Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Ética, moral e política

Janguiê Diniz, | qua, 08/05/2013 - 09:58
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Tornou-se lugar comum ouvirmos, quase todos os dias, inúmeros casos sobre corrupção envolvendo políticos brasileiros. A cada novo episódio, que pode envolver nomes conhecidos da política nacional ou regional, não falta xingamentos e protestos por mais ética na política.

O Brasil traz inúmeros casos que marcaram a história política do país. Quem não lembra de Fernando Collor de Mello, presidente eleito por 35 milhões de brasileiros e que passou por um conturbado e longo processo de “impeachment”. Collor, durante a campanha, carregava a imagem da renovação: moderno, jovem e elegante.

Em seguida vieram os superfaturamentos, cobrança de propina e tantos outros. Casos como a máfia do sanguessuga, os vampiros da saúde, o escândalo da Sudam e do banco Marka foram levados ao conhecimento público. Poucos deles tiveram julgamentos justos, como temos acompanhado no caso do mensalão, julgado com rigor  pelo ministro Joaquim Bezerra.

Diante de tantos casos de corrupção, cabe questionar o que seria “ética” e “moral” na política? Etimologicamente, Ética e Moral são sinônimas, significando costume - ethos do grego e mores do latim. Contudo, muitos fazem a distinção entre a ética, como o padrão de comportamento em sociedade e dessa forma, interpretada de várias formas, enquanto a moral se refere ao ideal de comportamento segundo a natureza racional comum aos homens, e, dessa maneira, seria única e objetiva.

Baseado em um texto do ex-deputado federal e ex-professor da UFPB, Joacil de Brito Pereira, a ética é entendida como “a ciência da Moral" e tem por objeto os "juízos de valor, no que se referem à distinção do bem e do mal" nas ações humanas. Diante dessas justificativas, alguns afirmam ser a ética e a política incompatíveis.

Então, não seria possível que um homem, neste caso, um político seja ético? Sim, é possível. Acredito que um político ético não seja apenas aquele que tem êxito em suas ações, que almeja sem pensar na conduta utilizada para atingir tais objetivos. Mas sim aquele que pensa no coletivo, que possui virtudes e é habilidoso e ousado em pensar e agir pela melhoria do coletivo.

Precisamos entender e exigir que a moral e a política estejam sempre juntas. Esta é a justificativa do Estado existir com suas leis e seus preceitos. Da mesma forma, devemos valorizar as figuras públicas que trabalham para preservar a ordem, punindo, quando necessário, os que se utilizam de cargos públicos para benefícios individuais, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento do País.

Saneamento como prioridade

Janguiê Diniz, | seg, 06/05/2013 - 08:47
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Que a população brasileira é carente de muitas das necessidades básicas, isto não é nenhuma novidade. Mas, qual deveria ser a prioridade inicial do governo para tentar melhorar as condições de vida dos brasileiros? A resposta está na saúde e no saneamento básico.

Segundo dados do Ministério das Cidades, o atendimento em coleta de esgotos chega apenas a 46,2% da população brasileira e desse material, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento. E confirmando esses dados, vale comentar que a coleta de esgoto está presente em todos os domicílios apenas em cinco das cem maiores cidades brasileiras: Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Franca e Piracicaba. A região com maior índice de esgoto tratado é a Centro-Oeste, com 43,1%.

É preciso compreender como o abastecimento de água influencia a vida das pessoas. Por ano, 217 mil trabalhadores necessitam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta de saneamento. Da mesma forma, o aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico é de 18%.

O problema de saneamento e saúde precárias não estão restritos apenas ao Brasil. De acordo com pesquisa realizada em 167 países pela Sociedade Americana de Química (ACS), seis em cada dez pessoas não possuem acesso a saneamento adequado. O que significa dizer que 40% da população global utiliza formas improvisadas de saneamento e mais de 4 bilhões não possuem acesso a algumas facilidades, como sanitários com descarga.

Voltando ao Brasil, os investimentos em saneamento e saúde são mais eficazes para reduzir a pobreza do que gastar com previdência e assistência. Sabe-se que as doenças causadas pela falta de saneamento básico são responsáveis por 65% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS). A título de conhecimento, cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na área de saúde e, se os investimentos nesta área continuarem no mesmo ritmo que estão, apenas em 2122 todos os brasileiros teriam acesso a esse serviço básico.

Precisamos entender que a falta de saneamento público não é uma característica restrita aos países mais pobres. Na Inglaterra, por exemplo, muitas cidades ainda lançam detritos no mar, sem nenhum tipo de tratamento. A diferença está no que consideramos como prioridade para investimentos. Um saneamento público de qualidade reflete em várias esferas: saúde, educação, geração de empregos e outros.

No Brasil, possuímos vários modelos de saneamento e de administração das redes de esgoto. Em algumas cidades esta administração é feita por empresas privadas, em outras, a administração pública é a responsável. É preciso analisar qual desses modelos funciona melhor e investir pensando como um todo.

A confiança no Parlamento

Janguiê Diniz, | qui, 02/05/2013 - 15:59
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São fartas as informações na imprensa acerca do Parlamento Brasileiro. Infelizmente, é particularmente triste constatar  que, quase sempre, as notícias publicadas retratam uma instituição  cujas atitudes são contrárias aos anseios da população brasileira - clientelismo, nepotismo, apadrinhamento,  reajustes salariais diferenciados das outras categorias, falta de autonomia ou quase  submissão ao Poder Executivo e etc. 

O parlamento brasileiro, que completa 190 anos, é mais antigo que a própria República. Entretanto, apesar de tanta história, raras são as notícias positivas provenientes daquela casa, tais  como extinção do Auxílio Paletó, criação do Portal da Transparência, aprovação do projeto de Lei da Ficha Limpa,  que orgulham o cidadão brasileiro.

É particularmente alegre registrar que felizmente temos  um outro “quase poder”que fiscaliza o nosso parlamento: a imprensa. Se não fosse pela forte fiscalização desta, a democracia brasileira correria sério risco, pois o princípio da transparência,  que deve ser regra, certamente seria exceção.

Por outro lado, é pesaroso observar que  mesmo existindo no Brasil uma imprensa plural, ativa e sem censuras, não é raro as instituições públicas que ainda desviam do seu norte, do seu prumo. E é para combater essas práticas que a imprensa nacional vem trabalhando, junto com os cidadãos, para preservar a observância da transparência política.

Nas ruas e de acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), realizada entre os dias 1 e 2 de abril na cidade do Recife, 54% dos entrevistados acreditam que a Câmara Municipal do Recife, através dos seus vereadores, contribui para melhorar a vida das pessoas na cidade. Ademais, 59% afirmam que os deputados estaduais colaboram para melhorar a vida dos pernambucanos.  Igual resultado é atribuído ao papel dos deputados federais na melhoria da vida dos brasileiros.

Surpreendente? Não. Afinal, este é o papel dos políticos em qualquer democracia: representar o povo. O problema está na distância e na falta de conhecimento do papel dos políticos que acabam agravando essa relação entre o cidadão e o Congresso Nacional. Para se ter uma ideia, em sondagem feita pela Câmara dos Deputados, mais de 20% dos brasileiros ouvidos não lembram quem são seus representantes.

O Parlamento brasileiro já foi uma casa elitista. Hoje, este não é mais o seu papel. As comissões, audiências públicas, frentes parlamentares, projetos de lei, propostas de emenda à constituição e votações de orçamento são alguns dos elementos que integram hoje o cotidiano desse poder legislativo, que, não podemos esquecer, foi criado para representar o povo em sua totalidade.

Internação compulsória gera resultados?

Janguiê Diniz, | seg, 29/04/2013 - 11:52
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A população de viciados em crack no Brasil é a maior do mundo, estimada entre um milhão e 1,2 milhão de pessoas. Não tem sido raro a mídia noticiar casos em que familiares desesperados chegam ao extremo de amarrar jovens viciados em camas, grades ou até prendê-los em casa, na tentativa de afastá-los do vício.

Diante de extremos e na tentativa de conter a epidemia de crack que assola o país, o Governo Federal, Estadual e Municipal têm debatido a internação compulsória para viciados. A maior dificuldade está na divergência entre favoráveis e contrários à internação compulsória, que se enfrentaram com argumentos nem sempre embasados em dados objetivos ou pesquisas científicas, mas baseados em conceitos ideológicos.

No Recife, a Câmara de Vereadores do Recife protocolou o Projeto de Lei Municipal 17/2013, que dispõe sobre a internação voluntária, involuntária e compulsória para dependentes de álcool e outras drogas lícitas e ilícitas. O mesmo fato se repete em Campinas, São Paulo, com a assinatura de convênio entre estado e prefeitura do Programa Estadual de Enfrentamento ao Crack, que também prevê como medida a possibilidade de internação compulsória. 

Não podemos deixar de citar que este é um tema que envolve outros cenários do país, como miséria, violência e que se faz urgente a intervenção do poder público. No âmbito federal, as condições já estão sendo avaliadas e a internação deverá ser permitida em todo o País, desde que o pedido seja feito pela família, determinado por um médico e para usuários que já não respondem por si. Em outros casos, faz-se necessário o Estado intervir e garantir a internação compulsória de um cidadão ou cidadã que está atentando contra a própria vida ou de terceiros.

O combate às drogas é necessário para que o país continue no caminho do desenvolvimento, da redução da miséria e dos índices negativos de violência e abandono. Ao mesmo tempo, é preciso avaliar se o país tem condições de atender, de forma eficiente, os que serão colocados em tratamento contra o vício. Hoje, a estrutura pública para esse tipo de atendimento ainda é precária.

Há muitos anos já se diz que “só se podemos ajudar aqueles que querem ser ajudados”. Então, cabe questionar, de que adianta recuperar um dependente e deixá-lo voltar para o mesmo ambiente, sem emprego e sem apoio? A política de internação involuntária tem que ir muito além de um tratamento contra o vício.

Além de analisarmos a internação dos viciados – voluntária ou involuntária -, é preciso estudar as políticas públicas de reinserção dessas pessoas no cotidiano da sociedade. Infelizmente, as condições para receber tantos viciados ainda são precárias, o que dificultará a qualidade e o resultado do atendimento.

Recife, chuva e a Copa

Janguiê Diniz, | qui, 25/04/2013 - 06:31
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Depois de meses sem uma chuva intensa, sofrendo com a seca no Agreste e Sertão do Estado, Pernambuco foi surpreendido por uma chuva torrencial que se estendeu, principalmente, pela capital. Infelizmente, o período de chuva começa a se aproximar e os problemas estruturais do Recife surgem junto.

A Veneza brasileira amanheceu com inúmeros pontos de alagamento, blecautes de energia elétrica e semáforos de trânsito apagados. O resultado, não é nenhuma novidade para quem vive na capital pernambucana: caos no trânsito, deslizamento de barreiras, calçadas cobertas de água, impedindo a circulação dos pedestres e ruas inteiras inundadas, impedindo o tráfego de veículos.

Se todos esses problemas já se tornam graves para a população que reside na cidade, acrescentem a proximidade de um evento que será transmitido mundialmente – a Copa das Confederações. E, não menos importante, é citar que tanto a Copa das Confederações quanto a Copa do Mundo e Olimpíadas acontecerão no período de inverno no Nordeste.

Claro que uma das maiores preocupações em sediar um evento do porte de uma Copa das Confederações ou Copa do Mundo é, sem dúvidas, a qualificação e infraestrutura da rede hoteleira das regiões onde acontecerão os jogos. Apenas para a Copa do Mundo, o Brasil irá investir cerca de R$ 33 bilhões em transportes públicos , construções de aeroportos, segurança, viadutos e etc., e transformar 12 cidades-sede em cidades com padrões internacionais.

As cidades que receberão os jogos da Copa da Mundo estão correndo contra o tempo para finalizar as obras, para garantir mobilidade e as condições de receber os milhares de turistas que deverão vir para acompanhar os eventos. Contudo, diante do que temos visto, a cada chuva que cai no Recife, cabe perguntar se as estratégias adotadas serão suficientes para não darmos vexame diante dos expectadores mundiais.

É indiscutível que um evento deste porte aumenta turismo nas cidades-sede, mas, fica claro que o mais importante está relacionado às mudanças estruturais que acontecerão nas cidades e que permanecerão pós-evento, com investimentos em infraestrutura, melhorias no sistema viário das cidades. Mas não podemos nos deter apenas a isso. É preciso olhar pela população, que continua sofrendo, todos os anos, com os mesmos problemas.

As estratégias para o período chuvoso não podem ser adotadas quando as chuvas começam. É preciso estar preparado antes. A limpeza dos nossos rios e canais não pode esperar. As campanhas educativas para que a população tenha consciência do seu papel são necessárias. O Recife tem história, tradição e capacidade de ser uma cidade referência no Brasil e, porque não dizer, no mundo.

Os 513 anos do Brasil

Janguiê Diniz, | seg, 22/04/2013 - 17:17
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O Brasil completa, este ano, 513 anos de história, de lutas e de muitas conquistas. Claro que não somos um país perfeito e ainda estamos longe disso em muitos aspectos, mas, temos sim o que comemorar.

Não vamos aqui negar que o nosso país foi explorado pelos colonizadores, que tivemos nossas riquezas naturais extraídas, algumas vezes até a totalidade. Mas aprendemos. Lutamos pela nossa liberdade e começamos a andar com nossas pernas. A colonização nos deixou muitas heranças, muitos dos costumes de portugueses, holandeses, índios e africanos são  responsáveis pelas características dos brasileiros. Somos um pouco de todos.

O Brasil já foi um país rural, baseado em agricultura, também passamos pela exploração de minérios e chegamos à era industrial. Saímos de um país subdesenvolvido, onde predominava a fome, o desemprego e as péssimas condições de vida e, hoje, estamos entre as potencias mundiais. Somos o maior produtor de grãos do mundo, nossas indústrias produzem com tecnologias avançadas, investimos em desenvolvimento sustentável, lutamos pela preservação do meio ambiente.

Na política, já vivemos a ditadura militar, que ainda é presente em alguns países do mundo, mas conquistamos e aprendemos a cada dia como construir uma democracia. As mulheres, que antes não eram representativas na sociedade, hoje são parte extremamente importante – e aqui cabe salientar que nosso país é governado, pela primeira vez, por uma mulher – conduzindo grandes empresas, indústrias, votando e sendo a maioria da população.

A educação também obteve muitas conquistas, se antes ela era privilégios dos colonizadores, agora ela tem se tornado cada vez mais acessível aos brasileiros. Ainda não é o suficiente, nosso ensino básico é bastante deficiente e o governo ainda precisa investir nesta área para que, como os países desenvolvidos, o índice de analfabetismo seja quase zero.

O dia 22 de abril deve ser lembrado como um marco para o país, contudo, precisamos de mais, muito mais. Precisamos comemorar que todos os brasileiros tenham acesso a um atendimento de saúde digno, capaz de suprir as necessidades de cada paciente. Que todos os brasileiros tenham acesso à escola básica e superior.  Queremos poder dizer que nosso país tem níveis de desemprego baixíssimos, para que cada brasileiro possa trabalhar e receber merecidamente por seu trabalho. Esperamos poder dizer que não sofremos com a violência, que não há assassinatos. São tantos sonhos para um Brasil perfeito.

Somos um país privilegiado, em todos os sentidos. Não sofremos com terremotos, nem com tsunamis ou guerras civis. Nosso povo é um povo lutador, trabalhador, que não desiste e, acima de tudo, generoso, que não mede esforço para ajudar o próximo. E, talvez por isso, sejamos tão queridos pelo mundo. Nossa terra é, sem dúvida, uma das mais bonitas do mundo – temos um litoral de águas mornas e calmas. Precisamos trabalhar, cada vez mais, para que o Brasil seja, não apenas  o país dos sonhos, mas da realização dos sonhos de todos os brasileiros.

 

O Brasil e os partidos políticos

Janguiê Diniz, | sex, 19/04/2013 - 15:57
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É de conhecimento público que os partidos políticos tem um papel imprescindível  na política de um país, tanto nas eleições quanto na preparação dos candidatos. Historicamente os partidos políticos, no Brasil, existem desde a primeira metade do século XIX. Naquela época foram mais de 200 legendas.

Existem, atualmente, cerca de 30 partidos no Brasil e, pelo menos, oito legendas em processo de legalização - já que o prazo para registro dos partidos que poderão participar das eleições de 2014 termina em outubro -, e nesta fase está incluído o novo partido da ex-senadora Marina Silva. O que chama mais atenção é que não existem partidos centenários no Brasil, diferente dos Estados Unidos, onde Democratas, criado em 1790, e Republicanos, fundado em 1837, revezam o poder.

A grande pergunta é: por que existem tantos partidos políticos no Brasil? Esse é um questionamento que deve ser feito, já que cada nova legenda, os partidos políticos brasileiros recebem acesso aos recursos do Fundo Partidários, vindo do Tesouro Nacional. Nos termos do Art. 17 da Carta Magna, é livre a criação, incorporação, fusão, e extinção de partidos políticos e não há como disputar um cargo eleitoral, se o candidato não for filiado a um partido.

Claro que para a democracia funcionar, são necessários dois princípios: o voto e os partidos políticos. O primeiro é a representação do povo, o segundo deveria servir para exprimir e formar a opinião pública, visto que, teoricamente, cada um de seus integrantes compartilha das mesmas ideias e opiniões.

Seria, também, papel do partido político levantar, perante o eleitorado, todos os problemas que devem ser respondidos e apresentar um plano de programa que propõe realizar, caso seu candidato conquiste o poder. Além disso, poderíamos creditar aos partidos políticos o papel de preparar os candidatos para exercer suas funções públicas, cumprindo um papel de formação ética, política e administrativa de seus partidários para as funções públicas.

Diante disso, cabe mais um questionamento: qual é o problema de ter tantos partidos políticos no país? Politicamente, a resposta é simples. É muito mais difícil aprovar qualquer reforma no Congresso. A diversidade de bancadas, com pensamentos diferentes, causa uma inconstância na vida política brasileira, criando uma fragilidade dos partidos que fica clara com a mobilidade de muitos políticos que trocam de legendas em busca de suas conveniências pessoais, esquecendo que, ao assumir um cargo público e político, eles passam a representar uma parcela da população.

Surpreendendo a todos, a Câmara aprovou o texto base de um projeto que dificulta a criação de partidos políticos, proibindo a transferência da maior parte do fundo partidário e do tempo de propaganda política no rádio e na televisão para legendas que não participaram da última eleição nacional. Dessa forma, serão prejudicados políticos renomados do País, como Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Todos possíveis candidatos à presidência em 2014.

Muito temos falado em Reforma Política. Ideias como “ficha limpa” dos candidatos são projetos que devem ser valorizados. Contudo, também é preciso avaliar as permissões para criação de tantos partidos de forma racional e não visando apenas estratégias políticas. Os países desenvolvidos não funcionam dessa forma e, talvez, com mudanças assim, seja possível elevar a credibilidade das instituições políticas brasileiras.

Racismo, uma das piores formas de intolerância

Janguiê Diniz, | qua, 17/04/2013 - 13:24
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No dicionário Aurélio, racismo significa “teoria que afirma a superioridade de certas raças e nela assenta a defesa do direito de dominar ou mesmo suprimir as outras. Atitude preconceituosa e discriminatória contra indivíduos de determinadas raças ou etnias”.

Na doutrina do racismo afirma-se que o “sangue” é o marcador da identidade étnica, ou seja, dentro de um sistema racista o valor do ser humano é determinado pela sua pertinência a uma "nação racial coletiva" e não por suas qualidades e defeitos individuais.  Este era o pensamento dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e o que justificava o que eles chamaram de "limpeza étnica" que incluiu o assassinato de milhares de pessoas das chamadas "raças inimigas”, entre elas os judeus.

Estamos no século XXI e, apesar de tanta modernidade, o racismo tem assumido formas muito diferentes ao longo da história. Apesar de este ser um preconceito baseado na diferença de raças das pessoas, quando falamos em racismo, o primeiro pensamento que aparece é contra os negros. Independente de contra quem e não importa como, vale ressaltar que, pela  legislação pátria, se comprovado, o racismo é um crime inafiançável, com pena de até 3 anos de prisão.

Embora no Brasil haja uma forte miscigenação de raças e a incidência do racismo não seja tão evidente para alguns, mas ele não deixou de existir. Se há séculos os negros não tinham permissão nem para entrar nas casas dos brancos, hoje nos deparamos com cenas lamentáveis como xingamentos de atletas, principalmente jogadores de futebol ou basquete.

Caros leitores, o Brasil tem a maior população negra fora da África e a segunda maior do planeta. Ficamos atrás apenas da Nigéria, que possui uma população estimada de 85 milhões de pessoas e é o único país do mundo com uma população negra maior que a brasileira. Já não vivemos na época que os europeus colonizaram a África e as Américas, impondo aos povos colonizados as suas leis e formas de viver.

Muito do que somos hoje, temos que agradecer a todos os negros que, com sua força, com sua resistência e com inteligência, engrandeceram a história do nosso país. Nosso povo, a política, a música, os esportes, enfim, a nossa herança social, política e cultural foi um legado de tantos negros, com nomes marcantes – como os de Zezé Motta, Haroldo Costa, Zózimo Bulbul, Milton Gonçalves, os irmãos Arthur e João Timótheo da Costa, Aleijadinho, Zumbi dos Palmares, Lima Barreto, Ernesto Carneiro Ribeiro, Pelé, Pixinguinha, Machado de Assis, Jamelão e tantos outros - que levaram e levam nosso país para todos os lugares do mundo.

Não podemos mais aceitar a ideia errônea de que os negros, os índios ou qualquer raça, sejam inferiores umas as outras e permitir que em um país tão diverso a discriminação  racial ainda exista. O sangue que corre nas nossas veias é da mesma cor e nenhum de nós é melhor do que o outro por temos tons de pele diferentes.

Os 100 dias de Geraldo Júlio

Janguiê Diniz, | sab, 13/04/2013 - 12:34
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Quando assumiu a Prefeitura da Cidade do Recife, em janeiro de 2013, Geraldo Júlio sabia que teria centenas de problemas e que não seria fácil agradar os cidadãos recifenses, calejados pelas gestões anteriores. Passados 100 dias de seu governo, já é possível perceber mudanças positivas na capital pernambucana.

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau, em pouco mais de três meses de governo, Geraldo Júlio tem 57% de aprovação da população. O marco dos 100 primeiros dias foi a assinatura da ordem de serviço para a construção do Hospital da Mulher, com orçamento em R$ 58 milhões.

Quando fazemos um balanço sobre o inicio da gestão de Geraldo Júlio, o saldo é positivo. Se antes os recifenses reclamavam da falta de presença do prefeito nas ruas e o desconhecimento dos reais problemas da população, agora tem sido diferente. O prefeito é visto constantemente acompanhando as obras e estudando a situação da cidade. Já esteve em 44 eventos públicos e anunciou 31 projetos em meio à população, com destaque para as áreas de limpeza e ordenamento urbano da cidade.

E já que citamos a limpeza e ordenamento urbano, estas foram as primeiras ações de Geraldo Júlio. Logo ao assumir, o que se viu foram centenas de funcionários nas ruas para limpar, pintar e arrumar a cidade. Sobre o ordenamento urbano, vimos várias áreas – principalmente no entorno dos mercados públicos – serem devolvidas aos pedestres.

Faz-se necessário lembrar que, mais importante que continuar fazendo, é manter. Temos um histórico de tentativas de reorganizar os ambulantes que ocupam as calçadas e espaços onde deveriam transitar os pedestres e que, algum tempo depois de serem retirados, estavam de volta aos mesmos lugares.

É claro que ainda não houve tempo de resolver todos os problemas da cidade. A mobilidade urbana ainda é o grande transtorno e a maior reclamação da população. Se olharmos os números, foram 30 recapeamentos de ruas e avenidas, mais de mil buracos nas vias tapados, mais de 300 placas de concreto foram substituídas em apenas três meses. Mas, ainda é preciso olhar pelas calçadas.

A expectativa ainda é muito grande. O saldo dos 100 dias de Geraldo Júlio no governo tem sido positivo. Contudo, ainda há muito para ser feito. É preciso que o prefeito mantenha um pulso forte para desempenhar um ótimo programa de governo, cumprindo tudo que foi prometido durante a campanha, pensando no bem estar da população e agindo com calma e inteligência.. Por enquanto, estamos no caminho certo.

 

A morte da Dama de Ferro

Janguiê Diniz, | qua, 10/04/2013 - 10:28
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Corajosa, indomável, oposicionista e revolucionária. Essas são as características mais marcantes de Margaret Hilda Thatcher, ou simplesmente “a Dama de Ferro” do Reino Unido, que faleceu aos 87 anos e teve uma representação mundial inigualável.

Amada e odiada por muitos, Thatcher transformou-se num dos nomes mais emblemáticos da vida política mundial do século XX. Ela foi secretária do Departamento de Educação, líder do Partido Conservador, sendo a primeira mulher a liderar um dos principais partidos britânicos e, em 1979, ela se tornou a primeira, e única, mulher a ser primeira-ministra do Reino Unido, onde permaneceu até 1990.

No inicio de sua trajetória política, Margaret enfrentou, além do preconceito social por sua origem simples, o machismo político do tradicional Parlamento Britânico, dominado por homens.  Quando assumiu o poder na Grã-Bretanha, a Europa passava por um forte período de recessão econômica, sofria com elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e logo que iniciou o seu mandato, ela impôs uma série de medidas e mudanças, incluindo um plano para a redução dos impostos e o controle de reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Foi a partir dessas atitudes que Margaret Thatcher foi apelidada de “Dama de Ferro”.

Durante seu governo, Margaret enfrentou diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas. Mas, a postura adotada para intervir nas Guerras das Malvinas aumentou sua popularidade. Precursora do neoliberalismo, ela não mudou a postura inflexível nem mesmo quando sofreu um atentado contra sua vida. Ao contrário, ganhou ainda mais força.

A história de Margaret é tão significativa, que foi tema do filme “A dama de ferro”, que recebeu vários prêmios mundiais. O mundo não perde apenas uma mulher que marcou a história do Reino Unido, perde um dos maiores exemplos de líder da política mundial. Suas políticas econômicas, que prezavam pelas privatizações e pela redução do papel do Estado tornaram-se ensinamentos mundiais.

Patriota, determinada, visionária. Margareth Thatcher é um exemplo para as mulheres – e para os homens – de todo o mundo. E neste caso, as palavras de Tony Blair, ex-premiê britânico, resumem o que a “Dama de Ferro” representou: "muitos poucos líderes têm a chance de mudar não só a política do seu país, mas do mundo. Margaret era uma líder desse tipo. Seu impacto global foi vasto".

Que todas as características de Margaret Thatcher, sejam boas ou ruins, sirvam como exemplos para os políticos. Uma mulher que, acima de qualquer outro adjetivo, visava a construção de uma nação melhor.

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