Tópicos | trote

O Centro Integrado de Operações (Ciop) divulgou os dados das ocorrências do ano de 2015 que foram registradas pelo atendimento de chamadas ao número 190, na Região Metropolitana de Belém (RMB). O Centro integra as seis instituições que compõem o Sistema de Segurança Pública do Pará, e realiza a comunicação entre a sociedade e as seguintes instituições: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.

No balanço feito pelo Ciop em 2015, cerca de 3.427.134 chamadas recebidas foram registradas. Depois que a ligação é recebida a denúncia passa por uma análise, na qual é classificada e registrada no sistema I/CAD (Intergraph/Computer-Aided Dispatch- Despacho Auxiliado por Computador). Depois de analisada, fica disponível on-line para os despachantes, setor competente que aciona as equipes (guarnições) responsáveis para atender as ocorrências.

##RECOMENDA##

Na categoria de ligações falsas foram registradas 1.196.373 ocorrências; na categoria ocorrências geradas, 286.972 registros e na categoria outros, que se refere a informações, dúvidas, agradecimentos, engano, reiteração, ligação não completada, 1.943.789 chamadas foram registradas pelo sistema. Vale destacar que o Centro realiza o serviço de videomonitoramento através de 188 câmeras em vias públicas, na RMB.

De acordo com informações do Ciop, um dos altos índices em 2015 foi o de ligações falsas. Registrou-se mais de 1 milhão de trotes para o 190, isto é, cerca de 35% das chamadas para o Centro foram falsas. Apesar de alto, esse índice diminuiu 7% em relação a 2014, sendo motivado principalmente a partir de campanhas de conscientização em escolas e meios de comunicação. Na classificação de tipos de ocorrências, as cinco principais naturezas foram: perturbação do sossego alheio; poluição sonora; ameaça; roubo e atitude suspeita.

O atendimento do Ciop 190 ocorre em toda a Região Metropolitana de Belém e no interior do Pará. O serviço é realizado pelos Núcleos Integrados de Operações (Niop), em Altamira, Castanhal, Capanema, Conceição do Araguaia, Marabá e Santarém, e pelos Centros de Atendimento e Despacho (CAD), em Salinópolis, Parauapebas, Tailândia.

Em 2015 foram criados mais dois CADs, em Bragança e Santa Isabel, que estão em fase de implantação. O funcionamento interno do Ciop ocorre diuturnamente por 24 horas, com o serviço de militares estaduais e colaboradores civis, que trabalham em escalas de serviço, em ambiente de acesso restrito.

Com informações da Agência Pará.

Um calouro da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) foi "crucificado" por veteranos em uma competição esportiva com outras universidades em setembro do ano passado. No mesmo evento, lençóis usados pelos alunos no Hospital e Maternidade Celso Pierro, o hospital da PUC-Campinas, foram incendiados.

As imagens, obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram registradas pelos próprios estudantes e divulgadas à época nas redes sociais, mas apagadas poucos dias depois. As ações são alvo de sindicância interna na PUC-Campinas, que proíbe o trote desde 2005. A instituição confirmou que os fatos "estão sendo apurados", mas que o processo está em sigilo.

##RECOMENDA##

Os episódios aconteceram durante a Intermed, competição esportiva entre universidades paulistas de Medicina criada em 1966 e realizada tradicionalmente em setembro. Em 2015, foi realizada na cidade de Taquaritinga, no interior do Estado. O evento e a PUC-Campinas já foram alvo de apurações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que analisou os trotes e outras violações de direitos humanos nas instituições de ensino paulistas.

Durante os jogos, o aluno foi obrigado pelos veteranos a subir em uma cruz montada pelos próprios estudantes para simular a crucificação de Jesus Cristo. Para ficar "pendurado", ele segurou duas cordas presas à madeira. O trote tinha relação com o nome do estudante, Jesus. A tinta azul que aparece no corpo do jovem na imagem também é parte do trote.

Já os lençóis, que segundo relato dos estudantes foram furtados do hospital dos residentes, eram usados como material inflamável nas "papaveiras", estrutura de metal no formato do símbolo da Associação Atlética Carlos Oswaldo Teixeira (AAACOT), a atlética da Medicina. Trata-se de uma caveira com um bisturi, uma tesoura e um chapéu de clérigo em referência ao papa.

Assim como em outras faculdades de Medicina, o trote no local é contínuo e pode acontecer ao longo do ano, conforme relato dos estudantes à CPI. Desde as investigações, um grupo de alunos decidiu criar o Coletivo Semente, que passou a receber alunos e incentivá-los a denunciar práticas de trote, além de acolher possíveis vítimas. "Este coletivo surgiu da necessidade da criação de um polo de integração entre as turmas. Pretendemos construir espaços de discussão e debates envolvendo desde questões sobre a atual conjuntura da saúde no País até opressões e desigualdade, especialmente as vivenciadas na nossa universidade", diz o texto de apresentação. O grupo foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou. A AAACOT também não respondeu ao pedido de entrevista.

À reportagem, o presidente da atlética, Renato Morelli Berg, disse que as fotos foram feitas na abertura da Intermed, com a presença de 11 faculdades, quando a "criatividade" é importante para chamar a atenção de outras torcidas. O aluno na cruz, segundo ele, levou a crucificação como uma "brincadeira". "Vale salientar que não existem amarras ou qualquer tipo de instrumento que causa dor física ou mental na cruz. Nada é obrigado aos participantes, e a organização do evento busca apenas conter os excessos", disse. Ele disse que a Atlética não tem conhecimento do uso dos lençóis do hospital.

Demissões

No ano passado, a universidade já havia demitido três docentes da Faculdade de Ciências Médicas depois de um dossiê feito por alunos com relatos de abusos físicos e psicológicos por alunos veteranos e professores ser encaminhado à instituição. Na mesma época, estes professores haviam sido chamados para depor na CPI do Trote acusados de perseguir alunos que fizeram as denúncias de violência e também de estar presentes em festas e eventos em que aconteceram casos de violência contra os alunos. O motivo oficial das demissões, no entanto, não foi divulgado pela instituição.

Entre as denúncias estavam casos de abusos físicos, ofensas sexuais e trotes desumanos. As vítimas descreveram que os calouros eram obrigados a, por exemplo, simular sexo oral, andar em uma piscina de urina, fezes e vômito, além de levar socos e tapas na cara.

O presidente russo, Vladimir Putin, ligou para o cantor pop britânico Elton John para fazer um convite, após o cantor ter sido vítima na semana passada de um trote de um homem que fingiu ser o chefe de Estado russo. "Putin conversou com Elton John", indicou seu porta-voz, Dmitry Peskov, citado pela agência RIA Novosti nesta quinta-feira (24).

O presidente russo pediu para que ele não se sentisse ofendido com a piada e sugeriu que eles se encontrassem, segundo o porta-voz. Na semana passada, o artista, ativista dos direitos dos homossexuais, postou em sua conta no Instagram um retrato do presidente russo no qual agradecia o telefonema.

##RECOMENDA##

Um dia antes, John havia expressado seu desejo de se reunir com Putin para discutir a questão dos direitos dos homossexuais na Rússia. Pouco depois, o Kremlin negou que Putin tivesse contactado Elton John e um homem confidenciou mais tarde ter telefone ao artista se passando pelo presidente russo.

A Rússia, onde a homossexualidade era considerada um crime até 1993 e como uma doença mental até 1999, aprovou em 2013 uma lei que pune com multas e prisão qualquer ato homossexual de "propaganda" na frente das crianças.

O presidente russo, Vladimir Putin, ligou para o cantor pop britânico Elton John para fazer um convite, após o cantor ter sido vítima na semana passada de um trote de um homem que fingiu ser o chefe de Estado russo. "Putin conversou com Elton John", indicou seu porta-voz, Dmitry Peskov, citado pela agência RIA Novosti nesta quinta-feira (24).

O presidente russo pediu para que ele não se sentisse ofendido com a piada e sugeriu que eles se encontrassem, segundo o porta-voz. 

Na semana passada, o artista, ativista dos direitos dos homossexuais, postou em sua conta no Instagram um retrato do presidente russo no qual agradecia o telefonema. Um dia antes, John havia expressado seu desejo de se reunir com Putin para discutir a questão dos direitos dos homossexuais na Rússia.

Pouco depois, o Kremlin negou que Putin tivesse contactado Elton John e um homem confidenciou mais tarde ter telefone ao artista se passando pelo presidente russo.

A Rússia, onde a homossexualidade era considerada um crime até 1993 e como uma doença mental até 1999, aprovou em 2013 uma lei que pune com multas e prisão qualquer ato homossexual de "propaganda" na frente das crianças.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou os casos de violações de direitos humanos e abusos em universidades paulistas quer criar um cadastro de antecedentes para proibir que alunos envolvidos em trotes participem de concurso público. A comissão também vai encaminhar moção ao Congresso Nacional, pedindo a classificação dos trotes como crime de tortura no Código Penal.

Essas propostas estão no relatório final, aprovado ontem, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O primeiro projeto da CPI propõe alterar o texto da Lei estadual 10.454/1999, que proíbe o trote em todo o Estado. O texto teria um parágrafo acrescido, que cria o Cadastro de Antecedentes Universitários do Estado de São Paulo, com dados a respeito do comportamento dos alunos das instituições públicas e privadas e registro de participação em trotes. O estudante ficaria com o nome "sujo" por 10 anos, sendo proibido de participar de concursos e processos seletivos.

##RECOMENDA##

O outro projeto proíbe o patrocínio de eventos estudantis por empresa fabricante de bebida alcoólica. A empresa infratora seria obrigada a pagar multa de R$ 10 mil, com possível cassação de inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS.

A CPI pede responsabilização civil, penal e administrativa aos diretores de Centros Acadêmicos e Associações Atléticas que tenham denúncias de violações aos direitos humanos. O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que presidiu a CPI e deixa a Casa na próxima semana (ele não foi reeleito), diz que agora a responsabilidade é do Ministério Público Estadual, que já abriu inquérito para apurar os casos denunciados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-aluno de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, Gines Villarinho, relatou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de violência em universidades paulistas os trotes que sofreu na época de sua graduação, que teve início em 2007. No depoimento dado ontem, Villarinho afirmou ter sido obrigado a "lamber o chão" de um banheiro durante a recepção de calouros em seu ano, aspirar farinha de bolo e receber humilhações com cuspidas de cerveja no rosto. Ele disse ainda que presenciou um aluno veterano vomitando propositadamente em uma caloura, que julgou ser "feia demais".

As práticas teriam ocorrido durante dois eventos que são realizados fora da universidade - o Churrasco e a Chopada, e são organizados pela Atlética, entidade de alunos. Os eventos ocorreram em uma chácara em Paulínia, interior de São Paulo, segundo o ex-aluno.

##RECOMENDA##

Ele afirmou também que, durante a Intermed, evento esportivo realizado entre diversos cursos de medicina do Estado, teve um cavaco roubado por veteranos - mas não registrou boletim de ocorrência. "Eu fiquei com tanta aflição dessas pessoas que, no final do meu curso, não queria nem participar da formatura. Não queria ter foto divulgada no painel de ex-alunos", relatou.

Esta é a segunda vez que estudantes de Medicina da Unicamp são ouvidos na CPI. No início de fevereiro, 12 estudantes deixaram relatos de ingestão forçada de álcool e assédio sexual, tanto nas recepções de calouros como na Intermed. Relataram ainda a existência de um grupo de alunos chamados "kilts", que usavam saias nos eventos e seriam mais violentos na prática dos trotes.

A professora Angélica Maria Bicudo, que foi coordenadora do curso de 2007 a 2010, afirmou à CPI que nenhuma das denúncias chegou a ser formalizada. "Os fatos nunca foram relatados à coordenação", reclamou. Mesmo quando recebia relatos, a professora afirmou que nunca vinham com nomes. "Os depoimentos são lacônicos, não podia abrir processos". Mesmo assim, a professora reconheceu a existência dos trotes e lembrou de um episódio em que um aluno desistiu do curso para fazer medicina na UFMG, logo após participar da semana de recepção de calouros. Ela também disse que chegou a propor que o nome da Unicamp fosse retirado da Intermed, mas que não conseguiu apoio à ideia. O professor Ricardo Pereira, que também esteve na CPI, ressaltou a criação, em 2014, da Comissão de Apoio ao Estudante (Cae), que passou a receber denúncias e acolher os estudantes.

Em relatório preliminar aprovado na quinta-feira (26), na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Trotes, deputados estaduais integrantes do órgão pedem a responsabilização civil, penal e administrativa de diretores de centros acadêmicos e atléticas de faculdades paulistas que tiveram denúncias de estupros, trotes e atos discriminatórios, entre outras violações de direitos humanos.

A CPI foi aberta após alunas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) denunciarem em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo terem sido estupradas em festas da instituição de ensino.

##RECOMENDA##

O relatório parcial, que, quando finalizado, será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE) e a outros órgãos competentes, pede ainda a abertura de inquéritos civis por parte da promotoria para apurar possíveis improbidades administrativas de dirigentes de universidades e faculdades públicas "que se omitiram na apuração e punição dos casos de violação" relatados na CPI.

Denunciaram abusos e trotes alunos das Faculdades de Medicina da USP de Ribeirão Preto e da Unicamp, das Pontifícias Universidade Católica de São Paulo e de Campinas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e da USP em Piracicaba, entre outras.

Medicina

Especificamente em relação à FMUSP, o relatório pede que o MPE investigue falha na administração da universidade e da faculdade em efetivar cobranças por danos ao patrimônio público durante festas da atlética e do centro acadêmico ou da realização do espetáculo Show Medicina.

Os deputados da comissão pedem ainda que os Conselhos Federal e Regional de Medicina abram sindicâncias para investigar a participação de médicos em trotes acadêmicos.

Ao Ministério da Educação, a CPI sugere incluir nos processos de avaliação das universidades a ocorrência de trotes, com o objetivo de punir a instituição de ensino onde seja detectada a prática, com perda de pontos na avaliação e a proibição de participação em programas educacionais, como o Financiamento Estudantil (Fies).

O relatório final da CPI deverá ser apresentado para aprovação no dia 10 de março. Depois, será encaminhado aos órgãos que podem executar as medidas propostas.

"Quisemos aprovar uma versão preliminar do relatório porque havia uma pressão grande para que se encerrasse o prazo da CPI sem que houvesse uma conclusão. Esse documento será encaminhado para os órgãos competentes com todos os depoimentos das vítimas", disse o presidente da CPI, deputado Adriano Diogo (PT).

A FMUSP e a reitoria da USP não comentaram o teor do relatório. O advogado da atlética da faculdade e do Show Medicina, João Daniel Rassi, afirmou, em nota, que as entidades só vão se pronunciar quando a CPI aprovar o relatório definitivo. A reportagem não conseguiu contato com representantes do centro acadêmico da FMUSP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para evitar problemas na volta às aulas, no dia 23 deste mês, a direção da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), instituição da Universidade de São Paulo (USP), assinou um termo no Ministério Público se comprometendo a combater os trotes no campus que fica em Piracicaba (SP). O local teve nos últimos meses denúncias de violência e abuso sexual entre os alunos, sendo o assunto objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas para este ano, visando evitar que calouros sofram nas mãos dos veteranos, uma séria de medidas será colocada em prática.

Haverá campanhas de conscientização por parte da Esalq nesse início de ano letivo e promotores de Justiça estarão presentes no local falando em palestras aos estudantes e acompanhando o ambiente universitário. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi assinado e prevê ainda outras ações para enfrentar e apurar os trotes. Os 430 novos alunos terão já no início das aulas a "Semana de Integração aos Ingressantes", quando serão orientados sobre a vida na USP e os canais de denúncia caso tenham algum problema no convívio acadêmico. "O trote não é um valor da nossa instituição e seremos ainda melhores sem ele", afirmou em nota Luiz Gustavo Nussio, diretor da Esalq.

##RECOMENDA##

De acordo com relatos dos próprios alunos, a entrada para o campus de Piracicaba costumava ser de muita violência. Um estudante denunciou que teve um produto jogado no corpo que causou queimaduras e até prejudicou os movimentos. Já uma ex-aluna disse ter sido abusada em uma república. Para evitar novas situações do tipo, foi definido na reunião com o Ministério Público que casos que acontecerem fora do campus também terão repercussão interna, ou seja, as repúblicas serão consideradas extensão da universidade. Já os estudantes envolvidos em trotes serão objeto de sindicância com o risco de serem expulsos. Os alunos da Esalq, através do Centro Acadêmico, divulgou documento em favor de medidas para "coibir práticas opressoras realizadas por estudantes dentro e fora da universidade".

O presidente da CPI que apura denúncias de trotes nas universidades paulistas, deputado Adriano Diogo (PT), esteve ontem em Piracicaba. Além da Esalq, ele foi até a Câmara Municipal. A Casa aprovou a realização de audiência pública também para tratar do assunto. A comissão presidida por Diogo encerra os trabalhos em 14 de março, ocasião em que apresentará o relatório final propondo, entre outras coisas, que trote seja considerado crime de tortura.

A Polícia Civil de Adamantina, no interior de São Paulo, identificou cerca de 10 pessoas suspeitas de terem participado do trote violento que causou ferimentos nas pernas da estudante de pedagogia Nathália de Souza Santos, de 17 anos, nas Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI). Nathália teve queimaduras de 3° grau nas pernas e no umbigo por uma substância química, ainda não identificada, jogada por estudantes veteranos na festa de recepção dos novos alunos na noite de segunda-feira, 2.

Segundo o delegado Rodrigo Pigozzi Alabarse, as pessoas identificadas são estudantes da faculdade. "Essas pessoas foram identificadas por fotos divulgadas na rede social e pela investigação. Elas deverão ser ouvidas a partir desta sexta-feira", afirmou o delegado, acrescentando que a polícia ainda não identificou qual o tipo de produto químico jogado em Nathália e outra colega do curso de pedagogia, que também ficou ferida, mas em menor grau. "Essas meninas são até de outro câmpus, mas acho que vieram para onde ocorreu o trote para participar da festa de recepção aos calouros e acabaram sendo surpreendidas", completou o delegado.

##RECOMENDA##

Nas imagens da polícia, jovens aparecem usando luvas e manipulando garrafas pets. "Não queremos cometer injustiças porque pode ser que nem todos participaram do trote", disse o delegado. Segundo ele, os depoimentos das vítimas e dos suspeitos deverão esclarecer o que ocorreu e quem foram os responsáveis pelo trote violento da noite de segunda-feira.

A Polícia Civil também levanta paralelamente as responsabilidades do trote violento contra o estudante de engenharia ambiental Caio Eduardo Castilho, de 18 anos, que teve a córnea atingida por uma substância desconhecida e corre o risco de ficar cego do olho esquerdo.

Alabarse falou por telefone na tarde de quinta-feira, 5, com o estudante, que mora em Tupã. "Acredito que não será difícil identificar os responsáveis por este trote", afirmou. "Temos algumas informações de que quem participou das agressões foram estudantes veteranos do curso de engenharia ambiental, por isso, nossa intenção já é identificar a partir de amanhã (sexta) quem foram os responsáveis por essas agressões", declarou o delegado.

A Polícia Militar de Botucatu (SP) constatou que uma menina de apenas oito anos de idade era a autora de 5.627 trotes passados para o 190 entre maio e outubro deste ano. A garotinha foi surpreendida ontem por PMs quando passava, pelo celular, um novo trote, na Praça da Juventude, no bairro Cohab 1, onde ela mora.

Ao receber nova chamada do mesmo celular, que já estava sendo monitorado pela PM, os atendentes acionaram uma equipe de rua para ir até a praça. Ao chegar ao local, os PMs foram surpreendidos ao ver que a responsável pelas ligações era uma criança. Ao checar o celular, os PMs constataram que o celular tinha o mesmo número que havia efetuado 5.657 ligações para o 190 entre 28 de maio e 14 de outubro.

##RECOMENDA##

A menina usava o celular para ir à escola que fica próxima à praça e de lá fazia os trotes. Os PMs acionaram a direção da escola e avó da garotinha, que foram levadas à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e liberadas após o registro da ocorrência. Apesar disso, os responsáveis pelos pais da criança não serão responsabilizados, uma vez que o trote é punido como falsa comunicação de crime, previsto no artigo 340 do Código Penal com pena de até seis meses de detenção ou multa.

"Não houve nenhum comunicado falso de crime ou mesmo pedido de viaturas", explicou o capitão Marcelo Ricardo Silva, do 12º Batalhão da PM. Segundo ele, "a criança usava o celular para brincar. Ela costumava rir e falar coisas, mas em nenhum momento a falsa comunicação chegou a se completar, pois os atendentes também percebiam que se tratava de trote", contou. "Apesar disso, os atendentes poderiam estar perdendo tempo com uma ligação falsa enquanto alguém que realmente necessitasse do serviço não conseguia falar no 190". De acordo com a PM, o serviço 190 recebe em torno de 400 a 500 ligações por dia, sendo 20% trotes. Só a garotinha fez em 146 dias, 5.657 ligações, ou seja, quase 40 trotes por dia.

Cerca de 53 policiais militares foram acionados para um possível sequestro em um edifício em frente ao Hospital Maria Lucinda, bairro da Jaqueira, zona norte do Recife nesta quinta (2). Depois da grande mobilização, a polícia constatou que o chamado não passava de um trote de um homem que ligou para o 190. O suspeito se identificou apenas como Leonardo, porteiro do prédio.

Leonardo ainda disse na denúncia que cinco homens armados estariam em um dos apartamentos do oitavo andar fazendo uma família refém. O denunciante ainda informou o proprietário do apartamento era um diretor de uma fábrica de esponja de aço e que sua família corria perigo.

##RECOMENDA##

Os PMs da Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE), Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI), além de motocicletas e viaturas da Patrulha do Bairro, que interditaram vias próximas ao local estavam no prédio onde foi feita a denúncia.

O ato será investigado pela delegacia de Casa Amarela. Conforme o artigo 266 do Código Penal, “interromper ou perturbar o serviço telefônico” é crime e o infrator poderá responder com detenção de um a seis meses ou multa.

 

A noite da última terça-feira (2) marcou o ritual de iniciação dos jogadores convocados pela primeira vez para a seleção brasileira. É um evento de confraternização, sem violência, em que os novatos têm de cantar, fazer um discurso ou contar uma piada. Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Gil, convocados para defender o Brasil nos amistosos contra a Colômbia, no dia 5, em Miami, e o Equador, no dia 9, em New Jersey, deram o show de iniciação.

"Meu Deus, aquilo foi horrível. Eles tiveram que cantar, tiveram que fazer piada e foram muito horríveis. Foram os piores que eu já vi aqui", disse o meia Oscar, entre risos. "Isso é tradicional da seleção, eles não sabiam fazer nada e ficaram com muita vergonha. O Everton e o Goulart ficaram com muita vergonha. Aí tinham que fazer o discurso", completou Oscar.

##RECOMENDA##

O zagueiro Marquinhos, que já havia passado pelo seu próprio ritual no ano passado, viu apenas o lado positivo da festa. "Foi muito legal, porque a gente se divertiu. Eles ficaram tímidos, mas a gente conseguiu se entrosar pelo menos. Foi fraco, foi horrível, mas foi engraçado", disse o zagueiro do Paris Saint-Germain.

O evento também foi importante para definir, de maneira simbólica, quem são os líderes na nova fase da seleção brasileira. "Todo mundo puxou a brincadeira, já é tradição. Mas teve mais o Robinho e o Neymar ali para agitar", disse Oscar.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou três universitários e a mantenedora das Faculdades Integradas Padre Albino, de Catanduva (SP), a indenizar em cerca de R$ 8,3 mil -cerca de R$ 70 mil atualizados- uma estudante que sofreu ferimentos graves em trote violento, nas dependências da faculdade, em 2000. A decisão do TJ, publicada nesta terça-feira, 26, confirma sentença dada em 2009 em primeira instância e à ela cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão beneficia Mariângela Cláudia Dias Chaves, que adquiriu sequelas permanentes causadas por queimaduras provocadas por produto químico de lavar carros jogado em suas costas durante a recepção aos calouros, em 2000. Três estudantes do 2º ano do curso foram condenados: Elias Geraldo Zanotto dos Santos, Rogério Henrique Bortoletto e Vanderlei Aparecido Frigieri Júnior.

##RECOMENDA##

"Me pediram R$ 30,00 para não participar do trote, como eu não tinha dinheiro, decidi participar, mas não imaginava que fosse violento", diz.

Eles pediram para eu agachar e abaixar a cabeça e avisaram que jogariam algo nas minhas costas, ou seja, sabiam que era algo perigoso e não poderia atingir os olhos", lembra. "Fiquei com marcas iguais as causadas por tiros porque o produto era corrosivo e penetrou na minha pele", conta Mariângela. "Só pude entrar na piscina em 2011", diz. "Em 2007, eu até tentei, mas depois que uma menina me perguntou que marcas de tiros eram aquelas, eu desisti".

Por conta do episódio, Mariângela diz que largou os estudos e só recuperou-se do trauma psicológico depois que casou e se tornou pastora de igreja evangélica. "As sessões de terapia da igreja me ajudaram a superar o problema", conta Mariângela, hoje com 37 anos de idade, e trabalha de projetista de móveis em uma empresa de Catanduva. Ela diz que só decidiu mover ação civil depois que a Justiça absolveu os acusados de cumprir prisão fechada no processo criminal. "Eu não entendi porque eles foram condenados somente a cumprir somente trabalhos para a comunidade", disse. Ela diz estar satisfeita com a decisão. "Não é pelo dinheiro -porque tive prejuízo muito maior-mas é pelo exemplo que deve ser dado para que outros não façam esse tipo de trote", afirmou.

Seu advogado Adriano Goldoni Pires disse que vai executar a Fundação Padre Albino para fazer o pagamento da indenização. A fundação divulgou nota dizendo ser contra o trote, que puniu os alunos acusados e que não analisou a decisão porque ainda não foi citada. A reportagem não localizou advogados dos estudantes condenados.

Um estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi expulso e três foram suspensos por um semestre por causa de um trote considerado racista ocorrido no início do ano passado. As punições adotadas nesta terça-feira pelo Conselho Universitário da instituição foram adotadas com base em parecer de comissão que chegou a investigar 198 estudantes da Faculdade de Direito. Este ano, a universidade editou resolução que proíbe qualquer tipo de trote.

O caso que resultou nas punições ocorreu em 15 de março de 2013 e foi motivo de polêmica por causa da divulgação de fotos em que veteranos aparecem fazendo a saudação nazista ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra. Em outra fotografia, uma aluna pintada de preto e com um cartaz pendurado no pescoço com a frase "Caloura Chica (sic) da Silva" é puxada por uma corrente por outro estudante.

##RECOMENDA##

Para a comissão formada por três professores da faculdade encarregada do processo administrativo disciplinar contra os estudantes, as imagens, veiculadas em redes sociais e na imprensa, são "repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentarem contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de Direito".

Segundo a assessoria da UFMG, o parecer foi decisivo para a expulsão de Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e as suspensões de Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva pelo "envolvimento na aplicação de trote em alunos do primeiro período da Faculdade de Direito". Ao todo, a sindicância instaurada para apurar o caso constatou que 68 alunos do segundo período da faculdade participaram do evento, 98 estudantes contribuíram com dinheiro para o trote e 32 integrantes do centro acadêmico fizeram a distribuição de bebidas alcoólicas na ocasião, mas apenas os quatro punidos aparecem nas fotos. "A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados", avaliou o reitor da instituição, Jaime Ramírez. Para ele, as punições "vão ao encontro de medidas" adotadas este ano pela universidade, como a resolução que proíbe trotes. A reportagem não conseguiu localizar os estudantes na noite de hoje.

O calouro vítima de trote violento na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em março, ganhou na Justiça o direito de se transferir para a Universidade Federal de Minas Gerais.

Após ter recurso negado em primeira instância, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região autorizou a mudança. O aluno abandonou a Famerp após ser humilhado em festa de calouros. Ele foi encontrado inconsciente e seminu, com vômito e urina sobre o corpo, à beira de uma piscina, em um clube local.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O que sempre passa pela cabeça de todo calouro em uma universidade é o primeiro dia de aula. O trote, recepção mais calorosa que os veteranos fazem com os novos colegas em algumas faculdades, é alvo de polêmicas em algumas instituições de ensino do País. Cenas de abusos e humilhação circularam na internet denunciando atitudes violentas de alguns alunos. 

Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os alunos do curso de design realizam um momento de recepção que quebra o preconceito em relação ao trote negativo. Nele, o calouro se diverte e conhece a faculdade de uma forma muito mais “colorida”.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Um calouro da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) abandonou a escola após ser hostilizado em trote violento. Luiz Fernando Alves, de 22 anos, sofreu ferimentos físicos, perdeu a consciência e foi encontrado seminu, na beira da piscina de um clube de Rio Preto, onde era realizada a Festa do Bicho, na noite de terça-feira, 18. A Famerp é uma instituição pública, gratuita e administrada pelo governo estadual de São Paulo.

Alves denunciou à polícia que foi obrigado, junto com outros alunos, a consumir bebida alcoólica e a ficar de joelhos, enquanto veteranos despejavam cerveja gelada em seu corpo, batendo com as garrafas em sua cabeça. Foi empurrado e agredido com socos e pontapés, enquanto urinavam e vomitavam em seu corpo. As agressões foram tantas que perdeu os sentidos e, quando acordou, estava seminu, na beira da piscina, com o corpo coberto por vômito e urina. Segundo Alves, além dele, outros rapazes e moças sofreram as mesmas agressões.

##RECOMENDA##

No dia seguinte, ao comentar que reclamaria com o diretor da faculdade, começou a receber ameaças de morte, o que o fez abandonar a faculdade e voltar para Contagem (MG), onde moram seus familiares. Antes de partir, na sexta-feira, 21, ele fez um Boletim de Ocorrência denunciando as agressões.

"Meu filho sofreu ferimentos na coxa, na mão e no rosto e teve uma das orelhas cortada", contou nesta segunda-feira, 24, a mãe de Luiz, Flordelice Hudson. "Ele está em consulta com o psicólogo agora, está com muito medo", disse. "Não queremos que os alunos sejam punidos, que eles terminem o curso deles. Só queremos que meu filho seja transferido para outra escola", contou. Segundo Flordelice, a família não quer que o jovem retorne a Rio Preto. "Não sabemos o que pode acontecer se ele voltar."

"Meu filho passou quatro anos estudando para o vestibular e estava feliz porque a escola é gratuita e não temos dinheiro para pagar ensino particular", diz. "Ele não tem pai com dinheiro não, aqui somos eu, ele e o irmão dele, que é deficiente", acrescentou Flordelice, que é pensionista há seis anos, desde que o pai de Luiz morreu.

Em nota, a Famerp informou que abriu sindicância e que vai punir assim que identificar os alunos responsáveis pelos trotes. O delegado do 5º Distrito Policial, Airton Douglas Honorário, disse que estava à espera do Boletim de Ocorrência para iniciar a apuração do caso, que deve ser apurado como lesões corporais.

A polícia grega deteve hoje um homem de 44 anos suspeito de se passar por um funcionário do Instituto Ateniense de Geodinâmica depois dos fortes terremotos que recentemente atingiram a ilha de Cefalônia.

Dizendo ser funcionário do instituto de sismologia, o homem telefonou para uma mulher de 62 anos na ilha e disse a ela que logo aconteceria um terremoto ainda mais forte. O motivo por trás da ação do suspeito é desconhecido.

##RECOMENDA##

Desde o fim de janeiro, dois fortes terremotos atingiram a Cefalônia, ambos seguidos de abalos secundários consideráveis. Mais de 3 mil imóveis foram danificados e algumas pessoas ficaram feridas.

A intensa atividade sísmica das últimas semanas reavivou memórias do devastador terremoto de 1953 na mesma ilha de Cefalônia e na vizinha Zaquintos. Na ocasião, a região registrou um tremor de magnitude 7,2 três dias após um terremoto de escala 6,4, resultando em centenas de mortos e milhares de feridos. Fonte: Associated Press.

Os trotes continuam atrapalhando o trabalho de órgãos de emergência no Agreste de Pernambuco. Números do Disque-Denúncia Agreste mostram que, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2013, mais de 22 mil ligações que seriam para denúncias eram trotes. Somente no mês de dezembro, no período de 01 a 31, 1.836 ligações atrapalharam o trabalho de polícias, bombeiros, vigilância sanitária e conselho tutelar, entre outros.

Passar trote para serviços de emergência é crime, previsto no Código Penal Brasileiro nos artigos 266 e 340, que prevêem detenção de um mês a três anos e multa, dependendo do caso. Mesmo assim, crianças e adultos, continuam atrapalhando os serviços de emergência e impedido o socorro para vítima, sejam de emergência ou de violência.

##RECOMENDA##

No caso de adultos, parte dos trotes são feitos por pessoas carentes, que buscam companhia e ligam para conversar com os atendentes. Outro grupo liga para falar pornografias. Há quem ligue em busca de informações sobre serviços e telefones.

Porém, o tipo mais prejudicial é o da falsa informação, que vai desde a fantasia de um crime, informações falsas sobre foragidos, principalmente em casos de recompensas e acidentes. No que diz respeito às crianças, as que mais ligam para passar trotes, os assuntos são os mais diferentes, o horário mais comum é na entrada/saída da escola.

O Disque-Denúncia recebe ligações com pedidos de emergência, vigilância e denuncia de crimes, encaminhando as informações para a polícia militar, quando é crime imediato, vigilância sanitária, no caso de comércio e afins, Prefeitura e Conselho Tutelar, quando crianças e adolescentes precisam de ajuda. Os órgãos competentes reforçam que, quando uma falsa chamada é atendida, uma pessoa que realmente precisas do serviço não terá atendimento, podendo ocorrer mortes e maus tratos.

"O Supremo Tribunal Federal (STF) está impedindo que essa triste história seja esclarecida", lamentou nesta quinta-feira, 6, o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, durante o julgamento no qual o STF confirmou o trancamento de um processo contra quatro médicos que foram acusados de participar da morte em 1999 de um calouro de medicina durante um trote na Universidade de São Paulo (USP).

Por 5 votos a 3, o Supremo rejeitou um recurso do Ministério Público Federal e manteve decisão tomada em 2006 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquivando a ação penal que existia contra os quatro acusados pela morte de Edison Tsung Chi Hsueh, que morreu afogado numa piscina durante o trote. Veteranos na época dos fatos, Frederico Carlos Jaña Neto, Ari de Azevedo Marques Neto, Guilherme Novita Garcia e Luís Eduardo Passarelli Tirico são hoje médicos bem-sucedidos.

##RECOMENDA##

"Não é minha primeira vez nesses meus dez anos de STF que presencio situação como essa. O tribunal se debruçar sobre teorias, sobre hipóteses e esquecer aquilo que é essencial: a vítima. Não se fala da vítima, não se fala da família. É um jovem que acabara de ingressar na universidade que perdeu a vida. Estamos aqui chancelando a impossibilidade de punição aos que cometeram um crime bárbaro", afirmou Joaquim Barbosa, que foi 1 dos 3 ministros do Supremo a votar a favor da reabertura do caso e a consequente devolução do processo para o Tribunal do Júri.

O presidente do STF observou que Hsueh pertencia a uma minoria étnica brasileira. Ele disse que, ao trancar o processo em 2006, o STJ "fez um salto, para frente", para assegurar o não prosseguimento do processo. "A quem incumbiria verificar se eles são ou não culpados já que houve morte? O Tribunal do Júri ou um órgão burocrático da Justiça brasileira situado aqui em Brasília, o Superior Tribunal de Justiça?", indagou Barbosa.

Antes que o juiz responsável pelo caso decidisse se os quatro iriam a júri, a defesa protocolou um habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ) e posteriormente no STJ pedindo o trancamento da ação sob a alegação de que a denúncia era contraditória e obscura e que não existiam provas contra os veteranos.

"Ainda que fossem veementes todos os depoimentos (e não o são) em afirmar que houve excessos, violência, agressões e abusos no trote, tais elementos de prova não se mostram suficientes para sustentar a acusação de homicídio qualificado imputada aos réus, por não existir, como acentuado, o menor indício de que o óbito da vítima tenha resultado dessas práticas", afirmou durante o julgamento no STJ em 2006 o ministro Paulo Gallotti, que foi o relator do caso naquele tribunal. O ministro também disse que o processo revelava que tudo não passou de uma brincadeira "de muito mau gosto" em festa de estudantes.

Além de Joaquim Barbosa, o relator do recurso no STF, Marco Aurélio Mello, e o ministro Teori Zavascki votaram a favor da reabertura do processo. Segundo Marco Aurélio, o STJ substituiu-se ao Tribunal do Júri ao trancar a ação. Mas os ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello formaram a maioria, confirmando o trancamento da ação penal.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando