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As sanções do Papa Francisco a dois arcebispos eslovenos depois de um grande escândalo financeiro fazem da Eslovênia um exemplo, afirmou a autoridade da Igreja Católica local, cardeal Franc Rode.

O arcebispo de Liubliana, Anton Stres, e o de Maribor, Marjan Turnsek, apresentaram em 31 de julho sua renúncia ao Vaticano a pedido do papa, depois de realizar investimentos mal sucedidos e pouco transparentes que levaram a diocese de Maribor a uma falência espetacular, com perdas calculadas em 800 milhões de euros.

"No começo de seu pontificado, o Papa Francisco quis, talvez, usar a Eslovênia para dar um exemplo a toda a Igreja e mostrar que não haverá compromisso em relação a problemas financeiros e outros", indicou o jornal local Delo, citando o cardeal Franc Rode.

"Uma linha mais dura em relação ao clero em caso de erro se observa agora no Vaticano", segundo o cardeal Rode, que que não quis comentar as críticas feitas em especial pelo bispo de Novo Mesto, Andrej Glavan, para quem decisão papal foi excessiva e injusta contra os dois arcebispos.

O papa Francisco agradeceu neste domingo ao povo brasileiro pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ). "Quero enfatizar meus agradecimentos aos brasileiro: é uma boa gente a do Brasil, um povo de grande coração. Não me esqueço de sua calorosa recepção, da sua cordialidade, de seus olhares, de sua alegria. É um povo generoso. Peço ao senhor que os abençoe", declarou o papa perante milhares de fiéis presentes hoje na Praça São Pedro apesar das altas temperaturas.

No primeiro Ângelus desde que deixou o Brasil e regressou ao Vaticano, o papa Francisco agradeceu em especial a "todos os jovens que participaram com sacrifícios" e "ao Senhor, pelos encontros com os pastores e o povo desse grande país que é o Brasil, assim como suas autoridades e os voluntários". "O Senhor recompense a todos aqueles que trabalharam por essa grande festa da fé", prosseguiu o pontífice.

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Na avaliação do papa, a JMJ deste ano, realizada no Rio de Janeiro, foi importante para "o Brasil, a América Latina e o mundo inteiro". Segundo ele, é preciso lembrar da JMJ não como "fogos de artifícios, mas como etapas de um longo caminho aberto em 1985 por iniciativa do papa João Paulo II".  Francisco manifestou ainda o desejo de que a experiência da JMJ no Brasil "seja capaz de se incorporar ao caminho cotidiano, ao comportamento de todos os dias, e que se possa traduzir também em decisões importantes na vida". Fonte: Associated Press.

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Organizações que reúnem militantes gays em Londres saudaram as palavras do papa Francisco, que disse a jornalistas que não "julgava os homossexuais". Mas os ativistas lembraram que a mudança no tom Vaticano sobre o assunto não mudou a polêmica posição da Igreja sobre o tema. '' Acreditamos que o Papa esteja apenas tentando reparar a política linha dura contra as mulheres e os gays, tentando limitar a saída em massa dos católicos liberais da igreja '', afirma Peter Tatchell, militante dos direitos humanos.

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O papa Francisco condenou nesta segunda-feira o chamado lobby gay" do Vaticano durante uma coletiva de imprensa improvisada a bordo do avião que o conduzia do Brasil de volta à Itália, na qual ressaltou que não pretende julgar os homossexuais.

"Nenhum lobby é bom", declarou o Papa, que considera que "não se deve marginalizar pessoas que precisam ser integradas na sociedade".

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"O problema não é ter essa orientação. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies maçônicos, tantos lobbies. Esse é o pior problema", disse.

"Se uma pessoa é gay e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?", ressaltou.

Tratou-se da primeira coletiva de imprensa desde que foi eleito em março ao trono de Pedro, e foi dada depois de sua histórica visita ao Rio de Janeiro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

Amável, divertido, mas prudente, Francisco respondeu às perguntas feitas por 15 jornalistas, sem se esquivar de nenhuma tema, tomando seu tempo para pensar em cada uma.

Questionado sobre o caso do "escandaloso caso de amor" entre o monsenhor Battista Ricca, nomeado pelo Papa Francisco recentemente a um cargo estratégico no banco do Vaticano, e um capitão da guarda suíça, como exemplo da rede no Vaticano por acesso a cargos de poder, o Papa admitiu que não tinha informações sobre esse controverso passado.

"Pedi uma breve investigação sobre ele e não encontramos nada contra", disse.

"Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade dizendo que é gay", brincou.

"O catecismo da Igreja Católica é muito claro e diz que não devemos marginalizar as pessoas que devem ser integradas na sociedade", acrescentou.

Ao abordar a sexualidade em geral dentro da Igreja, o Papa fez uma diferença entre crimes como o "abuso infantil" e os chamados "pecados da juventude".

"Leigos, padres, freiras, cometem pecados e então se convertem. Quando o Senhor perdoa, se esquece de tudo", acrescentou.

Questionado sobre o casamento gay e o aborto, duas questões as quais a Igreja se opõe com toda a sua força, o Papa respondeu de forma breve e seca.

"Todos vocês estão bem cientes da posição da Igreja sobre esta questão", concluiu.

--- Vaticano e Itália assinam acordo ---

O Vaticano e a Itália assinaram um "protocolo de acordo" para cooperar na luta contra a lavagem de dinheiro, após os escândalos que atingiram as instituições financeiras da Santa Sé, anunciaram nesta segunda-feira as duas partes.

O acordo foi assinado em 26 de julho pela Autoridade de Informação Financeira (AIF) do Vaticano, dirigida por um suíço especializado em crimes financeiros, e por Roma pela Unidade de Informações Financeira (UIF) do Banco da Itália, indica um comunicado da Santa Sé.

"O protocolo assinado foi redigido com base no modelo preparado pelo Egmont Group, a organização mundial das agências de informações financeiras nacionais", afirma o comunicado.

Ao longo dos anos, escândalos mancharam a reputação do Banco do Vaticano, o Instituto para as Obras de Religião (IOR), principalmente com meios criminosos aproveitando-se do anonimato e discrição da instituição para lavar seus fundos.

O caso mais grave foi em 1982 com a falência do Banco Ambrosiano, um escândalo bancário que envolveu a CIA (Agência de Inteligência Americana) e a maçonaria.

O mais recente envolveu um prelado que trabalhava na Administração do Patrimônio da Sede Apostólica (APSA), o organismo que administra os bens da Santa Sé, e que foi preso no final de junho pela polícia italiana que suspeita que ele utilizou suas contas no IOR para lavar dinheiro oriundo de evasão fiscal.

O Papa Francisco reagiu nesta segunda-feira a este anúncio afirmando: "Temos um prelado que está na prisão, é um escândalo, alguma coisa que faz mal".

Bento XVI, e agora seu sucessor Francisco, decidiram colocar ordem no IOR, nomeando sucessivamente novos responsáveis e instaurando controles cada vez mais severos por este instituto, principalmente com a criação da AIF, no final de dezembro de 2010.

"A Santa Sé leva muito a sério suas responsabilidades internacionais em matéria de luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo", comentou o suíço René Brülhart, diretor da AIF, citado pelo comunicado.

O papa Francisco abriu as portas para uma maior aceitação de sacerdotes gays no interior da igreja católica romana, durante o retorno ao Vaticano de sua primeira viagem ao exterior, no domingo.

Ao responder perguntas de jornalistas durante uma coletiva de imprensa, o pontífice abordou a delicada questão sobre como responderia ao ficar sabendo que um clérigo católico é gay, embora não sexualmente ativo. Durante décadas, o Vaticano considerou o homossexualismo como uma "desordem" e o antecessor de Francisco, Bento XVI, formalmente barrou homens que o Vaticano considerava "profundamente" homossexuais de entrar no sacerdócio.

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"Quem sou eu para julgar uma pessoa gay, de boa vontade, que busca o Senhor?", questionou o papa, em italiano. "Não podemos marginalizar estas pessoas."

A coletiva de imprensa tratou de vários assuntos e foi organizada às pressas a bordo do voo noturno de volta do pontífice a Roma, após uma visita de uma semana ao Brasil, onde milhões de pessoas se reuniram para vê-lo.

As declarações de Francisco sobre homossexualismo foram feitas após um escândalo surgido durante o pontificado de seu antecessor. Um relatório secreto do Vaticano, vazado pela mídia italiana, afirma que um grupo de clérigos homossexuais no Vaticano formou um "lobby gay" que vem secretamente aumentando seu controle no interior da Santa Sé.

O papa argentino disse que discutiu o caso com o papa Bento XVI, que renunciou no início de fevereiro. O agora papa emérito deu a ele uma caixa cheia de documentos e testemunhos do relatório interno, preparado por três cardeais octogenários, antes de deixar o cargo.

Francisco descreveu a diferença entre a possibilidade de existência de grupos de pressão no interior do Vaticano - o que ele definiu como um "problema" - e a potencial presença de sacerdotes gays nas fileiras católicas. "É preciso distinguir entre o fato de uma pessoa ser gay e a existência de um lobby", afirmou o papa. "O problema não é ter essa orientação. O problema é fazer lobby."

O pontífice, que havia se recusado a responder perguntas durante a viagem ao Brasil, reuniu-se com os repórteres por uma hora e 20 minutos em seu retorno ao Vaticano e discutiu seus planos de visitar Jerusalém em sua próxima viagem internacional.

Ele disse que as mulheres não devem ser ordenadas sacerdote porque a questão foi "definitivamente" estabelecida pelo papa João Paulo II. Porém, Francisco disse querer desenvolver uma "teologia da mulher", com o objetivo de expandir e aprofundar seu envolvimento na vida da igreja. Fonte: Dow Jones Newswires.

O papa Francisco afirmou neste domingo (21), na Praça de São Pedro, que esta semana deveria ser chamada de "Semana da Juventude" porque "os jovens serão os protagonistas", em alusão a sua viagem ao Rio de Janeiro a partir desta segunda-feira (22).

Na oração do Ângelus, na janela do terceiro andar do Palácio Apostólico, o Papa pediu aos milhares de fieis presentes na praça que o acompanhem "espiritualmente em oração" em sua primeira viagem apostólica. "Vejo escrito ali 'Boa Viagem'. Obrigado, obrigado", afirmou o Papa referindo-se a um grande cartaz exibidona multidão.

"Todos que forem ao Rio querem ouvir Jesus. E querem peguntar a Ele: Jesus, que devo fazer de minha vida? Qual é o caminho para mim?", afirmou. E perguntou aos fieis: "Há jovens na praça hoje? Sim? Também eles devem fazer ao Senhor a mesma pergunta".

Na parte inicial da oração do Ângelus, o Papa referiu-se a uma parte do Evangelho de Marta e Maria, no qual uma reprova a outra por não ajudá-la nas tarefas domésticas e dedicar-se apenas à oração. "As duas atitudes não são opostas. Não devem ser separadas", afirmou Francisco. "Uma oração que não leva nossa ação para o irmão pobre, enfermo, deserdado, é estéril. Nosso trabalho com o irmão necessitado nos leva ao Senhor", concluiu.

Este foi o último Ângelus do mês de julho que o Papa reza em Roma, já que o próximo será realizado no Rio de Janeiro.

O "lobby gay" voltou a abalar o Vaticano nesta sexta depois que a revista italiana L'Espresso revelou o "escandaloso caso de amor" entre o monsenhor Battista Rica, nomeado pelo papa Francisco para um cargo estratégico no Banco do Vaticano, e o capitão da guarda suíça Patrick Haari. Segundo o especialista em Vaticano dessa publicação, Sandro Magister, Ricca faz parte do chamado "lobby gay", uma rede de influentes prelados homossexuais, "um poder paralelo que trama contra o pontífice".

O atual colaborador do papa argentino ganhou a confiança de Francisco nos primeiros quatro meses de pontificado, a ponto de ter sido designado seu representante pessoal no Banco da Santa Sé. Dentro do Vaticano, ele é conhecido pela agitada relação homossexual que manteve com um oficial da guarda suíça, quando trabalhava na nunciatura apostólica de Montevidéu, no Uruguai, de 1999 a 2000.

De acordo com o conhecido vaticanista, teriam omitido do papa toda essa informação sobre Ricca, motivo pelo qual ele não teve objeções a nomeá-lo "prelado" do Instituto para as Obras de Religião (IOR) - o Banco do Vaticano. A missão de Ricca no IOR é ajudar o papa no trabalho de limpeza da entidade, desacreditada pela corrupção interna, tráfico de influências e até lavagem de dinheiro.

A revista conta que o religioso aproveitou o cargo de núncio interino para nomear seu amante em Montevidéu, autorizando até o envio de seus pertences, além de designar um alojamento e um posto para ele.

"A clara relação de intimidade entre Ricca e o capitão Patrick Haari escandalizava muitos bispos, sacerdotes e laicos desse pequeno país sul-americano, incluindo as religiosas que se ocupavam da nunciatura", completou Magister.

As revelações do vaticanista foram consideradas "pouco confiáveis" pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Ricca, de 57 anos, diplomata de carreira, que trabalhou em Congo, Argélia, Colômbia e Suíça, tem um passado "embaraçoso", afirma o vaticanista, revelando que ele já levou uma surra em um clube noturno para gays e que foi resgatado por bombeiros depois de ficar preso em um elevador com um rapaz.

-- Objetivo: frear as reformas --

"No Vaticano, promoveram uma operação de acobertamento de forma ativa, freando as investigações desde essa época até hoje, ocultando os relatórios sobre o núncio e mantendo imaculada a folha de serviços de Ricca, facilitando, desse modo, uma nova e prestigiosa carreira", escreveu L'Espresso, que sustenta que sua nomeação no IOR não apenas provocou "amargura" entre os religiosos que conheciam seu passado, como objetiva conter as reformas promovidas por Francisco.

Em 11 de junho passado, o papa Francisco falou pela primeira vez de "uma corrente de corrupção" na Cúria Romana, assim como da existência de um influente "lobby gay", segundo o portal católico progressista latino-americano Reflexión y Liberación, com base em uma conversa do pontífice com um grupo de religiosos latino-americanos.

Duas publicações italianas - o jornal italiano La Repubblica e a revista Panorama - garantem que o papa emérito Bento XVI decidiu renunciar ao cargo em fevereiro depois de receber um informe ultra-secreto de 300 páginas, feito por três experientes cardeais de conduta irrepreensível, sobre as lutas internas pelo poder e pelo dinheiro e sobre o tráfico de influências internas com a homossexualidade.

O relatório foi entregue a Francisco por Bento XVI poucos dias depois de sua eleição em 13 de março.

O Papa Francisco, que chega ao Brasil na próxima semana, terá uma agenda carregada e inúmeros encontros públicos, mas o Vaticano assegurou nesta quarta-feira que não há preocupação quanto a possíveis manifestações hostis e à sua segurança, enquanto ele circulará em um veículo aberto.

"Nós iremos ao Brasil confiantes na capacidade das autoridades de gerir a situação. Sabemos que as manifestações não são direcionadas ao Papa e à Igreja", explicou o padre Federico Lombardi, que respondeu a uma série de perguntas durante a apresentação desta primeira viagem do Papa ao exterior para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Mais de um milhão de jovens de 170 países, principalmente da América Latina, são esperados no Rio de Janeiro.

Em junho, manifestações em massa foram organizadas em todo o país contra o preço dos transportes públicos, os gastos exorbitantes com a Copa do Mundo de 2014 e a corrupção.

"As autoridades do Vaticano confiam plenamente nas autoridades, que saberão tomar as medidas necessárias. No atual estágio, não esperamos inconvenientes para a JMJ. Todos irão compreender que a mensagem do Papa é uma mensagem de solidariedade", declarou Lombardi.

Ele também respondeu sobre as despesas da viagem: "quando temos despesas, é para pagar alguém por algum serviço, por um evento que é recebido positivamente pela maioria da população. Este dinheiro não é desperdiçado".

O porta-voz anunciou que o Papa Francisco "não utilizará o papa-móvel blindado" de seus antecessores.

"É uma escolha do Papa, em conformidade com o que ele tem feito aqui. Ele se sente bem assim, com este contato" com a multidão, indicou, revelando que haverá várias ocasiões em que o pontífice estará em contato com as pessoas durante a sua viagem.

Um veículo branco, igual ao utilizado na Praça São Pedro em Roma, e um verde, de reserva, já chegaram ao Rio.

Em relação à programação "leve" prevista para o Papa emérito Bento XVI, antes de sua renúncia em fevereiro, a "agenda foi adaptada, intensificada, enriquecida com certos eventos", declarou o porta-voz.

Ele citou a ida de helicóptero do Rio de Janeiro ao santuário mariado de Nossa Senhora Aparecida em São Paulo, a visita a pequena favela de Varginha, onde caminhará a pé e irá a uma casa para encontrar com um família.

Como em sua visita em 8 de julho a ilha italiana de Lampedusa, quando encontrou imigrantes africanos, "as personalidades políticas não serão convidadas para a visita a favela", mesmo se o Papa não "rejeita encontrar pessoas que têm responsabilidades" durante a sua visita.

Também estão previstos encontros com jovens detidos, dependentes de drogas e do álcool. Ele almoçará com doze jovens participantes e irá confessar um dos peregrinos.

No avião de Alitalia que o levará ao Rio, mas que ele pediu para não conceder "entrevistas individuais ou coletivas", mesmo que sejam "preparadas" (como era o caso com Bento XVI) ou "espontâneas" (como com João Paulo II).

"Se vocês fizerem perguntas de conteúdo -por exemplo sobre as manifestações sociais- vocês irão contra o seu desejo", preveniu o porta-voz, acrescentando que "o que ele quiser falar, ele dirá".

No Rio, Francisco se expressará "em espanhol, português e, talvez, italiano".

O Papa não previu encontrar vítimas de padres pedófilos: "isso é feito quando responsáveis locais da Igreja o pedem, quando o problema é muito sensível".

O Vaticano congelou os ativos do monsenhor Nunzio Scarano, que foi detido pelas autoridades italianas em 28 de junho por acusações de corrupção e calúnia. O clérigo teria conspirado para levar 20 milhões de euros para o território italiano num avião privado para não declarar a quantia à alfândega.

Um juiz recusou o pedido de prisão domiciliar para o monsenhor.

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Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Vaticano disse que sua própria investigação sobre Scarano foi motivada por vários relatos de transações suspeitas abertas junto à agência de supervisão financeira do Vaticano e que a investigação "pode ser estendida a mais indivíduos". Fonte: Associated Press.

O papa Francisco protagonizou nesta quinta-feira uma visita-surpresa à garagem do Vaticano para verificar se os clérigos católicos estão atendendo a seu pedido para que usem carros "modestos".

A visita do papa à garagem não era esperada, disse uma fonte vaticana, mas se segue a recentes comentários do pontífice sobre o que vê como a ostentação material de certos religiosos.

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"Meu coração dói quando vejo um padre usando o último modelo de um carro", declarou o papa no fim de semana. Na ocasião, ele pediu aos clérigos católicos que usem "carros mais modestos" e dediquem as economias aos pobres.

Antes de ser eleito papa, quando era um cardeal em Buenos Aires, Francisco circulava de ônibus pela capital argentina. Ele defende que a Igreja Católica dê mais atenção às parcelas mais pobres da população. Fonte: Associated Press.

O Papa Francisco assinou nesta quinta-feira um decreto que reforça as sanções penais contra os abusos a menores de idade na Santa Sé e na cúria (o governo do Vaticano), o que inclui os crimes de pedofilia e a prostituição de menores.

O texto, que introduz ainda nas leis vaticanas o delito de tortura, inclui "o conjunto da categoria dos crimes contra os menores: a venda, prostituição, recrutamento e violência sexual contra eles, a pornografia, a posse de material pornográfico e os atos sexuais com menores".

Em abril, o pontífice pediu uma atuação com "determinação" contra os abusos sexuais cometidos pelo clero. Esta foi a primeira vez que o Papa argentino falou diretamente e de maneira pública sobre os abusos sofridos durante décadas por dezenas de milhares de crianças.

A nova legislação vaticana também prevê a possibilidade de que os tribunais da Santa Sé julguem "crimes cometidos contra a segurança, os interesses fundamentais e o patrimônio da Santa Sé".

Também introduz na legislação vaticana as quatro convenções de Genebra contra os crimes de guerra, a convenção internacional sobre a eliminação de qualquer forma de discriminação racial, a convenção contra e tortura e os tratamentos desumanos e degradantes, além da convenção de 1989 sobre os direitos da criança.

O "motu proprio" (decreto) do Papa prevê ainda "a adoção de medidas de cooperação adaptadas às convenções internacionais mais recentes" em termos de cooperação judicial entre o Vaticano e os outros Estados.

"Em nossa época, o bem comum está cada vez mais ameaçado pela criminalidade transnacional e organizada, pelo uso inapropriado do mercado e da economia e do terrorismo", destaca o pontífice na introdução do decreto.

O Papa também anula a pena de prisão perpétua, que será substituída pela reclusão a 30 ou 35 anos.

Todas as normas entrarão em vigor a partir de 1º de setembro.

O Papa Francisco, argentino filho de emigrantes italianos e grande defensor dos pobres e desfavorecidos, condenou nesta segunda-feira na ilha siciliana de Lampedusa, sul da Itália, a "globalização de indiferença" ante o drama da imigração ilegal.

"Perdemos o senso de responsabilidade fraternal", afirmou o pontífice durante a missa celebrada no pequeno estádio da ilha, porta de entrada na Europa para milhares de pessoas que sonham com uma vida melhor.

"A cultura do bem-estar (...) nos torna insensíveis aos gritos dos demais, nos faz viver em uma bolha de sabão, bela, mas vazia", disse.

"Aos imigrantes que morreram no mar, em barcos que ao invés de um caminho de esperança se transformaram em caminho de morte", Francisco pediu perdão.

"Senhor, com esta liturgia, que é uma liturgia de penitência, pedimos perdão pela indiferença de irmãos e irmãs, pedimos perdão por termos nos acomodado, por termos nos fechado em nosso bem-estar que anestesia o coração", disse.

O pontífice também pediu perdão para "aqueles que com suas decisões a nível mundial criaram situações que levam a estes dramas", completou.

Na homilia, em um altar instalado sobre uma barca, diante de centenas de imigrantes e moradores da ilha, o Papa também condenou o "tráfico de pessoas que exploram a pobreza".

"Acabo de ouvir um deles, como sofreu com traficantes de seres humanos que exploram a pobreza. Alguns deles não conseguiram sequer chegar", comentou.

"Senti que tinha que vir aqui hoje para rezar, para fazer um gesto de aproximação e para que o que aconteceu não se repita por favor", disse o Papa, citou o texto de Lope de Vega "Fuenteovejuna".

"Quem é o responsável pelo sangue destes irmãos e irmãs? Ninguém e todos. Perdemos o senso da responsabilidade fraternal", reiterou.

Para as centenas de muçulmanos que estavam presentes, Francisco desejou um bom início de jejum pelo Ramadã e, sem sinal de respeito, afirmou que a Igreja Católica está "perto, na busca de uma vida digna".

O pontífice chegou às 8H50 (3H50 de Brasília) à pequena ilha italiana, menos de uma hora depois do desembarque de 166 imigrantes ilegais que foram socorridos pela guarda costeira.

A visita do Papa à ilha italiana, conhecida por receber a cada ano milhares de imigrantes ilegais que atravessam o mar em barcos improvisados, foi organizada em um dos meses no qual o fenômeno se intensifica com as boas condições do mar.

De acordo com estimativas, nos últimos 20 anos 25.000 imigrantes morreram na viagem até a ilha.

O papa Francisco pediu neste sábado que os católicos não temam a reforma das "estruturas antigas e frágeis" da Igreja católica, como a burocracia e o banco do Vaticano.

"Na vida cristã e na Igreja também há estruturas antigas e frágeis. Devemos renová-las", declarou o sumo pontífice durante uma missa privada para os Guardas Suíços, segundo o site da Rádio Vaticano.

"Não devemos ter medo de abandonar as estruturas frágeis que nos aprisionam", aconselhou.

Francisco, um papa conservador moderado eleito por um conclave de cardeais em março passado, lançou uma investigação sobre o funcionamento do banco do Vaticano e pediu que vários cardeais proponham uma série de reformas da administração vaticana durante uma reunião prevista para outubro.

O banco do Vaticano, chamado de Instituto para as Obras Religiosas, está em pleno centro de uma investigação italiana sobre lavagem de dinheiro.

Uma série de documentos oficiais do Vaticano vazados no ano passado pelo mordomo de Bento XVI denunciaram atos de corrupção e um mau funcionamento da Cúria romana, a administração central da Igreja católica.

Foi um dia histórico no Vaticano: o Papa Francisco autorizou nesta sexta-feira a canonização de João Paulo II (1978-2005) e de João XXIII (1958-1963), e também publicou a sua primeira encíclica, escrita a quatro mãos por dois pontífices.

A canonização de Karol Wojtyla acontecerá oito anos após sua morte, um recorde histórico. Já durante os funerais do carismático Papa polonês, os fiéis clamavam "Santo Subito!", enquanto normalmente são necessários vários anos para dar início ao processo de beatificação e canonização. Mas o Papa Francisco surpreendeu ao anunciar a canonização de João XXIII.

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O chamado "Papa bom", Angelo Giuseppe Roncalli, é considerado como pai da renovação da Igreja católica por ter lançado o Concílio Vaticano II, que traçou mudanças profundas como o abandono do latim e do uso obrigatório da batina, mas especialmente por imprimir a liberdade de consciência e a abertura a outras religiões e aos não crentes.

Jorge Bergoglio também tem, a seu modo, revolucionado a Igreja, empreendendo reformas na Cúria romana e nas finanças do Vaticano.

Sinal da determinação do novo Papa em encaminhar as duas canonizações, o decreto assinado por ele nesta sexta-feira reconhece a atribuição de um milagre por intercessão de João Paulo II, enquanto no caso de João XXIII Francisco considera que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre.

A data da cerimônia de canonização não foi fixada, mas "poderá ocorrer no final de 2013", segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

De acordo com fontes citadas pela agência de informações sobre o Vaticano i.media, esta dupla canonização permitirá relativizar a promoção particularmente rápida do Papa polonês que, com certeza, marcou a história -principalmente pela queda do comunismo-, mas em torno do qual ainda permanecem áreas cinzentas, como a gestão da Cúria e os casos de pedofilia dento do clero.

Outra razão que explica a decisão de celebrar os dois Papas ao mesmo tempo é a proximidade de Jorge Bergoglio do comportamento de João XXIII. Os abraços distribuídos entre a multidão durante os passeios em "papamóvel", seus improvisos, sua linguagem direta e simples, que contrasta com a personalidade austera e tímida de seu predecessor, o ex-teólogo Bento XVI.

Ainda assim, nenhuma divergência doutrinária separa os dois Papas que coabitam no menor Estado do mundo, após a renúncia histórica do Papa alemão, que surpreendeu o mundo inteiro em fevereiro.

Como prova, a primeira encíclica da história escrita "a quatro mãos" por dois Papas, sob o título "Lumen fidei" ("A luz da fé"). Iniciada por Bento XVI, este texto de 85 páginas foi retomado, completado e assinado por Francisco.

Na encíclica, Francisco afirma que a fé é "o bem comum" e reitera a oposição do Vaticano ao casamento gay. Ele também argumenta que a fé continua a ser relevante, frente ao sentimento generalizado, principalmente nas sociedades ocidentais, de que é uma coisa do passado, uma "ilusão". Jorge Bergoglio defende o contrário, que a fé ilumina "o presente.

Neste texto, o Papa faz um apelo aos fiéis para que "não sejam arrogantes", mas "abertos ao diálogo", incluindo com aqueles que não creem. "A fé não é intransigente, ela cresce em um ambiente de convivência de respeito ao outro".

Esta é a primeira encíclica da história do catolicismo escrita por dois pontífices, já que Bento XVI iniciou a redação antes de renunciar ao pontificado. Os dois pontífices se encontraram na manhã desta sexta, nos jardins do Vaticano durante a inauguração de uma nova estátua de bronze do arcanjo São Miguel.

Jorge Bergoglio abraçou com afeição Joseph Ratzinger, que o convidou pessoalmente a esta cerimônia, uma maneira de homenagear o dia da publicação da encíclica.

O Papa Francisco autorizou nesta sexta-feira (5) a canonização de João Paulo II (1978-2005) e de João XXIII (1958-1963), anunciou a secretaria de imprensa do Vaticano. O pontífice argentino assinou o decreto no qual reconhece a atribuição de um milagre por intercessão de João Paulo II, enquanto no caso de João XXIII Francisco considerou que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre. A data da cerimônia das canonizações das duas canonizações não foi fixada, acrescenta a nota. "Poderá ocorrer no final de 2013", afirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

A atribuição de um segundo milagre ao beato João Paulo II foi o passo-chave para sua rápida canonização, autorizada apenas oito anos depois de sua morte, em 2005. "O sumo pontífice aprovou a canonização de João XXIII e decidiu convocar um consistório para a canonização do beato João Paulo II", indicou o Vaticano em sua nota.

Segundo a mídia religiosa, Francisco quis relativizar a canonização do papa polonês ao autorizar simultaneamente e sem necessidade de demonstrar uma intercessão em um milagre a de João XXIII, o chamado "papa bom".O pontificado de João Paulo II, que atraía multidões em todo mundo, foi questionado nos últimos anos por sua atitude frente à pedofilia e aos escândalos do banco do Vaticano.

A decisão do papa se canonizar João XXIII sem registro de milagre, algo não muito frequente nas últimos décadas, é uma prerrogativa do chefe da Igreja, segundo as normas do Vaticano. "Todos conhecemos as virtudes e a personalidade do papa Roncalli (João XXIII) e não é necessário explicar as razões pelas quais alcança a glória dos altares", afirmou Lombardi.

João Paulo II, cujo nome de nascimento era Karol Wojtyla, foi beatificado em 1º de maio de 2011, depois de provado um primeiro milagre com a assinatura do papa emérito Bento XVI. Trata-se da cura inexplicável da freira francesa Marie Simon Pierre, que padecia desde 2001 do Mal de Parkinson, a mesma doença que João Paulo II sofreu em seus últimos anos.

Segundo Lombardi, o segundo milagre de João Paulo II foi a cura milagrosa de uma mulher na Costa Rica. Por sua parte, João XXIII foi beatificado por João Paulo II em setembro de 2000, durante o Jubileu. O milagre aprovado por sua beatificação foi a cura da irmã Caterina Capitani, em 1966.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, homologou sentença do Tribunal de Assinatura Apostólica, do Vaticano, sobre declaração de nulidade de matrimônio de um casal brasileiro, com base no Acordo Brasil-Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico na Igreja Católica no País, promulgado em 2010.

"É a primeira vez que isso ocorre e a grande novidade é que, como o casamento foi considerado nulo pela Igreja, marido e mulher passaram a ser solteiros, e não divorciados, como seria se tivessem conseguido a anulação pela lei civil", disse o canonista Edson Luiz Sampel, doutor em Direito Canônico e ex-juiz do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo.

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Como o processo correu sob sigilo judicial, o STJ não revelou a identidade das partes. Afirmou que o marido acusou a mulher de pedofilia, ao pedir a declaração de nulidade no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Vitória, cuja sentença foi confirmada em segunda instância pelo Tribunal da Arquidiocese de Aparecida (SP).

Ao homologar a decisão do órgão superior da Santa Sé, que é considerada sentença estrangeira e tem valor legal no País, Fischer afirmou que o pedido não ofende a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. De acordo com o artigo 12 do Acordo Brasil-Santa Sé, o casamento celebrado em conformidade com a lei canônica atende às exigências do Direito brasileiro e produzirá efeitos civis.

O Código de Direito Canônico, promulgado em 1983, exige que, para ser válida e permitir novo casamento, a declaração de nulidade deve ser dada por, pelo menos, dois tribunais. O primeiro tribunal que aprovar a declaração de nulidade é obrigado a encaminhar o processo a um segundo tribunal no prazo de 20 dias. Cabe ao Vaticano confirmar a sentença.

Nulidade

A Igreja não anula o casamento, para ela indissolúvel, mas reconhece a nulidade de um matrimônio que nunca existiu. As causas são muitas e quase nunca se alega apenas uma no processo. Uma hipótese comum nos tribunais eclesiásticos, diz Sampel, é "a exclusão do bem da fidelidade, quando um dos nubentes foi sempre infiel, tendo tido outros parceiros sexuais desde o namoro".

Algumas causas de nulidade podem ser exclusivamente canônicas, mas outras são relevantes também para o Direito Civil. Um exemplo, segundo o canonista, é a coação irresistível, como uma ameaça de morte, que torna o casamento nulo tanto pelo Direito Civil como pelo Eclesiástico. Outro exemplo seria no caso de o noivo não ter a idade mínima de 16 anos.

"Resta saber se a Justiça brasileira homologará somente as sentenças em que a nulidade provier de causas concomitantemente relevantes para o Direito Civil e para o Direito Canônico ou de causas de nulidade exclusivamente canônicas", diz Sampel. Conforme ele, a tendência será o STJ homologar todas as decisões do Vaticano, contanto que não firam a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Esta é também a opinião do advogado Hugo Sarubbi Cysneiros, de Brasília, que já atuou em mais de 30 processos de homologação de sentença estrangeira.

Na análise de Cysneiros, o STJ dá a aprovação sem entrar no mérito da separação e sem examinar casos como direito de pensão para o ex-cônjuge ou de visita para os filhos. É o que ocorre na homologação de sentenças de outros países, quando um casal que se uniu no Brasil se divorcia no exterior e, em seguida, pede a averbação na justiça brasileira.

Demanda

A homologação da declaração de nulidade pelo STJ deverá valer tanto para o casamento realizado no cartório e em igreja como para o religioso celebrado no templo com efeito civil. Sampel prevê que, após a decisão de Fischer, haverá na Justiça civil um grande afluxo de pedidos de homologação para declarações de nulidade proferidas pela Igreja.

"O atrativo será o retorno ao estado de solteiro, só possível pelo processo canônico", diz Sampel. Na previsão do canonista, "interessará a bastante gente voltar ao status de solteiro, embora tenham passado os tempos tão preconceituosos em que ser divorciado ou divorciada era uma nódoa pesadíssima imposta pela sociedade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Vaticano retirou nesta terça-feira o último obstáculo à canonização de João Paulo II, afirmou hoje uma fonte na Santa Sé. Uma comissão de cardeais e bispos reuniu-se hoje para avaliar o caso e aprovou a canonização, informa a agência de notícias Ansa.

A fonte vaticana confirmou a veracidade da notícia e disse que a decisão foi tomada já há algum tempo e que a reunião desta terça-feira foi apenas uma formalidade.

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Com a aprovação da comissão, a canonização depende apenas do aval do papa Francisco e da escolha de uma data para a cerimônia.

Especula-se que a data provável para a canonização seja 8 de dezembro, quando é celebrada a festividade católica da Imaculada Conceição. Este ano, a data cairá num domingo, que é quando normalmente se realizam cerimônias de canonização no Vaticano.

Sob a condição de anonimato, já que os processos de canonização tramitam em sigilo, a fonte vaticana confirmou ainda notícia veiculada pelo jornal italiano La Stampa de que a canonização de João Paulo II poderia ocorrer junto com a do papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, mas morreu em 1963, antes de vê-lo concretizado.

O processo de canonização de João Paulo II tramitou em ritmo acelerado logo depois de sua morte, em 2005. Fonte: Associated Press.

A comissão de cardeais da Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano aprovou a atribuição de um segundo milagre ao beato João Paulo II, um passo-chave para a sua canonização, indicaram nesta terça-feira (2) fontes do Vaticano. Agora é preciso apenas que o papa Francisco promulgue o decreto através do qual é reconhecido o milagre e que seja fixada a data para sua canonização, que, segundo meios de comunicação italianos, pode ocorrer no fim de 2013.

Com a atribuição do segundo milagre ao Papa falecido em 2005 se acelera o processo para a canonização de João Paulo II, o primeiro pontífice polonês da história. Em abril, uma comissão de sete médicos consultada pela Congregação reconheceu como milagre a cura inexplicável de uma mulher, razão pela qual pode ser proclamado santo.

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Segundo fontes religiosas, seria um milagre ocorrido na noite de sua beatificação, em maio de 2011. Até agora não se sabe o nome e o lugar onde foi realizado o milagre por intercessão do pontífice polonês. O processo canônico para que uma pessoa seja proclamada santa requer o reconhecimento por parte de uma equipe de médicos, baseados em exames clínicos, de um milagre para a beatificação e de um segundo para a canonização.

Karol Wojtyla pode ser canonizado depois de outubro, no fim do "Ano da Fé", proclamado por seu sucessor Bento XVI. A canonização de João Paulo II, que ocupou o trono de Pedro por 27 anos, responde ao pedido da multidão que durante seu funeral gritava para que fosse proclamado santo imediatamente.

Seu sucessor, Bento XVI, autorizou rapidamente a análise de suas virtudes e de sua obra para que fosse declarado beato, primeiro passo para chegar a alcançar a glória dos altares. Segundo fontes religiosas, o papa Francisco deseja proclamar santos em uma única cerimônia João Paulo II e João XXIII, a quem considera um "modelo de santidade" por sua simplicidade e bondade, mas que surpreendeu o mundo na década de 60 ao convocar um concílio para reformar e modernizar a Igreja.

O diretor do Banco do Vaticano e seu vice renunciaram nesta segunda-feira em decorrência do escândalo que atinge a instituição, que já resultou na prisão de um monsenhor, elevando ainda mais a urgência para que o papa Francisco realize reformas no Instituto para Obras da Religião (IOR), nome oficial do banco.

O Vaticano disse em comunicado que Paolo Cipriani e seu vice, Massimo Tulli, deixaram seus cargos "pelo bem do instituto e da Santa Sé".

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Como os ocupantes do mais alto escalão da administração do banco, Cipriani e Tulli encabeçaram os esforços do papa para pôr em ordem a instituição e colocá-la nos padrões aceitos por reguladores externos.

"Embora estejamos gratos pelo que foi alcançado, está claro hoje que precisamos de uma nova liderança para melhorar o andamento deste processo de transformação", disse Ernest von Freyberg, presidente do Banco do Vaticano.

A medida foi tomada no momento em que o papa Francisco pressiona funcionários do Vaticano a tomar medidas mais duras contra a lavagem de dinheiro. Recentemente, o papa indicou uma comissão especial formada por graduadas autoridades da igreja para uma missão de auditoria no IOR. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

A primeira encíclica do Papa Francisco, intitulada Lumen fidei (A luz da fé), será publicada no dia 5 de julho de 2013, menos de quatro meses após a sua eleição, anunciou o Vaticano nesta segunda-feira (1º). Este é um texto escrito a "quatro mãos", nas palavras do Papa Francisco, iniciado por seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI.

Durante uma reunião com membros do Sínodo dos Bispos, em 13 de junho, o Papa declarou que trabalhava na encíclica sobre a fé preparada por seu antecessor. "Este é um documento forte", disse ele, ao falar de uma "encíclica a quatro mãos" escrita na base do "grande trabalho" deixado por Bento XVI.

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A encíclica publicada no Ano da Fé deve complementar as outras consagradas às virtudes teologais escritas por Bento XVI: as da caridade - Deus Caritas em 2005, Caritas in Veritate em 2009 - e uma dedicada à esperança cristã Spe Salvi, em 2007. Quando a renúncia de Bento XVI foi anunciada em fevereiro, ele já havia quase concluído a elaboração do projeto da encíclica sobre a fé.

Por sua vez, o Papa Francisco pretende publicar no futuro uma encíclica mais pessoal sobre a pobreza, revelou em maio o bispo italiano Luigi Martella. As encíclicas ("circulares") destinam-se a bispos e, por meio deles, a todos os católicos. São textos educativos sobre temas específicos, que não alteram o valor dos dogmas da Igreja.

Algumas marcaram particularmente a história, como a "Rerum Novarum" (1891), na qual Leão XIII engajou a Igreja Católica na "questão social", denunciando as condições de vida para a classe trabalhadora e encorajando os trabalhadores a se organizarem em associações, e "Humanae Vitae" (1968), em que Paulo VI denunciou contracepção.

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