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O Ministério da Saúde estima que o surto de sarampo do País deva levar de seis a oito meses, pelo menos, para ser contornado. Nos últimos 90 dias, foram relatados 5.404 casos da doença, com seis mortes. Embora a maioria dos registros (97%) esteja concentrada em São Paulo, há um número significativo de casos (179) espalhados em 18 Estados. O grande número de pessoas com a doença e os focos de infecção associados à baixa cobertura vacinal em vários pontos do País explicam as projeções pouco otimistas. A estimativa da pasta é de que 39,9 milhões de brasileiros - o equivalente a 20% da população - estejam suscetíveis ao vírus.

Para tentar reverter a tendência, a pasta promove a partir de segunda-feira uma Campanha Nacional de Vacinação. A estratégia será por faixas etárias. Na primeira fase, entre 7 e 25 de outubro, serão imunizadas crianças de 6 meses a 5 anos. Um dia D será organizado em 19 de outubro para esse grupo, considerado o mais vulnerável. A outra etapa, que começa em 18 de novembro, será voltada para pessoas entre 20 e 29 anos que não estão com a carteira em dia.

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O grupo foi escolhido porque, entre integrantes dessa faixa etária, muitos receberam apenas uma dose do imunizante - como era preconizado no período. Com isso, a proteção contra a doença é menor. No próximo ano, serão realizadas outras três fases, também divididas por faixas etárias.

Ao comentar os dados da epidemia, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que municípios paulistas devem conviver com a doença por mais seis ou oito meses, mesmo que medidas de contenção sejam adotadas. "Se fizer tudo direitinho. Se afrouxar, volta a subir." O ministro também mostrou preocupação com os Estados de Rio, Bahia e Pará, que tem o pior índice de cobertura vacinal do País. Nos últimos quatro anos, Rio Grande do Sul, Piauí, Acre, Maranhão, Bahia e Pará não atingiram indicadores considerados ideais de vacinação (iguais ou superiores a 95%).

Além dos recursos para a campanha, o ministério anunciou a liberação de um incentivo para municípios que alcançarem as metas de vacinação. Ao todo, serão reservados R$ 206 milhões para a ação. O recurso extra será dado para cidades que informarem de forma regular os estoques de vacina de poliomielite, tríplice viral e pentavalente. Outra condição é que se consiga atingir a cobertura vacinal de 95% na faixa entre 1 e 5 anos.

Atendimento

O ministério divulgou novas orientações para tentar melhorar os indicadores de cobertura vacinal. Uma crítica feita por técnicos do Ministério da Saúde aos municípios está relacionada às barreiras que profissionais impõem a quem leva filhos para vacinar.

Entre os passos para melhorar o atendimento estão manter a sala de vacina aberta durante todo o horário de funcionamento da unidade, exigir apenas o cartão SUS, e não uma série de documentos, para aplicar a vacina - e identificar em todas as consultas quais são as pendências vacinais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (2) mais quatro mortes por sarampo no Estado, totalizando nove óbitos causados pela doença neste ano em território paulista. De acordo com novo boletim epidemiológico da pasta, o número de infecções pela doença chegou a 5.411, mais da metade (59%) na capital paulista.

Entre as novas vítimas fatais da doença estão um bebê do sexo feminino, com 11 meses e não vacinada; uma mulher de Itanhaém, de 46 anos, com condições de risco; uma mulher de Francisco Morato, de 59 anos, sem registro de vacinação; e um homem de Osasco, de 25 anos, também sem histórico de imunização. Anteriormente, já haviam sido confirmadas quatro mortes na capital e uma em Osasco.

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Segundo a secretaria, são consideradas pessoas com condição de risco os portadores de doenças crônicas, como diabete e hipertensão, e imunodeprimidos, que podem ficar mais vulneráveis à infecção pelo sarampo e ao desenvolvimento de complicações da doença.

O cenário fez a secretaria anunciar duas novas campanhas de vacinação. A primeira será iniciada já na próxima segunda-feira, 7, e terá como público-alvo crianças de 6 meses a 5 anos que ainda não foram imunizadas. A campanha vai até 25 de outubro e terá no sábado, dia 19, seu "Dia D", ou seja, quando os postos de saúde abrem aos sábados para a ação.

Já entre 18 e 30 de novembro, será a vez dos jovens de 20 a 29 anos entrarem como alvos de nova campanha. Esse grupo poderá receber a dose da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ou da dupla viral (sarampo e rubéola), conforme a indicação do profissional de saúde.

Na faixa etária de 1 a 29 anos, a recomendação é que a pessoa tome duas doses da vacina, com intervalo mínimo de 30 dias entre uma dose e outra. No caso dos bebês de 6 meses a 1 ano, a dose dada está sendo aplicada apenas por causa da situação de surto e não será contabilizada na caderneta de vacinação. Ou seja, mesmo que a criança seja vacinada, terá que voltar ao posto quando completar um ano para receber as doses de rotina.

Nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 3.909 casos confirmados de sarampo em todo o território nacional, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, houve aumento de 570 casos (85%) em relação ao último boletim epidemiológico divulgado em 12 de setembro.

Conforme os registros, há 17 estados na lista de transmissão ativa da doença. Tiveram casos confirmados os estados de São Paulo, do Maranhão, do Piauí, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de Pernambuco, do Pará, do Rio Grande do Norte, do Espírito Santo, de Goiás, da Bahia, de Sergipe e no Distrito Federal. A maioria dos casos (97,5%) foi registrada em 153 municípios localizados na região metropolitana de São Paulo.

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Segundo o Ministério da Saúde, R$ 10,5 milhões foram liberados para os estados nesta semana para reforçar ações de imunização da população.

O ministério também alerta que a vacina é a principal forma de proteção contra o sarampo e informa que a tríplice viral está disponível em mais de 36 mil postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.

Para interromper o ciclo de transmissão do sarampo, o ministério realizará a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que será feita em duas etapas. A primeira fase será de 7 a 25 de outubro e terá crianças de 6 meses a menores de 5 anos como alvo. A segunda, de 18 a 30 de novembro, será destinada à população de 20 a 29 anos.

 

 

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lançou nesta segunda-feira (16), em Ponta Porã (MS), a campanha Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras, com ações de fortalecimento da vigilância em cinco cidades brasileiras fronteiriças aos países que compõem o Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai).

“Uma das principais ações é aprimorar e fortalecer as coberturas vacinais, em parceria com todos os nossos vizinhos. Podemos aumentar em muito essas parcerias com os países que fazem fronteira com o Brasil, garantindo proteção para todos”, destacou o ministro, Luiz Henrique Mandetta.

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O Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras acontece desta segunda a 27 de setembro. O Brasil enviou 37 mil doses extras da vacina tríplice viral (sarampo) e 4 mil doses de vacina contra a febre amarela para as regiões foco da campanha. Para febre amarela, apenas a cidade de Barra do Quaraí, no Rio Grande do Sul, solicitou doses extras ao Ministério da Saúde. Assim, foram enviadas 4 mil doses de vacina à cidade gaúcha.

No Brasil, a ação acontece nas cidades de Ponta Porã (MS), Dioníosio Cerqueira (SC), Barra do Quaraí (RS) e Foz do Iguaçu e Barracão (PR). No Paraguai, em Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este. Já na Argentina, a ação acontecerá Bernardo de Irigoyen e Puerto Iguazú. No Uruguai, a vacinação acontece em Bela Unión.

O Brasil registrou 3.339 casos confirmados de sarampo em 16 estados, nos últimos 90 dias. Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul estão entre os estados com surto ativo da doença

No início deste ano, houve a identificação da circulação do vírus da febre amarela na Região Sul do Brasil. Até o dia 31 de maio, foram confirmados 85 casos e 15 óbitos pela doença no país, sendo 14 casos e três óbitos na Região Sul. A maior parte dos infectados são jovens adultos do sexo masculino, que moram ou trabalham em áreas rurais.

 

Desconfiança, informações falsas que circulam nas redes sociais e deficiências nos sistemas de saúde nos países pobres estão por trás da estagnação da cobertura mundial de vacinação e do aumento de doenças como o sarampo.

- Atual estado da vacinação mundial -

Atualmente, a vacinação mundial está "perigosamente" estagnada, de acordo com o relatório anual publicado em julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 2018, 19,4 milhões de crianças menores de um ano não receberam a vacina básica contra difteria, tétano e coqueluche (DTP) ou a vacina contra o sarampo.

"Isso significa que mais de uma em cada dez crianças não recebem todas as vacinas de que precisam", explicou uma autoridade da OMS, Kate O'Brien, ao apresentar o relatório.

Cerca de dois terços dessas crianças não vacinadas vivem em 10 países: Angola, Brasil, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, República Democrática do Congo e Vietnã.

Globalmente desde 2010, a taxa de cobertura para vacinação contra DTP e sarampo estagnou em 86%. Apesar de ser um número "alto", é "insuficiente", de acordo com a OMS, que aponta que a marca de 95% teria de ser alcançada para proteger contra epidemias.

Para o sarampo, essa taxa cai para 69% se forem levadas em consideração as duas doses recomendadas da vacina.

A OMS estima que a vacinação permite atualmente evitar de 2 a 3 milhões de mortes anuais.

No entanto, "1,5 milhão de mortes adicionais poderiam ser evitadas se a cobertura global melhorasse".

- As consequências -

O mais espetacular é o forte aumento do número de casos de sarampo no mundo.

Mais de 360.000 casos foram declarados em janeiro, o número "mais alto" desde 2006, segundo a OMS.

Embora muitas vezes benigna, essa doença viral extremamente contagiosa pode ter complicações graves: respiratórias (infecções pulmonares) e neurológicas (encefalite), especialmente em pessoas frágeis.

Antes da chegada das vacinas na década de 1970, estima-se que o sarampo matava entre 7 e 8 milhões de crianças por ano no mundo.

Entre 2000 e 2016, o número de mortes por sarampo diminuiu graças às campanhas de vacinação, de 550.000 para 90.000, segundo a OMS. Mas aumentou para 110.000 em 2017.

- Razões da estagnação -

Há duas razões principais: desconfiança das vacinas especialmente nos países ricos, e problemas de acesso às vacinas nos pobres.

A França, pátria do pioneiro da vacinação Louis Pasteur, é o país mais desconfiado: um em cada três franceses não acredita que as vacinas sejam seguras, de acordo com um estudo mundial publicado em junho pelo instituto de pesquisa Gallup da ONG médica britânica Wellcome.

Gabão, Togo, Rússia e Suíça seguem a França no ranking de desconfiança. Segundo o estudo, essa suspeita é generalizada nos países ricos, especialmente na Europa.

Por outro lado, em Bangladesh ou Ruanda, quase toda a população afirma confiar nas vacinas.

"Nesses países, existem mais doenças contagiosas e seus habitantes, sem dúvida, percebem o que acontece quando você não é vacinado", disse à AFP Imran Khan, principal autor do estudo.

- Por que esta desconfiança ? -

Muitos "anti-vacinas" se apoiam numa publicação de 1998 que ligava a vacina tríplice viral (sarampo-rubéola-caxumba) ao autismo. No entanto, foi estabelecido que seu autor, o britânico Andrew Wakefield, falsificou os resultados e vários estudos mostraram desde então que a vacina não aumentava o risco de autismo.

Mas essa teoria continua a se espalhar graças principalmente às redes sociais.

A desconfiança também pode ser motivada por razões religiosas.

O estado de Nova York, que enfrenta o ressurgimento do sarampo em áreas com grande população de judeus ortodoxos, votou em junho pelo fim das isenções religiosas que os pais poderiam invocar para contornar as vacinas obrigatórias nas escolas.

No Afeganistão e no Paquistão, a vacina contra a poliomielite é alvo do Talibã e de alguns líderes religiosos. Segundo eles, as vacinas são uma conspiração ocidental projetada para esterilizar crianças muçulmanas ou minar sua fé no Islã.

Na República Democrática do Congo, uma gravação de áudio circulou este ano nas redes sociais pedindo ataques aos profissionais que vacinam contra o ebola, cuja epidemia já deixou mais de 2.000 mortos.

Segundo a OMS, a desconfiança das vacinas é uma das 10 ameaças à saúde global, juntamente com a poluição, o ebola e o vírus da aids, entre outras.

O surto de sarampo se alastra em Pernambuco e atinge sobretudo a região Agreste. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), até a última sexta-feira (6) foram 14 casos confirmados, em pacientes com idades até 22 anos. O óbito de um bebê, de sete meses, reforça a imunização vacinal entre os seis e 11 meses -o perfil representa 68 mil crianças em todo Estado.

Em 2018, apenas quatro casos de sarampo foram confirmados em Pernambuco. Neste ano, o município de Taquaritinga do Norte lidera o ranking com cinco, dentre eles um óbito; Recife registrou três casos; Caruaru também somou três confirmações da doença; as cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Frei Miguelinho e Vertentes, encerram a lista e, juntas, somam três pacientes com sarampo.

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O Programa Estadual de Imunização reforça a aplicação da vacina tríplice viral, que além do sarampo, combate caxumba e rubéola. Desde janeiro, os postos de saúde do Estado foram abastecidos com 685 mil doses da vacina, informa a SES. Pessoas que não tomaram a segunda dose também devem se imunizar.

Sarampo, poliomielite, doença de chagas, febre amarela e até mesmo HIV são doenças trasmitidas por vírus aos seres humanos. O programa especial do Vai Cair No Enem desta terça-feira (10) já está no ar e aborda as formas que patologias em evidência no Brasil podem ser tema de questões do Exame Nacional do Ensino Médio.

Nesta edição do programa, a apresentadora Thaliane Pereira recebe o professor Carlos Bravo para uma conversa sobre o assunto. O Vai Cair no Enem é um produzido em parceria com o LeiaJá e conta com a apoio na UNINASSAU. Confira abaixo o vídeo da aula de biologia. 

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Com o surto de sarampo no Estado de São Paulo e a crescente demanda por vacinas, o Ministério da Saúde não tem conseguido entregar quantidade de doses suficiente para abastecer os postos, e algumas prefeituras paulistas já relatam falta do imunizante. A situação de iminente desabastecimento fez com que o governo federal pedisse ajuda à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a compra emergencial de 47 milhões de doses da tríplice viral no mercado internacional.

Segundo Carmem Silvia Guariente, diretora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP), vários municípios do interior têm enfrentado falhas pontuais de fornecimento do imunizante. "Em Araçatuba, estamos há dois dias sem uma única dose da vacina, pois a demanda da população tem sido muito alta e já usamos todas que foram enviadas", disse ontem. A previsão é de reposição até segunda. "Estamos recebendo periodicamente, mas em quantidade inferior à necessária", diz Carmem, que é secretária no município do interior paulista. Em Araçatuba, foram confirmados três casos de sarampo.

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Os últimos números do ministério sobre a quantidade de doses disponíveis refletem a baixa nos estoques estaduais. Dados referentes à situação do último dia 3 mostram que a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo tinha na ocasião apenas 23 mil doses disponíveis para distribuição aos municípios, o equivalente a 5% da média de doses enviadas mensalmente ao Estado pelo ministério.

A diretora de imunização da secretaria paulista, Helena Sato, confirmou que desabastecimentos pontuais podem ocorrer, mas afirmou que novas remessas estão chegando semanalmente. Ela afirma que o estoque estadual - que era de 23 mil doses no dia 3 - já subiu para 240 mil ontem e novo envio de mais de 1 milhão de vacinas será feito pelo ministério na próxima semana. "Temos em São Paulo mais de 5 mil salas de vacinação, então em algumas delas pode faltar, mas é rapidamente reposto." Ela diz que, diante do quadro, o importante é que os municípios priorizem as ações de bloqueio vacinal (quando há vacinação de pessoas que tiveram contato com um caso suspeito) e sigam disponibilizando a imunização para quem não está protegido ainda. "Não há necessidade de correria porque quem mais precisa está sendo vacinado", declarou.

Compra emergencial

 

Especialista em imunização da Opas, Lely Guzman confirmou que a organização recebeu do governo brasileiro pedido de compra de doses extras e disse que a instituição está se esforçando para atender à solicitação. "Parte da remessa já foi enviada e está em processo de liberação pelas autoridades brasileiras. O restante esperamos conseguir enviar ainda neste ano", declarou, durante a 21.ª Jornada Nacional de Imunizações, evento promovido em Fortaleza pela Sociedade Brasileira de Imunizações.

Questionado sobre a situação da compra emergencial, o Ministério da Saúde informou que já foram adquiridos 28,7 milhões de doses da tríplice viral pela Opas e aguarda resposta em relação à aquisição de mais 18,7 milhões de doses. Para isso, diz a pasta, foram investidos cerca de R$ 325 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 4, que o número de casos de sarampo registrados no País cresceu 18% em uma semana. Entre 9 de junho e 31 de agosto, foram confirmados 2.753 casos e outros 15.430 estão em investigação. A pasta informou que vai oferecer para os Estados e o Distrito Federal cápsulas de vitamina A na concentração de 50 mil UI para casos suspeitos da doença em bebê com menos de 6 meses, faixa etária que não pode ser imunizada e que corre mais risco de ter complicações ou de morrer por causa da doença.

O vírus está circulando em 13 Estados e São Paulo tem o maior número de registros. De acordo com o balanço do ministério, foram 2.708 casos e três mortes no território paulista: dois bebês - uma menina de 4 meses em Osasco e um menino de 9 meses na capital; um homem de 42 anos, da capital, também foi vítima.

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O levantamento mais atualizado de São Paulo, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, aponta que foram registrados 2.982 casos, dos quais 1.883 foram na capital. Os números do governo federal e estadual são diferentes porque o dado do País é atualizado com menos frequência.

"O Ministério da Saúde já destinou 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral a todos os Estados para garantir a dose extra contra o sarampo em todas as crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. Só para os 13 Estados que estão em situação de surto ativo de sarampo, vão ser destinadas, 960.907 mil doses. Desse total, 56% já foi enviado para São Paulo, que concentra 99% dos casos." Também há casos no Rio de Janeiro (15), em Pernambuco (12), em Santa Catarina (7) e no Distrito Federal (3).

A pasta diz que adquiriu 28,8 milhões de doses de vacina para garantir o abastecimento no Brasil até o próximo ano.

Vitamina A

Outro anúncio foi a disponibilização de cápsulas de vitamina A na concentração de 50 mil UI para casos suspeitos da doença em crianças com menos de 6 meses. Caso haja suspeita da doença, a criança deve tomar uma dose imediatamente e outra no dia seguinte.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento restaura os níveis da vitamina, que podem cair durante a doença mesmo em crianças bem nutridas, e ajuda a evitar danos oculares e cegueira. Ainda de acordo com a OMS, suplementos de vitamina A demonstraram capacidade de reduzir o número de mortes por sarampo em 50%.

"A distribuição das cápsulas de 50 mil UI será iniciada para as unidades da federação em situação de surto, com o envio de 250 cápsulas (5 caixas) para São Paulo e 100 cápsulas (2 caixas) para cada estado em situação de surto de sarampo", explica o ministério.

Atualmente, a pasta distribui cápsulas de 100 mil UI e 200 mil UI de vitamina A na rotina dos serviços de saúde dentro do programa de suplementação para crianças maiores de 6 meses.

Sobre o bloqueio vacinal, o ministério reforçou a necessidade de vacinação em até 72 horas de pessoas que tiveram contato com o caso suspeito, mas destacou que não há necessidade de revacinação de quem já tomou as doses e tem comprovação vacinal.

Entenda o sarampo

O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses da vacina, a orientação é se vacinar.

Desde agosto, o Ministério da Saúde recomenda que crianças a partir de 6 meses sejam vacinadas contra a doença. Chamada de "dose zero", a imunização não substitui as doses que devem ser tomadas aos 12 e 15 meses.

Quem já teve sarampo não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada. Clique aqui para saber mais sobre quem deve tomar a vacina.

Após meses de medidas excepcionais, a cidade de Nova York anunciou nesta terça-feira o fim da epidemia de sarampo que afetou 654 pessoas desde outubro, a pior incidência desta doença na metrópole americana em quase três décadas.

O fim oficial da epidemia, após 42 dias sem novos infectados, chega pouco antes do início do ano escolar, na quinta-feira, na capital financeira dos Estados Unidos.

Os bairros envolvidos se situam no Brooklyn, e mais especificamente em Williamsburg - sobretudo entre a comunidade judia ortodoxa -, onde a prefeitura ordenou em 9 de abril a vacinação obrigatória para frear a epidemia.

Em junho, o estado de Nova York eliminou as isenções religiosas que os pais podiam invocar para evitar as exigências de vacinação escolar, em um contexto de desconfiança crescente em relação às vacinas.

"Quando as escolas se preparam para reabrir esta semana, devemos permanecer atentos. Para proteger nossas crianças e nossas vizinhanças, peço a todos os nova-iorquinos que se vacinem", disse o prefeito Bill de Blasio em um comunicado.

"A luta contra a negação da ciência continua", declarou Mark Levine, presidente da comissão de saúde do conselho municipal.

A cidade gastou mais de seis milhões de dólares e mobilizou ao menos 500 funcionários para combater essa epidemia, que começou com viajantes provenientes de Israel, segundo o comunicado.

Uma região do subúrbio da cidade, o condado de Rockland, que conta com uma grande população judia ortodoxa, ainda luta contra a epidemia. No fim de agosto, o local registrou 312 infectados.

Como muitos outros países, os Estados Unidos experimentaram um ressurgimento do sarampo.

Entre 1 de janeiro e 29 de agosto de 2019 foram notificados cerca de 1.234 casos em 31 estados dos Estados Unidos, a cifra mais alta desde 1992, segundo os Centros de Controle de Doenças (CDC).

De acordo com o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES), 395 suspeitas de sarampo foram notificadas em Pernambuco, com 13 confirmações. A região mais afetada pelo vírus é o Agreste, onde se totalizou 10 casos e um óbito. Cerca de 296 casos seguem em investigação.

Em relação ao Agreste, o município líder em sarampo é Taquaritinga do Norte, com o óbito de um bebê, de sete meses, e quatro pacientes confirmados. A secretaria acredita que um evento na cidade tenha potencializado a proliferação. As cidades que dão prosseguimento à lista são: Caruaru, com três casos; Santa Cruz do Capibaribe e Frei Miguelino, cada um com uma confirmação. No Recife, três casos foram registrados.

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No ano passado, apenas quatro pacientes foram confirmados em todo Estado. Devido ao surto, a secretaria ressalta a importância da imunização através vacina tríplice viral, disponibilizada em postos de saúde.  

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Para frear o surto de sarampo que atinge o Brasil - um óbito e cerca de 2.331 casos foram confirmados - o Ministério da Saúde reforça a prevenção através da imunização pela tríplice viral. Entretanto, há casos que a vacinação é contraindicada. O infectologista Danilo Silvino explicou ao LeiaJá quais grupos sociais devem procurar um médico antes de se prevenir.

A vacina contra o sarampo é produzida com o próprio vírus, de forma atenuada. Por isso, pessoas com a imunidade baixa podem desenvolver complicações. "O vírus existe, mas a capacidade de transmitir a doença é diminuída. Com a baixa imunidade, ele pode ter uma ativação e provocar a doença do sarampo", elucidou o infectologista.

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Arquivo/Agência Brasil

A gravidez geralmente deixa o sistema imunológico mais vulnerável. Desse modo, para proteger a mãe e o bebê, o Ministério da Saúde recomenda que "a mulher que faça planos de engravidar tome todas as doses da vacina antes".

Pacientes transplantados, portadores do vírus HIV e os que fazem certos tipos de tratamento - como a quimioterapia -, bem como pessoas acima dos 50 anos, devem ser avaliados por um médico. Dependendo do caso, Danilo Silvino indica que a prevenção seja feita através da administração da imunoglobulina, que reforça os anticorpos. 

Em Pernambuco, cinco casos foram confirmados, todos entre 16 e 19 anos. Quatro deles realizaram uma excursão para Porto Seguro, entre junho e julho, e tiveram contato com um paciente de São Paulo. A outra confirmação veio do município de Taquaritinga do Norte, no Agreste. Na cidade, também é investigada a relação da morte de um bebê de sete meses com o sarampo.

 Diante de um óbito e 2.331 casos de sarampo confirmados no Brasil em 2019, o Ministério da Saúde reitera a necessidade da prevenção através da vacinação, sobretudo para crianças menores de cinco anos. Pernambuco assume a 3ª posição em relação aos estados com mais ocorrências, registrando cinco casos confirmados. Em entrevista ao LeiaJá, o infectologista Danilo Silvino destacou o cuidado com a doença e apontou os perfis dos pacientes que precisam se imunizar.

O sarampo é uma doença respiratória grave de fácil contágio, que pode ocasionar complicações no sistema nervoso central -encefalite-, pneumonia e cegueira. Ela é transmitida pelo ar, com a dispersão de gotículas através da tosse, espirros e até mesmo respiração. Por isso, é importante redobrar a atenção para ambientes fechados como escolas, escritórios e clínicas.

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Os grupos vulneráveis são recém-nascidos, crianças, pessoas desnutridas, portadoras de imunodeficiências, além de trabalhadores de portos, aeroportos e rede hoteleira. Dos cinco casos confirmados em Pernambuco, quatros estão relacionados a pacientes entre 16 e 19 anos, que realizaram uma excursão para Porto Seguro, entre junho e julho, e tiveram contato com um paciente de São Paulo. O 5º caso confirmado envolveu um jovem, de 18, no município de Taquaritinga do Norte, no Agreste, apontou a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Imunização

O combate ao sarampo é feito através da vacina tríplice viral, disponibilizada em postos de saúde. Entretanto, desde 2011 o Brasil registra uma queda na imunização de crianças até dois anos. Um dos principais motivos para o declínio é o movimento antivacina, que ganhou força nos Estados Unidos e se dissipou através da internet.

Vídeos com informações infundadas e distorcidas confundem a população e resultaram na inclusão da "hesitação em se vacinar" entre as dez maiores ameaças globais à saúde em 2019, de acordo com a Organização Mundial (OMS). A aversão à imunização também passa pelo sucesso de campanhas passadas, visto que, o controle de algumas doenças trouxe a falsa percepção de que tais patologias foram extintas. 

 Atenção ao cartão de vacinação

“Antes era a partir de um ano, mas houve a liberação de vacinar entre seis meses e 11 meses, para justamente contemplar os pacientes de risco, que seriam menores de cinco anos”, alerta o infectologista Danilo Silvino. Vale ressaltar que a morte de um bebê de sete meses, também em Taquaritinga do Norte, segue em investigação por suspeita de sarampo. Por isso, também é indicada a vacinação de crianças até um ano que vão se deslocar para município com surto ativo.

Desde o ano 2000, a vacina passou a ser ministrada em duas doses no Brasil, portanto, quem não tomou nenhuma ou deixou de tomar a 2ª dose deve se reforçar. Pessoas mais velhas, acima de 50 anos, devem passar previamente por uma avaliação médica. “Essa será considerada uma dose extra, sendo necessário seguir com o esquema normal a partir dos 12 meses, quando a criança deve ser imunizada novamente, com um reforço aos 15 meses”, afirma o secretário estadual de Saúde André Longo.

Sintomas

Os sintomas vêm de forma gradativa, em torno de 3 a 5 dias, mas no geral o sarampo é identificado por febre, dor de cabeça, manchas vermelhas, conjuntivite, tosse, coriza e manchas brancas na boca. A transmissão pode ocorrer nos quatro dias que antecedem ou nos quatro dias posteriores ao surgimento das manchas.

 

As secretarias de Saúde de todos os estados começaram a receber esta semana as doses extras da vacina tríplice viral, para garantir a imunização extra contra o sarampo em todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. De acordo com o Ministério da Saúde, 1,6 milhão de doses estão sendo distribuídas.

Desse total, 960 mil e 907 doses foram enviadas para os 13 estados que estão em situação de surto ativo de sarampo. O estado de São Paulo, que concentra 99% dos casos e registra uma morte pela doença este ano, recebeu o maior número de doses (56%).

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“A vítima foi um homem de 42 anos, que não tinha recebido nenhuma dose da vacina ao longo da vida, e tinha histórico de comorbidade, ou seja, com um quadro de várias doenças. Nessa faixa etária, a pessoa deve ter pelo menos uma dose da vacina”, informou o ministério.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, disse que o ministério trabalha para erradicar a doença e recuperar o certificado de eliminação do sarampo no Brasil. “Para isso, a pasta tem atuado de forma integrada com os estados e municípios, para intensificar as ações de cobertura vacinal na rotina, além das vacinações de reforço nas crianças, que é a faixa etária com maior risco para complicação em decorrência da doença, e de bloqueio”, disse.

A vacina tríplice viral está disponível nos mais de 36 mil postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. Ela previne também contra rubéola e caxumba.

O sarampo voltou à Europa com força, atingindo particularmente quatro países nos quais a doença era considerada erradicada, informa nesta quinta-feira (29) a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Organização detectou 89.994 casos de sarampo em 48 países europeus nos primeiros seis meses de 2019, mais que o dobro em relação ao mesmo período de 2018 (44.175 casos).

Reino Unido, Grécia, República Tcheca e Albânia são os quatro países que perderam o status de "erradicação total" da doença, extremamente contagiosa. Para a OMS, o status de "erradicação" corresponde à ausência de transmissão contínua durante 12 meses em uma zona geográfica particular.

No Reino Unido, 953 casos foram registrados em 2018 (489 desde o início de 2019), 2.193 na Grécia (28), 1.466 na Albânia (475) e 217 na República Tcheca (569).

"O retorno da transmissão do sarampo é preocupante. Sem garantir e manter uma cobertura imunológica maciça entre as populações, crianças e adultos sofrerão inutilmente e alguns morrerão", advertiu Günter Pfaff, presidente da Comissão Regional de Verificação da Eliminação do Sarampo e da Rubéola.

"Cada um destes (quatro) países tem uma cobertura nacional de vacinação extremamente elevada. Então não se trata de exemplos de países com sistemas (de saúde) particularmente fracos", destacou Kate O'Brien, diretora do Departamento de Vacinação da OMS.

"Penso que isto é um aviso para todo o mundo: não basta ter uma cobertura nacional elevada, é preciso levá-la a cada comunidade, a cada família".

- Fatal -

O sarampo pode provocar complicações graves, as vezes fatais (37 mortes no primeiro semestre de 2019 e 74 em 2018 na Europa), e geralmente é transmitido por contato direto ou pelo ar, infectando as vias respiratórias e depois todo o organismo.

Na Europa, a doença atinge principalmente menores de 19 anos (60% dos casos).

No primeiro semestre de 2019, quatro países concentraram 78% dos casos na Europa: Cazaquistão, Geórgia, Rússia e Ucrânia.

O sarampo é declarado erradicado em 35 dos 53 países da região. Em 2017, eram 37. É endêmico em 12 países, entre eles França e Alemanha, onde a vacinação será obrigatória a partir de março de 2020.

Não há tratamento para o sarampo, mas pode ser prevenido com duas doses de uma vacina "segura e eficaz", segundo a OMS, que estima em mais de 20 milhões o número de mortes evitadas no mundo entre 2000 e 2016 graças à vacinação.

Em nível mundial, o número de casos triplicou entre 1º de janeiro e 31 de julho, com 364.808, contra 129.239 no mesmo período de 2018.

A OMS estima que há muitos casos não informados, e que a epidemia pode ser muito maior. República Democrática do Congo, Madagascar e Ucrânia são os países que lideram em número de casos.

A agência especializada da ONU avalia que ocorrem 6,7 milhões de mortes a cada ano relacionadas ao sarampo, segundo O'Brien.

Nos países ocidentais, é crescente a ideia de que existe um vínculo entre a vacina contra o sarampo e o autismo, baseada em um estudo falso, e a OMS afirma que não há qualquer risco com a vacinação.

Uma nova atualização dos casos de sarampo foi divulgada pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. De acordo com o levantamento, até o último a última segunda-feira (26), 337 novos casos de sarampo foram notificados no Estado. Desse total, 86 já foram descartados, 246 estão em investigação e 5 foram confirmados, sendo dois em Recife, um em Taquaritinga do Norte e dois em Caruaru. 

Sobre os casos confirmados, a secretaria ressaltou que as três cidades já realizaram 53 ações de bloqueio vacinal dos contatos, totalizando quase 2 mil doses aplicadas da trípice viral que, além do sarampo, ainda protege contra a caxumba e a rubéola. 

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Há pouco tempo ficou instituído no país a vacinação de crianças entre 6 meses e 11 meses. Todos os meninos e meninas dessa faixa etária, que totalizam 68 mil em Pernambuco, de acordo com a Secretaria de Saúde, devem tomar uma dose da vacina. 

O órgão salienta que essa será considerada a “dose zero”, sendo necessário seguir com o esquema básico de vacinação normalmente a partir dos 12 meses, com mais uma dose e um reforço aos 15 meses.

Casos anteriores

De acordo com a secretaria, em 2018, das 213 notificações, 209 foram descartadas e 4 confirmadas, todas relacionadas a um paciente com histórico de viagem para Manaus, área com circulação do vírus na época. Em 2017 foram 45 notificações e em 2016, 39, todas descartadas.

Entenda

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e está disponível de rotina nas salas de vacina dos municípios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ressalta a importância de finalizar o esquema vacinal para evitar casos da doença. A imunização com a tríplice deve seguir o seguinte esquema:

-  Crianças entre 6 meses e menores de 1 ano devem tomar uma dose da tríplice viral. Importante ressaltar que essas crianças precisarão seguir o esquema normal de imunização a partir dos 12 meses.

- Indivíduos de 12 meses a 29 anos de idade: 2 doses de tríplice viral;

- Indivíduos de 30 a 49 anos de idade não vacinados: 1 dose de tríplice viral;

- Profissionais de saúde não vacinados: 2 doses com a vacina tríplice viral independente da idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.

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Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (28) contabiliza 2.331 casos confirmados de sarampo no país nos últimos três meses. O número representa um aumento de 38,75% em relação ao último boletim. Ainda conforme o balanço desta quarta-feira, foram descartados 1.294 casos suspeitos enquanto 10.855 seguem em investigação por equipes de secretarias de saúde.

Esta semana, a primeira morte provocada pela doença foi confirmada em São Paulo. Diante da evolução do surto no país, a pasta anunciou em entrevista coletiva em Brasília a aquisição de mais 18,7 milhões de doses de vacina contra o sarampo, reiterou a intensificação da imunização com foco em crianças e adultos jovens e informou ações adotadas diante da disseminação do vírus.

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São Paulo é o epicentro do surto, onde foram confirmados uma morte e 2.299 casos – 98% do total. Em seguida vêm Rio de Janeiro (12), Pernambuco (5), Santa Catarina (4) e Distrito Federal (3), além de oito estados com um caso cada: Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, Goiás e Piauí. Os registros se distribuem em 87 municípios dessas unidades federativas.

Estabilização

Apesar da evolução do número, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, avaliou que o quadro da doença no Brasil tende a uma estabilização. Ele ressaltou que o número ainda é menor do que no ano passado e comentou que as ações de imunização devem surtir efeito na mitigação da disseminação do vírus.

“Secretarias de saúde fizeram muitos bloqueios vacinais, que foram fundamentais para poder dar tranquilidade. Baseado numa projeção dos casos, temos uma pequena tendência de redução. A Secretaria de Saúde de São Paulo também relatou essa tendência para nós”, declarou Oliveira. O gestor chamou a atenção para o fato de que o número de municípios paulistas com casos confirmados reduziu do boletim anterior para este.

Imunização

O secretário afirmou que a estratégia da pasta não envolve campanhas de vacinação, mas intensificação das ações de imunização. Isso porque, segundo ele, não haveria “economicidade” de campanhas em razão do estoque de doses do país. Anualmente, para vacinação de rotina, são disponibilizadas 30 milhões de doses. Além disso, em razão do surto atual de sarampo, já haviam sido adquiridas 10 milhões de doses adicionais.

Hoje, o Ministério da Saúde anunciou mais 18,7 milhões de doses, totalizando 28,7 milhões complementares ao estoque de rotina. O volume será empregado este ano e também em 2020. Para conter o surto atual, o foco das ações de imunização serão adultos jovens e crianças de até 1 ano, públicos considerados mais vulneráveis e com maior incidência do vírus.

Dos cerca de 2,9 milhões de bebês nessa última faixa etária, a intenção é imunizar 1,4 milhão der crianças com idade entre 6 meses e 11 meses e 29 dias. Na semana passada, a pasta anunciou a destinação de 1,6 milhão de vacinas para uma dose adicional chamada “dose zero” voltada para esse público-alvo. O material começou a ser distribuído aos estados esta semana. De acordo com o ministério, São Paulo deve receber 990 mil doses.

Oliveira lembrou que, além da dose zero, crianças devem tomar a vacina contra o sarampo aos 12 meses e aos 15 meses. No caso de adultos jovens, com idade entre 20 e 29 anos, é importante que as pessoas confiram se estão imunizadas adequadamente e procurem regularizar a situação. A orientação vale especialmente para a Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com o ministério, pela rotina de imunização estabelecida, pessoas com até 29 anos devem já ter recebido duas doses contra a doença. Já quem tem entre 30 e 49 anos deve ter tomado pelo menos uma dose. O secretário ponderou, contudo, que não há necessidade de corrida aos postos de saúde e que a regularização pode ser feita tranquilamente.

 

A cidade de São Paulo registrou, nesta semana, a primeira morte por sarampo em 2019. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a vítima é um homem de 42 anos, sem histórico de imunização contra a doença. O óbito por sarampo foi confirmado na terça-feira (27) e divulgado nesta quarta-feira (28).

De acordo com a secretaria, 2.457 casos de sarampo já foram confirmados em todo o estado neste ano. Deste total, 66,6% se concentram na capital, que registrou 1.637 casos.

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Para prevenir a doença, São Paulo continua com a campanha de vacinação contra o sarampo para bebês com idade entre 6 meses e menos de 12 meses. A faixa etária é considerada mais vulnerável a casos graves e óbitos e representa cerca de 13% do total de casos registrados no estado.

O Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos na faixa de 1 ano a 29 anos, devem ter pelo menos duas doses da vacina contra o sarampo. Acima dessa faixa, até 59 anos, é preciso receber pelo menos uma dose. Não há indicação para pessoas com mais de 60 anos, público que, potencialmente, teve contato com o vírus do sarampo no passado.

Além do sarampo, a vacina tríplice viral protege contra rubéola e caxumba.

Prefeitura

Por causa do grande número de casos de sarampo na capital, a prefeitura prorrogou a campanha de vacinação contra o sarampo até o dia 31 deste mês. Todas as crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias e todas as pessoas na faixa entre 15 e 29 anos devem ser vacinadas, independentemente do número de doses tomadas anteriormente.

 

A partir desta quinta-feira (22), as crianças de seis meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas contra o sarampo em todo o país. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação é preventiva e deve alcançar 1,4 milhão de crianças, que não receberam a dose extra, chamada de dose zero, além das previstas no Calendário Nacional de Vacinação, aos 12 e 15 meses.

“Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral mais varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses”, esclarece o ministério.

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A pasta enviará 1,6 milhão de doses a mais para os estados. O objetivo é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos. A medida é uma resposta imediata do ministério devido ao aumento de casos da doença.

“Nós estamos preocupados com essa faixa etária porque em surtos anteriores foram as crianças menores de um ano que evoluíram para casos mais graves e óbitos. Por isso, é preciso que todas as crianças na faixa prioritária sejam imunizadas contra o vírus do sarampo, considerando a possibilidade de trânsito de pessoas doentes para regiões afetadas e não afetadas”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

De acordo com o ministério, o país registrou nos últimos 90 dias, entre 19 de maio a 10 de agosto deste ano, 1.680 casos confirmados de sarampo, em 11 estados: São Paulo (1.662), Rio de Janeiro (6), Pernambuco (4), Bahia (1), Paraná (1), Goiás (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Sergipe (1) e Piauí (1). O coeficiente de incidência da doença foi de 0,80 por 100.000 habitantes.

Além de vacinar as crianças na faixa etária prioritária, o ministério, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, também orienta estados e municípios a realizarem o bloqueio vacinal. Ou seja, em situação de surto ativo do sarampo, quando identificado um caso da doença em alguma localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram ou tem contato com aquele caso suspeito em até 72 horas.

*Com informações do site do Ministério da Saúde

O sarampo se espalha pelo País. Da semana passada para cá, subiu de 4 para 11 o número de Estados que enfrentam surto da doença. Em três meses, foram confirmadas 1.680 infecções, a maior parte delas em São Paulo (1.662). Com o aumento de registros, o Ministério da Saúde expandiu a recomendação da vacina a todos os bebês do País de 6 meses a um ano.

Batizada de dose zero, essa aplicação não dispensa as vacinas regulares, aplicadas aos 12 e 15 meses. Essa seria uma dose para dar proteção adicional.

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Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Wanderson Kleber de Oliveira não descarta que novas medidas sejam adotadas. Entre as estudadas, está a chamada vacinação de resgate, dirigida para adultos jovens. O problema, contudo, esbarra nos estoques escassos do imunizante.

Como a reportagem mostrou, o governo dispõe de quantitativo limitado de doses. O governo recorreu à Organização Pan-Americana de Saúde e encomendou a compra de 10 milhões de doses. A entrega, porém, deve ocorrer em dois meses.

A pasta também pediu a Biomanguinhos, que produz a vacina para o País, o aumento da entrega de doses. Para que isso seja feito, o laboratório terá de reduzir a produção de vacina contra febre amarela. Serão preparadas 26 milhões de doses para sarampo - 12 milhões já foram entregues.

Até o momento, não foi confirmada nenhuma morte por sarampo. Além de São Paulo, os casos da doença foram registrados no Rio (6), Pernambuco (4), Bahia (1), Paraná (1), Goiás (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Sergipe (1) e Piauí (1).

Embora o sarampo tenha ressurgido no País no ano passado, a cobertura vacinal está bem abaixo do que seria considerado ideal. "(A doença) é muito difícil de se controlar rapidamente", afirma o pesquisador da Fiocruz Cláudio Maierovitch.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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