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A Igreja católica latino-americana permanece "viva e dinâmica" ante uma paralisia na Europa e, por isto, oferece uma grande contribuição ao novo papado, afirmou neste domingo o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).

"A Igreja na América Latina vive um momento muito especial, de entusiasmo missionário muito grande, que vai ao encontro das pessoas, nas periferias das cidades, em nossas comunidades", disse Damasceno à AFP.

A Igreja latino-americana está levando um "suplemento de vida" à Igreja na Europa, "que vive um processo de secularização muito forte e sofre uma crise de vocações religiosas", completou.

Damasceno, de 75 anos, que viajará na segunda-feira a Roma, onde permanecerá até a eleição de um novo Papa, é um dos 118 cardeais que integram a lista de possíveis sucessores de Bento XVI.

A lista inclui cinco brasileiros.

O presidente da CNBB considera "fundamental" que o novo papa seja uma pessoa "com experiência pastoral, aberto ao diálogo com o mundo contemporâneo e sensível aos problemas sociais" que o planeta enfrenta hoje.

A origem ou idade do novo pontífice não devem ser critérios definitivos.

"A Igreja latino-americana terá sua influência, mas não significa que terá que ser um papa de origem latino-americana ou caribenha", disse.

Dois cardeais italianos, um austríaco e um canadense aparecem com quase unanimidade na lista dos papáveis. São o arcebispo de Milão, Angelo Scola, de 71 anos; o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Gianfranco Ravasi, de 70; o arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, de 68; e o prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, de 68. Essa relação é especulação de especialistas que buscam o perfil ideal do próximo líder da Igreja.

Os cinco cardeais brasileiros que participarão do conclave não falam em nomes, mas trocam informações para as reuniões que terão com outros eleitores em Roma. E aguardam novidades que o papa pode introduzir no mecanismo do conclave, o motu próprio (documento de iniciativa própria), que deverá publicar antes do dia 28.

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Se Bento XVI apontar um nome, sua sugestão terá peso enorme, sobretudo entre os 67 cardeais que nomeou. Se o papa tem um preferido, deve ser o cardeal Scola, arcebispo de Milão, a segunda arquidiocese mais importante, depois de Roma. Nomeado patriarca de Veneza em 2002, foi inesperadamente transferido para Milão, em 2011.

"Scola é ligado ao movimento Comunhão e Libertação e, por isso, teria o apoio de Bento XVI, que em 1985, quando era o cardeal Ratzinger, disse que os movimentos apostólicos estavam salvando a Igreja", observou o teólogo e historiador padre José Oscar Beozzo. Scola tem perfil conservador e poderá ser eleito se os cardeais quiserem a continuidade da linha de Bento XVI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Deus me pediu para dedicar-me à oração e à meditação", afirmou neste domingo o Papa Beto XVI para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para sua última oração do Angelus como pontífice, mas ele explicou que não abandonará a Igreja.

"Neste momento de minha vida sinto que a palavra de Deus está dirigida a mim. O Senhor me chama a subir ao monte, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação", disse um emocionado pontífice diante de 100.000 pessoas, que o interromperam várias vezes com aplausos e gritos de "obrigado".

"Se Deus me pede isto é justamente para que possa continuar servindo à Igreja com a mesma dedicação e amor como qual tenho feito até agora, mas de uma maneira mais adequada a minha idade e a minhas forças", explicou o Papa alemão, que em abril completará 86 anos.

O Papa, que deixará o pontificado em 28 de fevereiro, um gesto inédito na história recente da Igreja, recebeu o carinho da multidão reunida na praça, que exibia cartazes e faixas, incluindo uma escrita em italiano: "Querido Papa, vai fazer falta".

O Angelus foi pronunciado da sacada de seu aposento privado no palácio apostólico, como é comum nos meses de verão, pois no inverno costuma acontece na sala Paulo VI, que tem capacidade para 10.000 pessoas.

Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mais de 100.000 pessoas compareceram à Praça de São Pedro, nada comparável com a multidão registrada por João Paulo II nos meses anteriores a sua morte em abril de 2005.

Como é habitual durante a saudação dominical, o Papa falou em vários idiomas para agradecer aos peregrinos, incluindo em português.

"Estaremos sempre perto", concluiu o pontífice.

"Vim para manifestar meu apoio e pedir a bênção", contou o seminarista brasileiro João Paulo, de 26 anos.

Centenas de voluntários ajudaram os peregrinos e turistas que compareceram à audiência histórica, que também coincide com um dia de eleições legislativas vitais na Itália.

Na quarta-feira, 27 de fevereiro, o pontífice presidirá a última audiência geral, que também acontecerá na Praça de São Pedro, um dia antes de sua renúncia.

Bento XVI partirá em 28 de fevereiro de helicóptero para Castelgandolfo, a 30 km de Roma, às 17H00 e às 20H00 (16H00 de Brasília) a renúncia ao papado será efetiva, explicou Lombardi.

Todos os atos do Papa previstos para depois de 28 de fevereiro foram anulados.

Mas a despedida está sendo acidentada. Nos últimos dias, a imprensa italiana divulgou escândalos e comportamentos pouco éticos na Cúria Romana que abalaram os quase oito anos de pontificado de Bento XVI.

Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama, o Papa decidiu renunciar depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento, eles descreve lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.

Ao contrário do habitual, o Vaticano reagiu no sábado com firmeza e criticou as "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa. Também afirmou que esta é uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.

Segundo a imprensa, o relatório foi entregue ao Papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "Vatileaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice e que acabou com a condenação do mordomo de Bento XVI, que acabou perdoado posteriormente pelo pontífice alemão.

O Vaticano iniciou neste sábado uma verdadeira contraofensiva para rebater "informações falsas", "boatos" e "calúnias" publicadas pela imprensa sobre uma trama de corrupção, tráfico de influências e sexo na Cúria Romana, que seriam uma manobra para "condicionar" o Conclave que escolherá o novo Papa.

"Se no passado eram as chamadas potências, ou seja os Estados, que queriam condicionar a eleição do Papa, hoje se trata de envolver a opinião pública", lamenta em um comunicado pouco comum a Secretaria de Estado.

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"Através dos séculos, os cardeais tiveram que enfrentar múltiplas pressões na hora de eleger o pontífice por parte de diferentes poderes, enfrentando lógicas de tipo político e mundano", completa a nota da instituição vaticana presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone.

Atualmente, "tenta-se alterar a opinião pública por meio de argumentos e avaliações que não percebem o sentir espiritual que a Igreja está vivendo", completa a nota.

"É deplorável que ao aproximar-se o início do Conclave (...) se multiplique a divulgação de notícias não verificadas nem verificáveis e inclusive falsas, que causam graves dano a pessoas e instituições", ressalta o comunicado.

Poucas horas antes, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay", denunciado pelo jornal La Repubblica, uma das publicações de maior tiragem no país.

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico Lombardi, em um editorial divulgado pela Rádio Vaticano.

"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou com tom indignado.

As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, importantes publicações da Itália, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas por conta do homossexualismo.

A contraofensiva do Vaticano coincide com a conclusão por parte do Papa Bento XVI da semana de retiro espiritual iniciada em 17 de fevereiro.

Para um grupo de cardeais, o Papa prometeu "a proximidade espiritual" após a formalização de sua renúncia, no dia 28 de fevereiro.

Com termos muito religiosos, o pontífice refletiu sobre "o maligno" e fez uma advertência sobre os "males deste mundo, o sofrimento e a corrupção".

A saída do Papa gerou reações em todo o mundo, em particular na Itália, onde começam a chegar os cardeais de todos os continentes que participarão em março na eleição do novo pontífice.

Segundo o La Repubblica e a Panorama, o relatório foi entregue ao Papa em dezembro e havia sido encomendado pelo chefe da Igreja Católica após a explosão do escândalo "Vatileaks", o vazamento de cartas e documentos confidenciais do pontífice.

O porta-voz do Vaticano rebateu neste sábado (23) "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay" publicadas na imprensa.

"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico Lombardi, em uma entrevista a Rádio Vaticano.

"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou.

Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano, publicadas esta semana pela imprensa italiana, ofusca o conclave para a eleição de um novo Papa.

As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.

No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.

O papa Bento XVI pode criar um decreto dizendo que o conclave – reunião que define quem ocupará o lugar do papa – terá que ser antecipado, informou o Vaticano. Bento XVI deixará o cargo no dia 28 de fevereiro por motivos de saúde. A duração dessa reunião de escolha tem um mínimo de 15 e o máximo de 20 dias e contará com a participação de 116 Cardeais, que ficarão hospedados no Vaticano a partir do dia 1º de março.

Essa é a primeira vez em 700 anos que um Papa renuncia ao cargo. As justificativas usadas por Bento XVI foram de que sua saúde não é mais a mesma. O médico pessoal do pontífice também não aprovava viagens de avião, por serem desgastantes demais. Essas informações só foram dadas agora por causa de um acordo feito entre o Vaticano o jornalista Marco Tosatti, que prometeu não dizer nada enquanto o Santo Padre ainda ocupasse esse posto.

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O Papa Bento XVI designou como bispo auxiliar de Curitiba o padre José Mário Angonese, indicou nesta quarta-feira a assessoria de imprensa do Vaticano.

Angonese, de 52 anos e nascido em Unistalda, Uruguaiana (Rio Grande do Sul), é graduado em Filosofia e Teologia no Seminário Maior de Viamão (Porto Alegre) e se especializou em psicopedagogia.

Recebeu a ordenação como sacerdote em 1989 e foi pároco da igreja da Santíssima Trinidade de Nova Palma (2002-2010). Desde 2011 é reitor do Seminário Maior de São João Maria Vianney.

Depois de sua histórica renúncia em 11 de fevereiro, que ficará efetiva a partir o dia 28, o Sumo Pontífice vem designando bispos em todo mundo, entre eles vários latino-americanos.

O processo de eleição do sucessor do papa Bento XVI pode ser antecipado, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. O conclave – quando os 117 cardeais se reúnem para a eleição do futuro papa – pode começar antes do período de 15 a 20 março, se todos os religiosos tiverem chegado ao Vaticano. De acordo com Lombardi, a antecipação está prevista na Constituição e na sua interpretação.

O processo de eleição do papa segue um rito que não tem prazo definido para ser concluído. A aprovação do nome do sucessor deve contar com o apoio de dois terços dos eleitores presentes. Ao ocorrer consenso, há uma fumaça branca divulgando que o nome do papa foi escolhido.

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"O papa [Bento XVI] olha para a eleição de um sucessor que tenha, como ele disse, vigor no corpo e no ânimo e uma personalidade que possa enfrentar os desafios do nosso tempo no modo adequado, o que ele sentia mais difícil com o passar do tempo e com o diminuir das forças", ressaltou o porta-voz.

No próximo dia 28, Bento XVI renuncia. A partir desta data ele ficará, por dois meses, na residência pontifícia de Castel Gandolfo. Em seguida, ele viverá no mosteiro de clausura, no Vaticano, que está sendo reformado. Segundo o porta-voz, a decisão de viver no local é para estar perto da Basílica de São Pedro. “[Por motivos de caráter] logístico organizativo, de comunhão, de apoio de continuidade espiritual com o seu sucessor", disse.

Ao longo desta semana, o papa ficará em retiro espiritual. O período acaba no dia 23. Segundo o porta-voz, três meditações diárias do cardeal Gianfranco Ravasi, que serão divulgada pela Rádio Vaticano. No próximo dia 27, Bento XVI tem uma audiência geral com 35 mil pessoas. A estimativa é que esse número aumente.

O papa Bento XVI busca ter "mais calma para sua velhice" com sua renúncia no fim deste mês, disse seu irmão Georg em uma entrevista publicada neste domingo (17) pelo jornal espanhol ABC. "Ele já não tem as forças. Está em um processo natural de envelhecimento, no qual eu também estou", declarou Georg Ratzinger, de 89 anos, sobre seu irmão, de 85, na entrevista publicada pelo ABC.

"Meu irmão deseja mais calma para sua velhice. É que, com a idade, as forças vão se perdendo. É uma decisão benéfica para a Igreja", explicou na entrevista, concedida por telefone a partir de sua casa em Regensburg, no sul da Alemanha. "Além disso, teve que enfrentar tarefas difíceis para as quais fez tudo o que pôde. É uma decisão que simplesmente ocorreu. É o curso da vida e ninguém se livra dele".

"Eu espero que ele seja lembrado como um Papa que se empenhou com todas as suas forças para aprofundar e ampliar a fé da Igreja", acrescentou.

O pontífice surpreendeu o mundo ao anunciar na última segunda-feira (11) que renunciará ao papado no dia 28 de fevereiro.

O papa Bento XVI convocou a Igreja e todos os seus membros a se "renovarem" e "se reorientarem em direção a Deus, rejeitando o orgulho e o egoísmo", neste domingo (17) durante seu penúltimo Ângelus antes de sua renúncia, prevista para 28 de fevereiro.

"A Igreja convoca todos os seus membros a se renovarem (...), o que envolve uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal quer nos desviar do caminho em direção a Deus", declarou o Papa a partir do balcão do Palácio Apostólico, diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

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O Vaticano informou hoje (16) que vários cardeais cogitaram a possibilidade de antecipar para o início de março a data para um conclave para eleger o novo papa, que sucederá o Papa Bento XVI, que renunciou.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi - que antes havia dito que o conclave provavelmente ocorreria no dia 15 de março ou logo após esta data, uma vez que o Papa renuncia no dia 28 de fevereiro - disse que o tema tem sido discutido por vários cardeais no últimos dias.

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O conclave reunirá 117 cardeais eleitores do mundo todo, que precisarão obter dois terços da maioria dos votos para eleger o novo papa, durante encontro a portas fechadas na Capela Sistina.

Lombardi disse ainda que assim que renunciar oficialmente, Bento XVI irá ficar na residência papal de verão no Castelo Gandolfo, perto de Roma, por cerca de dois meses, antes de então ir morar num ex-monastério no Vaticano. "Esperamos quie ele fique lá (no castelo) até o final de abril, início de Maio, enquanto a nova residência está sendo renovada", disse o porta-voz. As informações são da Dow Jones.

O Papa Bento XVI, que renunciará no próximo 28 de fevereiro, aprovou nesta sexta-feira a designação do alemão Ernst von Freyber como novo presidente do Banco Vaticano, o controverso Instituto de Obras de Religião (IOR). Esta é a última nomeação para um cargo-chave a menos de duas semanas do fim de seu pontificado.

"O Papa manifestou seu pleno consentimento à designação de Von Freyber", precisou nesta sexta-feira seu porta-voz, o jesuíta Federico Lombardi.

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A comissão de cardeais, que supervisiona as atividades do IOR, entrevistou mais de 40 executivos com a ajuda de uma agência internacional independente.

O novo presidente do Banco Vaticano é um advogado nascido em 1958, membro da Ordem de Malta. Ele sucederá ao italiano Ettore Gotti Tedeschi, demitido em maio de 2012, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Nos últimos meses o Banco Vaticano foi o centro de tensões na Santa Sé, culminando no chamado 'Vatileaks', que vazou cartas e documentos internos do Papa à imprensa.

Segundo a imprensa italiana, a nomeação de Von Freyber, formado em direito nas Universidades de Berlim e Munique, não agrada a toda a hierarquia da Igreja.

"O Papa não o conhece pessoalmente e não interveio nas eleições", assegurou seu porta-voz, tentando resolver a polêmica. "Em todas as instituições existem opiniões diferentes", acrescentou Lombardi, minimizando o que a imprensa tem chamado de "batalha interna" dentro do Vaticano.

-- Investigação por lavagem de dinheiro --

Em 2010, a justiça italiana abriu uma investigação judicial contra os dirigentes do Banco Vaticano por violar as leis italianas sobre lavagem de dinheiro.

Para alguns observadores, a nomeação chega num momento delicado, em que os católicos foram pegos de surpresa pela decisão histórica de Bento XVI de afastar-se do trono de Pedro.

O IOR tem um patrimônio estimado em 5 bilhões de euros, distribuídos em 34.000 contas correntes. Só podem trabalhar no banco os membros do clero, das ordens religiosas, os diplomatas e os assistentes do pontífice. Entre seus clientes figuram 1.660 bispos, 2.700 congregações, 2.000 diplomatas e 1.610 freiras.

Em julho passado, a comissão européia encarregada de supervisionar o respeito às regras de combate contra a lavagem de dinheiro disse que o IOR "avançou muito em pouco tempo, mas que ainda há muito trabalho a ser feito".

A Igreja católica viverá nas próximas semanas um período de transição antes do conclave que designará um novo Papa, um processo que a Cúria Romana enfrenta com normalidade, apesar da evidente desorientação do Vaticano face à renúncia histórica de Bento XVI.

Nesta sexta-feira, o Papa recebeu no Vaticano o presidente da Romênia, Traian Basescu, e no sábado se despedirá simbolicamente da América Latina ao receber o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, último governante da região a se encontrar com o pontífice alemão antes de sua renúncia.

Benedito XVI também receberá no sábado o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, e o presidente da república italiana, Giorgio Napolitano.

Em uma de suas últimas medidas no cargo, o papa Bento XVI nomeou o alemão Ernst Von Freyberg como o novo presidente do Banco do Vaticano, uma instituição financeira cheia de segredos que está sob forte pressão de reguladores internacionais para melhorar suas ações de transparência.

O Vaticano comunicou a indicação de Von Freyberg, um advogado que integra a Ordem Soberana e Militar de Malta, ordem cavalheiresca que nasceu na Idade Média.

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A decisão encerra uma busca que já durava sete meses e contou com a ajuda de uma agência internacional de recrutamento, informou um porta-voz do Vaticano. O ex-presidente do Instituto para Obras de Religião (IOR), como o banco também é conhecido, Ettore Gotti Tedeschi, deixou o cargo em maio após um voto de desconfiança do conselho da instituição.

A restauração da confiança pública a respeito de como o Vaticano cuida de suas finanças se tornou uma das principais prioridades dos funcionários da Santa Sé durante uma investigação contínua, de dois anos, feita por promotores italianos sobre se o Banco do Vaticano violou leis sobre lavagem de dinheiro da Itália, acusação negada pelo Vaticano.

O reverendo Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse que Von Freyberg fora indicado pela comissão de cardeais do banco, que segundo ele "estiveram sempre unidos e de acordo com suas medidas".

O cardeal Jose Saraiva Martins disse em entrevista à televisão que o fato de a presidência estar vaga era "um problema urgente". "Ao fazer a nomeação, podemos evitar que coisas falsas sejam ditas", afirmou ele. "Se há problemas no IOR, elas precisam ser resolvidas o mais rápido possível." As informações são da Dow Jones.

O papa Bento XVI garantiu na quinta-feira que, ao renunciar no dia 28, vai se "esconder do mundo", em um sinal de que poderá passar seus últimos anos de vida recluso em um monastério. Entre vaticanistas e mesmo entre os cardeais, porém, cresce o temor de que a presença de dois papas no Vaticano crie uma situação difícil, seja durante o conclave seja na gestão da Igreja nos próximos anos.

"Mesmo me retirando, vou estar sempre perto de vocês na oração e vocês estarão perto de mim, ainda que eu vá estar escondido do mundo", declarou o papa na quinta-feira (14), em um encontro com padres em Roma.

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O Vaticano tem se empenhado em passar a mensagem de que a renúncia é algo previsto dentro das leis e não há porque se preocupar com a existência de dois papas vivendo no minúsculo Estado do Vaticano, com apenas algumas centenas de moradores. "O papa é alguém muito discreto", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Monarquia absolutista, o Vaticano segue de alguma forma o mesmo modelo que outros Estados. O problema é que, quando reis renunciam, deixam o cargo a herdeiros de seu próprio sangue. No caso do papa, não.

Alguns cardeais se dizem "desconfortáveis" com a "sombra" do papa que renunciou ao pontificado. Outra fonte de suspeita é seu secretário pessoal, Georg Gänswein, que mantém o título de prefeito do gabinete do papa, mas acompanhará Joseph Ratzinger em sua aposentadoria. Surgiu a especulação de que ele poderá atuar como intermediário com aliados.

Entre os vaticanistas, a constatação é de que o período de 600 anos sem uma renúncia não ocorreu por acaso. Outros papas já chegaram a cogitar a possibilidade de renunciar, mas foram orientados pelos especialistas legais do Vaticano a não tomar esse caminho. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O papa Bento XVI bateu a cabeça durante sua visita ao México, em março de 2012, informou o Vaticano nesta quinta-feira, embora tenha afirmado que o acidente não tenha tido papel "relevante" na renúncia do pontífice.

Trata-se da mais recente revelação sobre a saúde do papa feita pela Santa Sé, desde o anúncio da renúncia do papa, e aumenta as perguntas a respeito da gravidade do estado de saúde de Bento XVI.

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Na terça-feira, o Vaticano informou, pela primeira vez, que o papa usa um marca-passo, cujas baterias foram substituídas três meses atrás.

O jornal italiano La Stampa publicou nesta quinta-feira que Bento XVI bateu sua cabeça e sofreu um sangramento quando saiu da cama, no meio da noite, num quarto desconhecido, na cidade de León, no México.

O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, confirmou a ocorrência do incidente, mas afirmou que "não foi relevante para a viagem, que não a afetou, nem a decisão" de renunciar.

O jornal L'Osservatore Romano, do Vaticano, publicou no início desta semana que Bento XVI decidiu renunciar após a visita que fez ao México e a Cuba, que foi fisicamente extenuante para o pontífice, de 85 anos. As informações são da Asociated Press.

O papa Bento XVI denunciou nesta quarta-feira (13) a "hipocrisia religiosa" e as "atitudes que buscam os aplausos e a aprovação" na missa de Quarta-Feira de Cinzas, a última de seu pontificado antes de sua renúncia definitiva, no dia 28 de fevereiro.

Vestindo uma casula violeta, o Papa entrou na Basílica de São Pedro com um semblante cansado enquanto os cardeais e bispos cantavam "Ora pro Nobis" (Orai por nós).

"A qualidade e a verdade da relação com Deus é o que certifica a autenticidade de todos os sinais religiosos", disse Bento XVI antes de denunciar a "hipocrisia religiosa, o comportamento dos que querem aparentar, as atitudes que buscam os aplausos e a aprovação".

O Papa anunciou na segunda-feira que renunciará no dia 28 de fevereiro por motivos de saúde. Nesta quarta-feira, em sua primeira aparição pública após o anúncio, justificou sua decisão "pelo bem da Igreja".

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que gostaria de enviar seu "apreço e orações" ao Papa Bento XVI, que renunciará no fim deste mês devido à deterioração da sua saúde.

"Michelle e eu nos lembramos com carinho da nossa reunião com o Papa em 2009 e eu tenho muito apreço por nosso trabalho juntos nesses últimos quatro anos", afirmou Obama, em comunicado. "A Igreja tem um papel crucial nos Estados Unidos e no mundo e eu desejo o melhor àqueles que se reunirão em breve para escolher o sucessor do Papa Bento XVI." As informações são da Dow Jones.

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O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11) que renunciará a seu ministério em 28 de fevereiro, durante um discurso pronunciado em latim e traduzido em seguida para sete idiomas pela secretaria de imprensa do Vaticano.

A seguir a transcrição do discurso do Papa:

Caríssimos irmãos,

Convoquei-vos a este Consistório não apenas para as três causas de canonização, mas também para comunicá-los uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino.

Estou muito consciente de que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser executado não apenas com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando. No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para governar a barca de são Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que hei de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.

Por isto, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de forma que, a partir 28 de fevereiro de 2013, às 20.00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos irmãos, dou graças de coração por todo o amor e o trabalho com que tens levado junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora, confiamos a Igreja ao cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Santa Mãe, que assista com sua materna bondade aos Pais Cardeais ao eleger o novo Sumo Pontífice. No que me diz respeito, também no futuro, gostaria de servir de todo coração a Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.

Vaticano, 10 de fevereiro 2013.

BENEDICTUS PP. XVI

[Texto original: Latim

A renúncia do Papa Bento XVI desperta, de imediato, especulações sobre quem será o próximo "sucessor do apóstolo Pedro", líder da Igreja Católica Apostólica Romana. Nas discussões informais em Roma, quem encabeça a lista dos papáveis atualmente é o cardeal italiano Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália. A lista dos nomes considerados traz ainda outros representantes da Europa, Canadá, Estados Unidos e também da América Latina - entre eles, o brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

Embora não existam pré-requisitos oficiais para ser um "papabile" ("papável"), há mais de 600 anos eles elegem entre si o novo Papa. Atualmente, existem 119 cardeais eleitores, isto é, com menos de 80 anos e que podem votar. Durante o período de transição, quem administra a Igreja é o colégio de cardeais, especialmente na figura do "camerlengo", o responsável pelos bens da Cidade do Vaticano. Trata-se do Secretário de Estado, o "número dois" do Vaticano, atualmente o cardeal italiano Tarciso Bertone.

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Pela proximidade com o Papa, Bertone é um dos candidatos naturais para suceder Bento XVI, embora neste momento não seja o favorito. Sua função envolve grande autoridade política e diplomática e, por isso, ele conhece bem o funcionamento do Vaticano.

O favorito Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália, é especialista em antropologia teológica e muito alinhado a Bento XVI, o que é visto como uma qualidade. Ambos são pensadores católicos. Scola é mais extrovertido e carismático do que Ratzinger. É muito aclamado em Milão e, portanto, está acostumado com multidões.

Seus fãs dizem que Scola mistura a autoconfiança de João Paulo II com a intelectualidade de Bento XVI. Ele tem 71 anos, idade que lhe confere ampla experiência como religioso, bispo e administrador, sinalizando que seu pontificado duraria até 20 anos - seria mais longo do que o de Bento XVI, Papa por apenas sete anos. Porém, é justamente a idade que pode tirar votos de Scola: alguns cardeais querem um papado mais longo.

Há também outros italianos entre os favoritos, como o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, de 70 anos, um intelectual renomado em diversas áreas, como teologia, arte, ciências e filosofia.

Mas a vivência internacional que falta para Ravasi sobra para o cardeal canadense Marc Ouellet, de 68 anos, prefeito da Congregação para os Bispos e um discípulo intelectual de Bento XVI. Embora seja canadense, já viveu também na Áustria, na Alemanha e na Colômbia, o que é visto como uma grande qualidade para o papado. Se eleito, ele será o primeiro Papa das Américas.

Brasileiros

O brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, não é considerado um favorito, mas sua eleição tampouco seria uma surpresa. Scherer lidera a mais importante arquidiocese do Brasil - país com maior número de católicos - e uma das maiores da América Latina. Isso atribui a ele grande visibilidade e experiência pastoral. O cardeal brasileiro também tem ampla vivência em Roma, onde trabalhou e estudou por sete anos. Com 63 anos, seria esperado do eventual Papa brasileiro um longo pontificado.

Entre os papáveis não europeus, há ainda pelo menos três latino-americanos: além do brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, figuram um argentino e um hondurenho. Outros nomes estão na lista dos papáveis, mas com menor probabilidade de eleição.

Aspectos

Segundo observadores do Vaticano - jornalistas, religiosos, acadêmicos e diplomatas - entre os papáveis há cardeais que ocupam cargos importantes na cúria romana e outros mais afastados, mas a escolha sempre pode surpreender. O cardeal Joseph Ratzinger era um papável e, de fato, se tornou Bento XVI. Mas seu antecessor, João Paulo II, era um jovem desconhecido, cujo nome, Karol Wojtyla, os cardeais mal sabiam pronunciar.

De qualquer forma, o perfil do Papa eleito deve sinalizar qual é o rumo que os cardeais pretendem dar à Igreja Católica nos próximos anos. Eles devem avaliar ao menos cinco aspectos principais na escolha do novo pontífice: idade, que ajuda a estimar quanto tempo deve durar o pontificado; experiência pastoral e fidelidade ao ensinamento teológico da Igreja; experiência como governante ou administrativa - ter sido bispo de uma grande diocese pode ser uma qualidade; experiência política, para mediar conflitos e se relacionar com autoridades de outros países; carisma, pois o Papa precisa lidar com multidões e saber se comunicar.

A renúncia do Papa Bento XVI resulta em uma sequência complexa de eventos para a eleição do novo líder da Igreja Católica Romana. As leis que governam a escolha são as mesmas de quando um Papa morre e o procedimento segue o mesmo ritual.

Primeiro o Vaticano convoca um conclave de cardiais que deve começar de 15 a 20 dias após a renúncia de Bento XVI, em 28 de fevereiro. Os cardeais elegíveis a votar, os que estão com menos de 80 anos, são mantidos dentro do Vaticano e fazem um juramento de manter segredo sobre o que ocorrerá durante a eleição.

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Duas votações são feitas a cada manhã e duas a cada tarde na Capela Sistina. Para que um papa seja eleito é necessário a maioria de dois terços. Em 2007, Bento retomou essa regra da maioria de dois terços, invertendo uma decisão do Papa João Paulo II, que decretou que a maioria simples poderia ser invocada após 12 dias de voto inconclusivo.

Os votos são queimados após cada rodada. A fumaça negra que sai da chaminé significa que não houve decisão. Já a fumaça branca é indício de que os cardeais escolheram o novo Papa e que ele aceitou. O toque dos sinos também sinaliza a eleição de um novo Papa e ajudam a evitar uma possível confusão em relação à cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina.

O novo Papa é apresentado na arcada da Praça de São Pedro com as palavras "Habemus Papam!", em latim (Temos papa!) e o escolhido concede sua primeira bênção.

As informações são da Associated Press.

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