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Em uma última tentativa de aprovar novas regras para as eleições de 2018, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) enxugou o projeto da reforma política e apresentou um texto ao plenário da Câmara nesta segunda-feira, 2, de apenas 14 páginas. A última versão divulgada tinha 49 laudas.

Pelo acordo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta costurar, o plenário vai tentar votar nesta terça-feira, 3, tanto o projeto que cria o fundo público que veio do Senado quanto essa versão mais enxuta do relatório do deputado petista.

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A proposta de Maia é que os deputados votem o texto do Senado na íntegra, com a garantia de que o presidente Michel Temer vetará pontos que não agradou à Câmara, como a forma de distribuição do fundo entre os partidos e a permissão para que os recursos do Fundo Partidário sejam usados apenas nas eleições majoritárias.

Na semana passada, Maia já tentou selar esse mesmo acordo, mas não obteve sucesso. Nesta segunda, partidos como o PR, PRB e Podemos continuaram apresentando resistência a essa ideia e não descartam obstruir a votação nesta terça-feira.

Para que as novas regras valham para as eleições de 2018, elas têm de ser aprovadas pelo Congresso esta semana e serem sancionadas até o dia 7 de outubro.

Relatório. O texto apresentado por Vicente nesta segunda traz regras para regulamentar o fundo do projeto do Senado, como uma nova forma de distribuir os recursos entre os partidos.

O relator também manteve no texto os limites de gastos para as campanhas. Um candidato a presidente da República, por exemplo, poderá gastar no máximo R$ 70 milhões. Em 2014, a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff custou R$ 350 milhões e do senador Aécio Neves, que também concorreu à Presidência, R$ 216,8 milhões.

Pelo texto de Vicente, uma campanha de governador vai poder custar, no máximo, R$ 21 milhões; a de senador, R$ 5,6 milhões; a de deputado federal, R$ 2,5 milhões; e a de deputado estadual, R$ 1 milhão.

O projeto também estabelece um teto de doações de pessoas físicas, que não poderão ultrapassar 10% do rendimento bruto do doador, limitado a dez salários mínimos para cada cargo em disputa. Na prática, em 2018, uma pessoa vai poder doar, no máximo, cerca de R$ 50 mil.

A proposta traz ainda regras para o chamado "autofinanciamento". Quem concorrer a cargo majoritário poderá utilizar recursos próprios em sua campanha até o limite R$ 200 mil; já o candidato ao cargo de deputado (federal ou estadual) poderá doar até 7% do limite de gastos determinado para cada campanha.

O relator também manteve regras que beneficiam os partidos, como a permissão para parcelar em até 60 vezes o pagamento das multas e ter um desconto de até 90% se o pagamento for feito a vista.

Vicente, no entanto, retirou temas polêmicos do texto, como a proibição de divulgar pesquisas eleitorais na semana da eleição e a chamada habilitação prévia de candidaturas.

A comissão especial da reforma política da Câmara aprovou, por 25 votos a 8, o texto apresentado pelo relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que prevê, entre outras coisas, a criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para financiamento de campanha.

A expectativa, no entanto, é que o texto seja bastante alterado. Ao todo, 20 destaques (sugestões de mudanças) serão analisados. O PMDB, por exemplo, vai propor a adoção do sistema eleitoral chamado "distritão" em 2018, modelo pelo qual os candidatos mais votados são eleitos para o Legislativo.

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O texto do relator mantém o atual sistema para as próximas eleições e institui o distrital misto a partir de 2022, sistema pelo qual metade das vagas é preenchida por lista fechada e a outra, pelo voto direto nos candidatos.

O relatório do deputado petista também propõe a extinção do cargo de vice, da figura do suplente de senador e o estabelecimento de mandato de dez anos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas propostas, no entanto, devem ser derrubadas pela comissão.

Antes da votação, Vicente Cândido fez um apelo para que o seu trabalho não fosse desperdiçado e que os deputados considerassem algumas das propostas do texto.

No fim da tarde, o relator recuou e tirou do texto a medida que estenderia aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo a prerrogativa do presidente da República de não ser investigado por atos cometidos antes de assumir o mandato.

Duas comissões da Câmara fazem hoje nova tentativa de votar a reforma política. A Comissão Especial sobre Tempo e Coincidência de Mandatos (PEC 77/03) reúne-se às 12h; e a Comissão Especial da Reforma Política (que discute várias proposições) às 15h. Ambas devem discutir e votar os pareceres apresentados pelo relator, deputado Vicente Candido (PT-SP).

A primeira comissão deve analisar mudanças na Constituição. O texto de Candido traz as regras gerais para para viabilizar o financiamento público das campanhas eleitorais – o Fundo de Financiamento da Democracia (FFD) –, e propõe o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, além da extinção do cargo de vice.

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Entre as sugestões de Candido, a que enfrenta o maior número de críticas é a criação do fundo público, que deve contar com R$ 3,5 bilhões para as eleições de 2018, e cerca de R$ 2 bilhões para as eleições seguintes, Desde 2015, o financiamento empresarial está proibido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A proposta estabelece ainda o sistema distrital misto como regra para as eleições de deputados federais, estaduais, distritais e vereadores, a partir de 2022. Por esse sistema, metade dos cargos do Legislativo é eleita com base em listas elaboradas pelos partidos e a outra metade entre os candidatos mais votados no distrito.

Regras para os gastos

A outra comissão especial discutirá relatório com regras para o financiamento de campanhas, como o teto de gastos, e o sistema eleitoral – com normas de transição para as eleições de 2018. O texto parcial foi apresentado maio, e em julho, Cândido apresentou uma complementação de voto nova versão do seu relatório.

A complementação de voto estabelece, por exemplo, que nas campanhas dos candidatos às eleições de deputado federal em 2018, o limite de gastos previsto é de R$ 2,2 milhões. O relator acredita na aprovação do texto para que as regras possam valer para 2018.

Na versão mais recente desse parecer, Candido também antecipou para 2022 a adoção do sistema eleitoral misto. A primeira versão do relatório, apresentado em maio, previa esse sistema apenas a partir de 2026. 

Para as eleições de 2018 e 2020, a proposta define a lista pré-ordenada pelos partidos. Conforme o relator, a Justiça Eleitoral afirmou não ser possível dividir o País em distritos já para as eleições do ano que vem.

Essas mesma comissão já aprovou dois outros relatórios, com regras sobre mecanismos de democracia direta, e a unificação para seis meses dos prazos de desincompatibilização para quem quer concorrer a cargos públicos. Esse terceiro relatório trata das regras eleitorais, do sistema eleitoral e do financiamento de campanhas.

A partir desta terça-feira (8), os deputados retomam a discussão em torno da reforma política que tramita na Câmara e podem votar mudanças no sistema eleitoral brasileiro. Uma das propostas que compõem o conjunto da reforma prevê a adoção do sistema de voto distrital misto a partir das eleições proporcionais de 2020.

A mudança faz parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que está sendo analisada por uma comissão especial e pode ser votada em reunião convocada para esta terça pelos membros do colegiado. Antes que a PEC siga para plenário, os deputados devem avaliar o parecer elaborado pelo relator Vicente Cândido (PT-SP) sobre a proposta.

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De acordo com o parecer do relator, o voto distrital misto será adotado para a eleição dos cargos de deputados federal,  estadual e distrital e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. E o sistema de lista preordenada seria adotado nas cidades com mais de 200 mil eleitores.

O sistema distrital misto sugerido na PEC é parecido com o que é adotado na Alemanha, mas, segundo o deputado Cândido, foi adaptado à realidade brasileira para prevenir possíveis distorções. Na PEC, o relator combinou o sistema distrital com um mecanismo majoritário proporcional.

Por este sistema, o eleitor vota duas vezes: uma no partido de interesse e outra no candidato de seu distrito. Os votos recebidos pelo partido são contabilizados de forma proporcional e indicam o número de cadeiras a que tem direito. Os votos nos candidatos dos distritos é contabilizado de forma majoritária, considerando metade das cadeiras.

Segundo o substitutivo apresentado por Cândido, o resultado final é calculado a partir da combinação entre os dois resultados parciais, sendo garantida a eleição dos representantes mais votados nos distritos. Se ocorrer distorções no total de cadeiras atribuídas aos partidos, é vedado o acréscimo de lugares.

Em seu parecer, Cândido justifica que a escolha pelo voto distrital misto visa anular a possibilidade de eleição de candidatos com poucos votos, ocorrência frequente no sistema atual.

“Com o componente distrital do sistema proposto, não há espaço para tais ocorrências. Elege-se deputado, no distrito, aquele candidato que obtiver o maior número de votos. Sem transferência de votos. Fortalece-se a relação entre representantes e representados e freia-se as tendências fragmentárias típicas de sistemas unicamente proporcionais”, diz em seu parecer.

A PEC não detalha como deve ser a divisão dos distritos, tarefa que deverá ficar a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, nas eleições de 2018, a escolha para Deputados Federal, Estadual e Distrital ainda será pelo sistema proporcional de lista aberta.

Financiamento de campanha

A PEC também prevê que as campanhas eleitorais possam ser financiadas por recursos oriundos de um fundo público e de doações de pessoas físicas. Pela proposta, deve ser criado o Fundo Especial de Financiamento de Democracia, composto de recursos orçamentários. Em paralelo, continuará valendo o Fundo Partidário, que permanece com basicamente as mesmas regras de hoje.

O valor do fundo corresponde a 0,5% da receita corrente líquida. O total disponibilizado no fundo dependerá da receita fechada nos 12 meses encerrados em junho do ano anterior ao pleito. Em 2018, o montante é equivalente a R$ 3,6 bilhões, em valores de hoje. O fundo será administrado pelo TSE.

A PEC 77 inicialmente estabelecia ainda o fim da reeleição de cargos majoritários e a mudança na duração dos mandatos dos poderes Executivo e Legislativo, nos níveis federal, estadual e municipal, de quatro para cinco anos. A alteração visava garantir a coincidência ou simultaneidade das eleições majoritárias e proporcionais, mas o relator retomou o mandato de 4 anos em seu substitutivo.

Outro ponto de destaque da PEC 77 é a possibilidade de revogação popular de mandatos majoritários, o chamado “recall”, e o fim dos cargos de vice. Em caso de vacância da Presidência da República, ou impedimento temporário, o presidente da Câmara dos Deputados é chamado para o exercício, seguido do presidente do Senado e do Supremo Tribunal Federal.

A proposta também acaba com a vitaliciedade dos mandatos dos ministros do STF. O relator propõe o mandato de 10 anos para cargos do Judiciário ocupados por indicação política.

Projeto de lei ordinária

O deputado Vicente Cândido também é relator da comissão especial que trata de outras mudanças na legislação político-eleitoral. Nesta comissão, os deputados analisam um projeto de lei ordinária que altera a lei eleitoral, a lei dos partidos e o Código Eleitoral.

Um dos pontos de destaque do anteprojeto em discussão é a criação da fase de habilitação prévia das candidaturas. A ideia é antecipar o processo de registro dos candidatos para dar mais tempo para a Justiça Eleitoral julgar todas as candidaturas antes das datas do pleito. Nesse período de pré-registro o candidato pode ser atingido pela Lei da Ficha Limpa.

O projeto também estabelece os limites de gastos nas campanhas de acordo com os cargos em disputa. E limita as doações de pessoas físicas em dinheiro a 10% do rendimento bruto do doador no ano anterior à eleição, não podendo ultrapassar o valor de R$ 10 mil, além de prever o financiamento coletivo (o chamado crowdfunding).

O anteprojeto de Cândido também permite a veiculação de propaganda eleitoral paga na internet. Estas mudanças devem ser apreciadas amanhã (9) na comissão especial da reforma política.

Coligações partidárias

Uma terceira comissão especial também foi instalada no semestre passado na Câmara para emitir parecer sobre mudanças político eleitorais e deve avançar seus trabalhos esta semana. Esta comissão analisa a PEC 282/16, que veda as coligações nas eleições proporcionais, disciplina a autonomia dos partidos políticos e estabelece normas sobre fidelidade partidária e funcionamento parlamentar dos partidos políticos.

A relatora desta PEC é a deputada Sheridan Oliveira (PSDB-RR), que deve apresentar seu relatório na próxima quinta-feira (10).

A votação destas propostas nas comissões especiais estava prevista para ocorrer no final do semestre passado. Mas, a reforma política foi ofuscada por outras matérias na Câmara, em especial a PEC da Previdência e a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que deve se reunir hoje à noite com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o relator Vicente Cândido e lideranças partidárias para definir estratégias de votação da reforma.

Para que as mudanças possam valer nas eleições do ano que vem, Câmara e Senado devem aprovar as propostas até o dia 7 de outubro.

Em fevereiro do ano passado, os principais líderes sindicais do PT se reuniram em São Paulo para organizar a defesa política da presidente Dilma Rousseff e denunciar "o golpe" que, segundo eles, estaria sendo tramado por seu vice, Michel Temer. Apesar do clima exaltado, um dos oradores presentes, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) causou espanto ao pedir a palavra para defender a legalização dos cassinos no Brasil. Após a fala, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.

O episódio ilustra bem o perfil do petista escolhido por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, para assumir relatoria da reforma política. Há alguns dias, Cândido ganhou destaque no noticiário nacional após o Estado revelar que ele incluiu no projeto uma emenda que impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições. Ou seja: sob medida para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se articula para disputar o Planalto em 2018.

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"Lula nem sabia (da emenda). Ficou sabendo pelo Estado (jornal O Estado de S. Paulo) Não achei relevante", disse o deputado. Integrante do Campo Majoritário petista, Cândido, porém, é classificado pelos colegas do Congresso como alguém "pragmático" e "bem relacionado" com o campo governista. Em parte, um estranho no ninho petista. "Ele foi escolhido relator devido ao trânsito que tem com os partidos conservadores", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que foi companheiro de Cândido nos tempos que era do PT.

Cartola

Diretor de Relações Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cargo pelo qual recebe um salário de R$ 35 mil mensais (que se somam aos R$ 33,7 mil do salário de parlamentar), Cândido é também um dos líderes da chamada "bancada da bola".

Até o ano passado o petista era sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, em um escritório de advocacia. O dado curioso é que a sociedade começou em 2007, quando Cândido se formou em direito.

No mesmo ano ele foi nomeado vice-presidente regional do ABC na Federação Paulista de Futebol, então dirigida por Del Nero.

Em tempo: depois da graduação, o deputado fez uma pós em direito tributário no Instituto de Direito Público (IDP), onde foi orientando do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mas porque Del Nero convidaria um recém formado para ser seu sócio? "Fiz estágio antes. Eu já trabalhava com matéria tributária no Parlamento e tinha muita relação criada", afirmou o deputado à reportagem.

Segundo o petista, a sociedade com Del Nero terminou para que os negócios não fossem prejudicados. O presidente da CBF é investigado pelo FBI (equivalente à Polícia Federal dos Estados Unidos) por suspeita de receber propina em negociações envolvendo direitos de TV.

"O meu nome estar junto do dele nessa conjuntura política atrapalhava o escritório. Nossos nomes caíam em matérias sensíveis na mão de juízes. Não valia a pena. Sugeri que ele saísse também", disse. Procurado por meio de sua assessoria, Del Nero disse que não iria se manifestar.

O salto político de Cândido ocorreu em 2010, quando ele se elegeu deputado federal. Dois anos depois assumiu a relatoria da Lei Geral da Copa do Mundo no Brasil. Nessa função, assumiu a mediação envolvendo delicadas e tensas negociações para o torneio no País. Cândido, por exemplo, alterou o Estatuto do Torcedor para permitir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, como queria a Fifa. A partir daí, ampliou seu trânsito com parlamentares de diferentes agremiações partidárias.

Atualmente, o leque de atuação de Cândido na Câmara é amplo. Integra o "lobby" da legalização do jogo, protagoniza a defesa de anistia ao caixa 2 e foi um dos idealizadores da campanha de Maia à Presidência da Casa.

"A relatoria da reforma política foi um dos pontos que negociei com Rodrigo Maia para arrumar votos para ele no mandato tampão. Em troca, ele precisaria dar espaço para o bloco de oposição. Então ele deu relatoria para o PT e disse: ‘Vai você, que tem uma relação mais ampla’. No segundo turno arrumei uns 32 votos no PT para o Maia do total de 58", contou o petista. "Ele não foi escolhido por isso, mas de fato foi um dos primeiros deputados a defender meu nome. É meu amigo", disse Maia à reportagem.

Bens

O patrimônio declarado por Vicente Cândido à Justiça Eleitoral aumentou nove vezes nos últimos nove anos (já descontada a inflação do período). Em 2006, o então candidato a deputado federal declarou possuir pouco mais de R$ 170 mil.

O bem de maior valor, na ocasião, era um apartamento na Vila Andrade, que ele declarou por R$ 148 mil.

Quatro anos depois, seu patrimônio declarado já havia mais que triplicado nominalmente. Em 2010, Cândido declarou possuir R$ 522,9 mil em bens. Nesta declaração, ele informa um aumento do que dispunha em espécie: R$ 292,7 mil em contas correntes. Quatro anos antes havia declarado ter pouco mais de R$ 11 mil em espécie.

Na prestação de contas da campanha de 2014, o patrimônio declarado de Cândido saltou para R$ 2,12 milhões.

Racionais

Cândido já se arriscou como empreendedor. Foi dono de padaria na periferia de São Paulo, vendida recentemente. Aos 58 anos e nascido em Vargem Alegre, Minas Gerais, ele chegou à capital paulista em 1970, ainda criança.

Sua militância política começou nos grupos de juventude da Igreja Católica na Zona Sul de São Paulo. Durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1993), foi administrador regional do Campo Limpo e presidente do PT paulistano - sempre alinhado ao Campo Majoritário.

Na juventude, foi criado junto com os integrantes da banda Racionais Mc’s, que fizeram comícios para ele em 1994. No começo da carreira era um político radical, mas foi mudando de perfil. Hoje se orgulha de ser próximo de João Doria, prefeito de São Paulo (PSDB), do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, claro, de Lula. (Colaborou Marianna Holanda)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) afirmou que não há "grande preocupação" dele, do partido e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a eventual delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. O parlamentar disse ainda que esperava uma pena maior na sentença proferida hoje pelo juiz Sérgio Moro condenando Palocci a 12 anos e 2 meses de prisão.

"Eu não tenho percebido grandes precauções do partido e nem do presidente Lula, nas vezes que conversei com ele", disse o deputado após participar de um debate sobre reforma política na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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Moro condenou Antonio Palocci a 12 anos e 2 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Até achei que o Moro ia dar mais tempo de condenação para ele", comentou Cândido.

O parlamentar lamentou o uso das delações na investigações. "Infelizmente, o Supremo está endossando esta linha impensada, de delação usada como instrumento de coerção", afirmou.

Relator da comissão especial da reforma política na Câmara, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) vai defender um modelo de financiamento misto de campanha em que, na parte privada, haveria limites nominais e "mais modestos" de doação por parte de pessoas físicas e candidatos. A parte pública do financiamento viria de um "fundo eleitoral" abastecido apenas por recursos do Tesouro Nacional.

O petista vai propor que todas as pessoas físicas tenham um mesmo limite de doação. "Vamos deixar uma janela com um limite de R$ 3 mil, R$ 5 mil de doação igual para todos, independente de quanto ganham. O valor depois a gente negocia." Ele também defenderá um limite de autofinanciamento "mais modesto" para candidatos.

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Pela legislação atual, pessoas físicas só podem doar valor correspondente a até 10% de seus rendimentos brutos do ano anterior ao da eleição. Já candidatos podem doar recursos próprios até o teto de campanha permitido para a cidade em que concorre, estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Queremos trabalhar o abuso do poder econômico nas campanhas", afirmou o relator.

Cândido argumenta que o limite nominal vai equilibrar as campanhas, evitando discrepâncias nas doações. "Dez porcento de quem ganha R$ 5 milhões é diferente dos 10% de quem ganha R$ 5 mil", disse. No caso dos candidatos, o petista afirmou que o objetivo é evitar casos como o do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), que autofinanciou sua campanha com pelo menos R$ 2,9 milhões.

O relator também vai propor que o "fundo eleitoral" seja usado apenas para as campanhas, com a primeira dotação a partir de 2018, ano das próximas eleições. Ele disse ainda não ter opinião sobre a forma como o dinheiro será dividido entre as siglas. Pela proposta, o Fundo Partidário, também constituído por dotações da União, continuaria existindo, mas seria destinado apenas para a manutenção das legendas. Cândido quer propor ainda a regulamentação das prévias nos partidos para escolha de candidatos e o sistema de lista fechada para eleições proporcionais.

O novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Vicente Cândido (PT-SP), relatou que a prioridade em 2014 será cobrir lacunas na legislação que abrem brechas para interferência de outros Poderes no Congresso.

Segundo assessores do parlamentar, o foco será uma pauta mais objetiva para fortalecer o papel do Legislativo. Apesar do empenho do petista, alcançar a meta ambiciosa não será fácil porque até entre os parlamentares há divergências em relação a papéis e competências.

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Para começar a deliberar na próxima sessão, marcada para o dia 11, a CCJ precisa eleger os integrantes da Mesa. O segundo vice, Fábio Trad (PMDB-MS), foi eleito com Cândido no dia 26 de fevereiro.

Por pressão dos parlamentares, a pauta que já estava em andamento não pode ser deixada de lado. Por isso, o novo presidente da CCJ vai usar as primeiras reuniões para recuperar votações que não foram concluídas. A lista inclui, por exemplo, as propostas de emenda à Constituição (PECs) que tratam do Fundo Partidário e do Fundo de Participação de Municípios mesmo que os temas tenham tomado outros rumos.

Os recursos de campanhas, por exemplo, passou a ser tratado dentro da proposta de reforma política e a distribuição dos recursos municipais tem sido discutida nas propostas que tratam do Pacto Federativo.



A Oi divulgou nota neste sábado refutando as informações publicadas na última edição da revista "Veja" sobre suposto pagamento de propina pela companhia envolvendo o deputado Vicente Cândido (PT-SP).

Segundo a revista, Cândido teria procurado um conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Marcelo Bechara, oferecendo pagamento para que multas bilionárias da Oi fossem aliviadas ou perdoadas. A revista publicou declarações de Bechara relatando o diálogo com a suposta oferta de propina.

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"A Oi refuta qualquer ilação de que haja atuação de terceiros em seu nome no âmbito da Anatel. A empresa desautoriza qualquer pessoa que tente atuar indevidamente em seu nome em atos que estejam em desacordo com a lei brasileira e princípios éticos".

A empresa diz ainda que Cândido "não tem mandato para falar em nome da Oi". "A companhia pauta suas relações pela transparência e somente executivos da companhia têm autorização para falar em nome da Oi".

A Oi também nega ter havido, no âmbito da Anatel, "qualquer proposta da empresa de transferência para a Telebrás de áreas de cobertura da Oi (Amazônia)", outro tema abordado pela reportagem.

Atendendo a um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) desistiu da candidatura à presidência estadual do PT. Após uma reunião encerrada nesta sexta-feira no Instituto Lula, em São Paulo, o parlamentar anunciou o apoio à candidatura do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, o qual deve ter um apoio de 70 a 80% do partido nas eleições do comando estadual, que ocorrerão em novembro. "O pedido de Lula pesa em qualquer processo e eu não estou decepcionado com a decisão", disse Vicente Cândido.

Segundo o atual presidente do PT de São Paulo, deputado estadual Edinho Silva, a decisão de Cândido abre caminho para que o "partido unificado" defina entre julho e agosto o nome do candidato à sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014. "A escolha unifica o partido e abre a possibilidade de iniciarmos também as conversar para as políticas de aliança para o próximo ano", declarou Edinho.

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