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Mesmo já tendo realizado na terça-feira, 1, parte do lucro obtido ao longo do mês de março, os investidores ainda veem espaço para mais ajustes, o que deixa o Ibovespa sem força para avançar. Antes da abertura dos pregões de Nova York, o índice doméstico já oscilava ao redor da estabilidade, com Vale e bancos na linha d'água. Por volta das 10h20, os papéis da Petrobras passaram a mostrar ligeira alta, sustentando a bolsa no terreno positivo.

Após a abertura dos Estados Unidos, em baixa, o pregão doméstico seguiu de lado. Nos EUA, pesa a informação de que o relatório de emprego do setor privado da ADP veio abaixo do esperado, mas mostrou recuperação do setor, no melhor nível de contratações dos últimos três meses. Na sexta-feira, será conhecido o dado oficial do mercado de trabalho (payroll).

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Às 10h33, o Ibovespa avançava 0,05%, aos 50.292,30 pontos. Petrobras PN subia 0,25%, com Vale PNA (+0,11%) e Itaú (-0,18%) limitando os ganhos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuava 0,05% e Dow Jones caía 0,07% no mesmo horário.

Ontem, a Bovespa realizou parte dos ganhos mais recentes, mas o avanço dos índices de ações em Nova York impediu uma queda mais acentuada. A Bolsa de São Paulo teve baixa de 0,29%, aos 50.270,37 pontos.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou o resultado da produção industrial de janeiro ante dezembro, para alta de 3,8%. Na leitura inicial, o avanço havia sido de 2,9%. O instituto também revisou as taxas de crescimento, para o mesmo período, de bens de capital (13,3%, de 10,0% na leitura inicial), bens intermediários (1,6%, de 1,2%), de bens de consumo duráveis (4,8%, de 3,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (1,5%, de 1,2%).

A revisão tem relação direta com a retificação de informações originais fornecidas principalmente pela categoria de bens de capital, explicou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.

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"Essas revisões foram puxadas especialmente por máquinas e equipamentos", disse. Além disso, o acréscimo da informação sobre fevereiro na série contribuiu para a revisão de grande magnitude. "Diferentemente de outros anos, não houve a ocorrência do carnaval nesse mês. Isso acaba trazendo retificação maior para o dado original, mas é algo normal", explicou Macedo. Segundo ele, o ajuste sazonal acaba levando a uma nova ponderação dessas informações sempre que um dado é acrescentado à série.

Os índices futuros apontam para um abertura em alta das bolsas norte-americanas neste início de semana. Em dia de dados sobre a produção industrial nos Estados Unidos, a crise na Ucrânia volta a influenciar o humor dos investidores e a grande dúvida é o que vai acontecer agora que o referendo da Crimeia decidiu pela anexação da região à Rússia. Às 10h20 (de Brasília), o Dow Jones futuro avançava 0,65%, o Nasdaq subia 0,60% e o S&P 500 ganhava 0,60%.

Apesar do bom humor no mercado na manhã desta segunda-feira, 17, que já esperava que o referendo aprovasse a anexação da Crimeia, a expectativa de bancos e corretoras é que esta seja uma semana de volatilidade nas bolsas por conta da crise na Ucrânia e da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que começa amanhã e termina na quarta-feira e será seguida por uma entrevista à imprensa da presidente Janet Yellen.

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O referendo que foi aprovado no domingo, 16, na Crimeia não é reconhecido pelos EUA e pela União Europeia. Segundo o Wall Street Journal, os ministros da UE se reuniram ontem em Bruxelas para discutir a situação e em nova reunião hoje adotaram algumas sanções contra autoridades da Rússia e da Crimeia.

Para o economista sênior do TD Bank, Michael Dolega, os próprios dirigentes do Fed devem estar preocupados com a escalada da crise na Ucrânia e o tema deve ser mencionado na reunião desta semana. Mas ele não acredita que o banco central vai interromper o ritmo de redução das compras de ativos. Ele aposta em novo corte de US$ 10 bilhões no ritmo mensal. No caso da crise com a Rússia, Dolega avalia que deve ocorrer uma intensificação das sanções dos EUA e da UE já a partir desta segunda-feira.

Na semana passada, destaca o economista, o índice S&P 500 recuou 2% em meio ao aumento da tensão na Ucrânia e a indicadores fracos da economia da China e praticamente zerou os ganhos de pregões anteriores. Por enquanto, Dolega diz que o banco não prevê uma piora do conflito entre Rússia e o Ocidente, mas destaca que a incerteza vai continuar pesando na confiança e na aversão ao risco dos investidores mundo afora.

Em Wall Street, o indicador mais esperado nesta segunda era a produção industrial de fevereiro, que foi divulgada há pouco e mostrou crescimento de 0,6% em fevereiro ante janeiro. A projeção dos economistas era de aumento de 0,1%. Na região de Nova York, a indústria também mostrou melhora, de acordo com o índice Empire State, calculado pelo Fed. O indicador ficou em 5,6 em março, acima dos 4,5 de fevereiro. Pela metodologia do índice, números acima de zero indicam expansão da indústria.

No mundo corporativo, a Herbalife, que fabrica produtos para emagrecimento, deve seguir no radar dos investidores. As ações registraram queda de 10% na semana passada, após a Comissão de Comércio Federal anunciar que está investigando a empresa, acusada de operar no esquema de pirâmide. Já a Herbalife afirmou que vai colaborar com as investigações, que serão úteis para mostrar o que de fato é a empresa e como funciona. No pré-mercado, o papel recuava 0,11%.

A operadora inglesa de telefonia móvel Vodafone anunciou a compra da espanhola Ono por cerca de US$ 10 bilhões. Na consolidação global do setor, a norte-americana AT&T já tentou comprar a Vodafone. No pré-mercado, o American Depositary Share (ADS) da companhia inglesa subia 1,03% em Nova York. A AT&T ganhava 0,28%.

Apesar da expansão de 3,5% na produção industrial de São Paulo na passagem de dezembro para janeiro, a indústria do Estado ainda está 9,6% abaixo do seu pico histórico, registrado em março de 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção no parque industrial paulista tinha registrado queda de 1,6% em novembro, seguida de recuo de 5,8% em dezembro. "São Paulo acumulou uma perda de 7,3% nesses dois meses", calculou Rodrigo Lobo, pesquisador da Coordenação de Indústria do IBGE. "Então, esse avanço de 3,5% não recupera a queda", acrescentou.

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Em janeiro, houve crescimento disseminado entre as atividades do Estado em relação a dezembro. "A gente consegue perceber que diversas atividades encontram-se num patamar acima de dezembro de 2013. Parte desse crescimento foi impactada pelo retorno de trabalhadores de férias coletivas. A gente percebe isso com mais intensidade nas atividades que são mais pesadas, como veículos automotores e máquinas e equipamentos", apontou Lobo.

A atividade de veículos automotores responde por 11,6% da produção da indústria paulista, enquanto o segmento de máquinas e equipamentos pesa 8,7%.

A produção industrial da zona do euro caiu 0,2% em janeiro ante dezembro de 2013, de acordo com dados publicados pela agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat. A queda contrariou as expectativas de 22 economistas consultados pelo Wall Street Journal, de uma alta de 0,5%.

O declínio na produção não foi generalizado em toda a zona da moeda, com aumentos registrados na Alemanha e na Espanha. No entanto, houve uma queda muito acentuada na Holanda, o quinto maior membro da zona do euro, que registrou uma baixa de 6,4% na produção em relação a dezembro, enquanto, na Finlândia, a produção caiu 3,5% e, na França, teve baixa de 0,3%.

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Por outro lado, a Eurostat informou que, na comparação anual, a produção industrial teve alta de 2,1% em janeiro, ante uma previsão de expansão de 2,0%.

Os números para dezembro foram revisados para cima e a Eurostat estima agora que a produção do bloco da moeda caiu 0,4% no mês, depois de ter calculado anteriormente um recuo de 0,7%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os dados da produção industrial de janeiro vieram melhores do que o esperado pela economista Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, mas continuam indicando volatilidade do setor e não chegam a animá-la. Segundo ela, os números foram inflados em grande parte pela produção de caminhões. "Foi um pouco melhor, praticamente em função da produção de caminhões, o que ajudou a inflar bens de capital", afirmou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado.

Segundo a economista, o avanço de 10% da produção de bens de capital, na margem, e de 2,5% na comparação com janeiro de 2013, reflete os estímulos do governo concedidos à produção de caminhões. "Também é um reflexo do que ocorreu antes, da queda passada", explicou, ao se referir à retração de 3,50% da produção industrial em dezembro e que hoje foi revisada para declínio de 3,7% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A alta de 2,9% da produção industrial, na margem, veio mais intensa do que a esperada pelo Banco ABC Brasil, que previa crescimento de 2,6%. Na comparação com janeiro de 2013, a queda de 2,4% foi menos expressiva do que o recuo de 3,4% previsto pelo banco. O resultado da produção da indústria em janeiro em relação a dezembro, com ajuste sazonal, ficou dentro do intervalo das expectativas dos analistas na pesquisa do AE Projeções (de 1,00% a 3,20%, com mediana de 2,50%). O dado no confronto com janeiro de 2013 também veio conforme o esperado pelo mercado, cujas previsões eram de baixa de 1,20% a 5,00%, e mediana negativa de 3,40%.

Mariana diz ainda que os efeitos do fim dos incentivos a bens duráveis já começam a ser mais perceptíveis. Segundo o IBGE, a categoria de bens de consumo duráveis subiu 3,8% ante dezembro, mas caiu 5,4% em relação a janeiro de 2013. "Na comparação interanual, trata-se da quarta queda consecutiva. Foi influenciada basicamente pela queda da produção de automóveis e de linha branca", disse.

A economista afirmou que, apesar de os números terem ficado um pouco melhores do que o previsto e a produção de bens de capital ter avançado, é preciso cautela. "Se a alta em bens de capital fosse disseminada, ficaria feliz, mas a indústria segue volátil. É preciso avaliar os próximos dados da indústria. O crescimento dos outros setores não chegou a apagar as quedas passadas", concluiu.

A produção de automóveis apresentou recuo de 18,2% em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado puxou a queda de 5,4% na produção de bens duráveis no período.

A redução na fabricação de automóveis pode ser já um reflexo da diminuição nas exportações brasileiras para a Argentina, mas ainda não é possível mensurar esse impacto, avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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"A gente não sabe exatamente o quanto isso foi impactado (pela redução nas exportações para a Argentina). A questão de nível de estoque é algo importante, isso leva a um ritmo de produção mais moderado do setor, tentando regular a produção corrente com o estoque existente", justificou Macedo.

Na direção oposta, a fabricação de caminhões teve um aumento de 8,7% em janeiro, em relação a janeiro de 2013. "Caminhões vão na contramão desse resultado de automóveis", apontou o gerente do IBGE.

Como resultado, o setor de bens de capital teve expansão de 2,5% em janeiro ante janeiro do ano passado. "A categoria de bens de capital cresce há 13 meses. A produção cresceu durante todo o ano de 2013, mais em janeiro de 2014", lembrou o pesquisador.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou a produção industrial de dezembro ante novembro do ano passado, de um recuo de 3,5% para queda de 3,7%. A taxa de outubro ante setembro também foi revista, de 0,3% para 0,5%.

Já a produção de bens de capital em dezembro ante novembro passou de recuo de 11,6% para queda de 12,2%. A taxa de novembro ante outubro saiu de -3,5% para -3,2%.

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A produção de bens intermediários de dezembro ante novembro foi revista de -3,9% para -4,2%.

A produção de bens de consumo duráveis saiu de queda de 3,0% para recuo de 4,4% em dezembro ante novembro.

O avanço de 2,9% na produção industrial na passagem de dezembro para janeiro ainda não foi suficiente para recuperar a perda de 4,3% acumulada nos dois últimos meses de 2013, avaliou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Janeiro tem uma melhora, que foi bastante disseminada entre as categorias de uso e as atividades, mas ainda tem espaço para a indústria se recuperar da queda dos dois últimos meses de 2013", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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A produção da indústria brasileira ainda se encontra 4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, contou Macedo. "Quando eu comparo como ela terminou o ano, ela está num patamar melhor. Foi um crescimento importante, numa magnitude elevada, mas que ainda assim não recupera a queda no fim do ano. O que é mais positivo é o perfil disseminado (de resultados positivos)", avaliou.

O dólar opera em queda ante o real, influenciado pelo resultado da produção industrial de janeiro, que veio dentro do esperado e ajuda a tirar pressão dos negócios. A produção industrial mostrou alta de 2,9% ante dezembro e queda de 2,4% em relação a janeiro de 2013. Na comparação mensal, as expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções iam de expansão de 1,00% a 3,20%, com mediana positiva de 2,50%. Em relação a janeiro de 2013, as estimativas variavam de queda de 1,20% a 5,00%, com mediana negativa de 3,40%.

Assim que o resultado saiu, o dólar futuro para abril bateu a máxima de R$ 2,3715 (+0,27%) e no minuto seguinte atingia a mínima de R$ 2,3665 (+0,06%). Às 9h22, o dólar futuro tinha virado e caía 0,15%, a R$ 2,3600. O dólar à vista no balcão abriu em alta, em linha com o movimento visto ante o euro e moedas emergentes, mas nesse horário caía 0,09%, a R$ 2,3500, na mínima. O resultado da produção industrial foi bem recebido e "ajuda também a conduzir os preços para o lado negativo", disse uma fonte.

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O Banco Central realizou na manhã desta terça-feira, 11, o leilão de swap cambial tradicional, com oferta será de até 4 mil contratos (US$ 200 milhões), divididos em dois vencimentos: 1º de outubro e 1º de dezembro de 2014. O resultado estará disponível a partir das 9h50. Mais tarde, das 11h30 às 11h40, o BC realizará o leilão de rolagem de parte dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de abril de 2014. Agora, os investidores aguardam os dados de produção de veículos da Anfavea, às 10h30, e os indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), às 11 horas.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China reduziu a sua meta de crescimento para a produção industrial do país em 2014 para 9,5%, de 10% em 2013. A meta é inferior ao crescimento da produção industrial chinês no ano passado, que avançou 9,7%.

O ministério reduziu as suas metas de produção industrial nos últimos anos, à medida que o governo chinês vem buscando mais qualidade de crescimento econômico através de reformas. Fonte: Market News International.

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A produção industrial da zona do euro registrou queda no fim de 2013, desapontando as previsões do mercado. O resultado também sugere que a economia se expandiu no último trimestre do ano passado, mas em um ritmo mais reduzido.

Dados da Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia, mostram que a produção industrial da zona do euro caiu 0,7% em dezembro ante novembro e avançou 0,5% na comparação anual. Os números ficaram abaixo da previsão, que esperavam uma queda mensal de 0,3% e um ganho anual de 2%.

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Os números de novembro foram revisados: de 1,8% para 1,6% na comparação mensal, e de 3% para 2,8 na base anual. O mês de novembro apresentou o melhor resultado da indústria desde maio de 2010.

A queda em dezembro foi geral entre os 18 países do bloco. Os resultados da Alemanha e da Itália já haviam sinalizado esta tendência, com queda de 0,7% e 0,9% nas comparações mensais, respectivamente.

A produção de energia recuou 2,1% em relação em novembro, assim como a produção de bens de capital. Fonte: Dow Jones Newswires

O desempenho negativo da indústria em dezembro do ano passado fez a produção nacional ficar 6,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrado em maio de 2011.

A produção industrial caiu 3,5% na passagem de novembro para dezembro, com recuo em 22 dos 27 ramos investigados. Mas a queda também foi disseminada entre os produtos investigados. O índice de difusão, que mostra o porcentual de produtos com aumento na produção, ficou em 46,6% em dezembro, contra um resultado de 48,6% em novembro.

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"O índice de difusão dá a dimensão desse dezembro mais fraco, com o porcentual de 48,6% de produtos investigados com crescimento na produção em novembro passando para 46,6% em dezembro", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Entre as categorias de uso, o índice de difusão mostrou deterioração para a produção de bens de capital, que passou de uma fatia de 62,9% dos produtos investigados com crescimento em novembro para 56,7% em dezembro; bens intermediários, cujo índice de difusão saiu de 49,0% em novembro para 46,6% em dezembro; e bens de consumo duráveis, que passou de 42,9% para 35,7%. A única categoria com melhora no índice de difusão em dezembro foi a de bens de consumo semi e não duráveis, que avançou de 42,2% em novembro para 44,2% para o último mês de 2013.

A queda forte e generalizada na produção industrial de dezembro acaba se traduzindo em uma perspectiva não muito boa para esse início de ano, avaliou Newton Camargo Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos. "Dezembro surpreendeu pela intensidade da queda e devemos começar o ano ainda com uma redução ou até com a produção negativa", afirmou.

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial caiu 3,50% em dezembro de 2013 ante novembro do mesmo ano, na série com ajuste sazonal. Em 2013, a produção da indústria acumulou alta de 1,20%.

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De acordo com o economista, o cenário do ano passado já era esperado. "A atividade permanece estagnada desde meados de 2010. O quadro vem se repetindo e não traz nenhuma novidade", disse. Segundo ele, a indústria está "presa na armadilha de custos crescentes, sem conseguir repassá-los aos preços". "Nem os incentivos dados pelo governo conseguiram ter força para reverter esse quadro de estagnação", disse.

Camargo Rosa reforçou que não há sinais de recuperação no curto prazo. "Acredito que em 2014 não vamos ter um quadro muito diferente do ano passado. Devemos manter esse crescimento baixo, talvez um pouco maior do que 1,20%", afirmou. Segundo ele, não há perspectivas positivas nem no cenário externo nem internamente para alterar o quadro de estagnação que o setor enfrenta.

"Do lado externo é pouco provável que haja alguma grande mudança, ainda há uma contração na economia mundial e temos importantes compradores, como a Argentina e a Venezuela, em crise, o que afeta o setor exportador", explicou. No lado interno, o economista destaca que a indústria deve conviver com juros altos e um mercado de trabalho que tende a se enfraquecer ao longo do ano. "Com isso, a renda deve diminuir e o consumo tende a ter crescimento modesto."

Ele destaca, no entanto, como um possível ponto positivo de estímulo à indústria, uma efetiva recuperação da economia norte-americana. "Caso haja um crescimento mais forte dos Estados Unidos isso pode dar um alento para a produção industrial brasileira", afirmou. Camargo Rosa descartou o efeito da realização da Copa do Mundo no Brasil como possível impulsionador da indústria nacional. "O impacto que podia acontecer já aconteceu. Agora a Copa deve ter uma influência maior no setor de serviços e turismo", disse.

A produção industrial norte-americana avançou 0,3% em dezembro na comparação com novembro, em termos sazonalmente ajustados, informou o Federal Reserve. A alta ficou em linha com a expectativa dos economistas ouvidos pela Dow Jones. Em todo o ano de 2013, a produção industrial avançou 3,7% ante 2012.

A utilização da capacidade instalada subiu 0,1 ponto porcentual, para 79,2%. Em novembro, a produção foi revisada para alta de 1,0%, de estimativa anterior de avanço de 1,1%.

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A produção do setor de manufatura, o maior componente da produção industrial, subiu 0,4% em dezembro - no quinto ganho mensal consecutivo. A alta foi puxada pela produção de automóveis e equipamentos elétricos.

A produção industrial nas 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem seguido o ritmo irregular da indústria nacional, alternando taxas positivas e negativas, avaliou o técnico Fernando Abritta Figueiredo, da coordenação de indústria do Instituto.

Segundo ele, fatores como a alta de juros, a inflação elevada e o crescimento menor do crédito - o que derruba o consumo das famílias e compromete a confiança do empresariado - ajudaram a dar volatilidade ao indicador.

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Em São Paulo, onde a produção caiu 0,3% em novembro ante outubro, os resultados têm sido igualmente erráticos, como se observa na sequência de resultados em agosto (+3,8%), setembro (-2,1%) e outubro (+2,3%).

Na comparação anual, a indústria paulista produziu 0,6% menos do que em novembro de 2012. Nesse tipo de comparação, 10 das 20 atividades mostraram arrefecimento na produção, com destaque para a indústria farmacêutica (-16%), edição e impressão (-15,2%) e alimentos (-8,1%), ressaltou Figueiredo. Outros setores em queda foram vestuários, bebidas e borrachas e plásticos.

A boa notícia, segundo Figueiredo, é que a indústria de máquinas e equipamentos está em alta. Em novembro, a expansão foi de 12,9% em relação a igual mês do ano anterior.

Entre as principais quedas, Goiás e Santa Catarina anularam boa parte da expansão que vinham tendo nos últimos meses. No Estado goiano, onde a produção de medicamentos genéricos é um braço forte da indústria, o setor de farmacêuticos tem registrado forte oscilação. Esse desempenho compromete a atividade de produtos químicos, que gerou grande peso negativo em novembro.

Ainda em Goiás, o setor de alimentos e bebidas e a indústria extrativa também registraram queda na atividade em novembro em relação a igual mês do ano anterior. Apesar disso, o Estado ainda sustentou alta de 9,2% nesse tipo de comparação (a despeito de ser o destaque de queda, com -4,1% em novembro ante outubro).

Já em Santa Catarina, a queda de 3,1% em novembro ante o mês imediatamente anterior veio acompanhada de uma retração de 2,7% em relação a novembro de 2012.

Segundo Figueiredo, 6 das 11 atividades no Estado recuaram, com destaque para máquinas e equipamentos, alimentos e celulose.

Positivo

No Nordeste e na Bahia, a forte recuperação da produção industrial na margem recupera parte das perdas recentes, causadas principalmente pelo apagão na região, avaliou Figueiredo. Ainda assim, no caso do Nordeste, a queda na indústria de alimentos, que tem peso importante na região, impede uma recuperação ainda maior e coloca a produção de novembro ainda em recuo de 0,3% em relação a novembro de 2012.

Na Bahia, a boa notícia é a recuperação de 4,6% na indústria de produtos químicos em relação a igual mês de 2012. "No polo de Camaçari, o apagão afetou a produção, e é uma atividade difícil de retomar mesmo depois da normalização (do fornecimento de energia)", analisou Figueiredo.

A produção industrial recuou em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de outubro para novembro. Em São Paulo, houve queda de 0,3% em novembro, depois de um avanço de 2,3% em outubro. Em relação a igual mês de 2012, a queda foi de 0,6%. Em 2013, até novembro, a indústria paulista avançou 1,4%, porcentual idêntico à média nacional.

O destaque negativo entre as regiões foi Goiás, que registrou retração de 4,1% no período, anulando boa parte da expansão de 6,7% acumulada entre julho e outubro. Também registraram recuo na produção industrial em novembro os estados de Santa Catarina (-3,1%), Ceará (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,4%), Paraná (-0,7%), Amazonas (-0,4%), Pará (-0,2%) e Espírito Santo (-0,1%).

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Na contramão, tiveram alta na produção a Região Nordeste (6,5%), Bahia (4,4%), Pernambuco (3,0%), Minas Gerais (0,3%) e o Rio de Janeiro (0,2%). No acumulado do ano, 11 das 14 regiões registram crescimento. O número é igual ao observado em outubro. Sete das 11 regiões estão crescendo acima da média nacional, que é de 1,4%, além de São Paulo, com porcentual igual a este.

A queda da produção industrial no mês de novembro, de 0,2% em relação a outubro, surpreendeu positivamente, na avaliação do economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. Para ele, o dado atenua o pessimismo com a atividade no quarto trimestre de 2013, mas não quer dizer que a situação seja favorável.

Ele lembrou que as expectativas para a atividade pioraram na terça-feira, 7, após a divulgação das quedas da produção de veículos em dezembro na margem e na comparação interanual, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Há uma expectativa muito ruim para o quarto trimestre e a indústria em novembro mitiga parte desse pessimismo", afirmou. "Em linhas gerais, a indústria deve crescer no quarto trimestre ante o terceiro, mas ainda assim não dá para esperar dados brilhantes, espetaculares", ponderou.

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Serrano esperava recuo de 1% para a indústria em novembro ante outubro, taxa que coincidia com a mediana das estimativas colhidas pelo AE Projeções. As expectativas coletadas pelo serviço do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, nesta comparação, iam de -0,60% a -1,50%. "O resultado veio melhor que a melhor das estimativas", disse o economista do Besi. Ele destacou que o segmento de bens intermediários surpreendeu, com crescimento de 1,2%, na margem. "É um fator positivo".

"Já um fator negativo é a queda de 2,6% de bens de capital", continuou Serrano. "O setor industrial que produz bens de capital não performa como no primeiro semestre de 2013. Assim, temos o velho problema de não conseguir crescer com investimento e por isso vislumbramos um crescimento modesto à frente", completou, prevendo um primeiro trimestre de 2014 fraco e já afetando as expectativas para o ano todo.

A Bolsa de São Paulo abriu a sessão desta quarta-feira, 8, em alta, sustentada pelo resultado da produção industrial acima do esperado, apesar de a indústria ter registrado queda de 0,2% em novembro ante outubro. Por volta das 10h20, o Ibovespa avançava 0,37%, aos 50.615 pontos.

Destaque ainda para as ações da Petrobras, que têm ganho no início dos negócios, depois do tombo de ontem em decorrência de uma captação de recursos no exterior que elevou ainda mais a dívida da estatal.

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Ainda assim, a cautela prevalece antes de importantes dados norte-americanos. A pesquisa da ADP sobre a criação de empregos no setor privado norte-americano em dezembro sai às 11h15 e a ata da última reunião de 2013 do Federal Reserve será publicada às 17 horas. No mesmo horário acima, os índices futuros das bolsas de Nova York operavam sem tendência definida.

A produção industrial da zona do euro caiu 1,1% em outubro, ante setembro, segundo dados da agência de estatísticas da União Europeia. O resultado marcou o segundo recuo mensal consecutivo e a queda mais acentuada desde setembro de 2012. A baixa ocorreu em quase todos os países do bloco da moeda e apenas Itália e Estônia registram altas na produção.

A queda foi um surpresa, tendo em vista que um levantamento feito pelo Wall Street Journal com 24 economistas havia previsto uma alta de 0,2% na produção industrial. Com isso, o resultado eleva a possibilidade de que o retorno ao crescimento da zona do euro será prejudicado no último trimestre do ano.

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O declínio da produção industrial foi liderado pelo setor de energia, que registrou uma queda de 4% em outubro. Isso não foi uma grande surpresa, uma vez que as temperaturas em toda a Europa foram maiores do que o habitual durante esse mês de inverno. No entanto, a produção de bens de capital recuou 1,3%, enquanto a produção de bens de consumo duráveis caiu 2,4% e a de bens não-duráveis cedeu 0,9%.

Na comparação anual, a produção industrial teve leve alta de 0,2% em novembro, ante uma previsão de avanço de 1,1%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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