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Responsáveis no Ministério Público pelas Operações Vegas e Monte Carlo, os procuradores Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira defenderam nesta terça a investigação das relações do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com a empreiteira Delta Construções. Em depoimento nesta terça à CPI do Cachoeira, os dois procuradores voltaram a relatar ameaças e solicitaram o compartilhamento das quebras de sigilo bancário e fiscal recebidos pela CPI de toda a movimentação de Cachoeira e de empresas fantasmas para que a Justiça mantenha o sequestro de bens do bicheiro estimado em R$ 167 milhões.

"Temos a possibilidade de perder o sequestro desses bens", lamentou Salgado, que foi responsável pela Operação Vegas, entre 2008/2009. A avaliação é que Cachoeira poderá ter seus bens liberados por tribunais superiores, caso as investigações não sejam aceleradas. Segundo os dois procuradores, o "braço financeiro" da quadrilha não foi investigado pelo Ministério Público porque, diante do vazamento de informações, a Operação Monte Carlo foi deflagrada em 29 de fevereiro, com a prisão de Cachoeira, antes do término das averiguações sobre as relações do esquema do contraventor com o mundo empresarial.

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Foi detectado apenas uma "proximidade muito grande" entre Cachoeira e Cláudio Abreu, diretor regional da Delta Centro-Oeste. A sede da empresa em Goiânia era inclusive usada pelo bicheiro para encontros de negócios. Também não foram levadas adiantes as investigações sobre operações de "dólar a cabo" do grupo de Cachoeira no exterior - no Uruguai, no Reino Unido e em Curaçau.

"O próximo desafio do Ministério Público é identificar a questão patrimonial e as possíveis fraudes à licitação e o braço financeiro", afirmou Léa, que comandou as investigações no Ministério Público da Operação Monte Carlo. "Não conseguimos fazer qualquer tipo de investigação nesse viés empresarial", concordou Salgado. Ambos informaram que as apurações das duas operações ficaram centradas no esquema de jogo ilegal comandado por Cachoeira.

Diante da defesa dos procuradores para que as investigações avancem sobre o braço empresarial do grupo de Cachoeira, integrantes da CPI voltaram a defender a quebra do sigilo bancário e fiscal de empresas laranjas montadas pelo contraventor para receber recursos da Delta Construções. "A CPI apontou a existência de uma holding da corrupção capitaneada pela empreiteira Delta", observou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Levantamento do PSDB aponta que a empreiteira repassou R$ 413,5 milhões para 18 empresas fantasmas nos últimos dez anos. Apenas seis dessas empresas tiveram seu sigilo quebrado pela CPI. "Estou estudando para ver se é o caso de quebrar os outros sigilos", disse o relator Odair Cunha (PT-MG). Segundo ele, a CPI já detectou movimentações suspeitas da Delta Construções com mais de 200 empresas fantasmas.

No depoimento de cerca de quatro horas à CPI, a procuradora Léa Batista enfatizou que a organização criminosa comandada por Cachoeira tem características semelhantes à máfia italiana. Ela argumentou que um dos aspectos mais fortes é a lei do silêncio imposta a seus integrantes. A procuradora observou ainda que sofreu ameaças do grupo do contraventor, que mandou e-mails para ela e teria até tentado entrar em sua casa, um dia de madrugada. "A Operação Monte Carlo desvelou uma máfia, entranhada no Estado, com mecanismos de cooptação de agentes públicos. Um membro do grupo, quando se silencia na Justiça ou na CPI, objetiva escudar o grupo e seu líder. A sociedade ficou totalmente desprotegida com a cooptação do Estado armado", afirmou Léa. Daniel Salgado observou que, pela atual legislação, Cachoeira deverá ficar preso apenas 15 anos, mesmo que seja condenado à pena máxima de 30 anos de prisão.

O Ministério Público Federal em Paranaguá (PR) denunciou os 19 tripulantes do navio Seref Kuru, de Malta, por tortura, racismo e tentativa de homicídio. Os 17 turcos e dois georgianos foram acusados de abandonar o camaronês Wilfred Happy Ondobo em alto-mar.

O crime aconteceu em junho. Ondobo foi resgatado a 12 quilômetros do litoral paranaense pelo navio chileno Marine R. Segundo a Polícia Federal, os tripulantes estão em liberdade vigiada em hotéis da cidade e aguardam a decisão de um juiz federal sobre a denúncia. As situações mais complicadas são as do primeiro-imediato Orhan Satilmis e do comandante Coskun Çavdar. Satilmis foi apontado pelo camaronês como autor das agressões físicas e de recismo, enquanto Çavdar foi acusado de tentativa de homicídio e tortura.

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Escondido. Ondobo entrou na embarcação clandestinamente no Porto de Douala, em Camarões, e ficou escondido no navio por oito dias. Quando foi descoberto, disse em depoimento que levou chutes, tapas e foi xingado por ser negro. À noite, os tripulantes batiam na porta da pequena cabine onde ele foi recolhido para tentar impedi-lo de dormir. Depois de 11 dias, a tripulação lhe deu uma lanterna, 150 e US$ 30 e o obrigou a deixar o navio em mar aberto. O homem ficou à deriva em uma estrutura de madeira usada no transporte de carga por 11 horas.

Ao chegar a Paranaguá, a tripulação negou, em depoimento, conhecer Ondobo. Mas buscas feitas no navio a pedido do Ministério Público comprovaram que ele havia estado na embarcação. A descrição detalhada do navio feita por Ondobo, por exemplo, correspondia à realidade.

Foto. Policiais também encontram uma foto que ele contou ter escondido em um banheiro para confirmar sua presença. Se condenados, os 19 acusados podem receber penas que vão de 8 a 34 anos de prisão ou então ser enquadrados na Lei de Estrangeiro e ser expulsos do País.

Um acordo de liderança permitiu que a comissão mista que analisa a Medida Provisória 571/12, que complementa o novo Código Florestal, rejeitasse, em reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 304 destaques dos 343 que foram apresentados pelos parlamentares ao texto do relator, senador Luis Henrique (PMDB-SC). A reunião foi suspensa e será retomada às 14h para análises de votos dos 39 destaques que foram mantidos.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), disse à Agência Estado que foram mantidos apenas os destaques dos ambientalistas e da bancada rural, o que irá facilitar os entendimento em relação aos pontos mais polêmicos. Dos destaques que foram mantidos, 24 são de interesse dos ruralistas e outros 15, dos ambientalistas. Homero explicou que os parlamentares ainda não discutiram o mérito dos destaques, o que será realizado hoje à tarde.

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Apenas cinco dias após ter liberado novas vendas da TIM em 18 Estados e no Distrito Federal, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou que investiga a companhia por suspeita de descumprimento da meta de queda de chamadas de telefonia celular.

Relatório técnico da Anatel aponta que a empresa "continua derrubando de forma proposital" as chamadas de usuários do Plano Infinity, por meio do qual o consumidor fala de forma ilimitada com clientes que também possuem celulares da companhia pagando um valor fixo por chamada, independente da duração da ligação.

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O relatório afirma que a taxa de desligamento do plano Infinity é quatro vezes superior à dos planos não Infinity. Os desligamentos seriam 17,6 vezes superiores à meta estabelecida pela Anatel. Apenas no dia 8 de março deste ano, os desligamentos provocados pela empresa teriam demandado gastos adicionais de R$ 4,327 milhões para milhões de usuários por serviços não prestados em sua totalidade.

"Ratifica-se que a rede da prestadora trata de forma desigual os clientes dos planos 'não-Infinity' e planos 'Infinity', havendo maior taxa de desligamento deste em relação ao outro. Em consequência, os usuários do plano Infinity são obrigados a realizar novas ligações para completar as comunicações", diz o relatório.

As conclusões serviram de base para uma ação do Ministério Público do Paraná, que pediu à Justiça a suspensão das vendas da empresa até que as metas de qualidade sejam cumpridas.

Outro lado

O relatório foi desqualificado pela empresa. O diretor de Assuntos Regulatórios da TIM, Mario Girasole, disse que a análise tem "falhas técnicas e conclusões equivocadas" e negou de forma enfática que haja discriminação entre os usuários dos planos. "Se isso for provado, é crime. Se não for provado, significa que a qualidade de fiscalização não foi do nível que a Anatel normalmente costuma ter em suas atividades técnicas."

O presidente da Anatel, João Rezende, disse que o relatório de fiscalização é "preliminar" e não tem julgamento de mérito. Segundo ele, é preciso aguardar a conclusão do processo administrativo, que será julgado pelo conselho do órgão regulador.

Rezende ressaltou que a empresa terá direito de defesa e evitou adiantar novas punições. "Foi aberto um procedimento administrativo. Agora, há o contraditório da empresa. O processo é público. Não fazemos análise antecipada", afirmou.

A comissão mista da Câmara e do Senado que analisa a medida provisória que complementa o novo Código Florestal retoma nesta terça-feira (7) a votação da matéria. Em julho, antes de começar o recesso do Congresso, a comissão havia aprovado o texto base do relator Luiz Henrique (PMDB-SC). Ainda precisam ser votados 343 destaques, o que deve ocorrer entre hoje e amanhã. São eles que vão definir, de fato, como deve ficar a nova lei ambiental.

Em maio, a presidente Dilma Rousseff aprovou com alguns vetos a reforma que tramitava desde 2010. Ao mesmo tempo, editou uma medida provisória para resolver os buracos jurídicos deixados pelos vetos e estabeleceu, entre outras coisas, regras para a restauração das margens de rio desmatadas ilegalmente.

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Para tentar acalmar ruralistas, que alegavam que a restauração total inviabilizaria o pequeno produtor, o governo elaborou um modelinho de "escadinha", em que o tamanho da área a ser recuperada cresce conforme o tamanho da propriedade. As menores (até quatro módulos fiscais) foram as mais beneficiadas, mas os ruralistas se queixaram que as médias ficaram com muitas obrigações - recuperação de 20 metros de mata ciliar nas propriedades de 4 a 10 módulos fiscais.

Os ruralistas queriam a redução dessa faixa para 15 metros, mas o relator manteve a obrigação, concordando apenas que ela não poderá ocupar mais do que 25% da propriedade. Eles queriam impedir a votação, mas acabaram derrotados. A MP perde validade em 8 de outubro.

Neste novo round, o governo não pretende mais fazer concessões, diz a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "A gente equilibrou as coisas entre o social e o ambiental, diminuindo a obrigação dos pequenos. O que podia ser feito para as propriedades médias já está ali na proposta de recuperar 20 metros em rios de até 10 metros (em vez de 30, como estava no código anterior). Exatamente para que os pequenos possam fazer menos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

 

O Ministério Público Estadual (MPE) investiga a conduta de outros policiais que estiveram no local onde o publicitário Ricardo Prudente de Aquino foi morto por PMs, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, na semana passada.

O promotor Rogério Zagallo, que acompanhou a reconstituição do crime, ocorrida na noite de anteontem (26), disse que imagens de câmeras de monitoramento em poder da Polícia Civil mostram um policial recolhendo cápsulas de balas do chão após os tiros. Mas, segundo o promotor, não é possível saber se quem fez isso era um dos três acusados de matar o publicitário ou um quarto policial, que poderá ser acusado de fraude processual por tentativa de adulterar a cena do crime.

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Se a fraude processual foi cometida por um dos três policiais acusados pelo homicídio, esse será mais um crime a que eles terão de responder.

Liberdade

Os três policiais militares acusados da morte - Gustavo Garcia, Adriano da Silva e Robson Tadeu Paulino - deixaram a prisão ontem (27), após a Justiça Militar conceder a liberdade. Eles deixaram o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte, por volta das 20h.

A liberdade foi concedida após pedido do advogado Aryldo de Oliveira de Paula, que defende os três policiais. Ele argumentou que o Tribunal de Justiça Militar não tem competência legal para manter militares presos por praticar homicídio - é uma atribuição exclusiva do Tribunal de Justiça (civil).

Como o desembargador William Campos, do Tribunal de Justiça, já havia concedido anteontem (26) a liberdade para os três acusados, não havia razões legais para manter os três presos. "Com base nesta decisão declinatória de competência, prevalece a decisão da Justiça comum que decidiu o pedido de habeas corpus", informou o Tribunal de Justiça Militar. "Era uma prisão totalmente irregular", disse o advogado. "A liberdade zela pelo cumprimento do Código Processual Penal", argumentou.

Perícia

O promotor Rogério Zagallo não deu declarações sobre a libertação dos três. Ele também não informou se declarações dadas pelo perito Lucivaldo Napoli à TV Globo (de que realmente era possível ver um objeto preto na mão do motorista do carro do publicitário) alteram o processo. O perito deu entrevista anteontem (26), logo depois de a perícia ser concluída.

Como os policiais foram soltos ontem (27), a denúncia contra eles pode demorar até 30 dias para ser apresentada à Justiça pelo Ministério Público. Se eles não tivessem sido libertados, o prazo venceria no começo da próxima semana.

A Promotoria responsável pelo caso devolveu o inquérito do homicídio para a Polícia Civil, que agora deve esperar o resultado dos laudos periciais - incluindo o laudo necroscópico sobre a autoria dos dois disparos que acertaram Aquino na cabeça -, antes de relatar o caso ao MPE.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo. 

Após 13 anos, o ex-senador Demóstenes Torres voltou nesta sexta-feira (20) para o seu antigo emprego - o de procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás. Demóstenes foi cassado por quebra de decoro parlamentar, após descoberta sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, acusado de comandar a exploração de jogos ilegais em Goiás.

Ao chegar na sala 306, às 10h33, o ex-senador se negou a dar entrevistas. Após 10 minutos, pediu cafezinho e foi servido, por uma copeira do MP. Despachou com um assessor e recebeu a vista de dois amigos - um deles, promotor público. Um processo disciplinar, instaurado pela Corregedoria-Geral do MP, apura eventual falta disciplinar do titular da 27ª Procuradoria de Justiça.

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O promotor de Justiça Adriano Neves anunciou nesta terça-feira (17) que vai ajuizar um novo pedido para suspender o contrato de coleta de lixo, de R$ 71,9 milhões, entre a Prefeitura de Palmas e a Delta Construções, suspeita de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O promotor ouviu ontem o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), na investigação que apura o depósito de R$ 120 mil, a pedido do tesoureiro da empresa, na conta de uma ex-servidora do gabinete da primeira-dama e deputada estadual Solange Duailibe (PT). "Mas ele não trouxe nada de novo, apenas repetiu o que tinha dito na CPMI", afirmou Neves.

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O Ministério Público do Tocantins requisitou ao MP de Brasília que realize oitivas com diretores da Miranda e Silva Construções e Terraplanagem Ltda. A empresa é apontada pelo cunhado do prefeito, o ex-secretário de governo Pedro Duailibe, como compradora de uma retroescavadeira, numa transação que comprovaria o depósito.

Neves também requisitou à Assembleia Legislativa a documentação funcional de Rosilda Rodrigues dos Santos, esposa de um vaqueiro, que abriu a conta em Araguaçu, no interior do Tocantins, e a cedeu para que Duailibe a movimentasse. Todos já foram ouvidos pela Promotoria.

O promotor afirma que nesta nova tentativa de suspender o contrato - o terceiro desde março de 2010, quando ajuizou ação civil - anexou a documentação que veio à tona com a investigação da Polícia Federal e a Operação Monte Carlo, que guardaria relação com a contratação questionada pelo MP. "O vídeo do Cachoeira e o caso da Rosilda só reforçam o que já havia dito na ação civil, que a administração atuou para favorecer a empresa", afirmou o promotor.

‘Manipulação’ - Na ação civil, Neves acusa agentes públicos de "conduta ilícita", como produzir falsos atestados de capacidade para beneficiar a Delta vencedora da licitação. O promotor sustenta que houve manipulação dos dados "de forma dolosa para possibilitar a efetiva continuidade da empresa (Delta) favorecida no certame, havendo um direcionamento do objeto da licitação".

A ação foi apresentada em março de 2010. Em abril deste ano, Neves ajuizou pedido de reconsideração e a suspensão do contrato, mas ele não foi julgado.

Prefeitura - Por meio de assessoria de imprensa, o prefeito de Palmas disse que não comentaria seu depoimento e ressaltou que caberia ao MP disponibilizar o inteiro teor. Quanto ao pedido de suspensão do contrato, a assessoria afirmou que a administração não tem conhecimento do pedido e só irá se manifestar após ele ser oficialmente protocolado e o prefeito, notificado. Os dirigentes da Delta no Tocantins não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) a segunda Medida Provisória do Plano Brasil Maior. As duas propostas do pacote de incentivo à indústria seguem agora para a avaliação do Senado. Se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) for aprovada ainda hoje, os senadores terão até o dia 15 de agosto para analisar as MPs. Mas se isso não ocorrer, a votação terá que ser realizada até 1º de agosto.

A segunda MP repassa recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O texto final aumenta, ainda, o capital dos bancos do Nordeste (BNB) e da Amazônia, em R$ 4 bilhões e R$ 1 bilhão, respectivamente.

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Outro benefício incluído no Congresso foi a possibilidade de os bancos oferecerem empréstimo a juros subvencionados pela União para frigoríficos, empresas de moagem e torrefação de café e aos produtores de castanha de caju e cera vegetal.

Em plenário, foi aprovado apenas um destaque, restringindo o foco de uma agência criada na MP para atuar na gestão de fundos e garantias. Pelo texto aprovado, a agência vai poder atuar apenas na área de fundos garantidores.

Na sequência, está prevista a realização de uma sessão do Congresso Nacional para analisar projetos de crédito extraordinário. O principal é o que abre mais de R$ 1 bilhão em crédito por meio do Programa de Financiamento à Exportação (Proex).

A Corregedoria do Ministério Público de Goiás vai instaurar procedimento disciplinar para investigar "eventual falta funcional" do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO), cassado nessa quarta-feira, 11, em razão de seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Demóstenes se licenciou do MP goiano em 2001 quando ocupava cargo de procurador-geral de Justiça.

Em nota divulgada na tarde de quarta, a Corregedoria-Geral do ministério informou que aguarda a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar "para apuração de eventual falta funcional". Nenhum procedimento foi instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta, 12, do Diário do Senado.

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Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

A licença de Demóstenes perde o efeito tão logo a decisão do Senado seja publicada. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes voltará a atuar na 27ª Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes. Com informações da Agência Brasil.

Parlamentares do PT estão receosos com o fato de a Medida Provisória 571/02, que alterou o novo Código Florestal (Lei 12.561/2012), perca a eficácia por causa da disputa política que está sendo travada com a bancada ruralista. Nesta quinta-feira, 12, após seis horas de embates, a comissão mista da MP aprovou o texto base da medida, proposto pelo relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

Mas a votação de 343 destaques ficou para agosto, após o recesso parlamentar. O medo dos aliados é que não haja tempo suficiente para a MP ser aprovada pela comissão e, em seguida, pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado. A medida, editada por Dilma Rousseff no final de maio, perde a validade no dia 8 de outubro e há, no meio do caminho, eleições municipais que acabam por mobilizar os esforços políticos dos congressistas.

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"Estou muito preocupado, porque a maioria dos 300 destaques é contra o meio ambiente", afirmou o senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da comissão mista que discute a MP. Embora considere que o governo Dilma tenha cumprido um "papel importante" ao construir um ambiente para permitir a votação de quinta, Viana disse que a verdadeira batalha ocorrerá no plenário da Câmara, Casa onde há maiores resistências às mudanças na legislação introduzidas pela MP.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), concorda. "O maior risco da medida provisória vai ser em plenário, do que na comissão. No plenário da Câmara", destacou. Segundo Pinheiro, por mais que os ruralistas venham a ser derrotados na Câmara, vão trabalhar para dificultar a votação. "Eles vão querer reafirmar a posição deles", afirmou.

Pelo texto de Luiz Henrique aprovado nesta quinta, a comissão manteve a exigência de recuperação de 20 metros de mata ciliar nas médias propriedades, de quatro a 10 módulos fiscais. Os ruralistas queriam a redução dessa faixa para 15 metros, mas o relator concordou apenas que ela não poderá ocupar mais do que 25% da propriedade.

No caso da Amazônia, o relator alterou parte do parecer que trata do limite para a soma da reserva legal e das Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Para viabilizá-las economicamente uma propriedade rural, o imóvel rural localizado em área de floresta da Amazônia Legal deverá ter até 80% de área conservada, somando reserva legal e APP. Nas demais situações, esse limite será de 50%, o que valerá inclusive para localidades da Amazônia Legal onde o bioma não seja Amazônia.

A Comissão Mista do Congresso que analisa a Medida Provisória (MP) 571/2012, que alterou o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), acabou de aprovar o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) sobre o assunto. Foram 16 votos favoráveis e 4 obstruções.

Foram cerca de seis horas de debates, em uma reunião marcada por manifestações de parlamentares da bancada ruralista, que defendiam maior flexibilidade nas regras. Ao longo da reunião da comissão, foram apresentados 343 pedidos de destaque. Esses pontos seguem para votação em separado, provavelmente em agosto, quando haverá nova reunião da comissão, após o recesso parlamentar.

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O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que as empresas de telecomunicações terão de investir em regiões com demandas menores e consideradas menos lucrativas para as empresas. A norma estará no decreto que regulamentará a desoneração de PIS/Pasep e Cofins para a construção das redes de telecomunicações, constante na medida provisória 563 - segunda etapa do Plano Brasil Maior.

A MP foi aprovada em comissão mista especial e espera votação pelo plenário da Câmara. "Vamos exigir investimentos em regiões menos lucrativas", afirmou Bernardo. O ministro foi à Câmara na manhã desta quarta-feira receber a medalha do mérito legislativo.

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O Conselho Nacional do Ministério Público aprovou ontem uma recomendação para que o Ministério Público brasileiro "atue de forma célere, rigorosa e preferencial" na investigação de crimes praticados contra jornalistas. A iniciativa é uma reação aos crescentes casos de violência contra esses profissionais e à lentidão da Justiça.

"É louvável tal preocupação", afirmou o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira. "Quando se atenta contra um jornalista se atenta contra o direito da sociedade de informação." Mas a ANJ entende, prosseguiu, que esses crimes "devem ser vistos num sistema mais amplo, o da impunidade dos criminosos em todo o País".

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Maurício Azedo, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), definiu como "da maior oportunidade, além de extremamente necessária", essa participação do MP. E Carlos Lauria, do Comitê de Proteção aos Jornalistas, em Nova York, considerou a medida do CNMP "sumamente acertada". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente do Senado, José Sarney, prorrogou por 60 dias a vigência da Medida Provisória 567, que trata das novas regras de remuneração das cadernetas de poupança. O ato foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU). A medida faz parte do regimento, quando a MP não é aprovada dentro do prazo inicial de 60 dias. A admissibilidade da MP já foi aprovada por uma comissão mista no Congresso.

As redes de supermercados apresentaram nesta sexta-feira as propostas que serão entregues ao Ministério Público Estadual e ao Procon-SP como alternativa ao fim da distribuição gratuita de sacolas plásticas. Dentre as medidas está a compensação do valor pago por sacolas feitas com materiais considerados menos agressivos ao meio ambiente, como papel, materiais reciclados e biocompostáveis. O reembolso ocorreria na próxima compra do consumidor na mesma rede, a partir da devolução da sacola acompanhada de um tíquete de caixa.

De acordo com o presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), João Galassi, o principal efeito dessa medida será garantir que as sacolas utilizadas pelo consumidor não sejam eliminadas de forma inapropriada no ambiente.

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Apesar da possibilidade de o material ser devolvido pelo cliente a cada compra, Galassi acredita que a iniciativa poderá se restringir a consumidores que esqueçam as sacolas reutilizáveis na ida aos mercados, e não que se torne uma prática comum. Por isso, para que a proposta atinja o objetivo esperado, os supermercados investirão em um trabalho de conscientização. "O programa educacional é o pilar de todos eles", afirmou Galassi em entrevista à imprensa na tarde desta sexta-feira.

Além dessa proposta, a Apas deverá apresentar ao Ministério Público e ao Procon uma série de medidas na próxima segunda-feira. Entre elas, estão campanhas de treinamento de funcionários, realização de workshops e seminários sobre varejo sustentável e a criação de um fundo socioambiental que viabilizaria iniciativas de educação socioambiental e o atendimento de populações atingidas pelos efeitos das mudanças climáticas.

As medidas anunciadas, segundo Galassi, estavam em estudo há 15 dias. No início desta semana, contudo, um parecer do MP-SP voltou a pôr o fim na distribuição de sacolas plásticas no centro e discussões. Tebet, do MP-SP recomendou que a APAS, juntamente com os supermercadistas, desenvolvessem alternativas à proposta original de suspensão da distribuição gratuita de sacolas plásticas. A entidade pretende iniciar, dentro de 12 dias, uma campanha focada principalmente na conscientização dos consumidores sobre o tema.

O Ministério Público vai tentar impedir judicialmente que a operação instalada em janeiro na cracolândia se expanda nos mesmos moldes para outras regiões da cidade de São Paulo. A afirmação foi feita um dia depois de a secretária estadual da Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa Arruda, revelar ao Estado que os próximos endereços da ação ficam na Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, e no Glicério, na região central.

"Se isso for levado adiante, tomaremos medidas judiciais para coibir esse absurdo", disse o promotor Maurício Ribeiro Lopes. Ele também questionou o número de internações apresentado pela secretária, de 700 pessoas desde o começo da ação. "Quero ver provar 700 internações que tenham durado o tempo suficiente para tratar alguém." Lopes é um dos responsáveis pela ação que cobra do governo indenização de R$ 40 milhões por danos morais coletivos.

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A expansão da operação também já preocupa a Defensoria Pública Estadual. "A operação na cracolândia mostrou que não é com o emprego de força policial que se resolve a situação da droga", afirmou o defensor Carlos Weis. "Na verdade, a atuação policial só faz espalhar pela cidade os consumidores."

Weis defendeu medidas de redução de danos, como as que foram adotadas em vários países europeus. Uma dessas alternativas são as "narcossalas", nas quais os dependentes usam drogas, mas recebem assistência de profissionais da área da saúde.

Para o prefeito Gilberto Kassab (PSD), a nova ação é uma continuidade de outras políticas. "É natural que você aperfeiçoe ações que já existem, como no caso dessas duas regiões. É uma ação permanente que acontece em especial nas regiões mais vulneráveis da cidade de São Paulo", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O Supremo Tribunal Federal poderá julgar nesta quinta-feira habeas corpus do empresário Sérgio Gomes, o Sombra, suposto mandante da execução do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002. O julgamento é cercado de grande expectativa no Ministério Público em todo o País.

A tese da defesa, se acolhida, vai aniquilar as promotorias e refletir em centenas de ações contra a corrupção. O advogado Roberto Podval alega que o MP não tem poderes para investigações criminais. Ele pediu adiamento, alegando que a composição da corte foi muito alterada desde que ingressou com o habeas. "Com serenidade aguardamos que o STF reafirme o poder investigatório do Ministério Público", disse o procurador geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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O acordo que acabou com a distribuição de sacolinhas plásticas em estabelecimentos comerciais, como os supermercados, em São Paulo, foi suspenso nesta terça-feira, segundo confirmou o Ministério Público do Estado.

O Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo decidiu por unanimidade que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que limitava o direito do consumidor em receber gratuitamente as sacolas plásticas, não é válido e com isso os estabelecimentos devem voltar a distribuir as sacolinhas em cumprimento ao Código de Defesa do Consumidor, segundo o MP.

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Segundo o Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), os estabelecimentos comerciais que deixarem de distribuir as sacolas gratuitamente correm o risco de serem acionados pelos órgãos de defesa do consumidor, mediante denúncia.

Para a Plastivida, "o Conselho Superior do MP entendeu que existe um descompasso muito grande e que o ônus da não distribuição das sacolas plásticas está recaindo apenas sobre os consumidores. Na visão do órgão, essa situação precisa ser revertida o quanto antes", afirmou Jorge Kaimoti Pinto, advogado da entidade.

A petição contra a homologação do TAC foi uma ação movida pela Plastivida, pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idecon) e pelo SOS Consumidor, segundo a Plastivida. De acordo com o MP, uma nota sobre a decisão do Conselho deve ser divulgada na tarde desta quarta-feira.

Após finalizar inquérito sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, o Ministério Público entrou ontem, terça-feira, com ação civil pedindo à Justiça que o governo do Estado pague indenização de R$ 40 milhões por danos morais coletivos. Também foi pedida uma liminar que proíba que os policiais realizem as "procissões do crack", termo criado pelo Estado para definir a dispersão permanente dos usuários, sob pena de multa R$ 100 mil.

Para os promotores, a ação foi "um fracasso completo", violou direitos humanos e desperdiçou dinheiro público. "Começou de modo desastrado pela sua desarticulação, desenvolveu-se de modo violento e, se chegou ao final, chegou com resultado desastroso", definiu o promotor da Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes. Segundo os quatro promotores que assinam a ação, a operação não quebrou a logística do tráfico de drogas, um dos objetivos da intervenção que começou em 3 de janeiro.

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Foram apresentados dados de autuações que mostram que houve menos apreensões de drogas em janeiro e fevereiro. Em 2011, foram apreendidas 5.123 pedras de crack, contra 3.037 no mesmo período de 2012, queda de 40,9%. Também houve redução das apreensões de cocaína (90,9%) e maconha (91,7%). "A operação ampliou a atuação dos traficantes para outros logradouros da capital, à medida que para lá dispersou os usuários", disse o promotor de Direitos Humanos, Eduardo Valério.

O inquérito também concluiu que a ação na região central foi malsucedida do ponto de vista de saúde. Três meses após a operação, de 129 internados, 86 não faziam mais tratamento. Entre os 43 que sobraram, a maioria não era da cracolândia. Segundo o MP, a Prefeitura estabelece que o tratamento ideal contra o crack dura seis meses e tem eficácia entre 10% e 30% dos usuários.

Além disso, documento da Secretaria Municipal de Saúde mostra que as instituições não comportam a demanda. De 255 internações solicitadas pelo Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Boracea, que fica perto da cracolândia, só 148 pacientes foram atendidos. O Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) solicitou 74 internações, mas fez só 65. Promotores afirmaram que ação quebrou vínculos dos agentes de saúde com os viciados.

Responsabilidade

Apesar das críticas à Prefeitura, o Município não é alvo da ação. Promotores constataram que a Prefeitura foi pega de surpresa pelo episódio. Outro inquérito foi aberto para apurar se os agentes públicos cometeram irregularidades. Os promotores encaminharam a apuração para o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, que vai apurar se uma ação contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cabível.

Caso o Estado seja condenado, a indenização deve ser depositada em um fundo público e pode ser usado em ações contra as drogas. Se a liminar for concedida, policiais não poderão dispersar os usuários. Caso sejam flagrados usando drogas, devem ser levados à delegacia.

Falando em nome do Estado, a Secretaria de Estado da Justiça afirma que a operação "vem atingindo seus objetivos". Em nota, diz que houve internação voluntária de 660 dependentes e encaminhamento de 11 mil para abrigos. "A presença da PM resultou na captura de 121 condenados foragidos, bem como na prisão de 462 traficantes", afirma a nota. Por não ser alvo da ação, a Prefeitura não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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