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A vereadora de São Miguel do Oeste (SC), Maria Tereza Capra (PT), recebeu um pedido de cassação do seu mandato feito pelos demais vereadores da cidade por ter repudiado o gesto nazista feito pelos bolsonaristas que faziam parte da manifestação antidemocrática durante a execução do hino nacional, no dia 2 de novembro, em frente ao quartel do Exército da cidade. 

No dia seguinte à saudação nazista, o PT de São Miguel do Oeste, presidido por Capra, divulgou uma nota condenando a saudação Sieg Heil (salve a vitória). Ainda no dia 3 de novembro, a parlamentar se manifestou nas suas redes sociais e disse que é “uma vergonha o que acontece aqui”. “São Miguel do Oeste sendo reconhecida nacionalmente como o lugar em que manifestantes que não reconhecem o resultado das urnas, porque perderam a eleição, trancam uma via importante para se manifestar contrário ao resultado democrático da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Além de tudo, esses manifestantes fizeram uma saudação nazista. Isso é repetir o maior drama que a população mundial já viu”, disse. 

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A vereadora tem sido alvo de ataques em São Miguel do Oeste após a nota de repúdio e a carta. Ela precisou sair da cidade para se proteger da ofensiva bolsonarista. “Eu tive que abandonar minha cidade, meu escritório, meu mandato, para me sentir segura. Isso é muito triste para mim, é muito dolorido. Eu preciso me proteger e proteger os meus filhos”, lamentou. 

Maria Tereza também vinha enfrentando violência nas ruas do município, além das ameaças nas redes sociais. “Violaram meu patrimônio. O meu carro foi riscado com ameaças, escreveram no meu carro”, relatou, ao Brasil de Fato. “Está comprovado que em Santa Catarina está o maior número de células neonazistas no país, e eles estão armados”, alertou. 

Uma moção de repúdio já foi aprovada pelos vereadores contra Capra, que pode enfrentar o processo de cassação. “É um pedido injusto e é uma orquestração de algumas pessoas aqui da cidade. Estão querendo me responsabilizar por algo que eu não fiz. Eu apenas manifestei o meu repúdio e publiquei um vídeo em minhas redes sociais”, disse a parlamentar. 

Em defesa dos seus eleitores, ela manifestou estar sofrendo violência de “uma pequena parte da população de São Miguel do Oeste, não é o povo de São Miguel do Oeste que está contra mim”. 

O Ministério Público em Santa Catarina investiga manifestantes que fizeram uma saudação nazista durante manifestações em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. A tarefa de identificar os integrantes do ato que fizeram o gesto ficará à cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), órgão especializado da Promotoria.

O ato, organizado para manifestar inconformismo com o resultado das eleições e com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), aconteceu nesta quarta-feira (2), em frente à base do Exército na cidade do Oeste catarinense. Durante a execução do hino nacional, manifestantes vestidos de verde e amarelo estenderam suas mãos para frente, em um gesto semelhante ao "sieg heil" - "viva à vitória", em alemão - usada pelo partido nazista alemão nos anos 30.

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Apologia ao nazismo é crime, e pode resultar em penas de dois a cinco anos de prisão.

"Uma vez identificadas [as pessoas], será produzido um relatório e as informações encaminhadas pra 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, que possui atribuição criminal, para responsabilização dos envolvidos", esclarece a Coordenadora do GAECO de São Miguel do Oeste, Promotora de Justiça Marcela de Jesus Boldori Fernandes.

O Gaeco do MP de Santa Catarina também tem auxiliado na investigação sobre responsáveis pelo bloqueio em rodovias no Estado. O grupo é composto pelo Ministério Público, Polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e Penal, pela Fazenda Estadual e pelo Corpo de Bombeiros Militar.

A Promotoria pôs esta estrutura especializada em combate ao crime organizado à disposição nesta terça-feira, 1, em uma reunião do gabinete de crise criado pelo governador Carlos Moises (Republicanos) para tratar do desbloqueio destas vias. Especificamente no caso da saudação nazista, também haverá acompanhamento de promotores do Núcleo de Enfrentamento a Crimes Raciais e de Intolerância (NECRIM).

Confederação Israelita do Brasil diz que imagens são "repugnantes"

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil afirma que as imagens dos manifestantes fazendo saudações nazistas "são repugnantes e precisam ser investigadas e condenadas com veemência pelas autoridades e pela sociedade como um todo". "O nazismo prega e pratica a morte e a destruição. A sociedade brasileira não pode tolerar posturas como essa".

"Fazer esse gesto vestindo camisa da seleção brasileira é também uma ofensa às nossas Forças Armadas, que lutaram bravamente contra as forças nazistas na Europa durante a Segunda Guerra Mundial", afirma.

Uma professora de redação do Colégio Sagrada Família, localizado em Ponta Grossa, no Paraná, foi filmada fazendo saudação nazista para os alunos em sala de aula. No vídeo, que circula nas redes sociais, a docente aparece usando a bandeira do Brasil e bottons com imagens e frases do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ação da mulher, que pode ser enquadrada como crime de apologia ao Nazismo, de acordo com a Lei 7.716/1989, acorreu no último sábado (8). Nas imagens, é possível peceber que alguns alunos soltam sorrisos enquanto a professora faz a saudação. 

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O LeiaJá entrou em contato com o Colégio Sagrada Família, no entanto, até a finalização do texto, a instituição não deu retorno. O espaço segue aberto. 

Alunos de uma escola particular, localizada em Criciúma, município de Santa Catarina, foram suspensos após apologia ao nazismo. Seis estudantes, todos do nono ano do ensino fundamental, aparecem em um vídeo, divulgado na última quarta-feira (27), fazendo saudação nazista em uma sala de aula. A ação ocorreu há três meses. 

Em nota divulgada, nas redes sociais, pelo Colégio da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (Satc), é ressaltado que a instituição repudia o ato praticado pelos alunos. "Apologia ao nazismo é crime! Repudiamos e não compactuamos de nenhuma forma com tais atitudes. Deste modo, as providências cabíveis foram tomadas, com a suspensão de alunos, advertência e a realização de reflexão sobre o nazismo e o quamto esse regime foi pavoroso para a história humana", diz trecho do comunicado. Confira na íntegra:

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Nesta sexta-feira (27), a instituição de ensino voltou a falar sobre o caso através de um vídeo. Mais uma vez, o SATC afirmou que repudia "qualaquer apologia ao nazismo". O gestor da unidade reforça que os alunos envolvidos foram orientados e receberão "as devidas sanções".

"O SATC é uma casa de educação e, como tal, tem que resolver os seus problemas usando da educação. É necessário que a gente use esse tipo de abordagem para dar o melhor encaminhamento. É fundamental também que se entenda que o professor que foi saudado não é judeu. Ele usou esse exemplo, inclusive, para dizer que sendo, esses alunos estariam comentendo uma ação muito prejudicial", explica o gestor. Confira o vídeo: 

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Fotos de adolescentes em uma cidade da Califórnia fazendo a saudação nazista diante de uma cruz suástica feita de copos de plástico causou indignação em todo país. O escândalo ocorreu no fim de semana depois que as fotos tiradas em uma festa com estudantes da escola secundária de Newport Beach começaram a circular nas mídias sociais.

"Fiquei enojada quando soube da história", afirmou à AFP a vice-presidente do distrito escolar Martha Fluor. "É desolador que estudantes que recebem instrução de alta qualidade tenham este tipo de comportamento", acrescentou.

Ela assinalou que a escola está trabalhando com as autoridades locais para decidir quais serão as ações disciplinares. "Este é um assunto que levamos muito a sério. Fizemos uma reunião na escola Newport Harbor, onde alguns estudantes que foram à festa leram cartas de desculpas, enquanto que os pais, outros alunos e líderes comunitários expressaram sua repulsa", acrescentou.

Fluor assinalou que ao menos dois dos estudantes envolvidos na festa eram judeus e claramente não entenderam a gravidade da questão.

"Os estudantes leem sobre o Holocausto nos livros, mas parecem que isso não é suficiente", afirmou. "O dilema que enfrentamos é como fazer com que os alunos entendam que essas ações causam muita dor e sofrimento".

O escândalo acontece em meio a um aumento de episódios de antissemitismo nos Estados Unidos. A Liga Antidifamação reportou uma alta de 50% nesses episódios entre 2016 e 2017, muitos dos quais ocorridos em escolas ou universidades.

O rabino Abraham Cooper, decano associado do centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, afirmou que o escândalo na escola de Newport Beach deve servir de alerta para o fato de que mesmo estados liberais como a Califórnia não estão imunes ao racismo e intolerância.

"Isso é um insulto aos 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto e aos que lutaram contra a ocupação e ao que chamamos de a melhor geração dos Estados Unidos: aqueles que foram para a Europa e que morreram para vencer a cruz suástica", declarou à AFP.

Cooper indicou que os estudantes envolvidos no incidente devem ser suspensos para criar o precedente de que este tipo de ação tem consequências.

Pediu ainda que o distrito escolar organize excursões ao Museu da Tolerância em Los Angeles e faça os estudantes conversarem com sobreviventes do Holocausto.

"Temos que converter esse episódio em um momento de ensino, mas também é preciso haver alguma consequência. Porque sem consequências, as desculpas são vazias", concluiu.

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