Tópicos | sarampo

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou na noite dessa quinta-feira (13) a primeira morte por sarampo em 2020. O secretário Edmar Santos concede uma entrevista agora pela manhã para dar mais detalhes do caso.

O Ministério da Saúde lançou nessa semana a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. No ano passado, o país registrou 18,2 mil casos da doença, em 526 municípios. Houve 14 óbitos em São Paulo e um em Pernambuco.

##RECOMENDA##

A doença

Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.

Mesmo quando o paciente não morre, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.

Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas.

Na próxima segunda-feira (10), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) iniciará a campanha de vacinação contra o sarampo voltada para o público entre 5 e 19 anos que nunca foram vacinadas, sendo necessário duas doses da tríplice viral, com um intervalo de 30 dias entre elas. A secretaria ressalta que quem estiver com a caderneta de vacinação em dia não precisa tomar novas doses.

Essa já é a terceira campanha desde 2019, quando o público alvo era a população de 6 meses a 4 anos e 20 a 29 anos. De acordo com os dados preliminares de 2019, foram aplicadas 808.920 mil doses da vacina tríplice viral no Estado. O quantitativo é 54% maior do que o mesmo período de 2018 (524.356 doses).

##RECOMENDA##

A vacina tríplice viral é disponibilizada de rotina nos postos de saúde para o público de 6 meses a 11 meses - a chamada "dose zero". Ao completar 1 ano, deve ser feita a primeira dose, com reforço aos 15 meses (1 ano e 3 meses). Para a população de 2 a 29 anos não vacinada, o esquema é feita em duas doses, com um intervalo de 30 dias entre elas. Adultos de 30 a 49 anos não imunizados precisam tomar apenas uma dose. Além disso, profissionais de saúde precisam ter um esquema feito com duas doses.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro quer chegar até o fim de março com 3 milhões de pessoas entre seis meses e 59 anos de idade imunizadas contra o sarampo. Segundo o médico da secretaria Alexandre Chieppe, esse número corresponde à estimativa de pessoas que não têm imunização completa contra a doença, que exige duas doses.

“Muita gente só tomou uma dose da vacina. Na dúvida [se tomou ou não as duas doses], o ideal é que procure um posto de vacinação. O profissional de saúde vai poder fazer a avaliação e, na maioria dos casos, vai aplicar a vacina, porque a recomendação é que, se a gente não tem certeza ou se perdeu a caderneta de vacinação, que aplique a vacina novamente”, disse Chieppe.

##RECOMENDA##

Neste sábado (1º), postos de saúde e pontos de vacinação nos 92 municípios fluminenses estão aplicando vacinas no chamado Dia D contra o Sarampo, para evitar a ocorrência de um surto como o do ano passado. As autoridades sanitárias do estado temem que a doença possa atingir até 10 mil pessoas neste ano no Rio de Janeiro.

A campanha estadual, que começou em janeiro, deve se estender até 23 de março. O município que, assim como o resto do estado, iniciou em janeiro sua campanha de vacinação, também aderiu ao Dia D, com a abertura de 233 postos de saúde e mais 100 pontos de imunização, que ficarão abertos até as 17h.

Na campanha municipal, 30 mil pessoas já se vacinaram. A previsão é chegar ao fim do dia de hoje com 45 mil pessoas imunizadas. Segundo a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, a imunização contra o sarampo é permanente.

“A campanha não vai parar. A gente vai continuar vacinando até que o sarampo esteja afastado. A gente está num surto ativo, o que significa que toda a cidade está vulnerável. É o momento de maior vigilância, estamos chegando no carnaval, as crianças voltarão às aulas. São situações de aglomeração de pessoas”, disse.

Luciany Brum foi até o Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana, na zona sul da cidade do Rio, para se vacinar com suas sobrinhas. “Aproveitei a oportunidade, vi a propaganda pela internet e resolvi tomar.  Eu nunca tomei. Uma das minhas sobrinhas também nunca tomou e a outra não sabe”, disse.

Público-alvo

O público-alvo da campanha são pessoas entre seis meses e 59 anos de idade. Segundo o médico Alexandre Chieppe, as crianças que já tomaram as duas doses de vacina contra o sarampo, normalmente aplicada aos 12 e aos 15 meses, não precisam mais se vacinar.

A campanha atual é para as crianças que não tomaram as duas doses e para aquelas que têm entre seis meses e um ano de idade e que, portanto, ainda não tomaram a primeira dose. Para essas crianças, é dada uma chamada “dose zero”, que depois será complementada pelas duas doses normais da vacina.

“Na dúvida, leve a criança num posto de vacinação, com a caderneta. Às vezes, não precisa do sarampo, mas pode precisar de alguma outra vacina que eventualmente possa estar faltando”, explicou.

Já para as pessoas com mais de 59 anos de idade, Chieppe disse que a vacina não é recomendada, mas pode ser aplicada. Casos específicos podem ser analisados por um profissional de saúde.

O estado do Rio de Janeiro iniciou nesta segunda-feira (13) campanha de vacinação contra o sarampo para evitar que a população fluminense sofra com um surto da doença, como o registrado em São Paulo no ano passado. A mobilização vai até 13 de março e tem como meta vacinar 3 milhões de pessoas nos 92 municípios do estado. O público-alvo é a população de 6 meses a 49 anos de idade.

O Rio de Janeiro teve 373 casos confirmados de sarampo no ano passado, o que já representa uma alta expressiva frente aos 20 casos confirmados em 2018. A incidência da doença avançou em diversas partes do mundo nos últimos dois anos e fez com que países como o Brasil, o Reino Unido e a Venezuela perdessem o certificado internacional de erradicação do sarampo.

##RECOMENDA##

A região metropolitana do Rio de Janeiro concentrou a maior parcela de casos confirmados no ano passado, com 100 na capital e 250 na Baixada Fluminense. O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, alertou que a imunização é necessária para criar um bloqueio contra o avanço.

Sem vacinação, o número de casos em 2020 pode passar de 10 mil. "Detectamos uma baixa cobertura vacinal, especialmente da segunda dose", disse Santos. "São Paulo, que é um estado vizinho, teve em 2019 mais de 14 mil casos. Há um risco, em potencial, de que o Rio vir a enfrentar um surto grave de sarampo no Rio se não forem tomadas essas medidas."

A campanha de vacinação no Rio de Janeiro terá dois dias D – 1º de fevereiro e 7 de março –, nos quais será reforçada a mobilização, incluindo polos de vacinação em locais de grande circulação, como estações de trem, metrô e barcas. O governo do estado também pretende fazer uma busca ativa das pessoas que não se vacinaram, nas residências, escolas e universidades.

A meta para a cobertura da vacina tríplice viral é de 95% nas duas doses. Na primeira, praticamente todo o estado chega ao patamar exigido, com exceção de cidades como Nova Iguaçu, Macaé e Magé. Quando observada a segunda dose, no entanto, a vacinação é baixa de maneira geral, com cobertura de 75% na capital e situações bem mais graves, como a de Nova Iguaçu, onde a imunização chega apenas a 25%. Segundo o secretário, a divulgação de informações falsas nas redes sociais tem atacado a credibilidade das vacinas, prejudicando a cobertura.

"Procure o posto de saúde mais próximo de sua casa. Os profissionais são treinados e têm total capacidade de orientar", ressaltou Santos. Ele destacou que a vacinação é importante para proteger também quem não tem condições de tomar a tríplice viral. "Para cada 1 milhão de pessoas que você vacina, você protege 2 milhões. As pessoas que podem se vacinar protegem quem não pode."

A Secretaria Estadual de Saúde informou que pessoas com suspeita de sarampo, imunocomprometidas, gestantes e crianças com menos de 6 meses não devem tomar a vacina. Alérgicos a proteínas do leite de vaca têm de informar essa condição ao profissional de saúde no posto de vacinação para que recebam a dose feita sem tal componente.

A campanha pede atenção especial para a imunização de criança na faixa de 6 meses a 4 anos e adultos com idade entre 20 e 29 anos. Esses grupos são os mais vulneráveis à doença. Quem tem mais de 49 anos não está incluído na campanha porque teve contato com o vírus do sarampo durante a infância, quando a circulação da doença era maior.

A campanha nacional de vacinação contra o sarampo registrou o melhor índice dos últimos cinco anos, com índice de cobertura de 99,4% das crianças de até um ano de idade. Com o resultado, o Brasil ultrapassou a meta de cobertura da vacina tríplice viral - contra sarampo, rubéola e caxumba - estabelecida pelo Ministério da Saúde.

No entanto, de acordo com a pasta, nove unidades federativas não atingiram a meta mínima, de 95%: Pará (85,4%), Roraima (87,9%), Bahia (88,9%), Maranhão (90%), Acre (91,4%), Piauí (91,9%), Distrito Federal (93,7%), São Paulo (93,9%) e Amapá (94,9%).

##RECOMENDA##

“Ainda temos cerca de 1,9 mil municípios que, mesmo com a intensificação das ações de vacinação por meio de campanhas, não conseguiram atingir a meta. Isso é preocupante para 2020, porque ainda existe surto da doença no país”, alertou por meio de nota o diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Julio Croda.

Ao longo do ano, foram realizadas duas etapas de vacinação contra o sarampo em municípios fronteiriços. Em São Paulo foi feita uma campanha de vacinação no meio do ano, após o surgimento de alguns casos da doença, após registro de surto em um navio atracado no Porto de Santos.

Duas outras campanhas foram feitas em todo o país até o dia 30 de novembro. Uma destinada a crianças de 6 meses a menores de 5 anos, e outra à população de 20 a 29 anos.

 

Preocupado com o contato direto de seus profissionais com o público e o crescimento do número de casos de sarampo no Brasil, o Conselho Regional de Odontologia do Pará (CRO-PA) promoveu no último final de semana uma Ação de Vacinação contra a doença. A iniciativa foi destinada aos profissionais de saúde registrados no Conselho. Por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), 300 doses foram disponibilizadas.

“A campanha de vacinação contra o sarampo é importante para evitar complicações como cegueira e infecções generalizadas que podem levar ao óbito. Foram confirmados seis óbitos por sarampo no Brasil, sendo cinco em São Paulo e um em Pernambuco. Por isso é importante orientar a população sobre a atualização do calendário vacinal, promovendo ações coletivas de educação em saúde com a comunidade para a prevenção de doenças por meio da vacinação”, destaca Mário Costa, da Comissão de Ética do CRO-PA.

##RECOMENDA##

Para a cirurgiã-dentista Luciana Bayma, de 47 anos de idade, a iniciativa do Conselho foi oportuna. “Em Janeiro, irei a São Paulo para um Congresso de Odontologia e estava preocupada com os casos da doença. Agora, depois dessa vacina fico tranquila”, disse.

Segundo dados do Ministério da Saúde, desde a primeira semana de 2019, o Brasil registrou 1.388 casos confirmados de sarampo, sendo que 1.322 deles (95,2%) ocorreram no Rio de Janeiroem São Paulo, na Bahia e no Paraná. O restante, 66 infecções (4,8%), ocorreu nos outros Estados do Brasil.

Por Syanne Neno, especialmente para o LeiaJá.

Depois de décadas de grandes progressos, a luta contra o sarampo está estagnando, e o número de mortes voltou a aumentar em 2018 - advertiram nesta quinta-feira (5) a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as autoridades de saúde americanas em meios a surtos, do Pacífico até a Europa.

No total, 142.000 pessoas morreram no mundo por esta doença em 2018. A cifra é quatro vezes menor do que em 2000, mas 15% maior do que em 2017. São crianças em sua maioria.

O sarampo é um vírus muito contagioso, que pode permanecer em um quarto até duas horas depois de que uma pessoa infectada tenha falecido. Ressurgiu com epidemias nos cinco continentes desde 2018, sobretudo, em cidades ou vizinhanças com baixos níveis de vacinação.

As pequenas ilhas da Samoa no Pacífico Sul atualmente lutam contra a epidemia. Registram 62 mortes desde outubro, e quase todas eram crianças menores de quatro anos. As autoridades cortaram o acesso ao arquipélago e lançaram uma campanha de vacinação nesta quinta-feira.

Cinco países concentraram quase metade dos casos em 2018: República Democrática do Congo (RDC), Libéria, Madagascar, Somália e Ucrânia, segundo um informe publicado pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Nos países ricos, o sarampo mata pouco, ou nada. Na RDC, porém, esse vírus mata o dobro do que o do Ebola, tendo causado 5.000 mortes esse ano.

O vírus se propaga com facilidade. Israel importou uma centena de casos de outros países, como Filipinas e Ucrânia. De lá, alguns viajantes infectados transmitiram a doença aos bairros judeus de Nova York e contribuíram para a maior epidemia dos Estados Unidos desde 1992.

"Todos sabem que existe uma vacina segura e eficaz contra o sarampo em todos os lugares há 50 anos", disse Kate O'Brien, diretora de imunização da OMS, em uma coletiva de imprensa. "Realmente é um fracasso coletivo ver esses surtos", completou.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) registrou até o dia 9 deste mês 1.056 casos de sarampo em Pernambuco, com 127 confirmações e 447 descartes. De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado nesta quarta-feira (20), a maior parte dos municípios são oriundos da região da IV Gerência Regional de Saúde (Geres), no Agreste: Taquaritinga do Norte (34), Santa Cruz do Capibaribe (32), Caruaru (17), Vertentes (14), Toritama (11), Brejo da Madre de Deus (06), Frei Miguelinho (01), Gravatá (01) e Bezerros (01). Os demais são da I Geres, na Região Metropolitana do Recife (RMR): Recife (09) e Jaboatão dos Guararapes (01).

A SES-PE reforça que as ações de vigilância epidemiológica (investigação dos casos e vacinação de bloqueio), além da assistência ao paciente, são iniciadas logo após a notificação do caso, ou seja, independente do resultado laboratorial. A medida busca evitar o agravamento do caso e a propagação da doença. As medidas são realizadas pelos municípios com o apoio das Geres e do Estado. Por fim, a Secretaria informa que tem recebido normalmente a vacina tríplice viral do Ministério da Saúde e feito a distribuição aos municípios.

##RECOMENDA##

CAMPANHA – Segue até 30.11 a campanha de vacinação contra o sarampo voltada para adultos jovens de 20 a 29 anos. Essa população deve ter duas doses da vacina tríplice viral para estar devidamente protegida contra a doença. A SES-PE reforça que os pernambucanos entre 6 meses e 49 anos ainda não vacinados ou que não completaram seu esquema básico também devem procurar os postos de saúde.

*Da assessoria 

 

A cada dez casos confirmados de sarampo no País, três foram em jovens na faixa de 20 a 29 anos. Nos últimos 90 dias de surto ativo, essa faixa etária foi a mais acometida pela doença, com 1.729 casos, concentrando 30,6% das confirmações. Por ser o mais afetado, o grupo é o foco da segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra o sarampo que começou nesta segunda-feira (8) em todo o País.

Na primeira fase, a campanha focou a vacinação de crianças de 6 meses a 4 anos, que têm mais riscos de complicações - seis bebês com menos de 1 ano morreram de sarampo neste ano. Agora, o foco é o grupo com maior incidência da doença e mais desprotegido. O Ministério da Saúde estima que 9,4 milhões de pessoas de 20 a 29 anos não estejam imunizadas ou tenham tomado só uma dose - são necessárias duas.

##RECOMENDA##

O infectologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que um dos motivos para a faixa de 20 a 29 anos estar mais suscetível à doença é que a maioria só se vacinou uma vez. "O Brasil demorou a introduzir a segunda dose na caderneta de vacinação. Nos anos 90, ficou claro que era necessário aplicar a segunda dose. Só que esse protocolo só passou a ser adotado em 2004."

O Ministério da Saúde estima que o surto de sarampo levará, pelo menos, entre seis a oito meses para ser contornado. Nos últimos 90 dias, foram registrados 5.660 casos da doença, com 6 mortes. Os registros estão espalhados por 18 Estados, mas a maioria ocorreu em São Paulo.

Desafio

Entre junho e agosto, foi realizada na capital paulista uma campanha focada em jovens de 15 a 29 anos, que foi ampliada para outras cidades da Grande São Paulo. Solange Saboia, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, diz que convencer esse público a se vacinar é um desafio. "Conseguimos vacinar 44% dessa população, apesar dos esforços. As fake news estão atrapalhando e há jovens que desconhecem a doença." Para a nova mobilização, a estratégia vai ser imunizar em universidades, escolas e empresas.

O instalador de ar-condicionado Davi Richard Souza, de 21 anos, só se vacinou depois de ter sido alertado pela mãe. "Foi tranquilo, não deu efeito nenhum. Agora sei que estou protegido", disse Souza, morador de Sorocaba, município com 46 casos confirmados. As reações adversas da imunização são raras e mesmo quem perdeu o cartão e não sabe se tomou as duas doses pode se vacinar. Diretora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Núbia de Araújo diz que os jovens devem ir aos postos para verificar se é necessário completar o esquema vacinal. "Esses jovens não viram o sarampo e não conseguem valorizar a vacina. A eficácia é de 95%, é uma vacina excelente, mas uma dose não é suficiente (para proteger)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seguindo o calendário elaborado pelo Ministério da Saúde, o governo do estado do Rio de Janeiro deu início, nesta segunda-feira (18), à segunda fase da campanha nacional de vacinação contra o sarampo. O estado já registrou este ano 117 casos da doença, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o que o coloca entre os três com maior incidência no atual surto que atinge o Brasil. Em todo o país, são cerca de 5,6 mil casos, em 19 estados. Mais de 90% das ocorrências se concentra em São Paulo, onde já foram registrados mais de 5 mil diagnósticos positivos.

Na nova etapa, que vai até o dia 30 de novembro, o Ministério da Saúde mira em cerca de 9 milhões de pessoas entre 20 e 29 anos, que não tomaram duas doses na infância. Essa é a faixa etária que acumula o maior número de casos confirmados no atual surto. Os imunizantes são assegurados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em unidades básicas.

##RECOMENDA##

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção ao sarampo. Para as pessoas até 29 anos de idade são recomendadas duas doses da vacina. Na faixa de entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose. A primeira fase da campanha de vacinação, realizada de 7 a 25 de outubro, foi focada no atendimento às crianças de 6 meses a 5 anos de idade, grupo mais vulnerável às sequelas e óbitos.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil superou a meta global alcançando 97% de cobertura vacinal na faixa etária de 6 meses a 1 ano de idade. No entanto, 10 estados ficaram abaixo do índice almejado de 95% e o Rio de Janeiro registrou o pior percentual,de 69,24%.

Vírus

Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave transmitida por via aérea. Os sintomas são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza e mal-estar intenso. Após um período que varia de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas. Quando ocorre na infância, a vítima pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente. Mesmo entre adultos, a doença pode deixar sequelas e também evoluir a óbito. Neste ano, 14 pessoas morreram, sendo 13 em São Paulo e uma em Pernambuco.

No Rio de Janeiro não há registro de mortes. Os 117 casos estão espalhados por 16 municípios. Duque de Caxias lidera com 36 ocorrências. Em seguida, vêm a capital, com 31 confirmações, Paraty com 12 e São João de Meriti com 10. As demais cidades são Angra dos Reis, Belford Roxo, Cabo Frio, Casemiro de Abreu, Itaguaí, Magé, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Resende, Rio das Ostras e Saquarema.

 

A segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo começa nesta segunda-feira (18) em todo o país. As pessoas, na faixa etária de 20 a 29 anos de idade, são o alvo desta etapa.

De acordo com o último boletim epidemiológico sobre sarampo do Ministério da Saúde, esta faixa etária é a que mais acumula número de casos da doença. Nos últimos 90 dias de surto ativo, foram confirmados 1.729 casos em pessoas de 20 a 29 anos.

##RECOMENDA##

O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que um dos motivos é que esse público não tomou a vacina em nenhuma fase da vida e, se tomou, não voltou para aplicar a 2ª dose, necessária para a proteção.

Para atingir essa faixa etária, o ministério adotou algumas estratégias. Uma delas é a realização da segunda fase da campanha de vacinação em locais de grande circulação dessas pessoas. A ação será realizada em conjunto pelas três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

Na onda do movimento antivacina em todo o mundo e do ressurgimento de casos de sarampo, dois estudos publicados nesta quinta, 31, nas revistas Science e Science Immunology mostram que não vacinar contra a doença pode deixar a criança vulnerável não só ao sarampo como a várias outras doenças no longo prazo.

As pesquisas feitas de modo independente com 77 crianças não vacinadas - antes e depois de a comunidade na Holanda onde moram sofrer um surto de sarampo - observaram que a infecção por sarampo acaba enfraquecendo o sistema imune contra outros vírus e bactérias por até três anos depois de os sintomas do sarampo sumirem.

##RECOMENDA##

Ocorre o que os cientistas chamaram de "amnésia imune". Ou seja, o vírus "apagou" a memória que as crianças tinham contra doenças com as quais elas já tinham tido contato previamente. É essa memória que permite que o corpo se lembre de encontros anteriores com vírus e bactérias e possa reagir, evitando novas infecções.

O trabalho publicado na Science por pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes, de Boston, da Escola de Medicina de Harvard e outras instituições dos Estados Unidos, da Holanda e da Finlândia, descobriu que o sarampo dizimou de 11% a 73% do repertório de anticorpos das crianças dois meses depois da infecção.

Elas ficaram quase tão vulneráveis quanto um recém-nascido, que não têm ainda esses anticorpos. São os anticorpos que temos que nos protegem, por exemplo, de ter de novo uma catapora, herpes ou uma pneumonia que já tenha nos afligido no passado. Mas nos infectados por sarampo, isso some por um tempo. Os pesquisadores também checaram o sistema imune de crianças vacinadas contra o sarampo e não observaram essa perda no resto do sistema imune.

"Imagine que sua imunidade contra patógenos é como carregar um livro de fotografias de criminosos e alguém faz um monte de buracos neles", comentou o primeiro autor do estudo, Michael Mina, pesquisador de pós-doutorado na Escola Médica de Harvard e do Brigham and Women's Hospital na época do estudo, e agora professor assistente de epidemiologia no Escola de Saúde Pública de Harvard.

"Seria muito mais difícil reconhecer esse criminoso se você os visse, especialmente se os buracos fossem feitos sobre características importantes de reconhecimento, como olhos ou boca", exemplificou Mina em comunicado à imprensa.

A prática clínica e outros estudos já tinham indicado que crianças e adultos infectados com sarampo passam por um processo de imunodepressão. Elas ficam por algum tempo mais suscetíveis a outras doenças depois de se contaminarem. Os trabalhos de agora conseguiram ver como isso ocorre.

A "sorte" foi eles terem conseguido trabalhar com um grupo muito específico, do qual foi possível obter dados antes e depois da infecção. Em 2013, o pesquisador Rik de Swart, do Erasmus University Medical Center, de Rotterdam, havia coletado amostras de sangue de 77 crianças não vacinadas de uma comunidade ortodoxa protestante.

Pouco tempo depois, o local teve um surto de sarampo. Ele voltou lá e coletou novas amostras. Entre a primeira e a segunda visita, passaram-se dez semanas. Anos depois, com uma nova tecnologia de detecção de vírus chamada VirScan, Stephen Elledge, geneticista do Howard Hughes, e colegas avaliaram o material. Como era de se esperar, havia nas amostras anticorpos para sarampo, mas praticamente todos os outros tinham desaparecido.

O outro estudo, publicado na Science Immunology, usou os mesmos dados coletados por Swart e complementou o achado ao analisar especificamente o impacto sobre as células B do sistema imunológico. "Essas são as células produtoras de anticorpo, de memória - aquelas células que já foram previamente ativadas e que por isso, ao serem desafiadas novamente pelo antígeno, conseguem responder mais rapidamente e melhor", explicou ao Estado a pesquisadora Ana Paula Lepique, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

"As células B sofrem uma alteração no seu repertório. Ou seja, células de memória que respondiam a vários antígenos ao qual a pessoa já havia sido exposta morrem, e deixam essa pessoa sem imunidade contra esses antígenos. Por outro lado, a resposta contra o sarampo durante a infecção é forte, e quando se examina a população de células B de memória, várias delas são específicas para sarampo", resumiu Ana Paula.

Por conta disso, nesse período de dois a três, a pessoa pode pegar várias doenças que já tinha pego antes, mas sarampo não mais. Depois das novas infecções, porém, o corpo volta a ter anticorpos.

Importância da vacinação

Os resultados reforçam a importância da vacinação ampla não só para prevenir sarampo, mas para evitar o enfraquecimento da "imunidade do rebanho" a outros tipos de patógenos.

Depois de os casos da doença terem despencado em todo o mundo em razão de campanhas bem-sucedidas de vacinação, vários países, como o Brasil, voltaram a viver uma epidemia de sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, há casos de transmissão ativa em 19 Estados do País. Dos casos confirmados, 90,5% estão em São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o número de casos em São Paulo é de 10.620, com 13 óbitos. Nos Estados Unidos, foram relatados 1.250 neste ano até o início do mês.

"No fim, é simples. Existe uma vacina contra sarampo, que é eficiente e que protege contra a infecção. Se a criança não for vacinada, ela pode ser infectada - vamos lembrar que sarampo é muito contagioso -, e se ela for infectada, perde boa parte da sua resposta imune de memória. Não vacinar uma criança contra sarampo a expõe ao sarampo e, ainda se ela se recuperar, estará exposta a outras doenças secundárias devido à amnésia imunológica causada pelo sarampo", comenta Ana Paula.

Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim), reforça que a vacinação tem importância não só individual, mas coletiva. "O sarampo não atinge só crianças, mas adultos também. E aqueles que por algum motivo já são imunodeprimidos e não podem ser vacinados correm risco de morrer, porque o sarampo vai impactar ainda mais sua resposta imunológica", diz.

Se a maior parte das pessoas está vacinada, os riscos de infecção dessas pessoas que não podem tomar a vacina é menor. O contrário também é verdade. "Se não tivermos uma cobertura vacinal de 95% da população, a gente deixa desprotegidas justamente essas pessoas. Que são as com maior chance de morrer", explica. "É responsabilidade de todos nós."

O estado de São Paulo registrou, na última semana, mais uma morte causada por sarampo. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado, uma mulher de 25 anos, que não tinha sido vacinada e apresentava condições de risco, morreu em Franco da Rocha devido a complicações da doença.

A secretaria considera pessoas com condição de risco os portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e os imunodeprimidos, que podem ficar mais vulneráveis à infecção e ter uma evolução da doença com maior gravidade.

##RECOMENDA##

Neste ano, 13 pessoas já morreram em no estado em decorrência de complicações causadas pelo sarampo. Até o momento, houve 7.591 casos da doença confirmados laboratorialmente e  2.177 casos confirmados pelo critério clínico-epidemiológico.

Fim da campanha

A campanha de vacinação contra sarampo para crianças de 6 meses até 5 anos termina na próxima sexta-feira (25). Até o momento, o estado de São Paulo vacinou 83,9 mil crianças contra a doença. Desde o início da campanha, 397,7 mil crianças compareceram aos postos de saúde, mas parte delas já estava com a vacinação em dia.

A meta da secretaria é atender 2,2 milhões de crianças em todo o estado para verificação da carteira vacinal e aplicação da vacina, caso necessário.

Do dia 18 ao dia 30 de novembro, será realizada a segunda fase da campanha, focada nos jovens de 20 a 29 anos, que poderão receber a vacina tríplice (sarampo, rubéola e caxumba) ou a dupla (sarampo e rubéola).

 

O Hospital Amaral Carvalho, na cidade de Jaú, no interior de São Paulo, suspendeu os atendimentos e procedimentos eletivos (não urgentes) depois de 23 funcionários apresentarem sintomas de sarampo. Na última segunda-feira (21) foi confirmado um caso, o que determinou pausa nos atendimentos pelo menos até o dia 28 de outubro.

De acordo com o hospital, até o momento nenhum paciente apresentou sintomas da doença. Os sintomas começaram a ser percebidos entre os funcionários na semana passada e até sexta-feira (18) já havia suspeita de 15 casos.

##RECOMENDA##

Segundo informações do hospital, os 23 funcionários foram afastados e estão recebendo acompanhamento médico. Além disso, foi feito o bloqueio vacinal em todos os que ainda não haviam tomado a vacina contra doença.

O Amaral Carvalho, que tem dois mil funcionários, é referência nacional em tratamento contra o câncer e o maior transplantador de medula óssea do Hemisfério Sul. Esse hospital atende mais de 70 mil pessoas vindas de todo o país.

Neste sábado (19), será realizado em todo o país o “Dia D de Vacinação contra o Sarampo”. A data é uma mobilização para estimular pessoas a se imunizarem contra a doença, cujos casos vêm crescendo no país nos últimos meses. Postos de saúde estarão abertos para receber os interessados em se proteger contra o sarampo ou que não tenham tomado todas as doses.

O “Dia D” faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, lançada no dia 7 de outubro pelo Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais e municipais.

##RECOMENDA##

A mobilização nacional de amanhã integra a primeira fase da campanha, até 25 de outubro, voltada a crianças com idade entre seis meses e 4 anos. Os bebês de até um ano apresentam coeficiente de incidência da doença de 92,3 a cada 100 mil habitantes, 12 vezes maior do que as demais faixas.

Na segunda etapa, programada para o período entre 18 e 30 de novembro, o foco será em pessoas de 20 a 29 anos. Essa faixa inclui a maioria do número de casos confirmados da doença, com 1.694, embora com coeficiente menor (13,2 casos a cada 100 mil habitantes) devido ao número de brasileiros nessa faixa de idade.

Devem ser vacinados os bebês de seis meses a 1 ano, que tomarão a chamada “dose 0”. As crianças de 1 a 5 anos devem receber duas doses, uma aos 12 meses e outra aos 15 meses. Em caso de aplicação de apenas uma das doses, é preciso se dirigir aos postos para realizar o complemento da segunda.

O objetivo é vacinar 39 milhões de pessoas ao longo da campanha, cerca de 20% dos brasileiros. Foram disponibilizadas neste ano 60,2 milhões de doses da tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. Para o próximo ano, o ministério anunciou a aquisição de mais 65,2 milhões de doses. O público-alvo será ampliado, abrangendo também as faixas de 50 a 59 anos.

Casos

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre Sarampo, de janeiro até outubro deste ano já haviam sido confirmados 6.640 casos e seis mortes. No período de 7 de julho a 29 de setembro, foram registrados 5.404 casos confirmados, enquanto 22.564 ainda estão em investigação. Outras 7.554 suspeitas foram descartadas. O período concentrou 81% dos casos confirmados neste ano.

Esses episódios ocorreram em 19 unidades da Federação, sendo a quase totalidade em São Paulo, com 5.228 casos (96,74%), em 173 cidades, principalmente na região metropolitana da capital paulista. Em seguida vêm o Paraná (39 casos, em 10 cidades), o Rio de Janeiro (28, em 9 municípios), Minas Gerais (25, em 8 localidades) e Pernambuco (24, em 8 cidades).

Como os registros estão em municípios específicos, quem quiser mais informações deve buscar a Secretaria de Saúde do estado para saber se a sua cidade está entre os locais de ocorrência da doença. Entre as mortes, cinco foram em São Paulo e uma em Pernambuco.

Sarampo

Causado por vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.

Mesmo quando o paciente não morre, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.

Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas.

A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença. O tipo de vacina varia conforme a idade da pessoa e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.

Existem ainda as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora). As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente em mais de 36 mil salas de vacinação, localizadas em postos de saúde de todo o Brasil.

O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa de 12 meses a 29 anos de idade recebam duas doses da vacina. Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.

Recentemente, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença. Na semana passada, passaram a apresentar semelhante condição quatro países da Europa: o Reino Unido, a Grécia, República Tcheca e Albânia. De acordo com o ministério, no primeiro semestre deste ano, o Cazaquistão, a Geórgia, Rússia e Ucrânia concentraram 78% dos casos registrados na Europa.

*Com informações de Letycia Bond

Dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quinta-feira (17), confirmaram 8.619 casos da doença entre janeiro e outubro deste ano. O mesmo levantamento aponta que 13.116 suspeitas foram descartadas e ainda há 17.823 em investigação. O estudo ainda aponta 12 mortes pela doença em 2019.

Ainda segundo o boletim, mais de 7,5 milhões de doses da vacina contra o sarampo até outubro. Mesmo com a campanha de vacinação direcionada às pessoas com idade entre 15 e 29 anos realizada na capital e outras 14 cidades da região metropolitana, o número é considerado baixo se levado em conta os mais de 20 milhões de habitantes da área composta por municípios que figuram entre os mais populosos do estado como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, Mauá, Mogi das Cruzes e Diadema.

##RECOMENDA##

Dia D Contra o Sarampo

No próximo sábado (19), será realizada a campanha “Dia D” de vacinação contra o sarampo. No total, serão 4,3 mil postos de saúde abertos entre 8h e 17h, em todo o estado paulista. As vacinas serão destinadas a crianças que tenham entre 6 meses e 5 anos de idade pois esta faixa etária é avaliada como a mais propensa a apresentar complicações por causa da doença. A vacina é contraindicada para bebês com menos de 6 meses.

A campanha visa ampliar a adesão à campanha em curso, que começou no dia 7 e vai até 25 de outubro, mas imunizou apenas 17,7 mil crianças até o momento. A meta é vacinar 2,2 milhões de crianças que devem ser levadas aos postos de saúde portando a carteirinha de vacinação.

Outros públicos

A segunda fase da campanha de vacinação deve concentrar os esforços nos jovens de 20 a 29 anos e acontecerá entre os dias 18 e 30 de novembro. Esse público deve receber a dose da vacina tríplice ou da dupla viral (sarampo e rubéola), conforme orientação do profissional de saúde. O sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode levar à morte.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou nesta quarta-feira, 9, mais três mortes por sarampo no Estado. Com os novos registros, as cidades paulistas já acumulam 12 óbitos no ano pela doença. Antes da confirmação da primeira vítima fatal, no final de agosto, o Estado estava há 22 anos sem registrar mortes por sarampo.

De acordo com a secretaria, as novas vítimas eram todas moradoras de municípios da Grande São Paulo: uma bebê de dez meses, de Itapevi, sem registro de vacina; um homem de 53 anos, de Santo André, e um menino de 1 ano, de Francisco Morato, ambos com condições de risco.

##RECOMENDA##

São consideradas pessoas com condição de risco os portadores de doenças crônicas, como diabete e hipertensão, e imunodeprimidos, que podem ficar mais vulneráveis à infecção pelo sarampo e ao desenvolvimento de complicações da doença.

Anteriormente, já haviam sido confirmadas cinco mortes na capital, duas em Osasco, uma em Francisco Morato e uma em Itanhaém, no litoral. Das 12 vítimas da doença até agora, seis eram bebês.

A secretaria também informou que o número de casos confirmados da doença chegou a 7.649 no Estado, dos quais 57% foram registrados na capital paulista, cidade mais afetada.

Vacinação

Com o crescente de casos, a Secretaria da Saúde realiza, desde segunda-feira, nova campanha de vacinação contra a doença. A ação tem como público-alvo crianças de 6 meses a 5 anos que ainda não foram imunizadas. A campanha vai até 25 de outubro e terá no sábado, dia 19, seu "Dia D", ou seja, quando os postos de saúde abrem aos sábados para a ação.

Já entre 18 e 30 de novembro, será a vez dos jovens de 20 a 29 anos entrarem como alvos de uma nova campanha. Esse grupo poderá receber a dose da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ou da dupla viral (sarampo e rubéola), conforme a indicação do profissional de saúde.

Na faixa etária de 1 a 29 anos, a recomendação é que a pessoa tome duas doses da vacina, com intervalo mínimo de 30 dias entre uma dose e outra. No caso dos bebês de 6 meses a 1 ano, a dose dada está sendo aplicada apenas por causa da situação de surto e não será contabilizada na caderneta de vacinação. Ou seja, mesmo que a criança seja vacinada, terá que voltar ao posto quando completar um ano para receber as doses de rotina.

Em novo boletim epidemiológico, divulgado nesta quarta-feira (9), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco atualizou o número de casos confirmados de sarampo, que subiu para 37. Além dos casos confirmados, 284 foram descartados e 478 ainda estão em investigação.

Segundo a pasta, todos os casos confirmados até o momento são antigos, de pessoas que adoeceram entre os meses de julho e agosto. Das ocorrências confirmadas, 14 foram em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco - com um óbito de uma criança de sete meses.

##RECOMENDA##

Em seguida vem Caruaru (6), Vertentes (5), Recife (3), Santa Cruz do Capibaribe (3), Toritama (3), Bezerros (1), Frei Miguelinho (1) e Jaboatão dos Guararapes (1).

Até o dia 4 de outubro, 507814 pessoas foram vacinadas com a tríplice viral em Pernambuco, sendo 215.986 doses em crianças de sei meses a quatro anos. Até o momento, Pernambuco tem uma cobertura de 98% na primeira dose da tríplice viral nas crianças com um ano. Na segunda dose, que deve ser feita três meses após a primeira, está em 74,5%.

Toda criança entre 6 meses e 11 meses deve ser vacinada com a tríplice viral, considerada a "dose zero". Uma nova dose deve ser feita aos 12 meses e outra aos 15 meses, quando o esquema é finalizado. A partir dos 2 anos, caso o menino ou menina ainda não tenha começado o esquema vacinal, as duas doses devem ser feitas com um intervalo de um mês entre elas.

A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo começa nesta segunda-feira (7) em todos os postos de saúde do país. Dois grupos de pessoas estão no alvo da nova campanha. O primeiro grupo é formado por crianças de seis meses até menores de 5 anos, cuja a vacinação vai desta segunda-feira até 25 de outubro, com o Dia D no dia 19.

O segundo grupo, com faixa etária de 20 a 29 anos e que não estão com a caderneta de imunização em dia, a vacinação está prevista para iniciar no dia 18 de novembro. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 2,6 milhões de crianças na faixa prioritária e 13,6 milhões adultos. Para isso, a pasta garantiu a maior compra de vacinas contra o sarampo dos últimos 10 anos. Ao todo, 60,2 milhões de doses da tríplice viral foram adquiridas para garantir o combate à doença nos municípios.

##RECOMENDA##

“Vacina é um direito da criança. Ela não consegue ir sozinha a uma unidade de saúde para se vacinar. Pais, responsáveis, avós chequem a carteira de vacinação como ato de respeito e de amor”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Se estiver incompleta, leve a criança para tomar a segunda dose. Se a criança não tiver tomado nenhuma, ela deve tomar a primeira dose e, na sequência, a segunda”, explicou o ministro.

Para incentivar a vacinação de crianças, o ministério disponibilizará R$ 206 milhões destinados aos municípios que cumprirem duas metas estabelecidas pelo ministério. “Para receber esse recurso adicional, os gestores terão que informar mensalmente o estoque das vacinas poliomielite, tríplice viral e pentavalente e atingir 95% de cobertura vacinal contra o sarampo em crianças de 1 a 5 anos de idade com a primeira dose da vacina tríplice viral”.

Desde o início do ano, a pasta distribuiu 25,5 milhões de doses da vacina tríplice viral para garantir a todos os estados a vacinação de rotina, as ações de interrupção da transmissão do vírus e a dose extra chamada de dose zero a todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias.

Vacinar contra o sarampo é importante para evitar complicações como cegueira e infecções generalizadas que podem levar a óbito. Por isso, o governo federal em parceria com os estados e municípios estão unindo esforços para vacinar 39,9 milhões de brasileiros, 20% da população, que hoje estão suscetíveis ao vírus do sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde. Apesar da faixa etária de 20 a 29 anos concentrar a maior parte desses brasileiros (35%), são os menores de 5 anos o grupo mais suscetível para complicações do sarampo.

Dados

No levantemtno divulgado até o dia 28 de agosto, o Brasil registrou 5.404 casos confirmados de sarampo e seis mortes, sendo quatro delas de pacientes menores de 1 ano. Dos casos confirmados nesse período, 97% (5.228) estão concentrados em 173 municípios do estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana. Os outros 176 casos foram registrados em 18 estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Pará Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Sergipe e Distrito Federal.

*Com informações do Ministério da Saúde

Em parceria com os governos estaduais, distrital e municipais, o Ministério da Saúde inicia, na próxima segunda-feira (7), a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. Na primeira fase, que vai até o dia 25 de outubro, o público-alvo serão as crianças com idade entre 6 meses e 4 anos e 29 dias.

A segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, terá foco na população com idade entre 20 e 29 anos. Em entrevista coletiva, o ministro titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a prioridade para este grupo justifica-se porque, como provavelmente não receberam a segunda dose da vacina, seus filhos acabam apresentando um sistema imunológico mais vulnerável à doença. Além dos dois períodos, a campanha também destaca o dia 19 de outubro como o Dia D, para mobilização nacional.

##RECOMENDA##

Levantamento do governo federal mostra que, até o dia 28 de agosto, 5.404 casos de sarampo foram confirmados em todo o país. Além disso, houve o registro de seis óbitos, sendo quatro deles de pacientes menores de 1 ano.

A unidade federativa com maior incidência é São Paulo (15,11 a cada 100 mil habitantes), que concentra 97% dos casos e é seguida por Bahia (6,64) e Sergipe (5,86). Embora apresente índice de 0,21, o Pará preocupa, devido à sua cobertura vacinal, que é, atualmente, de 76%, disse Mandetta. O Amapá apresenta a segunda cobertura mais baixa, de 77%, perdendo para a Bahia, com 80%, e o Maranhão e o Piauí, ambos com 83%.

De acordo com informações da pasta, foram adquiridos, para este ano, 60,2 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Para o ano que vem, a encomenda foi de 65,4 milhões de doses.

Em 2020, o ministério dará continuidade à campanha. A imunização será dividida em três etapas e incluirá pessoas com idade de 50 a 59 anos. Ao todo, espera-se que a vacinação atinja 39 milhões de brasileiros, que equivalem a 20% da população.

"Nós sabemos que as crianças de 6 meses a 1 ano de idade são as que respondem clinicamente pior ao sarampo. Acabam desenvolvendo um quadro de pneumonia muito grave, e os óbitos acabam tendo uma prevalência maior nessa faixa etária. Então, o clássico é vacinar aos 12 meses e aos 15 meses. Quem fez isso com seus filhos abaixo de 5 anos fez o correto, a criança está coberta e não há necessidade de aplicar mais uma dose. Aqueles que só deram uma dose aos 12 meses e não deram a segunda devem ir agora para fazer a segunda dose, porque uma dose só não dá sistema imunológico competente para enfrentar um surto de sarampo", afirmou o ministro.

"O que é a novidade à qual as pessoas devem estar atentas? De 6 meses a 1 ano, quando não era recomendada a primeira dose, estamos fazendo a chamada dose 0. Vacinar os bebês e depois, aos 12 meses, fazer a dose regulamentar, como se fosse a primeira, e a segunda. Essas crianças a gente vai blindar mais, porque elas são as principais vítimas fatais do sarampo", acrescentou, ressaltando que o governo está cogitando voltar a aplicar a vacina oral contra sarampo, que ficou vulgarmente conhecida como a "vacina de gotinha".

Na entrevista, dirigentes do ministério destacaram que os municípios que fortalecerem suas ações de imunização ganharão um bônus de recursos, que totaliza R$ 206 milhões. Para receber o incremento, as prefeituras deverão cumprir duas metas.

"Àqueles que atingirem entre 90% e 95% [de cobertura vacinal] – nossa meta é de 95% – daremos mais um incentivo, um plus, porque ele fez mais esforço para chegar àquilo. Se atingir de 95% para cima, tirar nota 10, recebe 100% desse incentivo, para que possamos ajudar as cidades a cumprir um dever básico, que é de atenção primária de prevenção. O custo de uma vacina é tão baixo, e o custo de uma internação de uma criança na UTI [unidade de terapia intensiva], de uma vida, não tem preço. É um ato de amor e de respeito à criança. Já está pacificado. Não é uma questão de direito de pai e mãe, é um direito da criança ", esclareceu o ministro.

Para serem contemplados, os municípios terão ainda de monitorar e informar o governo do estado e o Ministério da Saúde sobre seus estoques da vacina tríplice viral, pentavalente e poliomielite ao estado e ao ministério. O total do recurso vai variar conforme a unidade federativa. As maiores parcelas estão reservadas para São Paulo (R$ 44,7 milhões), Minas Gerais (R$ 20,9 milhões), Rio de Janeiro (16,6 milhões) e Bahia (R$ 15,2 milhões).

Caroline Martins, que representou no evento a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, disse que os postos de saúde devem aproveitar cada oportunidade que tiverem para perguntar aos usuários do serviço se a sua vacina contra o sarampo e a dos familiares estão em dia.

Ela recomenda também que as unidades de saúde mantenham as salas de vacinação abertas durante todo seu horário de funcionamento, inclusive as que já estão com expediente estendido. "Horário de almoço, à noite. É importante manter funcionando. Evitar complicações e barreiras na vacinação, ou seja, evitar que o usuário que procura a vacinação tenha que voltar inúmeras vezes por estar sem o comprovante de residência ou sem algum documento de identificação. Fazer isso de maneira responsável, mas de maneira a evitar criar uma complicação a cada vez que vai procurar a vacinação", afirmou.

No total, a campanha dispõe de um investimento de R$ 19 milhões para as ações de comunicação, que constituem o Movimento Vacina Brasil. Entre os objetivos, está o combate às fake news (notícias falsas), que disseminam inverdades sobre os efeitos das vacinas e que são, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, um fenômeno "global", não ficando restrito ao Brasil.

Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.

Mesmo quando o paciente não vai a óbito, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.

Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas do paciente.

A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença. O tipo da vacina varia conforme a idade da pessoa que irá tomá-la, e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.

Há, ainda, as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora). As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente, em mais de 36 mil salas de vacinação, localizadas em postos de saúde de todo o Brasil.

O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa entre 12 meses e 29 anos de idade recebam duas doses da vacina. Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.

Recentemente, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença. Na semana passada, passaram a apresentar semelhante condição quatro países da Europa: Reino Unido, Grécia, República Tcheca e Albânia. De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre deste ano, Cazaquistão, Geórgia, Rússia e Ucrânia concentraram 78% dos casos registrados na Europa.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando