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A equipe de analistas do Bank of America (Bofa) notou que agosto foi marcado pela evasão de varejistas das principais redes de shopping centers do País. O mês teve o fechamento de 127 lojas, ofuscando as 82 inaugurações de julho. Das varejistas que lideraram os fechamentos, a maior parte faz parte de companhias que lutam para reorganizar as contas em meio a altos endividamentos.

Com isso, o terceiro trimestre ficou com um saldo de 45 lojas baixando as portas até aqui. Os dados de setembro ainda não estão disponíveis. O levantamento do Bofa tem dados líquidos, isto é, representam o saldo de aberturas e fechamentos de lojas no período. A pesquisa abrangeu 146 shoppings, com cerca de 28 mil lojas ao todo.

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A Polishop foi a empresa que mais fechou lojas em agosto: foram nove. A empresa atravessa um processo de reestruturação dos negócios após os baques da pandemia, que derrubaram as vendas, culminaram em atrasos nos pagamentos de aluguéis e detonaram processos de despejos. No ano todo até agosto, a Polishop fechou 22 unidades em shoppings, segundo relatório do Bofa.

Em segundo lugar na lista ficaram Triton, Puket, Ponto e Imaginarium, com encerramento de cinco lojas cada, em um sinal de dificuldades de varejistas dos setores de roupas e eletroeletrônicos. Vale notar que a Puket e a Ponto não haviam cortado unidades ao longo deste ano até agosto.

A Imaginarium e a Puket são parte da Uni.co, que pertence à Lojas Americanas, em recuperação judicial. Essa unidade de negócios, aliás, é parte do dos ativos que a varejista deve vender para tentar reequilibrar as contas. A companhia está sob investigação para encontrar os responsáveis por uma fraude que inflou os resultados da companhia em cerca de R$ 25 bilhões.

O Ponto (ex-Ponto Frio, do Grupo Casas Bahia), por sua vez, faz parte de uma empresa em processo de reorganização, que anunciou que deve fechar de 50 a 100 lojas. O presidente do Grupo Casas Bahia, Renato Franklin, disse estar focado em melhorar os indicadores financeiros da empresa e, para isso, fechar lojas deficitárias é um caminho. Só com o fechamento de lojas, a empresa pretende liberar R$ 1 bilhão em estoques.

A empresa lida com as consequências de ter buscado crescimento digital e em novas frentes de negócio quando os juros estavam em 2%. Agora, com a Selic alta e o bolso do consumidor comprometido, a companhia se vê com vendas fracas e dívida alta.

Outras empresas também ficam mais para o topo da lista de fechamentos se analisado o ano inteiro, de janeiro a agosto. A Tok&Stok, a Ri Happy e a Marisa são exemplos, com 11, 8 e 8 fechamentos no período, respectivamente. Elas também estão em períodos de reestruturação e renegociação de passivos. A Marisa já fechou mais 80 lojas, enquanto a Ri Happy conseguiu, recentemente, renegociar seu passivo. Já a Tok&Stock recebeu novo aporte do fundo Carlyle e refinanciou seu passivo, além de estar em conversas com a Mobly para uma possível operação de fusão e aquisição.

Inaugurações

Na ponta positiva, Criatiff (moda) e Milky Moo (fast food) foram as que mais abriram unidades em agosto, com quatro cada.

No acumulado do ano, os destaques positivos até aqui foram Milky Moo, com 23 aberturas; Fini (doces), 15; Bagaggio (bolsas e mochilas), 14; Life By Vivara (joias), 12; e Natura (cosméticos), 10.

 

Bandeiras

A pesquisa do Bofa tem um recorte com empreendimentos das nove maiores empresas do setor de shoppings. Entram aí Multiplan, Iguatemi, Allos (novo nome da Aliansce Sonae, após a fusão com a BrMalls), Ancar Ivanhoe, Almeida Junior, Gazit, JHSF, JCPM e Syn.

Segundo o relatório, Aliansce e BrMalls lideraram os fechamentos em agosto, com 85 e 45, respectivamente. Portanto, o novo grupo que deu origem à Allos contabilizou a saída de 130 lojistas, figurando como o principal ponto da evasão no setor no mês. Os shoppings do grupo no Rio de Janeiro - Bangu, Carioca, Caxias e Grande Rio - foram os que mais tiveram saídas.

Na avaliação dos analistas que assinam o relatório do Bofa, Carlos Peyrelongue e Aline Caldeira, essa situação da Allos está em linha com a estratégia do grupo de trocar varejistas e buscar sinergias com outras redes. O objetivo seria aumentar a ocupação e os aluguéis no futuro. No entanto, os analistas ponderaram que é preciso monitorar se a estratégia vai dar certo.

O destaque positivo em agosto foi a Multiplan, com 11 inaugurações. Os analistas elogiaram a recuperação após um começo de ano ruim, com algumas lojas fechando as portas. Por outro lado, alertaram que os custos de ocupação (indicador que mede o peso de aluguel e condomínio dos lojistas perante suas vendas) na Multiplan estão acima dos seus concorrentes, o que representa um desafio extra neste momento em que as varejistas estão em dificuldades.

O volume de vendas do comércio varejista no país registrou uma queda de 0,6% na passagem de outubro para novembro de 2022, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (11). No acumulado de janeiro a novembro, o varejo avançou 1,1% e, nos últimos 12 meses, 0,6%. Segundo a pesquisa da Reuters, o mercado esperava recuo de 0,3% no mês e alta de 1,9% na comparação anual.

Na comparação mensal, é a primeira vez que o setor fica no campo negativo desde julho de 2022 (-0,2%), destacou o IBGE. Com isso, o setor se encontra 3,6% abaixo do maior nível da série (registrado em novembro de 2020) e 2,6% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro do mesmo ano. Seis das oito atividades registradas tiveram resultados negativos em novembro. As principais influências sobre o índice geral vieram de combustíveis e lubrificantes (-5,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,4%). Confira abaixo, a variação mensal do volume de vendas do comércio: 

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A inflação é um dos fatores que explicam o resultado negativo do setor de combustíveis, de acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Novembro foi o primeiro mês em que os preços dos combustíveis voltaram a crescer após uma sequência de deflação que se iniciou em julho do ano passado. Isso impactou as receitas das empresas.

Outro ponto é que novembro não é um mês de grandes movimentos nos transportes, já que as famílias costumam esperar para viajar em dezembro”, disse em nota. O especialista também destacou que o resultado abaixo do esperado das vendas da Black Friday, que ocorreu no fim de novembro.  

Outros destaques do campo negativo foram: livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%); tecidos, vestuário e calçados (-0,8%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%). As únicas atividades que avançaram na comparação com outubro foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, (1,7%) e móveis e eletrodomésticos (2,2%). 

 

A escalada da taxa básica de juros - que passou de 2%, no início de 2021, para os atuais 13,75% ao ano - tem feito estragos na vida dos consumidores e das empresas. A inadimplência atingiu nível recorde: segundo estudo da Fecomércio-SP, na virada do semestre 29% das famílias nas capitais brasileiras tinham alguma conta em atraso - a maior marca da série, iniciada em 2010.

O avanço da inadimplência acendeu o sinal amarelo para bancos e varejistas, que viram os resultados do terceiro trimestre prejudicados, em parte, pelo calote. Preocupados, ficaram mais cautelosos na aprovação de novos financiamentos e aumentaram as reservas para perdas futuras com o crédito, em meio a um cenário de juros ainda elevados e o baixo crescimento da economia brasileira esperado para 2023.

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Com queda nos lucros no terceiro trimestre, Bradesco e Santander, instituições com forte atuação no financiamento ao consumidor, por exemplo, ampliaram as chamadas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). O Bradesco mais do que dobrou (116%) ante o mesmo período de 2021 a reserva contra eventuais calotes, que atingiu R$ 7,267 bilhões. No Santander, a PDD somou R$ 6,209 bilhões, alta de 68,9% em relação ao mesmo período de 2021 e de 8% ante o trimestre anterior.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse na apresentação de resultados que a inflação e os juros levaram a uma redução na capacidade de pagamentos dos brasileiros, o que explica o aumento na inadimplência e o salto nas provisões. "A inadimplência tem nome e sobrenome: está na pessoa física, em cartão de crédito e em crédito pessoal", disse.

O Santander informou que já havia começado a apertar a concessão de crédito no fim de 2021, antecipando o ciclo econômico, o que levou primeiro a uma desaceleração na carteira e, depois, a uma piora na inadimplência. Também em teleconferência sobre o balanço, Mario Leão, presidente do banco, disse que a piora está concentrada no segmento de pessoas físicas, mas que o cenário deve mudar com a queda dos juros, algo que o mercado espera que volte a acontecer em meados do ano que vem.

Para Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP e responsável pelo estudo sobre endividamento, o principal fator que levou ao aumento da inadimplência foi a inflação. Em junho de 2021, o IPCA acumulava em 12 meses alta de 8%, e chegou a 12% em junho deste ano, concentrado em itens essenciais, como alimentos e combustíveis. "Isso abalou a capacidade de pagamento das famílias, principalmente as de menor renda."

Inadimplência

O aumento da inadimplência, provocado principalmente pela alta dos juros, chegou também às redes varejistas. O Magazine Luiza, por exemplo, que registrou prejuízo de R$ 166,8 milhões no terceiro trimestre, reservou R$ 590,4 milhões para créditos de liquidação duvidosa no cartão próprio - que responde pela maior fatia das vendas a prazo da rede.

A varejista aumentou em 206,4% a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Quando é levada em conta a relação entre a provisão e o tamanho da carteira de crédito do Magazine Luiza, o índice do terceiro trimestre está em 2,9%, ante 1,3% no mesmo período de 2021.

Roberto Bellissimo, diretor financeiro da varejista, diz, porém, que a comparação entre os períodos não é a mais adequada. "A inadimplência estava artificialmente baixa no terceiro trimestre de 2021 por conta dos auxílios (dados pelo governo)."

Ele observa que o indicador entre a provisão e o tamanho da carteira era superior a 3% antes da pandemia. A inadimplência dos créditos vencidos há mais de 90 dias na rede, que subiu para 9,2% da carteira no terceiro trimestre (ante 4,9% no mesmo período de 2021), está voltando para os níveis pré-pandemia, argumenta. No entanto, o executivo diz que desde o começo do ano vem reduzindo o ritmo de concessão de novos cartões da rede e está focado em clientes conhecidos e que já navegam pelo site da varejista.

A Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, apresentou prejuízo líquido de R$ 203 milhões no terceiro trimestre, e é outra varejista que ampliou as reservas para cobrir a inadimplência. Os créditos vencidos acima de 90 dias, que eram 7,4% dos financiamentos a receber no terceiro trimestre de 2021, subiram para 8,4% no mesmo período deste ano. Em um ano, a PDD da rede varejista foi de R$ 621 milhões para R$ 658 milhões.

Já a Lojas Cem, que tem capital fechado, não revela o aumento das provisões contra a inadimplência, mas confirma que o calote está em alta. "Deu uma aumentadinha na inadimplência", afirma José Domingos Alves, supervisor-geral da rede, que deve fechar o ano com 302 lojas. Historicamente, o atraso acima de 60 dias oscilava entre 4% e 4,5% da carteira de crédito da varejista. Agora, faz dois meses que está em 6%. "O aumento da inflação tirou o poder de compra e potencializou a alta da inadimplência, além do que ninguém contava que a Selic chegaria 13,75%."

Melhora

Até dezembro, no entanto, a tendência para a inadimplência é de redução, avalia Matheus Moura, diretor da Serasa, birô de crédito que já fechou 2,2 milhões de renegociações de dívidas em atraso nas últimas duas semanas. "A continuidade da redução do desemprego, a inflação reduzindo ou não subindo mais, atrelados aos auxílios governamentais tendem a reduzir a inadimplência", diz.

Altamiro Carvalho, da Fecomércio-SP, acrescenta que a maior injeção de recursos do 13.º salário, por conta do aumento do emprego formal, deve favorecer a queda do calote, uma vez que, tradicionalmente, 40% desses recursos vão para a quitação de dívidas. "O que sabemos é que as condições neste fim de ano serão melhores para as famílias colocarem em ordem as dívidas em atraso, mas a grande incógnita é o comportamento da inadimplência no primeiro semestre de 2023."

As incertezas sobre a política econômica do novo governo, especialmente em relação à questão fiscal, e os possíveis desdobramentos sobre câmbio, inflação e juros ainda não permitem fazer previsões, diz.

Disseminação

O estudo sobre inadimplência feito pela Fecomércio-SP mostra que, depois de um momento de paralisação das atividades econômicas por conta da pandemia, em 2020, houve um momento de maior disseminação do crédito. Entre junho de 2021 e junho deste ano, a parcela de famílias endividadas que moram nas capitais brasileiras subiu de 71,4% para 78%. Isso significa que 1,2 milhão de novos brasileiros tiveram acesso ao crédito o período.

"O sistema ficou menos seletivo, absorveu esse contingente, provavelmente de menor renda", diz Carvalho, responsável pelo estudo sobre endividamento do consumidor. Com o aumento da inflação, esse consumidor perdeu a capacidade de pagamento e acabou se tornando inadimplente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nos últimos meses, o aplicativo de mensagens WhatsApp tem ganhado forças entre as empresas que o utilizam para efetuar vendas. A ferramenta se tornou o principal canal de comunicação da loja de itens de cultura pop Kanikoss Moda Nerd, do Rio de Janeiro, superando o tradicional email. "A experiência tem sido muito positiva, principalmente porque o clima da conversa com os clientes costuma ser mais leve e informal", conta o proprietário Kitsune Alexandre, 40 anos.

Popular e de fácil manejo, o aplicatico torna a negociação mais prática para o cliente, que não se vê obrigado a aprender um sistema novo para realizar uma compra. "O cliente que tiver dúvidas sobre os produtos da Kanikoss, por exemplo, vai ter contato direto com um atendente com poucos cliques", comenta. Alexandre está satisfeito com as possibilidades que o WhatsApp oferece ao seu negócio, mas acredita que algumas melhorias poderiam ser feitas, como na qualidade das chamadas de voz, que pode variar de acordo com a conexão de internet.

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Na primeira quinzena de junho, o aplicativo implementou uma ferramenta que permite realizar pagamentos, o WhatsApp Pay. "Acreditamos que em pouco tempo será uma forma de pagamento extremamente comum e corriqueira. Com certeza já está nos planejamentos da Kanikoss experimentar, testar e, se aprovado, implementar a modalidade para facilitar a vida de nossos clientes", afirma Alexandre.

Grandes redes também estão utilizando o WhatsApp como ferramenta de vendas. A plataforma de vendas do Magazine Luiza, a Parceiro Magalu, usa a mesma experiência do vendedor nas lojas físicas para negociar com os clientes por meio do aplicativo. "Também desenvolvemos o 'Magalu Link Pagamentos', onde fazemos todas as transações de pagamento apenas com um link que é enviado para o cliente", explica a gerente de produtos do Parceiro Magalu, Gisele Morila.

Acreditando no potencial do aplicativo, a varejista também implementou o uso do WhatsApp em suas lojas físicas, o que permite o cliente comprar produtos sem a necessidade de se dirigir ao estabelecimento. A equipe da Parceiro Magalu está explorando os potenciais dessa plataforma e busca feedback. "Nos estudos de NPS de Clientes, a maior nota de satisfação está nesse novo canal de vendas. Por isso, ele continuará evoluindo", afirma Gisele.

Outras varejistas encontraram no WhatsApp uma saída para manter os negócios durante a pandemia do coronavírus (Covid-19), foi o caso das redes Casas Bahia e Ponto Frio, onde os vendedores recebem uma lista de clientes, sugestões de produtos e argumentos de vendas. A abordagem é feita via aplicativo. "A operação financeira é concluída pelo cliente no site das marcas, com toda a segurança e privacidade de dados. As vendas são comissionadas para o vendedor", informa o vice-presidente de operações da Via Varejo, Abel Ornelas.

Embora seja uma estratégia adotada para contornar a crise, essa modalidade deve continuar pós-pandemia. Os vendedores de lojas físicas estarão equipados com celulares para continuar com as vendas via WhatsApp. "Isso representa mais um passo dado para que os canais sejam ainda mais integrados", prevê Ornelas. A interação via WhatsApp tem permitido que os clientes se sintam mais confortáveis, já que conhecem o vendedor da loja física. "Essa proximidade traz confiança para fazer a melhor escolha. Isso tem feito a diferença", finaliza.

Após o Banco Central ter anunciado a liberação de R$ 1,2 trilhão para as instituições financeiras nas últimas semanas, numa estratégia para manter a liquidez no mercado durante a pandemia do novo coronavírus, o governo demonstra preocupação com a retenção dos recursos nos bancos. Em videoconferência na tarde do sábado, 4, com representantes do setor de varejo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que os recursos estão "empoçados no sistema financeiro".

Para contornar o problema, conforme Guedes, o governo está trabalhando para que o dinheiro chegue diretamente a quem precisa: famílias e empresas. "Começamos agora a dar dinheiro na veia, direto para as empresas", afirmou o ministro.

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Na última sexta-feira, o governo anunciou a assinatura de medida provisória (MP) que permite a liberação de R$ 40 bilhões, no período de dois meses, a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. Este crédito, com taxa de 3,75% ao ano, servirá para o financiamento da folha de pagamentos das empresas.

Como 85% dos recursos (R$ 34 bilhões) serão bancados pelo Tesouro Nacional, o risco da operação, para as instituições financeiras, caiu. O mecanismo favorece que o dinheiro chegue, de fato, às empresas. Os demais 15% (R$ 6 bilhões) serão provenientes dos bancos. O BNDES será o responsável por repassar os recursos às instituições financeiras, que farão a liberação da linha aos clientes.

Esta deve ser, no entanto, apenas a primeira medida do governo para fazer com que dinheiro de crédito irrigue a ponta final. Tanto Guedes quanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem sinalizado a intenção de adotar mais medidas neste sentido.

Desde o fim de fevereiro, o BC já anunciou a liberação de R$ 135 bilhões em compulsórios. O compulsório corresponde a um recolhimento, feito pela autarquia, de parte dos recursos dos clientes depositados nos bancos. Com ele, o BC controla a quantidade de dinheiro em circulação na economia e forma "colchões de liquidez" para momentos de necessidade de recursos pelos bancos. Nas últimas semanas, em meio à crise, o BC liberou os compulsórios para manter a liquidez dos bancos.

Na noite do sábado, em uma videoconferência promovida pela XP Investimentos, Campos Neto reconheceu que os bancos no Brasil estão "com medo" de conceder crédito, em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira.

Ao mesmo tempo, Campos Neto afirmou que o BC fará uma fiscalização "grande" sobre os recursos que estão sendo liberados às instituições financeiras. "Estatisticamente, temos que dar resposta sobre quanto entrou em cada setor (da economia)", afirmou. "Queremos construir uma estatística que seja transparente sobre o que estamos fazendo."

Durante sua participação no evento virtual, Campos Neto também afirmou que está em fase de elaboração no BC uma nova liberação de compulsórios aos bancos, para irrigar o sistema.

Esta liberação, no entanto, pode seguir regras diferentes. Durante a tarde, Guedes afirmou, na conversa com os varejistas, que a redução de compulsórios a partir de agora "terá que ser focada no emprego e no capital de giro". "Os projetos serão mais localizados. Se liberar só compulsório, o dinheiro empoça mesmo", comentou.

A equipe econômica ainda não fez tudo o que precisa ser feito para conter os impactos do novo coronavírus sobre o País, disse neste sábado (4), o ministro da Economia, Paulo Guedes, em live com varejistas. Conforme ele, se for necessário, serão liberados mais recursos, trilhões. "Vamos liberar mais dinheiro se for o caso", afirmou.

Ele disse que em pouco mais de três semanas, ajuda será de mais de R$ 800 bilhões

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Para o ministro, é importante erradicar a cultura da moratória e, quem tiver dificuldade, o governo rolará a dívida. "Ainda não se fez tudo sobre pacote contra a crise", disse, sem detalhar o que mais poderia ser feito.

De acordo com Guedes, o governo quer atacar os impostos e tem como atingir isso na "veia".

Segundo ele, o principal imposto a ser atacado é o que incide sobre a folha de pagamentos. "É o mais cruel dos impostos, a arma da destruição em massa de empregos, que colocou milhões na informalidade", afirmou.

Disse que agora a conversa diz respeito à saúde, mas que, depois, será a economia, as reformas. "O Brasil vai atravessar essa segunda onda desemprego", comentou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste sábado (4), em live com varejistas, que o governo já autorizou a antecipação de feriados neste momento em que muitas cidades estão em isolamento social, e o comércio está fechado. A afirmação sobre essa hipótese foi feita assim que um empresário que participava da live fez tal sugestão.

Num primeiro momento, Guedes citou a possibilidade de antecipar todos os feriados para o período de quarentena e, depois, disse que isso já foi autorizado, sem detalhar.

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"Depois desse período, o Brasil seria reaberto, poderíamos sair para trabalhar", afirmou. "Já estamos passando os sábados e os domingos 'juntos'. Nós vamos precisar disso, do comércio funcionando nos feriados quando essa fase passar, até do ponto de vista de uma ressurreição espiritual", afirmou o ministro.

Guedes disse que todos precisam ter resiliência neste momento e que, se o dinheiro não está chegando à ponta final, algo está acontecendo e tem de ser solucionado.

Pediu aos empresários que comuniquem ao governo se estiver ocorrendo. "Se não está chegando, precisamos conversar para calibrarmos e sabermos o porquê não está chegando. Esses R$ 600 vão chegar. Vamos usar aplicativos para que isso chegue, o que dará um empurrão ao comércio. Haverá um poder de compra nunca visto antes. O que estamos fazendo é desburocratizar o acesso ao crédito, radicalizar o microcrédito", disse.

O Índice de Confiança do Empresariado do Comércio (Icec) cresceu 2,7% de abril para maio deste ano, atingindo 103 pontos e ficando na zona positiva, sendo que no resultado de abril, o indicador estava situado acima de 100 pontos. 

Os dados foram divulgados hoje (22) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  O resultado de maio, série com ajuste sazonal, apresentou altas generalizadas em todos os itens pesquisados. Na base de comparação anual, a confiança dos comerciantes obteve a maior taxa positiva da série histórica do indicador, ao variar 30%.

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A percepção dos comerciantes sobre as condições atuais chegou a 71,3 pontos, uma variação positiva de 7% em relação a abril, com ajuste sazonal. Na comparação anual, o aumento chega a 74,8%.

Já a percepção dos varejistas quanto às condições atuais da economia melhoraram em maio, com alta de 9,4%. Melhorou também em relação ao desempenho do comércio, com crescimento de 7,6%, e as condições da própria empresa (+5%). 

O Banco do Brasil e o Bradesco confirmaram, por meio de comunicado ao mercado, a criação do programa de fidelidade Livelo, conforme antecipou na terça-feira (13), o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. Trata-se de uma sociedade com participação indireta do BB, com 49,99% do capital social, e do Bradesco, com 50,01%, por meio da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), atual Alelo.

O objetivo da Livelo, segundo os bancos, é atuar como programa de fidelidade por coalizão independente e aberto tendo como parceiros emissores de instrumentos de pagamento, varejistas e demais programas de fidelidade, dentre outros. A empresa também visa reunir grupo de parceiros na geração de pontos de fidelidade e nas possibilidades de resgate de benefícios e ainda desenvolver pontos de fidelidade próprios a serem oferecidos aos parceiros de geração/acúmulo de pontos e conversíveis em prêmios e benefícios nos parceiros de resgate.

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O início de operação do novo negócio está sujeito ao cumprimento das formalidades legais e regulatórias aplicáveis, conforme comunicado assinado por Moacir Nachbar Junior, diretor Adjunto do Bradesco, e Rogério Magno Panca, gerente geral de Governança de Entidades Ligadas do BB.

A ofensiva de BB e Bradesco no programa de milhagens faz sentido uma vez que o executivo Eduardo Gouveia, que assumiu a presidência da Alelo no ano passado comandou a Multiplus, de 2010 a 2013, programa de fidelidade que nasceu na companhia aérea TAM. O executivo ajudou a montar a rede e busca "aplicar o conceito de fidelização no segmento de cartões de benefícios", conforme disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, no domingo, 11.

Recentemente, BB e Bradesco, juntamente com a adquirente Cielo, anunciaram a criação de uma empresa de pagamentos eletrônicos, a Stelo, para concorrer com players como PayPal, PagSeguro, do Uol, e MercadoPago, do Mercado Livre. Colaboraram Wladimir D'Andrade, Luciana Collet e Marina Gazzoni

As varejistas de vestuário tiveram um ano de crescimento abaixo das expectativas e ainda esperam dificuldades em 2014. Com perspectivas macroeconômicas ainda pouco favoráveis para o consumo, o desempenho das empresas vai depender mais da boa execução dos planos de expansão de lojas e de coleções sem erros. A Copa do Mundo, segundo executivos, tende a não contribuir para o crescimento das vendas.

A estimativa é que em 2014 a receita do varejo têxtil cresça 8,1% em valores nominais, de acordo com o Iemi - Inteligência de Mercado, instituto que coleta informações sobre o setor. O número é inferior ao esperado para 2013, de 9,6%, e marca uma desaceleração em relação aos níveis de 2010 - época em que o consumo brasileiro se aqueceu e o varejo de vestuário cresceu 15,1%.

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As grandes varejistas concordam que o cenário geral não é de grande fôlego. "Acredito que teremos um ambiente parecido ou até pior que o de 2013", avaliou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cia. Hering, Frederico Oldani. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex), José Luiz da Cunha, o ambiente econômico em 2014 pode não melhorar significativamente na comparação com o ano anterior. "O cenário de juros e inflação não deve mudar e não vemos mais tanto espaço para acréscimo de renda."

A Copa do Mundo, na avaliação de Oldani, "só deve atrapalhar". A possibilidade de fechamento de lojas durante os jogos e de manifestações como as que ocorreram em 2013 com a Copa das Confederações deve ser um problema para as varejistas. O diretor Financeiro da Marisa Lojas, Paulo Borsatto, ressalta ainda que a atenção dos consumidores deverá se voltar para eletrônicos, especialmente aparelhos de TV, o que tende a retirar renda disponível das famílias e forçar uma desaceleração nas compras de bens como vestuário.

A competição de futebol ainda pode se transformar num desafio também para a indústria. Marcelo Prado, diretor do Iemi, destaca que as vendas para o varejo de peças para a coleção de verão, que chega às lojas no segundo semestre, devem ser antecipadas para abril ou maio em vez de julho por conta da Copa. "As varejistas podem ainda não estar com uma posição de caixa boa e podem acabar comprando menos por conta disso", pondera.

Apesar das razões para pessimismo, executivos acreditam que o crescimento das varejistas estará associado à expansão das redes de lojas e a melhorias internas. Cunha destaca que o lançamento de shopping centers deve continuar em ritmo forte no próximo ano.

A Cia. Hering anunciou que deve abrir 100 novas lojas em 2014. A Renner espera de 25 a 30 lojas apenas na bandeira principal. Na contramão, Marisa Lojas prevê 15 novas lojas e 13 reformas, uma redução na comparação com as 39 inaugurações e 19 reformas de 2013.

As companhias concordam que o foco no ano que chega deve estar na execução. A Marisa implantará em 2014 um novo modelo de abastecimento. Na Renner, o caminho passa pela expansão da rede de moda jovem Youcom, e por melhorias nos sistemas logísticos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

As varejistas norte-americanas registraram vendas moderadas em fevereiro, en razão de fatores contraditórios, como o aumento da folha de pagamento de impostos e posteriores reembolsos de imposto de renda, que foram contrabalançados por um mercado de ações vibrante e melhores relatórios do setor imobiliário. Os consumidores precisaram enfrentar também no mês passado os preços mais elevados da gasolina e uma severa tempestade de neve. A tempestade prejudicou varejistas em locais densamente povoados no Nordeste do país devido a inundações e outros danos, bem como os próprios esforços dos consumidores para se recuperarem.

Segundo a pesquisa da Thomson Reuters, 11 varejistas, que divulgam relatórios mensais, disseram que as vendas no quesito mesmas lojas, excluindo as farmácias, apresentaram uma alta média de 3,9% em fevereiro. No mesmo período do ano passado, as vendas subiram 7,4%.

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Embora um número menor de uma dúzia de varejistas ainda precise apresentar seus relatórios mensais das vendas no quesito mesmas lojas, a mensagem é muito consistente: fevereiro foi um mês para ser superado. Muitas varejistas que ainda não informaram vendas mensais - incluindo a rede Walmart, Target, e Kohl's Corp. - citaram fraqueza em fevereiro, quando apresentaram os resultados do quarto trimestre de 2012 no mês passado.

A lista de varejistas que publicavam os dados das vendas mensais caiu dramaticamente em relação ao seu pico de 68, em 2005. Com o mês de fevereiro marcando o início do novo ano fiscal, a lista está agora sem grandes nomes do setor, como Target, Kohl's e Macy's.

O fato de que poucas varejistas estejam reportando os dados de suas vendas não significa que o relatório tenha tornado-se irrelevante, mas que possui informações limitadas sobre o varejo e à saúde dos consumidores, avaliam analistas.

A Gap disse que suas vendas no quesito mesmas lojas subiram 3% em fevereiro, superando a alta de 2% esperada. As vendas da Gap Global avançaram 2%, enquanto as da Banana Republic Global recuaram 5% e as da Old Navy Global aumentaram 6%.

A Costco Wholesale Corp., que opera 622 lojas, incluindo 448 nos EUA e Porto Rico, registrou uma crescimento de 6% das vendas, ante projeções de 4,8%.

As vendas da Limited Brands Inc. subiram 3%, acima da previsão de crescimento de 2,6%. A divisão Victoria's Secret da empresa registrou um aumento de 5% das vendas, enquanto a divisão Bath & Body Works teve vendas estáveis.

A TJX Cos. afirmou que suas vendas subiram 1% em fevereiro, superando a alta de 0,4% esperada. A Ross Stores Inc. teve queda de 1% das vendas, contrariando o aumento de 1,1% esperado. A Stein Mart Inc. disse que suas vendas subiram 0,6%, acima da projeção de estabilidade das vendas. A Zumiez registrou um declínio de 8,9% das vendas, bem cima da queda de 1,9% prevista. As informações são da Dow Jones.

O Banco Gerador e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assinaram um convênio de cooperação. A intenção é disponibilizar R$ 10 milhões para empreendimentos varejistas de todo o Brasil. O acordo foi realizado na última quarta-feira (23), em Brasília.

De acordo com a Agência Sebrae de Notícias, 90% dos produtos comercializados no país são ofertados por distribuidores e atacadistas. O presidente do Sebrae, Luiz Barreto, destacou a força do comércio varejista e afirma que sem incentivo de crédito os resultados podem ficar complicados. “O comércio varejista é um setor fundamental e sem financiamento tudo fica mais difícil”.

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No evento da assinatura, o presidente do Banco Gerador, Paulo Dala Nora Macêdo, frisou que a parceria tem como foco negócios de pequeno porte. Ele também afirmou que mais ações para empreendimentos serão feitas. “Esses R$ 10 milhões serão só a primeira linha de várias que virão”, comentou o presidente.

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