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A economia da zona do euro continuou crescendo em um ritmo modesto nos três meses encerrados em setembro, conduzida por gastos com consumo na Alemanha e na França.

Outras áreas, porém, registraram retração ou estagnação no terceiro trimestre e pesquisas recentes sobre atividade e confiança das corporações sugerem que a economia pode se contrair nos três meses finais do ano.

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A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, disse que o PIB combinado das 17 nações que utilizam o euro subiu 0,2% no terceiro trimestre, ante o trimestre anterior, e avançou 1,4% no terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período em 2010, ficando em linha com as expectativas. As informações são da Dow Jones.

A economia avança cada vez mais devagar e o mercado reforça a aposta de que o Brasil vai crescer em 2011 menos da metade do ano passado. Pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central mostra que a previsão dos analistas para a expansão do País neste ano caiu de 3,20% para 3,16%, na sexta redução seguida. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 7,50%.

A recente piora das previsões é resultado dos sinais de que o Brasil sente cada vez mais os efeitos da crise. "A economia brasileira está desacelerando mais do que o esperado, e esse enfraquecimento deve se estender até o início de 2012", avalia a pesquisa macroeconômica mensal do Itaú. Entre os indicadores que reforçam a percepção, está o elevado nível de estoques, fato que reduz a demanda e a força da produção industrial.

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Esse movimento é explicado pelo efeito da alta do juro básico no primeiro semestre e a menor demanda externa. O quadro levou o Itaú a ficar mais pessimista que o resto do mercado, e o banco cortou a previsão de crescimento do PIB de 3,2% para 3% em 2011. Alguns analistas já trabalham até com a hipótese de que a economia brasileira pode ter desempenho negativo - ou seja, retração - no último trimestre do ano.

A economia mais lenta, porém, tem um efeito positivo: com a menor demanda, preços tendem a subir menos. Por isso, o mercado voltou a trabalhar com a hipótese de que a inflação deve ficar dentro da meta em 2011. A previsão para o IPCA neste ano caiu de 6,50% para 6,48%. Com a retração, o número volta a ficar dentro dos limites aceitáveis, após seis semanas em que a estimativa estava ou no teto da meta - de 6,50% - ou um pouco acima desse patamar máximo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O crescimento econômico da Alemanha acelerou no terceiro trimestre, em linha com as expectativas, segundo dados do órgão oficial de estatísticas, Destatis, divulgados hoje.

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão subiu 0,5% no terceiro trimestre ante o período anterior, de acordo com preços ajustados sazonalmente e ao calendário. Em bases anuais, o crescimento econômico foi de 2,6% no período, também ajustado à sazonalidade e ao calendário.

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O dado preliminar veio em linha com as previsões de analistas ouvidos pelo Dow Jones Newswires.

Os dados do segundo trimestre foram revisados para cima em 0,2 ponto porcentual, tanto na base trimestral quanto na anual. Os novos números mostram crescimento alemão de 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro e de 2,9% em termos anuais no período.

Especialistas esperavam que a economia alemã recuperasse no terceiro trimestre, mas veem considerável recuo no quarto trimestre e no início de 2012. Os detalhes do PIB serão divulgados pelo Destatis no próximo dia 24. As informações são da Dow Jones

A economia japonesa cresceu 6% no terceiro trimestre de 2011 ante o mesmo período do ano passado, apresentando seu primeiro avanço desde o terremoto e o tsunami de 11 de março. O resultado ficou levemente acima do previsto por economistas, que esperavam alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,9%. Em relação ao segundo trimestre de 2011, o PIB cresceu 1,5%.

Ofuscando facilmente o crescimento anualizado do terceiro trimestre dos Estados Unidos, de 2,5%, o dado do PIB japonês divulgado pelo Gabinete de Governo confirmou a recuperação estável do Japão, a despeito de uma série de fatores que pesaram sobre a economia do país.

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Embora os economistas esperem que o Japão continue a crescer nos próximos meses, eles veem a alta do terceiro trimestre como difícil de se sustentar. Os meses de crescimento elevado puxados pelos esforços intensos para reconstruir os canais de suprimento agora dão lugar a uma fase mais moderada, enquanto a economia global em desaceleração e o iene batendo recordes de alta ameaçam as exportações. O governo do primeiro-ministro Yoshihiko Noda ainda reage de forma lenta, embaraçado por um parlamento dividido.

Um funcionário do governo japonês escalado para comentar os dados disse que este foi o período de mais forte crescimento econômico desde o trimestre de janeiro a março de 2010. As informações são da Dow Jones.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou hoje à Agência Estado que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, com alta de 0,43%, e os números bem comportados para alimentos são resultados em linha com a avaliação do governo de que inflação está em declínio no acumulado em 12 meses e está também em processo de convergência ao centro da meta, de 4,5%, em 2012. "A trajetória da inflação, com uma marca próxima a 0,4% em outubro, está exatamente como o governo previa há três meses", afirmou. "O IPCA em 2011 deve ficar dentro do teto de tolerância, apesar de vários choques externos, como o de preços de commodities", disse.

Holland disse que devido ao processo de arrefecimento da inflação, no acumulado em 12 meses, as expectativas para o IPCA em 2012 "devem mudar mais" na virada do ano. "Alguns bons analistas, com bons modelos econométricos, me informaram que já estimam a inflação para o próximo ano em 5% e não nos 5,57% apontados pela mediana das expectativas da Pesquisa Focus."

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Em função da melhora do cenário inflacionário do País, que vai continuar nos próximos meses, o secretário espera que no primeiro trimestre de 2012 as expectativas para o IPCA relativas ao próximo ano convirjam para a previsão do governo, que espera o índice no centro da meta de 4,5% no ano que vem.

Economia sólida

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou também que, apesar do processo desinflacionário vivido pelo País - que conta com fatores externos, como a crise internacional, sobretudo na Europa e nos EUA -, o "Brasil está firme, a economia está sólida" e não há no cenário risco de forte desaceleração do nível de atividade. "Não há necessidade de mais estímulo fiscal. Vamos cumprir o superávit primário cheio em 2012, além de registrar um ótimo resultado em 2011. O rigor fiscal será mantido", afirmou.

PIB

Holland disse, na entrevista, que a evolução da economia brasileira nos próximos trimestres será favorável, o que levará o Produto Interno Bruto (PIB) a apresentar uma expansão entre 3,5% e 4% neste ano e 5% em 2012. "Apesar de um quadro externo adverso, em função da crise internacional e da deterioração fiscal de países europeus, sendo que alguns deles dão sinais de estarem em recessão, temos condições de manter um bom ritmo de expansão em 2011 e continuar avançando no ano que vem", destacou.

Holland ressaltou que a crise econômica nos EUA e na Europa é muito séria e é agravada pela deterioração fiscal de vários países nos últimos três anos, entre eles Portugal e Itália.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá crescer 3,2% em 2011, segundo a mediana das expectativas de 30 bancos que participaram de pesquisa divulgada hoje pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O levantamento, feito entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, também estima uma expansão de 3,6% do PIB em 2012.

A pesquisa atual apresenta uma piora nas expectativas dos bancos para quase todos os indicadores na comparação com o levantamento realizado em setembro. Na pesquisa anterior, a projeção dos 33 bancos consultados naquele momento em relação ao PIB apontava para uma expansão da economia de 3,5% em 2011 e de 3,8% no ano que vem. Isso mostra que, do levantamento de setembro para o de outubro, os bancos reduziram a expectativa de crescimento do PIB em 0,3 ponto porcentual (pp) em 2011 e em 0,2 pp para 2012.

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Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado como medidor oficial da inflação, o levantamento atual mostra que a mediana das expectativas para este ano é de 6,5% e em 2012, de 5,7%. Na pesquisa anterior, as previsões eram de 6,4% no encerramento deste ano e de 5,5% em 2012. Neste caso, a mediana das previsões de inflação para 2011 foi aumentada em 0,1 ponto porcentual e a do ano que vem, em 0,2 ponto porcentual.

A taxa básica de juros, a Selic, segundo os bancos que participaram da pesquisa de outubro, deverá terminar 2011 em 11%, a mesma taxa prevista no levantamento anterior. Para 2012, no entanto, os bancos reduziram a previsão para 10% de uma expectativa anterior que era de 10,63%.

Para o dólar, a mediana das expectativas dos bancos é de que a moeda norte-americana fechará este ano cotada a R$ 1,74 e em 2012, em R$ 1,75. Na pesquisa anterior, as previsões eram de R$ 1,63 e de R$ 1,66 para 2011 e 2012, respectivamente.

Estados Unidos

A economia norte-americana deverá encerrar este ano mostrando um crescimento de 1,7%, segundo a pesquisa da Febraban. Para 2012, a mediana das expectativas dos bancos aponta para uma expansão de 2% do PIB dos EUA. Na pesquisa anterior, as projeções eram de um crescimento norte-americano da ordem de 1,8% em 2011 e de 2,2%, em 2012.

Já a inflação norte-americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) deverá encerrar 2011 em 3% ante projeção de 2,8% na pesquisa anterior, de acordo com os bancos pesquisados em outubro. Para o próximo ano, a previsão é de uma inflação de 2,1% no varejo norte-americano ante 2% no levantamento de setembro.

A taxa básica de juros dos EUA medida pelos Fed Funds deverá encerrar este ano em 0,25% ante 0,3% na pesquisa anterior. Em 2012, a projeção é de que a taxa de juros nos EUA feche em 0,25% ante 0,27% na pesquisa anterior.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste ano, medido em dólares, deverá superar o do Reino Unido, alçando o país ao posto de sexta economia mundial, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A troca de posições acontece devido ao agravamento da crise na Europa, que afeta diretamente o crescimento das principais economias do continente e ameaça países como Grécia, Portugal e Itália.

 

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Uma projeção recente da Economist Intelligence Unit (EIU) aponta que o PIB brasileiro deve fechar 2011 em US$ 2,44 trilhões, enquanto o Reino Unido não contabilizará mais do que US$ 2,41 trilhões.

O Brasil já havia passado a Itália no raking mundial de economias, em 2010, chegando ao sétimo lugar. A previsão, antes da crise, era que o país subisse de posição novamente apenas em 2013.

Contudo, como a economia brasileira cresce menos do que a dos emergentes asiáticos, a Índia deve superar o Brasil como sexta economia mundial em 2013, mas o país deve recuperar o posto no ano seguinte, quando ultrapassará a França.

Ainda segundo a EIU, o até o ano de 2020, o PIB brasileiro deve ultrapassar em volume o acumulado pela Alemanha, maior economia europeia, e se tornar a quinta maior economia mundial.

As expectativas de crescimento da economia brasileira em 2011 e 2012 vêm despencando ao longo dos últimos meses. Já há instituições que preveem que o PIB fique praticamente parado neste segundo semestre e cresça apenas 3%, ou até menos, em 2012. As causas da desaceleração brusca são as medidas de contenção monetárias, creditícias e fiscais tomadas pelo governo e a forte piora da economia internacional, especialmente dos países ricos, com o agravamento da crise europeia. "O componente extra que surpreendeu foi o cenário externo", diz Flávio Samara, economista da consultoria LCA, que prevê crescimento de 3% em 2011 e de 3,3% em 2012.

No início de 2011, a mediana (o número mais frequente) das projeções do mercado para o PIB de 2011 e 2012 era de 4,5%, para ambos os anos. Na última rodada de coleta de expectativas pelo Banco Central (BC), de 21 de outubro, as previsões já tinham caído para 3,3% e 3,51%.

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Esses últimos números possivelmente ainda não refletem o fundo do poço das projeções, cuja tendência inequívoca tem sido de queda, tanto para este ano quanto para o próximo, ao longo de todo o segundo semestre.

A gestora JGP, por exemplo, prevê crescimento de 3,1% em 2011, e de apenas 2,5% em 2012. "Para o ano que vem, pesa muito na nossa projeção o cenário lá fora, com crescimento muito baixo na Europa e nos Estados Unidos", diz o economista Fernando Rocha, sócio da JGP.

A gestora prevê crescimento zero no terceiro trimestre de 2011, e de apenas 0,5% no último trimestre - o que resulta numa economia quase parada no segundo semestre. Coincidentemente, é a mesma projeção para o terceiro e quarto trimestres do banco de investimentos J. Safra, que projeta 3% de crescimento em 2011, e 3,3% em 2012.

O HSBC Brasil vai calibrar para baixo, mais uma vez, a previsão para 2011, que iniciou o ano em 5,1% e já caiu para 3,5%. Mas o economista Constatin Jancso ainda considera a decisão de corte de juros adotada a partir de agosto pelo BC como uma aposta arriscada, mesmo que se revele acertada a posteriori. "Por enquanto, representa uma aposta num cenário que no fundo ainda não se materializou", comenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A economia dos Estados Unidos cresceu 2,5% no terceiro trimestre de 2011, o melhor desempenho em um ano, de acordo com dados preliminares divulgados hoje. O resultado, porém, ficou levemente abaixo da estimativa de alta de 2,7% feita por analistas. O crescimento foi maior que os 0,4% registrados no primeiro trimestre e o 1,3% no segundo trimestre.

No terceiro trimestre, os consumidores gastaram mais com bens duráveis e serviços, e o investimento das empresas aumentou. Os gastos com consumo subiram 2,4%, em comparação com o avanço de 0,7% no trimestre anterior, enquanto os investimentos fixos não residenciais aumentaram 16,3%, depois de subirem 10,3% no segundo trimestre.

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Emprego

O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 2 mil, para 402 mil, após ajustes sazonais, na semana até 22 de outubro, informou hoje o Departamento de Trabalho dos EUA. A queda foi um pouco menor que a prevista por economistas, que esperavam queda de 3 mil solicitações, para 400 mil. O número da semana anterior recuou em 7 mil, para 404 mil, em números revisados.

Na semana encerrada em 15 de outubro, o número total de norte-americanos que recebiam auxílio-desemprego totalizou 3,645 milhões, uma queda de 96 mil, em relação a semana anterior, o ponto mais baixo desde setembro de 2008. A taxa de desemprego para trabalhadores com seguro-desemprego foi de 2,9% na semana até 15 de outubro, ante 0,1% na semana anterior.

Nos EUA, as regras para distribuição do auxílio-desemprego variam de Estado para Estado e nem todos os desempregados têm direito ao benefício. As informações são da Dow Jones.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou hoje para baixo a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2011. Para a entidade, a economia brasileira deve crescer apenas 3,4% este ano. Em julho, a estimativa era de uma expansão de 3,8%.

A produção industrial também foi revista para um patamar inferior ao previsto anteriormente. A projeção que era de 3,2% há três meses, agora passa a ser de apenas 2,2%. No ano passado, o PIB brasileiro cresceu 7,5% e o PIB industrial aumentou 10,1%.

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Os investimentos devem ser os mais afetados pelo menor crescimento da economia este ano. Enquanto a previsão da CNI para o crescimento do consumo das famílias foi mantida em 4,5%, a estimativa para a formação bruta de capital fixo caiu de 8,5% em julho para 5,5%. Em março, essa estimativa era de 9,0%. Apesar disso, a previsão para a taxa de desemprego no País ficou estável em 5,9%.

Inflação e juro

Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano deve chegar ao teto da meta do governo de 6,5%, segundo estimativas da CNI. A estimativa anterior, de julho, apostava em uma inflação de 6,0%.

Com o ciclo de queda da taxa Selic, iniciado pelo Banco Central no fim de agosto, a previsão da CNI para a taxa básica de juros ao fim do ano recuou de 12,5% para 11,0%. Com as duas revisões, a taxa real de juros no País deve ficar em 4,8% na média deste ano.

O bom desempenho da arrecadação dos tributos no ano levou a CNI a revisar sua projeção para o superávit primário do setor público de 2,70% do PIB para 3,0%. Com isso, a projeção para o déficit público nominal, que era de 3,2% em julho, caiu para 2,9%. Da mesma forma, a previsão para dívida pública líquida, que era de 39,5% do PIB, caiu para 39,2%.

O Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Ministério do Planejamento, Maurício Muniz Barreto de Carvalho, afirmou que os investimentos do País devem atingir 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Ele destacou que o patamar é mais elevado que os 15,3% do PIB atingidos em 2003. "As obras do PAC serão importantes para que os investimentos continuem avançando nos próximos anos, a ponto de atingir algo em torno de 25% do PIB em 2014" , disse hoje, em apresentação do oitavo Forum de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo ele, o governo trabalha com a estimativa de que o País deve crescer 5,1% de 2011 a 2014. Ele ressaltou que o PAC desembolsou R$ 619 bilhões do total previsto de R$ 657 bilhões. Para o PAC 2, dos R$ 955 bilhões previstos que serão aplicados naquele quadriênio, as obras que serão concluídas no período devem representar R$ 708 bilhões, ou 74% do total. Dos outros 26% restantes, ou R$ 247 bilhões, os empreendimentos públicos devem ser concluídos depois do encerramento do mandato da presidente Dilma Rousseff, entre eles o complexo do Comperj e a Usina de Belo Monte.

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Carvalho disse ainda que, em função da expansão econômica do Brasil nos últimos anos, a participação da mão de obra formal no total de ocupados deve subir em 51% em 2010 para 53% em 2011.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira (8) que a autoridade monetária opera com autonomia ao definir a taxa básica de juros da economia (Selic) e que a inflação acumulada em 12 meses diminuirá entre 1,8 e 2 pontos porcentuais de agosto/setembro até abril/maio do ano que vem. Em entrevista veiculada na Globo News e na TV Globo, Tombini disse ainda que a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, de 4%, será revisada para baixo até o fim do mês.

"O Banco Central continua operando com autonomia operacional. Ou seja, as nossas políticas são definidas com base no nosso exame da situação econômica do Brasil, nas condições externas e nas perspectivas para a inflação", afirmou Tombini, quando questionado sobre as possíveis pressões sofridas pelo BC para reduzir a taxa Selic de 12,50% para 12% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "A presidenta (Dilma Rousseff) desde o início me disse 'olha, você opera o Banco Central com autonomia, toma as melhores decisões e faça o que o Banco Central pode fazer', que é trazer essa inflação, fazê-la consistente com o regime de metas."

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"Já vínhamos sinalizando a complexidade do cenário internacional. Entre a reunião de julho e de agosto (do Copom), houve uma deterioração marcada no cenário financeiro internacional. Várias áreas econômicas - Europa, EUA e Japão - reduziram suas perspectivas de crescimento, de forma significativa, e isso foi levado em consideração para a tomada de decisão para a redução da taxa de juros no Brasil em 0,50 (ponto porcentual) na reunião de agosto", disse. "Não estamos falando em recessão mundial, estamos falando em desaceleração da economia mundial com desdobramentos sobre a economia brasileira, sobre as perspectivas para a inflação. Por isso, a tomada da decisão nesse momento e não depois", afirmou em outro trecho da entrevista.

Tombini reafirmou que o BC tem como meta o controle da inflação. "O Banco Central não tem outra meta a não ser a meta de inflação. Nesse contexto, nós olhamos as demais políticas, olhamos o ambiente internacional, olhamos o resultado das nossas políticas adotadas até o momento. Tudo isso levado em consideração indicou no sentido da possibilidade de fazer esse ajuste nesse momento, trazer a taxa básica a 12% ao ano."

Para o presidente do BC, os dados indicam que a inflação em 12 meses, atualmente no pico, passará a cair após setembro, o que permitirá que o índice volte a ser conduzido para a meta de inflação em 2012, de 4,5% (com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para mais ou para menos). "Neste terceiro trimestre do ano de 2011 se encerra o ciclo de alta da inflação. Daqui para frente, os próprios analistas estimam, nas suas projeções que nós recolhemos aqui no Banco Central, uma queda entre 1,8 e 2 pontos de porcentagem da inflação acumulada em 12 meses entre este pico de agora, de agosto/setembro, até abril/maio do ano que vem", disse Tombini. "A partir do momento em que a inflação começa a cair mais fortemente, isso permitirá à sociedade entender melhor esta estratégia, e nós vamos, sim, conduzir esta inflação para a meta em 2012."

PIB

Durante a entrevista, Tombini confirmou que a projeção de crescimento para o PIB em 2011 será alterada até o fim de setembro. "A nossa projeção até o momento é de crescimento de 4% em 2011. Este número será revisado no fim do mês", disse. Tombini elogiou ainda a estratégia de corte de gastos do governo. "O governo vem mostrando determinação fiscal robusta, uma situação fiscal que diferencia o País", afirmou.

O comércio decidiu adiar as encomendas de fim de ano às indústrias e projeta um Natal moderado, com crescimento de 5% sobre o de 2010, que foi o melhor da década. Apesar de positivo, o acréscimo é bem menor que o registrado em 2009 e 2010, quando a taxa foi de dois dígitos (15%). O desempenho também está aquém da projeção inicial da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que era de 7% e foi reduzida para 5%.

A cautela do varejo se mantém mesmo após o Banco Central (BC) ter cortado em 0,5 ponto porcentual os juros básicos, hoje em 12% ao ano. Estoques elevados nas fábricas, perda de fôlego no consumo em julho e agosto e acirramento da crise nos EUA e na Europa aumentaram as incertezas em relação aos volumes de pedidos para o Natal. "As lojas vão esperar até o último momento para fechar as encomendas", diz o economista da ACSP, Emílio Alfieri, relatando depoimentos feitos por varejistas em recentes reuniões.

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Ele observa que, apesar de os números ainda serem positivos, houve uma forte desaceleração das vendas nos últimos dois meses. Em julho e agosto, a média de consultas para vendas à vista e a prazo cresceu 2,6% em relação a igual período de 2010. No primeiro e no segundo trimestres deste ano, as taxas anuais de crescimento haviam sido de 7,7% e 5,7%, respectivamente. "Foi uma queda forte", diz.

Ele ressalta que a correlação entre as vendas no varejo e o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) é grande e que a desaceleração é o primeiro estágio da recessão. Observando esses sinais, provavelmente, diz ele, o BC decidiu cortar os juros agora para evitar que a variação do PIB seja nula ou negativa no primeiro trimestre do ano que vem. Outros especialistas dizem que, como o emprego e a renda ainda apresentam bom desempenho, é pouco provável que a economia sofra uma retração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O consumo das famílias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 1,0% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano. Já na comparação com o segundo trimestre de 2010, o consumo das famílias aumentou 5,5% no segundo trimestre deste ano. No primeiro semestre de 2011, o consumo das famílias cresceu 5,7% em relação ao primeiro semestre de 2010. Nos 12 meses encerrados em junho deste ano, o consumo das famílias acumula alta de 6,2%. O IBGE anunciou hoje os dados das Contas Nacionais Trimestrais.

Segundo o instituto, o consumo do governo, por sua vez, teve alta de 1,2% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2011. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o consumo do governo subiu 2,5%. No primeiro semestre de 2011, o consumo do governo cresceu 2,3% em relação ao primeiro semestre de 2010. Em 12 meses até junho, o consumo do governo acumula alta de 2,4%.

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FBCF

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 1,7% no segundo trimestre contra o primeiro trimestre do ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2010, a FBCF avançou 5,9% no segundo trimestre deste ano.

No primeiro semestre de 2011, a FBCF cresceu 7,3% em relação ao primeiro semestre de 2010. Em 12 meses até junho, a FBCF acumula elevação de 11,9%.

Segundo o IBGE, a taxa de investimento (FBCF/PIB) no segundo trimestre de 2011 foi de 17,8%, contra 18,2% no segundo trimestre do ano passado.

Revisão

O IBGE revisou para menos a variação do PIB do primeiro trimestre de 2011 ante o quarto trimestre de 2010, de +1,3% para +1,2%. O instituto revisou para cima, de 1,6% para 1,8%, a variação do PIB do segundo trimestre de 2010 ante o primeiro do mesmo ano. O IBGE revisou também de 0,8% para 0,7% a variação do PIB do quarto trimestre de 2010 ante o terceiro do mesmo ano.

A China é a locomotiva do crescimento mundial, conforme enfatizou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública no Senado, e o Brasil tem saldo comercial positivo com esse país. "Se a China balançar, vai balançar muita gente", previu o ministro, salientando que a trajetória de crescimento daquele país vem sendo trilhada há mais de 30 anos. "Mas se a China balançar, o preço das commodities pode cair. Vamos ver se baixam o nível de atividade sem nos prejudicar", analisou.

Ainda sobre o mercado internacional, o ministro salientou que os Estados Unidos poderão "apelar" para a terceira fase do afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) e que não há mais espaço naquele país para redução dos juros. "A meu ver, a saída é fazer política fiscal para recuperar a economia", disse.

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O reflexo dessa situação mundial sobre o Brasil, segundo Mantega, é que o País terá de "pagar o preço" de ter de trabalhar com uma enxurrada de dólar no mundo. Por isso, segundo ele, medidas de controle de capital continuarão a ser tomadas se for identificada a necessidade dessa ação. "Medidas não se anunciam, se fazem", voltou a dizer.

Na avaliação de Mantega, desde 2008, o governo está adotando medidas ligadas ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e que têm mostrado efeito. "Sem elas, o câmbio estaria em R$ 1,20, em R$ 1,30 há muito tempo e isso teria quebrado a indústria lá atrás, com a entrada de produtos estrangeiros", considerou.

O ministro disse ainda que os juros brasileiros, mais elevados do que na maior parte do mundo, são "atrativos fantásticos", principalmente quando vistos a partir de países que não ganham nada com juros. "No Japão, por exemplo, aplicar o dinheiro no Brasil é uma maravilha." Mesmo assim, conforme Mantega, ao decidir sobre o rumo da política monetária, o Banco Central não pode se ater apenas para questões de arbitragem. "É preciso olhar para outros pontos também, principalmente a inflação", considerou.

PIB

Mantega afirmou que, se houver piora do cenário internacional, o governo adotará medidas para evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Se o PIB estiver abaixo do que estamos trabalhando, temos muitas armas monetárias. Os juros e os compulsórios podem ser usados para não deixarmos a economia cair abaixo do que estamos trabalhando", afirmou.

O ministro previu que a economia brasileira dará sinais de menor aceleração no terceiro trimestre e voltará a acelerar no período de outubro a dezembro. "De fato, a economia vem se desacelerando. O próprio governo promoveu isso", disse. Mantega salientou que, no ano passado, a economia estava muito acelerada e a inflação, em elevação. "Por isso, o governo tomou várias medidas para desaceleração, mas sem derrubar economia", enfatizou.

Esta trajetória já era esperada pelo governo, conforme o ministro. Segundo ele, a expansão no ano passado era de 7,5% e, agora, a trajetória é de 4,5%. "Um PIB de 4% não é mau para um ano de transição e para história do Brasil", avaliou.

Apesar dessa estimativa de desaquecimento, Mantega não enxerga impactos sobre a arrecadação. "Não haverá impacto na arrecadação. Ela é consequência do que aconteceu em 2010 e tem a ver também com o fato de o Refis de 2009 ter começado a funcionar agora." Tampouco, o ministro vê problemas nas contas públicas. Para ele, as despesas estão equilibradas.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alessandro Teixeira, mostrou-se confiante que o desempenho da economia brasileira neste ano e no próximo será favorável, a despeito do agravamento da crise financeira internacional. "Acredito que o crescimento neste ano deve chegar a 4%", comentou Teixeira, ressaltando que tal marca também poderá ser repetida em 2012.

Teixeira destacou que o Brasil tem um mercado interno muito forte, que é seu principal motor para viabilizar a expansão da economia em patamares favoráveis por um prazo longo. Mesmo assim, o secretário observou que no próximo ano ainda há incertezas sobre o desempenho da economia brasileira, diante de potenciais impactos da retração da economia mundial para o País, especialmente na área de investimentos e exportações de produtos nacionais para o mundo.

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O secretário manifestou-se favorável que os juros do País tenham um patamar melhor, corroborando declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, no fim de semana ao jornal O Estado de S. Paulo. Pimentel disse que esperava ardorosamente que a taxa Selic (juro básico da economia) caísse no segundo semestre. "Todo mundo quer juros menores. Mas a condução da política monetária é de competência do Banco Central e ele vai avaliar qual deve ser a melhor decisão para o País na próxima reunião de 30 e 31 de agosto", disse. "A prioridade é o combate à inflação, pois ela pune muito mais a população mais simples", afirmou.

Classificação

O secretário-executivo do MDIC destacou hoje que as condições econômicas do País, sobretudo o bom desempenho fiscal e o avanço do crescimento sustentado com inflação sob controle, ao mesmo tempo em que melhora de forma substancial a distribuição de renda, credenciam o Brasil a receber melhores avaliações das agências de classificação de risco. "O Brasil merece posições de rating (nota) muito melhores, pois, inclusive, apresenta condições econômicas bem mais favoráveis do que muitos países, alguns deles europeus", afirmou.

Teixeira citou o caso, por exemplo, da Itália. O país, cujo primeiro-ministro é Silvio Berlusconi, possui uma dívida pública próxima a 120% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é, em termos proporcionais, duas vezes maior que a relação entre dívida e PIB do Brasil, que atinge 56% em termos brutos.

As autoridades dos Estados Unidos podem abalar a já fraca recuperação econômica se adotarem cortes imediatos de gastos e subirem impostos, afirmou o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês). Porém, um acordo sobre um plano fiscal de longo prazo seria benéfico para a economia. Em relatório, o CBO alertou que, até o fim deste ano, a dívida federal atingirá cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior porcentual desde pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

O escritório de pesquisa não partidário do Congresso disse ainda, em sua previsão de longo prazo, que os enormes déficits orçamentários dos EUA que estão agora sendo debatidos em Washington "provavelmente diminuirão marcadamente" durante os próximos anos, à medida que a economia se recuperar e as medidas de estímulo expirarem.

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Apesar da previsão, o documento destaca que o rápido crescimento dos gastos em programas de benefícios, como Seguridade Social e Saúde, bem como a aposentadoria da geração dos baby boomers, continuarão a comer uma porção maior do orçamento federal ao longo dos próximos 25 anos.

O CBO afirmou que, se as atuais leis forem mantidas, o programa de Seguridade Social e os maiores programas obrigatórios de saúde representarão 15% do PIB dos EUA em 2015, uma alta de 10% ante a proporção atual. O escritório disse que o gasto total do governo, excluindo o pagamento de juro, foi em média de cerca de 18,5% nos últimos 40 anos. "A previsão orçamentária para a próxima década em diante é desanimadora", ressaltou o CBO no relatório.

Discussão política

O governo Obama e os membros republicanos e democratas do Congresso têm debatido por meses como e em qual prazo os EUA deveriam começar a lidar com seus déficits anuais. O vice-presidente, Joe Biden, conduziu recentemente conversações com os principais membros dos partidos para alcançar um acordo para elevar o teto da dívida do governo, a fim de evitar um default, bem como para adotar um plano fiscal mais amplo e sustentável.

A principal questão para democratas e republicanos é sobre qual é a melhor forma de alcançar um equilíbrio melhor entre as receitas e os gastos federais. Alguns legisladores, principalmente do partido Republicano, pediram que cortes de gastos imediatos neste ano fossem incluídos em qualquer acordo para aumentar o limite máximo da dívida dos EUA.

Mas o CBO alertou para essa abordagem no relatório, argumentando que a execução de "tais mudanças enquanto a atividade econômica e o emprego continuam bem abaixo de seus níveis potenciais poderá desacelerar o crescimento econômico" do país.

Ainda assim, o escritório concordou com a posição do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, de que os EUA precisam de um plano fiscal crível de médio e longo prazo, para evitar um efeito prejudicial do crescimento dos déficits e um aumento da dívida.

O relatório destacou ainda que uma falha em lidar com os níveis de endividamento crescentes restringirá a capacidade dos formuladores de políticas públicas de responder a uma crise econômica, a reduções da poupança nacional e a uma potencial diminuição no investimento doméstico. As informações são da Dow Jones.

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