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As Organizações não governamentais (ONGs) são criadas por membros da sociedade civil para auxiliar o Estado na garantia do exercício da cidadania e democracia. Elas representam o terceiro setor, aquelas que têm o caráter público. Esse segmento vem crescendo e se destacando no mercado de trabalho, não pelo fato financeiro, mas pelas oportunidades de mudanças e formas de trabalhar. As ONGs, atualmente, se enquadram como uma boa opção de desenvolvimento profissional.
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Boa parte dos profissionais que trabalham nesses centros não é ligadas diretamente à parte financeira, mas a realizações pessoais. A assistente social do Coletivo Mulher Vida, Rosana França, explica que trabalhar em um local com o conceito de mudança é especial. “Eu amo o que faço aqui no Coletivo. Esse projeto, que ajuda famílias vítimas de violência sexual, trouxe para minha vida benefícios que dinheiro nenhum pode me dar”, afirma. Ela complementa relatando que o projeto esteve em sua vida desde cedo. “Meu primeiro contato foi quando tinha 11 anos e meio. Foi por conta desse trabalho que mudei minha vida, pude fazer os cursos e me especializar. Hoje faço parte da equipe do projeto e considero esse lugar a minha segunda casa”, complementa.
O Coletivo Mulher Vida é uma entidade civil sem fins lucrativos que existe há 23 anos. Sua sede é localizada na beira mar de Olinda. A entidade tem como missão desconstruir a violência doméstica, sexual e sexista em crianças, adolescentes, jovens, mulheres e famílias. O projeto oferece cursos de prevenção primária , secundária e terciária, formação e capacitação, observatório da exploração sexual e geração de renda.
A coordenadora do programa de mobilização, Adriana Duarte, declara que se sente realizada naquilo que faz. “Apesar de a gestão ser muito cansativa e nós, muitas vezes, precisamos nos desdobrar para pagar as contas, esse é um trabalho que vale a pena. Somos todas mulheres apaixonadas pelo que fazemos e por ajudar o próximo”, afirma. “Apesar de estarmos sem aumento salarial à quatro anos, não pensamos em desistir das nossas funções. Acreditamos num bem maior, que é a felicidade das pessoas que participam do projeto ", diz.
Sentimento de dever cumprido
A Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (ADECCON) foi fundada em 1999 com o intuito de auxiliar juridicamente pessoas e comunidades carentes que precisam de ajuda. A associação, formada por sete advogados, oferece a sociedade civil serviços como orientação jurídica, notificação extrajudicial, petição inicial, parecer jurídico, ações civis públicas, acompanhamento judicial de ações individuais, além de palestras e cursos gratuitos.
A coordenadora executiva e cofundadora da associação, Rosana Grinberg, explica que o principal motivo dela e seu sócio terem iniciado a parceria: “Queríamos fazer um trabalho que beneficiasse a toda sociedade. Quando começamos, fizemos projetos nas comunidades carentes para que eles se conscientizassem com relação aos seus direitos e que, se precisassem, nós poderíamos ajudar. Não me sentia mais satisfeita no meu trabalho, pois eu não conseguia chegar a população mais carente. Sentia que não estava ajudando o bastante ou, simplesmente, seguindo o que meu coração queria”, afirma.
Para o coordenador de projetos da ADECCON, Geraldo Guerra Júnior, ajudar ao próximo sempre foi uma de suas metas na vida. “Comecei a trabalhar aqui como estagiário e hoje faço parte e coordeno uma equipe. Ajudar a sociedade civil e aqueles que não têm condições de solucionarem seus casos, não tem preço”, conta.
Ele complementa revelando que boa parte da equipe não recebe dinheiro pelo que trabalho que faz. “Aqui na ADECCON nós não ganhamos nada. O dinheiro que entra só dá para pagar alguns funcionários. Praticamente todos aqui têm uma atividade fora da Associação”, declara.