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A Itália relembra, neste domingo (2), o 40 aniversário do atentado de Bolonha (nordeste), realizado por militantes da extrema direita, que causou a morte de 85 pessoas.

Em 2 de agosto de 1980, uma bomba explodiu na sala de espera da estação ferroviária de Bolonha, deixando 85 mortos e mais de 200 feridos.

"Precisamos da verdade. Sem a verdade, o país não tem futuro. Buscar a verdade significa buscar a justiça", declarou a presidente do Senado italiano, Elisabetta Casellati, presente na cerimônia.

"Estamos ao lado das famílias, dos que acreditam no estado, dos magistrados que trabalham para destruir o véu que nos separa da verdade", disse em um tuíte o chefe do governo italiano, Giuseppe Conte.

O presidente italiano Sergio Mattarella, que visitou a cidade há alguns dias, reafirmou em uma mensagem a "exigência de uma verdade e justiça plenas".

Várias personalidades se juntaram a essa causa e exigiram que se levante o segredo de estado.

Dois integrantes do grupo de extrema direita italiano Núcleos Armados Revolucionarios (NAR) foram condenados à prisão perpétua pelo atentado e um terceiro, menor no momento dos fatos, à 30 anos.

Outras pessoas, entre elas membros dos serviços militares de inteligência, foram condenadas a penas de entre sete e dez anos de prisão por obstrução da justiça.

Em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional, celebrado em 30 de janeiro, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) destaca os 340 títulos de histórias em quadrinhos, HQs de luxo e fanzines presentes na Biblioteca Blanche Knopf (rua Dois Irmãos, 92, Apipucos, Recife). A coleção doada, em 2018, pelo servidor público Rodrigo Bastos de Freitas, reúne desde produções da vanguarda européia da década de 1960, nacionais da geração paulista dos anos 1980, a independentes deste século. "É uma coleção diversa com obras de grande valor para a história deste gênero literário e artístico no Brasil e no mundo", aponta a diretora da Biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano.

Dentre os destaques do acervo, está a coleção de sete números da revista "Chiclete com Banana". O título da década de 1980, publicado pela Circo Editorial, reuniu uma geração de quadrinistas brasileiros que contou com nomes como Glauco, Angeli e Laerte. As obras refletiam a situação política e social da década, de modo que os quadrinhos de humor investiram em críticas ao 'modo de vida pequeno' do burguês dos centros urbanos, conforme destaca Roberto Elísio dos Santos, em seu artigo "O quadrinho alternativo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990". O autor aponta, ainda, a influência do comix underground norte-americano e do humor europeu.

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Uma seleção de histórias publicadas na "Chiclete com Banana" e na "Geraldão", entre 1985 e 1989, pode ser conferida, aliás, em "Seis Mãos Bobas: Laerte, Glauco e Angeli" (Devir, 2006). A edição especial traz textos e fotos que contextualizam as circunstâncias em que as artes foram produzidas e como era o processo de criação dos desenhos. Outro título desta geração disponível para a consulta é a revista "Striptiras" (1993), publicação de Laerte, que lançou personagens como Fagundes o Puxa-saco, Gato e Gata, além de Piratas do Tietê. Estas produções são verdadeiras compilações das tirinhas publicadas pelos jornais paulistanos.

Dos mais contemporâneos, a coleção conta com a primeira publicação de "Malvados" (Gênese, 2005) em livro, do carioca André Dahmer. As tirinhas da série foram publicadas no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e até nas revistas Piauí e Caros Amigos. Nelas, Dahmer tece críticas aos costumes e prisões do dia a dia através dos diálogos dos personagens Malvadinho e Malvadão. "O Livro Negro" (Desiterada, 2007) é outro título de Dahmer presente no acervo. O sarcasmo desta época pode ser conferido, também, no quarto HQ especial do gaúcho Allan Sieber: "Assim Rasteja a Humanidade" (Desiterada, 2006), considerada uma obra da "revelação do desenho humorístico da virada deste século".

Ganhador do Troféu HQ Mix de 1998 - equivalente ao Oscar do gênero no Brasil - na categoria "melhor projeto editorial", a coleção "miniTonto" também está presente neste acervo. São inúmeros livretos (formato 10,5 cm x 15 cm) que, no fim da década de 1990, apresentava um autor a cada nova edição. Entre os título disponíveis na Biblioteca, estão "Mulher Preta Mágina", de L. F. Schiavo; "Urrú", de MZK; "Pinóquio vai à Guerra", de Elenio Pico; e "Últimas Palavras", de Allan Sieber. "A Blanche Knopf se orgulha de abrigar estas produções. Demonstra assim o valor das publicações clássicas, mas, também, das obras independentes", destaca Nadja.

A Biblioteca Blanche Knopf funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h. Não é necessário agendamento prévio para visitar o acervo. 

Da assessoria

"Eu era gay, não podia ser trans", lembra a transformista Sharlene Esse. (Julio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Rua Imperatriz, Centro do Recife, início dos anos 1980. Era debaixo das escadas de uma pensão antiga que um pequeno grupo de homens gays transgredia, em tons de purpurina e irreverência, o muro acinzentado do fim da ditadura militar. Cabia a Sharlene Esse a missão de entregar uma contrapartida financeira à dona do estabelecimento pelo “favor”. Caso circulassem pelas ruas “montados”, os transformistas corriam o risco de topar com figuras como “Aracati”, um policial bastante temido pela comunidade LGBT da época.

“A gente estava andando na rua à noite e as outras gritavam: ‘lá vem o Aracati!’, eu saia correndo, porque ele virou até lenda, atirou em muitas. Na época, só existia travesti e transformista. Eu era um gay, não podia ser ‘trans’, se não você era apedrejada”, explica Sharlene. Transformista, ela fez parte de uma cena que abalou as estruturas do teatro e da sociedade pernambucana, trazendo o artista LGBT para o centro da ribalta, muito antes de o debate ganhar a força que agora possui.

O pesquisador e professor do curso de teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Rodrigo Dourado frisa que o termo transformismo possui uma conotação essencialmente artística. “O transformismo remonta aos rituais primitivos, em que, para fins ritualísticos ou performáticos, uma pessoa se transforma em outra de outro gênero, assumindo vestes, voz e comportamentos típicos dele. Na Grécia antiga, por exemplo, não existiam mulheres em cena, sendo elas interpretadas pelos homens”, explica.

No Brasil, o primeiro gênero teatral a acolher artistas com identidade de gênero não-normativa foi o teatro de revista, que marcou o começo do século vinte. Nele, travestis protagonizavam espetáculos musicais ao lado das famosas vedetes. “Nos anos 1940, o teatro de revista vai ficando bastante marginal, um gênero desprezado pela elite e tido como vulgar. No Rio de Janeiro, o Teatro Rival torna-se uma referência para as transformistas. Lá, foi apresentado, na década de 1970, o espetáculo ‘Les Girls’, que estabelecia a cultura do teatro de revista no Brasil”, comenta.

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Nos anos 1980, o Recife receberia a influência carioca por intermédio do ator e diretor Barreto Júnior, reconhecido pela crítica por sua irreverência e seus papéis cômicos. Ambas, aliás, características centrais do grupo teatral Vivencial Diversiones, por cuja sede Sharlene costumava passar todas as manhãs ao ir para o colégio. Esse itinerário mudaria sua vida completamente. “Nasci em Bom Conselho em 1961 e vim para o Recife em 1975, com o objetivo de estudar. Na escola pública Renato Fonseca, fui aluna de teatro de Paulo de Castro. Passava pelo vivencial e ficava assustada, porque ele era conhecido como o ‘teatro dos frangos’. Eram as pessoas que mais incomodavam na cena cultural de Pernambuco: Perna Longa, Américo Barreto, Henrique Celibi, Guilherme Coelho e companhia”, completa. 

Aos 17 anos, como gosta de dizer, Sharlene começou a dar seus primeiros “pinotes” pela badalada noite do Recife. Misty, Mangueirão, Vogue e Stock eram algumas das numerosas boates ‘friendly’ da época, que empunham uma cartografia diferente à cultura cidade, ainda mais concentrada em uma região central movimentada e efervescente. “Sabe um endeusar? É você ver os sapatos, o batom, a boca, a peruca...Meu primeiro contato contato com o transformismo aconteceu num show que vi em uma das boates da cidade. Logo depois, fiz um teste na Misty, que ainda ficava na Rua do Riachuelo, e passei interpretando Donna Summer”, lembra Sharlene. As casas noturnas costumavam fechar um elenco fixo, no qual a transformista passou 11 anos, arrematando premiações locais, apresentações memoráveis e um dos primeiros Documentos de Registro Técnico (DRT) na categoria artística de Pernambuco.

Sharlene (dir) montada de Gal Costa ao lado de Jeison Wallace, interprete de Cindela. (Shalene Esse/arquivo pessoal)

Para atender melhor à demanda do público, Sharlene passou a estudar as performances de outras divas da cultura pop, como Mireille Mathieu, Liza Minnelli, Whitney Houston até chegar à personagem que lhe rendeu maior reconhecimento: Gal Costa. Em uma arte onde a fidelidade do figurino é quase tão importante quanto captar os movimentos típicos da cantora que se dubla, a transformista se inspirou primeiramente na capa do clássico disco “Gal Tropical” (1979) para montar-se com flores na cabeça e vestido vermelho. Em uma das apresentações, Sharlene foi ao banheiro acompanhada pela colega Vivi Bensasson e acabou esbarrando com um espectador ilustre. “A gente pegou Tim Maia fazendo xixi (risos). A gente nem sabia que ele estava na casa. Depois desse episódio, passamos um bom tempo conhecidas na noite como ‘as menininhas de Tim Maia’”, brinca. Era comum que artistas famosos e pessoas de fora do meio LGBT frequentassem os shows das transformistas.

Parceiro de Sharlene desde os tempos áureos, Odimir Felix Lins, artisticamente conhecido como Odilex, era a outra ‘doce Bárbara’ mais badalada do Recife. “O convite para interpretar Maria Bethânia partiu da Misty, durante o processo seletivo que fiz para poder entrar na casa. Claudete Bardot sugeriu que eu ouvisse o disco dela. Eu já tinha formação em balé”, lembra Odilex. Somados ao estudo da perfomance, o nariz avantajado, a magreza e longos cabelos crespos e negros, transformaram rapidamente o artista em um cover bastante fiel da baiana. Em uma noite de gala na Misty, Caetano Veloso, irmão de Bethânia, foi ao camarim para elogiar a interpretação. “Você tem o brilho do olhar de Bethânia”, resumiu o compositor, para a completa emoção de Odilex.

Odilex foi confundido com Maria Bethânia...Por ela mesma. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

A própria Maria Bethânia chegou a se confundir com Odilex ao se deparar com alguns retratos do transformista em cena. “Sou amigo de Irene Veloso, que é outra irmã de Bethânia; mostrou os registros para ela, que comentou: ‘não me lembro desse show’. Aí Irene explicou, ‘não Bethânia, esse é um rapaz que faz você no Recife’ (risos). Para mim, foi muito gratificante saber disso”, comemora Odilex. Nem só de artistas, intelectuais e LGBT’s, contudo, vivia a noite transformista. “Os grandes governadores do Estado viram nossas apresentações. E a gente fazia piada com político na cara deles, era comum. Também estavam na plateia famílias comuns, os teatros eram lotados. Era um glamour, posso dizer que sou uma diva do transformismo”, orgulha-se Odilex. 

O artista frisa que não é transexual, mas um homem gay. “O transformismo pressupõe que, ao final da performance, do ritual, o indivíduo retorna à sua expressão de gênero do cotidiano. Pode ser algo reversível, diferente da transformismo é algo reversível, diferente da identidade trans”, explica o pesquisador Rodrigo Dourado. Apesar disso, a exemplo do caso de Sharlene Esse, para algumas artistas, o transformismo foi um meio de se aproximar de uma identidade mais confortável, em tempos rígidos. “Acabou sendo uma porta de entrada para uma transição definitiva”, completa Dourado.

Glamour fora do país

Durante 30 anos, Márcia Vogue fez carreira de sucesso no exterior. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Embora Sharlene Esse e Odilex tenham realizado turnês internacionais, suas carreiras eram baseadas no Recife. Era comum, contudo, que transformistas assinassem contratos com produtores europeus para temporadas inteiras no exterior. Após vencer um concurso de beleza aos 16 anos de idade, Márcia Vogue foi contratada por uma agência de artistas da Suíça. “Muitas pessoas tentaram chegar na Europa pela arte da transformação, mas eram homens gays e, ao chegarem lá, era mandados de volta pelo empresário. Eu já tomava hormônio desde os 14 anos de idade. O patrão queria a pessoa pronta, que só precisasse se maquiar e pentear o cabelo, não quem ainda precisasse se montar ou raspar uma barba”, lembra.

Com contrato assinado e passaporte em mãos, Márcia Vogue logo se especializou em dança do ventre, através da qual foi levada a países como Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, França, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Tailândia e Irlanda. Estrela em sua arte, a transformista passou trinta anos fora do Brasil, hospedando-se em cabarés e conhecendo as mais diversas culturas. “No ano passado, decidi brincar de vestibular. Fiz a prova para o curso de serviço social da UNINABUCO, passei e voltei a morar no Recife”, conta.

Ao contrário das colegas, Márcia acredita que as estrelas do antigo transformismo foram esquecidas. “Todos os sonhos que quis, já realizei. Se morrer amanhã, morro feliz. Hoje em dia, com essa coisa de redes sociais, todo mundo é diva, porque você não vai pintar sua própria figura de maneira pejorativa. Na minha época, quem dizia que você era boa no palco era a mídia, não o Facebook”, afirma. Márcia também se sente incomoda com a abordagem dos atuais programas de TV sobre o transformismo. “Eu tenho muitas matérias guardadas: Silvio Santos, Globo e jornais impressos, a mídia tinha interesse, não tem mais. Você liga a TV ao meio dia, vê uma transformista chamando os outros de ”bicha”, “viado”, acho horrível, uma falta de respeito. Tem gente que aceita tudo pra aparecer”, lamenta.

Rumos no século XXI

Entre os anos 1986 e 2000, Odilex e Sharlene integraram o elenco do espetáculo “Salve-se quem puder”, uma colagem teatral satírica dos costumes da sociedade brasileira, que contava com grande elenco. “Mais de 25 pessoas em cena, incluindo vedetes e bailarinos. Começamos no Teatro Apollo, que só tinha capacidade para cerca de 300 pessoas e ficou pequeno, o que fez a gente se mudar para o Teatro Santa Isabel. O mais importante foi essa coisa de desmistificar que o gay era a escória, mostrar que éramos artistas levando entretenimento”, ressalta Odilex. De acordo com o transformista, uma das razões do fim das apresentações do projeto foi o encarecimento da pauta nos grandes teatros. “O Santa Isabel foi praticamente privatizado e também já não temos os patrocínios de antes”, completa Odilex.

As doces bárbaras: Odilex e Sharlene Esse contracenando com as personagens Maria Bethânia e Gal Costa. (Reprodução da internet)

Paralelamente às dificuldades financeiras dos nababescos espetáculos transformistas, se solidificava no Brasil a cultura Drag Queen, uma tendência norte-americana que invadira as boates paulistanas no início dos anos 1990. “Transformismo é um guarda-chuva maior, eu diria que a drag queen é uma transformista, no entanto, percebo nelas uma grande influência da cultura punk, no sentido de não buscarem se parecerem com mulheres, é quase uma cultura monstro. Sempre observei que, no Recife, as drags são as estranhas, americanizadas”, coloca o pesquisador Rodrigo Dourado.

Famosa por performar Vanusa e Elba Ramalho nos anos 1980, a transformista Raquel Simpson acredita que, depois dos anos 1990, com exceção a Cinderela, o público da cultura transformista tradicional caiu. “Os donos das casas noturnas foram fechando os espaços, como aconteceu com a MKB recentemente”, afirma. O caminho que Raquel encontrou para seguir na carreira artística foi focar sua atuação no ramo infantil. “Agora trabalho muito pouco como transformista, em saunas. Trabalho em espetáculos como Lelê & Linguiça, que estamos trazendo para as crianças”, acrescenta. Simpson, que ganhou até um documentário sobre sua trajetória artística (“Garota, Bem Garota”, de Marlom Meirelles), agora sonha em deixar o meio, mas garante que não se arrepende do caminho que percorreu. “Foi aquilo que a vida propôs para mim. Quando você vem ao mundo traz um carma, o meu está sendo cumprido, tenho fé em Deus”, resume.

Raquel Simpson ficou famosa por interpretar cantoras como Elba Ramalho e Vanusa. (Julio Gomes/LeiaJáImagens)

Para Odilex, o ocaso de algumas transformistas, contudo, não tem a ver com a ascensão das drags. “Quem é bom não perde espaço, estou há 40 anos na noite. Outros faleceram, não cabem mais dentro do vestido, porque engordaram ou foram procurar outras áreas. E essa invasão dos modismos, de bater cabelo-até hoje não sei como elas aguentam rodar tanto a cabeça...Perderam a essência do artista, de estudar para criar o personagem”, opina. Já Sharlene, que agora vive do trabalho de bartender em eventos particulares, atuando ocasionalmente como transformista, acredita que a vertiginosa queda do número de casas noturnas diminuiu suas possibilidades artísticas. “Hoje em dia é muito fácil você sair de casa montada. Aqui no Recife estava acontecendo um falatório entre as pessoas que estão querendo fazer a noite que as ‘véias’ não tinham mais nada que apresentar. Velhas somos nós, que fizemos a história e elas estão pegando carona”, critica Sharlene.

Se as transformistas pernambucanas já encarnavam divas estrangeiras, as drag queens passaram a trabalhar quase que integralmente com elas. Rodrigo Dourado acredita que, de fato, parte da comunidade drag queen local ignora completamente a história das primeiras transformistas. “Acho que existem duas culturas drag queen no Recife, uma mais periférica, que ainda possui conexão com as transformistas mais velhas, e outra de classe média, a Geração Ru Paul (reality show norte-americano), fluente em inglês e com recursos para se montar. Esses não querem nem saber das transformistas antigas, as referências são pessoas de fora do país. É um movimento colonizado”, explica.

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Diante desse cenário, quem continuou na noite com o transformismo acabou encontrando palco em espaços de socialização de homens gays (geralmente com mais de 40 anos), sobretudo nas saunas locais, algumas delas com estrutura para receber até 300 pessoas. “Quando se fala em sauna, tem que gente que acha que é um lugar para se fazer sexo. Tem quem queira, mas é um ambiente onde os amigos se encontram para confraternizar, ‘tomar uma’ e dar uma relaxada. A maioria das pessoas que estão nas saunas não curte o ambiente da boate”, comenta Odilex.

Muitas novelas se tornaram inesquecíveis não apenas por seus personagens marcantes, ou reviravoltas e tramas criativas, mas também por trazer em suas trilhas várias músicas que caíram no gosto popular. Isso pode ser feito explorando canções com os mais diversos ritmos, como fez "Mulheres de Areia", em 1993, misturando o axé music da Banda Beijo, a MPB de Gal Costa e o rock de Raul Seixas.

No ano seguinte, foi a vez de "Tropicaliente", de Walther Negrão, exibida às 18h, trazer uma trilha de estilo solar. Símbolo do Manguebeat, que misturava uma sonoridade regional, como maracatu, rock e eletrônico, Chico Science levou a sua Nação Zumbi à TV Globo e fez todo mundo cantar o clássico "A Praieira", todas as vezes que Pessoa (personagem de Guga Coelho) surgia na trama de Walther. 

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Para relembrar as trilhas sonoras marcantes, o LeiaJá separou algumas telenovelas que foram além das músicas cantaroladas nas aberturas e nas cenas dos protagonistas.

Roque Santeiro (1985/1986)

ISSO AQUI TÁ BOM DEMAIS – Dominguinhos 

A OUTRA – Simone 

SEM PECADO E SEM JUIZO – Baby Consuêlo 

CHORA CORAÇÃO – Wando 

MISTÉRIOS DA MEIA-NOITE – Zé Ramalho

SANTA FÉ – Moraes Moreira (tema de abertura)

DONA – Roupa Nova 

DE VOLTA PRO ACONCHEGO – Elba Ramalho

INDECENTE – Anne Duá 

CORAÇÃO APRENDIZ – Fafá de Belém 

ROQUE SANTEIRO – Sá & Guarabira 

CÓPIAS MAL FEITAS – Alceu Valença 

Tieta (1989)

MEIA LUA INTEIRA – Caetano Veloso 

TUDO O QUE SE QUER (ALL I ASK OF YOU) – Emílio Santhiago e Verônica Sabino 

NO RANCHO FUNDO – Chitãozinho & Xororó 

PAIXÃO ANTIGA – Tim Maia 

PAIXÃO DE BEATA – Pinto do Acordeon 

TIETA – Luiz Caldas (tema de abertura)

SEGREDOS DA NOITE – Instrumental 

CORAÇÃO DO AGRESTE – Fafá de Belém 

EU E VOCÊ – José Augusto 

CADÊ O MEU AMOR – Quinteto Violado 

AMOR ESCONDIDO – Fagner 

POR VOCÊ, COM VOCÊ – Guilherme Arantes

TENHA CALMA – Maria Bethânia 

IMACULADA – Instrumental 

Top Model (1989/1990)

EU SÓ QUERO SER FELIZ – Buana 4 (tema de abertura)

ESSA NOITE NÃO (MARCHA À RÉ EM PAQUETÁ) – Lobão 

OCEANO – Djavan 

HEY JUDE – Kiko Zambianchi 

DIZER NÃO É DIZER SIM – Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens 

BABILÔNIA MARAVILHOSA – Evandro Mesquita 

MEMORIES – Rob Little 

À FRANCESA – Marina 

BOBAGEM – Léo Jaime 

INDEPENDÊNCIA E VIDA – Rita Lee & Roberto de Carvalho 

VIDA – Fábio Jr. 

FICA COMIGO – Placa Luminosa 

NÊGA BOM BOM – Os Cascavelletes 

PASSARELA – Nova Era 

A Viagem (1994)

ESQUEÇA (FORGET HIM) – Fábio Jr.

MAIS UMA DE AMOR (GEME GEME) – Blitz 

MEU GRANDE AMOR – Renato Terra 

FEBRE – Lulu Santos 

CAMINHOS DE SOL – Yahoo 

ILHA DE MEL – Leila Monjardim 

A VIAGEM – Roupa Nova (tema de abertura)

POEIRA DE ESTRELAS (STARDUST) – Fafá de Belém 

MELODRAMA – Toni Platão 

BEIJO PARTIDO – Milton Nascimento 

SEJA LÁ COMO FOR – Rita de Cássia 

TER MAIS QUE UM CORAÇÃO – Artur Maia 

QUANDO CHOVE – Patricia Marx 

CADA UM NO SEU CADA UM – Zeca Pagodinho 

Tropicaliente (1994) 

MEU AMOR NÃO VÁ EMBORA – Beto Barbosa

PENSAMENTO – Cidade Negra 

MENINA – Netinho 

A PRAIEIRA – Chico Science e Nação Zumbi 

SIM OU NÃO – Djavan 

NÃO DÁ PRA MIM – Megabeat 

CORAÇÃO DA GENTE – Elba Ramalho (tema de abertura)

TANTA SOLIDÃO – Roberto Carlos 

MENINO LINDO – Flor de Cheiro 

MUITO ROMÂNTICO – Maurício Mattar 

PRINCESA – Jorge Ben Jor

O BEM DO MAR – Dorival Caymmi 

PRAIA NUA – Jorge Vercilo 

SWING DA ALDEIA – A Caverna 

Corpo Dourado (1998)

VIVO POR ELLA – Andréa Bocelli & Sandy 

PRA TE TER AQUI – Netinho 

CORAÇÃO VAZIO – Michael Sullivan 

PURA EMOÇÃO – Chitãozinho e Xororó 

SOMENTE O SOL – Deborah Blando (tema de abertura)

REALIDADE VIRTUAL – Cidade Negra 

GRAMA VERDE – Adriana Maciel 

CHOVEU – Blitz 

DOIS – Paulo Ricardo 

O QUE VOCÊ QUER – Rita Lee

QUASE – Daúde 

HANIME – Ive 

ME LIGA – Patrícia Marx 

SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ – Cláudia Telles

Laços de Família (2000/2001)

COMO VAI VOCÊ – Daniela Mercury 

PRÓPRIAS MENTIRAS – Deborah Blando 

SOLAMENTE UNA VEZ – Nana Caymmi

O PAI DA ALEGRIA – Martinho da Vila 

CORCOVADO – Astrud Gilberto (tema de abertura)

BALADA DO AMOR INABALÁVEL – Skank 

MAN (I FEEL LIKE A WOMAN) – Shania Twain 

SAMBA DE VERÃO – Caetano Veloso 

MY WAY (COMME D’HABITUDE) – Paul Anka 

PERDENDO DENTES – Pato Fu 

SENTIMENTAL DEMAIS – Simone 

BABY – Mutantes 

ABRAÇAVEL VOCÊ – Jane Duboc 

MENSAGEM DE AMOR – Lucas Santtana 

PEÃO APAIXONADO – Rionegro & Solimões 

Um Anjo Caiu do Céu (2001)

QUEM DE NÓS DOIS – Ana Carolina 

EU NASCI HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS – Zé Ramalho

DIVANO – Era 

ERVA VENENOSA – Rita Lee 

SIBONEY – João Bosco

DANÇANDO COM A VIDA – Sandra de Sá 

ME REVELAR – Zélia Duncan 

DESENHO DE GIZ – Simone 

COLOMBINA – Ed Motta 

MEU SANGUE FERVE POR VOCÊ – Patrícia Coelho 

AONDE QUER QUE EU VÁ – Paralamas do Sucesso 

APAIXONADA POR VOCÊ – Wanessa Camargo 

SÓ TINHA QUE SER COM VOCÊ – Elis Regina e Tom Jobim 

ANDO MEIO DESLIGADO – Pato Fu (tema de abertura)

Anunciada a primeira data da turnê de retorno do Balão Mágico. A formação original do grupo da década de 1980, com Simony, Mike e Tob, engata o projeto Balão Mágico Remember e faz o primeiro show da reunião comemorativa aos 35 anos de Balão no dia 2 de junho, no festival Milkshake, em São Paulo. 

Nos anos 1980, o Balão Mágico foi grande sucesso de público, não só infantil como também adulto. O grupo vendeu mais de 12 milhões de discos e comandou programa na TV, fazendo parcerias com cantores de sucesso da música brasileira como Roberto Carlos, Djavan e Fábio Júnior.

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Simony, Mike e Tob também passarão pela televisão para marcar a reunião que comemora as mais de trés décadas do grupo. No próximo dia 20 de abril eles gravarão o programa Altas Horas, com o apresentador Serginho groisman, para anunciar as novidades. 

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O britânico George Michael, morto aos 53 anos, foi um astro mundial da icônica década de 1980, um cantor e compositor cujas melodias românticas escondiam uma vida pessoal tumultuada, permeada por problemas com drogas e separações.

Tanto na dupla Wham! como em sua carreira solo, compôs alguns dos maiores sucessos dos anos oitenta como "Careless Whisper" e "Faith", vendendo mais de 100 milhões de álbuns ao longo de quase quatro décadas.

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Nos últimos anos, no entanto, fez poucas aparições públicas, e a imprensa falava mais de seus incidentes relacionados com as drogas do que sobre sua música.

George Michael, que revelou publicamente sua homossexualidade em 1998, após sua prisão por atentado ao pudor em um banheiro público em Los Angeles, assumia sua vida particular complicada.

"As pessoas querem me ver como um personagem trágico, com sexo em banheiros públicos e uso de drogas, mas eu sequer considero isso como fraquezas. É apenas quem eu sou", disse ao jornal britânico The Guardian em 2009.

- Rei do mundo -

Georgios Kyriacos Panayiotou - seu verdadeiro nome - nasceu em East Finchley, em Londres, em 25 de junho de 1963, filho de um cipriota grego e uma inglesa.

Com Andrew Ridgeley criou Wham! em 1981. Com sua aparência bem cuidada, seu bronzeado permanente, penteado volumoso e imagem hedonista, soube encarnar o espírito da época e logo se tornou uma das maiores bandas britânicas, com sucessos como "Club Tropicana" e "Wake Me Up Before You Go-Go".

O sucesso foi tal que, em 1985, a dupla foi o primeiro grupo ocidental a tocar na China.

Depois de emplacar quatro singles no topo das paradas britânicas, Wham! se separou em 1986 e George Michael embarcou em uma carreira solo, com a intenção de cantar para um público mais adulto.

Seu primeiro álbum, "Faith" (1987), mostrou uma mudança de estilo. O cantor aparecia na capa do disco vestido de couro, com uma barba de três dias e brincos.

O álbum, cujo primeiro single foi "I Want Your Sex", provou ser um sucesso comercial e de crítica com milhões de cópias vendidas.

Esgotado pela sua promoção, George Michael levou três anos para lançar seu segundo álbum solo, "Listen Without Prejudice Vol. 1".

Anos depois, a morte de seu namorado brasileiro, Anselmo Feleppa, foi um duro golpe para o astro.

O cantor revelou sua homossexualidade em 1998, um ano após a morte de sua mãe. Mais tarde explicou que não queria revelar sua opção sexual enquanto sua mãe era viva.

Seguiu colhendo sucessos nos anos 90 e início dos anos 2000, causando polêmica em 2004 com "Shoot The Dog", contra a guerra no Iraque.

'Não acreditem nessas besteiras'

Em 2009, David Furnish, o marido do cantor Elton John, que cantou em com George Michael em "Don't Let The Sun Down On Me", disse que seus amigos estavam muito preocupados com a saúde do cantor.

Em 2010, foi condenado a oito semanas de cárcere por ter invadido uma loja com seu carro, sob os efeitos de maconha e de medicamentos.

No ano seguinte, anunciou que se separava de Kenny Goss após vários anos de relacionamento, e passou semanas em um hospital de Viena para tratar uma pneumonia que esteve preste a matá-lo.

Na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, cantou "White Light", uma canção que fala de sua hospitalização.

Em 2014, precisou ser levado de helicóptero a um hospital após cair do carro numa estrada.

Um ano depois, negou no Twitter as declarações feitas pela esposa de seu primo, segundo às quais o cantor consumia crack e maconha, e estava em um programa de desintoxicação.

"Queridos, não acreditem nas besteira (que leem) nos jornais. Elas vem de alguém que já não conheço e que não me vê há 18 anos", escreveu.

A Coreia do Norte anunciou oficialmente nesta quarta-feira (27) o início em 6 de maio de um congresso do partido único que governa o país, o primeiro em quase 40 anos, e muitos analisas temem que seja precedido por um quinto teste nuclear.

O congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que se reuniu pela última vez em 1980, era muito esperado desde que o Norte anunciou a intenção de convocá-lo no fim do ano passado. O dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, poderia utilizar o evento para tentar destacar seu papel de líder supremo e reivindicar as conquistas do país nas áreas nuclear e balística.

Apesar de nenhum detalhe sobre o congresso ter sido divulgado, o evento será acompanhado para detectar possíveis mudanças de linha política ou reajustes na elite que governa o Estado que muitos analistas consideram totalitário.

Até o anúncio do Comitê Central nesta quarta-feira, a data do congresso era secreta. Em um comunicado publicado pela agência norte-coreana KCNA, o Politburo afirma que o próximo congresso, o sétimo do partido em sua história, começará na sexta-feira 6 de maio. A duração, no entanto, não foi revelada.

O congresso de 1980 durou quatro dias. Para este ano, o ministério sul-coreano da Unificação, responsável pela relação entre os dois países, prevê quatro ou cinco dias.

Novo teste nuclear?

O anúncio do congresso disparou as especulações sobre um quinto teste nuclear antes do evento, no que seria uma demonstração de força e orgulho nacional.

A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, anunciou na terça-feira que o Norte "concluiu os preparativos" para um novo teste e pode executá-lo a qualquer momento.

Um novo teste seria um passo espetacular de provocação norte-coreana, após as duras sanções da comunidade internacional a Pyongyang depois do teste nuclear de 6 de janeiro.

Park advertiu que a comunidade internacional vai agir de maneira rápida e rigorosa, com a possibilidade de sanções ainda mais severas.

Nos últimos meses, a Coreia do Norte reivindicou uma série de avanços técnicos naquilo que parece ser o objetivo final de seu programa nuclear: operar um míssil balístico intercontinental (ICBM) capaz de alcançar o continente americano.

Pyongyang citou a miniaturização com sucesso de uma carga nuclear para transportá-la em um míssil, o teste de uma ogiva nuclear que pode suportar o retorno à atmosfera após um voo balístico e a construção de um motor de propelente sólido.

No dia 15 de abril, a Coreia do Norte executou uma tentativa frustrada de lançamento de um míssil de médico alcance chamado Musudan. A agência sul-coreana Yonhap afirma que Pyongyang pretende repetir o teste em breve.

O Musudan teria alcance de entre 2.500 e 4.000 quilômetros, o que significaria a capacidade de atingir a Coreia do Sul e o Japão, assim como a ilha americana de Guam, no Pacífico, onde há uma base militar.

Até o momento nenhum teste de voo do míssil teve sucesso. O disparo de 15 de abril foi um fracasso "catastrófico", segundo o Pentágono, porque aparentemente o motor explodiu poucos segundos depois.

As resoluções da ONU proíbem que a Coreia do Norte desenvolva qualquer tipo de programa nuclear ou balístico.

O país executou quatro testes nucleares, em 2006, 2009, 2013 e 6 de janeiro deste ano.

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