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Maria da Penha, 71 anos, farmacêutica que dá nome à lei que pune a violência doméstica, deu seu parecer sobre as mudanças sugeridas por parlamentares em uma entrevista ao site Compromisso e Atitude (http://www.compromissoeatitude.org.br). De início ela pensava que as alterações fossem colaborar com a aplicação da lei e não dificultar o acesso das vítimas à Justiça.

Segundo ela, se a proposta for aprovada do jeito que está, a lei vai ficar muito fragilizada. “O advogado de defesa pode alegar que a punição aplicada pelo policial é inconstitucional e o acusado acabar liberado”, declarou Maria da Penha. Ela defende que sejam adotadas políticas que ajudem a aplicar a lei e que sejam criados centros de referência em cidades mais afastadas dos grandes centros.

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O deputado autor do texto, Sergio Vidigal (PDT-ES), argumentou que o objetivo do projeto é acelerar as medidas protetivas e afastar os agressores das mulheres. De acordo com ele, “o advogado está mais perto da vítima que o juiz”. ONGs e o Poder Judiciário já se manifestaram contra a mudança na lei. Maria da Penha lutou por 19 anos para que seu agressor fosse punido. Após sofrer duas tentativas de homicídio, a farmacêutica conseguiu a aprovação de lei específica para tratar casos como o seu.

Um homem foi preso na última segunda-feira (16) em Águas Belas, Agreste de Pernambuco, após ameaçar a esposa de morte. No quintal da casa, havia uma cova que teria sido cavada pelo suspeito durante a manhã com a promessa de que enterraria sua esposa ali naquele mesmo dia. 

Ao receber a denúncia, os policiais se deslocaram ao local e encontraram o acusado na frente da residência com uma faca na cintura. No interior da casa, foram localizadas duas espingardas.

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Além da cova, havia dois pés de maconha no quintal. Os policiais arrancaram a plantação. O acusado foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Águas Belas. Além da ameaça, ele deve responder também por posse de arma de fogo e tráfico de drogas. 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgados pela Agência Brasil, existem 896 mil processos em tramitação na Justiça brasileira com a mesma temática: a violência contra a mulher. Entre os dias 21 e 25 de agosto, o CNJ fez uma espécie de mutirão para tentar diminuir o número de processos em espera. A iniciativa, intitulada “Semana da Paz em Casa” conseguiu expedir 19.706 decisões judiciais e 6.214 medidas protetivas, o que corresponde a menos de 5% da fila.

Em 2016, uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência. Entre as maiores de dezesseis anos, 40% sofreram assédio e, destas, 36% (20,4 milhões) ouviram algum tipo de comentário desrespeitoso enquanto andavam na rua. Outro dado mostra que 10,4% das brasileiras adultas (5,2 milhões) foram vítimas de assédio dentro do transporte público. Os dados são de uma pesquisa feita pelo Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Há dois anos, o CNJ publicou uma portaria com uma série de recomendações aos tribunais para acelerar o julgamento destes casos. Em agosto, a entidade também solicitou que os magistrados apliquem técnicas do que é chamado de Justiça restaurativa, que busca recuperar a relação entre vítima e agressor, um dos pontos polêmicos da resolução. A procuradora Deborah Duprat declarou em uma reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara dos Deputados que a medida “pretende neutralizar mais uma vez essa violência em prol da chamada unidade familiar, que é um histórico do patriarcado no Brasil”.

O número de mulheres que relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência passou de 18% para 29% nos últimos dois anos. O índice se mantinha entre 15% e 19% e deu um salto no último biênio. Os dados são do Instituto DataSenado, que realizou o levantamento em conjunto com o Observatório da Mulher Contra a Violência, que são dois órgãos vinculados ao Senado para elaboração de pesquisas e planos de ação.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse no plenário que é preciso uma pesquisa para saber o real motivo da mudança no cenário. “Nós não sabemos ainda se o que aconteceu foi o aumento da violência contra a mulher ou se elas estão se sentindo mais seguras para denunciar os abusos que sofrem”, disse a parlamentar.

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A pesquisa ouviu 1.116 mulheres em todo o território nacional e constatou que a violência doméstica foi o que mais aumentou entre as brasileiras. O índice passou de 56%, em 2015, para 71%, em 2017. As agressões físicas foram mencionadas por 67% das entrevistadas, sendo que destas, 74% negras e 57% brancas. Em 74% dos casos de violência contra a mulher o agressor era conhecido da vítima. Para 97% das mulheres que responderam à pesquisa, o agressor deve ser processado, independente de denúncia por parte da vítima.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) disse que é preciso votar projetos de lei que defendam os interesses da mulher. “Uma em cada três brasileiras sofreu, sofre ou sofrerá algum tipo de violência em sua vida, de acordo com uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Eu quero acreditar que o que mudou é que agora elas têm coragem de denunciar os agressores”.

A peça ‘A Receita’, do grupo O Poste Soluções Luminosas, está em cartaz, aos sábados, até o dia 26 de agosto no Espaço O Poste, localizado no bairro da Boa Vista, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 e são vendidos na bilheteria do espaço.

O espetáculo promove uma reflexão sobre a violência doméstica sofrida pelas mulheres negras. Em cena, a atriz Naná Sodré traz a cultura de matriz africana, através das expressões corporais e vocais, para denunciar a condição de uma mulher negra, casada, mãe e que vive uma relação de submissão ao marido.

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“Eu queria trazer à tona temas caros a esse universo, discutir o papel da mulher na sociedade e a violência que tantas de nós sofremos. Em Pernambuco, onde a cada dia cresce o número de mulheres assassinadas por seus companheiros, como em cada canto do Brasil e do mundo”, afirma Naná.

‘A Receita’ teve sua primeira temporada em 2014, resultado do trabalho da atriz em conjunto com Eugênio Barba e Júlia Varley, durante o VI Masters-in-Residence, ocorrido em Brasília no ano anterior.  A peça tem a direção e dramaturgia de Samuel Santos.

Serviço

A Receita

Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, Boa Vista, Recife)

Sábado (19 e 26)| 20 h

R$ 20 R$ 10

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou nesta segunda-feira (5) o empresário Lírio Parisotto a 1 ano de detenção em regime aberto, por agredir a modelo Luiza Brunet em maio de 2016.

A decisão é da juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcanti, da Vara Central de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A Justiça também determinou que Parisotto deve ficar sob vigilância pelo prazo de dois anos, além de prestar serviço à comunidade por 12 meses.

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O advogado de Luiza informou que a atriz está "feliz" com a decisão. Já a defesa do empresário informou que vai recorrer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plano do web designer César Augusto Lopes, morador de São José do Rio Preto, de levar uma vida simples e feliz ao lado da mulher, a ativista social Simone de Moura Facini Lopes, de 31 anos, e do filho Davi, de 11, foi cruelmente sabotado no dia 12 de março. Sua mulher foi morta com golpes de marreta, depois de ser amarrada à cama com correntes e cadeados e violentada sexualmente. O assassino confesso, o sitiante Francisco Lopes Ferreira, de 64 anos, era ajudado pela mulher, que o ensinava a ler e a escrever e o tratava de "vozinho".

O crime, que revoltou familiares, amigos e moradores da cidade, ainda causa muita repulsa ao viúvo. "Estou muito mal, não consigo ver as fotos dela, não consigo acompanhar o trabalho da polícia. Estou vivendo para o nosso filho. Sou pai e mãe dele, lavo, passo, cozinho, levo à escola. É o que me mantém vivo."

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Simone era a mais velha de quatro irmãos - três mulheres e um rapaz. Lopes conta que a família é evangélica e faz trabalhos sociais, ajudando as pessoas mais necessitadas. "Eu fiz várias ações com ela, até que ela conheceu aquele senhor."

Lopes não se conforma por não ter percebido o perigo. "Ela levava roupas e remédios para ele, cortava as unhas, passava pomada nas feridas. Só fazia bondade. No dia em que tudo aconteceu, ela tinha ido lá para fazer bolinhos de chuva. Com tudo isso, só posso dizer que ele não é humano, é um monstro. Sou cristão, mas quero que a Justiça seja dura com ele, espero que não saia vivo da prisão."

Presos

Simone foi achada seminua, acorrentada à cama. A marreta usada no crime foi entregue à polícia por um caseiro, que negou participação no crime. Ferreira estava foragido e acabou preso dez dias depois. Ele disse que amava a jovem, foi rejeitado por ela e, por isso, a matou. A polícia apontou Ferreira como autor do crime e o caseiro como cúmplice. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Eric Seba, decidiu exonerar o delegado Miguel Lucena do cargo de diretor de Comunicação da corporação, após ele atribuir às mães a responsabilidade de casos de estupro dentro de casa. Em umas de várias mensagens publicadas pela Coluna do Estadão online, Miguel Lucena diz que "crianças estão pagando muito caro por esse rodízio de padrastos em casa". A opinião "pessoal" foi emitida em um grupo institucional que tem cerca de 200 jornalistas da imprensa local.

As opiniões do diretor de Comunicação causaram revolta no grupo de WhatsApp. Em questão de segundos o comentário foi rebatido por várias jornalistas. O delegado continuou dizendo que as pessoas são da "turma do politicamente correto, essa praga que assola o mundo".

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Na sequência, diante da polêmica, Lucena ressaltou que não falava em nome da Polícia Civil, apenas emitia opinião "pessoal". "Não sou machista nem defendo bandido. Só acho que precisamos avançar nas discussões sobre as responsabilidades de todos com os rumos da sociedade", disse.

"A vítima é a criança. A mãe, às vezes, é corresponsável e cúmplice", escreveu Lucena. Questionado se realmente pensa que a culpa é da mulher, ele responde: "Depende. Se leva o primeiro que encontra no bar para dentro de casa, é".

Lucena ainda se defendeu, alegando que os jornalistas que acompanham o grupo estão "acostumados com hipocrisia". Após a discussão, o delegado deixou o grupo.

À Coluna, Lucena confirmou a conversa no grupo, disse que já escreveu artigos e até um livro sobre o tema: Os desembestados. A obra resume que a sociedade permissiva e supostamente libertária deixou para trás referências e princípios como "o medo, a vergonha e a culpa", considerados, por ele, os freios para não cometer crimes.

O caso que motivou os comentários de Miguel Lucena é uma investigação da 14.ª DP, que fica no centro do Gama, a 40 quilômetros do Plano Piloto. A mãe de uma criança de 11 anos registrou a ocorrência pela manhã, após a menina ter sido violentada pelo padrasto, de 32 anos. A polícia não sabe o paradeiro do suspeito.

Motivo

O diretor Eric Seba disse que, apesar de ter sido "uma opinião pessoal", Lucena deveria ter tomado mais cautela, uma vez que falava em um grupo institucional. "Preciso me preocupar com a marca da instituição", disse, ressaltando que considera "ofensiva" a opinião de Lucena. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) autorizou a ação e o ex-diretor deve será remanejado para outra unidade da Polícia Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dezembro de 2016. A sala da juíza Tatiane Moreira Lima, na Vara de Violência Doméstica do Butantã, na zona oeste, se transforma em uma pequena brinquedoteca, com direito a bexigas penduradas no teto e outros apetrechos. No colo da magistrada está M. J., de 10 anos, que tem no corpo as marcas das inúmeras agressões que sofreu. Por quatro anos seguidos, foi espancada e torturada pela própria mãe e pelo padrasto. Os castigos impostos a ela "por não deixar a casa limpinha" foram classificados pela juíza como brutais e incluíam, entre outras atrocidades, cortar a língua da menina e outras partes do corpo, inclusive o órgão genital, com alicate.

Na semana passada, a juíza condenou os acusados a penas rigorosas e incomuns no Judiciário paulista. A mãe da menina, Vanessa de Jesus Nascimento, pegou 48 anos de prisão, enquanto o padrasto, Adriano dos Santos, foi condenado a 33 anos, por crimes de redução à condição análoga à escravidão, lesão corporal gravíssima e tortura. A título de comparação, o casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabela, que morreu em 2008 após ser jogada do sexto andar de um prédio, foram condenados, respectivamente, a 31 e 26 anos de prisão. Vanessa e Santos vão cumprir a sentença em regime fechado.

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O casal está preso desde agosto do ano passado, quando o caso foi descoberto. Na ocasião, a menina fugiu de casa e o Conselho Tutelar da Lapa, na zona oeste, apresentou denúncia à Polícia Civil. O Estado acompanha as investigações desde o início e esteve na audiência de M. J.

A magistrada precisou de pouco mais de cinco minutos para conquistar a confiança da menina e fazer com que ela contasse detalhes do que passou. "A tia vai te dizer uma coisa: esta é a última vez que você vai falar sobre isso com alguém. Nunca mais você vai precisar relembrar essas coisas ruins que passou. Só se você quiser, tudo bem?", disse Tatiane. Após M. J. balançar a cabeça positivamente e dar um pequeno sorriso, o interrogatório começou.

Ela respondeu às perguntas da juíza com riqueza de detalhes. Segundo M. J., as agressões começaram aos 6 anos e pioraram nos últimos dois. O motivo era sempre o mesmo: desaprovação em relação ao trabalho doméstico. A mãe trabalhava à noite como recepcionista de boate e dormia durante o dia, e o padrasto era jardineiro em horário comercial. A garota era, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), "a encarregada" de limpar a casa, preparar comida e vestir os irmãos menores para a escola. E apanhava quando o casal não ficava satisfeito.

"Você apanhava muitas vezes por semana?", perguntou a juíza. "Apanhava todo dia, tia", respondeu a menina. Ela narrou que era obrigada a dormir em pé quando "a louça não ficava limpa". A mãe, disse a menina, amarrava os seus braços e suas pernas de modo que ela não conseguia se mexer. Outra vezes, dormia no chão e até fora de casa, onde chegou a presenciar ratos passando ao redor. Por várias vezes, ficou sem refeição.

O depoimento de M. J. à juíza durou pouco mais de uma hora. Quase no final, a garota contou que Vanessa não gostava que ela a chamasse de mãe. E que apanhava quando isso acontecia. "A minha mãe me batia porque eu chamava (ela) de mãe. Mas eu não sabia chamar de outra coisa. Ia chamar do que, tia?", afirmou M.J. O fato emocionou todos os presentes na audiência.

A menina contou que num certo dia não conseguiu colocar a capa no sofá e foi segurada pelo padrasto enquanto a mãe lhe arrancava três unhas da mão com um alicate de jardineiro. Na sequência, Vanessa furou a sola do pé da filha com a ferramenta. E a tortura continuou. Segundo depoimento, a mãe a amarrou com um fio e apertou com o alicate sua barriga várias vezes, causando ferimentos. Por último, os dois - segundo o MPE - se revezaram apertando o alicate na vagina de M.J.

Em outra ocasião, por achar que a filha havia deixado "areia na cama", Vanessa cortou a língua da menina com alicate e costurou com uma agulha. Em seguida, M.J. foi obrigada a limpar o sangue que espirrara na parede.

'Desumanização'. Em um dos trechos da sentença de 20 páginas, a magistrada afirmou que "casos como o presente mostram a verdadeira desumanização de dois seres, que se despem dos papéis de guardiões para encarnar os papéis de déspotas e tiranos, senhores da vida e da morte, da dor e do pavor de uma pobre criança indefesa. Diante do exposto, a condenação se mostra medida inafastável".

Segundo a promotora Ana Paola Ferrari Ambra, além dos depoimentos, os laudos periciais atestam a veracidade dos fatos contados por M.J. "Em 15 anos de Promotoria nunca havia acompanhado um caso tão cruel como este. O que mais machucou foi o fato de a filha apanhar porque chamava a mãe de mãe". Ana Paola não vai recorrer da sentença.

No processo, Vanessa e Santos negaram as acusações e afirmaram ser inocentes. Porém, um responsabilizou o outro de agredir a menina enquanto um deles estava trabalhando. Os advogados de defesa, Luis Cláudio Okono e Carolina Fernandes Ramos, vão recorrer da pena.

Homens acusados de praticar violência doméstica e familiar no Recife receberão atendimento de psicólogos e assistentes sociais. Na tarde da próxima terça-feira (21), será implementada a Central de Apoio às Medidas e Penas Alternativas (Ceapa) Especializada em Violência Doméstica e Familiar. A Ceapa realizará o trabalho dos Grupos Reflexivos de Educação e Responsabilização para os autores da violência.

O encaminhamento dos autores de violência doméstica no Recife será feito através de encaminhamento judicial. A medida fará parte das medidas protetivas aplicadas e não necessariamente é obrigatória, dependendo da decisão do magistrado. No atendimento, haverá três psicólogos, servidores do Tribunal e uma assistente social da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. 

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De acordo com a secretaria, as atividades dos grupos reflexivos têm o objetivo de trazer reflexões sobre temas como gênero, família, cultura e contexto social para desnaturar os padrões violentos. Os encontros contam com cerca de 10 participantes com frequência quinzenal e duração aproximada de duas horas.  

Segundo a gerente de Penas Alternativas e Integração Social, Raquel Brandão, o modelo já aplicado em Pernambuco. “A gente já executa esses grupos reflexivos desde 2013 em Garanhuns, Santa Cruz e Caruaru. O resultado tem sido muito bom. Eles geralmente se conscientizam. Fazemos pesquisa com algumas mulheres para saber se eles de fato mudaram o comportamento e eles não têm reincidido”, ela comenta. 

A inauguração da central especializada será às 14h30 da terça-feira. Ela funcionará na Rua Dom Manoel Pereira, nº 170, Santo Amaro, área central do Recife. 

A violência contra a mulher é uma das barreiras mais complexas que diversas mulheres passam todos os dias. Hoje, no Brasil, a violência faz uma nova vítima a cada 20 minutos, o que coloca o País como quinto colocado no quadro dos países no ranking de feminícidios.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice de morte de mulheres, no Brasil, por esse tipo de ocorrência, é de 4,8 em 100 mil mulheres. Dados da Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), apontam que cerca de 68 mil casos de violência, 67,63% aconteceram em um relacionamento heterossexual e em 41% dos casos, a relação tinha duração há mais de dez anos, e em 39,34%, a violência é diária.

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“As mulheres que sofrem este tipo de violência se tornam mais reclusas, isoladas socialmente, apresentam comportamento diferenciado na frente do agressor, demonstram tristeza ou comportamento depressivo, evitam convívio com familiares, começam a falar menos sobre sua vida cotidiana, especialmente sobre seu relacionamento, ausentam-se do trabalho ou sentem-se desmotivadas, de forma geral”, relata a psicóloga da Hapvida Saúde, Sarah Lopes.

De acordo com a psicóloga, geralmente o agressor percebe alguma dependência nas mulheres, seja ela emocional ou até mesmo financeira, e se aproveita disso para agir com a agressão.

“A maioria das agredidas sente-se sozinha e sem o apoio de alguém que represente segurança em sua vida ou é refém da crença machista de que é necessário suportar todo tipo de agressão, pois seria ‘merecedora’ da violência doméstica perpetrada pelo agressor. Por isso, a família deve, sem dúvida, apoiar a vítima sempre que necessário, deixar claro que os medos dela são infundados, quando o forem”, finaliza a psicóloga.

Após a polêmica acusação de violência contra a própria mulher grávida, o artista Victor, da dupla sertaneja 'Victor & Leo', que participa do programa The Voice Kids, pediu afastamento do reality show. A notícia foi ventilada, logo depois do ocorrido, mas só foi anunciada oficialmente, neste domingo (26), no início do programa.

Em depoimento gravado, quem falou sobre o assunto foi o apresentador André Marques, que ainda se posicionou em nome da emissora de televisão. Marques afirmou que a Rede Globo é contra e repudia todo tipo de violência e que vai acompanhar todo o processo. Além disso, ele reforçou que como o programa é gravado, Victor iria aparecer no reality show, porém o próprio já havia pedido afastamento.

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A Rússia aprovou hoje (27) um projeto de lei que elimina a responsabilidade criminal em caso de violência doméstica. Com 380 votos favoráveis e 3 contrários, em casos que não tiverem “agressão física grave” e menos de duas ocorrências no período de um ano, a classificação de crime não será aplicada. Antes desse projeto, os casos de violência doméstica eram punidos com multa equivalente a R$ 1.500 ou 15 dias de prisão.

Em uma declaração feita na TV Russa, o líder do partido Rússia Unida, Andrei Isayev, afirmou que a aprovação serve para corrigir um erro cometido no passado, em referência à decisão da Suprema Corte que foi quem determinou que a violência doméstica era crime. Uma pesquisa feita no país este mês, determinou que 19% dos russos acreditam que “é aceitável bater na esposa, no marido ou nos filhos”.

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A cultura russa impede as autoridades de agir em casos de violência doméstica. Policiais acreditam que intervir em problemas familiares seria “perda de tempo” e não ajudaria a solucionar os casos. Em 2016, a legisladora Yelena Mizulina disse que considerar violência doméstica crime tiraria a autoridade dos país e seria uma medida “anti-família”.

Foram 23 anos juntos. Com oito meses de casamento veio a primeira agressão. Três, quatro a cinco surras por ano. “Apanhava do nada”, diz Lindaci Maria dos Santos, 51 anos, divorciada. 

A família não dava apoio. A mãe dizia “foi você que procurou”. “Eu ficava fechada”, analisa Lindaci. Naquela época, avalia a doméstica, esse tipo de situação não costumava ser denunciada. Uma vez ela foi ao ortopedista com o corpo machucado. “O ortopedista perguntou o que foi aquilo. Eu contei a história e ele disse ‘ah, isso é normal’”,  lembra.

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Lindaci era a história de muitas mulheres: agredida, amedrontada e que sempre dava uma nova chance para o companheiro, que sempre pedia desculpas pelo que fez. 

Um dia, a doméstica não aguentou mais. Ela, que quando jovem queria ser policial e passou até em concurso, não conseguia mais viver presa. Procurou a Delegacia da Mulher há três anos. 

“No momento que eu denunciei, ele estranhou. Mas quando eu cheguei com aqueles dois policiais para pegar minhas roupas, que olhei nos olhos dele, eu vi que os olhos dele falaram muito, como quem diz ‘tu está fazendo isso comigo? Não acredito’ e me senti liberta”, diz. 

Lindaci ficou um período em uma casa de acolhimento da Secretaria Estadual da Mulher. Lá, ela foi atendida por psicólogos, médicos diversos, fez cursos e perdeu o medo que tinha do companheiro.

Ao voltar para sua casa, em Paulista, município da Região Metropolitana do Recife (RMR), feliz consigo mesma, ela, que é evangélica, decidiu discursar na igreja. “Fui criticada dentro da congregação que eu faço parte. Ele [o ex-marido] era um obreiro da casa do Senhor. Fui ao microfone agradecer a todos que tinham orado por mim e disse que ali havia muitos que espancavam. Um irmão levantou-se e pediu para desligar o microfone, eu disse ‘não mande desligar o microfone não’. Denunciem, eu pedi. Depois eu soube que esse irmão também espancava a esposa”.

Depois de tudo isso, a senhora ainda chegou a dar outra oportunidade para o ex-companheiro. Em um dia que ele chegou bêbado e agressivo, entretanto, ela não hesitou em deixá-lo. Hoje eles moram próximos, se cumprimentam quando se encontram e seguem suas vidas.

As vizinhas e mulheres da igreja ainda questionam o fato dela viver só, dizem que ela parece presa. “Sempre me senti culpada, agora eu me sinto livre, se eu quiser sair eu saio, se eu quiser chegar em tal hora eu chego”, conclui Lindaci, que agora quer ser a história de mulheres que lutam e se libertam. 

A Central de Teleatendimento Cidadã Pernambucana recebe denúncias e orienta mulheres no número 0800 281 8187. A Central de Atendimento à Mulher, do Governo Federal, funciona no 180. O Departamento de Polícia da Mulher fica na Avenida Alfredo Lisboa, 188, no Recife Antigo e o telefone é o 3184-3568.

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de homicídios de mulheres. O feminicídio atinge uma média de 4,8 mulheres em cada 100 mil. El Salvador, Colômbia, Guatemala e Federação Russa são os países que estão à frente do Brasil na listagem. Mais de 106 mil brasileiras foram vítimas de assassinato entre 1980 e 2013, número que cresceu de forma mais expressiva entre 2003 e 2013, de 3.937 mortes para 4.762, representando um aumento de 21% em uma década. Os números são uma compilação da série histórica do Mapa da Violência, elaborado pela ONU Mulheres, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados também apontam para o número de crimes cometidos no ambiente doméstico: 50,3% dos 4.762 homicídios de mulheres foram cometidos por familiares, em 33,2% do total dos casos, o crime foi praticado por cônjuge. Isso significa dizer que, dos 13 assassinatos de mulheres que acontecem diariamente, sete foram cometidos pelos próprios parceiros. “Apesar de conquistas no campo dos direitos das mulheres e do fomento às políticas de enfrentamento, ainda temos um quadro grave no Brasil, que é expressão da desigualdade de gênero, de mulheres que não podem se sentir seguras dentro de seu próprio lar”, afirma Aparecida Gonçalves, ex-secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

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A faixa etária dos feminicídios se concentra, principalmente, entre os 18 e 30 anos. As mulheres jovens correm mais risco de serem assassinadas e, em uma pesquisa de opinião de abrangência nacional elaborada pelo Instituto Patrícia Galvão em 2013, 54% dos entrevistados conhecem uma mulher que já foi agredida por seu parceiro. Entre os homens, 43% acreditam que a mulher provoca a agressão.

Hoje (30), haverá uma audiência pública na capital paulista com a entrega e leitura de um relatório em que mulheres negras denunciam os casos de violência dos quais foram vítimas. Ao final, Margarette Macaulay, relatora de Direitos de Afrodescendentes da OEA (Organização dos Estados Americanos), receberá em mãos o relatório produzido pelas ONG´s Geledés e Criola. Ela veio ao Brasil para conhecer a situação e investigar o porquê do crescimento da violência após a Lei Maria da Penha entrar em vigor.

“O dossiê é resultado de um relatório que nós apresentamos para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA denunciando as violações, as violências sofridas pelas mulheres negras brasileiras”, contou Nilza Iraci, do Geledés. Os assassinatos de mulheres brancas teve redução de 9,3% em dez anos, ao passo que os de mulheres negras cresceram 54,2% no mesmo período. Também estão incluídos no relatórios os crimes cometidos contra lésbicas, transexuais e travestis, racismo institucional, racismo na internet e intolerância religiosa.

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As ONG´s explicaram em detalhes casos de violência contra as mulheres e fizeram uma análise mostrando que, apesar de dispor de leis que preveem esses crimes, os processos judiciais são lentos e, muitas vezes, ineficazes. Argumentam também que o Brasil não dispõe de ferramentas especificas para o combate ao racismo, como acontece no caso de violência contra as mulheres, que possui legislação para violência doméstica e feminicídio, por exemplo.

O Botão do Pânico de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi acionado pela primeira vez menos de um mês após ser lançado. O caso aconteceu na última quarta-feira (14), quando o dispositivo foi acionado por duas mulheres, a ex-companheira e a filha de um potencial agressor.

A identidade das mulheres será mantida em sigilo por determinação judicial. O potencial agressor é um policial militar que estava descumprindo a medida protetiva de 200 metros expedida pela Justiça. A prefeitura do município acredita que a tecnologia evitou uma nova agressão, visto que o policial já chegou a agredir uma outra filha, que não se encontrava no local.

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Foram ao local a Patrulha Municipal Maria da Penha (PMMP) e uma guarnição da Polícia Militar. Ao chegarem ao endereço, entretanto, o agressor já havia fugido do local, evitando que fosse feito o flagrante. A ex-companheira e a filha do policial foram encaminhadas à 6ª Delegacia Seccional de Polícia, no bairro de Prazeres, para o registro do Boletim de Ocorrência (BO).

O Botão do Pânico foi lançado em agosto durante as comemorações dos dez anos da Lei 11.340 – Lei Maria da Penha. A bateria do aparelho foi projetada para durar o dia todo, podendo ser recarregada em tempo médio de 2 a 3 horas. Cerca de três segundos após acionado, o sistema disparada um alarme na central de monitoramento da prefeitura e nos smartphones das viaturas da Patrulha Municipal Maria da Penha, transmitindo a localização da vítima. O aparelho também começa a gravar o áudio ao redor e, através do aplicativo, também é possível acionar para que tire fotos. Nenhum som é emitido e apenas uma vibração indicia para a vítima que o pedido de socorro foi feito com sucesso.

Jaboatão é o único município do Nordeste a dispor do equipamento para mulheres com medidas protetivas expedidas pela Justiça. Em fase de teste, a tecnologia foi entregue a dez mulheres. Em Vitória-ES, onde foi criado, 55% das ativações do aparelho resultaram em prisão em flagrante do agressor. No município pernambucano, foram solicitados inicialmente 50 botões, mas o contrato prevê a possibilidade de aquisição de novos equipamentos. 

A Universidade Guarulhos recebeu hoje uma palestra seguida de debate que abordou o tema violência doméstica. Quem iniciou o evento foi Maria Helena Gonçalves, responsável pela Coordenadoria de Políticas para as Mulheres da cidade de Guarulhos, que discursou para os presentes falando sobre os trabalhos desenvolvidos pela coordenadoria criada em 2009, após a desvinculação da Coordenadoria de Igualdade Racial.

Maria Helena Destacou também o papel das associações Casa das Rosas, Margaridas e Beths e a Casa da Mulher Clara Maria: a primeira desenvolvendo o papel de luta direta pela defesa e por ampliação dos direitos das mulheres na busca por equidade de gêneros, e a segunda atuando para defender a posição da mulher na sociedade através de programas sociais de educação e profissionalização.

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A coordenadora declarou que as secretarias de segurança não têm programas de acompanhamento de estatísticas para elaboração de relatórios precisos sobre a violência contra a mulher: “173 mulheres foram assassinadas entre 2012 e 2013, mas suspeito que esse número seja maior, porque a SSP (Secretaria de Segurança Pública) não faz medições periódicas, então não tem como saber se aumentou ou diminuiu”, explica.

A segunda palestrante foi a jornalista Débora Prado, do Instituto Patrícia Galvão, que falou sobre o lugar da mulher na sociedade e sobre a visão da sociedade sobre o papel que ela desenvolve. A profissional exibiu dados reunidos pela agência de notícias que pertence ao instituto, que mostram que ocorrem cinco espancamentos de mulheres a cada cinco minutos no país, e que a cada 11 minutos ocorre um estupro.

A jornalista explicou como funciona o portal do instituto, onde há um dossiê disponível para consulta. Débora Prado falou das agressões que sofre a população LGBT e também do que ocorre com as mulheres negras: “O racismo tem um papel fundamental na violência contra a mulher. Temos que entender porque depois da criação da Lei Maria da Penha o número de ocorrências de violência cresceu no grupo das mulheres negras enquanto sofreu queda no de mulheres brancas”.

Após as falas, foram abertos os microfones para a participação e manifestações dos espectadores presentes, entre eles, líderes comunitários e representantes de grupos e ONG´s de defesa dos direitos das mulheres, além de profissionais da própria coordenadoria de políticas para as mulheres.

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Na próxima sexta-feira (26), o município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), lançará o Botão do Pânico, para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Através do botão, as mulheres que se sentirem ameaçadas poderão acionar imediatamente a Patrulha Municipal Maria da Penha (PMMP).

O dispositivo vai começar de forma piloto através de um convênio com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) com a disponibilização de 10 botões para mulheres com medidas protetivas expedidas. “Estamos com capacidade para trabalhar com 50 botões. De início, iremos disponibilizar 10 para esta fase”, explicou a secretária Executiva da Mulher de Jaboatão, Ana Selma dos Santos.

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Além de emitir um sinal sonoro para o monitoramento da PMMP, o botão também capta o áudio do ambiente no momento em que é acionado. “Todo o áudio é captado e poderá ser feito o download, apenas pela juíza da Vara de Violência Doméstica e Familiar da Mulher, e esse arquivo poderá ser utilizado como prova”, acrescentou Ana Selma.  

Segundo a prefeitura da cidade, Jaboatão é a primeira cidade do Nordeste a implantar o sistema lançado primeiramente pela Prefeitura de Vitória, no Espírito Santo. Na última quarta-feira (24), foi realizado um treinamento do uso do equipamento, que contou com a participação de profissionais da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Polícia Militar, Guarda Municipal e Delegacia da Mulher. Durante o evento, a equipe técnica também foi treinada para cadastrar as mulheres aptas a receberem o dispositivo.

Agora finalmente tudo terminou. O caso de Amber Heard contra Johnny Depp acusando o ator de violência doméstica foi arquivado, segundo o TMZ. A atriz preencheu a papelada para retirar a ordem de restrição que tinha contra o astro, assim como as outras acusações. O divórcio também foi finalizado, com os dois chegando a um acordo e, segundo o veículo, Amber faturou sete milhões de dólares, mais de 22 milhões de reais

De acordo com o site norte-americano People, por mais que a fortuna de Johnny Depp esteja em torno de 250 milhões de dólares, ou cerca de 800 milhões de reais, ele pode se dar muito mal com o valor distribuído para Amber Heard. Um expert em assuntos familiares contou ao portal como isso pode afetar a carreira do ator:

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- Uma das grandes questões é quanto eles consumiram durante o casamento. Como exemplo, vamos dizer que eles fizeram 100 milhões de dólares, ou 320 milhões de reais, durante a relação. Destes 100 milhões, ele pagaria cerca de 25 milhões em taxas ao seu time financeiro, advogados, gestores e etc, e outros 35 milhões em impostos. E destes 40 milhões que restam, se eles gastaram 25 milhões com eles mesmos, então apenas sobraria 15 milhões restantes, ou 7 milhões para cada um (sobrando apenas 22 milhões de reais dos 320 de Johnny). Então, mesmo que os números sejam altos, eles acabam muito rápido porque muita gente colocou as mãos nos bolsos de Johnny e cobraram impostos. É bem parecido com o que acontece com ganhadores da loteria: quando os impostos chegam, os pagamentos são mais altos do que você pensa. No final do dia, daqui há cinco ou dez anos, nós veremos se o acordo foi bom ou ruim.

O expert ainda comenta que as acusações de violência doméstica fizeram com que o astro pagasse mais dinheiro do que o normal. Amber, que doará o dinheiro recebido para a caridade, agiu corretamente no caso, segundo especialista: - Ninguém pode dizer que Heard foi uma mentirosa neste caso porque eles liberaram uma nota pública dizendo que ninguém mentiu para ganhar dinheiro.

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