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O governo brasileiro acionou nesta semana a China na Organização Mundial de Saúde (OMC), denunciando barreiras de Pequim contra a importação de açúcar. O que está sendo questionado é uma salvaguarda imposta por Pequim contra o produto brasileiro e que derrubou, em 2017, as exportações nacionais.

Na primeira etapa do processo, Brasil e China realizarão consultas bilaterais. Se não houver um acordo, o Itamaraty solicitará que um painel seja estabelecido para que haja uma avaliação independente se houve ou não violação das regras internacionais.

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O processo, porém, promete ser longo, já que os tribunais da OMC vivem uma crise crônica diante da falta de juízes no órgão de apelação e pelo veto do governo de Donald Trump para que o mecanismo possa voltar a escolher novos membros.

O Brasil insiste que tentou encontrar uma saída negociada. O governo fez questão de conduzir consultas com Pequim, na esperança de convencer os chineses a não seguir com a medida.

Até 2016, o Brasil era o maior fornecedor de açúcar para a China, que por sua vez era o principal destino das exportações de açúcar bruto produzido aqui. As vendas totalizavam perto de 2,5 milhões de toneladas ao ano, pouco menos de 10% das exportações totais do País - o açúcar brasileiro era competitivo mesmo pagando, na maior parte, alíquota de 50% para ingressar naquele mercado.

Em 2017, porém, os chineses elevaram essa tarifa para 95%, o que fez as exportações brasileiras caírem para cerca de 300 mil toneladas.

Num documento enviado à OMC no ano passado para justificar sua ação, Pequim ainda explicou que decidiu abrir investigações depois de ter constatado que o açúcar importado já representava 47% da produção nacional. Em 2011, eram 27%. Além disso, os chineses apontam que, hoje, o produto importado ocupa 32% do consumo nacional de açúcar. Em 2011, eram de 21%.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, sugere que Brasil e outros governos que estejam no radar da administração de Donald Trump estabeleçam um "diálogo" com a Casa Branca.

Azevêdo afirmou não ter ficado surpreendido com as críticas de Trump contra Brasil e Índia. "A política americana é conhecida. As pessoas sabem exatamente com o que eles estão preocupados", disse o diretor da OMC.

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Trump usou o mesmo discurso nos últimos meses para pressionar México e Canadá por um acordo, forçar a OMC a iniciar um processo de reforma e ainda levar parceiros como europeus, coreanos e japoneses a dialogar.

"Eles falam com grande frequência sobre reciprocidade. Um dos pontos comuns que estão sempre na narrativa da administração americana é de que há uma disparidade muito grande nas tarifas que são cobradas e no tratamento que é dado para as empresas de diferentes países. Eles acham que são muito mais liberais, que dão um acesso ao mercado muito maior do que outros países dão e querem reciprocidade", explicou Azevedo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O crescimento do comércio mundial de produtos deve ser menor do que o estimado para 2018 e 2019, apesar de os impactos econômicos terem sido modestos até agora, informou a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo brasileiro vai apoiar a ideia de uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC), ameaçada pela guerra comercial entre EUA e China e pela pior crise do sistema internacional desde sua criação. No entanto, só deve aceitar mudanças nas regras internacionais se temas do interesse de países em desenvolvimento também forem atendidos, principalmente no que se refere ao combate de mais de 20 anos da diplomacia nacional pelo fim dos subsídios dos países ricos que distorcem o mercado agrícola.

A posição do Itamaraty será explicada aos demais governos quando um grupo de 13 países se reunir em Genebra hoje para começar a desenhar um plano para salvar a OMC. O encontro foi convocado pelo Canadá, como forma de preparar uma reunião ministerial no país em outubro.

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No centro do debate estará um projeto elaborado pela União Europeia para "refundar" o sistema comercial mundial e promover a maior reforma nas instituições em um quarto de século. O plano é criar uma "nova" OMC, com regras mais adaptadas ao século 21 e, assim, evitar que o governo americano abandone o sistema internacional. O problema, para os emergentes, é que os "velhos temas" das distorções agrícolas jamais foram solucionados e, agora, podem ser dados como encerrados.

Nos últimos meses, o presidente americano, Donald Trump, levou os tribunais da OMC à beira de uma paralisia e deixou claro que os EUA poderiam se retirar do acordo. Se por meses a direção da OMC acreditou que as ameaças não se concretizariam, o cenário começou a mudar quando a Casa Branca se retirou do acordo nuclear com o Irã, denunciou o acordo climático e reduziu seus compromissos com refugiados. Se não bastasse, a onda de retaliações comerciais foi um sinal claro de que o discurso de ameaça poderia se transformar em realidade.

Temas tabus

O governo brasileiro já deixou claro que está disposto a conversar e que não existem "temas tabus". Em outras palavras, o Itamaraty está pronto para debater qualquer assunto, incluindo o fim da divisão dos países da OMC entre "economias em desenvolvimento e economias desenvolvidas". Para os países mais pobres, as regras davam espaço para maior proteção em setores como o industrial, algo que americanos querem acabar.

No documento europeu, que servirá de base para a negociação, "o resultado (do atual sistema) é que o grupo de países em desenvolvimento agora inclui algumas das maiores nações comerciais do mundo, com diferenças significativas em comparação a outros membros do grupo e que, em alguns casos, têm níveis de desenvolvimento superiores a países que fazem parte do dito grupo de economias desenvolvidas".

Pelo projeto, portanto, países poderiam se "graduar" do status de emergente e, assim, competir sob as mesmas regras hoje que vigoraram para EUA e Europa. A China é o alvo dessas regras.

No esforço para modernizar a OMC, a UE sugere que acordos possam ser fechados apenas entre alguns governos e que não seja necessário contar com todos, como ocorre hoje. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério do Comércio da China informou, em breve comunicado nesta terça-feira, que entrou na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a tarifa dos Estados Unidos sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, anunciadas ontem pelo presidente americano, Donald Trump.

Mais cedo, o governo chinês já havia dito que pretendia retaliar contra as tarifas mais recentes, mas não informou o montante almejado. Trump, por sua vez, anunciou tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos da China, a partir desta segunda-feira, e disse que essa tarifa deve subir a 25% a partir de janeiro. O presidente americano ainda ameaçou lançar uma terceira rodada de tarifas, caso a China retalie. (Gabriel Bueno da Costa - gabriel.costa@estadao.com)

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O comércio mundial começa a sentir os efeitos negativos das medidas protecionistas impostas pela guerra comercial iniciada pelo governo de Donald Trump. Dados publicados na quinta-feira, 9, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que o fluxo de exportação vai sofrer uma desaceleração nos próximos meses e, para a entidade, a tensão política é o principal problema.

Essa é a primeira vez que a OMC apresenta dados concretos, desde que americanos e chineses passaram a impor sanções, elevar tarifas e recorrer ao protecionismo.

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No quarto trimestre de 2017, a expansão do comércio havia sido de 1,1%. Mas, nos três primeiros meses de 2018, o crescimento foi de apenas 0,2%. A OMC não traz uma previsão de quanto seria a taxa de crescimento ou a queda no segundo semestre. Mas admite: "a expansão comercial deve desacelerar ainda mais no terceiro trimestre de 2018".

Para medir a tendência do comércio, a OMC criou um indicador que coleta dados de exportação, carga e outros índices setoriais considerados como pilares da economia mundial. Uma taxa de 100 pontos significa estagnação do crescimento do comércio. Para o terceiro trimestre do ano, o resultado apontou 100,3 pontos, o que significa uma expansão insignificante. No trimestre passado, foi 101,8.

Em 2017, a expansão do comércio internacional em volume foi de 4,7% e em valores atingiu US$ 17 trilhões, o melhor desde 2011. Para 2018, a previsão original é de que cresça 4,4%; e em 2019, 4,0%. Para o diretor da OMC, Roberto Azevêdo, os dados mostram uma "forte escalada no uso de medidas restritivas nos últimos seis meses". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que, ao contrário de relatos da mídia americana, ele não tem planos de tirar o país da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Isso não significa que nós não tenhamos sido tratado tão mal nos últimos anos", declarou. "Nós precisamos ser tratados de forma mais justa na questão comercial."

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Trump disse ainda que pretende entrevistar no final de semana no resort que ele tem em Bedminster, Nova Jersey, "um ou dois candidatos" para substituir Anthony Kennedy na Suprema Corte americana.

Segundo Trump, a lista completa dele tem cinco nomes, dos quais dois são de mulheres. Fonte: Dow Jones Newswires.

Funcionários da BRF que trabalham diretamente com o frango destinado a exportação poderão ter o salário diminuído para preservar seus empregos. A proposta será apresentada pelo Ministério do Trabalho aos sindicatos e à empresa, que sofre com um embargo europeu às exportações. Diante da queda da demanda externa pelo frango brasileiro, sindicatos calculam que 7 mil empregados já estão em férias coletivas e que, se o embargo não cair, até 15 mil postos de trabalho poderiam estar em risco.

A proposta do secretário de Relações do Trabalho, Luis Carlos Barbosa, é retomar o Programa Seguro-Emprego (PSE) para evitar demissão em massa. Nessa iniciativa, o trabalhador tem a garantia da manutenção do emprego, mas com salário e carga horária 30% menores. Como contrapartida, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) paga compensação equivalente a 15% do salário. Assim, o gasto salarial da empresa cai 30%, mas a renda do empregado reduz 15%.

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Para usar esse instrumento, porém, seria preciso alterar a lei, já que o atual prazo de adesão ao programa terminou em 31 de dezembro de 2017. Esse mecanismo foi criado em 2015 para evitar o aumento do desemprego e, à época, teve grande adesão de montadoras e fornecedores do setor automotivo. "Temos de ver quais mecanismos legais podemos usar. Como estamos em uma crise do setor, podemos usar esse instrumento legal e negociar com a empresa. Em vez de demitir, a gente reduz o salário", defendeu o secretário.

Preço

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA), Artur Bueno de Camargo, diz que o uso do PSE é uma alternativa que poderia ser aceita "na pior das hipóteses". O representante dos trabalhadores defende a adoção de uma solução ampla para evitar a propagação dos problemas que afetam o frango para o restante da cadeia da proteína animal. "Sem poder exportar, os grandes frigoríficos venderão no mercado interno e o preço cairá. Isso vai prejudicar os pequenos produtores que terão perdas com o preço menor", diz.

Procurada, a BRF confirmou que concederá férias coletivas de 30 dias para parte dos empregados de Rio Verde (Goiás) e Carambeí (Paraná) entre os dias 14 e 21 de maio. Na unidade de Capinzal (Santa Catarina), haverá férias coletivas a partir de 7 de maio para os trabalhadores da linha de abate de aves. Em Toledo (Paraná), haverá férias a partir de 2 de julho. As ações visam "adaptações no planejamento de produção, em decorrência de ajustes para atender a demanda atual, que foi impactada pela interrupção das exportações de aves da companhia para a União Europeia", cita a empresa em nota.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A guerra comercial entre as maiores economias do mundo chegou aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Numa iniciativa ampla de questionamento da política comercial dos Estados Unidos, o governo da China atacou as novas barreiras impostas pela administração de Donald Trump. A ação ocorre de forma paralela à decisão de Pequim de impor medidas de retaliação contra mais de 230 produtos americanos, incluindo soja, aviões e carros.

Também ontem, EUA, Europa e Japão lançaram um ataque contra as políticas de tecnologia da China, acusando o país de adotar medidas que criam distorções no mercado internacional e favorecem as empresas locais no desenvolvimento de tecnologia de ponta. Na avaliação dos três governos, a China viola as regras de propriedade intelectual. Os novos casos prometem causar um acúmulo de processos num sistema que, diante da falta de juízes, já estava à beira da paralisia.

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Diplomatas de Pequim apresentaram dois casos à OMC. O primeiro se refere às tarifas impostas por Trump contra cerca de 1,3 mil produtos eletrônicos, que afetariam um fluxo de comércio de US$ 50 bilhões.

No documento, obtido pelo Estado, o governo chinês alega que as medidas não se justificam e que as supostas investigações conduzidas pelo governo americano não foram transparentes nem objetivas.

O segundo processo é sobre a barreira criada pelo governo americano contra o aço chinês. Pequim alerta que as novas tarifas incrementadas em 25% não se justificam como parte de um plano para assegurar a "segurança nacional" dos EUA.

A ação na OMC foi lançada depois que uma negociação entre americanos e chineses não chegou a acordo sobre um nível de compensação que exigia Pequim. O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, apelou à comunidade internacional que haja uma "união para defender juntos o crescimento da economia mundial" contra as barreiras americanas.

"A comunidade internacional deve se opor em seu conjunto a tais apões unilaterais e violações de regras", disse. "Se os EUA pensam que podem ganhar com o protecionismo, estão enganados", insistiu.

Para o governo americano, o caso aberto por Pequim na OMC "não tem base". A Casa Branca afirma que as regras internacionais permitem que um governo descumpra suas tarifas, alegando questões de segurança.

Uma decisão da OMC sobre o caso, porém, só deve sair em dois anos. Antes de partir para uma guerra comercial, a administração de Trump minou os trabalhos do órgão de apelação da entidade, uma espécie de supremo tribunal do comércio. Hoje, a entidade que deveria ter sete juízes conta com apenas quatro, que acumulam milhares de páginas de queixas.

Em comentário nesta semana, o vice-diretor da OMC, Alan Wolff, admitiu que "os perigos colocados sobre os sistema comercial mundial são graves". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um alto funcionário do Ministério de Comércio da China acusou os EUA nesta sexta-feira de terem violado regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao investigar as práticas comerciais do país, e alertou que Pequim está preparada para retaliar se exportações chinesas forem de fato alvo de medidas punitivas de Washington.

"Não estamos com medo de uma guerra comercial e não vamos nos acovardar", afirmou Chen Fuli a repórteres, durante coletiva no ministério.

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No fim da noite de ontem, Pequim revelou que poderá taxar US$ 3 bilhões em produtos dos EUA, incluindo frutas, carne suína e tubos de aço. A lista, porém, não inclui as maiores exportações dos EUA para a China, como soja e aviões.

O anúncio de Pequim veio depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou ontem um memorando propondo impor tarifas a cerca de US$ 60 bilhões em produtos chineses. Espera-se que a Casa Branca publique uma lista formal de tarifas em duas semanas.

Referindo-se a uma possível segunda rodada de tarifas, Chen disse que a China está "totalmente" preparada para a investigação que os EUA conduz para justificar as medidas punitivas. Washington acusa Pequim de incentivar o roubo de propriedade intelectual de empresas americanas.

Chen afirmou ainda que o governo chinês continuará monitorando o avanço da investigação dos EUA e "agirá de forma resoluta" quando a Casa Branca implementar medidas. Fonte: Dow Jones Newswires.

Mercosul e União Europeia iniciam neste domingo (10), dia 10 de dezembro, uma rodada de reuniões que tem chances de terminar com um anúncio histórico: que as negociações do acordo de associação entre os dois blocos foram concluídas do ponto de vista político, depois de 20 anos de altos e baixos. No melhor dos cenários, alguns pontos ainda ficarão em aberto, mas haverá um rumo claro a ser percorrido pelos técnicos até a efetiva assinatura do acordo.

As conversas ocorrerão em Buenos Aires, a partir deste domingo, em paralelo à reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para os negociadores, o ideal é anunciar o "acordo político" durante o evento, que termina na quarta-feira (13). O presidente Michel Temer participará da cerimônia de abertura da reunião da OMC neste domingo ao lado do argentino Maurício Macri, e dos presidentes do Paraguai, Horácio Cartes, do Uruguai, Tabaré Vázquez, e do Chile, Michelle Bachelet.

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"O acordo é o primeiro grande lance de inserção do Mercosul na economia mundial", disse ao jornal 'O Estado de S. Paulo' o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. E o bloco sul-americano foi criado, há 26 anos, para ser uma zona de livre comércio e para buscar essa integração.

Ofertas

O chanceler ressalvou que a negociação ainda não está concluída. Os dois lados esperam novas ofertas em Buenos Aires. Para alinhar posições nesse tema, já estava programada uma reunião de chanceleres do Mercosul neste domingo de manhã, antes da abertura da reunião da OMC.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira cita dados de um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, segundo o qual as exportações terão um incremento de 12,3% até 2030. Na mão inversa, as importações crescerão 16,9%.

O acordo garante a Mercosul e União Europeia condições privilegiadas no acesso aos mercados um do outro. Aos europeus, interessa principalmente ampliar a venda de produtos industrializados. Para os sul-americanos, um ponto prioritário é garantir melhor acesso dos produtos agropecuários.

Perguntas para João Gomes Cravinho, embaixador da UE no Brasil

1. O sr. disse num evento público que "não é possível contar com os EUA como força positiva da governança global". Por quê?

O grande problema que temos é a abdicação da liderança que os EUA tiveram em relação a mecanismos de coordenação global. Esperamos que eles voltem a ser uma força positiva. Mas, nesse momento, não vemos isso. Temos de encontrar outras formas de trabalhar que não passem por esse pressuposto de que os EUA nos apoiarão na governança global.

2. Daí a importância de alianças que a UE possa fazer?

Exato. A União Europeia torna-se cada vez mais necessária no mundo contemporâneo. E nós olhamos para o Brasil como um parceiro fundamental, porque não podemos fazer esse trabalho sozinhos.

3. O anúncio do acordo Mercosul - UE na reunião a OMC seria um contraponto forte às posições dos EUA?

Ainda não chegamos a um acordo. Estamos trabalhando, aproximando posições e temos esperança de chegar a um acordo em breve. Seria bom se pudéssemos anunciar em Buenos Aires. Mas não é fundamental. O fundamental é chegarmos ao acordo num prazo relativamente curto e há um trabalho muito intenso para que isso aconteça.

4.Quais os impactos desse acordo?

Acho que podemos visualizar uma duplicação do comércio num espaço de seis a oito anos. E também um incremento de investimento nos dois sentidos. Já temos um fluxo de investimentos grande, se houver um arcabouço jurídico e político de um acordo de associação, isso oferece ainda mais segurança aos investidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer embarca no início da tarde deste domingo (10) para Buenos Aires (Argentina), onde participará da abertura da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). A partida do presidente está marcada para as 13h20.

Às 16h45, Temer participa da sessão de abertura da reunião e voltará para o Brasil ainda neste domingo, com chegada prevista para as 22h30.

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A maior expectativa em relação ao encontro é a rodada de reuniões paralelas entre Mercosul e União Europeia, que tem chances de terminar com um anúncio histórico: a conclusão do ponto de vista político das negociações do acordo de associação entre os dois blocos, depois de 20 anos de altos e baixos. No melhor dos cenários, alguns pontos ainda ficarão em aberto, mas haverá um rumo claro a ser percorrido pelos técnicos até a efetiva assinatura do acordo.

Para os negociadores, o ideal é anunciar o "acordo político" durante o evento, que termina na quarta-feira. Além de Temer, participam da cerimônia de abertura da reunião da OMC neste domingo o presidente argentino Maurício Macri, e os presidentes do Paraguai, Horácio Cartes, do Uruguai, Tabaré Vázquez, e do Chile, Michelle Bachelet.

O governo de Donald Trump anunciou a imposição de barreiras contra determinados produtos siderúrgicos brasileiros. O anúncio foi feito pelo secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, e as sobretaxas cobradas pelo país poderão chegar a mais de 50%.

Nos últimos meses, os dois governos chegaram a tratar do assunto até mesmo em reuniões na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil queria garantias de que o processo estava correndo dentro das regras internacionais. O setor siderúrgico, um dos centros da política comercial de Donald Trump, recebeu promessas desde a campanha presidencial de que ganharia proteção por parte do novo chefe da Casa Branca.

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Assim que o governo foi iniciado, uma série de medidas foi adotada, principalmente contra o aço chinês. Mas já no mês de março, Washington abriu investigações sobre o metal de sílica exportado pelo Brasil.

Nesta semana, a decisão preliminar foi a de impor uma sobretaxa contra o produto nacional, alegando que preços injustos estavam sendo cobrados pelos brasileiros. Empresas da Austrália e do Casaquistão também foram afetadas pelo novo modelo de importação. Em dezembro, as medidas definitivas devem ser anunciadas oficialmente.

Em média, todos os produtos brasileiros desse setor pagarão uma sobretaxa de 3,69% a partir de agora, incluindo os da empresa Dow Corning Silício do Brasil. Mas o imposto será de 52,07% para as exportações da empresa brasileira Liga de Alumínios S.A (Liasa). O motivo da diferença de taxação teria sido a recusa da empresa em cooperar com as investigações feitas pelo governo americano sobre supostas irregularidades no setor.

No caso da Austrália, a cobrança será de 16,23%; para produtos com origem no Casaquistão a sobretaxa deve ultrapassar 120%.

Em 2016, o Brasil exportou US$ 60 milhões de metal de sílica. Em 2014, o volume chegou a mais de US$ 105 milhões. Mas a queixa veio da empresa Globe Speciality Metals, que tem usinas nos Estados americanos do Alabama, Nova York e Ohio.

Num comunicado de imprensa, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que a aplicação de sobretaxas para corrigir supostas irregularidades é "um foco primário da administração Trump". "Continuaremos a rever todas as informações relacionadas a essa decisão", declarou Ross. "Continuaremos vigilantes contra atores estrangeiros que tentem levar vantagem sobre empresários e trabalhadores americanos."

Antidumping

Em menos de sete meses, Trump já iniciou 64 investigações de dumping, um aumento de 40% em comparação ao que se registrou em 2016. No ano passado, as sobretaxas foram responsáveis por uma arrecadação de US$ 1,5 bilhão por parte do Tesouro americano.

Dados colhidos pela OMC apontam que, se em todo o mundo as medidas protecionistas sofrem uma queda, elas estão em alta nos Estados Unidos desde que Trump assumiu o governo.

Outra das iniciativas da Casa Branca é a de justificar barreiras às importações de aço alegando a tese da "segurança nacional". Com a entrada de produtos estrangeiros, as usinas norte-americanas teriam sido enfraquecidas, algo perigoso durante um eventual período de guerra em que a indústria bélica teria de recorrer a produtos importados.

Segundo o Itamaraty, a decisão é ainda preliminar e o Brasil colabora nas investigações. Para Marco Polo Lopes, do Aço Brasil, o País tem condições de abrir um painel na OMC para discussões de direitos compensatórios. Sobre a medida que aponta o impacto das importações sobre a segurança nacional, Lopes diz que o Brasil não deve ficar na "vala comum" dos exportadores. A Abrafe, que representa os fabricantes de silício metálico, não retornou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Barreiras administrativas, incentivos suspeitos de irregularidades às empresas locais e um sistema tributário que dificulta o comércio e os investimentos. A partir de segunda-feira (17), o governo de Michel Temer passará a ser avaliado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em sabatina realizada em Genebra a cada quatro anos com o País.

Até ontem, mais de 700 queixas, perguntas e críticas tinham sido apresentadas pelos principais parceiros comerciais do Brasil, que vão cobrar maior abertura de mercado. O número de perguntas pode chegar a 800 até o início da reunião.

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A sabatina é usada como espaço para que os países apontem falhas no sistema comercial do governo sob avaliação. No caso do Brasil, as perguntas terão um ponto central: o perfil considerado ainda fechado do mercado, principalmente depois de um período marcado pela forte proteção às indústrias nacionais.

Um dos pontos destacados é o complexo sistema fiscal nacional, que tem dificultado investimentos e criado problemas para importadores. Parte das perguntas aponta que, por causa de esquemas fiscais e isenções adotadas nos últimos anos, produtos importados sofreram condições adversas em comparação à produção nacional.

Burocracia, exigências de diferentes órgãos e falta de processos transparentes fazem parte da lista de críticas de governos como o dos EUA, de economias asiáticas e europeias.

Como o Estado revelou nesta semana, um dos pontos de maior crítica será a atuação do BNDES. Para parceiros comerciais, as taxas de juros do banco para determinados setores da economia nacional poderia representar subsídios ilegais, afetando a competitividade de estrangeiros.

O crédito à exportação agrícola também está na mira dos governos estrangeiros, que suspeitam de esquemas montados no Brasil para tornar suas vendas mais competitivas.

Abertura

Com uma delegação composta por representantes de ministérios, BNDES e outros órgãos estatais, o governo brasileiro fará um discurso baseado na mudança de postura que adotou desde 2015, quando optou por reduzir as barreiras às importações, facilitou a entrada de investidores em determinados setores e reduziu a abertura de medidas antidumping.

Para o governo brasileiro, o fato de que o fluxo de investimentos externos continuou elevado, mesmo com a crise econômica, é sinal de que eventuais barreiras não têm freado a entrada de capital e que não se pode falar em economia fechada.

O País teve a maior queda de importações entre as grandes economias. No ano passado, a redução foi de quase 20% no valor nas importações ante média de 3% no mundo. O resultado, de US$ 143 bilhões, fez o Brasil despencar no ranking de maiores importadores. O governo argumenta que a queda não tem relação com medidas protecionistas - o motivo seria a recessão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Marcado por incertezas, o mercado mundial não deve apresentar uma forte recuperação para o comércio pelos próximos dois anos. Dados apresentados pela OMC indicam ainda que, em 2016, a taxa de expansão do comércio foi de apenas 1,3% em volume e uma contração de 3% em termos de valores.

De acordo com Roberto Azevedo, diretor da entidade, o desempenho de 2016 é o pior desde o início da crise mundial de 2009 e, pelo segundo ano consecutivo, o comércio internacional sofreu uma contração em dólares.

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Entre suas previsões, a OMC estima que 2017 terá um melhor resultado para o comércio internacional. Mesmo assim, ele pode chegar a 2,4% neste ano, com uma margem de variação de 1,8% a 3,6%. Para 2018, o comércio pode se expandir entre 2,1% e 4%.

Ainda que o crescimento seja identificado, nem o melhor dos cenários aproxima o desempenho do comércio ao que era conhecido no mundo nas últimas décadas.

Segundo a OMC, o resultado de 2016 foi em grande parte afetado pelo desempenho negativo dos mercados emergentes, como Brasil, China ou Rússia. Mas a própria entidade estima que o mercado global hoje está "profundamente imprevisível" diante da falta de clareza dos governos sobre suas políticas econômicas, monetárias e comerciais.

"A incerteza é acima de tudo política. O comércio internacional fraco dos últimos anos reflete a debilidade da economia global", disse Azevedo.

Segundo ele, o comércio tem o potencial de ajudar na recuperação da economia mundial. Mas o protecionismo pode aprofundar ainda mais a crise. "Se políticos tentarem lidar com a perda de empregos com restrições severas ao comércio, ele pode se constituir em um peso para a recuperação", alertou.

Azevedo ainda usou o anúncio sobre os dados para alertar sobre os riscos de uma onda protecionista. "As preocupações das pessoas são legítimas. Mas não adianta resolver um problema e criar outro em outro lugar do mundo. O comércio deve fazer parte da solução", defendeu. "Fechar as fronteiras não vai trazer empregos de volta. Apenas vai destruir mais postos de trabalho. Precisamos resistir", disse.

O brasileiro continua a evitar a falar diretamente sobre Donald Trump. "Ainda estamos aguardando para saber qual será a política comercial", completou. Mas admitiu: as incertezas são "ruins" ao comércio.

Escolhido por Donald Trump para ocupar o cargo de representante comercial americano, o advogado Robert Lighthizer defendeu nos anos 80 os interesses da indústria brasileira de açúcar e álcool nos EUA. Como a legislação proíbe que a função seja ocupada por alguém que tenha atuado como lobista de governos estrangeiros, ele precisará de um "perdão" do Congresso para tomar posse.

Além do Brasil, Lighthizer também defendeu a China em uma disputa comercial com os EUA. Apesar disso, é um crítico de Pequim e acredita que as atuais regras da Organização Mundial do Comércio são insuficientes para prevenir ou punir práticas comerciais do país asiático que considera desleais.

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"Em um nível puramente intelectual, como a permissão para que a China manipule constantemente o comércio a seu favor promove o objetivo conservador de fazer com que os mercados sejam mais eficientes?", escreveu em artigo publicado em 2010 sob o título "Donald Trump não é um liberal em comércio".

Cana

Considerado um protecionista, Lighthizer foi contratado em 1985 para representar o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool em uma disputa comercial com os EUA. Na época, produtores americanos de etanol à base de milho pediram a abertura de investigação da prática de dumping pelo Brasil e de eventuais concessões de subsídios à produção de etanol de cana-de-açúcar pelo governo brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A política comercial do governo Donald Trump vai ampliar o espaço para medidas unilaterais dos EUA contra outros países e abrirá caminho para Washington ignorar decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC) contrárias a seus interesses, em um frontal desafio à arquitetura econômica multilateral construída ao longo das últimas seis décadas para evitar uma guerra comercial em escala global.

Os princípios são uma tradução do slogan "América em primeiro lugar", que orientou a campanha vitoriosa de Trump, e foram apresentados nesta quarta-feira, 1, no relatório anual sobre a agenda comercial do governo enviada ao Congresso dos EUA. O documento dá preferência a arranjos bilaterais em detrimento dos multilaterais e afirma que as regras da OMC são ineficazes quando integrantes do sistema não atuam de acordo com as regras de mercado.

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Apesar de a China não ser mencionada de maneira explícita no documento, ela é o alvo das críticas do governo Trump. "Grandes parcelas da economia global não refletem forças de mercado. Importantes setores da economia global e mercados significativos ao redor do mundo são distorcidos por subsídios governamentais, roubo de propriedade intelectual, manipulação da moeda, empresas estatais e inúmeras práticas desleais", diz o texto. "A incapacidade do sistema de responsabilizar esses países leva a uma falta de confiança no sistema."

O documento também enfatiza a soberania americana: "Desde que os Estados Unidos ganharam sua independência, tem sido um claro princípio de nosso país de que cidadãos americanos estão sujeitos apenas a leis e regulações feitas pelo governo dos EUA - não a decisões adotadas por governos estrangeiros ou organizações internacionais".

Mudança

Para analistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a nova política representa uma radical mudança da postura tradicional dos EUA e deve estimular outros países a também adotarem medidas unilaterais. "A principal força disciplinadora da OMC é a adesão dos EUA às suas regras. Se a maior economia do mundo diz que obedecer às regras não é importante, outros países tenderão a se comportar da mesma maneira", disse Chad P. Bown, especialista em comércio internacional do Peterson Institute for International Economics. "Se ninguém joga de acordo com as regras, há o risco de termos um caos global."

Professor da American University, Aluisio de Lima-Campos disse que os novos princípios são uma "afronta" à OMC e ao sistema multilateral de solução de controvérsias. Segundo ele, os EUA criticaram no passado certas regras da organização, mas nunca adotaram uma política oficial de questionamento de sua eficácia. "O risco é voltarmos à situação tenebrosa que tivemos antes da Segunda Guerra Mundial, quando os países se envolveram em uma guerra tarifária e comercial."

Diretor para Comércio Internacional e Investimento do escritório de advocacia Steptoe & Johnson, Pablo Bentes afirmou que as novas diretrizes representam o maior questionamento do sistema de solução de controvérsias da OMC desde sua criação, em 1995.

Segundo ele, o documento resgata um dispositivo da legislação comercial americana que os EUA haviam deixado de aplicar depois de ele ter sido alvo de um processo na OMC no fim dos anos 90. Chamado de "Section 301", o artigo permite que Washington adote medidas unilaterais de retaliação contra países que acuse de práticas comerciais desleais.

Em sua opinião, os EUA poderão usar isso como um instrumento para forçar outros países a negociarem suas políticas de maneira bilateral. "A OMC proíbe determinações unilaterais de inconsistências (com as regras de comércio). Há um foro exclusivo no mecanismo de solução de controvérsias para determinar se houve violação."

Na opinião de Bown, a eventual ação unilateral dos EUA acabará prejudicando os próprios exportadores americanos, que poderão enfrentar medidas retaliatórias em outros países.

Brasil

O protecionismo do governo de Donald Trump, reforçado por medidas que estariam em preparação na Casa Branca para passar por cima das normas da Organização Mundial do Comércio, pode afetar o comércio brasileiro. "No fim da linha, tem consequências para nós. Essa reorientação cria um ambiente menos favorável", avaliou uma fonte do Itamaraty. Desde o último dia 22, quando José Serra anunciou a saída do Ministério das Relações Exteriores alegando problemas de saúde, a pasta está sem titular.

Não está claro com que intensidade as medidas determinadas por Trump podem afetar o Brasil. Porém, as negociações no âmbito da OMC não deverão avançar nesse período. "Se eles não querem jogo, não vai ter jogo", comentou a fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo foi reconduzido hoje ao posto de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), um organismo composto por 164 países, entre eles as principais economias do planeta, que trata das regras do comércio exterior.

Ele era candidato único. O que, na visão do governo brasileiro é reflexo do "amplo reconhecimento" pelos demais países-membros alcançado durante sua primeira gestão. O segundo mandato de Azevêdo começa no próximo dia 1º de setembro e durará quatro anos.

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O Brasil tem mais um candidato a um posto importante na mesma organização. O embaixador José Alfredo Graça Lima concorre à chefia do Órgão de Apelação, uma vaga que será aberta em julho.

À frente da OMC, Azevêdo conseguiu fechar o único acordo multilateral (de diversos países) negociado no âmbito do organismo desde sua criação, em 1995. É o Acordo de Facilitação do Comércio (AFC), que entrou em vigor no último dia 22. Ele remove barreiras burocráticas ao comércio, com um potencial de aumento no comércio exterior de US$ 1 trilhão.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores destaca outros dois feitos do embaixador: um entendimento "histórico" sobre o fim dos subsídios à exportação de produtos agrícolas alcançado na Conferência Ministerial de Nairóbi, em dezembro de 1995, e uma atualização do Acordo sobre Aspecto de Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips) que "facilita as condições de acesso de países em desenvolvimento a medicamentos essenciais."

"O Governo brasileiro felicita vivamente o embaixador Roberto Azevêdo pela eleição e formula votos ao nosso compatriota de novos êxitos no segundo mandato", conclui a nota.

O Brasil é membro fundador da OMC e tem várias causas importantes em discussão no organismo, que atua também como uma espécie de tribunal do comércio exterior. Está em curso, por exemplo, uma reclamação movida pelo Brasil contra o Canadá, por causa de subsídios que o governo daquele país teria injetado na fabricante de aviões Bombardier, criando uma concorrência desleal com a Embraer. Também reclama contra o governo dos EUA, que cobra uma sobretaxa nas importações de aço brasileiro. Na mão contrária, a OMC condenou preliminarmente incentivos fiscais do governo em diversos programas, entre eles o Inovar-Auto.

A fabricante de aeronaves Embraer apoia a decisão do Brasil de questionar o Canadá na Organização Mundial do Comércio (OMC), avaliando que a decisão do conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizando a abertura de processo na OMC é "de extrema importância".

Em nota, o presidente da Embraer, Paulo Cesar Silva, afirma que, após diversas tentativas de solucionar a questão no plano diplomático, a solução formal de controvérsias na OMC é a única maneira de assegurar condições equilibradas de competição no mercado de aeronaves civis. "Os subsídios fornecidos pelo Canadá têm causado importantes distorções no mercado, além de violar a normativa internacional vigente", diz Silva.

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Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o governo da província de Quebec injetou US$ 2,5 bilhões na Bombardier este ano, existindo indicações de que o governo federal canadense pretende fazer, em breve, um novo aporte significativo na empresa, de modo a assegurar a viabilidade da linha de aviões C-Series e sua colocação no mercado.

"O entendimento do governo brasileiro, compartilhado pela Embraer, é de que os subsídios oferecidos à Bombardier pelo governo canadense, além de assegurar a sobrevivência da empresa, permitiram-lhe oferecer suas aeronaves ao mercado a preços artificialmente baixos, desorganizando o setor de jatos comerciais e ferindo os compromissos assumidos pelo Canadá na OMC", diz a Embraer, em nota.

A China não perde tempo e abre na Organização Mundial do Comércio (OMC) a primeira disputa comercial contra Estados Unidos e Europa. Pequim se queixa de que americanos e europeus reconheceram o país como uma economia de mercado. A iniciativa manda um recado duro a todos os demais países que pretendam manter barreiras contra os produtos importados chineses. O processo na OMC foi aberto menos de 24 horas depois do fim do prazo estipulado há 15 anos para o reconhecimento do novo status da China.

O caso deve aprofundar ainda mais a tensão com o presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano, durante sua campanha, prometeu proteger os trabalhadores americanos contra os produtos chineses.

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O Brasil tampouco reconheceu explicitamente a China nessa condição. Mas a indústria nacional foi orientada a se antecipar e acelerou nos últimos meses processos contra produtos importados chineses, adotando taxas de proteção antes do prazo estipulado pelo acordo na OMC. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 66 mil postos de trabalho poderiam desaparecer no Brasil em apenas um ano se a China fosse reconhecida como economia de mercado.

A indústria nacional também foi orientada a esperar para ver como os tribunais da OMC vão tratar os casos envolvendo a China, antes de abrir novos pedidos de medidas antidumping. O que poucos imaginavam é que, 24 horas depois do prazo final, a China abriria sua primeira disputa.

Prazo

No domingo, 11, concluiu-se o período em que a China tinha para reformar sua economia, num acordo estabelecido em 2001 para a adesão do país à OMC. Em troca, o governo chinês insiste no seu reconhecimento como uma economia de mercado, posição não compartilhada por EUA, Japão, Europa, Índia, Brasil e diversos outros países. Em termos técnicos, o novo status daria aos chineses a vantagem de ser tratado como todas as demais economias do mundo, sem discriminação comercial. Isso tem um impacto direto na aplicação de medidas antidumping contra produtos chineses.

Em nota, o Ministério do Comércio da China alertou que, mesmo com o fim do prazo, EUA e Europa continuam calculando a taxa de dumping com base em critérios que já deveriam ter sido abandonados.

"A China comunicou a outros países da OMC e pediu para que cumprissem com suas obrigações", apontou o comunicado. "Lamentavelmente, EUA e Europa não seguiram isso", indicou Pequim.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo chinês tem alertado Brasília sobre os riscos que corre se repetir o comportamento de americanos e europeus. Dados da OMC, obtidos pelo jornal, mostram que 547 medidas antidumping foram aplicadas pelas maiores economias do mundo contra as importações chinesas entre 2008 e 2016. Só o Brasil aplicou mais de 60, número superior a todas as taxas contra produtos americanos, coreanos ou indianos, somados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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