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A principal missão do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, recém eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), será a de colocar a OMC em movimento, cumprindo seu papel de árbitro em conflitos comerciais internacionais, defende o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto. Para ele, a organização está parada há algum tempo e não tem resolvido as pendências entre países como deveria.

"A principal tarefa de Azevêdo será a de colocar a OMC em movimento, já que ela está parada há muito tempo. No cargo de diretor-geral, ele deve procurar resolver as pendências existentes e por vir, além de agregar e impedir que haja uma cisão entre grupos de países", disse.

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Segatto avalia que a eleição de Azevêdo fará propaganda positiva para o Brasil no cenário internacional, mas não terá implicação direta em nenhum aspecto do comércio externo brasileiro. "Em termos de Brasil, a única coisa que vai aparecer com ele nesse posto é o nome do Brasil no cenário internacional, uma propaganda para o País. Nada mais que isso, não vai aumentar as exportações ou nos dar vantagem. Temos um brasileiro em um cargo importante, apenas isso", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff comunicou na tarde desta terça-feira, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que o governo brasileiro recebe com "satisfação" a escolha do embaixador Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo Dilma, caberá à OMC "dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social".

Roberto Azevêdo foi escolhido pelo comitê de seleção da Organização Mundial do Comércio para ser o próximo diretor-geral da entidade, e o Brasil, pela primeira vez, irá liderar uma das entidades herdadas do sistema de Bretton Woods, um velho sonho da diplomacia nacional. Por volta das 15 horas (horário de Brasília), a presidente ligou para Azevêdo para parabenizá-lo pelo resultado.

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O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou nesta terça-feira que o Itamaraty trabalhou, intensamente, pela candidatura do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Essa é uma vitória do Brasil e também uma vitória pessoal de Azevêdo", afirmou.

Patriota disse que um dos aspectos mais relevantes da candidatura dele é o fato de que recebeu apoio de países de todas as partes do mundo. "A vitória é inequívoca em termos numéricos", disse, sem revelar, no entanto, o placar da disputa. Segundo o ministro, mesmo os países que votaram no candidato mexicano, Herminio Blanco, já deixaram claro que não se opunham à formação de um consenso.

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O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A decisão foi anunciada na tarde desta terça-feira, 7, (hora de Brasília) em Genebra e confirmada pelo Itamaraty. O detalhamento dos votos ainda não saiu, mas pela manhã o governo brasileiro calculava 93 votos favoráveis a Azevêdo, ou seja, 13 a mais que os 80 necessários para se alcançar a maioria e assim obter a vitória.O candidato mexicano Hermínio Blanco informou que não vai contestar o resultado. A posse de Azevêdo no cargo está programada para ocorrer em setembro em Genebra. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, vai comentar o resultado da eleição em entrevista coletiva às 15h30, em Brasília.

O governo brasileiro contabiliza, nesse momento, 93 votos a favor do embaixador Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse número daria uma vitória folgada ao Brasil, já que são necessários 80 votos para obter maioria na organização.

De acordo com um diplomata brasileiro, a expectativa é de uma votação ainda maior, mas não é possível garantir até que a troika - Canadá, Suécia e Paquistão - se reúna para fazer o anúncio oficial do vencedor. A cerimônia está marcada para as 13h30, pelo horário de Brasília. Está previsto que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, fale depois do resultado confirmado, seja vitória ou derrota.

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No domingo, 05, o Itamaraty contabilizava 106 votos. No entanto, a decisão na segunda-feira, 06, da União Europeia de votar em conjunto no mexicano Herminio Blanco complicou a situação de Azevêdo. Ao longo desse dia em Genebra, no entanto, o Brasil teria confirmado votos que ainda estavam em suspenso.

Também na manhã desta terça-feira, 07, europeus e americanos, que votaram no mexicano, declararam que não terão problemas com uma possível vitória de Azevêdo, diminuindo o temor do Itamaraty de que alguma medida pudesse ser tomada para evitar a posse de Azevedo, caso a votação fosse muito apertada.

O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, reafirmou, nesta segunda-feira, 06, a confiança de que o Brasil terá mais do que os 80 votos necessários para eleger Roberto Azevêdo o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Conforme antecipou também nesta segunda-feira, 06, o jornal O Estado de S.Paulo, o governo brasileiro disse ter conseguido votos suficientes para vencer a disputa. Hoje já são 106 apoios a Azevêdo, incluindo 13 votos dos europeus, mas a União Europeia - dividida - ainda não definiu se votará em bloco em um candidato ou individualmente.

Roberto Azevêdo disputa a direção-geral, nessa última etapa, com o mexicano Hermínio Blanco. A decisão deverá ser fechada nesta terça-feira, 07. Hoje pela manhã, 79 países ainda precisavam informar seus votos. No total, são 159 votantes. O Brasil tem o apoio confirmado da maior parte da América Latina - as exceções são Colômbia, Paraguai e o próprio México -, da Comunidade dos Países Caribenhos (Caricom), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e 46 dos 50 votos da África.

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O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, preferiu não comentar nesse momento os possíveis resultados da eleição, apesar de mostrar confiança. "Não é o momento de entrarmos em muita especulação, porque é um momento muito sensível o final desse processo que tem suas peculiaridades, porque não é uma eleição aberta. Aguardamos com confiança, o candidato brasileiro tem todas as qualidades para exercer o cargo", afirmou.

Neste momento, os países europeus se reúnem para decidir se votam em bloco em um dos candidatos ou se cada um vota como quiser. Essa decisão pode selar o resultado da eleição, já que os europeus reúnem 28 votos, os 27 membros efetivos e a Croácia.

O governo brasileiro respondeu nesta terça-feira aos questionamentos dos Estados Unidos, Japão e União Europeia sobre a política tributária do País no Comitê de Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio (TRIMS, na sigla em inglês), da Organização Mundial do Comércio (OMC), e negou que qualquer uma das medidas tomadas recentemente tenham cunho protecionista. Durante o debate, os diplomatas brasileiros ressaltaram que as medidas simplificam a questão tributária, incentivam o desenvolvimento de tecnologia e inovação e são aplicadas de forma não discriminatória, seguindo as normas internacionais.

Europeus, americanos e japoneses questionaram o Brasil no Comitê sobre medidas tomadas em quatro ações recentes do governo da presidente Dilma Rousseff. Foram alvo de indagações o regime especial de incentivo ao desenvolvimento da indústria de fertilizantes, que desonera a aquisição de insumos, nacionais ou importados e o regime especial de tributação do programa nacional de banda larga, que também prevê desoneração para quem tiver um porcentual mínimo de produção nacional.

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Outras reclamações tiveram como alvos o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica para automóveis, que exige um número crescente de etapas de fabricação no Brasil e investimento em pesquisa, desenvolvimento, engenharia e tecnologia e o programa de apoio ao desenvolvimento da indústria de semicondutores, que diminui impostos de importação para equipamentos da área.

Discriminação

Em todas essas áreas, a intenção brasileira de dar prioridade a quem investisse na produção nacional levantou suspeitas no exterior. A questão era se essa decisão faria com que se dificultasse a importação de produtos. Além disso, UE, Estados Unidos e Japão queriam uma resposta se o Brasil usava regras tributárias nacionais para discriminar os importados.

De acordo com o Itamaraty, todos os atos tomados pelo governo brasileiro estão dentro dos critérios da Organização Mundial do Comércio e apenas "foram concebidos com o objetivo de fomentar a produção tecnológica e a inovação, facilitar investimentos e formar mão-de-obra qualificada, a fim de promover o desenvolvimento sustentável da economia brasileira", como diz o texto preparado pelo Ministério das Relações Exteriores. Alegam, ainda, que as decisões sobre tributos simplificam o sistema "a fim de reduzir o peso dos impostos sobre os investimentos ao longo da cadeia produtiva".

Ação

Questionamentos feitos no TRIMS não costumam derivar, necessariamente, em medidas mais sérias, como a abertura de um painel. Uma medida mais concreta só vai adiante com a comprovação de que um governo descumpriu regras e outro país foi diretamente atingido. Recentemente, o Brasil foi questionado diversas vezes no comitê, inclusive sobre a decisão de aumentar em 30 pontos porcentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, tomada em 2011, mas nenhuma ação foi criada.

Os constantes pedidos de informações, no entanto, alimentam a pecha de protecionista que tem sido imputada ao Brasil. O Itamaraty rebate com a alegação de tudo o que foi feito está dentro das regras internacionais e, até hoje, não foi aberto um painel contra o País. Nesta terça, perguntado sobre as alegações dos países desenvolvidos, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não quis responder. "A OMC é uma organização democrática. Todos os países devem apresentar suas posições", disse.

Pela primeira vez, um candidato brasileiro vai à final na disputa pelo cargo de diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na tarde desta quinta-feira, 25, a entidade anunciou o resultado da segunda rodada de votações e que colocou na final o embaixador brasileiro Roberto Azevêdo e o mexicano Hermínio Blanco. Os dois foram os que mais receberam votos.

A disputa, agora, não será apenas entre dois nomes. Mas uma escolha entre duas visões de comércio exterior e, acima de tudo, uma disputa pela hegemonia comercial na América Latina.

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O processo começou no início do ano com nove candidatos. Até a decisão desta quinta-feira, cinco ainda estavam no páreo. Mas um neozelandês, um sul-coreano e uma indonésia acabaram sendo eliminados por terem o menor número de votos.

Seja qual for o resultado da eleição, pela primeira vez, uma das três organizações que formam o pilar da gestão da economia mundial - Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e OMC - será dirigida por um latino-americano. Mas Azevêdo e Blanco representam visões diferentes tanto da região quanto do papel do comércio no desenvolvimento.

O processo final da escolha começa na semana que vem e o eleito tomará posse em setembro, substituindo à Pascal Lamy.

Azevêdo teria o apoio de diversos países africanos e dos Brics (bloco que além de Brasil reúne Rússia, Índia, China e África do Sul). Herminio Blanco é o favorito dos Estados Unidos e deve ter um amplo apoio dos países desenvolvidos.

O cônsul geral dos Estados Unidos em São Paulo, Dennis Hankins, afirmou na tarde desta segunda-feira (22), ao ser questionado sobre a "morte" da Organização Mundial do Comércio (OMC) como organismo capaz de realizar acordos de comércio internacional, que é difícil chegar a um consenso no organismo. "A OMC ainda não morreu. Sempre que falamos de um instituto multilateral é difícil achar um consenso. Se não temos essa oportunidade de acordos mais globais, temos que procurar acordos bilaterais", comentou, em debate da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A embaixadora da União Europeia no Brasil, Ana Paula Zacarias, reforçou: "Continuamos a apoiar as negociações que estão em curso na OMC. Mas não podemos ficar parados e esperar que as coisas aconteçam, temos que continuar por esse caminho multilateral e bilateral", afirmou.

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Hankins aproveitou o evento para afirmar que a maioria dos acordos dos Estados Unidos na América Latina é bilateral, o que não acontece no caso do Brasil. "É claro que o intercâmbio comercial entre os dois continua a crescer, mas também é fato que só 12% das nossas economias são ligadas ao comércio externo", disse o cônsul.

Ele ressaltou que, atualmente, o Brasil tem tecnologia, inovação, o que faz com que os interesses econômicos fiquem cada vez mais coordenados com os dos Estados Unidos. "Claro que ainda temos pontos de diferença, no setor agrícola, particularmente, é sempre difícil", completou. "Tarifas são importantes, mas há muitas diferenças que são barreiras não tributárias", finalizou o cônsul.

A seleção para a sucessão de Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), ganhou novos contornos com os candidatos eliminados na primeira fase da corrida se recusando a abandonar a disputa, sob a alegação de que houve "irregularidades" no processo.

A entidade anunciou nesta sexta-feira como 4 dos 9 candidatos ao posto teriam sido eliminados, por terem recebido o menor número de votos numa primeira fase da corrida. Dois africanos, um jordaniano e uma representante da Costa Rica estão fora. Roberto Azevedo, candidato do Brasil, passou para a fase final.

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Mas nem todos estão de acordo. Os governos do Quênia e de Gana anunciaram que não aceitarão os resultados. Os quenianos foram os mais enfáticos e insistiram que, apesar de oficialmente eliminada, sua candidata, Amina Mohamed, não se retiraria do processo.

"O processo foi irregular e procedimentos foram violados", acusou Anthony Andanje, embaixador do Quênia na OMC. Uma reunião de emergência foi convocada entre a cúpula da entidade e o Quênia para decidir o que fazer, ainda que a entidade já tenha alertado que vai seguir para a segunda fase de votações a partir do dia 16. O responsável por conduzir o processo é o paquistanês Shahid Bashir.

A acusação de Quênia e Gana é de que alguns países, no lugar de votarem em quatro nomes, escolheram cinco. Isso teria modificado o número final da votação e prejudicado os africanos.

Em tese, a ação do Quênia poderia bloquear o processo. Mas a realidade é que a queixa será ignorada. "Os resultados foram claros e sem ambiguidade", declarou Bashir. Segundo ele, os cinco nomeados para a fase final foram os mais votados e tiveram apoio de todas as regiões.

Apesar da insistência de que o processo segue adiante, a polêmica é um sinal negativo na avaliação de diplomatas. Isso porque, nas etapas mais decisivas, a disputa será mais acirrada e as polêmicas podem voltar a dominar o debate.

Recorrente

Em 1999, a OMC viveu momentos críticos parecidos. Um candidato canadense se recusou a abandonar a corrida quando foi anunciado que ele havia sido eliminado. No final, não houve acordo entre o nome defendido pelos países emergentes - o tailandês Supachai Panitchpakdi - e o nome defendido pelos países ricos, o neozelandês Mike Moore. O resultado, depois de meses de debates, foi a divisão do mandato em dois, com três anos para um e três para outro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O brasileiro Roberto Azevêdo é um dos cinco classificados para a final na eleição para o cargo de diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). O processo, que começou com nove candidatos, viu nesta quinta-feira a eliminação de quatro deles por terem o menor número de votos na primeira fase da eleição.

O brasileiro enfrentará agora candidatos do México, Indonésia, Coreia do Sul e Nova Zelândia. Na primeira fase, foram eliminados nomes de Gana, Quênia, Jordânia e Costa Rica. O processo de escolha terminará em maio e o nome escolhido pelos mais de 150 países assumirá a entidade em setembro deste ano.

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Com sede em Genebra, a OMC é o epicentro das negociações comerciais internacionais. O Brasil já havia concorrido em 2005 para o cargo, mas foi derrotado com o menor número de votos. É a primeira vez que o Brasil passa da primeira fase nas eleições.

Azevêdo percorreu o mundo nos últimos três meses em busca de votos e, agora, travará uma disputa acirrada com o candidato mexicano pelos votos da América Latina. Nos últimos meses, o brasileiro também tem tomado a posição de se distanciar da imagem comercial do País, marcado por medidas protecionistas.

O governo, por sua vez, tem insistido, ao lado dos demais países dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que um número maior de organizações internacionais precisam ficar nas mãos de países emergentes que, hoje, representam 50% do comércio mundial.

A próxima rodada de votações definirá os dois finalistas que, até o dia 31 de maio, passarão por uma última eleição.

As exportações e importações brasileiras desabam, tem um desempenho em 2012 bem abaixo da média mundial e o País reduz sua participação no comércio mundial. Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organização Mundial do Comércio revelam que, por conta da crise europeia, as vendas brasileiras ao mundo sofreram uma contração de 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo.

O protecionismo brasileiro e a desaceleração do crescimento também tiveram sua repercussão: as importações ao País despencaram a níveis bem mais profundos que dos demais emergentes e o País caiu no ranking dos maiores importadores.

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No geral, a OMC apresentou uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal claro da dificuldade da economia mundial em sair de sua crise. A contração do PIB na Europa, a maior importadora do mundo, afetou a todos e continuará a impactar os exportadores nos próximos dois anos.

Com US$ 257 bilhões em vendas, o Brasil se manteve na 22ª posição entre os maiores exportadores mundial, com meros 1,3% do comércio mundial em 2012. Mas, em 2011, o Brasil representava 1,4% das exportações do mundo.

No ano, o Brasil caiu em 5% em vendas, contra uma média mundial se mantendo estabilizada. O resultado de 2012 contrasta com a expansão dos últimos anos. A média entre 2005 e 2012 foi de um crescimento de 11% em valores nas vendas nacionais, bem acima da média mundial de apenas 8%. Em 2010, as vendas subiram em 32%, contra 27% de expansão em 2011. Agora, registrou uma contração.

Em volumes, as vendas nacionais tiveram um crescimento de 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu em 2%, o Brasil sofreu uma contração de 1,3%, numa prova que a balança comercial nacional dependia dos preços das commodities e que acabaram caindo.

Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado no Brasil tem uma relação direta com a crise na Europa e seu impacto na China. "O motor da contração tem sido a Europa, afetando não apenas aqueles países que vendem para o mercado europeu, mas também aqueles que vendem matérias-primas para a China que, por sua vez, exportam produtos acabados para a Europa", disse. O Brasil seria um desses casos.

Protecionismo

O Brasil também teve um resultado nas importações abaixo da média mundial. Se o resultado global foi uma estagnação, as importações do Brasil registraram uma contração de 2% em valores. Em volume, a contração no Brasil foi de 2,1%. Em média, os países emergentes tiveram uma expansão em importações de 4,6%. Questionado se o protecionismo brasileiro contribuiu para esse resultado, Nee apenas disse: "certamente essas medidas não ajudaram a aumentar o comércio". O resultado acabou fazendo o Brasil perder uma posição no ranking dos maiores importadores, caindo da 21ª para a 22ª posição mundial.

Estagnados

Para o restante do mundo, a OMC apresentou previsões dramáticas para 2013. No ano passado, a entidade havia alertado para um crescimento de apenas 4,5% no comércio mundial em 2013, abaixo da média dos últimos 7 anos de 8%. A previsão foi reduzida no final do ano para 3,7%. Agora, com a situação na Europa se deteriorando rapidamente e a dificuldade de países emergentes em compensar a recessão nos países ricos, a nova previsão aponta para um aumento do comércio de meros 3,3% em valores. Em volume, o comércio mundial não cresceu.

Os resultados de 2012 também foram revistos para baixo. Em setembro, a OMC havia indicado que a expansão havia sido de 2,5%. Agora, o resultado final foi um crescimento de apenas 2%. Outra constatação é o distanciamento cada vez maior da China como maior exportadora do mundo, mesmo diante da crise na Europa. Em 2012, Pequim terminou com 11,2% das vendas mundiais, mais de um ponto porcentual a mais que em 2011, com US$ 2 trilhões. Em 2012, as vendas subiram em 8%.

O segundo lugar ficou com os EUA, com 8,4% das exportações mundiais, seguido pela Alemanha, com 7,7% das vendas no mundo.

O comércio global deverá crescer 3,3% neste ano, afirmou a Organização Mundial de Comércio (OMC). O corte em relação à alta de 4,5% projetada anteriormente foi provocado pelo pessimismo persistente na Europa.

O anúncio marcou a segunda vez que a OMC reduz as previsões para este ano, após estimar preliminarmente que o comércio mundial se expandiria em 5,6%. As informações são da Dow Jones.

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O setor privado tem duas alternativas para combater os subsídios chineses: solicitar investigações de medidas compensatórias no País ou abrir processos na Organização Mundial de Comércio (OMC). Ambas as opções são complexas, caras e politicamente delicadas, mas a tendência é que se tornem mais comuns. Até hoje o Brasil iniciou apenas 22 investigações de subsídios - nenhuma contra a China. É uma fatia ínfima comparada com os 445 processos antidumping.

"Diante do desafio chinês, os países têm de utilizar todas os instrumentos que as regras internacionais permitem", diz Felipe Hees, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Exterior. Ele espera um aumento dos pedidos do setor privado por medidas contra subsídios e está estruturando uma coordenação no órgão para tratar do assunto.

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Segundo Carlos Abijaodi, diretor industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor vai pedir mais sobretaxas contra subsídios, mas não tem "convicção" de que sejam suficientes para combater o apoio estatal chinês. O aumento dessas medidas contra a China é uma tendência global. Os Estados Unidos já aplicaram 30 medidas, seguidos por Canadá (10), Austrália (3) e a União Europeia (1). "O Brasil precisa aprender a utilizar as medidas compensatórias e também se preparar para ser cobrado", diz Ana Caetano, do Veirano Advogados.

Status

O protocolo de entrada da China na OMC prevê que o país pode ser considerado uma "economia de mercado" a partir de 2016. Ainda há dúvidas se os chineses cumpriram os requisitos necessários, mas os demais países temem que o novo status dificulte a aplicação de medidas antidumping.

Para Domingos Mosca, consultor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a China está usufruindo os benefícios do comércio global sem fazer a sua parte. "Isso está destruindo a indústria global." O impacto no Brasil é intenso. A China elevou as exportações para o Brasil de US$ 1,3 bilhão em 2001, quando entrou na OMC, para US$ 34,3 bilhões no ano passado. As importações de produtos têxteis, por exemplo, saltaram de US$ 93 milhões em 2001 para US$ 2,9 bilhões em 2011 - alta de 3.007%.

Uma missão da Organização Mundial do Comércio (OMC) desembarca no próximo fim de semana no Brasil para examinar a política comercial da presidente Dilma Rousseff, numa ação que colocará em evidência as medidas consideradas como protecionistas por parte do governo.

A investigação da OMC tem como objetivo preparar um informe sobre a situação do Brasil, que será apresentado aos demais integrantes do órgão, no fim de junho, em Genebra. Na ocasião, governos de todo o mundo poderão questionar as práticas comerciais do Brasil.

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A revisão da política brasileira é realizada pela OMC a cada quatro anos e serve como uma espécie de sabatina para apontar os desafios e as medidas que poderiam ser consideradas como irregulares.

Em 2009, por exemplo, governos de todo o mundo enviaram mais de 530 perguntas ao Itamaraty e parte dos ataques se referiam à elevação de tarifas no Brasil. A média de impostos passou de 10,4% para 11,5% entre 2005 e 2009, diante da elevação de tarifas de importação para têxteis de calçados.

Em 2004, a OMC sugeriu que o Brasil acelerasse a liberalização de seu mercado para crescer a taxas mais altas. Desde então, o que ocorreu foi o contrário, segundo os governos que enviaram questões ao Itamaraty.

Agora, técnicos da OMC vão se debruçar nas leis criadas pelo Brasil, nos últimos meses, consideradas por países ricos como protecionistas. Isso inclui a elevação de impostos de importação e a isenção de impostos para empresas que fabriquem seus produtos dentro do mercado brasileiro. Outro ponto que a OMC deve avaliar é o impacto da valorização do real nas importações, além do peso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES) e de subsídios locais para a produção.

Nos últimos meses, governos como o dos EUA, Europa, Coreia do Sul, México e Japão foram críticos à posição do Brasil no comércio internacional, denunciando uma escalada de tarifas e barreiras.

Segundo diplomatas em Brasília, não seria uma surpresa se a OMC lidar com alguns desses casos em reuniões que vai manter com o Itamaraty, com o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior e com o Ministério da Fazenda a partir de segunda-feira.

Diplomático, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, tem evitado fazer críticas diretas ao Brasil. Mas vem insistindo que "o protecionismo não garante proteções" e alertando que a elevação de tarifas pode ser prejudicial para a economia importadora.

Campanha

O comportamento do governo brasileiro também já aterrissou na campanha para a disputa do cargo máximo da OMC. O candidato mexicano, Hermínio Blanco, atacou diretamente algumas das propostas brasileiras, acusando Brasília de protecionismo.

"Temos de manter a OMC como uma organização que defenda o comércio", disse. O candidato ainda criticou a decisão do Brasil de suspender o acordo automotivo com o México. "O acordo foi útil para gerar empregos e sua suspensão só mostra como é importante que, em eventuais acordos futuros, teremos de prever mecanismos de solução de disputa para que governos pensem duas vezes se querem sair de um tratado."

Diante da imagem do Brasil, o próprio candidato brasileiro para a liderança da OMC, Roberto Azevedo, optou por se distanciar da posição comercial do governo de Dilma Rousseff, insistindo que, se for eleito, defenderá a visão do conjunto de países.

Para o exame da OMC, porém, o Brasil já está com suas respostas prontas. A elevação de tarifas não foi feita de forma irregular, já que o imposto cobrado ainda está dentro das margens permitidas ao País. Além disso, o Itamaraty deixará claro que os demais países não têm do que se queixar: desde a elevação das taxas, as importações continuaram crescendo e que, portanto, as novas barreiras não eram proibitivas. O governo mostrará que as importações crescem a um ritmo superior às exportações nos últimos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil não vai se comprometer a apoiar um latino-americano para a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC) se o candidato brasileiro, Roberto Azevedo, for eliminado do processo nas primeiras rodadas de votação.

No último fim de semana, o Brasil vetou um acordo na Cúpula de Santiago que estabelecia um compromisso da América Latina em apoiar um dos três candidatos do continente para o cargo de diretor-gerente da OMC. Com o veto, a negociação chegou a um impasse e nenhuma declaração foi aprovada. Na prática, o Itamaraty não queria se comprometer com candidatos que, na visão do governo, não defendem as posições do Brasil no comércio internacional e têm visões contrárias ao projeto de trazer a variação cambial para dentro da OMC.

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A entidade deu na terça-feira a largada oficial para o processo de seleção do próximo diretor, sabatinando cada um dos candidatos. Dos nove ministros e embaixadores que estão na corrida, três são latino-americanos. Além de Azevedo, que apresenta seu projeto na quinta-feira concorrem Anabel Gonzalez, da Costa Rica, e o mexicano Hermínio Blanco. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fortalecer e revitalizar o sistema multilateral de comércio são um dos principais objetivos que o candidato brasileiro à direção geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Azevêdo, buscará cumprir, caso seja escolhido para comandar a instituição no período entre 2013 e 2017.

Oficialmente lançado ao posto pelo governo brasileiro em 28 de dezembro, Azevêdo está em plena campanha, disputando a vaga com outros oito concorrentes. Nesta quinta-feira, ele conversou com jornalistas em Brasília, defendendo sua candidatura e mostrando como tentará conquistar a vaga de diretor geral da OMC, em substituição a Pascal Lamy.

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Azevêdo destacou que sua candidatura é uma decisão de Estado, tomada pela presidente Dilma. "É uma decisão de Estado. E a decisão do governo brasileiro foi pautada no desejo nosso de contribuir na revitalização da OMC e do sistema multilateral de comércio, que atravessa um momento especialmente difícil, principalmente na área negociações", destacou.

Segundo ele, a situação de impasse ainda persiste em reflexo à crise financeira de 2008 e suas consequências. O embaixador explicou que o Brasil vê com grande preocupação esse cenário. "São necessárias soluções ao mesmo tempo ambiciosas e consensuais que promovam a abertura do comércio mundial."

De acordo com o embaixador, a eliminação de distorções e o uso do comércio como instrumento de desenvolvimento, em especial dos países mais pobres, é algo muito importante para o mundo. "Nesse difícil contexto, o governo brasileiro julgou ter um candidato que é capaz de contribuir de forma eficaz para a superação desses impasses e para a evolução do sistema", disse.

Azevêdo admitiu que a escolha do novo diretor-geral da OMC "será um exercício de formação de consenso em torno da candidatura mais viável". Diante da observação, lembrou que é representante permanente do Brasil na OMC, em Genebra, desde 2008. "Uma pessoa que não conheça o histórico das negociações não saberá desarmar os espíritos", argumentou. Segundo ele, os impasses na área do comércio internacional exigem soluções criativas, inovadoras e viáveis. Diante disso, o embaixador reforçou que quem for escolhido para comandar o órgão precisa conhecer o histórico das negociações.

O embaixador evitou falar sobre o apoio de outros países à sua candidatura. "Estamos muito satisfeitos com o grau de receptividade da candidatura brasileira, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, em todas as regiões geográficas", comentou. Azevêdo declarou que será impossível visitar todos os integrantes da OMC no período de campanha. "São 159 membros. Vou tentar visitar os países, mas são só dois meses e meio."

O candidato brasileiro à direção geral da OMC alertou, porém, que se escolhido não vai defender os interesses do Brasil, mas dos integrantes do órgão como um todo. "Temos de ter presente uma distinção. Em muitas das coisas que fiz, representei o governo brasileiro. Como diretor-geral, representarei os membros", afirmou. Inclusive destacou que as discussões sobre o tema "câmbio e comércio" somente avançarão, se houver vontade dos países que integram a OMC. "Enquanto houver consenso, o debate continuará. Não é o diretor-geral que vai determinar."

O processo de eleição, conduzido pelo Conselho Geral da OMC, ocorrerá a partir do dia 31 de março e deverá estar concluído até 31 de maio de 2013. Azevêdo disputa a vaga com candidatos de Gana, Costa Rica, Indonésia, Nova Zelândia, Quênia, Jordânia, México e Coreia do Sul.

O secretário da Defesa Agropecuária do Brasil, Ênio Marques, fixou prazo até março de 2012 para que todos os países retirem os embargos contra a carne bovina brasileira em razão do caso de mal da vaca louca registrado em 2010 e revelado há poucas semanas. Depois disso, disse Marques nesta sexta-feira, na sede da Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), em Paris, o país vai denunciar esses países à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por ora, Japão, China, Coreia do Sul, Egito, África do Sul e Arábia Saudita impuseram restrições à carne brasileira em razão de um caso de contaminação pela proteína príon, agente da encefalopatia esfongiforme bovina (BSE), mais conhecida como mal da vaca louca.

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O animal, de 13 anos de idade, não morreu em função da doença. Mas amostras coletadas em 2010 na cidade de Sertanópolis, no interior do Paraná, e analisadas em 2012 indicaram a presença da proteína, despertando a mobilização do Ministério da Agricultura em junho passado.

Informada oficialmente pelo governo brasileiro, a OIE analisou o caso e, apesar do longo tempo transcorrido até a notificação da comunidade internacional, não vê razões para alterar o status do Brasil na classificação de risco de epidemia da doença. Junto de 18 outros, o país integra a categoria "risco negligenciável", a mais segura, segundo a organização.

Certo de que não há razões para embargos, o governo deve partir para o ataque. Nas últimas semanas, uma comitiva liderada por Ênio Marques está fazendo uma cruzada internacional para explicar que o caso de contaminação foi isolado, espontâneo - a proteína teria sido produzida pelo próprio animal, e não ingerida - e sem consequências.

A estratégia de diálogo, que passa também pelo Ministério das Relações Exteriores, deve ser usada até março. Se os embargos forem mantidos, o Brasil partirá para o confronto contra esses países. "Se até março não cancelarem os embargos, nós vamos apresentar uma reclamação formal à Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse Marques. "Março é nosso deadline", afirmou o secretário.

De acordo com o secretário, o impacto econômico dos embargos ainda é pequeno, já que o Egito, um grande importador de carne bovina brasileira, só restringiu a compra da produção do Paraná. O prejuízo, porém, se agravará se a Rússia vier a anunciar um boicote, porque o país é responsável por 20% do 1,1 milhão de toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil.

Outra preocupação é Hong Kong, que importa 13% do total, mas que por ora não aderiu ao embargo chinês. Japão, China e África do Sul respondem por entre 0,3% e 0,6% das exportações brasileiras de carne bovina. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu nesta sexta-feira sua projeção de crescimento global do comércio este ano para 2,5%, de 3,7% anteriormente, citando a crise da zona do euro como um fator crucial por trás da revisão.

Outros fatores que levaram à nova estimativa foram a recuperação cambaleante da economia dos EUA e a desaceleração da China, segundo a entidade, que tem sede em Genebra. "A economia global tem enfrentado fortes obstáculos desde que a última previsão foi anunciada", disse a OMC, em comunicado divulgado em Cingapura.

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A OMC também comentou que os dados de produção e emprego dos EUA continuam a decepcionar, enquanto os índices de atividade industrial da China sugerem crescimento mais lento na maior economia exportadora do mundo.

"Acima de tudo, a crise da dívida soberana europeia ainda não diminuiu, tornando o ajuste fiscal nas economias periféricas da zona do euro mais doloroso e gerando volatilidade", disse a OMC.

Em abril, a OMC havia alertado que o crescimento do comércio mundial, que mostrou desaceleração no ano passado após se recuperar com força em 2010, voltaria a ser mais fraco este ano. As informações são da Dow Jones

A China apresentou uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra tarifas impostas pelos EUA a uma série de produtos chineses, segundo informou nesta segunda-feira a OMC.

Washington alega que as tarifas foram adotadas para defender os produtores norte-americanos do que o governo dos EUA considera ser práticas injustas de comércio da China. A questão tarifária se tornou um crescente foco de tensão entre os dois países.

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As tarifas citadas na queixa da China foram impostas a produtos como aço, pneus, torres para turbinas eólicas, ímãs, eletrodomésticos e pisos de madeira, detalhou a OMC. As informações são da Dow Jones

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