Tópicos | economia global

O crescimento da economia global maior do que o esperado deve ter um efeito positivo - ainda que limitado - no Brasil. Com a China avançando mais do que se projetava inicialmente, a tendência é de que os preços das commodities avancem, o que favorece o Brasil.

"A recuperação da China é uma excelente notícia, porque o país é o maior destino das exportações brasileiras", afirma Alexandre Bassoli, economista-chefe da Apex Capital.

##RECOMENDA##

Os analistas esperam uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 0,8% neste ano. A expectativa de um cenário global mais aquecido, porém, não fez com que bancos e consultorias promovessem grandes alterações nos seus cenários. O diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, destaca que a China deve movimentar principalmente os mercados de petróleo e cobre. No ano passado, o banco projetava um crescimento para o país oriental de 4,5%. Agora, a estimativa é de alta de 5,5%.

Ramos pondera, porém, que o crescimento chinês não terá o mesmo impacto aqui como no passado. Isso porque, antes, o crescimento do país era baseado em investimento em infraestrutura, o que demandava, por exemplo, mais minério de ferro, commodity amplamente produzida no Brasil. Agora, a China está impulsionando a economia através do consumo interno.

"Esse tipo de crescimento chinês ajuda o Brasil, mas não beneficia tanto como o modelo baseado em infraestrutura", afirma Ramos.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar teve novo dia de volatilidade nesta quinta-feira, 1, mas firmou-se em alta na parte da tarde após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar pelo Twitter uma nova rodada de tarifas em US$ 300 bilhões de produtos chineses importados pelos americanos. Logo após a postagem, a moeda dos EUA bateu nas máximas do dia, superando R$ 3,85, dia em que o noticiário local ficou esvaziado. Em sessão de forte volume de negócios, o dólar à vista fechou cotado em alta de 0,71%, a R$ 3,8472, maior nível de fechamento desde 2 de julho.

O dólar já estava em alta no mercado internacional antes do tuíte de Trump sobre a China, por conta da visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode não promover um ciclo de corte de juros tão longo como o esperado, após as declarações de quarta do presidente da instituição, Jerome Powell. A declaração do presidente americano sobre a imposição de novas tarifas aos chineses, que vão valer a partir de 1º de setembro, ajudou a acelerar essa valorização e a divisa americana fechou em forte alta em vários mercados emergentes, incluindo África do Sul (+2%), Colômbia (+1,9%) e Rússia (+1,1%). Já entre moedas fortes, o dólar acabou se enfraquecendo.

##RECOMENDA##

"O impacto direto dessas tarifas (se impostas) serão modestos. Mas elas têm o potencial de prejudicar o crescimento mundial de forma mais substancial por meio de um impacto negativo na já fraca confiança dos agentes", escreveram nesta tarde os estrategistas do JPMorgan em Nova York.

Mais cedo, o real já estava pressionado, mas operou volátil pela manhã, chegando a recuar até R$ 3,81 na mínima do dia. Um dos fatores que pressionaram a moeda foi a redução do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, após o Banco Central cortar os juros em ritmo mais intenso aqui do que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano). "Um diferencial ainda menor não ajuda (o real)", ressaltam os economistas do Citibank, Leonardo Porto e Maurício Une.

Para os economistas do Citi, na ausência de um noticiário local mais forte, as notícias externas vão continuar ditando os movimentos do real. Após a decisão do Fed na quarta, o banco americano decidiu mudar sua recomendação para o real de "acima da média do mercado" ("overweight") para "abaixo da média do mercado" ("underweight").

Esta terça-feira, 26, foi de recuperação para o dólar e a libra, que segunda-feira, 25, ficaram pressionados diante dos temores de recessão e em meio às incertezas em torno do Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Embora nenhuma mudança significativa tenha surgido no horizonte, investidores se apegaram à estimativa ligeiramente menor de corte de juros nos EUA neste ano e à esperança de aprovação de um acordo para o Brexit.

No fim de tarde, o dólar subia a 110,52 ienes, enquanto a libra avançava a US$ 1,3210 e o euro caía a US$ 1,1275. A moeda argentina tocou nova mínima histórica diante do dólar, que chegou ao fim da tarde cotado a 42,6300 pesos. Para a economista da Coface para América Latina Patricia Krause, o avanço do dólar sobre o peso é consequência dos desequilíbrios econômicos vistos no país nas últimas semanas, como a retomada de fôlego da inflação e o encolhimento da indústria local.

##RECOMENDA##

Ao mesmo tempo, a inversão da curva de juros de títulos americanos de curtíssimo prazo (três meses) e de longo prazo (dez anos) continuou a influenciar os negócios com dólar, embora analistas e até mesmo a presidente da unidade de San Francisco do Federal Reserve, Mary Daly, tenham minimizado os efeitos desse movimento do mercado de renda fixa na economia dos Estados Unidos. Assim, o dólar voltou a exibir ganhos expressivos e o DXY se manteve apoiado acima dos 96 pontos.

O estrategista-chefe de mercados da Canaccord Genuity, Tony Dwyer, avalia que é prematuro entrar em pânico após a inversão da curva, principalmente tendo em vista que outros indicadores de recessão ainda não emitiram alarmes e, por isso, mais sinais de problema deveriam ser esperados no mercado de crédito antes de ações defensivas serem tomadas.

Próximo ao horário de fechamento dos mercados à vista em Nova York, quem se pronunciou sobre a curva de juros foi a presidente da distrital de San Francisco do Federal Reserve, Mary Daly. Responsável pela unidade do banco central que fez um estudo o qual diz que a inversão da curva de juros de três meses e dez anos tem uma forte correlação com recessões na economia americana, Daly disse que a inversão desta vez pode não ter o mesmo alerta de contração na economia e ressaltou que não está "desesperada" após o spread entre as duas taxas se tornar negativo pela primeira vez desde 2007.

Os contratos futuros dos Fed funds, compilados pelo CME Group, apontavam nesta tarde que as chances de ao menos um corte nas taxas de juros pelo Fed este ano caíram de 75,1% na segunda para 67,2% nesta terça. Apesar de os níveis continuarem altos, a possibilidade menor de corte nas taxas este ano nos EUA favoreceu a força do dólar.

Em meio às discussões do Brexit no Reino Unido, a libra encontrou espaço para recuperação e retomou o patamar de US$ 1,32 depois que o conservador britânico Jacob Rees-Mogg sugeriu que irá aprovar a proposta da primeira-ministra Theresa May para evitar uma saída sem acordo da União Europeia. Rees-Mogg é presidente do Grupo de Pesquisa Europeia (ERG, na sigla em inglês), que agrega dezenas de legisladores da sigla majoritariamente favoráveis a um rompimento mais amplo das relações com a UE.

Os contratos futuros de petróleo apagaram as perdas vistas ao longo do dia e encerraram em alta nesta quinta-feira, 10, na nona sessão consecutiva de ganhos, levando o WTI ao maior nível em quatro semanas e tirando os dois contratos de um bear market.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em fevereiro fechou no maior nível em quatro semanas, em alta de 0,44%, cotado a US$ 51,59 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para março subiu 0,39%, para US$ 61,68 por barril. Agora, os dois tipos de óleo não estão mais em bear market.

##RECOMENDA##

"A reação cautelosa das negociações comerciais entre Estados Unidos e China levou os investidores a deixarem o petróleo de lado durante a manhã", disse o diretor executivo e fundador da Sun Global Investments, Mihir Kapadia. "Apesar do que tem sido uma semana de sentimento positivo, já que os EUA e a China provavelmente irão progredir em direção a um pacto, a falta de detalhes fornecidos pelos países pesou inicialmente."

O rali de nove sessões consecutivas de alta do petróleo é o mais longo em cerca de 18 meses e os preços se encaminham para um segundo ganho semanal consecutivo. O otimismo recente se deve, principalmente, ao declínio nos estoques de petróleo dos EUA e à produção de óleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que caiu 630 mil barris por dia para o menor nível em seis meses, de acordo com pesquisa da S&P Global Platts divulgada no início da semana. Fonte: Dow Jones Newswires.

O dólar avançou em relação à maioria de suas rivais nesta quarta-feira, 2, mas recuou ante o iene, depois que o resultado mais fraco do que o esperado de um indicador econômico chinês reavivou as preocupações com a desaceleração da atividade na potência asiática e no mundo.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar recuava a 109,11 ienes, enquanto o euro tinha queda a US$ 1,1349 e a libra caía a US$ 1,2612. O índice do dólar DXY, que mede a divisa americana contra uma cesta de outras fortes, subiu 0,67%, aos 96,819 pontos.

##RECOMENDA##

O resultado de dezembro do índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da indústria da China mostrou que o indicador perdeu o suporte dos 50, que separa a expansão da atividade de uma contração, e reacendeu preocupações com a desaceleração econômica no país e ao redor do mundo.

Para economistas do Danske Bank, o resultado é "mais uma confirmação da desaceleração econômica da China". Diante do cenário, um movimento de busca por segurança entre investidores impulsionou a moeda em relação à maioria de suas rivais, mas a desfavoreceu em relação ao iene.

Além disso, o dólar ampliou os ganhos em relação a outras moedas fortes em meio a declarações do presidente americano, Donald Trump, de que os mercados se recuperarão quando a administração selar acordos comerciais, como com a China. Com isso, o DXY chegou a se aproximar novamente dos 97 mil pontos.

Em uma nova sessão de busca por segurança, o dólar subiu nesta quinta-feira, 11, ante o real pelo terceiro dia útil seguido. As preocupações em torno da economia global e a nova queda do petróleo no exterior justificaram as compras da moeda americana. O dólar à vista subiu 1,43%, aos R$ 3,9889, na máxima do dia, acumulando +2,27% em três dias úteis. No mercado futuro, que hoje passa a fechar às 18h15, o dólar para março tinha ganho de 1,39% no fim da tarde, aos R$ 4,0090.

Desde cedo, investidores em todo o mundo demonstravam maior apetite pela moeda americana, reverberando algumas declarações de ontem da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen. Em depoimento na Câmara, ela havia demonstrado preocupação com "fatos econômicos no exterior" que "representam riscos para o crescimento dos EUA".

##RECOMENDA##

Para piorar, o petróleo emplacou hoje a terceira sessão consecutiva de perdas em Nova York e chegou a ser cotado abaixo dos US$ 26 o barril. Em Londres, o preço do Brent também recuava. O resultado foi uma forte tendência de baixa para as moedas de países exportadores de commodities, como o real, com o dólar sendo favorecido na outra ponta.

Pouco depois da abertura no Brasil, o dólar à vista foi cotado aos R$ 3,9393 (+0,17%). Com o desenrolar da manhã, a moeda foi se fortalecendo até renovar máximas no início da tarde, bem em sintonia com o que era visto lá fora. Na reta final, houve novo movimento de compras e o dólar terminou o dia na máxima de R$ 3,9889.

Entre as notícias locais, destaque para o fluxo cambial da primeira semana de fevereiro, divulgado pelo Banco Central. O País registrou saída líquida de US$ 1,022 bilhão, resultado de envios de US$ 1,405 bilhão pela conta financeira e entradas de US$ 383 milhões pela comercial. O fluxo total de 2016 está positivo em US$ 453 milhões. Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a balança comercial foi superavitária em US$ 1,162 bilhão na primeira semana de fevereiro, com exportações de US$ 3,604 bilhões e importações de US$ 2,442 bilhões. No ano, há saldo acumulado de US$ 2,084 bilhões.

As bolsas europeias fecharam em alta nesta quarta-feira, 25, com a percepção de que as tensões entre Turquia e Rússia não devem tomar grandes proporções, sendo possivelmente contornadas pela diplomacia. Perspectivas de estímulo monetário e o euro enfraquecido também tiveram impacto no mercado. Além disso, os ganhos de empresas do setor de defesa influenciaram os índices.

O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 1,38%, para 380,84 pontos. De acordo com analistas, os investidores estão menos preocupados com a situação geopolítica do continente e focando na perspectiva de estímulo monetário pelo Banco Central Europeu (BCE), que se reúne na próxima semana.

##RECOMENDA##

"Há uma grande possibilidade de o BCE expandir seu programa de relaxamento quantitativo" e cortar as taxas de juros em breve, disse Mike Bell, estrategista do J.P. Morgan Asset Management. Bell também afirmou que essas medidas podem impulsionar o mercado acionário até o final do ano.

Analistas também consideram que as tensões entre a Rússia e a Turquia - após o abatimento da caça russo por forças turcas na região fronteiriça do país com a Síria - devem ser atenuadas. As nações possuem laços comerciais importantes para os dois lados. Isso poderia ajudar a conter a escalada da tensão.

A perspectiva de uma escalada da ação militar contra o Estado Islâmico, contudo, deu apoio às empresas do setor de defesa. Recentemente, líderes europeus, como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, sinalizaram que vão intensificar a atuação militar contra posições dos jihadistas na Síria, na esteira dos atentados terroristas em Paris.

A bolsa de Londres teve ganho de 0,96%, aos 6.337,64 pontos, impulsionada pela alta das ações de companhias de defesa, como as da BAE Systems, que ganhou 1,40%, e a Rolls-Royce Holdings, que avançou 3,23%. No terreno das perdas, a Glencore recuou 3,62%.

Na Alemanha, o índice DAX da bolsa de Frankfurt subiu 2,15%, para 11.169,54 pontos, apoiada por um euro enfraquecido e fortes ganhos da Allianz e da Lufthansa, que viram seus papeis subirem 2,84% e 1,51%, respectivamente. A companhia aérea observou a valorização de suas ações após o sindicato dos pilotos cancelar uma greve, com ambos os lados fazendo progresso nas negociações sobre pagamento e regras de aposentadoria.

Hoje o euro se enfraqueceu ante o dólar. Como a economia alemã é voltada para a exportação, o euro mais fraco é um bom sinal para as exportadoras. Às 16h57 de Brasília, o euro recuava a US$ 1,0614.

O índice CAC 40 da bolsa de Paris avançou 1,51%, para 4.892,99 pontos. No terreno dos maiores ganhos estão empresas como a LafargeHolcim (+4,29%) e Airbus (+2,23%). Já no campo das perdas, está a Accor (-1,53%) e a Air France (-2,88%), que sentem o impacto da escalada da ameaça terrorista na Europa.

Na Espanha, a bolsa de Madri fechou em alta de 0,20%, aos 10.227,30 pontos; a bolsa de Milão subiu 1,87%, para 22.359,23 pontos; e a bolsa de Lisboa avançou 0,57%, para 5.296,63 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)

A China está construindo o maior centro mundial de clonagem de animais, com a ambição de fabricar cachorros, cavalos e vacas em série - informou a imprensa local. As instalações, que necessitaram de um investimento de 200 milhões de iuanes (cerca de 116 milhões de reais), incluirão um laboratório de clonagem e um banco de genes, anunciou a agência oficial Xinhua.

A empresa chinesa de biotecnologia Boyalife e a sul-coreana Sooam Biotech são as responsáveis pelo projeto, junto a dois institutos de pesquisa chineses. A fábrica terá como foco a clonagem de animais domésticos, cachorros policiais, cavalos de corrida e vacas, para comercializá-los em escala industrial.

A "produção" de animais começará em 2016 na cidade portuária de Tianjin (norte), uma metrópole situada a 150 quilômetros a leste de Pequim. O centro produzirá cerca de 100.000 embriões de vacas anualmente num primeiro momento, mas seu objetivo é fazer um milhão anuais, segundo o presidente da Boyalife, Xu Xiaochun, citado pela Xinhua.

"Os agricultores chineses têm dificuldades na hora de produzir quantidades suficientes de vacas para atender à demanda do mercado", justificou.

O ceticismo era patente nas redes sociais chinesas, onde inúmeros internautas duvidavam que os consumidores mostrariam entusiasmo por carne procedente de animais clonados.

A localização da fábrica, perto do depósito de produtos químicos onde foram produzidas fortes explosões no verão, é outro motivo de preocupação para os moradores do gigantes asiático, país marcado por frequentes escândalos alimentares.

"Essa carne vai ser vendida na Coreia do Sul ou na China? Se for na China, vamos pedir pros nossos políticos provarem primeiro!", escreveu uma internauta.

Hwang Woo-suk, presidente da empresa sul-coreana Sooam, tentou enganar todo o mundo em 2004 quanto garantiu que havia criado as primeiras células-tronco derivadas de um embrião clonado, mas vários especialistas revelaram que era mentira.

A queda nos preços do petróleo e o relaxamento monetário vão ajudar a zona do euro a crescer mais do que o esperado este ano, mas a desaceleração em países emergentes e o aumento das incertezas globais poderão prejudicar o desempenho econômico da região, segundo avaliação da União Europeia.

Em relatório de projeções divulgado hoje, a Comissão Europeia (CE), braço executivo da UE, afirma que, embora o petróleo mais barato e a política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) tenham impulsionado o consumo e as exportações, o ritmo de crescimento no bloco se mantém relativamente limitado.

##RECOMENDA##

A comissão alertou que as consequências da crise financeira da Europa - como o aumento das dívidas dos governos e empresas e o enfraquecimento da economia global - vão continuar pesando no crescimento nos próximos anos.

"Dado o ímpeto menor de ventos favoráveis, a continuidade do efeito negativo de legados da crise, como as pressões de desalavancagem e fraqueza nos setores bancários de alguns países-membros, e a fraca expansão econômica global, o crescimento em 2016 e 2017 deverá ser modesto", comentou o economista-chefe da CE, Marco Buti.

A CE agora estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, formado por 19 países, deverá crescer 1,6% este ano, um pouco mais do que a alta de 1,5% projetada em maio. Para 2016, no entanto, a projeção de expansão do bloco foi reduzida, de 1,9% para 1,8%. Para a UE, que engloba o bloco e outros nove países, a projeção de crescimento para 2015 subiu de 1,8% para 1,9%, mas a do próximo ano caiu de 2,1% para 2,0%.

Apesar da visão cautelosa para os próximos dois anos, a comissão avaliou que as restrições de crédito estão "claramente diminuindo" e que o financiamento de mercado continuará a ter um papel cada vez maior na sustentação dos investimentos, que deverão se tornar um catalisador mais forte do crescimento.

Para a CE, o progresso feito na superação dos legados da crise, como os altos níveis de empréstimos inadimplentes e o desemprego elevado, devem contribuir para a expansão da economia, mas as reformas estruturais que foram realizadas na zona do euro até o momento não foram suficientes para elevar o potencial de crescimento significativamente.

A entidade também ponderou que a crise de refugiados na UE deverá resultar em gastos maiores dos governos de vários países da região, impulsionando a demanda.

"A análise mostra que, se administrada de forma adequada, a entrada de refugiados (na UE) terá um pequeno efeito favorável para o crescimento no curto e médio prazos", disse Buti. "Isso vai depender principalmente de políticas para integrar os refugiados aceitos no mercado de trabalho", completou.

Quanto à inflação, a CE continua prevendo que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro terá leve alta de 0,1% este ano, como já havia estimado em maio. Para 2016, o órgão reduziu sua projeção de inflação, de 1,5% para 1,0%. A expectativa para 2017 é que os preços ganhem força e a inflação atinja 1,6%.

Os números previstos para os próximos anos, no entanto, continuam abaixo da meta anual de inflação do BCE, que é de taxa ligeiramente inferior a 2,0%.

As projeções da CE, que são divulgadas três vezes por ano, servem de base para negociações orçamentárias entre autoridades da UE em Bruxelas e dos governos europeus. Em 2013, a UE adotou regras fiscais mais severas para evitar uma repetição da crise soberana. Essas normas permitem a Bruxelas revisar orçamentos antes que os projetos sejam submetidos à aprovação parlamentar e solicite mudanças em planos de gastos. Fonte: Dow Jones Newswires.

O dólar subiu diante das principais moedas e também das dos países emergentes e produtores de commodities nesta quarta-feira (21)com o mercado mostrando mais preocupação com a perspectiva da economia global. Os investidores evitaram fazer grandes apostas na véspera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Traders disseram que vários fatores contribuíram para o aumento da preocupação dos investidores. Um deles foi o informe de que o Japão teve um déficit comercial de 114,5 bilhões de ienes em setembro, quando a expectativa era um superávit de 100 bilhões de ienes; o crescimento das exportações foi o menor em 13 meses e as exportações para a China caíram 3,5%. A bolsa de Xangai fechou em queda de 3,06%. O Banco do Canadá, ao manter sua taxa básica inalterada em 0,5%, rebaixou suas previsões para o crescimento do PIB em 2016 e 2017. E os preços do petróleo e dos metais voltaram a cair.

##RECOMENDA##

"Tem crescido a preocupação de que talvez a China não esteja numa trajetória de recuperação. E os exportadores de commodities, e os mercados que concorrem diretamente com produtores chineses, estão tendo dificuldades por causa disso", comentou o estrategista Simon Derrick, do Bank of New York Mellon.

O BCE anuncia sua decisão de política monetária nesta quinta-feira e a expectativa do mercado, depois de declarações feitas no começo da semana por dois dirigentes da instituição, Christian Noyer e Ewald Nowotny, é de que o programa de relaxamento quantitativo, que envolve compras mensais de € 60 bilhões em bônus, não seja ampliado ou prorrogado nesta reunião. Noyer disse que o programa "está bem calibrado e já está trazendo frutos"; Nowotny opinou que "é cedo demais para falar em ampliação, porque ainda temos um ano de programa adiante, até setembro de 2016".

A pesquisa de crédito do BCE, divulgada na terça-feira, mostrou que os bancos da zona do euro "usaram a liquidez adicional originária do programa de relaxamento quantitativo para aumentar o crédito nos últimos seis meses" e que a demanda das empresas europeias por crédito "continuou a crescer no terceiro trimestre".

Os investidores estarão atentos à entrevista coletiva do presidente do BCE, Mario Draghi, prevista para depois da reunião. "Draghi provavelmente fará um discurso 'dovish' nesta quinta-feira, preparando os mercados para um anúncio mais material, possivelmente na reunião de dezembro", disse Geoffrey Lenoir, da Aviva Investors.

O dólar canadense caiu diante do dólar dos EUA depois de o Banco do Canadá manter sua taxa básica de juros inalterada em 0,5%. Em seu comunicado, o BoC disse que "os preços mais baixos do petróleo e de outras commodities desde o verão afetaram ainda mais os termos de comércio do Canadá e estão deprimindo os investimentos das empresas e as exportações do setor de matérias primas". O BC canadense rebaixou sua previsão para o crescimento do PIB do país para 2,0% em 2016 e 2,5% e, 2017, de 2,3% e 2,6% na projeção anterior, de julho.

No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a US$ 1,1341, de US$ 1,1350 ontem; o iene estava cotado a 119,96 por dólar, de 119,86 por dólar ontem; o dólar canadense estava cotado a C$ 1,3140 por dólar, de C$ 1,2985 por dólar ontem; o dólar australiano estava cotado a US$ 0,7212, de US$ 0,7261 ontem. Fonte: Dow Jones Newswires

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou, nesta sexta-feira, 18, em um seminário na capital paulista, que a perspectiva de recuperação da economia global é positiva, apesar de todos os percalços. No entanto, segundo ele, dois fatores ainda podem atrasar uma retomada mais forte: o fim da injeção de liquidez no mercado pelo governo americano e ainda a recuperação tênue de alguns blocos, como a União Europeia.

"A grande discussão é quando começará o fim do quantitative easing (relaxamento quantitativo). O fim do quantitative easing dificilmente será retomado antes do fim do impasse do Congresso com governo dos EUA, mas redução da liquidez nos EUA, que acontecerá na primavera ou no verão (no Hemisfério Norte) provocará uma nova onda de instabilidade". Coutinho citou que a recuperação da economia ainda é tênue, mas que aChina administra a desaceleração local e avaliou que os analistas superestimaram o crescimento da economia global.

##RECOMENDA##

As batalhas orçamentárias nos Estados Unidos estão limitando o crescimento econômico em todo o mundo, representando um risco maior para a economia mundial do que a crise da zona do euro, afirmou o Banco Mundial. Em um relatório com novas previsões econômicas, o banco declarou que espera que a economia global cresça apenas 2,4% este ano, pouco melhor do que o fraco ritmo de 2012.

Os EUA, que são a maior economia do mundo, podem entrar em recessão se os cortes no orçamento federal ocorrerem como programado, no início de março. Além disso, a instituição acredita que a crise da zona do euro deve continuar ao longo do ano. Os países em desenvolvimento, enquanto isso, estão crescendo nos ritmos mais lento da última década. "É um ano de riscos", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu.

##RECOMENDA##

A expectativa do banco para o crescimento dos EUA é de 1,9% neste ano, baseada no pressuposto de "progresso significativo" rumo a um plano de orçamento no médio prazo e mais do que apenas uma solução de curto prazo sobre o aumento do teto da dívida federal. Caso o Congresso ofereça apenas uma solução de curto prazo para o teto da dívida, cenário identificado como "paralisia fiscal", o banco acredita que a economia dos EUA encolherá 0,4%, atingindo a Europa com uma profunda contração e reduzindo o crescimento global em 1,4 ponto porcentual.

Um cenário paralelo envolvendo uma renovada crise da zona do euro, em que duas das economias do bloco monetário estão paralisadas fora dos mercados de capital, reduzirá o crescimento global em 1,3 ponto porcentual, disse o banco.

As projeções do Banco Mundial frequentemente têm se mostrado otimistas demais nos últimos anos. A mais recente previsão do banco para 2013, de crescimento de 2,4%, foi mais baixa do que a estimativa divulgada em junho, quando a instituição apostou em um crescimento global de 3,0%. Os economistas do banco atribuíram a decepção ao investimento empresarial nos EUA mais baixo do que o esperado e à incerteza ligada à política orçamentária norte-americana.

Uma divisão crítica persiste na maioria das economias. A confiança dos investidores está aumentando, impulsionada por medidas de estímulo e por menores receios sobre um colapso da zona do euro. Mas as economias das nações que servem de base para o resto do mundo permanecem letárgicas. "Os mercados financeiros estão mais calmos, mas não há recuperação do crescimento", disse Basu. "Você pode manter os mercados calmos por um ou dois anos, mas, se isso não é sustentado por um crescimento real, você poderá gerar uma nova rodada de riscos financeiros", acrescentou. As informações são da Dow Jones.

O Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2022. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo britânico Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês) mostra que, além de os brasileiros e outros emergentes avançarem no ranking, todos os grandes países europeus perderão postos nos próximos dez anos. Com isso, em uma década, o grupo das cinco maiores potências econômicas globais não contará com nenhum europeu. Hoje, Alemanha e França estão na lista.

Segundo o estudo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve saltar em termos nominais e em dólar 92% em uma década, dos US$ 2,282 trilhões previstos para 2012 para os US$ 4,389 trilhões esperados para 2022. Com isso, o País deve chegar a 2022 como quinta potência econômica do mundo, ultrapassando Reino Unido, França e Alemanha.

##RECOMENDA##

O crescimento do Brasil, porém, parece pequeno perto da expectativa de avanço da Índia. O levantamento do CEBR prevê crescimento nominal em dólares de 169% no mesmo período, o que deve fazer o PIB indiano saltar de US$ 1,83 trilhão para US$ 4,93 trilhões em dez anos. Com esse desempenho, o parceiro brasileiro no Brics (grupo de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deve ganhar seis posições no ranking e atingir o posto de quarta economia do mundo em 2022.

Nessa mesma base de comparação, o PIB da China vai crescer 136%, o que aproxima cada vez mais o país asiático do primeiro lugar do ranking, que seguirá com os Estados Unidos. Outro emergente, a Rússia, também terá desempenho melhor que o do Brasil, com crescimento nominal previsto de 117% em dez anos, o que deve levar os russos do atual nono posto para o sétimo lugar - muito perto da Alemanha. Assim, os dois países terão tamanhos econômicos muito semelhantes em uma década, o que pode fazer com que o título de maior economia da Europa ocidental saia das mãos dos alemães e passe aos russos.

Ao contrário da escalada dos emergentes, países europeus devem perder posições importantes nos próximos anos. Segundo a pesquisa, a Alemanha deve cair de 4ª para 6ª potência, o Reino Unido recuará de 6º para 8º lugar, a França passa de 5º para 9º, a Itália cairá de 8º para 13º e a Espanha passará de 13º para 17º na lista das maiores economias.

"Em 2017, o PIB indiano deverá ultrapassar a do Reino Unido, o que fará com que a Índia tenha a maior economia do Commonwealth (comunidade de nações originadas no Império Britânico)", diz o diretor-executivo do CEBR, Douglas McWilliams.

O responsável pela pesquisa, no entanto, nota que o Reino Unido não ficará alheio a tudo isso e reagirá. "Vamos bater outros países. Como efeito da política fiscal do presidente François Hollande e as dificuldades do euro, estamos prestes a superar a França em 2013 ou 2014", diz o executivo inglês, ao reavivar a velha disputa dos dois lados do Canal da Mancha entre britânicos e franceses.

Um ano após desbancar o Reino Unido na posição de sexta maior economia do mundo, a desvalorização do real nos últimos meses fará com que o Brasil perca o posto recém-conquistado e volte ao sétimo lugar em 2012. A previsão foi feita nesta quarta-feira pelo britânico Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR na sigla em inglês). A consultoria, porém, aposta que o Brasil voltará a crescer mais rapidamente e deve voltar a ultrapassar os britânicos em 2014.

Segundo o levantamento, o Brasil deve terminar o ano com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,282 trilhões, pouco abaixo dos US$ 2,443 trilhões previstos para o Reino Unido. "Estamos na disputa cabeça a cabeça com o Brasil há algum tempo. No ano passado, os brasileiros nos ultrapassaram. Este ano, vamos superá-los. A partir de 2014, no entanto, o dinamismo da economia brasileira deve levar o Brasil decisivamente para uma posição acima do Reino Unido", disse o responsável pela pesquisa e diretor-executivo do CEBR, o inglês Douglas McWilliams.

##RECOMENDA##

Mesmo com a previsão de que a economia do Reino Unido deve terminar o ano com crescimento perto de zero ou até uma pequena queda, o Brasil perdeu o posto especialmente pela taxa de câmbio. Como o PIB na pesquisa é calculado em dólares, a subida do dólar de mais de 11% no ano faz com que o tamanho da economia brasileira fique menor quando convertido para dólares. Para piorar o fenômeno, o fraco crescimento da economia nacional também deve ser levado em conta, o que acaba potencializando o efeito do câmbio.

Na pesquisa do CEBR, os cinco primeiros da lista são Estados Unidos (PIB de US$ 15,643 trilhões), China (US$ 8,249 trilhões), Japão (US$ 5,936 trilhões), Alemanha (US$ 3,405 trilhões) e França (US$ 2,607 trilhões).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando