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O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu nesta quarta-feira, 1º, que se tornem públicas as delações dos 77 executivos da Odebrecht. Para ele, a eventual divulgação a conta gotas do conteúdo cria uma "instabilidade com reflexos para a economia".

O peemedebista repetiu a informação, antecipada pelo Broadcast Político de que pretende apresentar um projeto para acabar com o sigilo em investigações, inclusive em delações.

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Ele disse que pretende apresentar nesta quinta-feira, 2, o texto, que, a seu juízo, acaba com a "tramitação secreta" de apurações.

Em entrevista coletiva, Jucá destacou que é preciso discutir o projeto que trata de abuso de poder de autoridades sem pressa. Essa pauta era tida como prioridade por Renan Calheiros (PMDB-AL), que deixa o cargo hoje para o atual líder peemedebista Eunício Oliveira (CE).

"A matéria tem que ser discutida, mas não pode ser votada de forma que pareça um retrocesso", destacou. 

O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), prepara um projeto de lei para enquadrar o Ministério Público e o Judiciário em investigações contra agentes públicos, sob o argumento de que os prazos para inquéritos, hoje, não são respeitados. A ideia é criar o que ele chama de "fast track" nos julgamentos e limitar a duração das apurações.

Citado na delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, à força-tarefa da Lava Jato, Jucá negou retaliação, mas admitiu que é preciso blindar o governo da agenda negativa.

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"Querem dilapidar a estabilidade do País com esses vazamentos semanais. Nesse clima de turba, de linchamento, de Revolução Francesa não dá para ninguém investir", afirmou o senador ao Estado.

A crise política parece não ter fim, a economia está em frangalhos e, desde a delação de Cláudio Melo Filho o ambiente é de incerteza. Como o governo sairá dessa agenda negativa?

O governo não pode ficar nessa agenda. Esse vazamento criminoso de uma delação não homologada foi uma reação para tentar criar um drama político. Soltaram uma bomba para atingir o governo, o presidente, o PMDB e o Senado. Não vamos entrar nesse jogo. Quem quiser parar o Brasil, que pare. Nós não vamos parar. Se a gente não fosse engolir corda, ia partir para a briga com eles, em vez de partir para votações.

Quem são eles?

Eles são os que pensam que podem mais do que a lei e a Justiça. É quem defende regime de exceção. Querem dilapidar a estabilidade do País com esses vazamentos semanais. Nesse clima de turba, de linchamento, de Revolução Francesa não dá para ninguém investir. Todos os regimes de exceção levaram à debacle econômica, ao retrocesso. A Operação Mãos Limpas, também. Basta o pessoal ler história, e não Pato Donald.

O senhor está falando do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, do Ministério Público em geral, do juiz Sérgio Moro ou de todos?

Não personalizo. Temos de acalmar a relação das instituições. O meu estilo é trabalhar pela convergência e entendimento.

O presidente Michel Temer disse, em requerimento enviado a Janot, que vazamentos de supostas delações atrapalham a economia e pediu celeridade nas investigações. Mas a Lava Jato não tem prazo para terminar...

Estou preparando um projeto para ter um "fast track" no julgamento de agentes públicos e dar prioridade (na pauta) de julgamento de agentes públicos, como ministros, secretários, prefeitos, governadores. Não tem sentido uma investigação durar dez, doze, quatorze anos.

Isso não é uma interferência em outro poder?

Não. Nós vamos criar normas que agilizem os procedimentos e julgamentos no Supremo Tribunal Federal, no Superior Tribunal de Justiça, no Tribunal Regional Federal.

Mas hoje já há prazo para o Ministério Público terminar uma investigação...

O prazo da lei, para investigação, é de sessenta dias. Só que a lei é completamente desrespeitada. Então, se 60 dias é pouco, quero discutir com o Ministério Público qual é o prazo razoável e quanto pode ser prorrogado. Se tiver de ter um prazo maior, tem de ser bem justificado, sob pena de uma investigação ficar insepulta.

Isso não é uma retaliação, já que o senhor é investigado pela Operação Lava Jato?

Ao contrário. Estou querendo dar condições de o Ministério Público ou arquivar ou denunciar. Não estou dizendo que tem de arquivar nem que precisa ter decurso de prazo.

O ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo disse que o senhor negociava Medidas Provisórias. Como responde?

Ninguém tem condição de negociar Medida Provisória. Porque uma MP começa no governo, é decisão do presidente da República. Isso é discutido com a Fazenda e com a Receita, normalmente.

Tentar votar a lei do abuso de autoridade para punir juízes, procuradores e promotores não foi uma vingança?

Esse assunto estava adormecido e voltou porque, com esses vazamentos de supostas delações, prestaram um desserviço ao País. Mas o momento era inoportuno para votar esse tema. Não havia acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), fez duras críticas, em nota aos integrantes do partido, ao vazamento do acordo de delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, que acusou o presidente Michel Temer e membros da alta cúpula do governo de participarem do esquema de corrupção da Petrobras.

Para Jucá, a divulgação do depoimento foi "criminosa". "O PMDB condena a irresponsável divulgação de declarações que não refletem a verdade", afirma o texto divulgado pelo peemedebista aos correligionários e à imprensa. Jucá afirma que o PMDB "exige" esclarecimentos" sobre o episódio, já que a delação foi divulgada na íntegra antes de ter sido homologada.

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As declarações do partido do presidente foram divulgado quase simultaneamente ao envio da carta de Temer ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo celeridade nas investigações sobre os vazamentos. Temer traçou uma estratégia com a base no final de semana para questionar a legalidade de divulgação da delação. Hoje, Jucá e Temer também estiveram reunidos.

"O PMDB não cometeu nenhum tipo de erro em relação a recursos de campanha, sempre agiu de forma responsável e legal e teve todas suas contas aprovadas. Portanto, o PMDB não teme nenhum tipo de investigação", diz Jucá na nota. Aos correligionários, ele também saiu em defesa de Temer. "O presidente Michel Temer tem exercido na sua plenitude o compromisso de recuperar o Brasil", afirmou.

Jucá citou o esforço do presidente para aprovar a PEC do teto de gastos e a Reforma da Previdência. "O governo está enfrentando os problemas com coragem e determinação para desconstruir uma herança extremamente negativa e nefasta que foi deixada", continua o presidente do PMDB. Jucá pede ainda a união do partido para "enfrentar todas as ondas de boatos, ataques e tentativas de manobrar com fatos forjados a criação de um clima de instabilidade do País".

Confira a nota na íntegra enviada por Jucá aos integrantes do PMDB, nesta segunda-feira, 12:

"Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, referentes aos vazamentos criminosos divulgados pela imprensa sobre delações não homologadas de funcionários da empresa Odebrecht, o PMDB vem com firmeza marcar sua posição:

1) O PMDB condena e repele a irresponsável divulgação de declarações que não refletem a verdade dos fatos;

2) O PMDB sempre utilizou nas campanhas eleitorais recursos legais declarados e com prestações de contas aprovadas. O partido jamais utilizou qualquer instrumento de caixa 2 ou doações não declaradas;

3) É de fundamental importância a união de todos os membros do partido, independentemente de sua posição no quadro político, para enfrentar os desafios necessários em redirecionar o País;

4) O presidente Michel Temer tem exercido na sua plenitude o compromisso de recuperar o Brasil. Em cerca de 100 dias, o governo permanente conseguiu aprovar a PEC que limita os gastos públicos e uma série de medidas que aperfeiçoam a exploração de óleo e gás. Também apresentou a Reforma da Previdência e diversos mecanismos que estimulam a retomada do crescimento econômico. Ou seja, o governo está enfrentando os problemas com coragem e determinação para desconstruir uma herança extremamente negativa e nefasta que foi deixada;

5) O PMDB enfrentará todas as questões que forem levantadas contra nós, de qualquer modo, seja de forma clara ou sórdida, no sentido de esclarecer a verdade e dar condição para que os brasileiros possam separar e avaliar com clareza as posições que o partido e seus membros estão tomando.

Quero reafirmar que os partidários do PMDB deverão, imbuídos de coragem e determinação, enfrentar todas as ondas de boatos, ataques e tentativas de manobrar com fatos forjados a criação de um clima de instabilidade do País que levaria a um caos ainda maior do que encontramos quando o presidente Temer assumiu. Portanto, força e união ao PMDB! Estamos no caminho certo e vamos todos juntos construir um Brasil melhor.

Presidente do PMDB Nacional

Senador Romero Jucá"

A modelagem do financiamento eleitoral de hoje não sustenta a eleição de 2018, afirmou o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, em um debate sobre reforma política promovido pela Ordem Dos Advogados do Brasil (OAB).

Jucá, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, e o minstro Gilberto Kassab, de Ciência e Tecnologia, ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, expuseram ideias e concordaram que não há um modelo ideal.

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O fato de ter havido menos recursos em 2016 é uma preocupação para Jucá, que cita como exemplo as viagens dos candidatos. Ele pede alternativas.

"Nós teremos candidatos a presidente da República que terão de viajar pelo Brasil, não farão isso com jatinhos e com estrutura financiada pelo fundo partidário hoje ou por doações individuais. E nós teremos eleição de governadores, senadores, deputados. É preciso montar um mecanismo efetivo. O fundo partidário como está previsto hoje não sustenta a disputa de uma eleição federal em 2018", sugeriu.

"Temos sete meses para aprovar um texto de financiamento na Câmara ou no Senado. Não é fácil, não é fácil. É muito importante que esse texto possa ser discutido e venha com respaldo da sociedade para que tenha um processo mais ágil, mas, mesmo assim, nós teremos dificuldade. E não enfrentar esse desafio é fadar a eleição de 2018 em um processo que ninguém sabe o que pode acontecer fora da questão da disputa na política. Porque se não houver meios de disputar na política, outros sentimentos prevalecerão e a gente não sabe o que pode acontecer", disse Jucá.

Jucá reconheceu que a eleição de 2016 trouxe "ganhos importantes", como a limitação dos gastos, mas gera problemas. Ele criticou o autofinanciamento dos candidatos ("concorrência desleal", "induz a busca por candidatos ricos"), e a rastreabilidade das doações de pessoas físicas, como foi aprovada pelo Supremo. Jucá diz que a doação para o partido nacional está sujeita a ir parar no partido municipal. "Pode terminar um cidadão financiando algum miliciano no morro do Rio de Janeiro porque doou para o partido nacional mas o partido nacional passou para o municipal na ponta", disse.

Coligações

Aécio Neves, coautor da PEC 36, aprovada no Senado, que reforça a exigência de fidelidade partidária de políticos eleitos e extingue as coligações nas eleições proporcionais, afirmou que esta mudança é a principal a aprovar para as eleições de 2018, ao lado da atualização do modelo de financiamento de campanha. "Defendo que o financiamento de campanha venha junto com voto distrital misto e lista fechada", afirmou.

Um dos desafios é ampliar a participação dos cidadãos na doação às campanhas. Referindo-se às eleições municipais, Toffoli disse que é preciso mudar a lógica. "O eleitor nunca foi chamado para participar ativamente. Sempre é um ator passivo. Esse é o fato. É investir na educação política da cidadania", disse o ministro.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresenta nesta quarta-feira seu relatório final da CPI do Futebol. O texto robusto, com 380 páginas, trata de diversos assunto, mas se abstém em relação aos possíveis crimes cometidos por cartolas da CBF e sugere o simples repasse das informações para órgãos investigativos. Presidente da comissão, o ex-jogador e senador Romário (PSB-RJ) prometeu apresentar um relatório alternativo, juntamente com Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A principal motivação de criação da CPI foi a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin, em maio de 2015, na Suíça, durante operação internacional em um escândalo de corrupção da FIFA. A comissão foi instalada em meados de julho do mesmo ano com o objetivo de investigar a CBF e o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, especialmente quanto a possíveis irregularidades em contratos de partidas da seleção brasileira organizadas pela CBF e pela Fifa.

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No parecer, Jucá confirma o recebimento de grande número de informações sigilosas e fortes indícios de irregularidades e operações ilícitas que envolvem os ex-presidentes José Maria Marin e Ricardo Teixeira e o presidente Marco Polo del Nero, assim como entidades ou empresas que compõem a estrutura do futebol brasileiro ou que nela atuam, inclusive do COL.

Ainda assim, o senador defende que não é papel da CPI "centrar-se na apuração de atividades criminosas ou ilícitas, fazendo dessas a motivação única ou maior de seus trabalhos". Para o senador, o propósito fundamental da comissão é propiciar o avanço da legislação para que as práticas ilícitas não se repitam.

Dessa forma, o senador sugere que a documentação sigilosa, como sigilos bancários e telefônicos, seja repassada para o Banco Central, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e a Controladoria Geral da União.

Entre as recomendações feitas no relatório está a vedação de participação de dirigentes e parentes em empresas com as quais a CBF tenha contratos. Em relação aos aspectos criminais, Jucá sugere que seja modificada a Lei de Lavagem de dinheiro, obrigando as entidades do futebol a manterem registros claros de suas transações.

Jucá também sugere que seja incluído no Código Penal o crime de "corrupção privada", inspirado no modelo da União Europeia. Muitas práticas da CBF investigadas por órgãos internacionais não poderiam ser punidas no Brasil porque os crimes de corrupção previstos na legislação brasileira se limitam ao prejuízo da administração pública. A Fifa, a Confederação Brasileira de Futebol, federações estaduais e agremiações esportivas, entretanto, são pessoas jurídicas de direito privado, como empresas em geral.

Fora isso, as demais páginas do relatório tratam de problemas gerais observados no mundo do futebol, como questões econômicas, gerenciais e jurídico-comerciais.

HISTÓRICO - A CPI do Futebol conseguiu convocar para depoimento o presidente Marco Polo Del Nero, em dezembro de 2015. O dirigente foi ao Senado após determinação da Polícia Federal. Nessa época, a CPI já detinha diversos documentos sigilosos que demonstravam a atuação da CBF em esquemas de corrupção envolvendo contratos da entidade.

Em seguida, a CPI evoluiu na investigação de outros cartolas da CBF e conseguiu aprovar requerimentos de convocação de outros dirigentes, como Ricardo Teixeira. Entretanto, as convocações foram derrubadas por decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como presidente da comissão, Romário suspendeu as atividades da CPI até que o plenário do Senado votasse um requerimento que decidisse pela manutenção ou derrubada definitiva das convocações aprovadas. Entretanto, o requerimento nunca foi votado.

Ao longo de todo seu funcionamento, a CPI sofreu com a pressão de parlamentares que compõem a Bancada da Bola, inclusive deputados, que participavam das reuniões e lobistas ligados a CBF. O grupo operava justamente no sentido de evitar a convocação de cartolas do futebol e a quebra de sigilo bancário e telefônico.

A última reunião da CPI foi realizada em abril de 2016 e o colegiado ficou paralisado por sete meses. A diferença da CPI para demais comissões é que ela tem tempo limite de funcionamento. A CPI do Futebol, por exemplo, será encerrada em dezembro deste ano. Assim, o tempo em que o colegiado ficou paralisado é irrecuperável.

O presidente Michel Temer (PMDB) nomeou, nesta quinta-feira (17), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para exercer a função de líder do governo no Congresso Nacional. A indicação foi publicada por mensagem presidencial no Diário Oficial da União de hoje. Jucá vai substituir a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). 

Jucá foi indicado para o posto no início do mês. Agora com o novo cargo, o senador é responsável pela linha de frente de diálogo entre senadores e deputados para as votações consideradas importantes para o Planalto e a manutenção de vetos presidenciais.  

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O peemedebista já foi líder governista nas gestões dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Em maio deste ano, ele se licenciou do Senado para exercer a função de ministro do Planejamento, no início do governo de Michel Temer (PMDB), mas 12 dias depois de nomeado pediu demissão.

A saída foi provocada pelo vazamento de uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. No áudio, Jucá é flagrado sugerindo que o impeachment de Dilma seria a solução para “estancar essa sangria”, como se referiu à investigação da Lava Jato. Atualmente, Jucá é alvo de sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), dois deles oriundos da Lava Jato. 

O Senado Federal celebrou contrato de R$ 283 mil com a empresa JDC Engenharia para a execução de reforma no gabinete do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O extrato do contrato está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (7).

O serviço foi contratado por meio de pregão eletrônico e prevê "fornecimento de insumos e serviços comuns de engenharia para reformas e obras no Complexo Arquitetônico do Senado Federal (Reforma no Gabinete do Senador Romero Jucá)". Jucá foi recém-escolhido pelo presidente Michel Temer para substituir a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) na vaga de líder do governo no Congresso.

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Além do gabinete de Jucá, a edição desta segunda do Diário Oficial traz extratos de outras obras no Senado. Uma reforma no Plenário da Comissão 09 da Ala Alexandre Costa, por exemplo, custará R$ 81 mil e uma outra no Plenário das Comissões 13 será de R$ 76 mil.

O gabinete do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também passará por reforma e o custo será de aproximadamente R$ 33 mil.

Todos esses contratos foram celebrados com a empresa JDC Engenharia e, de acordo com os extratos divulgados, as notas de empenho das despesas foram emitidas em dezembro.

A presidente afastada Dilma Rousseff pretende dizer em sua defesa no Senado, na segunda-feira (29) que o processo de impeachment só foi aberto porque ela não cedeu à pressão para barrar a Lava Jato. Dilma recebeu sugestões para citar até mesmo o áudio em que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirma ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado ser preciso mudar o governo para "estancar a sangria" da Lava Jato e impedir o avanço das investigações.

Uma comitiva de 35 pessoas, a maioria ex-ministros, escoltará Dilma. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai desembarcar em Brasília no domingo, terá conversas com senadores e jantará com a presidente afastada. Lula avalia que "só um milagre" vai salvar sua sucessora e quer demonstrar solidariedade, acompanhando-a ao Senado. Petistas, porém, sondaram a oposição para saber se o ex-presidente será hostilizado se for ao plenário. Apesar da resposta negativa, há receio de tumulto. "Lula virá, mas duvido que queira ficar no plenário", afirmou o líder do PT, Humberto Costa (PE).

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Diante dos senadores, a presidente afastada vai insistir que é inocente, sob o argumento de que não cometeu qualquer crime de responsabilidade. O depoimento de Dilma vem sendo preparado para que ela reforce a ideia de que está pagando um alto preço justamente por combater a corrupção, e não por autorizar "pedaladas fiscais".

No Alvorada

Dilma assistiu ontem a trechos do início de seu julgamento pela TV, no Palácio da Alvorada, e recebeu senadores que se declaram indecisos. Além de citar os insatisfeitos com a Lava Jato, ela deve destacar no Senado que sofreu "sabotagem" da Câmara, com a aprovação de pautas-bomba. Numa estocada ao PSDB, dirá que muitos não aceitaram a derrota na disputa de 2014 e pregará novas eleições, medida rechaçada pela cúpula do PT.

Indagado sobre a disposição de Dilma em citar o diálogo vazado entre ele e Machado, Jucá demonstrou contrariedade. "Se ela levantar essa questão, vai ouvir a resposta que precisa ouvir", reagiu o senador. Jucá foi líder do governo Dilma e ministro do Planejamento por 11 dias, na gestão de Michel Temer. Na mira da Lava Jato, pediu demissão depois que foi divulgada sua conversa com Machado. Um inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal também vai investigar a suspeita de que Dilma, Lula e outras cinco pessoas - incluindo seu advogado José Eduardo Cardozo - atuaram para atrapalhar a Lava Jato. Os petistas alegam, porém, que o inquérito é uma oportunidade para derrubar "calúnias".

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) reconheceu nesta terça-feira, 2, que o tema do calendário do impeachment "foi um dos assuntos" tratados no almoço com o presidente em exercício, Michel Temer, que também teve a participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com o senador, a retomada do processo para o dia 25 de agosto, incluindo trabalho no fim de semana, é para "o bem do País". "Todo mundo trabalha final de semana. Por que senador não pode? A gente trocou ideia sobre isso (no almoço), mas o presidente Michel disse que não se envolveria. É uma questão do Senado e ele não vai se meter, até porque ele é parte (do processo)", afirmou.

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Renan anunciou nesta terça que o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff em plenário deverá começar no dia 25 ou 26 de agosto. Após almoçar com o presidente em exercício, Michel Temer, ele negou que tenha sido pressionado para antecipar o calendário do processo contra Dilma, mas destacou que fará "tudo" o que tiver ao alcance dele para concluir a votação do caso ainda este mês.

Jucá, que estava reunido com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, repetiu o que falou no plenário ontem de que não seria bom para o País que Temer fosse a China no início de setembro como presidente interino.

"Não dá para o presidente do Brasil chegar numa reunião do G-20 como Presidente interino, explicando se é ou se não é. Isso faz mal ao país não ao Michel", disse, ressaltando que esse processo precisa terminar "qualquer que seja o resultado".

Limitador

Jucá, que também teve um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta terça, explicou que o governo está discutindo um "limitador de gastos do pessoal", avaliando se vai incluir ou não algumas questões. "Na minha avaliação, essa é uma questão menor porque o que vale mesmo é o limitador de gastos. Como vai ser dentro do limitador distribuído é uma questão de cada órgão", afirmou.

Segundo o senador, dentro do teto de gastos há um subteto para gasto de pessoal. "Dentro desse subteto, a discussão é de que variáveis ele será composto, se ativo, inativo, terceirizado", disse. "Isso é uma discussão que diz muito mais respeito ao órgão do que ao gasto público, já que o subteto estará sempre limitado pelo teto. Sempre haverá um limitador. Os porcentuais vão ser diferentes, mas cada setor vai ter um teto, afirmou.

O governo aceitou retirar do cálculo da folha salarial dos Estados os gastos com terceirização, indenizações, auxílios e despesas de exercícios anteriores do cálculo de despesas com pessoal para efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A exceção vale para os benefícios pagos para servidores do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Tribunais de Contas, além das assembleias legislativas, na esfera estadual.

Após questionamentos sobre a permanência ou não do senador Romero Jucá (PMDB-RR) na 2ª vice-presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) preferiu agir para oficializar o retorno do colega à Mesa Diretora do Senado.

Jucá deixou o cargo para assumir o Ministério do Planejamento no governo do presidente em exercício Michel Temer. Após dez dias, entretanto, o peemedebista precisou se demitir do posto após a divulgação de áudios em que o senador defendia a "troca do governo" Dilma para "estancar a Lava Jato".

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Ao retornar ao Senado, Jucá voltou a atuar no cargo de segundo vice-presidente da Casa. De acordo com o regimento, entretanto, ele precisaria ser eleito pelo plenário do Senado.

Como presidente do Senado, Renan tentou oficializar a permanência de Jucá com uma votação simbólica. Sob questionamentos da oposição, que alegou que a votação precisaria ser nominal e secreta, conforme regimento interno, Renan precisou ceder. Em seguida, em votação conforme as regras, a indicação de Jucá foi aprovada pelo plenário do Senado sem mais discussões.

A Hypermarcas diz que não é alvo de investigações e que não se beneficiou de atos praticados pelo ex-executivo do grupo Nelson Mello, segundo comunicado enviado na manhã desta terça-feira, 28, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em resposta à reportagem veiculada na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo.

Conforme a matéria, Mello prestou depoimento em fevereiro à Procuradoria Geral da União, no qual citou pagamento de R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar repasse de propinas a senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

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De acordo com a Hypermarcas, Mello exerceu o cargo de Diretor de Relações Institucionais até o início de março. Após sua saída, a companhia afirma que conduziu uma auditoria, que concluiu que Mello "autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços".

Ainda segundo o documento, a Hypermarcas celebrou com o ex-executivo um instrumento para assegurar o ressarcimento integral dos prejuízos sofridos.

Uma nova delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, aponta o suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, afirmou em depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses.

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Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores. Mello depôs em fevereiro e, em seguida, deixou o cargo que ocupava no Hypermarcas. O advogado da empresa, José Luís Oliveira Lima, foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.

A Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que as afirmações envolvendo os políticos sejam investigadas. O relato não é alvo de inquérito na Operação Lava Jato. O Estado apurou que as informações repassadas por Mello referem-se à atuação de parlamentares na defesa de interesses da empresa no Congresso.

Os lobistas, segundo Mello, diziam agir em nome de políticos e que estes poderiam tomar iniciativas de interesse da empresa e do setor no Congresso. Segundo o delator, Lúcio Funaro se dizia "muito próximo" do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de outros peemedebistas da Casa. Já Milton Lyra afirmava agir em nome dos senadores "da bancada do PMDB" que teriam sido destinatários da maior parte da propina.

Mello disse que conheceu os lobistas em Brasília. Ele afirmou que se "ajustou" com Funaro e Lyra para "se aproximar" do poder. Seu objetivo, declarou, era "proteger" o mercado que representava. Disse ainda que, para ele, o setor "tinha que ter uma proteção legal".

Mello trabalhou por mais de 20 anos no Hypermarcas, grupo do qual se desligou depois de fechar a delação. Ele afirmou que "ressarciu" o grupo daquele montante que disse ter repassado aos lobistas. Segundo ele, a empresa Hypermarcas "não auferiu nenhuma vantagem nem sofreu prejuízos porque foi reembolsada".

Operadores

O executivo citou vários nomes em sua delação premiada, incluindo Renan, Jucá, Braga e Cunha. Na Operação Lava Jato, Funaro já foi apontado como operador de Cunha e responsável por viabilizar o escoamento de propina das empreiteiras para as contas do deputado afastado fora do País.

Os investigadores chegaram a mapear dois carros - um Hyundai Tucson e uma Land Rover Freelander - em nome da empresa C3 Produções, da mulher de Cunha, mas que foram pagos por empresas ligadas a Funaro. Também na Lava Jato, os irmãos Milton e Salim Schahin, do grupo Schahin, disseram aos investigadores que foram ameaçados por Funaro por causa de problemas em obra de interesse dele e de Cunha.

Também na apuração do cartel que atuou na Petrobrás, Lyra foi apontado como operador de Renan e seu nome apareceu em uma anotação apreendida no gabinete do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS).

No documento, ele está relacionado a um suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina para o PMDB. Em outra frente da Lava Jato, que apura desvios em fundos de pensão, Lyra é investigado por aparecer como operador de duas empresas que captaram R$ 570 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios.

Zelotes

Renan e Jucá também são investigados na Operação Zelotes, deflagrada inicialmente pela Polícia Federal em março de 2015 para investigar um esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - órgão colegiado do Ministério da Fazenda, responsável por julgar recursos de autuações contra empresas e pessoas físicas por sonegação fiscal e previdenciária.

A investigação da Operação Zelotes se desdobrou para a apuração de suposta compra de medidas provisórias no Congresso. Os senadores peemedebistas são suspeitos de terem recebido propina para aprovar medidas provisórias de interesse de empresas do setor automobilístico.

Já Eduardo Braga, ex-ministro de Minas e Energia durante o governo Dilma Rousseff e atualmente senador pelo Amazonas, foi citado em delação premiada de ex-executivos ligados à empreiteira Andrade Gutierrez como destinatário de propina em obras no Amazonas e em licitações relacionadas à Copa.

Todos os parlamentares citados negam envolvimento em irregularidades.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a quebra de sigilo bancário da empresa Uyrapuru Comunicações e Publicidade, investigada em inquérito que apura se o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é sócio oculto da TV Caburaí, afiliada à Rede Bandeirantes em Roraima. A Uyrapuru é a gestora da rede de televisão de Boa Vista (RR).

O pedido de quebra de sigilo foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e acolhido pelo relator do processo no STF, ministro Gilmar Mendes. A investigação contra Jucá também apura suposta prática dos crimes de falsidade ideológica, desvio de contribuições previdenciárias e crimes contra a ordem tributária.

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Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Geraldo Magela Fernandes da Rocha declarou que aceitou atuar como laranja de Jucá na abertura e no funcionamento da Uyrapuru Comunicaçãoes. De acordo com Magela, ele assinou o documento de criação da empresa, em 1999, dentro do gabinete de Jucá, no Senado Federal.

Segundo o empresário, além da Uyrapuru, as empresas Rede Caburaí de Comunicaçãoes e Societat Participações "sempre pertenceram de fato ao senador Romero Jucá, o qual sempre deteve de fato a autoridade pelos atos de gestão das referidas empresas".

O inquérito contra Jucá tramita no Supremo há seis anos. Em 2010, o ministro Gilmar Mendes trancou o inquérito porque o procedimento havia sido iniciado por um delegado da PF e Jucá tem foro privilegiado. Entretanto, a investigação foi reaberta em 2013, à pedido do então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que considerou que o depoimento de Magela era confirmado por documentos da investigação.

Desde então, a PGR requisita ao STF diferentes medidas e diligências para concluir a apuração. Janot pondera que, caso confirmado que Jucá usou um laranja para abrir a empresa, o ato configura crime de falsidade ideológica, já que Jucá seria o "verdadeiro proprietário gestor da TV Caburaí".

O procurador-geral da República também indicou possível crime de ordem tributária, já que não constam doações para a empresa Societat Participações na declaração de bens; além de suposto crime de apropriação indébita, diante da ausência de repassa à Previdência Social das contribuições recolhidas.

Investigação

Jucá é investigado em outros inquéritos no Supremo. O senador é alvo das operações Lava Jato e Zelotes. Na última semana, veio à público o pedido de prisão preventiva de Jucá, feito por Janot, considerando a delação de Sérgio Machado.

O senador, que teve curta passagem pelo Ministério do Planejamento durante o governo do presidente em exercício, Michel Temer, deixou o cargo após a divulgação de diálogo em que falava sobre "trocar o governo" para "estancar a Lava Jato". Jucá é um dos principais articuladores do processo de impeachment de Dilma Rousseff e considerado um dos maiores aliados de Temer.

O senador Telmário Mota (PDT-RR) vai recorrer da decisão do presidente do Conselho de Ética da Casa, João Alberto Souza (PMDB-MA), que decidiu arquivar o pedido de cassação do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O arquivamento aconteceu no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão de Jucá por obstrução da Justiça, argumento que embasa o pedido de cassação.

"Acho que foi uma decisão autoritária, arbitrária e até ilegal, porque acho que ele devia ter submetido, pelo menos, à Comissão de Ética", disse Mota. O senador afirmou que, como prevê o regimento, ele já colheu cinco assinaturas de membros do Conselho para entrar com o recurso e o pedido deve ser protocolado ainda nessa quarta-feira, 8.

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Para Mota, a decisão de João Alberto não foi técnica e, sim, parcial. Ele acredita que o arquivamento pode ter relação com o fato de João Alberto ser do PMDB, como Jucá, ou por ser muito próximo do ex-presidente José Sarney - que também foi flagrado em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

"Talvez ele entenda que isso pode causar um efeito dominó, que depois de chegar no Jucá, a investigação possa alcançar outros", disse.

Delcídio

Jucá foi flagrado em um diálogo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que o senador fala que é preciso trocar o governo para estancar a "sangria" da Lava Jato.

A situação é semelhante ao caso do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que foi preso e cassado acusado de tentar obstruir a Justiça após divulgação de uma conversa em que ele sugeria uma rota de fuga para o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso no âmbito da Lava Jato.

"Entendo que as gravações de Jucá são muito mais fortes. Delcídio tentava obstruir a Justiça com um caso específico, Jucá fala de um pacto para parar a investigação. Não era um nome, ele queria parar a operação como um todo", argumenta Telmário.

Ao pedir a prisão de Jucá, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também teria argumentado que o caso de Jucá é mais grave que o de Delcídio.

No mesmo dia em que a Procuradoria-geral da República (PGR) pediu a prisão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), mandou arquivar o pedido de cassação do parlamentar. À reportagem, João Alberto disse que "não havia provas suficientes para abrir um processo contra Jucá. Segundo ele, tudo o que tinha eram "recortes de jornais", que não seriam suficientes para averiguar a denúncia" por quebra de decoro parlamentar.

Questionado se a divulgação do pedido de prisão de Jucá, nesta terça-feira, poderia mudar o seu entendimento sobre o caso, o senador negou. "Trabalhei com o que tinha em mãos", respondeu. "Na petição não constaram os documentos que a deveriam instruir, nem o rol de testemunhas e nem a especificação das demais provas que se pretende produzir. Assim, a referida representação é insuficiente para a abertura do procedimento", declarou o presidente do colegiado na sua decisão.

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João Alberto disse que o seu entendimento foi o mesmo da Advocacia-Geral do Senado, a quem pediu um parecer prévio na última terça-feira, 31. Nos bastidores, João Alberto tem fama de "engavetador". Normalmente o parlamentar costuma encomendar relatórios aos técnicos de acordo com os seus posicionamentos. Os membros do colegiado que não concordarem com a decisão ainda podem recorrer ao plenário do Conselho de Ética.

A representação contra o Romero Jucá foi feita pelo PDT na semana passada, protocolada pelo senador Telmário Mota (PDT-RR), rival local do peemedebista. O argumento é a quebra de decoro com a revelação de diálogos entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que o peemedebista defende que é necessário "trocar o governo" para "estancar a sangria" da operação Lava Jato. Nesta terça-feira, Telmário protocolou uma nova denúncia contra Jucá no conselho.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não comentar sobre os supostos pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do senador Romero Jucá (RR), do ex-senador José Sarney (AP) e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), todos do PMDB, que ele teria feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a justificativa de que os políticos teriam tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. 

“Não confirmo nada”, disparou Janot, ao sair de uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal. A informação do encaminhamento dos pedidos, que estariam em sigilo no STF, foi revelada pelo jornal O Globo, nesta terça-feira (7). De acordo com a publicação, o caso estaria sendo analisado há pelo menos uma semana pelo ministro Teori Zavascki. 

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Segundo a reportagem, a solicitação de Janot teria sido encaminhada após a divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que Sarney, Renan e Jucá foram flagrados acertando meios de derrubar as apurações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. 

 

Os juros futuros começaram a manhã desta terça-feira, 7, com força, em alta em toda a curva, refletindo o clima de incerteza com o governo de Michel Temer potencializado pela notícia de pedidos de prisão dos grandes nomes do seu partido, o PMDB: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); o senador e ex-ministro Romero Jucá (RR), o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Às 9h26, o DI para janeiro de 2018 estava a 12,60%, de 12,51% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2019 exibia 12,43%, de 12,29%. O vencimento para janeiro de 2021 a 12,47%, de 12,31% no ajuste anterior.

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Se por um lado as prisões mostram que continua o combate à corrupção na gestão Temer, por outro lado essas prisões podem afetar a governabilidade do presidente em exercício e influenciar a votação final do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, na avaliação de profissionais do mercado financeiro consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Os pedidos de prisão foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a Teori Zavascki, ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Temer, segundo fontes, deve conversar nesta manhã com interlocutores próximos para discutir o impacto desses pedidos. Ele não tem compromissos oficiais agendados nesta manhã.

O mercado também estará atento à sabatina do indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, às 10 horas, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O PSDB divulgou nota pública nessa quarta-feira (25) sobre a citação do presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), em diálogos entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e os também senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL). No texto, o partido desqualifica as declarações de Machado sobre Aécio e diz que o delator não apresentou nenhuma prova que comprove as acusações contra o senador.

“Fica cada vez mais clara a tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique. As gravações se limitam a reproduzir comentários feitos pelo próprio autor, com o objetivo específico de serem gravados e divulgados”, diz a nota.

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O partido informa que vai processar Machado pelas declarações e pela divulgação de áudios em que Aécio Neves é citado. “É inaceitável essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benefícios de uma delação premiada. Por isso será acionado pelo partido na Justiça.”

De acordo com o PSDB, o diálogo em que Renan Calheiros diz ter sido procurado por Aécio, que estaria com “medo” da delação do ex-senador Delcídio do Amaral, não representa nada além da indignação do presidente tucano. “Sobre a referência ao diálogo entre os senadores Aécio Neves e Renan Calheiros, o senador Aécio manifestou a ele o que já havia manifestado publicamente inúmeras vezes: a sua indignação com as falsas citações feitas ao seu nome”, diz o texto.

Em outra gravação, Jucá diz a Machado que Aécio Neves teria percebido que pode ser implicado pelas investigações da Operação Lava Jato e que teria “caído a ficha” do PSDB sobre os riscos de as investigações continuarem.

O conteúdo das gravações foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira, 24, que não entendeu a conversa entre o ex-ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como uma tentativa de interferir na Operação Lava Jato. "Não vi isso. É uma conversa entre pessoas que têm alguma convivência e estão fazendo análise do cenário numa posição não muito confortável", afirmou.

O peemedebista deixou o cargo no governo do presidente em exercício Michel Temer nesta segunda-feira, 23, após virem à tona áudios em que ele sugere um pacto para deter as investigações. Tanto Jucá quanto Machado são alvos da Lava Jato, que apura o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

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Gilmar, no entanto, admitiu que causou "incômodo" o fato de Jucá ter dito que havia conversado com ministros do Supremo sobre o caso, mas afirmou não ter sido procurado pelo senador. "Sou uma pessoa que tem bom relacionamento com o Jucá desde o governo Fernando Henrique e ele nunca me procurou sobre isso. Parece que isso é o tom de conversa geral", disse.

O ministro defendeu ainda que as reiteradas menções que políticos fazem em relação a ter acesso a integrantes da Corte virou um "mantra", mas não condizem com a realidade. "Sempre vem essa história: já falei com os juízes ou coisa do tipo. Isso virou um mantra, um enredo que se repete", disse.

Para ele, não há por que a sociedade suspeitar do STF no que diz respeito à condução dos processos ligados à Lava Jato. "O Tribunal tem agido com muita tranquilidade, com muita seriedade, muita imparcialidade, a mim me parece que não há nada que possa mudar o curso (das investigações)."

Temer

Gilmar afirmou ainda não acreditar que a saída de Jucá do ministério do Planejamento vá prejudica o governo Temer, que iniciou há pouco mais de dez dias. "São problemas da realidade política, com os quais se tem que lidar. Da noite para o dia, às vezes por uma fala, por uma revelação, se encerra um mandato até exitoso", disse.

O ministro também defendeu que o caso de Jucá era diferente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi impedido de assumir a Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff. Para Gilmar, que foi o responsável pela decisão no STF sobre o caso, a nomeação de Lula ficou caracterizada como obstrução de Justiça porque o ex-presidente teria sido nomeado para ganhar foro privilegiado e não ser mais investigado pelo juiz Sérgio Moro, da primeira instância em Curitiba.

O senador Telmário Mota (PDT-RR), que mais cedo protocolou uma denúncia contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR), resolveu retirar o pedido. O PDT, como partido, vai protocolar uma representação contra o peemedebista. Dessa forma, o senador pode ser punido com cassação.

"Foi um erro da assessoria, mas vamos fazer uma retificação. A representação é a peça mais adequada porque é assinada pelo presidente do partido. Além disso, tem tramitação mais célere", disse Telmário.

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A consultoria jurídica do senador ponderou que a representação é mais condizente com o caso do senador Jucá, que foi flagrado em uma gravação em que, supostamente, tenta obstruir a investigação da Lava Jato. O senador dizia ser necessário "trocar o governo" para "estancar" a operação. No novo documento, o presidente do PDT, Carlos Lupi, vai assinar a representação como representante do partido e o senador Telmário Mota como apoiador.

Denúncia e representação são duas formas distintas de se pedir o início de um processo disciplinar contra um senador. Entretanto, enquanto a representação prevê perda de mandato temporária ou definitiva, para a denúncia as penalidades são apenas advertência e censura.

Uma denúncia pode ser convertida em representação, o que pode levar à cassação, mas o processo é mais lento. Para que isso aconteça, caso a denúncia seja aceita, o relator do processo tem que entender que há indícios suficientes para pedir a perda temporária ou definitiva do mandato e pedir uma conversão. O parecer do relator precisa ser aprovado pelos demais senadores no Conselho de Ética.

Próximos passos

Antes que a denúncia passe a tramitar no Conselho de Ética do Senado, é feita uma avaliação de admissibilidade pelo presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), que tem até cinco dias úteis, a contar do recebimento do processo, para aceitar ou recusar o pedido.

Caso aceita, a denúncia será analisada pelo conselho após o sorteio de um relator. Caso rejeitada, cabe recurso ao plenário do conselho.

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