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Esta terça-feira, 26, foi de recuperação para o dólar e a libra, que segunda-feira, 25, ficaram pressionados diante dos temores de recessão e em meio às incertezas em torno do Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Embora nenhuma mudança significativa tenha surgido no horizonte, investidores se apegaram à estimativa ligeiramente menor de corte de juros nos EUA neste ano e à esperança de aprovação de um acordo para o Brexit.

No fim de tarde, o dólar subia a 110,52 ienes, enquanto a libra avançava a US$ 1,3210 e o euro caía a US$ 1,1275. A moeda argentina tocou nova mínima histórica diante do dólar, que chegou ao fim da tarde cotado a 42,6300 pesos. Para a economista da Coface para América Latina Patricia Krause, o avanço do dólar sobre o peso é consequência dos desequilíbrios econômicos vistos no país nas últimas semanas, como a retomada de fôlego da inflação e o encolhimento da indústria local.

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Ao mesmo tempo, a inversão da curva de juros de títulos americanos de curtíssimo prazo (três meses) e de longo prazo (dez anos) continuou a influenciar os negócios com dólar, embora analistas e até mesmo a presidente da unidade de San Francisco do Federal Reserve, Mary Daly, tenham minimizado os efeitos desse movimento do mercado de renda fixa na economia dos Estados Unidos. Assim, o dólar voltou a exibir ganhos expressivos e o DXY se manteve apoiado acima dos 96 pontos.

O estrategista-chefe de mercados da Canaccord Genuity, Tony Dwyer, avalia que é prematuro entrar em pânico após a inversão da curva, principalmente tendo em vista que outros indicadores de recessão ainda não emitiram alarmes e, por isso, mais sinais de problema deveriam ser esperados no mercado de crédito antes de ações defensivas serem tomadas.

Próximo ao horário de fechamento dos mercados à vista em Nova York, quem se pronunciou sobre a curva de juros foi a presidente da distrital de San Francisco do Federal Reserve, Mary Daly. Responsável pela unidade do banco central que fez um estudo o qual diz que a inversão da curva de juros de três meses e dez anos tem uma forte correlação com recessões na economia americana, Daly disse que a inversão desta vez pode não ter o mesmo alerta de contração na economia e ressaltou que não está "desesperada" após o spread entre as duas taxas se tornar negativo pela primeira vez desde 2007.

Os contratos futuros dos Fed funds, compilados pelo CME Group, apontavam nesta tarde que as chances de ao menos um corte nas taxas de juros pelo Fed este ano caíram de 75,1% na segunda para 67,2% nesta terça. Apesar de os níveis continuarem altos, a possibilidade menor de corte nas taxas este ano nos EUA favoreceu a força do dólar.

Em meio às discussões do Brexit no Reino Unido, a libra encontrou espaço para recuperação e retomou o patamar de US$ 1,32 depois que o conservador britânico Jacob Rees-Mogg sugeriu que irá aprovar a proposta da primeira-ministra Theresa May para evitar uma saída sem acordo da União Europeia. Rees-Mogg é presidente do Grupo de Pesquisa Europeia (ERG, na sigla em inglês), que agrega dezenas de legisladores da sigla majoritariamente favoráveis a um rompimento mais amplo das relações com a UE.

Em um dia de fortes turbulências no mercado financeiro, o dólar teve a maior alta diária desde maio de 2017 e a bolsa de valores despencou. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (22) vendido a R$ 3,902, com alta de R$ 0,102 (2,69%). A divisa fechou no valor mais alto desde 26 de dezembro (R$ 3,922).

Desde 18 de maio de 2017, dia seguinte à divulgação de gravações do empresário Joesley Batista, a moeda norte-americana não subia tanto em um dia. Naquela sessão, o dólar comercial valorizou-se 8,15%. Nesta  semana, a divisa acumulou alta de 2,14%.

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O dia também foi marcado pela tensão no mercado de ações. O Ibovespa, índice principal da B3 (antiga Bolsa de Valores de Sâo Paulo), encerrou a sexta-feira com queda de 3,1%, aos 93.735 pontos. O indicador, que bateu recorde e encostou nos 100 mil pontos na última segunda-feira (18), fechou a semana com queda de 5,45%. Esse foi o pior desempenho semanal desde agosto de 2018.

A turbulência no mercado financeiro ocorre no dia seguinte à prisão do ex-presidente Michel Temer e ao adiamento da escolha do relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. No exterior, as tensões em torno do Brexit –saída do Reino Unido da União Europeia – e a divulgação de dados econômicos mais fracos que o esperado na zona do euro afetaram o mercado global.

Nos Estados Unidos, a curva de juros dos títulos do Tesouro norte-americano inverteu-se pela primeira vez desde 2007. A última vez em que isso ocorreu foi um ano antes da recessão global provocada pela crise no mercado de hipotecas imobiliárias, em 2008.

A Bolsa de Valores caiu para o menor nível em duas semanas e a moeda norte-americana interrompeu uma sequência de quedas. O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (21) vendido a R$ 3,80, com alta de R$ 0,034 (+0,9%).

A divisa voltou a subir depois de quatro sessões seguidas de quedas. Desde a última sexta-feira (15), o dólar vinha caindo consistentemente.

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Além da prisão do ex-presidente Temer, as negociações foram marcadas pelos desdobramentos de fatos do dia anterior. Ontem (20),o governo enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que reforma a Previdência dos militares e reestrutura as carreiras das Forças Armadas, e o Banco Central manteve a Selic (juros básicos da economia) em 6,5% ao ano. No exterior, o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, não mexeu nos juros da maior economia do planeta.

O dia também foi marcado pelo nervosismo no mercado de ações. O Ibovespa, índice da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou o dia aos 96.729 pontos, com recuo de 1,34%. Essa foi a terceira sessão seguida de queda no indicador, que fechou no menor nível desde 8 de março (95.365 pontos).

O dólar recuou de maneira generalizada nesta quarta-feira, 20, pressionado por um tom favorável a juros mais baixos (dovish) vindo do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). A única exceção entre as moedas fortes foi a libra, que sofre com as incertezas envolvendo o Brexit.

Conforme amplamente esperado, o BC dos EUA manteve a taxa básica de juros inalterada na faixa de 2,25% a 2,50%. Apesar de continuar vendo o mercado de trabalho "forte" e uma expansão "sustentada" da economia, os dirigentes da instituição pintaram um cenário um pouco mais incerto para o futuro.

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Dos 17 dirigentes, 11 passaram a prever que os juros vão se manter no nível atual. Nas projeções anteriores, em dezembro, somente dois tinham esta projeção.

Esta visão sobre a política monetária fez com que as apostas de queda de juros passassem para a faixa de 30%, com base nos futuros dos Fed funds calculados pelo CME Group. "Dado o escopo das revisões negativas do Fed, não ficaríamos surpresos se esse número aumentasse ainda mais nos próximos dias", disse, em relatório, o analista de câmbio da Faraday Research Matt Weller.

Na entrevista coletiva que se seguiu ao comunicado, o presidente do Fed, Jerome Powell, tentou manter o otimismo com a perspectiva da economia dos EUA, ponderando que as condições financeiras são boas.

Perto do horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar caía para 110,65 ienes, recuava para 1,3282 dólar canadense e cedia para 0,9913 franco suíço. O euro, por sua vez, rompeu a barreira psicológica de US$ 1,14 e operava em alta a US$ 1,1439.

No Reino Unido, seguem as incertezas referentes ao Brexit. A pressão contra a primeira-ministra Theresa May foi aumentando ao longo do dia, à medida que ela não consegue articular dentro do Parlamento britânico a votação do projeto de lei para o divórcio com a União Europeia. Por causa disso, ela pediu a Bruxelas a extensão até 30 de junho para finalizar o processo. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deu aval ao plano de May, que terá de ser apreciado pelos demais membros.

Desta forma, a libra chegou ao fim da tarde em queda, cotada a US$ 1,3214 e 0,8659 euro.

Outro destaque de baixa foi a moeda da Argentina. Ao final da tarde, o dólar estava cotado a 40,8538 pesos argentinos, mesmo diante de leilões diários e do esforço concentrado em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para conter a disparada da moeda americana.

O dólar se enfraqueceu em relação ao iene e também a moedas de países emergentes e ligados a commodities, em um dia de maior apetite por risco e menor busca por segurança, com os mercados acionários europeus e americanos encerrando seus pregões em alta.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 111,24 ienes, o euro avançava a US$ 1,1250 e a libra tinha alta de US$ 1,3144.

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No Reino Unido, a libra se valorizou em meio à expectativa dos investidores com a proximidade de uma votação do Brexit, marcada para esta terça-feira no Parlamento britânico. De acordo com o Tratado de Lisboa, Londres tem até o dia 29 de março para sair da União Europeia, e a votação desta terça é o primeiro passo para definir se o divórcio será com ou sem acordo. Além disso, não se sabe se poderá haver adiamento do prazo para a retirada.

No começo do dia, o dólar foi apoiado pelo indicador de vendas no varejo americano, que subiram 0,2% em janeiro de acordo com o Departamento Comercial dos Estados Unidos. Mais adiante no pregão, porém, o apetite por risco enfraqueceu a divisa americana diante das de países emergentes e commodities.

O dólar engatou a quarta alta consecutiva e subiu 1,28% nesta quinta-feira, 7, para R$ 3,8837, a maior cotação desde 27 de dezembro (R$ 3,8895). Profissionais de câmbio ressaltam que novamente o exterior negativo foi o fator predominante para a valorização da moeda americana no mercado doméstico. O dólar teve mais um dia de fortalecimento na economia mundial, após decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reduzir as projeções de crescimento da zona do euro e adotar mais estímulos para tentar acelerar a expansão da atividade europeia. As mesas de câmbio seguem ainda monitorando a cena política em Brasília e os esforços do governo para avançar a reforma da Previdência, considerados até agora insuficientes pelos profissionais do mercado.

No final da tarde, o presidente Jair Bolsonaro postou um vídeo e dois tuites comentando sobre a necessidade da reforma da Previdência. "Avanços que o Brasil precisa dependem de aprovação da nova Previdência", afirmou o presidente. O sócio de uma gestora paulista destaca que a volta do assunto nas postagens do presidente é positiva, mas o mercado quer mesmo é ver avanços concretos na tramitação das medidas no Congresso e principalmente na articulação do governo, que até agora, nas palavras desse executivo, tem sido "muito ruim".

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Ainda sobre a reforma, uma das poucas novidades do dia foram declarações da líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP), que afirmou nesta tarde que "quanto mais rápido começar a tramitação da nova Previdência, melhor para o País" e que o nome do deputado Felipe Francischini (PSL-PR) foi acatado pela bancada do PSL para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve ser instalada na semana que vem. "O novo governo não está fazendo o dever de casa nas reformas e o ambiente externo está ruim", destaca o gerente da mesa de câmbio da Tullet Prebon Brasil, Italo Abucater.

O principal fator a guiar os mercados nesta quinta foi a reunião de política monetária do BCE, que anunciou novas medidas de estímulo, para injetar liquidez nos mercados, e ainda cortou a projeção de crescimento e de inflação para a zona do euro. "O BCE ligou a bandeira vermelha e alertou para um crescimento mais lento e a necessidade de mais apoio dos bancos centrais", ressalta a economista da corretora americana Stifel, Lindsey Piegza. O reflexo imediato e que perdurou por todo o dia foi um aumento da aversão ao risco, que fez o risco Brasil subir para 165 pontos, considerando o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos.

Um gestor carioca destaca que a forte queda do euro após a decisão do BCE ajudou a contaminar os mercados de moedas pelo mundo. O dólar disparou mais de 4% na Argentina, subiu 2% na África do Sul e 1,25% no México. O peso argentino fechou na mínima histórica e o real foi a quarta moeda emergente a mais perder valor ante o dólar, considerando uma cesta de 24 divisas.

O dólar se fortaleceu diante de outras moedas principais em geral, nesta terça-feira, 5, apoiado por indicadores positivos dos Estados Unidos. Além disso, a libra caiu, diante da cautela com o quadro na economia do Reino Unido no momento em que o país se prepara para deixar a União Europeia, no chamado Brexit.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 111,88 ienes, o euro caía a US$ 1,1308 e a libra tinha baixa a US$ 1,3177.

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O índice de atividade do setor de serviços dos EUA elaborado pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 56,7 em janeiro a 59,7 em fevereiro, acima da previsão de 57,2 dos economistas. As vendas de moradias novas também superaram a expectativa em dezembro ante novembro, enquanto o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, medido pela IHS Markit, teve alta de 54,4 em janeiro a 55,5 em fevereiro, na máxima em sete meses.

Mesmo com sinais de paciência dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o dólar tem mantido sua força, já que investidores acreditam que outros bancos centrais devem mostrar paciência ainda maior diante do quadro econômico, segundo o London Capital Group. Na avaliação dele, o Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, deve ser cauteloso nesta quinta-feira, diante de dados econômicos recentes modestos na zona do euro.

A libra, por sua vez, recuou em meio a sinais de fraqueza na economia britânica, destacados no relatório da IHS Markit sobre o PMI de serviços do país. Além disso, há cautela antes de votações no Parlamento britânico sobre o Brexit, na próxima semana. Fiona Cincotta, do Citi Index, prevê que a libra siga sob pressão nesta semana, com investidores posicionando-se antes da votação legislativa em Londres. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O real passou o dia descolado de outras moedas emergentes e foi a divisa que mais ganhou valor ante o dólar nesta quarta-feira, 27. Amparado por fatores técnicos, como a proximidade do final do mês, com disputa pela definição do referencial Ptax de fevereiro e rolagem dos contratos de dólar futuro, a moeda americana caiu 0,40% e fechou em R$ 3,7302, o menor valor em uma semana.

Na disputa pela definição da Ptax, operadores ressaltam que os vendidos - aqueles que apostam na baixa da moeda - já sinalizaram estar fortes, a ponto de fazer o dólar operar aqui em ritmo diferente de outros emergentes. A moeda americana subiu ante pares do real, como o peso mexicano, e países exportadores de commodities, como a Austrália. A Ptax de fevereiro será usada na liquidação e ajustes de contratos futuros de câmbio e de swap cambial.

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As mesas de câmbio continuaram acompanhando os desdobramentos da reforma da Previdência, mas sem reflexo nos preços. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou o que o mercado já esperava, que só depois do carnaval as coisas devem andar de fato no Congresso. Após o feriado, o presidente Jair Bolsonaro "vai 'botar o peito nágua' sobre a Previdência", declarou o ministro.

Para o diretor de tesouraria de um banco, o mercado vai operar muito em cima de pequenas notícias sobre a articulação política do governo. Este esforço, ressalta ele, vai dar uma visão da força que o governo terá no Congresso para aprovar o texto. O presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, disse que está otimista com a reforma, mas alertou que o governo precisa se coordenar mais para explicar as medidas para os parlamentares e a sociedade.

Pesquisa do Morgan Stanley com investidores e clientes do banco americano constatou que o otimismo segue alto com a Previdência: 93% deles esperam que a reforma seja aprovada "em breve", com 63% prevendo que a votação na Câmara ocorra até julho e 20% em agosto. Os ouvidos na pesquisa acreditam que o dólar deve terminar o ano em R$ 3,60, mas a moeda pode ir do intervalo de R$ 3,50 a R$ 3,65, dependendo do nível de economia fiscal que o governo conseguir com a reforma. Se ficar mais perto de R$ 800 bilhões, o dólar cai para o menor valor, se for mais próximo de R$ 400 bilhões, fica mais no topo.

Por enquanto, sem um novo catalisador para direcionar as cotações de modo mais firme, o dólar deve seguir no patamar de R$ 3,70 a R$ 3,75, destaca o diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme. "O preço do dólar na realidade está sem motivos para apreciação ou depreciação que o afaste deste intervalo", destaca ele.

O câmbio voltou a piorar nesta quarta-feira, 13, e o dólar terminou em alta de 1,04%, a R$ 3,7533. O fortalecimento da moeda americana no exterior, contrastando com a fraqueza observada na terça, e preocupações com os rumos da reforma da Previdência estão entre os fatores que fizeram os investidores buscarem proteção no dólar. O real foi a segunda moeda que mais perdeu valor ante a divisa dos Estados Unidos nesta quarta-feira, atrás apenas do rand, da África do Sul, onde o dólar subiu quase 2%.

No mercado doméstico, o foco se manteve na reforma da Previdência. A agência de classificação de risco Moody's acredita que o governo de Jair Bolsonaro conseguirá aprovar "algum tipo de reforma" no Congresso, mas não antes do terceiro trimestre. A previsão dos analistas Samar Maziad, Patrick Cooper e Mauro Leos, que assinam o relatório, é que Bolsonaro consiga aprovar uma reforma que gere economia fiscal na casa dos R$ 600 bilhões a R$ 800 bilhões em 10 anos. Um texto com economia menor que esse patamar pode ser negativo para o perfil de crédito soberano do Brasil, alertam eles.

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Para o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold, era de se esperar que com a alta de Bolsonaro nesta quarta do hospital, após 17 dias internado, o câmbio ficasse menos pressionado, pois a expectativa é que agora a reforma comece de fato a andar. Mas o que ocorreu foi o oposto, talvez, avalia ele, porque a percepção é de que o texto pode demorar mais que o esperado para avançar no Congresso. "Não é uma reforma rápida, a tramitação leva tempo."

Os estrategistas da gestora inglesa Ashmore avaliam que as deterioradas contas fiscais brasileiras, pela falta de uma reforma da Previdência, permanecem como maior obstáculo para uma volta firme dos investimentos estrangeiros no Brasil. Para eles, é positivo que a equipe econômica tenha metas ambiciosas para a reforma, embora as negociações no Congresso devem certamente desidratar o texto original.

Para o diretor de uma corretora paulista, após o dólar cair 1,33% na terça, o segundo maior recuo do ano, uma correção nesta quarta era esperada, especialmente sem fator novos sobre a Previdência e com um exterior negativo. O dia no mercado financeiro internacional foi de fuga de ativos de risco. Um dos indicativos é que o índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, voltou a subir e a operar próximo ao pico de 2018, batido em dezembro.

O dólar teve nesta segunda-feira, 11, o quarto dia consecutivo de alta e terminou em R$ 3,7649 (+0,99%). Foi a terceira maior valorização entre os principais emergentes, considerando uma cesta de 24 moedas. Com a agenda doméstica esvaziada, o câmbio acabou sendo influenciado pelo noticiário externo. A segunda-feira foi marcada por aumento da aversão ao risco dos investidores internacionais, por conta de dúvidas sobre os rumos das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, e temor de piora da economia europeia, após dados fracos de crescimento do Reino Unido, o que fortaleceu o dólar, tanto ante divisas de emergentes como países desenvolvidos.

No mercado doméstico, as mesas de câmbio seguiram em busca de novidades sobre a reforma da Previdência para montar as apostas. Mas os avanços só devem ocorrer após o presidente Jair Bolsonaro sair do hospital, onde está internado desde 28 de janeiro. Nesta segunda, de acordo com o boletim médico, o presidente teve melhora clínica e recebeu alta do tratamento semi-intensivo. O porta-voz do Planalto disse que a proposta da reforma da Previdência será apresentada "assim que o presidente puder avaliar". Em entrevista na TV, Bolsonaro disse que espera ter alta esta semana.

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Sem novidades locais, o real acompanhou o movimento das demais moedas, que se enfraqueceram ante o dólar, ressalta um gestor carioca. Na máxima do dia, o dólar chegou a bater em R$ 3,77. Uma das preocupações dos investidores, observa este executivo, é que o diferencial de crescimento entre os EUA e outras economias, sobretudo as europeias, se amplie. Nesta segunda foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido e os dados decepcionaram, com o bloco de países registrando o pior avanço em 2018 desde 2012, o que realimentou temores de que outros países da Europa e da economia mundial possam apresentar piora da atividade. O reflexo imediato foi que a libra e o euro caíram ante o dólar. Em Washington, há ainda preocupações com uma nova paralisação do governo.

Entre os emergentes, uma das mostras da fraqueza destas moedas foi o desempenho do fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) WisdomTree Emerging Currency Strategy Fund, que replica estas divisas, e tinha queda de 0,57% à tarde. O dólar subiu forte também perante divisas pares do real no mercado internacional de moedas, como o peso mexicano (+1,28%) e o rand da África do Sul (+1,54%).

O dólar teve novo dia de alta e terminou esta quinta-feira, 7, em R$ 3,7187 (+0,37%), o maior nível em uma semana. Uma combinação de exterior negativo com noticiário interno desfavorável estimulou nova busca por proteção dos investidores, mesmo após a forte reprecificação dos ativos domésticos de quarta-feira, que retirou o dólar do nível de R$ 3,65 de volta para R$ 3,70. A moeda americana chegou a zerar os ganhos no final da tarde e cair pontualmente, mas a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro está com pneumonia fez o dólar subir novamente. O Credit Default Swap (CDS), uma medida do risco-Brasil, subiu para 168 pontos base, uma indicação de piora na avaliação do Brasil.

Na interpretação das mesas de câmbio, a piora do quadro de saúde de Bolsonaro pode ter desdobramentos. Um dos médicos do presidente disse que ele precisa ficar "mais 5 a 7 dias" internado. Com isso, operadores ressaltam que devem permanecer as incertezas sobre os rumos da reforma da Previdência. "Precisamos respeitar o 'timing' de recuperação do presidente Bolsonaro", disse no final da tarde o ministro da Economia, Paulo Guedes. Mais cedo, o dólar chegou a ensaiar queda com declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a Previdência pode ser votada em maio.

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"O tom de cautela do mercado tende a continuar", avalia o analista de investimentos da Toro Investimentos, Pedro Nieman. Para ele, cresce no mercado a percepção de que a reforma pode demorar mais que o previsto, o que ajuda o panorama a ficar um pouco mais "turvo". O noticiário doméstico desfavorável vem em paralelo a um ambiente externo mais negativo. Esta quinta foi novo dia de fuga do risco dos investidores internacionais, com bolsas caindo em Nova York e fechando nas mínimas na Europa.

Renovadas preocupações sobre a desaceleração da economia mundial, após a Alemanha divulgar inesperada queda da produção industrial, fizeram os mercados abrir no negativo e o dólar se fortalecer ante moedas de países desenvolvidos, sobretudo o euro, e emergentes. O petróleo chegou a cair quase 4%, pressionando o dólar e outros ativos. Os economistas do ABN Amro, Nick Kounis e Bill Diviney, ressaltam que previsões de crescimento da zona do euro e da economia mundial têm sido amplamente revisadas para baixo e estas mudanças podem não ser suficientes. "Futuros reduções nas estimativas são prováveis", escrevem em relatório nesta quinta-feira.

Na parte da tarde, notícias de que o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping, é "altamente improvável" antes de 1º de março, data em que termina a trégua comercial acertada na Argentina entre as duas maiores economias do mundo, provocaram nova onda de piora dos ativos externos e domésticos.

Perto do fechamento, a S&P Global Ratings anunciou a manutenção do rating do Brasil e da perspectiva da nota, mas não houve influência nas cotações. Segundo operadores, já se esperava manutenção da nota desde o final de 2018, quando os técnicos da S&P visitaram o Brasil. A avaliação é que mudanças no rating só virão com a aprovação ou não da reforma da Previdência.

O real foi a moeda que mais se valorizou nesta terça-feira, 29, ante o dólar entre as principais divisas mundiais, tanto de países desenvolvidos como emergentes. O apetite por risco melhorou no mercado financeiro internacional e ajudou a enfraquecer a moeda americana, que caiu influenciada pela alta do petróleo e o recuo acima do previsto na confiança do consumidor norte-americano. Os investidores aguardam o final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nesta quarta-feira e, no mercado local, a volta ao trabalho do Congresso, na sexta-feira. O dólar à vista fechou em queda de 1,28%, a R$ 3,7194, o menor valor em 11 sessões.

Profissionais das mesas de câmbio observaram ingresso de recursos externos, com estrangeiros buscando ações baratas na B3, sobretudo o papel da Vale, que caiu 24% na segunda-feira. Notícias de empresas que planejam captações externas e de que o governo quer mesmo privatizar muitas estatais repercutiram positivamente nas mesas de operação, segundo operadores. O secretário-geral de Privatizações do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse que a venda de todas as estatais e suas subsidiárias pode render até US$ 30 bilhões, ou seja, mais do que o sinalizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Nas captações, a Suzano anunciou uma reabertura de um bônus, a Eldorado Celulose planeja emitir US$ 500 milhões e comenta-se também de uma emissão externa da Latam.

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No ambiente político, as atenções estão voltadas agora para o fim do recesso parlamentar, com os deputados e senadores voltando ao trabalho no dia 1º, sexta-feira. O presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, disse nesta terça que, apesar da tragédia da Vale em Minas Gerais, o "clima de otimismo com o Brasil" prossegue e a aposta é de que o novo governo fará "profundas mudanças" e vai equilibrar as contas públicas. Ao mesmo tempo, ele reforçou que a sinalização de Jair Bolsonaro de uma forma diferente de fazer política, sem mais o presidencialismo de coalização, traz incertezas sobre o apoio do Congresso às propostas do governo. Mas o tom visto em evento do Credit nesta terça com mais de 600 investidores e empresários era de otimismo com as reformas.

Os estrategistas da Nomura em Nova York fizeram aposta que preveem valorização do real, com o dólar podendo cair para a casa dos R$ 3,52 a R$ 3,67 nos próximos três meses. Eles acreditam que, após a resistência vista nos últimos dias de a moeda americana cair abaixo de R$ 3,70, a divisa pode buscar nas próximas semanas um novo ponto de equilíbrio, na casa dos R$ 3,50, por conta do possível avanço da Previdência, da possibilidade de acordo comercial entre China e EUA e de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais 'dovish', ou seja, defendendo juros mais baixos.

O dólar teve um dia volátil no mercado nesta quinta-feira, 24. O movimento refletiu o aumento de posições defensivas por conta do feriado em São Paulo nesta sexta-feira, 25, que fecha a B3 e o mercado futuro, muito mais líquido e que determina os preços no segmento à vista. A moeda americana também se fortaleceu no exterior, sobretudo por conta da forte queda do euro após o Banco Central Europeu (BCE) alertar de riscos negativos para o crescimento da região. O dólar à vista fechou em alta de 0,23%, a R$ 3,7709. O dólar para fevereiro subiu 0,15%, cotado em R$ 3,7730.

Na máxima, o dólar chegou a bater em R$ 3,79, enquanto na mínima caiu a R$ 3,73. Operadores ressaltam que houve antecipações de negócios, pois o mercado em São Paulo estará fechado nesta sexta-feira e só haverá o segmento à vista, inclusive com definição do referencial Ptax do dia. Com isso, o volume negociado no mercado futuro subiu para US$ 19,6 bilhões, um dos maiores dos últimos dias. No segmento à vista, somou US$ 1,4 bilhão.

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Para o trader e sócio fundador do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial em Davos foi positiva e ajudou a fazer o dólar voltar da casa dos R$ 3,80. O ministro reforçou o compromisso em avançar com a reforma da Previdência e nesta quinta disse em entrevista que o texto pode gerar economia fiscal de até R$ 1,3 trilhão, estimativa acima do que vinha sendo comentado recentemente. Com a expectativa em alta pela Previdência, ressalta ele, o principal evento que o mercado vai monitorar nos próximos dias é o fim do recesso no Congresso, com a volta dos parlamentares em 1º de fevereiro.

No exterior, o euro caiu ante o dólar e o DXY, índice que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas fortes, subiu 0,50%, pressionando as moedas de emergentes. Os estrategistas do Morgan Stanley ressaltam que o BCE, em sua reunião de política monetária desta quinta, resolveu assumir uma postura mais cautelosa, na medida em que os riscos para a atividade da região se moveram para o negativo. O presidente da entidade, Mario Draghi, disse que os dados da zona do euro continuam a vir mais fracos que o esperado.

Os maiores riscos para o real pela frente, na avaliação do banco americano Citi, estão relacionados ao cenário externo, principalmente o apetite dos investidores globais pelos mercados emergentes, e o andamento das reformas do governo Bolsonaro. "Sem surpresas negativas nas duas frentes, nosso modelo de taxa real de câmbio de equilíbrio aponta para a apreciação da moeda em direção a R$ 3,40/R$ 3,50". Os analistas da instituição acreditam na aprovação da reforma, mas com uma versão mais desidratada.

O dólar quebrou uma sequência de seis altas seguidas e fechou com a maior baixa em 13 sessões, recuando 1,13% nesta quarta-feira, 23, para R$ 3,7624. A queda da moeda americana em vários países emergentes, como Turquia, México e África do Sul, ajudou a retirar pressão no câmbio aqui, mas o dólar bateu mínimas na parte da tarde com declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. O economista disse em entrevista que vai zerar o déficit primário este ano, por meio de privatizações, que podem render ao menos US$ 20 bilhões ao País, além de outros US$ 10 bilhões que viriam do corte de subsídios. Além disso, reforçou que a reforma da Previdência é a prioridade número um do novo governo.

Mais cedo, também em Davos, Jair Bolsonaro, garantiu a investidores que a reforma da Previdência vai ao Congresso já na primeira semana de trabalho dos parlamentares, que voltam do recesso em 1º de fevereiro. As declarações levaram investidores a desmontar posições mais defensivas em dólar, ressaltam operadores, que destacam ainda um movimento de venda da moeda por exportadores, assim que o dólar bateu na máxima do dia, a R$ 3,81.

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Com isso, o cancelamento de uma entrevista coletiva que Bolsonaro e seus ministros dariam à tarde em Davos acabou não afetando os preços. Ao contrário, o risco-país teve retração, também ajudando a retirar pressão do câmbio. O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil caiu a 172 pontos-base, ante 176 do fechamento de terça, segundo a IHS Markit.

Apesar da tentativa do governo de assegurar aos estrangeiros em Davos que as reformas vão avançar, a estrategista em Nova York de moedas para América Latina do Royal Bank of Canada (RBC), Tania Escobedo, vê um excesso de otimismo dos investidores, sobretudo dos locais, com as perspectivas para a Previdência e mantém a previsão de que o dólar pode se aproximar da casa dos R$ 4,00 neste primeiro semestre. "O Brasil nunca teve uma Câmara tão fragmentada como a eleita em 2018", ressalta ela ao falar que a tramitação do texto não deve ser simples como muitos investidores esperam.

Para a economista, Bolsonaro tem o primeiro trimestre para aprovar uma reforma da Previdência com economia fiscal relevante. "Depois disso, seu capital político pode diminuir e as chances de uma negociação bem sucedida no Congresso se reduzem rapidamente." A estrategista do RBC só vê os estrangeiros aportando recursos no Brasil de forma mais consistente assim que Bolsonaro der mostras concretas de avanço da agenda, com a aprovação das reformas. Dados divulgados nesta quarta pelo Banco Central mostram que o ingresso de dólares este mês ainda está tímido na comparação com o mesmo mês de períodos anteriores. Até o dia 18, o fluxo cambial é positivo em US$ 1,2 bilhão. No mesmo período do começo de 2018, entraram US$ 4,4 bilhões líquidos.

O dólar teve o quinto dia seguido de valorização e fechou nesta segunda-feira, 21, em R$ 3,7606, com alta de 0,20%. Por conta do feriado nos Estados Unidos, o volume negociado no mercado doméstico foi três vez menor do que em um dia normal. O cenário externo, marcado pela valorização do dólar ante moedas de emergentes, como México e Turquia, e países exportadores de commodities, como Austrália, acabou pressionando as cotações locais. As mesas de câmbio também monitoraram a chegada do presidente Jair Bolsonaro em Davos e as denúncias envolvendo seu filho Flávio ficaram no radar dos investidores, embora não tenham sido um catalisador para os preços nesta segunda-feira.

O dólar desacelerou o ritmo de alta na parte da tarde, mas pela manhã chegou a bater em R$ 3,78, a máxima do dia, por conta cautela no mercado internacional após a divulgação de dados da economia da China que reavivaram preocupações sobre os rumos da economia mundial. Em seguida, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia global, o que alimentou o tom de cautela dos investidores.

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Os economistas do Société Générale observam que a "elite empresarial global está fazendo a rota anual para Davos" em meio ao aumento destas preocupações com o PIB mundial. Por aqui, o foco é a participação da comitiva brasileira, encabeçada por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A expectativa dos estrategistas do JPMorgan é que o presidente dê o "sinal verde" para a reforma da Previdência após sua volta da Suíça. A ansiedade pelo texto final cresce, na medida em que não se conhece nada de concreto da reforma, apenas menções na imprensa, ressalta o JP. O Fórum Econômico Mundial, em Davos, começa nesta terça-feira e Bolsonaro será o primeiro presidente latino-americano a discursar na sessão inaugural.

Operadores destacam que as suspeitas de irregularidades nas movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro ficaram no radar das mesas, mas sem influência nos preços. Um dos temores é que, se as denúncias avançarem, possam começar a influenciar o cenário para o andamento da Previdência no Congresso. Por enquanto, o foco do mercado é na apresentação da proposta final, que espera que se aconteça na volta de Bolsonaro de Davos, ressalta o economista para América Latina da Continuum Economics, Pedro Tuesta, em relatório. Ele destaca que o otimismo dos investidores se reduziu nos últimos dias, justamente pela falta de uma melhor visão sobre os termos da reforma. Até que o texto apareça, ele espera que o dólar fique na casa dos R$ 3,75 para cima.

A prefeita de Roma e a Igreja Católica entraram em disputa sobre o que deve ser feito com as moedas retiradas da Fontana di Trevi, um dos principais cartões-postais da cidade italiana. Todos os anos, cerca de 1,5 milhão de euros em moedas, jogadas por turistas de todo o mundo, é retirado das águas do monumento.

Tradicionalmente, o dinheiro retirado da fonte é doado a uma instituição de caridade católica para ajudar os desamparados. Agora, porém, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, quer que a verba seja investida na infraestrutura precária da cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O dólar voltou para o nível de R$ 3,70 nesta quinta-feira, 10, influenciado pela valorização da moeda americana no exterior e por fatores técnicos. Após a euforia de quarta-feira no mercado, quando a moeda americana caiu para o menor valor em mais de dois meses, as mesas de câmbio esperavam um ajuste nesta quinta nas cotações. Mas o dólar chegou até a cair pela manhã, recuando para R$ 3,67 por conta da entrada de recursos do exterior. Pela tarde, operou em alta. O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell reforçou o tom de cautela dos investidores, ao afirmar que o balanço da instituição será "reduzido substancialmente", o que vai retirar liquidez da economia mundial. O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, a R$ 3,7076.

Na parte da tarde, a moeda americana renovou sucessivas máximas, chegando a R$ 3,72. As mesas de câmbio relataram que há a expectativa de uma saída de recursos do País nesta sexta-feira, que fazem parte de uma operação de empresa, e os investidores locais já teriam se antecipado a este movimento na tarde desta quinta.

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Mesmo com o dado desta quinta, o dólar ainda acumula desvalorização de 4,33% e nos nove últimos pregões caiu em sete deles. Especialistas alertam, porém, que o potencial de valorização do real pode estar perto do fim.

A analista de moedas em Frankfurt do banco alemão Commerzbank, Thu Lan Nguyen, afirma ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não vê muito mais potencial de alta do real, na medida em que boa parte das boas notícias já foi precificada nas cotações, sobretudo a perspectiva de avanço das reformas. "Agora os investidores vão querer ver essas reformas implementadas", afirma ela.

A analista do Commerzbank alerta para riscos no avanço das reformas nos próximos meses, sobretudo a da Previdência. "O ministro Paulo Guedes quer implementar uma reforma profunda, mas está longe de certo se o presidente Jair Bolsonaro dará carta branca para ele fazer isso", ressalta ela. Neste contexto, há chance de o dólar subir no curto prazo no mercado local. "Só esperamos que o real tenha apreciação adicional e de forma sustentável se a reforma da Previdência de fato for aprovada."

Com o noticiário doméstico esvaziado nesta quinta-feira e o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixando Brasília para ir ao Rio de Janeiro, o cenário externo ditou os ritmos dos negócios no mercado local. Desde a parte da manhã, a cautela predominou no exterior, com dados fracos de inflação na China sinalizando que a segunda maior economia do mundo pode mesmo estar se desacelerando. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas desenvolvidas, chegou a bater máximas ao longo do dia. No final da tarde, subia 0,31%.

O dólar teve novo dia de queda e fechou nesta quarta-feira, 9, no menor valor desde 26 de outubro do ano passado, quando estava em R$ 3,65. A desvalorização refletiu principalmente a fraqueza da moeda americana no exterior, mas também foi influenciada por expectativas positivas, sobretudo do investidor doméstico, com o avanço de uma reforma da Previdência mais profunda no governo de Jair Bolsonaro. Com isso, o real foi hoje a divisa de país emergente que mais caiu perante o dólar, considerando uma cesta das 24 principais moedas mundiais. O dólar à vista fechou o dia em R$ 3,6833, com queda de 0,92%.

O dólar operou em queda durante todo o dia e já pela manhã caiu abaixo do nível de R$ 3,70. Nesta quarta foi a primeira vez que a moeda fechou abaixo desse nível desde 1º de novembro de 2018. Só em 2019, a moeda americana já caiu 5%. Operadores observaram entrada de capital externo, o que ajudou a retirar pressão no câmbio. A queda do risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS), que nesta quarta recuou para 177 pontos, foi outro fator a contribuir para o desempenho positivo do real. As taxas do CDS foram negociadas nesta quarta-feira no menor nível desde abril do ano passado.

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"O dólar ficou fraco nesta quarta no mundo inteiro", observa o gestor da Absolut Investimentos, Fabiano Rios. A fraqueza da moeda americana no exterior, aliada a notícias locais favoráveis, ajudou a alimentar o apetite por ativos de risco do Brasil, sobretudo pelo investidor local, ressalta ele. Entre os estrangeiros, porém, o clima é um pouco mais cauteloso com o Brasil. O banco JPMorgan reiterou nesta quarta a recomendação de performance "acima da média do mercado" (overweight) para a bolsa brasileira, mas alertou para o "risco de complacência" com o país, afirmando que é preciso manter o "olho aberto na política e no risco de execução" da reforma da Previdência. O banco afirma que Bolsonaro está indo no caminho certo, com uma agenda liberal de reformas, privatizações e melhora do ambiente para se fazer negócios no Brasil. Na terça à noite, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o objetivo é enviar uma reforma da Previdência mais profunda ao Congresso, com maior economia fiscal.

No final do dia, já perto do fechamento, a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) fez o dólar à vista acelerar um pouco o ritmo de queda. O documento mostra que os dirigentes pretendem ser "pacientes" no processo de elevação de juros na maior economia do mundo. Para os analistas da Continuum Economics, a ata mostrou os dirigentes do Fed dispostos a fazer um pausa, na medida em que não há pressões inflacionárias nos EUA. Este movimento tem ajudado a enfraquecer o dólar na economia mundial. A expectativa pela resolução dos conflitos comerciais entre a China e os Estados Unidos também tem contribuído para a queda do dólar no exterior e por elevar a busca por risco dos investidores.

O real destoou de outras moedas e teve nesta terça-feira, 8, o melhor desempenho perante o dólar entre as 24 principais divisas mundiais. O dólar à vista fechou em queda de 0,47%, a R$ 3,7174, o menor valor desde 1º de novembro de 2018, quando terminou em R$ 3,6979. Especialistas em câmbio apontam que a queda da divisa americana reflete fatores técnicos, como a tendência de volta neste começo do ano de recursos que deixaram o país no final de 2018, aliados a um clima ainda positivo dos investidores com o governo de Jair Bolsonaro, com perspectiva favorável para a reforma da Previdência, após os recentes desdobramentos, que incluem uma reunião técnica do governo nesta terça para discutir o assunto e uma dos ministros Paulo Guedes, Economia, e Onyx Lorenzoni, Casa Civil. Um dos reflexos é que o risco-país segue em queda, com o Credit Default Swap (CDS) sendo negociado no final da tarde a 183 pontos, menor nível em oito meses.

Entre os fatores técnicos que influenciam o câmbio, operadores ressaltam que a expectativa é de volta agora neste começo de 2019 de parte dos recursos que deixaram o país no final do ano passado. Somente nos dois últimos meses de 2018, saíram US$ 27 bilhões pelo canal financeiro, segundo dados do Banco Central. As últimas semanas do ano costumam ser de fluxo negativo, pois as empresas remetem recursos para as matrizes, fundos realocam carteiras e investidores estrangeiros reduzem posições no real. Da mesma forma, parte desse capital tende historicamente a voltar no começo do ano, destaca o gerente da mesa de câmbio da Tullet Prebon Brasil, Ítalo Abucater. Por isso, o real acaba destoando de outras moedas emergentes, como ocorreu nesta terça.

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Para Abucater, há ainda uma boa vontade dos investidores, sobretudo do local, com Bolsonaro, o que ajuda a deixar o câmbio menos pressionado. Ao mesmo tempo, o especialista ressalta que os estrangeiros continuam mais cautelosos com o novo governo. No mercado futuro, eles seguiram elevando as posições compradas em dólar, ainda que em ritmo mais moderado do que no dia anterior. O estoque total da posição comprada aumentou US$ 222 milhões na segunda-feira, para US$ 33,5 bilhões, considerando o dólar futuro e posições em cupom cambial (juro em dólar), segundo dados da B3.

No final da tarde, com o dólar à vista praticamente fechado, e pouco antes de uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, Onyx disse que a proposta da Previdência será apresentada ao presidente na semana que vem, mas ressaltou que ainda "está tudo em aberto" sobre o texto.

O petróleo fechou em alta a sessão desta segunda-feira, 7, impulsionado por informações de que a Arábia Saudita pode cortar suas exportações da commodity além dos níveis acordados com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), além da queda do dólar em relação a outras moedas fortes.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para fevereiro subiu 1,17%, a US$ 48,52 por barril. O Brent para março, por sua vez, avançou 0,47%, a US$ 57,33 por barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

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Em busca do barril do petróleo Brent a US$ 80, para cobrir um aumento nos gastos do governo, a Arábia Saudita planeja cortar suas exportações do óleo para 7,1 milhões de barris por dia (bpd) até o fim de janeiro, de acordo com autoridades da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Riad deve cortar as exportações de petróleo em até 800 mil barris por dia em relação aos níveis de novembro. A redução da oferta pelo maior exportador de óleo bruto do mundo iria, dessa forma, além dos compromissos assumidos no mês passado pela Opep e por outros grandes produtores.

Autoridades do cartel, por outro lado, disseram que o esforço provavelmente não será suficiente para elevar os preços ao nível desejado pelo reino.

As informações impulsionaram o petróleo, que já marcava alta desde cedo, na esteira da queda o dólar em relação a outras moedas fortes, o que torna a commodity mais barata para detentores de outras divisas.

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