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O novo número dois do Vaticano, o monsenhor Pietro Parolin, recebeu alta hospitalar nesta sexta-feira (25) depois de mais de dez dias de internação. O Vaticano não entrou em detalhes sobre o problema de saúde de Parolin, recém-nomeado pelo papa Francisco para o cargo de secretário de Estado da Santa Sé.

O Vaticano limitou-se a informar que o monsenhor passou por uma cirurgia inesperada na região do fígado. A internação impediu o monsenhor de participar, no último dia 15 de outubro, de sua própria cerimônia de posse como secretário de Estado.

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O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, conversou com Parolin nesta sexta-feira. Ele disse que a cirurgia correu bem, que o monsenhor tiraria um tempo para se recuperar em casa, na região de Veneto, e que em breve assumiria suas responsabilidades em Roma.

Parolin vai substituir o cardeal Tarcísio Bertone, responsabilizado por muitos pelos problemas administrativos do Vaticano durante o papado de Bento XVI. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Vaticano suspendeu um bispo alemão pelos gastos considerados excessivos e mandou uma mensagem a todo o clero: não vai tolerar ostentação. Nesta quarta-feira, 23, o papa Francisco anunciou que o bispo de Limburg, na Alemanha, Franz-Peter Tebartz-van Elst, deveria ser mantido fora de atividade, depois que gastou 31 milhões (quase R$ 93 milhões) para renovar sua residência oficial.

O papa, desde o primeiro dia de seu mandato, havia deixado claro que queria uma "Igreja pobre para os pobres" e que a função dos religiosos era servir. O bispo Franz-Peter acabou se transformando num primeiro teste para o argentino, que há três dias havia solicitado uma reunião com o alemão e nesta quarta-feira o afastou.

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Em nota, o Vaticano apenas indicou que seria "apropriado um período de ausência da diocese". "Uma situação foi criada na qual o bispo não pode mais exercer suas funções episcopais", diz o texto. Em um país onde parte dos impostos dos cidadãos vai para a Igreja, o bispo acabou ganhando notoriedade por seus gastos. Fiéis e ONGs pediram sua demissão depois das revelações de que apenas o banheiro de sua casa teria custado 15 mil euros. Uma mesa para reuniões foi avaliada em 25 mil. Uma capela privada também foi erguida, no valor de 2,9 milhões.

A extravagância ia além. Numa missão para visitar pobres na Índia, o bispo viajou em primeira classe. Mas foi o fato de ele ter mentido sobre os gastos que convenceu o papa a afastá-lo. Originalmente, a residência deveria ter custado 5,5 milhões. Mas o valor final foi seis vezes maior. Até o governo da chanceler Angela Merkel saudou a decisão, indicando sua "esperança de que isso seja uma resposta aos fiéis, para a confiança das pessoas na Igreja".

O Papa Francisco saudou neste domingo (20) os jovens que participaram em uma corrida no Vaticano e agradeceu a eles por recordarem que 'o fiel é um atleta do espírito'. Cerca de 5.000 jovens participaram na prova atlética intitulada "Corrida da fé", organizada pelo Vaticano para destacar "os valores educativos, culturais e espirituais" do esporte.

"Muito obrigado! Porque vocês nos recordam que os fieis são atletas do espírito", declarou Francisco ante milhares de pessoas congregadas na Praça de São Pedro para a oração do Angelus.

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A corrida de três horas, que aconteceu na Via da Conciliação, aconteceu num clima de oração, e os participantes "correram para levar sua mensagem de fé e esperança ao mundo", segundo Conselho para a Cultura do Vaticano.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, convidou o papa Francisco a visitar a Terra Santa, segundo jornalistas. Abbas disse ao oficial de política externa do Vaticano Dominique Mambert que convidou o líder religioso "para a Terra Santa".

O presidente israelense, Shimon Peres, também convidou Francisco a conhecer o local durante uma visita no início deste ano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve ser recebido pelo papa na quarta-feira (23) da próxima semana.

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Francisco já havia dito que gostaria de viajar para a Terra Santa, mas o Vaticano não confirmou a viagem. Anteriormente, o Channel 2 da televisão de Israel havia dito que a viagem acontecerá em março.

O papa disse que gostaria de visitar o local com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, líder espiritual dos ortodoxos do mundo. Abbas é o quarto líder do Oriente Médio a conhecer o papa Francis. O líder religioso havia se encontrado com Peres, o presidente libanês, Michel Sleiman, e o rei Abdullah da Jordânia. Fonte: Dow Jones Newswires.

O papa Francisco nomeou nesta terça-feira (15) o arcebispo Pietro Parolin para o posto de secretário de Estado do Vaticano, segundo posto mais importante na hierarquia da Igreja Católica. Aos 58 anos, Parolin sucede o cardeal Tarcísio Bertone, responsabilizado por observadores por grande parte dos erros e problemas ocorridos durante o papado de Bento XVI.

Em cerimônia realizada no Palácio Apostólico, Francisco agradeceu a Bertone pelos serviços prestados e deu as boas-vindas a Parolin, um diplomata de carreira que desde 2009 atuava como núncio na Venezuela. O arcebispo, no entanto, não esteve presente à própria posse por causa de uma cirurgia menor, mas urgente, a que teve de ser submetido enquanto visitava a família no Veneto. A expectativa é de que ele assuma efetivamente o cargo dentro de algumas semanas, quando estiver recuperado.

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A substituição indica uma mudança tangível na hierarquia vaticana. O mandato de Bertone foi controverso, atingindo seu ápice no ano passado, quando documentos de Bento XVI foram roubados pelo mordomo papal. Entre outras crises cujas responsabilidades são amplamente atribuída a Bertone figuram a reabilitação de um bispo que negava o Holocausto e a reação do Vaticano aos escândalos de abuso sexual de menores por sacerdotes católicos em 2010. Fonte: Associated Press.

O novo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, 58 anos e ex-núncio na Venezuela, assume nesta terça-feira seu posto, em substituição ao cardeal Tarcisio Bertone, em cerimônia presidida pelo papa Francisco.

Monsenhor Pietro Parolin, o novo "primeiro-ministro" e número 2 do Vaticano, colaborará com o Papa na tarefa de reformar a Igreja e seu governo, a Cúria.

A nomeação de Parolin, embaixador do Vaticano na Venezuela desde 2009, foi recebida favoravelmente. Ele é considerado um homem modeste, acessível, aberto e competente.

Terá menos poder que seus predecessores, já que se encarregará, principalmente, da diplomacia vaticana.

"É uma grande escolha, um homem eficiente, bom negociador, muito equilibrado", declarou o monsenhor Jean-Louis Tauran, atual ministro para o dialogo interreligioso e antigo chefe diplomático de João Paulo II.

Segundo fontes internas, Parolin deverá compartilhar o cargo com o "moderator Curiae", um coordenador entre os vários ministérios da Cúria Romana, um cargo que não foi criado, mas que o pontífice está delineando.

A posse de Parolin marca o início de uma nova era no Vaticano e do pontificado de Francisco, que deseja colocar em andamento a reforma da Cúria Romana.

Designado em agosto para o cargo, o novo número dois da Santa Sé surpreendeu por suas declarações sobre o celibato, ao afirmar que não é um dogma, e pela facilidade de acesso à imprensa.

Francisco, que respeita a tradição de que o Papa estrangeiro nomeia um italiano como braço direito, também aposta em favorecer o diálogo direto com sua equipe de trabalho.

A saída de Bertone, um salesiano sem experiência na gestão de assuntos diplomáticos e que está prestes a completar 79 anos, acontece após uma série de escândalos que atingiram a Igreja Católica nos últimos anos: pedofilia, Vatileaks e reforma das finanças do Vaticano.

Sua gestão foi marcada por rivalidades e intrigas nas altas esferas do Vaticano. Ele foi acusado de erros de administração, favoritismo e de adotar decisões questionáveis, embora sua honestidade nunca tenha sido colocada em xeque.

Apesar das acusações, Bento XVI o manteve até o fim em seu cargo.

Poliglota, considerado particularmente jovem para este posto, ele nasceu na região de Veneto, no nordeste da Itália. Seu pai era o dono de uma loja de ferragens e sua mãe era professora.

Ordenado sacerdote em abril de 1980, o padre Pietro Parolin estudou na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma e em 1983 entrou para a Academia Pontifícia Eclesiástica, encarregada de formar o corpo diplomático da Santa Sé.

Seu primeiro cargo foi na Nigéria (de 1986 a 1989) e depois esteve no México, até novembro de 1992, quando o papa João Paulo II o nomeou para o posto de vice-secretário para as relações com o Estado, verdadeiro "número três" da diplomacia vaticana.

Na Secretaria de Estado, esteve a cargo das relações com os Estados, entre eles Espanha, Andorra, Itália e a República de San Marino.

O novo secretário de Estado do Vaticano trabalhou em vários assuntos delicados, como as relações com a China comunista, Vietnã e Israel.

Depois de passar pouco menos de sete anos a serviço dos secretários de Estado Angelo Sodano e Tarcisio Bertone, Bento XVI o nomeou em agosto de 2009 como núncio apostólico na Venezuela.

Bispo desde 2009, sua gestão das relações com a Venezuela estiveram marcadas pelas tensões entre o episcopado venezuelano e o governo de Hugo Chávez, falecido em março passado.

O papa Francisco disse nesta terça-feira (1°) que não quer uma igreja "centrada no Vaticano", mas uma instituição missionária que alcance os pobres, os jovens, os idosos e até os ateus. A declaração foi feita na abertura de um encontro de cardeais que irá discutir uma reforma histórica da Igreja Católica.

O passo representa uma das principais promessas da eleição do pontífice: a de incluir lideranças religiosas locais na tomada de decisões da Igreja Católica. Assim, Francisco reuniu oito cardeais que irão discutir, por três dias, entre outras mudanças, uma reforma na estrutura burocrática do Vaticano.

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Para isso, os conselheiros foram escolhidos estrategicamente de diversas partes do mundo. Os arcebispos incluem: Sean O'Malley, de Boston, que é amigo do pontífice; Oswald Gracias, de Mumbai; Laurent Monsengwo, de Kinshasa, no Congo; e o alemão Reinhard Marx, de Munique.

Segundo o papa Francisco, nenhuma decisão é esperada para esta semana e o processo de reforma deve levar tempo. Ainda não está claro como este gabinete paralelo levará as mudanças à administração central do Vaticano, a Cúria Romana.

Um escândalo envolvendo documentos papais, no ano passado, mostrou que a Cúria possui um complexo disfuncional de disputas políticas e territoriais, o que alimentou ainda mais a necessidade de uma reforma burocrática. Fonte: Associated Press.

O papa emérito Bento XVI deve participar, ao lado do papa Francisco, da cerimônia de canonização de João Paulo II e João XXIII, prevista para 27 de abril de 2014. "Não há motivo, seja doutrinário ou institucional, que o impeça de participar de uma cerimônia pública", declarou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. "Não existe razão para excluir essa possibilidade."

Os papas João Paulo II e João XXIII devem ser declarados santos em 27 de abril de 2014, segundo um anúncio feito pelo papa Francisco nesta segunda-feira durante reunião com cardeais no Palácio Apostólico.

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Em julho, o papa Francisco disse que canonizaria dois dos papas mais influentes do século 20 juntos, ao aprovar um milagre atribuído a João Paulo II e ao entender que, devido às ações e postura de João XXIII, ele não precisaria da aprovação de um ato miraculoso.

Analistas disseram que a decisão de canonizá-los juntos visa a unificar a igreja, pois cada um tem seus próprios críticos e admiradores. Francisco é claramente um simpatizante de ambos: no aniversário da morte de João Paulo neste ano, Francisco rezou junto aos túmulos dos dois, o que foi visto como uma indicação de que ele vê uma grande continuidade pessoal e espiritual neles. Fonte: Associated Press.

O relatório dos oito cardeais nomeados há cinco meses pelo papa Francisco para ajudá-lo no governo da Igreja vai além da reforma da Cúria Romana, a administração do Vaticano. Ele deve abordar temas como o ecumenismo, o papel da mulher na Igreja e questões da vida cotidiana dos fiéis, em um cenário de mudança que se assemelha ao que antecedeu à reunião do Concílio Vaticano II.

O cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, coordenador do G-8, como está sendo chamada a comissão, informou ao bispo de Jales (SP), d. Demétrio Valentini, que chegaram a suas mãos mais de 500 páginas com sugestões enviadas por bispos, teólogos e leigos de todos os continentes.

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Francisco se reunirá com o G-8 de terça a quinta-feira, para analisar as propostas. A reunião tem caráter consultivo, pois todas as decisões serão tomadas pelo papa. É apenas o início de um trabalho que se prolongará por alguns anos, à semelhança do que ocorreu na instalação do Concílio Vaticano II, quando o papa João XXIII pediu socorro ao episcopado e a consultores para a proposição de temas a serem discutidos. Lançada a ideia de uma reunião ecumênica, em 1959, era necessário organizar uma pauta para a renovação da Igreja. O Vaticano II durou três anos, de 1962 a 1965, após três anos de preparação. João XXIII morreu em junho de 1963, após a primeira sessão. Seu sucessor, Paulo VI, levou o projeto adiante.

Alguns dos principais temas do Vaticano II deverão ser retomados, acrescentando-se várias inovações às questões que revolucionaram a Igreja, 50 anos atrás. Sobressaem o papel dos bispos na condução das dioceses, a colegialidade entre o episcopado mundial e o papa, o ecumenismo e o diálogo com outras religiões, a formação do clero, a valorização da participação da mulher na pastoral e na administração da Igreja, assim como uma nova visão em relação a itens cruciais na vida cotidiana. Propõe-se também que as conferências episcopais participem da eleição do papa.

"A reaproximação com os ortodoxos está mais que madura para se chegar à unidade dos cristãos", afirmou d. Demétrio, registrando os grandes passos dados nos últimos anos na discussão teológica que se estendeu também aos protestantes, especialmente aos luteranos e anglicanos. Em seus primeiros seis meses de pontificado, o papa incentivou também o diálogo com judeus e muçulmanos, em defesa de valores comuns às três religiões monoteístas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (José Maria Mayrink)

O papa emérito Bento XVI deixou de lado sua silenciosa presença dentro dos muros do Vaticano para escrever uma carta a um dos ateus mais conhecidos da Itália. Na missiva, Bento XVI defende sua criticada trajetória na condução dos casos de abusos de menores cometidos por sacerdotes e aborda temas que vão da evolução à teologia e à imagem de Jesus Cristo.

Alguns parágrafos da carta foram publicados na edição de hoje do jornal La Repubblica, o mesmo que há duas semanas publicou uma carta similar do papa Francisco ao diretor ateu do periódico.

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As cartas indicam que Francisco e Bento XVI, que habitam lados opostos dos jardins vaticanos, estão em campanha para atrair os descrentes. Os textos mostram que o papa e o papa emérito têm a mesma opinião sobre determinados assuntos e alimentam especulações de que estejam trabalhando em conjunto.

Enquanto a carta de Francisco foi endereçada ao diretor do jornal, a de Bento XVI teve como destinatário o matemático Piergiorgio Odifreddi, outro conhecido ateu italiano.

Apesar de o teor das duas cartas ser muito parecido, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, alegou tratar-se de "coincidência" e negou que tenha havido colaboração. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco condenou nesta sexta-feira o aborto como um sintoma da "cultura do jogar fora" e encorajou médicos católicos a se recusarem a realizar o procedimento.

Francisco deu uma forte mensagem antiaborto e citou ensinamentos do Vaticano sobre a necessidade de defender os bebês por nascer, durante audiência com ginecologistas católicos.

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As declarações foram feitas um dia depois da publicação de uma matéria na qual o papa acusou a obsessão da igreja com "regras mesquinha", que afastam os fiéis. Na entrevista, que provocou reações na igreja, Francisco pediu a seus pastores que se concentrem em ser misericordiosos em vez de insistir apenas em questões fortes como aborto, casamento gay e contracepção.

Mesmo antes mesmo de a entrevista ter sido publicada, alguns conservadores haviam expressado seu desapontamento com o fato de Francisco não ter reafirmado as regras da igreja a respeito desses assuntos.

Francisco explicou suas razões para ter feito isso na entrevista à ao jornal jesuíta La Civiltà Cattolica, dizendo que os ensinamentos da igreja sobre tais questões são bem conhecidos, que ele os apoia, mas não sente necessidade de repeti-los constantemente.

Mas ele os repetiu nesta sexta-feira. Em suas declarações, Francisco condenou a "cultura do jogar fora" que justifica a eliminação de vidas e disse que os médicos em particular foram forçados a situações que consideram "desrespeitosas à vida".

"Cada criança que não nasce, mas é injustamente condenada a ser abortada, tem a face de Jesus Cristo, a face de Deus", disse ele.

Ele pediu aos ginecologistas que sigam suas consciências e ajudem a trazer vidas ao mundo. "As coisas têm um preço e podem estar em liquidação, mas as pessoas têm dignidade, que não tem preço, e vale mais do que coisas", declarou o papa.

Os comentários de Francisco à Civiltà Cattolica não alteraram os ensinamentos da igreja, mas representaram uma mudança radical no tom usado e um profundo contraste com as prioridades se seus dois antecessores imediatos.

Fonte: Associated Press.

O papa Francisco advertiu, nesta quinta-feira (19), que a estrutura moral da igreja católica pode "cair como um castelo de cartas" se não equilibrar suas regras divisionistas sobre aborto, gays e contracepção com a necessidade maior de torná-la um lugar misericordioso e mais acolhedor para todos.

Após seis meses de papado, Francisco falou sobre sua opinião sobre a igreja e suas prioridades como papa em uma entrevista longa e extremamente franca à La Civiltà Cattolica, revista italiana jesuíta, que foi publicada simultaneamente nesta quinta-feira em jornais jesuítas em 16 países. Na matéria, Francisco amplia seus comentários inovadores sobre gays e reconhece alguns de seus próprios erros. Ele falou sobre seus compositores, artistas, autores e filmes favoritos (Mozart, Caravaggio, Dostoiévski e "La Strada", de Fellini) e disse que reza mesmo quando está no consultório do dentista.

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Mas sua opinião sobre o que a igreja deve ser destaca-se, principalmente, porque contrasta fortemente com muitas das prioridades de seus antecessores imediatos, João Paulo II e Bento XVI, que eram intelectuais, para quem a doutrina era suprema, uma orientação que guiou a seleção de uma geração de bispos e cardeais em todo o mundo.

Francisco disse que o ensino dogmático e moral da igreja não são equivalentes. "O ministério pastoral da igreja não pode ser obcecado com a transmissão de uma série incoerente de doutrinas a serem impostas insistentemente", disse o papa. "Temos de encontrar um novo equilíbrio, caso contrário até mesmo o edifício moral da igreja deve cair como um castelo de cartas, perdendo a frescura e a fragrância do Evangelho."

Em vez disso, afirmou, a igreja católica deve ser como "um hospital de campo após a batalha", cuidando das feridas de seus fiéis e saindo para encontrar os que foram machucados, excluídos ou que se afastaram. "É inútil perguntar a uma pessoa seriamente ferida se ela tem colesterol alto ou seu nível de açúcar no sangue!", disse Francisco. "Você tem de cuidar de suas feridas, depois podemos falar sobre o restante."

"Algumas vezes a igreja se fecha em pequenas coisas, em regras mesquinhas", lamentou ele. "A coisa mais importante é a primeira proclamação: Jesus Cristo nos salvou e os ministros da igreja devem se ministros da misericórdia, acima de tudo." Francisco, o primeiro jesuíta a se tornar papa, foi entrevistado pelo editor da Civiltà Cattolica, reverendo Antonio Spadaro, durante três dias de agosto no hotel do Vaticano onde Francisco escolheu viver. O Vaticano examina todo o conteúdo da publicação e o papa aprovou a versão em italiano da matéria. Fonte: Associated Press.

O recém-nomeado secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, considerou, em entrevista ao jornal El Universal, que o celibato "não é um dogma da Igreja", mas um preceito que pode ser "discutido".

O celibato "não é um dogma da Igreja e pode ser discutido porque é uma tradição eclesiástica", declarou Parolin, ao admitir que este debate é um "desafio" para o Papa Francisco, que o designou em 31 de agosto ao posto de número 2 da Igreja.

"O esforço que a Igreja fez para instituir o celibato eclesiástico deve ser considerado. Não se pode dizer, simplesmente, que pertence ao passado. É um grande desafio para o Papa (...) e todas essas decisões devem ser assumidas como uma forma de unir a Igreja, não de dividi-la", acrescentou na entrevista publicada no domingo.

"É preciso levar em conta o momento de se adotar decisões, os critérios (a vontade de Deus, história da Igreja), assim como a abertura aos sinais dos tempos", opinou o próximo secretário de Estado, que assumirá sua funções em 15 de outubro em substituição ao polêmico Tarcisio Bertone.

Parolin, nascido na região de Véneto (nordeste da Itália), também considerou que as mudanças no Vaticano, como as promovidas pelo Papa, podem ser alcançadas com um "espirito democrático" e "uma condução colegiada da Igreja onde todas as instâncias podem se expressar".

"Sempre foi dito que a Igreja não é uma democracia. Mas é bom, atualmente, que haja um espírito mais democrático no sentido de escutar atentamente, e creio que o Papa tem feito disso um dos objetivos de seu pontificado".

Desde a eleição em março de Francisco, uma ampla reforma da Cúria -governo do Vaticano- está em andamento. O Papa nomeou várias comissões encarregadas de tratar das mudanças nesta instituição e da lavagem de dinheiro do Vaticano. As grandes linhas da reforma da Cúria serão anunciadas no início de outubro.

Parolin, de 58 anos, era núncio da Venezuela desde agosto de 2009. Sua gestão foi marcada pelas tensões entre o episcopado venezuelano e o governo de Hugo Chávez, morto em março.

Centenas de pessoas atenderam ao pedido do Papa Francisco e lotaram a Praça São Pedro para uma vigília de quatro horas a favor da paz na Síria.

Acredita-se que está é uma das maiores concentrações no Ocidente contra a proposta de ação militar na Síria feita pelos EUA em resposta ao uso de armas químicas em um ataque em 21 de agosto próximo a Damasco.

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Bandeiras com a inscrição "paz" coloriram a praça onde líderes religiosos de vários grupos cristãos e não cristãos se juntaram aos cardeais, políticos e pessoas comuns para uma tarde de orações, hinos e meditações presididas pelo Papa.

O pedido do Papa Francisco por um dia de jejum e orações pela paz na Síria no próximo sábado recebeu adesões além da Igreja Católica, tanto no mundo muçulmano quanto entre não-crentes, indicou nesta terça-feira o Vaticano.

"Queremos que em nossa sociedade, desgarrada por divisões e conflitos, exploda a paz", afirmou Francisco em um novo tweet difundido nesta terça.

O grande mufti Ahmad Badreddin Asun, chefe do Islã sunita da Síria, recebeu favoravelmente o pedido do Papa e incentivou os fieis muçulmanos a atender ao pedido de Francisco, indicou nesta terça-feira a imprensa italiana.

Ahmad Badreddin Asun pensa, inclusive, em viajar ao Vaticano, apesar de sua presença no sábado, na Praça de São Pedro ser pouco provável.

O pedido papal também obteve a inesperada adesão da ministra italiana das Relações Exteriores, Emma Bonino, uma ateia convicta e membro do Partido Radical italiano, conhecido por sua luta a favor do divórcio e do aborto.

"A não-violência está em meu DNA e jamais rejeito uma iniciativa não-violenta", declarou Bonino.

Por sua parte, o ministro da Defesa, Mario Mauro, católico conservador, declarou que queria participar no ato de jejum.

Importantes movimentos católicos como Focolari e Sant'Egidio, muito comprometidos nas negociações de paz em vários continentes, informaram seu total apoio à iniciativa de Francisco.

O papa Francisco pediu no domingo passado a todo o mundo uma jornada de jejum e de oração pela paz na Síria, em um gesto simbólico que lembra o apelo feito pelo papa João Paulo II após os atentados de 11 de setembro de 2001.

O dia 7 de setembro será uma jornada de "oração e de jejum", para a qual o Papa convidou todos os cristãos a participarem, assim como os fiéis de outros credos e, inclusive, aqueles que não têm uma religião.

Em um apelo lançado diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro para assistir à oração do Ângelus, Francisco condenou firmemente o uso de armas químicas na Síria, mas reiterou sua oposição a qualquer intervenção armada.

"Um grito se eleva com força... é o grito da paz", "nunca mais a guerra", afirmou o Papa, retomando a célebre frase pronunciada por Paulo VI na ONU em 1964, em plena guerra do Vietnã.

"Condeno firmemente o uso de armas químicas. Ainda tenho gravadas na memória e no coração as terríveis imagens dos últimos dias", disse o papa argentino.

Reiterando sua firme oposição a qualquer intervenção armada na Síria, o Papa pediu "com todas as suas forças" que as partes em conflito na Síria "sigam com valentia o caminho da negociação".

Francisco exortou também a comunidade internacional "a fazer todos os esforços para promover sem hesitações as iniciativas de paz" na Síria.

O Papa Francisco nomeou neste sábado (31) o veterano diplomata do Vaticano Pietro Parolin como seu secretário de Estado, substituindo o poderoso cardeal Tarcisio Bertone na função. O italiano ocupará agora a posição considerada "número 2" na cúpula da Igreja, dando continuidade ao movimento de reforma que o pontífice está promovendo na Cúria Romana.

"O Santo Padre aceitou a renúncia de Sua Eminência o Cardeal Tarcisio Bertone", disse o Vaticano, em comunicado, acrescentando, no entanto, que Bertone foi convidado a permanecer em seu posto até 15 de outubro.

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Com 58 anos, Parolin é visto como relativamente jovem para o posto, e especialistas dizem que ele pode dar maior visibilidade à Igreja no cenário mundial. Até então, ele era enviado do Vaticano à Venezuela, e também trabalhava para reforçar os laços com a China. Antes, ele já havia sido enviado no México e na Nigéria, e trabalhou com questões sensíveis da Igreja, incluindo as relações diplomáticas com Israel.

O Papa Francisco tem tomado decisões-chave acerca da Secretaria do Estado, especialmente acerca da administração da Igreja Católica Romana, nos últimos meses. É tradicional para os novos papas substituir os funcionários do alto escalão da Igreja nomeados por seu antecessor. Bertone também já estava acima da idade usual de aposentadoria dos veteranos da Igreja, que é 75 anos. Fonte: Dow Jones Newswires. (AE)

O diálogo e a negociação são a única opção para fazer a Síria sair da crise, segundo o papa Francisco e o rei da Jordânia, Abdullah II, informou nesta quinta-feira o Vaticano em um comunicado.

"O caminho do diálogo e da negociação entre os componentes da sociedade síria, com o apoio da comunidade internacional, é a única opção para por fim ao conflito", afirma o comunicado vaticano após Francisco receber o rei da Jordânia.

A onda de violência que abala o Egito colocou o Papa Francisco e o Vaticano em uma situação constrangedora, já que, embora a hierarquia peça constantemente o diálogo e a reconciliação, no país árabe os cristãos coptas não escondem seu apoio à repressão. A grave situação no Egito está se transformando em uma pedra no sapato para o Papa, devido à ameaça representada pelo crescente extremismo muçulmano nesta região.

O patriarca da pequena comunidade católica copta do Egito, Ibrahim Isaac Sidrak, manifestou na segunda-feira o seu apoio "forte, consciente e livre" à polícia e às forças armadas de seu país "por seus esforços para proteger o Egito", enquanto o Vaticano denunciou a repressão do governo.

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Os coptas, que representam entre 6% e 10% da população egípcia, participaram ativamente do movimento popular que causou a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi pelo Exército.

O clero copta também apoiou a destituição de Mursi. "Não se trata de um conflito político entre diferentes setores, mas da luta dos egípcios contra o terrorismo", disse o patriarca de Alexandria.

A chegada em março de Francisco ao trono de Pedro foi bem recebida pelos muçulmanos e eliminou a tensão que reinava com Bento XVI. Desde então, o Papa tem pedido respeito mútuo entre cristãos e muçulmanos, promovendo a reconciliação, e chegando a implorar que o Egito rejeitasse qualquer tipo de violência em nome da religião.

O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, resumiu na segunda-feira a posição da Santa Sé.

"O renascimento do Egito deve acontecer a partir do respeito recíproco de todas as religiões. Não se pode fazer uso da força, da violência, do terrorismo ou do poder militar para resolver questões relativas à fé", disse ele.

Não deixa de surpreender que a declaração combine na mesma frase as palavras "terrorismo islâmico" e "poder militar", embora os cristãos egípcios considerem os militares como seus protetores. A igreja católica copta é alvo de ataques da Irmandade Muçulmana, e seus fiéis acusam os partidários de Mursi da destruição de cerca de 58 igrejas e instituições cristãs.

O padre Rafic Greiche, porta-voz do episcopado católico egípcio, espera que o Vaticano estabeleça um diálogo entre os Estados Unidos e a Europa para esclarecer que o Egito está conduzindo uma guerra contra o terrorismo.

Em declarações à agência I-Media, o padre pediu que as Nações Unidas e o Conselho Europeu evitem tomar medidas contra o novo governo. "Como cristãos, nós preferimos que o Ocidente não intervenha. Para a Irmandade Muçulmana, uma intervenção estrangeira justificaria a volta de Mursi", comentou.

Para a Santa Sé, é importante manter a sua presença no país, depois do êxodo de católicos registrado no Iraque e na Síria. Há 250.000 coptas católicos no Egito, enquanto os coptas ortodoxos são entre 6 e 7 milhões.

O Papa Francisco reforçou nesta quinta-feira a vigilância das operações financeiras do Vaticano, como parte da cooperação com o comitê de especialistas europeus Moneyval, que luta contra a lavagem de dinheiro. Francisco reforçou por "motu proprio" (decreto papal) as funções da Autoridade Financeira de Informação (AIF), criada em 2010 pelo Papa Bento XVI.

A iniciativa supõe uma continuação das medidas já aprovadas em termos de prevenção e luta contra atividades ilegais no setor financeiro e monetário pelo papa anterior, Bento XVI, em 30 de dezembro de 2010. Através do decreto, o papa aprova a introdução de muitas medidas e estabelece que as leis que se aplicam ao Estado Vaticano se estendem a seus ministérios, organismos e instituições que dependem da Santa Sé, assim como a organizações não lucrativas da Igreja, como, por exemplo, a Caritas.

A AIF também se converte em um organismo de "avaliação e aprovação" de atividades que impliquem movimentos financeiros, uma resposta ao pedido feito pelo Moneyval, o órgão do Conselho da Europa para a luta contra a lavagem de dinheiro, indicou em um comunicado o Vaticano.

Essas medidas respondem ao pedido feito pelo Moneyval, o órgão do Conselho da Europa para a Luta contra a Lavagem de Dinheiro, indica o Vaticano em um comunicado. O Moneyval reconheceu que a Santa Sé percorreu "um longo caminho em muito pouco tempo" em termos de luta contra a lavagem de capitais.

"Desejo renovar o compromisso da Santa Sé em adotar os princípios e executar os instrumentos jurídicos desenvolvidos pela comunidade internacional, adequando ainda mais a ordem institucional tendo como fim a prevenção e a luta contra a lavagem, o financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa", escreve o pontífice argentino no documento.

Com o documento papal, se cria o "comitê de segurança financeira" com o objetivo de coordenar as atividades da Santa Sé em matéria de prevenção e luta contra a lavagem, acrescenta a nota.

O "motu propio", estipulado em agosto, demonstra a vontade do papa Francisco de limpar as finanças do Vaticano, cujo banco esteve envolvido por anos em operações obscuras de lavagem de dinheiro e corrupção. "Trata-se de um instrumento que oferece a garantia de que se seguirá o caminho iniciado. No mundo atual tenta-se resistir diante de formas cada vez mais sofisticadas de criminalidade financeira. Temos que enfrentar os desafios para a proteção da legalidade, não ficarmos para trás", explicou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

"A promoção do desenvolvimento humano integral sobre o plano material e moral requer uma profunda reflexão sobre a vocação dos setores econômicos e financeiros e sobre sua correspondência como fim último da realização do bem comum", afirma ainda o Papa. "Por este motivo - prossegue -, a Santa Sé, em conformidade com sua natureza e missão, participa nos esforços da comunidade internacional destinados à proteção e à promoção da integridade, estabilidade e transparência dos setores econômicos e financeiros e a prevenção e a luta contra as atividades delituosas", acrescenta.

Em 11 de julho passado, o papa Francisco aprovou com outro "motu proprio" uma reforma do código penal do Vaticano que reforça as sanções contra a corrupção e a lavagem de dinheiro e as ajusta aos parâmetros internacionais.

As novas normas, que entrarão em vigor em 1º de setembro, são aplicadas a todos os membros da Cúria, assim como a todo o pessoal diplomático e a todos os funcionários de organismos e de instituições vinculadas à Santa Sé. Antes de aplicar a reforma prevista para o Banco Vaticano, o Papa nomeou uma comissão de investigação para examinar o caso.

Francisco, eleito Papa em março, se comprometeu em realizar uma reforma profunda das instituições vaticanas. Em abril, designou um grupo de oito cardeais para que o aconselhem e estudem um projeto de reforma da Cúria Romana, o governo central, e, em junho, ordenou uma comissão de investigação para renovar o controvertido Banco do Vaticano.

O Papa Francisco reforçou nesta quinta-feira a vigilância das operações financeiras do Vaticano, como parte da cooperação com o comitê de especialistas europeus Moneyval, que luta contra a lavagem de dinheiro.

Francisco reforçou por "motu proprio" (decreto papal) as funções da Autoridade Financeira de Informação (AIF), criada em 2010 pelo Papa Bento XVI.

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Através do decreto, o papa aprova a introdução de muitas medidas e estabelece que as leis que se aplicam ao Estado Vaticano se estendem aos seus ministérios, organismos e instituições que dependem da Santa Sé, assim como a organizações não lucrativas da Igreja, como, por exemplo, a Caritas.

A AIF também se converte em um organismo de "avaliação e aprovação" de atividades que impliquem movimentos financeiros, uma resposta ao pedido feito pelo Moneyval, o órgão do Conselho da Europa para a luta contra a lavagem de dinheiro, indicou em um comunicado o Vaticano.

Foi criado um "comitê de segurança financeira" com o objetivo de coordenar as atividades da Santa Sé em matéria de prevenção e luta contra a lavagem, acrescenta a nota.

O "motu propio", estipulado em agosto, demonstra a vontade do papa Francisco de limpar as finanças do Vaticano, cujo banco esteve envolvido por anos em operações obscuras de lavagem de dinheiro e corrupção.

"Trata-se de um instrumento que oferece a garantia de que se seguirá o caminho iniciado. No mundo atual tenta-se resistir diante de formas cada vez mais sofisticadas de criminalidade financeira. Temos que enfrentar os desafios para a proteção da legalidade, não ficarmos para trás", explicou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

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