, inclusive, nas medidas do ajuste fiscal proposto pelo ministro na tentativa de reequilibrar as contas da União.

Apesar de compor o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ajuste ter passado pelo aval dela antes de seguir para a análise do Congresso, os petistas tentam “tirar o corpo fora” e impor o ônus das medidas para Levy, fazendo uma analogia das atitudes dele ao que Judas Iscariotes fez, segundo a história bíblica com Jesus Cristo, traindo-o por 30 moedas de prata. 

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O posicionamento dos petistas, no entanto, não é bem avaliado por cientistas políticos e economistas. Para o PhD em economia e analista político Maurício Romão, os integrantes do partido estão querendo “livrar a presidente Dilma” como se as atitudes de Joaquim Levy fossem independentes do governo. 

“O PT tenta burlar o entendimento geral e dar uma conotação de que este programa de Levy não é do PT, mas exclusivamente do Levy. Na verdade é um programa de governo, principalmente na área da economia, carro chefe da gestão”, analisou o estudioso. 

A visão é corroborada pelo cientista político Adriano Oliveira. Segundo ele, o PT “não quer aceitar os custos do governo, mas apenas os benefícios”. “É um posicionamento equivocado e oportunista. Se o ajuste (fiscal) trouxer aquilo que é esperado, a retomada da popularidade de Dilma, as críticas serão minimizadas. Enquanto não, eles vão permanecer radicalizando nas críticas, pois parte do PT não quer ter o custo do seu governo”, ponderou Oliveira.

Sob a ótica de Romão, Levy tem sido “coerente” à frente da pasta da Fazenda. “As posições de Joaquim Levy são tradicionais e coerentes. Foram manifestadas explicitamente quando ele era do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)”, argumentou. “Não há nenhuma mudança de posição e filosofia. O foco é diferente, claro. Mas foi o PT que mudou. O governo é que mudou e foi buscar no seio do PSDB alguém para tentar gerir a crise econômica”, complementou o economista.  

Apesar de todo imbróglio encabeçado por parlamentares e militantes do PT, a presidente Dilma saiu em defesa de Joaquim Levy. Em entrevista recente, a petista disse que era “errado tratar o ministro como Judas por causa do ajuste”. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) também defendeu o ministro da Fazenda. O peemedebista afirmou que o titular da pasta deveria ser, na realidade, “tratado como Cristo”. “Em um primeiro momento, parece uma coisa difícil, complicada, mas que vai dar os melhores resultados (para o país). Menos Judas e muito mais Cristo”, observou Temer. 

Outra analogia bíblica – Dentre todos os títulos de personagens bíblicos dados ao ministro não foi citado o nome de Levi, filho de Alfeu, que servia ao Império Romano coletando impostos com rigorosidade e estava ligado as finanças do reino na época, assim como Joaquim Levy. Conta os escritos que certo dia, o filho de Alfeu ouviu uma pregação de Jesus Cristo e foi convidado por ele a deixar a cobrança dos impostos para se tornar um dos seus discípulos. Assim fazendo, Levi foi rebatizado de Mateus e saiu de um homem odiado pela sociedade romana para apóstolo. 

Um dia após a presidente Dilma Rousseff dizer ao jornal O Estado de S. Paulo que não se pode transformar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em "judas" para ser malhado no 5.º Congresso do PT, de quinta-feira a sábado, em Salvador, a direção do partido e a corrente majoritária da legenda amenizaram as críticas à política econômica do governo.

Embora seja esperado que a resolução final da reunião contenha reparos ao ajuste fiscal, as declarações de Dilma e o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o PT "olhe para a frente" enfraqueceram as posições radicais.

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"A maioria do partido não vai fazer isso (transformar Levy em 'judas'). Temos que preservar o ministro", disse o deputado estadual José Américo Dias (PT-SP), secretário nacional de Comunicação da legenda.

A ordem, agora, é reduzir a pressão sobre Levy, não personalizar as críticas e apresentar uma agenda "pós-ajuste", com um cardápio de propostas para sair da crise. Mesmo assim, a cúpula do PT avisou ao Palácio do Planalto não ser possível impedir manifestações individuais e faixas de "Fora Levy" no evento.

Apesar dos pedidos de Lula e do recado claro de Dilma, setores do partido devem manter os ataques ao ministro. "Consideramos que a política de ajuste fiscal regressivo e recessivo inaugurada com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda coloca o PT contra a classe trabalhadora", diz um documento assinado por líderes sindicais petistas, entre eles Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e João Felício, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), ambos muito próximos de Lula.

Na tentativa de evitar os protestos contra o titular da Fazenda, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi escalado para conversar com líderes do PT. "Levy está no caminho certo", disse Wagner ao jornal. "Além de ajustar as contas e a economia, vai apontar novos caminhos para a retomada do desenvolvimento com crescimento e renda. Nós confiamos nele."

A agenda pós-ajuste que o PT vai apresentar no 5.º Congresso prevê a defesa do imposto sobre grandes fortunas, da taxação de heranças e do lucro líquido das empresas. O PT também vai pregar a volta da CPMF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira (14), durante rápida entrevista após participar do Global Summity Women, em São Paulo, que o fator previdenciário não acabou. O ministro fez esta afirmação ao ser perguntado sobre a votação na Câmara na quarta-feira (13), em que os deputados acabaram por flexibilizar o mecanismo e facilitar a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros.

"O fator previdenciário não acabou. Como disse muito bem (o vice-presidente Michel) Temer, este é um tema que a presidente (Dilma) já havia posto, como outros temas relativos ao trabalho e à atividade sociais, para ser discutido", disse Levy.

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No entanto, o ministro disse que é preciso tomar cuidado com projetos que, quando forem votados, criem a necessidade de mais impostos. "A presidente criou uma comissão com todas as instituições sindicais no dia 1º de maio para tratar todas as questões importantes para o trabalhador, inclusive as diferentes maneiras de se ter acesso à aposentadoria. Uma das quais tem funcionado muito bem no Brasil nos últimos anos é você modular, através de um fator previdenciário. Para mudar isso, tem que ser com bastante estudo", disse.

Ainda de acordo com Levy, as possíveis mudanças precisam ser discutidas em profundidade, olhando os números e o impacto para as contas públicas. Ele se recusou a comentar sobre possíveis estimativas de impacto e lembrou que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. "Nós temos um sistema bicameral e, neste sistema, o Senado revê as medidas, exatamente para ver se há uma necessidade de ter equilíbrio ou não. Acho que não devemos nos pronunciar antes do Senado também fazer a avaliação dele", explicou.

Os governadores do Nordeste voltam a se reunir na próxima sexta-feira, em Natal, desta feita com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A ida dele ao encontro foi uma determinação da presidente Dilma. Ao mesmo tempo em que dirá aos governadores o que de imediato poderá atender em relação aos pleitos discutidos com Dilma, Levy pedirá empenho dos governadores juntos aos deputados de suas bancadas para aprovação do ajuste fiscal.

Na carta entregue a Dilma e que será novamente objeto de discussão com o ministro da Fazenda, os governadores fazem um apelo para um amplo entendimento nacional em torno de quatro pontos: a retomada do crescimento econômico; a defesa dos investimentos públicos e privados; a preservação das políticas de combate às desigualdades sociais; e a realização de uma ampla reforma política.

Os governadores querem acesso a financiamentos para obras de infraestrutura, novas fontes de recursos para a saúde, inclusive com a taxação de grandes fortunas para este fim. Eles ainda solicitam a priorização do Nordeste em programas nacionais de segurança pública, no combate ao crack e na melhoria do sistema prisional.

A “intensificação de ações emergenciais para convivência com a estiagem e combate à seca” é outra demanda dos governadores, além da continuidade de investimentos federais em obras do Programa de Aceleração do Crescimento, do Programa Minha Casa, Minha Vida, em obras da Petrobras e em recursos hídricos.

Ao ministro Lecy, eles vão listar posições em comum, como a retomada do crescimento, os investimentos públicos e privados, inclusive relacionados à Petrobras, combate às desigualdades regionais e sociais, além de uma “ampla reforma política”.

“Reconhecemos as dificuldades econômicas por que passa o Brasil, derivadas em larga medida da continuidade da crise mundial inaugurada em 2008. Por essa razão, compreendemos a necessidade de medidas de ajuste fiscal, de caráter transitório e emergencial”, diz o governador Paulo Câmara, que confirmou sua presença no encontro.

SABATINA PESADA - Indicado pela presidente Dilma para o STF, o jurista Luiz Edson Fachin vai passar pela mais longa sabatina no Senado. Deve superar as sete horas e meia do ministro Dias Toffoli, em razão da crise política. Não se surpreenda com isso. Nos EUA, indicadas por Barack Obama, Sonia Sotomayor enfrentou quatro dias de sabatina e Elena Kagan, três dias. Em 1916, Louis Brandeis enfrentou 122 dias.

Só R$ 8 milhões para o São JoãoO governador Paulo Câmara (PSB) já decidiu que só investirá R$ 8 milhões nos festejos juninos deste ano, metade do que foi gasto no ano passado. Decidiu, ainda, que só polos tradicionais terão direito a patrocínios de artistas, através da Fundarpe e Empetur. Outro detalhe: artistas, só do Estado.

Três a umDo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ao comentar com uma dosagem de ironia a fusão do PPS, de Roberto Freire, ao PSB, do ex-governador Eduardo Campos: “Hoje, o PSB tem um pé em cima do muro e o outro na oposição. O PPS tem os dois pés fincados na oposição. Então, fica três pés a um”. A formalização da fusão sai em setembro.

Lula, o culpadoNo mais duro ataque ao ex-presidente Lula, o ex-presidente FHC, em artigo publicado ontem na mídia nacional, afirmou que o petista é responsável pela corrupção na Petrobras. "Embora os diretores da Petrobras diretamente envolvidos na roubalheira devam ser penalizados, não foram eles os responsáveis maiores. Quem enganou o Brasil foi o lulopetismo. Lula mesmo encharcou as mãos de petróleo como arauto da falsa autossuficiência”, afirmou.

Driblando a criseEm meio à crise econômica, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), iniciou uma nova fase da sua gestão. Com o Plano de Mobilidade Urbana e o programa Mais Pavimentação investirá R$ 3 milhões, contemplando 45 ruas novas. Duque lançou ainda o programa Prefeitura em Ação e hoje entrega 195 casas no bairro Vila Bela.

CURTAS

REFORMA– Integrante da Comissão de Reforma Política, o deputado Tadeu Alencar (PSB) participa, hoje, em Caruaru de uma audiência pública na Câmara de Vereadores e a tarde já estará em São Lourenço da Mata fazendo uma palestra sobre a temática.

ORGULHO SERTANEJO Salgueiro fez uma grande façanha em levar o Sertão ao final do campeonato pernambucano, abrindo um novo ciclo no futebol do Estado. É um vice-campeão que orgulha todos nós, sertanejos. Perdeu para o Santa de cabeça erguida.

Perguntar não ofende: O que o ministro Levy vai oferecer ao Nordeste na reunião com os governadores sexta, em Natal?

Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30), após participar de solenidade do Minha Casa Minha Vida em Capanema (PA), a presidente Dilma Rousseff (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A petista comentou sobre uma fala de seu representante durante palestra em São Paulo no último sábado (28) que gerou especulações negativas, mas segundo a chefe do executivo o ministro “foi mal interpretado”.

No discurso de Levy, direcionado para ex-alunos e professores da Universidade de Chicago, ele teria comentando das dificuldades de Dilma em acertar. “Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”, disse. 

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Já em conversa com a imprensa, Rousseff agradeceu ao “elogio” feito pelo ministro da Fazenda em relação a condução da política econômica e não considerou as declarações como críticas. “Eu tenho discernimento, eu tenho clareza que ele foi mal interpretado. Eu tenho clareza disso”, garantiu a presidenta. Ela completou afirmando que o ministro apenas faz a discussão sobre o ajuste que cabe a ele fazer.

Dilma enfatizou que o ministro ficou “bastante triste” com o episódio e explicou o contexto de sua fala. “Isso que nós fazemos é um imenso esforço para fazer o ajuste, e acho que às vezes o caminho em política, vocês sabem, que às vezes eu não posso seguir um caminho curto, porque eu tenho de ter o apoio de todos aqueles que me cercam. Então, tem uma questão de construir o consenso. É nesse sentido que ele falou, e não tem porque criar maiores complicações por isso”, defendeu a presidente.

Confira o vídeo sobre o esclarecimento de Dilma abaixo:

 

Ex-ministro do Governo Dilma, na pasta da Integração Nacional, e atual senador pelo PSB, partido que atua com “independência” no Congresso Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) tomou café da manhã nesta quarta-feira (25) com um ministro da presidente. O encontro reuniu o pessebista, o ministro da Fazenda Joaquim Levy e parlamentares que integram a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Avaliando a reunião como “uma visita proveitosa”, Bezerra garantiu que com o encontro “ficou demonstrada a disposição do ministro em criar um canal de diálogo com o Legislativo para que se busquem entendimentos sobre questões relacionadas à CAE e que afetam diretamente a economia e a vida da população”, avaliou.

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Durante o encontro – articulado pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), presidente da Comissão, o ministro Joaquim Levy detalhou, aos parlamentares, as medidas de ajuste fiscal que o governo vem adotando para melhorar o resultado das contas públicas. Dois resultados do encontro foram destacados pelo senador Fernando Bezerra: a regulamentação da Lei Complementar 148/14, que alterou o indexador das dívidas de estados e municípios com a União, como forma de aliviar a situação fiscal dos governos estaduais e das prefeituras; e o estabelecimento de um cronograma para se avançar na questão da convalidação de incentivos fiscais concedidos pelos estados; principalmente, a redução de ICMS para empresas de vários segmentos. A dívida dos Estados foi um dos assuntos comentados por Dilma Rousseff após assinatura da Medida provisório do Salário Mínimo, nessa terça-feira (24).

Para o parlamentar o principal objetivo da conversa é encerra as inseguranças atuais. “Nosso intuito é acabar com as atuais incertezas e a insegurança jurídica no setor produtivo para a retomada dos investimentos e da produção”, observou.  

Além de Fernando Bezerra e Delcídio do Amaral, participaram do café-da-manhã os senadores José Pimentel (PT-CE), Raimundo Lira (PMDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Wilder Moraes (DEM-GO), Fernando Bezerra (PSB-PE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Douglas Cintra (PTB-PE) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).

 

 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu ontem junto à cúpula do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que a instituição de fomento ofereça em seus empréstimos taxas de juros mais próximas das praticadas no mercado, apurou o ‘Estado’. O objetivo é reduzir a participação do crédito subsidiado no total dos financiamentos do banco, contribuindo para o ajuste fiscal e evitando o crescimento da dívida pública bruta, indicadores olhados pelas agências de classificação de risco.

Levy passou ontem cerca de quatro horas em reunião com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sede da instituição, no Rio. Nomeado em fevereiro membro do conselho de administração do banco, Levy deverá voltar à sede na próxima semana, para a primeira reunião do colegiado neste ano.

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O ministro chegou pouco depois das 10 horas para o encontro, que ocorreu a portas fechadas. Levy e Coutinho, ao lado de diretores do banco, almoçaram na sede do BNDES. Nenhum falou com a imprensa após a reunião, mas o Estado apurou que as conversas giraram mais em torno da estratégia do banco.

Ampliar a fatia das taxas de mercado nos financiamentos de longo prazo do BNDES significa reduzir a necessidade de subsídios no "funding" - recursos captados pelos bancos para depois emprestar aos clientes.

Em grande parte dos empréstimos, o BNDES cobra a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, subsidiada, hoje em 5,5% ao ano). A TJLP está abaixo da taxa básica (Selic, que baliza todos os juros da economia e está em 12,75% ao ano) e inferior tanto à inflação em 12 meses (em 7,9%) quanto às projeções para a variação no próximo ano, o que resulta em juros negativos.

Para oferecer juros subsidiados, o BNDES tem duas fontes de recursos de baixo custo: o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e os aportes do Tesouro. Os últimos foram usados como alternativa para ampliar o poder de fogo do banco no combate à crise de 2008. Para empréstimos com juros de mercado, o BNDES pode usar outras fontes, como lançamento de títulos.

Vermelho

Pressionado pelos gastos com políticas como o seguro-desemprego, o FAT tem ficado no vermelho. Por sua vez, os aportes ampliam a dívida bruta - o último, de R$ 30 bilhões, é de dezembro, ainda na gestão de Guido Mantega na Fazenda. O BNDES tem uma dívida de R$ 466,5 bilhões com o Tesouro por causa dos aportes, que ainda geram um custo implícito nas contas do governo, devido à diferença de taxas de juros - ano passado foram R$ 30 bilhões, ou 0,58% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Na reunião de ontem, segundo fontes que pediram anonimato, os diretores do BNDES deram à Levy um panorama da situação do banco. A instituição liberou R$ 187,8 bilhões em 2014, queda nominal de 1% ante 2013. O recuo seria maior se a inflação fosse descontada.

Ao comentar os dados ontem, o superintende de Planejamento do BNDES, Cláudio Leal, destacou que já houve aumento da participação das taxas de mercado nos empréstimos aceitos para análise desde o início do ano. "Em 2014, a participação, nos contratos, das condições de mercado era muito pequena. Em 2015, essa participação mais do que triplicou."

Isso é resultado da guinada nas políticas de crédito do BNDES, anunciada por Coutinho, em dezembro. O objetivo é manter as melhores condições de taxas e prazos só para projetos de infraestrutura, energia renovável, transporte e inovação.

Embora visto como um dos formuladores da política de incentivos por meio de crédito subsidiado, Coutinho se adaptou e trabalhou na preparação da guinada. Desde que assumiu, Levy tem criticado a política de subsídios de crédito via BNDES e tem decidido por mudanças, em prol do ajuste fiscal.

Outra fonte lembrou que Coutinho e Levy já se encontraram "algumas vezes" neste ano e que reuniões do tipo não são "algo excepcional". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 1994, cumpria o último ano do mandato de deputado federal quando fui convidado para participar de encontro com uma comitiva de deputados americanos. A mim, me caberia fazer uma explanação sobre a conjuntura brasileira.

De plano, alertei os ilustres visitantes para as peculiaridades do Brasil e sugeri: “Éimportante que os senhores arquivem os mecanismos tradicionais de análise. Eles não se aplicam ao Brasil. Justifiquei: O Brasil não tem moeda: tem um nome. Na prática,  o que existe éuma cumplicidade aritmética entre os agentes econômicos chamada correção monetária. O Brasil não tem orçamento. O mais importante instrumento de planejamento governamental que traduz financeiramente as prioridades políticas de um país e protege o cidadão da rapinagem dos poderosos, éuma ficção. A Federação é uma cópia canhestra do federalismo dos senhores. Aqui, predomina o centralismo que éo avesso da gênese federativa: a descentralização do poder.

Aqueles parlamentares, nascidos e criados na tradição anglo-saxônica, para quem Moeda, Orçamento e Federação são os pilares de uma nação civilizada, estavam zonzos.

Piorou quando ilustrei minha exposição com números impressionantes: De 1980 a 1994, o Brasil teve 15 Ministros da Fazenda, 14 Presidentes de Banco Central, 6 planos de estabilização, inclusive o confisco, 6 moedas, 13 políticas salariais, 17 regras de câmbio, 3 tablitas, 53 medidas de controle de preços, 720% de inflação média anual.

Os gringos se entreolharam perplexosàespera de uma conclusão catastrófica. E aípara surpresa deles, concluí: Apesar disso, senhores, o país funciona, a bem da verdade, precariamente, produzindo aleijões graves com o risco de uma ruptura do tecido social. A nossa esperança éo Plano Real em curso(na época, a URV engolia a moeda podre o que foi difícil explicar).

O Plano Real revolucionouo país, demolindo a perversa cultura inflacionária e construindo uma saudável cultura de estabilidade, a tal ponto que seus ferrenhos adversários, ao chegar ao poder, proscreveram exóticas e supersticiosas fórmulas  econômicas no compromisso lastreado pelaCarta ao Brasileiros, subscrita pelo candidato Lula.

Na sequência histórica, ficou evidente que os governos petistas não estavam preparados para enfrentar crises. E mais, reinventada no governo Dilma, uma tal Nova Matriz Macroeconômica desmantelou a economia. A contabilidade criativa tinha pernas curtas. A contabilidade real écruel. E agora? Lula escreveu a Carta; Dilma teve de engolir a banca e seus rebentosneoliberais.

A questão é: Dilma vai digerir ou vomitar os ministros siameses, Fazenda e  Planejamento?

Duas circunstâncias respondem pelo tempo de validade dos ministros da área econômica: conjuntura estável e favorável; confiança e identidade político-ideológico com o Presidente da República.

Não me parece que seja o caso. Os tempos são bicudos. A conjuntura,  adversa. O enfrentamento, impopular. Tudo que um chefe de governo detesta.

De outra parte, a relação chefe/subordinados não dáliga. Diz-se que Levy votou em Aécio. Suprema ironia. Ambos, os ministros, são mãos de tesoura. De perfil alto. Não têm nada a ver com o antecessor, Mântega, cegamente obediente, que estava mais para o otimismo tolo de Cândido, discípulo de Pangloss, personagens de Voltaire. A rigor, Joaquim Levy e Nelson Barbosa fazem parte do time dos vilões, os banqueiros, que surrupiaram a comida dos pobres na obra-prima de João Santana que fez o diabo e arrebatou o Oscar da sacanagem eleitoral.

De logo, deixo claro: desejo ardentemente que o governo tire o pais do atoleiro que ele mesmo botou. Se der errado, a vítima éo Brasil.

Infelizmente, o cartão amarelo mostrado a Nelson Barbosa por conta da declaração (correta) do Ministro sobre a indexação do salário mínimo éum péssimo sinal e que me lembra a experiência vivida com Itamar no meu primeiro dia trabalho como Ministro da Fazenda. Crise política brutal; inflação estratosférica. Corrigi o preço da gasolina, medida correta. O Presidente não gostou.  Botou a boca no trombone. Trocamos um telefonema civilizado, porém, tenso. Expliquei a razão da medida. Após o que ouvi a pergunta: dápra revogar a portaria? Infelizmente, não. Estava engatilhado o complemento se a ordem fosse dada: o senhor revoga a portaria e o ministro. Não foi necessário. Teria passado para história como Krause, o brevíssimo.

Levy e Barbosa, outros batráquios virão. Preparem a goela e o estômago. Jávi esse filme. 

O equilíbrio das contas públicas é condição indispensável para manter a justiça social e ampliar o desenvolvimento do país, disse há pouco o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em discurso ao assumir o cargo, ele ressaltou que o ajuste fiscal estimula os investimentos e a geração de empregos, ao recuperar a credibilidade na economia.

"Restam poucas dúvidas de que, mais uma vez, a democracia brasileira deu prova de excelência ao reafirmar o consenso imperativo da disciplina fiscal para o crescimento econômico social e o desenvolvimento sustentável", declarou Levy. “O equilíbrio fiscal é indispensável para ampliar oportunidades para o povo, principalmente para os mais jovens. É a chave para crescimento do crédito, que permite aos empreendedores investir e gerar empregos”, completou.

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O novo ministro não descartou a possibilidade de aumento de tributos para realinhar as contas públicas. “Possíveis ajustes de tributos serão considerados, especialmente aqueles usados para estimular a poupança doméstica e corrigir desbalanços tributários entre os setores”, ressaltou.

Levy anunciou ainda os novos secretários da pasta. Tarcísio Godoy ocupará a Secretaria Executiva e será o número 2 do ministério. Jorge Rachid voltará a comandar a Secretaria da Receita Federal. O secretário do Tesouro Nacional será Marcelo Saintive Barbosa. O novo secretário de Política Econômica é Afonso Arino de Melo Franco Neto.

O secretário de Assuntos Internacionais será o diplomata Luís Balduíno. Na Secretaria de Assuntos Econômicos, foi mantido o economista e servidor de carreira Pablo Fonseca. A procuradora-geral da Fazenda Nacional, Adriana Queiroz, também foi mantida no cargo. O ex-secretário da Receita Federal Carlos Alberto Barreto voltará a comandar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que cuida de recursos administrativos de contribuintes.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega não estava presente à cerimônia de transmissão de cargo. Ele foi representado pelo secretário executivo da pasta, Paulo Caffarelli, que citou medidas tomadas em dezembro para conter gastos públicos, como a restrição à concessão do seguro-desemprego e a diminuição dos subsídios ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Caffarelli alegou que a extensão do prazo para o pagamento do seguro-desemprego não retira direitos dos trabalhadores. Ele também lembrou que a política de aumento de gastos públicos para estimular a economia ajudou o Brasil a manter o desemprego no menor nível da história. No entanto, disse que chegou o momento de reequilibrar as contas públicas e ressaltou que 2015 será o ano do ajuste fiscal.

*Colaborou André Richter

A expectativa com a equipe econômica do segundo mandato de Dilma Rousseff impulsionou a Bolsa de Valores. Na sexta-feira (21), o Ibovespa - principal termômetro do mercado acionário - subiu 5,02%, para 56.084 pontos. Foi a maior valorização registrada desde 9 de agosto de 2011. O dólar também foi influenciado e fechou em queda de 2,26%. A moeda americana foi cotada a R$ 2,514.

A alta expressiva do mercado de ações teve como pano de fundo a possível nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Levy foi secretário do Tesouro no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva e é um nome bem recebido pelo mercado financeiro. Atualmente, é diretor-superintendente da Bradesco Asset Management. Levy se tornou o plano B de Dilma, depois das informações publicadas pela imprensa de que o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, teria rejeitado o posto de ministro.

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"O mercado estava precificando o Trabuco e agora está precificando o Levy", afirmou um experiente economista-chefe e sócio de uma gestora de recursos. "O Levy é um técnico acima de qualquer suspeita, PhD em Chicago (universidade de pendor ortodoxo e liberal em Economia), e foi um bom secretário do Tesouro, que cumpriu as metas fiscais (contas públicas)."

Além do Ministério da Fazenda, Dilma teria sinalizado outras mudanças na equipe econômica. Nelson Barbosa, ex-secretário executivo da Fazenda, poderá assumir o Ministério do Planejamento. Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do Banco Central, deve deixar a instituição para ocupar a Secretaria do Tesouro no lugar de Arno Augustin. Alexandre Tombini deverá permanecer na presidência do BC.

O anúncio da nova equipe econômica era esperado para ontem (21), mas foi adiado, segundo fontes do Planalto. Não há detalhes sobre o motivo de Dilma deixar a divulgação para depois.

A alta na Bolsa foi generalizada, mas atingiu sobretudo os papéis das empresas estatais. As ações preferenciais da Petrobrás encerraram em alta de 11,89%. Os papéis ordinários do Banco do Brasil e da Eletrobrás avançaram 8,32% e 7,03%, respectivamente.

Exterior

As informações econômicas da China também ajudaram a impulsionar o Ibovespa. De forma surpreendente, o governo chinês anunciou um corte na taxa de juros - o primeiro desde julho de 2012. Com a notícia, os preços das empresas vendedoras de commodities foram estimulados, com destaque para Vale e mineradoras europeias.

O mercado acionário internacional ainda foi impulsionado pela declaração do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Ele afirmou que a instituição está preparada para expandir o programa de estímulos econômicos. A Bolsa de Londres fechou em alta de 1,08%, a de Frankfurt avançou 2,62% e a de Paris subiu 2,67%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Em conversa com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, na quarta-feira, 19, Trabuco disse se sentir "honrado" com a oferta, mas alegou compromissos à frente do Bradesco para não aceitar o comando da economia. A recusa representou mais um desgaste para Dilma, que não consegue definir quem vai dirigir a principal área do governo num momento de turbulência econômica e crise política.

Diante do "não" do presidente do Bradesco, porém, Dilma se encontrou nesta quinta-feira, 20, com o economista Nelson Barbosa, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda e é cotado para assumir a vaga de Mantega. Trabuco esteve com Dilma junto com Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. Um executivo disse ao jornal "O Estado de s. Paulo" que o pedido de Dilma chegou a ser "agressivo". Ele, porém, está sendo preparado para o lugar de Brandão e foi com essa justificativa que ele decidiu permanecer no Bradesco.

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Colaborador do Instituto Lula, Barbosa deixou o ministério em junho do ano passado porque entrou em rota de colisão com o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Agora, porém, Dilma deve tirar Arno do Tesouro e há quem diga que ele será transferido para Itaipu Binacional.

Ela corre contra o tempo para produzir uma agenda positiva que se contraponha ao desgaste da Operação Lava Jato, a investigação da Polícia Federal responsável por desbaratar um esquema de corrupção na Petrobrás.

No fim da tarde de hoje, após sair do velório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, a presidente e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tiveram nova reunião para a montagem do ministério, em São Paulo.

A escolha de um ministro da Fazenda afinado com o mercado é considerada fundamental para Dilma dar um sinal de que, no segundo mandato, terá uma política econômica mais ortodoxa, mesmo sem fazer o ajuste fiscal necessário para equilibrar as contas públicas. Barbosa, porém, não tem exatamente esse perfil.

Em mais uma reunião reservada com Dilma, na terça-feira à noite, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a ela que, se dependesse de sua opinião, o sucessor de Mantega seria o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Dilma, no entanto, avalia que Meirelles é independente demais para o que ela deseja.

O ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, hoje administrador do Fundo do Bradesco, também vem sendo citado para ocupar a Fazenda. A presidente e a cúpula do PT, no entanto, têm resistências ao "conservadorismo" de Levy. Ele esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato de Lula, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, e comprou várias brigas com os petistas. Depois, foi secretário da Fazenda do Rio, na gestão de Sérgio Cabral.

No Banco Central tudo indica que o atual presidente da instituição, Alexandre Tombini, continuará no posto. Para o Banco do Brasil, até o momento, o nome em alta é o de Paulo Caffarelli, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, encontrou-se na tarde desta  (27) com a presidenta Dilma Rousseff. Ele chegou por volta das 15h ao Palácio da Alvorada.

Reeleita neste domingo (26), Dilma passou a manhã descansando. No fim da manhã, ela recebeu o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

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À noite, a presidenta deve dar entrevistas ao vivo ao Jornal da Record, da TV Record, e ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

Em entrevista coletiva mais cedo, Mantega disse que a reeleição de Dilma representa a aprovação da política econômica do governo. Reafirmou o compromisso de fortalecer os fundamentos da economia brasileira nos próximos quatro anos.

Durante a campanha à reeleição, a então candidata deu declarações de que fará mudanças no comando da equipe econômica. Na entrevista de hoje, ao ser questionado sobre os nomes que irão compor a equipe no segundo mandato, Mantega disse que a pergunta tem que ser feita à presidenta. “Estou apresentando as políticas que devem ser adotadas, e é o que importa. Mencionei os passos que devem ser dados, mas não me cabe falar sobre os nomes”.

Dilma foi reeleita com cerca de 54,5 milhões de votos - 51,54% dos votos válidos - contra 48,36% de seu adversário, Aécio Neves. 

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