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Um levantamento divulgado pelo Centro de Operações Integradas da Neoenergia Pernambuco, nesta quinta-feira (3), com base nos dados do Climatempo, indica que Pernambuco já foi atingido por cerca de 60 mil raios no primeiro semestre de 2023. Segundo a empresa, essas descargas foram responsáveis por 8,7 mil quedas de energia no período analisado. 

O nível de interrupção de energia é controlado devido a tecnologias utilizadas na instalação de equipamentos que promovem a recuperação automática do fornecimento elétrico nos locais de pane, como informa o gerente operacional da Neoenergia Pernambuco, Victor Gonçalves.

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“Os raios podem causar danos significativos na estrutura do sistema elétrico e provocar interrupções no fornecimento de energia. Estamos trabalhando de olho na previsão do tempo e com equipes de plantão reforçadas para solucionar todas as ocorrências no menor tempo possível e com toda segurança para nossos colaboradores”, afirmou. 

“É recomendável que durante uma tempestade acompanhada de raios, as pessoas retirem os aparelhos elétricos das tomadas como forma de prevenção a choques e danos nos eletrodomésticos”, complementou o gerente. 

Estatísticas e prevenção 

De acordo com informações da Neoenergia, a probabilidade de alguém morrer atingido por um raio é de 0,8 por 1 milhão por ano no Brasil, mas ela pode aumentar para a ordem de 1 para 1.000, dependendo de onde a pessoa está e o que está fazendo durante uma tempestade. 

Confira as orientações de segurança: 

- Ao ar livre, sempre mantenha uma distância segura da rede elétrica, independente se estiver chovendo ou não; 

- Recomenda-se ficar dentro de casa ou em local abrigado durante a chuva; 

- Não instale, desligue ou remova antenas se estiver chovendo. Se sua antena cair sobre a rede ou próximo a ela, nunca tente segurá-la ou recuperá-la; 

- Desconecte das tomadas, com segurança e sempre pelo plug, os aparelhos eletrônicos que não estiverem sendo usados; 

- Caso encontre um fio caído, jamais se aproxime e ligue imediatamente para o 116 da Neoenergia Pernambuco. 

- Não pratique atividades de agropecuária ao ar livre durante tempestades pois esta é a circunstância mais vulnerável durante uma tempestade com raios; 

- Afaste-se de carros e tratores e não ande de moto, bicicletas nem fique ao lado de transportes em geral; 

- Evite ficar em lugares abertos como praias, campos de futebol, embaixo de árvores ou perto de cercas; 

- Evite tocar em objetos que conduzem eletricidades, tais como celular conectado ao carregador, telefone com fio e objetos metálicos grandes; 

- Não se abrigue em locais abertos como sacadas, varandas, toldos, deques etc. 

- Opção segura de abrigo, caso esteja na rua: busque um veículo fechado e fique dentro dele, com as portas e janelas fechadas, sem encostar-se à lataria até a tempestade passar.

Lady Gaga apareceu nas redes sociais para comentar que foi obrigada a encerrar o último show de sua turnê chamada Chromatica Ball que aconteceu no último final de semana, em Miami, nos Estados Unidos após uma tempestade com muitos raios.

Estavam presentes cerca de 65 mil pessoas que acompanhavam o evento e emocionada, a cantora fez questão de explicar com detalhes os motivos sobre o encerramento de sua apresentação quando faltavam apenas seis músicas do setlist.

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"Nós temos que parar o show por um minuto. Por favor, se desloquem calmamente para a área interna do estádio. Não quero botar a vida de vocês em perigo", disse.

Chorando, Lady Gaga foi até o Instagram pedir desculpas ao público porque a chuva simplesmente não parou.

"Nós realmente tentamos levar o show até o fim, mas não pudemos porque mesmo que a chuva tenha parado havia muitos raios caindo perto de nós. Eu não sei o que eu faria se alguma coisa acontecesse ao público ou a alguém da minha equipe", contou.

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O Brasil registrou 29% mais raios nos dois primeiros meses de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento de um grupo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre janeiro e fevereiro, foram 17 milhões de descargas elétricas, ante 13,2 milhões no 1º bimestre do ano anterior. Segundo especialistas, as mudanças climáticas favorecem eventos extremos - como as chuvas que arrasaram áreas da Bahia, Minas e a Região Serrana do Rio - e também a ocorrência de raios.

O Brasil é líder mundial de registros de raios. Além dos riscos de acidentes e mortes, a maior quantidade de descargas pode aumentar problemas de interrupção de fornecimento de energia elétrica e de incêndios. Na comparação, o número de mortes por raios no País diminuiu de 26 no primeiro bimestre de 2021 para 18 nos meses de janeiro e fevereiro deste ano.

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Os cinco Estados com mais raios foram Amazonas (2.608.255), Mato Grosso (2.030.670), Pará (1.823.955), Minas (1.539.276) e Tocantins (1.004.022). Em 14 Estados, entre eles São Paulo e Minas, houve ocorrência de raios em todos os dias de janeiro e fevereiro.

Segundo Osmar Pinto Junior, especialista em raios e coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, o fenômeno La Niña influencia a frequência das tempestades no Brasil, mas não pode ser apontado como causa da alta este ano, pois esteve presente também em 2021. "Quando a gente olha a estatística de forma isolada, fica difícil estabelecer a causa. No entanto, quando analisamos o contexto dos eventos relacionados ao clima, fica mais evidente que tem relação com as mudanças climáticas", avalia.

"As enchentes no sul da Bahia, por exemplo, foram as maiores dos últimos 40 ou 50 anos e totalmente atípicas, pois não costumam acontecer naquela região. Também tivemos períodos de ventos intensos na região Centro-Oeste, nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, igualmente atípicos. Foram de tal força que causaram a queda de 30 torres de retransmissão de energia", afirmou.

Já sobre a quantidade de raios por estado, ele disse que a incidência segue a extensão territorial - os maiores Estados são os que registram mais raios. A exceção é o Rio Grande do Sul, que sofre a influência das tempestades que se formam no norte da Argentina e registra uma proporção maior de raios. Conforme o pesquisador, a temporada de raios deve seguir até o final deste mês, começando a reduzir a partir de abril, principalmente no Sudeste. "Aqui, os raios estão mais concentrados no verão, portanto eles voltam a acontecer com mais frequência a partir de outubro", explicou.

Fenômeno ameaça rede elétrica e áreas verdes

Os raios podem contribuir com interrupções no fornecimento de energia, como aquelas decorrentes do temporal que atingiu a capital paulista no último sábado, 5 e deixou consumidores sem luz por mais de 48 horas. Segundo Pinto Junior, nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades, há aumento na incidência de tempestades e raios, que se deve a um fenômeno chamado ilha de calor. "O asfalto, os prédios e a poluição dos carros fazem com que haja aumento local de temperatura, que favorece a formação de mais tempestades e intensifica essas tempestades", explicou.

As descargas atmosféricas tanto podem atingir diretamente a fiação de ruas e postes, como podem causar a queda de uma árvore que, por sua vez, atinge a fiação. Segundo ele, as árvores são atingidas constantemente por serem as referências mais altas em determinado lugar. A seiva presente no tronco é melhor condutor de energia do que o ar. Se a casca está molhada, a descarga pode ficar restrita à parte externa e fluir para o solo, sem grandes danos. Se a descarga penetra, ela quebra a árvore e os galhos podem atingir a fiação elétrica.

Segundo ele, os raios matam milhares de árvores por ano em áreas verdes e nas florestas. No caso de florestas úmidas, como a Amazônia, por causa da alta umidade do solo, geralmente o fogo não se propaga e não causa incêndios de grandes proporções. Em ambientes mais secos, como o Pantanal, os raios são causa importante de incêndios. O fogo que durante 20 dias queimou o Parque Estadual Encontro das Águas, em Porto Jofre, no Pantanal de Mato Grosso, em 2021, foi causado pela descarga elétrica que atingiu uma árvore durante uma tempestade.

A conclusão é de uma perícia realizada pelo Corpo de Bombeiros na árvore destruída pelo raio. Os peritos em incêndio florestal identificaram o ponto em que o tronco foi partido pela descarga, coincidindo com o primeiro foco de fogo. Porto Jofre é o hábitat da onça-pintada Ousado, que se recuperou após sofrer graves queimaduras nas patas, durante um incêndio no Pantanal, em 2020. Pesquisa recente divulgada pelo Observatório do Pantanal aponta que 5% dos incêndios no bioma têm causas naturais, sendo a principal o raio.

Além da morte de animais, há perdas de lavouras devido aos incêndios causados pelas descargas originadas nas nuvens. Em agosto de 2021, um raio causou um incêndio em um canavial, no município de Cravinhos, região de Ribeirão Preto. As chamas envolveram um caminhão agrícola e causaram a morte do seu condutor.

O Brasil lidera o ranking de países com incidências de raios, com uma média de 77,8 milhões de registros por ano. O número, no entanto, é pequeno, se comparado ao total registrado nos dois últimos anos. Em 2021, caíram 154 milhões de raios em território brasileiro. Em 2020 foram 126 milhões. A expectativa é de que, ao final deste século, que a média brasileira seja de 100 milhões de raios por ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De acordo com o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosféricas do Inpe, Osmar Pinto Júnior as mudanças climáticas influenciam esse fenômeno, uma vez que “tempestades e raios aumentam devido à umidade do ar e altas temperaturas”.

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Ele acrescenta que a incidência fica ainda maior durante a primavera e o verão, temporada que é mais propícia para esse tipo de fenômeno.

A liderança brasileira no ranking de incidência de raios por ano não é pequena. O segundo lugar, ocupado pela República Democrática do Congo, onde incidem, anualmente, 43,2 milhões de raios. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões de raios por ano, seguidos de Austrália (31,2 milhões de raios), China (28 milhões) e Índia (26,9 milhões).

Sobre a incidência de raios observada no final do século 21 no Brasil, o coordenador do Inpe explica que, segundo a literatura, ela foi feita a partir da relação dos raios com algumas condições meteorológicas previstas pelos Modelos Climáticos Globais (MCG).

“Estes modelos, diferentemente dos modelos meteorológicos rotineiramente utilizados na previsão do tempo, permitem estimar as condições meteorológicas para períodos mais distantes, da ordem de décadas. Para minimizar as incertezas nos resultados gerados pelo MCG, rodamos o modelo 12 vezes considerando pequenas diferenças na evolução das condições ambientais e calculamos a média dos resultados”, disse ele à Agência Brasil.

O estudo, acrescenta o coordenador, utiliza um cenário de emissões de gases do efeito estufa que “corresponde a não haver nenhuma mudança significativa nas emissões” nas próximas décadas, o que hoje parece, segundo ele, ser o mais provável.

“Neste cenário é esperado um aumento da temperatura média global de quatro graus Celsius até o final do século, em relação ao período de 1961 a 1990”, acrescenta. Ainda segundo o especialista, “o padrão geral da distribuição geográfica dos raios no país não deve se alterar até o final do século, com a região norte mantendo a maior incidência e a região nordeste a menor incidência”.

A expectativa é de que as maiores altas na ocorrência de raios ocorram na Região Norte (50%). Já a Região Nordeste deve sofrer pequeno crescimento (10%). “As demais regiões devem ter aumentos na ocorrência de raios entre 20% a 40%. Aumentos maiores podem ocorrer em pequenas regiões localizadas”, acrescentou.

“Dessa forma, a atual incidência de 70 milhões de raios por ano no país deve aumentar para 100 milhões de raios por ano”, completou.

Na última terça-feira (20), o verão chegou precisamente às 12h59 (horário de Brasília). Altas temperaturas vão ser recorrentes em todas as regiões do Brasil durante os próximos três meses e, por isso, são necessários diversos cuidados com a pele por conta da maior exposição aos raios ultravioletas, que podem degradar a pele no curto e longo prazo.

De acordo com Fabiana Seidl, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a recomendação do uso do filtro solar é imprescindível em todos os casos, seja no verão, em outra estação do ano, em casa ou em viagens. Além do mais, é importante ressaltar que existem duas formas principais de radiação ultravioleta proveniente do sol: ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB) e ambas predispõem ao câncer de pele.

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Os raios UVA estão presentes ao longo do dia, desde o nascimento do sol, até o fim da tarde. É justamente neste período em que se promove o envelhecimento da pele, já que existe a penetração na derme, que gera o aparecimento de manchas no rosto e no corpo. “Já os raios UVB possuem variações ao longo do dia, com pico nos horários de 10 às 16h, penetram mais superficialmente na pele e são eles que deixam a pele vermelha e com queimaduras solares”, explica.

Segundo a especialista, o fator de proteção solar (FPS) mede a intensidade de contenção dos raios UVB, de modo que se multiplique o número de vezes da proteção natural da pele do indivíduo. “Por exemplo: se uma pessoa fica ‘vermelhinha’ após uma hora de exposição solar, usando um filtro solar com FPS 30 isso só aconteceria após 30 horas, ou seja, aumentaria a proteção em 30 vezes”, esclarece Fabiana.

Segundo a especialista, FPS menor que 15 proporciona média proteção; já o FPS entre 15 e 30, gera alta proteção e o FPS entre 30 e 50 traz altíssima proteção. Apesar disto, a especialista ressalta que o ideal é procurar sempre a orientação de um dermatologista, para ter a indicação do melhor filtro solar. “Numa avaliação ele irá identificar o seu tipo de pele e, caso tenha feito algum procedimento, certamente haverá uma prescrição especial na ocasião”, orienta.

Cuidados específicos

Segundo a dermatologista Ana Paula Pucci, além da aplicação do filtro solar é importante lembrar de aplicar o protetor a cada quatro horas ou após mergulhos longos em piscinas ou praias. Além disso, o rosto geralmente requer uma loção mais leve, como a forma em gel. Já para o corpo, os cremes atendem bem, e o protetor labial também é importante, justamente para a contenção contra os danos dos raios UV.

Vale lembrar que as roupas com proteção UV também são imprescindíveis, além do uso de chapéu e óculos escuros. “Os cabelos também requerem cuidados, devendo-se usar um leave-in com proteção para os raios UV”. A especialista desmistifica também sobre os cuidados na época do frio, já que a neve, por exemplo, reflete os raios solares e pode chegar a 80% de intensidade, causando queimaduras na pele e lesões oculares, como catarata.

 

 

Influenciada por fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, a cidade de São Paulo viu a incidência de raios disparar. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o estudo, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram contabilizados 44,8 mil raios no ano passado, contra 28 mil em 2018, uma alta de 60%.

"Os fenômenos estão associados à temperatura da superfície do Oceano Pacífico Equatorial, que modulam as águas e sofrem aquecimento anormal com o El Niño e resfriamento acima do normal com a La Niña. Isso afeta a formação de tempestades e, consequentemente, de raios", explica Osmar Pinto Júnior, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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A incidência de raios se concentra no verão, dado o período de chuvas. A capital paulista registrou 44,5 mil raios entre 21 de dezembro de 2018 e 20 de março de 2019, número próximo ao verificado durante todo o ano 2019. Entre 21 dezembro de 2017 e 20 de março de 2018, foram 19,3 mil raios. Na comparação entre os períodos, a alta é ainda maior, de 130%.

Mortes

Nos últimos 20 anos, 2.182 pessoas morreram no Brasil vítimas de raios. Com 30 vítimas, a capital paulista é a cidade com o maior número de mortes no País nesse período. A última foi registrada em março de 2017, quando um homem foi atingido ao procurar abrigo sob uma árvore.

"Quando o raio se forma, o ar ao redor da faísca é aquecido a 30 mil graus Celsius, causando uma violenta expansão podendo derrubar e matar facilmente uma pessoa", alerta Júnior. Em termos comparativos com a voltagem doméstica de 110 ou 220 volts, um raio pode ultrapassar um milhão de volts.

De acordo com informações do Inpe, 80% das mortes acontecem ao ar livre e 20% dentro de casa. As situações mais perigosas se dão em locais abertos, como praias, parques e áreas rurais. "Os quiosques dos parques nem sempre são locais suficientemente seguros. Dentro de casa, as pessoas estão mais protegidas, mas há riscos quando estão perto de geladeira e tomam banho. Dentro do carro, a pessoa está relativamente protegida", afirma Osmar Pinto Júnior.

Prejuízo

No último dia 7, a cidade de São Paulo registrou 1,5 mil raios, quantidade elevada que é registrada poucas vezes por ano em uma única data. A dona de casa Aline Barros, de 21 anos, que mora na Vila Verde, na zona leste da cidade, teve o televisor queimado. "Sempre que percebo que tem tempestade e raios, eu procuro tirar da tomada os eletroeletrônicos que tenho em casa, mas neste dia não deu tempo e minha televisão queimou", disse Aline.

O fenômeno, no entanto, não deve se repetir neste ano, dado que a cidade não está sob os efeitos do El Niño e da La Niña. Com isso, acreditam os especialistas, a tendência é que a incidência de raios permaneça estável. "No entanto, o Brasil é o País com a maior incidência de raios no mundo, cerca de 80 milhões por ano", diz Festa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos 20 pessoas morreram após serem atingidas por raios no Estado de Bihar, região oeste da Índia, nesta terça-feira (23). O país asiático está na temporada de monções, período em que registra alta quantidade de tempestades.

O responsável do governo pela gestão de situações de desastre informou que já chega a cem o número de mortes no Estado de Bihar em decorrência das enchentes ou por causa de raios.

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No domingo (21), 33 pessoas haviam morrido atingidas por raios no Estado de Uttar Pradesh enquanto trabalhavam no campo. Apesar das consequências para a população humana, as chuvas da temporada de monções, entre junho e setembro, são fundamentais para as plantações da região. Fonte: Associated Press.

A divisão de Defesa Civil de São Paulo criou a campanha #PrevineSP com o objetivo de orientar a população sobre como se proteger dos raios decorrentes das chuvas de verão.

Com a campanha, que teve início no dia 1º de dezembro, o órgão divulgou algumas dicas de prevenção de acidentes. A primeira sugestão é que o cidadão evite lugares abertos, como estacionamentos, praias e campos de futebol. Caso esteja chovendo muito forte, é indicado que a pessoa fique em casa, em algum edifício ou em instalação subterrânea, como o metrô.

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De acordo com a Defesa Civil, é imprescindível que o cidadão não permaneça em locais com muita água, como rio, mar, lago ou piscina. Se estiver no carro, é viável manter os vidros fechados, sem contato com as partes metálicas do veículo. Mas, caso não encontre um abrigo por perto, a orientação é que a pessoa fique agachada com os pés juntos, curvado para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles até a tempestade passar.

As últimas dicas sugerem que o cidadão mantenha distância de aparelhos e objetos ligados à rede elétrica, como TVs, geladeiras e fogões; assim como o uso de telefone, a menos que seja sem fio ou celular; fique afastado de janelas, tomadas, torneiras e canos elétricos; e evite tomar banho durante a tempestade.

O Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe), órgão administrado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, registrou que o Brasil teve, nos últimos seis anos, em média, 77,8 milhões de raios por ano. O número é superior aos 55 milhões calculados em 2002.

Em 2012, cerca de 94,3 milhões de raios foram descarregados no território nacional. As estações que mais aconteçam as descargas de relâmpagos são o verão, com 43%, e a primavera, com 33%. Nesse período, a população deve estar alerta, pois nessa época é que se concentram 90% dos casos registrados ao longo do ano, por causa do choque de massas de ar com temperaturas diferentes.

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De acordo com o levantamento do Elat, o estado que obtém a maior densidade de raios é Tocantins, com 17,1 raios por quilômetro quadrado. Em seguida vêm Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2).

A cidade de Santa Maria das Barreiras (PA) apresenta um índice de 44,32 raios por quilômetro quadrado por ano e carrega o título de município com maior densidade de raios do país.

Um total de 46 pessoas, a grande maioria crianças, foram atingidas hoje (28) por raios em Paris e numa cidade no Oeste da Alemanha, que causaram nove feridos graves. 

Na Alemanha, o raio atingiu um campo de futebol em Hoppstaedten, durante um jogo infantil, causando 35 feridos, dos quais três com gravidade. O árbitro do jogo foi atingido diretamente pelo raio e foi transportado de helicóptero para o hospital. Dois outros adultos também sofreram ferimentos graves.

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Trinta crianças, com idades entre 09 e  11 anos, ficaram ligeiramente feridas e foram levadas para o hospital para fazerem exames, além de dois adultos. “De acordo com testemunhas, não havia chuva e o céu não estava escuro” quando o raio caiu, disse um polícia.

Em Paris, hoje à tarde 8 crianças ficaram feridas, quando caiu um raio no Parque Monceau, onde participavam de uma festa de aniversário. De acordo com o porta-voz dos bombeiros de Paris, Eric Moulin, quatro crianças e dois adultos estão em estado grave. Entre estes, três crianças e um adulto têm prognóstico reservado. Segundo o comandante, os adultos são os pais que acompanhavam as crianças na festa de aniversário.

Uma forte chuva caiu sobre o parque no meio da tarde e “foi quando estavam à procura de abrigo, junto a uma árvore, que o raio caiu sobre eles”, explicou o comandante Moulin,  ao afirmar que a árvore não caiu.

Um comandante dos bombeiros, que estava de folga, e que se encontrava por perto “ouviu o barulho e viu pessoas correndo de um lado para outro” e prestou os primeiros socorros às vítimas,  explicou. Os feridos foram transportados para dois hospitais parisienses, disse Eric Moulin. Ele informou que foram mobilizados 80 bombeiros de seis corporações.

O instituto de meteorologia francês (Météo France) tinha emitido um alerta laranja para 20 regiões por risco de tempestades que poderiam ser “localmente violentas”, mas Paris não surgia nessa lista. Segundo um responsável do Météo France, Michel Daloz, por ano, entre 100 a 200 pessoas são atingidas por raios em França, causando entre 10 e 20 mortes.

Numa trovoada as pessoas nunca devem se abrigar debaixo de árvores, porque estas atraem os raios. No caso que hoje ocorreu no Parque Monceau, o solo estava molhado e, portanto, “a condução era mais forte”, explicou o especialista.

O mais frequente é que o raio atinja uma pessoa isolada, mas pode acontecer que grupos inteiros sejam afetados, existindo o risco de se propagar por meio de uma faísca.

Os raios podem causar, nos corpos humanos, consequências cardíacas e neurológicas, explicou Michel Daloz. A gravidade depende da trajetória do raio: se for da cabeça para os pés, os efeitos são mais graves que se o raio atingir a pessoa de lado.

Da Agência Lusa

Ao menos 59 pessoas morreram em Bangladesh nos últimos três dias na queda de raios durante as fortes tempestades tropicais no país, anunciaram as autoridades, que destacaram um balanço sem precedentes.

"Jamais havíamos registrado um número tão alto de mortes pela queda de raios", afirmou à AFP Reaz Ahmed, diretor do departamento de gestão de catástrofes. Muitas vítimas são agricultores fulminados quando retornavam para casa dos arrozais.

A queda de raio é um fenômeno frequente em Bangladesh durante este tipo de tempestade prévia à temporada de monção, que vai de junho a setembro.

De acordo com o departamento de gestão de catástrofes, desde 2011 o fenômeno provocou quase 200 mortes por ano em média.

O aumento do número de vítimas é explicado, segundo o meteorologista Shah Alam, pelo desmatamento, especialmente pela derrubada das maiores árvores, como as palmeiras, que têm um efeito para-raios. Também é atribuído ao aumento do uso de peças de lavoura metálicas e de telefones celulares.

As autoridades anunciaram o lançamento de uma campanha para informar a população, com recomendações para que as pessoas não trabalhem durante as tempestades e evitar o uso de dispositivos eletrônicos.

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O temporal que atingiu o Recife, na tarde desta sexta-feira (29), causou estragos pela cidade. Em diversas avenidas e ruas, árvores estão caídas e muitos bairros registram falta de energia.

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Na Avenida Rui Barbosa, no bairro das Graças, duas árvores despencaram e atrapalharam o trânsito. Uma delas na altura da Pizzaria Atlântico e outra em frente à sede do Tribunal Regional (TRE-PE).

Transversal a Rui Barbosa, a Rua Confederação do Equador ficou interditada para a passagem de carros, também por conta de uma árvore caída. Galhos atrapalharam a circulação de pedestres na via. "Foi uma ventania intensa, nunca tinha visto isso antes. No prédio da frente o portão chegou a voar", comentou Ermst Friedtheim, morador de um dos prédios da rua.

Considerada uma das principais vias de acesso para a Zona Norte e a Zona Sul do Recife, a Avenida Agamenon Magalhães tem pontos de alagamento, além de árvores caídas - uma delas em frente ao Hospital da Restauração - e semáforos parados. Nas ruas é possível ver populares amedrontados com a frequência dos raios e de trovoadas.

Ação da Prefeitura - A gestão municipal afirma ter montado um escritório de gerenciamento de crise que está sendo coordenado diretamente pelo prefeito Geraldo Julio. Cerca de 450 servidores da Defesa Civil, Emlurb, Guarda Municipal, além de agentes e orientadores da CTTU, em parceria com profissionais do Governo do Estado e Celpe, estão nas ruas com o objetivo de minimizar os transtornos. As equipes da Defesa Civil estão em estado de alerta e, em caso de necessidade, a população pode entrar em contato através do 0800 081 3400. A ligação é gratuita e funciona 24 horas.

A partir do próximo verão, o Brasil terá um sistema inédito de previsão de raios. Lançado nesta sexta, 4, o novo sistema, desenvolvido pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), permitirá prever a incidência de raios com antecedência de 24 horas.

De acordo com o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, o Brasil é o país com maior incidência de raios no planeta, com 50 milhões de descargas por ano, 80% delas durante o verão. Em média, os raios matam 110 pessoas por ano no País.

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"O sistema permitirá reduzir o número de mortes em acidentes com raios. Mais de 80% desses acidentes poderiam ser evitados. Para isso, é preciso ter um sistema eficiente de previsão de raios e orientar a população para medidas de proteção", disse Pinto Júnior ao jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o coordenador, embora o sistema envolva uma complexa combinação de observação de satélite, observação de superfície e modelos matemáticos, as previsões serão apresentadas em um formato simples e claro, gerando diariamente um mapa indicando, em todas as regiões do Brasil, as áreas onde haverá maior probabilidade de raios.

"A ideia é que a previsão de raios seja divulgada pela imprensa, como acontece hoje com a previsão do tempo. O sistema não indica a quantidade de descargas, mas aponta diariamente as regiões com potencial de descarga dentro de 24 horas. Isso permitirá que as pessoas se protejam e evitem, nessas regiões, atividades a céu aberto, como alpinismo, ou ir à praia", explicou Pinto Júnior.

Segundo ele, embora as tempestades sempre tenham chuva, nem todas as nuvens de chuva geram raios. "Os raios estão associados a um tipo específico de tempestades. O sistema leva isso em conta e consegue prever onde haverá esse tipo de tempestade e, consequentemente, a incidência de raios", disse.

Os cientistas do Inpe realizaram pesquisas por cinco anos para criar o novo sistema. De acordo com Pinto Júnior, desde o verão passado ele está sendo testado internamente. Os testes mostraram que o nível de acerto das previsões é de 85%. Em comparação, os sistemas de previsão do tempo utilizados atualmente têm nível de acerto de cerca de 75%, segundo o coordenador.

"A precisão do sistema é da ordem de 10 quilômetros. Isso significa que, de modo geral, teremos uma previsão precisa para cada município. Em uma cidade grande como São Paulo, poderemos mesmo prever a incidência de raios especificamente na Zona Sul, ou na Zona Norte, por exemplo", explicou Pinto Júnior.

Nuvens de tempestade

Para elaborar o novo sistema, os cientistas utilizaram dados de satélites e observações de solo - que também são utilizadas na previsão do tempo -, mas agregaram a isso dados obtidos com modelos matemáticos e ferramentas estatísticas.

"As tempestades em cada região do País têm características muito diferentes. Como vivemos em um país continental, foi preciso estudar as especificidades de cada uma delas para desenvolver o sistema", disse.

De acordo com Pinto Júnior, em outros países há outros centros de pesquisa que estudam raios e estratégias de previsão. Mas o Inpe terá o primeiro sistema operacional de previsão de raios para divulgação ampla. "O desenvolvimento do sistema foi possível graças ao conhecimento. O Inpe estuda raios há 35 anos, o que nos deu essa capacidade", declarou.

Segundo o Elat, o fato de o Brasil ter a maior incidência de raios do mundo tem uma explicação geográfica: é o maior País da chamada zona tropical do planeta, onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades.

Um levantamento recente realizado pelo Elat mostrou que o número de vítimas fatais de raios no Brasil é maior que o número de vítimas de enchentes e deslizamentos. De 1991 a 2010, 2640 pessoas morreram atingidas por raios. No mesmo período, 2475 pessoas morreram por causa de enchentes e deslizamentos.

Embora seja o recordista de raios, o Brasil é o sétimo país com mais vítimas fatais. Os raios matam, anualmente, 700 pessoas na China, 450 na Índia, 400 na Nigéria, 220 no México, 150 na África do Sul, 150 na Malásia e 110 no Brasil.

"Esperamos que o novo sistema de previsão permita reduzir as mortes evitáveis em decorrência de descargas elétricas", disse Pinto Júnior.

Entre 2h e 3h da madrugada desta sexta-feira (6), fortes estrondos incomodaram e assustaram moradores de cidades pernambucanas como Olinda, Recife e Paulista. O barulho surgiu logo após clarões se espalharem pelo céu.

A olindense Ananda Cavalcanti, de 19 anos, relata que os trovões atrapalharam na hora de dormir. “Os barulhos foram muito alto e o céu ficou muito claro em alguns momentos. Também tem meu cachorro que ficou assustado e latindo. Não me deixou dormir direito”, relata.

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Para Renata Lopes, 21, que mora em Paulista, mais do que incômoda, foi uma noite de pânico. Ela conta que precisou falar com o namorado para se acalmar. “Eu não pensava que um trovão poderia ser tão alto, e lembrei logo do que aconteceu em Piedade”, referindo-se ao tufão que ocorreu no último domingo (1). Veja o vídeo.

Psicólogo do Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagens (CPPL), Miguel Gomes explica que é compreensivo o sentimento de medo em casos como este, já que é uma situação que pode oferecer perigo. Mas adverte que a desproporcionalidade pode caracterizar uma fobia. “Num caso desses, a fobia seria quando apenas a lembrança provoca um grau de pavor tão grande que impossibilita a pessoa de fazer alguma coisa”, explica o médico.

Segundo ele, viver uma experiência traumática pode acarretar isso. “Por exemplo, uma pessoa que esteve sob a mira de uma arma numa sala muito iluminada. A luz do relâmpago cria esse tipo de associação”. Quando a situação chega neste nível, o ideal é procurar ajuda médica. Análise e psicoterapia podem ajudar em casos que o medo fica extremo.

Novos raios?

Segundo a assessoria da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o ocorrido desta madrugada causou tanto transtorno por não ser recorrente nas áreas litorâneas. Trata-se de um fenômeno que acontece quando duas massas de ar - forte ciclônico de altos níveis e distúrbio ondulatório de leste – se juntam, causando a forte incidência de chuvas e raios. Embora seja bastante comum em algumas áreas, principalmente no Sertão, causa estranhamento e medo para quem não é acostumado. 

Questionada sobre a ocorrência de novos relâmpagos e trovões na noite desta sexta-feira (6), a Apac afirma que a probabilidade é pequena. Mas apesar disto, devido a um Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL) ainda há um alerta de chuva, principalmente nos municípios da Mata Sul e Região Metropolitana do Recife (RMR).

O número de pessoas mortas por raios no Brasil chegou a 98 no ano passado, uma a menos do que o registrado em 2013, informa levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), baseado em informações da imprensa, da Defesa Civil e do Ministério da Saúde.

A maior parte das mortes por raios, 17, foi em São Paulo. No Maranhão, houve 16 registros de mortes; no Piauí, sete; no Amazonas, seis; e, no Pará, também seis. Os números de São Paulo se destacam pelas  mortes que ocorreram no segundo semestre do ano passado: em 7 de novembro morreram três moradores de rua, atingidos simultaneamente por um raio; e em 29 de dezembro, quatro banhistas receberam descarga atmosférica em Praia Grande, no litoral.

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As cidades que tiveram maior número de vítimas em 2014 foram: São Paulo, com cinco; Praia Grande, no litoral paulista, quatro vítimas; Pauini, no Amazonas, Wanderley, na Bahia, e Igarapé Grande, no Maranhão, com duas vítimas, cada. Entre as vítimas, 56% viviam na zona rural.

Pela primeira vez em décadas, a camada de ozônio caminha para ser plenamente recuperada, depois de uma importante deterioração. Ela pode estar completamente reconstituída até 2050, com um forte impacto sobre as condições climáticas no Hemisfério Sul. O buraco sobre a Antártica deve começar a se reduzir a partir do ano de 2020. A constatação foi publicada nesta quarta-feira (10), pela ONU, depois de realizar por quatro anos um estudo com 300 cientistas, inclusive brasileiros.

Em 2010, o informe apontava que não havia qualquer tipo de sinal de melhoria. Agora, a entidade comemora a descoberta e alerta que a recuperação apenas foi garantida graças a uma cooperação internacional. O mesmo modelo, segundo a ONU, deve ser usada como exemplo para os futuros acordos entre governos para lidar com o clima.

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A camada de ozônio protege a terra de raios ultra-violetas emitidos pelo sol e, diante da emissão de diversos gases, estava perdendo sua força com a formação de buracos que chegaram a ter a dimensão de verdadeiros continentes. "Mas diante de certos indicadores positivos, a camada de ozônio deve se reconstituir até meados do século", comemorou o diretor-executivo do Programa da ONU para Meio Ambiente, Achim Steiner.

Segundo ele, até 2050 a projeção aponta que a camada poderá voltar a seus níveis de 1980, data que serve de referência. O auge do problema foi identificado em 1993. Agora, a constatação é de que, a cada ano, a concentração de gases nocivos tem caído em 1%. A previsão é de que, diante desse cenário, 2 milhões de casos de câncer de pele conseguiram ser evitados até 2030.

Se todas as emissões de gases foram interrompidas, a camada estará recuperada no ano de 2039, um cenário que os cientistas admitem que não é mais realista. Nem todas as regiões reagirão da mesma forma. As taxas estarão recuperadas antes da metade do século em latitudes médias e no Ártico.

Sul

A situação na Antártica ficará para um período um pouco mais tarde. O buraco continua a se formar a cada primavera e isso deve continuar pela maior parte do século. Isso porque, mesmo se as emissões de substâncias pararam, o acúmulo na atmosfera ainda terá um impacto.

No Hemisfério Sul, o buraco provocou importantes mudanças no clima durante o verão, com altas nas temperaturas da superfície, impacto nas chuvas nos oceanos. A Península Antártica também se transformou no local com a mais rápida elevação de temperatura do mundo. Em 2006, o buraco sobre o Polo Sul alcançou um recorde diante de um inverno especialmente frio. No total, a camada foi afetada em 29,5 milhões e quilômetros quadrados.

Pelas novas constatações, os cientistas apontam que o tamanho do buraco não vai mais se expandir. "A expansão do buraco como vimos durante anos não deve mais ocorrer", declarou Geir Braathen, principais cientista da Organização Meteorológica Mundial. "Talvez teremos mais dez anos de estabilidade e, a partir de 2020 ou 2025, ele começará a fechar", explicou.

O impacto disso será uma reversão no ritmo de aquecimento na Península Antártica. Já na América do Sul, essa tendência será confrontada com a previsão do aquecimento da região por conta das mudanças climáticas.

Para os cientistas, o que garantiu o resultado foi a aplicação do Protocolo de Montreal que, em 1987, estabeleceu regras para o uso de certos produtos, como o CFC, usados em geladeiras e aerossóis. O acordo foi fechado depois que se constatou que, em todo o mundo, a camada sofreu uma forte diminuição de seu tamanho em toda a década de 80 e parte dos anos 90.

Desde então, as emissões de CFC foram reduzidas em 90%, cinco vezes superior ao que se pede para a redução de CO2 no Protocolo de Kyoto. Como resultado, as regras de 1987 conseguiram estabilizar a perda da camada de ozônio a partir de 2000 e, agora, ela começa a aumentar.

Alerta

Mas o informe também alerta para a rápida elevação de certos produtos que passaram a ser usados como substitutos para os gases proibidos. Segundo os cientistas, esses novos produtos também podem produzir gases de efeito estufa, como o HFC.

Os dados mostram que o ritmo de expansão é de 7% ao ano. "Essas substâncias vão contribuir de forma importante às mudanças climáticas e o aquecimento do planeta", alertou Geir Braathen. A ONU e os cientistas pedem que esse produto seja abandonado e substituído por elementos menos nocivos.

Os cientistas também apontam que o futuro da camada de ozônio na segunda metade do século ainda dependerá da concentração de CO2 e metano, que continuam a aumentar. "O que está em jogo é muito importante ainda", alertou Steiner. "Mas o sucesso no caso da camada de ozônio deve servir como exemplo para a negociação de acordos sobre o clima. Temos as provas sólidas da importância da cooperação para garantir a proteção de nosso patrimônio comum", alertou.

Seu recado tem um destino claro: as negociações sobre um acordo climático, marcadas para o dia 23 de setembro em Nova Iorque.

Entre os moradores mais antigos da zona leste de São Paulo que têm jazigos no Cemitério da Quarta Parada, por muito tempo rezou a lenda de que em Dia de Finados era melhor não ir ao cemitério. Vai que um raio cai na sua cabeça? A probabilidade média de isso acontecer no Brasil é de 1 em 1 milhão, mas no Quarta Parada se dizia que em Finados alguém sempre acabava atingido.

Talvez um pouco exagerado, o temor - relatado no documentário Fragmentos da Paixão, que estreia no dia 11 - toma por base um fato real. No feriado dos mortos de 1959, no meio de um temporal, um grupo de 15 pessoas se abrigou debaixo de uma árvore e foi atingido por um raio. A descarga, que partiu a árvore ao meio, matou Eva Bierling, de 20 anos, na hora e feriu outras 11 pessoas.

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Esta foi uma das dezenas de histórias reunidas pelo pesquisador Osmar Pinto Jr., coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e por sua filha, Iara Cardoso, para a composição do filme, escrito e dirigido por ela.

A pesquisa, que durou três anos, levou o geofísico a uma dramática conclusão: 85% das mortes por raio no País poderiam ser evitadas. "O problema é que as pessoas se colocam em risco por falta de informação. A probabilidade média de acidentes do País faz as pessoas subestimarem o risco de serem atingidas. Mas a chance passa a ser muito maior num lugar descampado. Sobe para 1 em cem", alerta o pesquisador.

"A situação às vezes fica a pior possível, como no caso do cemitério. Novembro já é um período de muita tempestade, a zona leste é a região com maior incidência de raio da capital, aí as pessoas, num lugar muito aberto, correm para debaixo d’árvore quando começa a chuva. E depois fica parecendo uma coisa do além", brinca Iara.

O Brasil é recordista mundial em queda de raios, com 50 milhões por ano e 130 mortes. Para Pinto Jr., esse número só vai diminuir com mais conscientização - e talvez com um pouquinho de medo. "Olha, o filme não é dramático, mas serve para alertar. Eu mesmo, que nunca tive medo de raio, fiquei com um pouquinho depois de conversar com tanta gente", conta, divertindo-se.

O filme mostra a jornada do pesquisador em busca de responder uma pergunta: os raios podem mudar a vida de uma pessoa? Para isso, ele viajou por São Paulo, Rio, Bahia e Rio Grande do Sul atrás de causos pessoais e fatos históricos do País ligados às descargas elétricas.

O local onde foi fundado São Paulo, por exemplo, tinha uma pedra, a Itaecerá, que, segundo a mitologia tupi, fora rachada por um raio. Em relação ao local, os índios tinham um misto de respeito e medo, o que os afastava de conflitos com jesuítas.

Entre as histórias pessoais, destaca-se a do homem que foi atingido quando andava de bicicleta sob uma tempestade e acabou se apaixonando pela mulher que o socorreu. Estar em um veículo aberto, explica Pinto Jr., é uma das posições mais arriscadas. "A melhor maneira de se proteger é ficar num carro fechado", aconselha.

E fugir das árvores. Lição que a duras penas aprendeu Mario Vechio, último sobrevivente do incidente de 1959. Então com 23 anos, diante da chuva, fez o que todo mundo estava fazendo, e foi para debaixo da árvore. "Um clarão, um estrondo, e de repente estava todo mundo no chão, alguns se debatendo. Tentei levantar, mas não tinha força e caía de novo. Mas dei sorte, nada aconteceu. Hoje não tenho medo não, mas não corro mais para debaixo de árvore."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 400 descargas atmosféricas atingiram a capital paulista nesta segunda-feira durante o temporal que caiu sobre a cidade durante a manhã, de acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com relatório do Elat, entre 7h24 e 11h08 desta segunda, os sensores registraram um total de 422 descargas atmosféricas na cidade. Deste total, 187 são nuvem-solo - raios que atingem o solo e que podem causar danos - e atingiram principalmente as regiões oeste, norte e central de São Paulo.

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A quantidade registrada, segundo o Elat, não é considerada um número atípico (alto), mas é significativo, principalmente porque nesta época do ano (outono), o número de raios geralmente é bem menor mesmo quando comparado à primavera e verão. De acordo com o relatório, em todo o Estado foram contabilizados quase 2.800 raios que atingiram o solo no mesmo período.

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