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A América Latina e o Caribe ultrapassaram as 600.000 mortes por covid-19 nesta terça-feira (2), em meio a corrida desesperada para obter vacinas para conter a pandemia que deixou o mundo de joelhos.

Os 34 países da região totalizam 601.256 mortes (de 19.057.391 casos), atrás da Europa (747.887) e à frente dos Estados Unidos e Canadá (464.204) e da Ásia (241.391), segundo balanço da AFP com base em dados oficiais.

Brasil e México respondem por metade das mortes na região, com 226.309 e 159.100 mortes registradas, respectivamente.

Mas o Peru é o país mais afetado da região no que diz respeito à sua população, com 125 mortes por 100.000 habitantes, seguido pelo México (123), Panamá (123), Argentina (107) e Colômbia (107).

No Peru, o padre Juan López, vestido com um traje de biossegurança, deu apoio espiritual a dezenas de pacientes de covid-19 nesta terça-feira em um pequeno hospital de emergência em Huanco, na selva.

Ele deu a unção e palavras de incentivo aos pacientes de um hospital de 100 leitos instalado em uma escola da região amazônica, uma das mais atingidas pelo vírus, localizada 350 quilômetros a nordeste de Lima.

Em todo o mundo, o coronavírus é responsável por mais de 103 milhões de infecções e 2,2 milhões de mortes.

- Corrida por vacinas -

À medida que os números aumentam, o mundo continua sua corrida por vacinas, habilitando centros de inoculação em lugares surpreendentes, desde o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ao Estádio de Wembley e uma catedral em Londres, ou até na Disneylândia californiana ou em ônibus, como em Remis, França, ou na Jordânia, perto da fronteira com a Síria.

Mais de 101,3 milhões de aplicações de vacinas já foram registradas em 77 países ou territórios, de acordo com uma contagem da AFP. Os países de alta renda, que abrigam apenas 16% da população mundial, respondem por 65% das doses administradas.

Israel é de longe o país mais avançado, com mais de um terço de sua população (37%) recebendo pelo menos uma dose.

Os Estados Unidos, por sua vez, estão na vanguarda das vacinações em termos absolutos, com 32,2 milhões de doses administradas (7,9% de sua população). Algumas farmácias de todo o país começarão a oferecer as vacinas no dia 11 de fevereiro, como parte dos esforços para aumentar rapidamente as doses aplicadas.

Na União Europeia, 12,7 milhões de doses foram administradas a 2,3% da população.

- Ricos e pobres -

Pouco mais de um terço da população mundial (35%), porém, vive em países que ainda não começaram a vacinar, em sua maioria nações carentes que "olham e esperam", nas palavras do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Nenhum país de baixa renda ainda iniciou uma campanha massiva de vacinação. Esses países aguardam as primeiras entregas de doses, agendadas para este mês, no âmbito do sistema Covax lançado pela OMS e a Aliança para a Vacinação (GAVI) e com o qual busca-se garantir a distribuição de vacinas aos países mais desfavorecidos.

Alguns países ricos, como Japão, Coreia do Sul ou Austrália, também ainda não começaram a vacinar suas populações.

A Venezuela, por sua vez, reservou entre 1,4 e 2,4 milhões de vacinas AstraZeneca por meio da Covax, que devem chegar em fevereiro, disse Paolo Balladelli, chefe da missão da OMS e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no país, que está entre os trinta países da América Latina e do Caribe que receberão vacinas por meio desse sistema.

- Promessas -

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar aberta, com condições, à ideia de a UE usar a vacina russa após a publicação de resultados científicos positivos sobre sua eficácia.

De acordo com os resultados publicados nesta terça-feira pela revista médica The Lancet e validados por especialistas independentes, a vacina Sputnik V, pela qual a Rússia foi acusada de falta de transparência, é 91,6% eficaz contra as formas sintomáticas da covid-19.

Criticada como outros líderes europeus pela lentidão das vacinações em comparação com países como o Reino Unido ou os Estados Unidos, Merkel disse que "todas (as vacinas) que obtiverem uma autorização da EMA (Agência Europeia de Medicamentos) serão absolutamente bem-vindas".

Além da Rússia, o Sputnik V foi aprovado em 16 países: ex-repúblicas soviéticas como Belarus e Armênia, aliados como Venezuela e Irã, mas também Coreia do Sul, Argentina, Argélia, Tunísia ou Paquistão.

O presidente da França, Emmanuel Macron, reuniu os principais atores farmacêuticos europeus para incentivá-los a ampliar e acelerar a produção de vacinas. o mandatário francês disse à emissora TF1 que "até o final do verão (setembro) teremos oferecido uma vacina a todos os franceses que a desejarem", diante do início da produção da vacina nas fábricas francesas, que deve acontecer no final de fevereiro ou início de março.

Enquanto isso, o laboratório alemão BioNTech anunciou uma aceleração das entregas à UE da vacina desenvolvida com a americana Pfizer, prometendo até 75 milhões de doses adicionais no segundo trimestre. A Pfizer estima que as vendas de seu produto chegarão a 15 bilhões neste ano.

A britânica AstraZeneca, que sofre fortes críticas na Europa por atrasos, vai finalmente aumentar em 30% as entregas de sua vacina - autorizada na última sexta-feira pela EMA - no primeiro trimestre.

Enquanto isso, alguns países começaram a afrouxar as duras medidas de confinamento impostas para conter a nova onda de infecções, como Itália e Polônia, que reabriram seus museus.

Mas o resto da Europa continuou a apertar medidas restritivas, principalmente no que se refere a viagens, para impedir a entrada de variantes britânicas, sul-africanas e brasileiras do vírus.

O governo espanhol, por exemplo, vai limitar estritamente os voos da África do Sul e do Brasil por duas semanas, enquanto a Escócia vai impor uma "quarentena supervisionada" aos viajantes que chegam do exterior.

O diretor da Unicef para a América Latina e o Caribe, Jean Gough, recomendou a reabertura pelo menos parcial das escolas, apesar da pandemia, em uma região onde nem todos têm acesso à internet para aulas remotas.

"A reabertura das escolas é importante", disse o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à AFP em entrevista na quarta-feira (14).

“É preciso abri-las de uma forma que não seja a mesma (de antes), podem ser aulas presenciais por dias para uma turma e outros dias para outra turma”, recomendou Gough, que lamentou o tempo passado sem a reabertura das escolas.

“Na América Latina e no Caribe (...) sabemos que a maioria das crianças não puderam ter educação à distância ou não presencial porque as condições não existem, elas não têm internet, não têm acesso a telefone ou dispositivo para receber ensino digital", analisou.

Gough acredita que a reabertura parcial é possível porque o coronavírus não afeta as regiões da mesma maneira, se expandindo mais nas áreas com maior densidade populacional.

“A comunidade, os pais podem decidir, pode ser que a escola esteja aberta e depois de três meses tenha que fechar devido a um novo surto, mas a criança já terá seu material para trabalhar em casa”, argumentou.

O diretor da Unicef acredita que com medidas de biossegurança é possível voltar às aulas presenciais.

“As consequências negativas da não abertura são superiores ao risco de abertura de escolas” devido aos efeitos a longo prazo para as sociedades no seu desenvolvimento, sublinhou.

Gough explicou que o confinamento é sinônimo de uma maior carga de trabalho para os pais, já que precisam cuidar da criança.

“As escolas são espaços para a saúde mental. Estar confinado, principalmente para as crianças, o impacto mental é enorme porque elas não têm espaço para correr. Elas não podem ficar apenas sentadas, precisam de um espaço para recreação”, acrescentou Gough.

Segundo relatório do Unicef, o fechamento de escolas no pior momento da pandemia prejudicou 90% dos estudantes em todo o mundo.

A pandemia de coronavírus continua aumento no mundo nos últimos sete dias, principalmente na África e América Latina, segundo a base de dados coletada pela AFP.

Na última semana, foram registradas 652.423 mortes diárias (5% a mais que na semana anterior), segundo o balanço da AFP desta sexta-feira (18) às 08h00 de Brasília.

Foi na África onde a pandemia acelerou mais (+19%), seguida pela América Latina e Caribe (+11%) e Estados Unidos/Canadá (+8%).

No entanto, o número de casos reflete apenas uma parte do número real de contágios e as comparações entre países são delicadas, já que cada governo impõe uma política de testes distinta.

Na Europa, região que registrou mais novos casos nesta semana (245.948 novas infecções diárias), a epidemia ganhou força (+4%), depois de se estabilizar em um nível alto na semana anterior.

E embora o ritmo de contágios de covid-19 tenha crescido 77% na Oceania, o vírus circula muito pouco por lá (25 casos diários).

Já no Oriente Médio e na Ásia, continua se desacelerando (-16% e -11% respectivamente).

Em todo o mundo, a pandemia deixou ao menos 1,66 milhão de mortos desde o final de dezembro passado e cerca de 75 milhões de casos de covid-19 confirmados.

Em nível nacional, África do Sul é o país em que a epidemia mais se acelerou (+56%, 8.007 novos casos diários). É seguida pela Dinamarca (+52%, 3.334 casos), Espanha (+48%, 9.338 casos), Israel (+48%, 2.230 casos), Reino Unido (+42%, 22.982 casos) e República Tcheca (+ 42%, 5.582 casos).

Em contraste, a epidemia desacelerou fortemente no Irã (-30%, 7.930 novos casos diários), Geórgia (-28%, 3.202 casos), Iraque (-26%, 1.314 casos), Bulgária (-25%, 2.108 casos) e Jordânia (-24%, 2.384 casos).

Em números absoluto, Estados Unidos é de longe o país que registrou um maior número de novas infecções nesta semana, com 228.049 novos casos diários (+9%), à frente do Brasil (+12%).

Esses dois países também foram os que registraram mais mortes na semana passada, com uma média de 2.605 óbitos diários nos Estados Unidos e de 723 no Brasil. São seguidos pela Itália (656), México (594) e Rússia (553).

Estados Unidos continua sendo o país mais enlutado pela covid-19, com 310.792 mortes confirmadas; seguido pelo Brasil (184.827 mortes) e Índia (144.789).

Os novos casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) na América Latina, causador da aids, aumentaram 21% na última década, passando de 100.000 em 2010 a 120.000 em 2019, revelou nesta segunda-feira (30) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

No mesmo período, o número de mortes anuais relacionadas ao HIV caiu ligeiramente, de 41.000 em 2010 para 37.000 em 2019, informou a Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Estes dados destacam que, sem dúvida, a infecção pelo HIV ainda representa um grave problema de saúde pública na América Latina", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao destacar que "se prevê que a covid-19 exacerbe esta situação", dado o impacto da pandemia nos serviços de saúde.

Desde que a pandemia global foi declarada em meados de março, o número de pessoas que fizeram o teste de infecção pelo HIV diminuiu "drasticamente" tanto no Caribe quanto na América Latina, revelou a Opas no comunicado.

No primeiro semestre de 2020, em oito países da América Latina e do Caribe - Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia - houve cerca de 4.000 diagnósticos de infecção pelo HIV a menos do que no mesmo período de 2019, de acordo com dados oficiais.

Sem o diagnóstico, as pessoas infectadas pelo HIV não têm acesso a antirretrovirais que podem salvar suas vidas e também correm o risco de infectar outras pessoas.

Cerca de 2,1 milhões de pessoas na América Latina e 330.000 no Caribe viviam com HIV em 2019, de acordo com dados do UNAIDS, a agência da ONU de luta contra o HIV.

Um grupo de cientistas detectou pela primeira vez a existência de uma armadura biomineral em um inseto, uma espécie de formiga cortadora de folhas e endêmica na América Latina, que se protege dos ataques das formigas soldados.

Este tipo de armadura são características por exemplo dos crustáceos, como as lagostas, e outros animais marinhos, como os ouriços.

A Acromyrmex echinatior é uma formiga trabalhadora de classificação superior que coleta pedaços de folhas frescas da rua, uma vez que mastigadas pelas simples operárias, servem para o cultivo de fungos, alimento das larvas.

Mas tanto este cultivo como as larvas são alvos de outras formigas predadoras, como as pertencentes a "casta dos soldados de tamanho grande" da espécie Atta Cephalotes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (24) na Revista Nature Communications.

Enquanto estas têm "potentes mandíbulas enriquecidas com zinco" e medem cerca de 10 mm, as Acromyrmex Echinatior, de 6 mm, conseguem se defender, explicam seus autores, os microbiólogos chineses Hongjie Li, e o norte-americano, Cameron R. Currie, da Universidade de Wisconsin-Madison.

Seu corpo é "coberto de uma fina capa branca", composta de carbonato de cálcio e enriquecida com magnésio, disse Currie à AFP. Os pesquisadores consideram que esta armadura "melhora a rigidez de seu exoesqueleto", equipado com pontas.

Para comprovar, os autores do estudo reproduziram vários exemplares desta espécie impedindo a formação da armadura e os confrontaram com umas Atta Cephalotes em "experiências de agressão, imitando as 'guerras de formigas' por um território".

Neste caso, "os soldados Atta as dispersaram rapidamente", segundo Currie. Em um cenário diferente, ao repetir o mesmo experimento com formigas dotadas de armaduras, seu adversário perde em quase todos os duelos.

Esta proteção também pode ser útil diante de alguns patógenos, como as infecções que transmitem alguns fungos. Os pesquisadores constataram que sem a armadura, as formigas expostas a tais adversidades morriam em torno de quatro dias, enquanto as demais resistiram até seis dias com a armadura.

Os autores do estudo acreditam que este fenômeno poderá existir também em outras espécies de insetos menos conhecidas.

Líderes políticos de todo o mundo estão aproveitando o sábado (7) para parabenizar o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, pela vitória para o comando da Casa Branca. No Brasil, não tem sido diferente. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, publicaram mensagens no Twitter e disseram que o resultado da eleição americana é um alento.

Para Lula, “o mundo respira aliviado com a vitória de Biden”. “Neste momento tão importante em que o povo norte-americano se manifestou contra o trumpismo e tudo o que ele representa, de rejeição de valores humanos, ódio, abandono da vida e agressões contra nossa querida América Latina”, escreveu.

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“Saúdo a vitória de Biden e manifesto a esperança de que ele não só internamente, mas também em suas relações com o mundo e com a América Latina, se paute pelos valores humanistas que caracterizaram a sua campanha”, emendou o líder petista.

Dilma comungou do mesmo pensamento. “A vitória de Biden é uma vitoria do povo americano, e representa um alento para aqueles, no mundo, que lutam contra a extrema-direita, a intolerância e o ódio. É um fato relevante a eleição da primeira mulher negra, Kamala Haris, para a vice-presidência dos Estados Unidos”, afirmou a ex-presidente.

Joe Biden chega à Casa Branca como um conhecedor do Brasil e da América Latina. Há mais de 40 anos na vida pública norte-americana, ele é reconhecido como um político conciliador e dedicado ao relacionamento internacional. Liderou, como vice-presidente a diplomacia de Barack Obama na América Latina. Presidiu e foi membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA por 12 anos. E dá nome a um centro de pesquisa na Universidade da Pensilvânia, o Centro Penn Biden para a Diplomacia e o Engajamento Global.

Em 2013, o democrata atuou diretamente na relação com o Brasil. Numa visita a Brasília, Biden ajudou a abrir caminho para uma visita de Estado que Dilma faria, a contragosto de próceres petistas, aos Estados Unidos para melhorar o patamar das relações. Dilma, no entanto, abortaria a viagem. O motivo foi a revelação de que comunicações da presidente e da Petrobras haviam sido bisbilhotadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana.

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Coube a Biden voltar ao Brasil, durante a Copa do Mundo de 2014, para apaziguar a relação. Eles já haviam conversado em Santiago meses antes, na posse da presidente chilena Michelle Bachelet. O pretexto era assistir ao jogo em que os Estados Unidos venceram Gana por 2 a 1 na Arena das Dunas, em Natal (RN).

Mas Biden não tinha assim tanto interesse no jogo - ele chegou atrasado ao estádio e perdeu o primeiro gol do atacante Dempsey, antes do primeiro minuto. Logo depois do futebol com a neta e um sobrinho, decolou a Brasília. No dia seguinte, conversou a sós longamente com Dilma. Biden usou da simpatia que conquistou - a presidente disse que ele era "sedutor" - para tentar convencê-la de que Obama ordenou uma "revisão imediata" no programa de vigilância. E que mudaria a abordagem com o Brasil.

Na ocasião, Biden trouxe um presente sob medida para a presidente. O vice de Obama entregou a Dilma um lote de documentos até então secretos dos arquivos dos EUA sobre violações na ditadura militar. Os papéis reforçariam a coleta de provas da Comissão Nacional da Verdade, para irritação de oficiais brasileiros.

Após superar o choque de espionagem, Biden voltaria a Brasília em janeiro de 2015, por ocasião da posse de Dilma no segundo mandato. Numa carta de agradecimento com linguagem diplomática, a presidente registrou que os "laços de amizade e apreço" uniam não só os dois povos, mas "a nós pessoalmente".

Dois anos depois, Biden foi encarregado de receber em Washington o presidente Michel Temer (2016-2018), empossado com o afastamento de Dilma, e dar o sinal de reconhecimento americano a sua legitimidade na presidência. No auge da Operação Lava Jato, Biden criticou escândalos de corrupção no continente e respaldou a transição de poder.

Ele afirmou que "o Brasil seguiu sua Constituição para navegar um momento econômico e político difícil". O embaixador Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (Ipri), estudioso da história da diplomacia e crítico da atual gestão do Itamaraty, destaca que as diferenças entre republicanos e democratas são mais de "aparência" na relação com o Planalto.

Ele observa que houve períodos áureos e baixos nas relações entre os dois partidos. "Os Estados Unidos são um império, buscam segurança em primeiro lugar e abertura em segundo. Mas para eles, abertura é quando outros países se abrem para os investimentos e o comércio, os produtos americanos", analisa o embaixador, também adversário de gestões petistas no Itamaraty. "Depois eles impõem restrições, espionam a qualquer um, inimigos ou aliados."

A relação com Brasília sempre passou, nas gestões democratas afeitas ao multilateralismo, pela posição de influência regional do Brasil na América do Sul. Atualmente, Jair Bolsonaro vive em conflito político com a Argentina de Alberto Fernández e a Bolívia, de Luis Arce, ambos de esquerda. De imediato, ele tentará se reconectar aos socialistas bolivianos, ao enviar o chanceler Ernesto Araújo à posse de Arce. Analistas e diplomatas dos dois lados concordam que caberá a Bolsonaro mostrar abertura ao diálogo e moderação para acessar Biden.

O papa Francisco expressou, nesse domingo (11), sua solidariedade com as vítimas dos incêndios ocorridos na América Latina e se referiu também aos Estados Unidos.

"Quero expressar minha compaixão com os povos atingidos pelos incêndios que tem devastado várias regiões do mundo, assim como os voluntários e os bombeiros que arriscam suas vidas para apagar as chamas", disse ao final da oração dominical do Angelus.

"Me refiro à costa ocidental dos Estados Unidos, assim como as regiões centrais da América do Sul... o Paraguai... a Argentina", continuou o pontífice argentino.

"Vários incêndios são causados pelas secas contínuas, mas alguns são provocados pelo homem", denunciou.

"Que o Senhor ajude aqueles que sofrem as consequências destas catástrofes e nos faça estar atentos à proteção da criação", concluiu o papa, retomando um dos seus temas favoritos: a proteção do meio ambiente.

"A terra deve ser trabalhada, curada, cultivada e protegida. Não podemos seguir espremendo ela como uma laranja", declarou na noite de sábado em uma mensagem publicada na plataforma especializada de conferências TED.

América Latina e Caribe ultrapassaram, neste sábado (10), os 10 milhões de casos de coronavírus e o Brasil está prestes a atingir 150 mil de mortes pela covid-19. A região é a mais afetada no mundo pela pandemia, que avança rapidamente na Europa, onde as restrições aumentaram neste final de semana.

De acordo com contagem da AFP feita a partir de fontes oficiais neste sábado, 10.001.833 infecções foram registradas na América Latina e no Caribe, 366.637 das quais resultaram em mortes.

Mais da metade das infecções ocorre no Brasil, que já registra 5.055.888 casos e está prestes a superar 150 mil mortes. É seguido pela Colômbia (894.300 casos e 27.495 mortes), Argentina (871.455 casos, 23.225 mortes) e Peru (843.355 casos, 33.158 mortes), país que registra a maior taxa de mortalidade do mundo em proporção à sua população, com 101 óbitos por 100.000 habitantes.

Apesar desses números, o governo peruano abrirá sete sítios arqueológicos na região andina de Cusco a partir de 15 de outubro, após um período de sete meses de fechamento, e em novembro deverá reabrir a cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo peruano.

Na Argentina foi anunciada a extensão do isolamento obrigatório até 25 de outubro, em um dia com recorde de 515 mortes e 15.009 infecções. Em Buenos Aires, por outro lado, há uma "diminuição lenta e sustentada dos casos" e o prefeito, Horacio Rodríguez Larreta, anunciou uma flexibilização do confinamento.

Na sexta-feira, o Banco Mundial (BM) alertou que América Latina e Caribe sofrerão "o pior impacto econômico e de saúde" do mundo devido à pandemia e previu uma queda do PIB de 7,9% em 2020.

Segundo relatório da entidade, "o número de mortos por milhão de pessoas (na América Latina) é tão alto quanto nas economias avançadas, senão maior, mas os recursos disponíveis para enfrentar o golpe são muito mais restritos".

Restrições aumentam na Europa

Em todo o mundo, a pandemia causou pelo menos um milhão de mortes e mais de 37,2 milhões de infecções desde dezembro, de acordo com números da AFP. Na última semana, a situação piorou notavelmente na Europa, que registrou um aumento de 28% no número de infecções. No total, o continente já ultrapassa 6,2 milhões de casos e 240 mil mortes.

O vírus faz estragos em países como a Espanha, onde o governo decretou estado de alarme em Madri para conter as infecções, após dias de profundas desavenças entre as autoridades nacionais (esquerda) e o executivo regional, conservador.

Assim, durante pelo menos 14 dias, os 4,5 milhões de habitantes de Madri e de alguns municípios vizinhos devem respeitar um confinamento parcial ou perimetral. Ou seja, podem passear, fazer compras ou comer em restaurantes, mas dentro da área delimitada, da qual só podem sair por motivos essenciais, como ir ao trabalho ou ao médico.

Em Berlim, bares e restaurantes devem permanecer fechados a partir deste sábado entre 23h e 6h, para impedir a propagação da pandemia.

Na capital alemã, foram registrados mais de 50 novos casos para cada 100 mil habitantes, o que a torna uma "zona de risco". A título de comparação, Madri ultrapassa atualmente 560 infecções por 100.000 habitantes.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson "provavelmente" anunciará novas restrições na segunda-feira em "certas regiões".

Na sexta-feira em Bruxelas, a UE concordou em coordenar suas restrições às viagens dentro do bloco usando um método comum, com a esperança de unificar as medidas adotadas por cada país.

- Trump negativo? -

Nesse cenário global sombrio, uma pergunta permanece sem resposta: o presidente Donald Trump está curado depois de anunciar, em 2 de outubro, que era positivo para o coronavírus?

Neste sábado e apesar das dúvidas que persistem sobre sua saúde, o presidente fará discurso público na Casa Branca, o primeiro desde que anunciou sua infecção, na tentativa de relançar sua campanha e diminuir a desvantagem nas pesquisas contra o candidato democrata, Joe Biden, três semanas antes da eleição presidencial.

Os Estados Unidos são o país mais afetado por esta pandemia, com mais de 213.000 mortes e um total de 7,6 milhões de infecções. Todos os dias nos Estados Unidos cerca de 1.000 pessoas morrem por causa do vírus, de acordo com dados oficiais.

Do outro lado da moeda, o líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou neste sábado que seu país não tem nenhum caso de coronavírus e desejou "saúde" aos portadores da covid-19 em todo o mundo.

A região América Latina e Caribe, a mais afetada do mundo pela Covid-19, superou nesta quinta-feira (10) 8 milhões de infectados, em meio a uma pandemia que já causou 303.915 mortes nesta área, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Até as 19h dessa quinta-feira, a região somava 8.035.484 casos confirmados da doença, em meio a um total mundial de 28,02 milhões de infectados.

A região formada por Estados Unidos e Canadá registra o segundo maior número de infectados (6.504.734 milhões) e a Europa, o segundo maior número de mortos (220.085).

O Brasil é o país mais atingido de sua região e segundo no mundo, com 4,23 milhões de casos e 129.522 mortos. O Peru está em segundo lugar no número de casos, com 702.776, e o México é o segundo colocado no número de mortos, com 69.095.

A pandemia já causou 906.751 mortes no mundo, segundo o balanço da AFP. Um total de 28.021.960 pessoas foram infectadas e 18.662.400 se curaram.

Quase seis meses após desembarcar na América Latina, o coronavírus causou mais de 250.000 mortes e aprofunda a pobreza e a desigualdade, ameaçando apagar uma década de lentos avanços sociais.

Em seus bairros marginais, com saneamento precário e onde a população mora aglomerada, o vírus e o desespero pela falta de dinheiro se espalham, em meio à redução brutal da atividade econômica devido às medidas contra a pandemia.

Milhares de famílias enfrentam o dilema de encher o estômago ou evitar o contágio e, no pior dos casos, não conseguem evitar a fome nem a doença.

"Por causa dessa pandemia, fiquei desempregada. Tem dia que até pulamos uma refeição porque a situação é difícil", contou Milena Maia em sua modesta casa na favela Heliópolis, uma das maiores de São Paulo, com 200 mil habitantes.

Mãe solteira de 36 anos, ela limpava casas, mas agora depende de doações de uma ONG para alimentar seus três filhos. Alguns de seus conhecidos morreram de Covid-19 e "muitos estão infectados".

Outros, como Priscila Tomas da Silva, seu marido e seis filhos, tiveram que sair da casa alugada e improvisar um teto com pedaços de madeira e plástico em um estacionamento de caminhões em Julieta Jardim, na periferia de São Paulo. Em poucas semanas, cerca de 700 barracos semelhantes foram construídos ali.

A situação se repete no resto da América Latina.

- Estado insuficiente -

Esta região representa 9% da população mundial e, no entanto, concentrou quase 40% das mortes pela pandemia nos últimos dois meses.

Este dado "nos dá uma ideia do grande impacto que tem tido", disse à AFP Luis Felipe López-Calva, diretor para a América Latina do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Na ausência de uma reação política efetiva, em nível regional podemos falar de um retrocesso de até 10 anos nos níveis de pobreza multidimensional", acrescentou, observando que, embora os países tenham dado respostas muito heterogêneas, como um todo "aprenderam" no processo.

Dada a persistência das infecções, alguns governos reverteram a flexibilização dos confinamentos, como aconteceu nas últimas semanas no Peru, Argentina e Venezuela.

Ao mesmo tempo, implementaram ajudas aos setores com menos recursos.

Chile e Peru, por exemplo, aprovaram leis para sacar um adiantamento da aposentadoria, o que proporcionou alívio imediato, embora, segundo especialistas, vá prejudicar os já frágeis sistemas previdenciários no futuro.

"A quarentena e a pandemia revelam realidades cada vez mais profundas. A injustiça estrutural se torna visível", comentou à AFP Lorenzo de Vedia, padre Toto, na Villa 21, uma favela no sul de Buenos Aires.

"A presença do Estado é insuficiente e desordenada", acrescentou. Seu trabalho, que vai desde distribuir doações até confortar famílias em luto pelo vírus, tornou-se crucial.

O padre Guillermo Torres, com função semelhante na Villa 31, disse que a solidariedade comunitária tem sido fundamental para que nada "explodisse", aludindo a possíveis distúrbios pela crise sufocante.

De fato, as ondas solidárias, organizadas por toda a parte, têm sido uma válvula de escape à crescente pressão social.

Não impediram, porém, na capital chilena violentas barricadas e saques há semanas, nem que na Bolívia várias grandes marchas exigissem que o governo fornecesse mais soluções.

- Novos pobres -

Em uma economia que vai contrair mais de 9%, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) estima que o desemprego pode chegar a 13,5% este ano.

Cifra que representa 44 milhões de pessoas sem trabalho, 18 milhões a mais que em janeiro.

Quase dois terços dos trabalhadores estão expostos a ficar desempregados, perder horas de trabalho ou renda, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Assim, a epidemia expulsará 45 milhões de pessoas da classe média, para acrescentar 231 milhões de pobres (37% da população), segundo a CEPAL.

O Peru, que cresceu acima da média regional nos últimos anos, viu seu PIB cair 17%, e as famílias de renda média, cujo número vinha crescendo continuamente por 15 anos, está cambaleando.

Foi o que aconteceu com Sara Paredes e Raúl Cisneros, casal que de um dia para o outro ficou sem rendimentos.

"Faz cinco meses que ninguém me dá trabalho de tradução ou interpretação", conta ele, tradutor e professor de quíchua de 46 anos.

Ela, de 45 anos, ficou sem poder dar aulas na Escola de Belas Artes e sem apresentações teatrais. Agora, mal conseguem alimentar os dois filhos.

- Condições pré-existentes -

Registros piores de mortes por doenças tratáveis, como dengue, violência doméstica e evasão escolar, podem ser adicionados à insegurança no trabalho ou à falta de assistência médica.

E a insegurança ameaça disparar. Em países como Guatemala e El Salvador, altamente dependentes de remessas estrangeiras - em mínimos históricos - a violência de gangues aumentou após um declínio no início da pandemia.

"Assim como os indivíduos mais vulneráveis à pandemia são aqueles com as chamadas condições médicas pré-existentes, as economias e sociedades mais vulneráveis à pandemia também são aquelas com condições pré-existentes, ou seja, com alta desigualdade, com políticas e instituições públicas ineficientes", resumiu López-Calva.

Reconhecendo que nenhum país estava preparado para enfrentar uma crise "de governança, sistêmica" de tal magnitude, advertiu que "o impacto social começa a afetar a capacidade de resistência das pessoas".

A CEPAL insiste na relevância de proporcionar uma Renda Básica de Emergência por seis meses para toda a população vulnerável, bem como um Bônus mensal Contra a Fome.

Também propôs prazos de carência para empréstimos a pequenas e médias empresas, políticas fiscais e monetárias que sustentem um período mais longo de gastos e acesso a financiamento em condições favoráveis para os países de renda média, em particular para o Caribe, duramente atingido pelos efeitos das mudanças climáticas.

Após seis meses de pandemia, as infecções superam 6,4 milhões de 620 milhões de latino-americanos.

Em muitos hospitais urbanos e rurais, a infraestrutura para o tratamento da Covid-19 entrou em colapso, em parte como resultado de sistemas de saúde subfinanciados.

A pandemia do novo coronavírus ainda afeta o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, que passou de -59,9 pontos no segundo trimestre de 2020 para -43,2 pontos no terceiro trimestre. O indicador permanece na zona desfavorável do ciclo econômico, mas teve melhora de 16,7 pontos no período, apontou o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No Brasil, o ICE passou de -60,9 pontos no segundo trimestre de 2020 para -32,0 pontos no terceiro trimestre deste ano, uma melhora de 28,9 pontos.

Houve avanço das expectativas, embora a percepção sobre a situação atual tenha piorado. O Indicador da Situação Atual (ISA) na América Latina passou de -89,6 pontos no segundo trimestre deste ano para -98,0 pontos no terceiro trimestre. Já o indicador de Expectativas (IE) saiu de -22,3 pontos negativos para +41,1 pontos no mesmo período.

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"A melhora no clima econômico é explicada, portanto, pela reversão nas expectativas que passaram de pessimistas para otimistas, enquanto as avaliações da situação atual pioraram. Ressalta-se que a diferença entre o IE e o ISA, de 139,1 pontos, é a maior da série histórica. A crise teria chegado ao seu pior momento, mas daqui para a frente a economia da região entraria numa fase de recuperação", ressaltou a FGV, em nota oficial.

À exceção do México, o ICE aumentou em todos os países selecionados para análise, embora todos sigam na zona desfavorável, com porcentual de respostas negativas acima das positivas. O maior ICE da região passou a ser o da Argentina, -27,5 pontos. Segundo a FGV, o início do processo de renegociação da dívida do país e o desempenho relativamente favorável no combate à pandemia podem ter influenciado o cenário econômico local.

Foi confirmada a chegada do Disney+ na América Latina e no Caribe nessa quinta-feira, dia 13. O streaming tem seu lançamento previsto para novembro de 2020 e ele será a nova casa de todas as franquias de Disney, Marvel, Pixar, Star Wars e National Geographic aqui no Brasil, além de contar com produções exclusivas para o streaming que será mais um concorrente da Netflix e do Amazon Prime Video no país.

Filmes como Vingadores: Ultimato, A Dama e o Vagabundo (em live-action), e séries como The Mandalorian já estão garantidos na estreia do streaming, além de contar com High School Musical: O Musical - A Série e Hamilton, duas produções que têm cultivado fãs pelo mundo. O Disney+ também terá as produções mais antigas de suas franquias no catálogo.

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Diego Lerner, presidente da The Walt Disney Company Latin America, afirmou que o streaming terá uma variedade de títulos originais que só poderão ser vistos na plataforma:

- Sabemos que nosso público da América Latina está ansioso pela chegada do Disney+, o único serviço de streaming que oferecerá acesso exclusivo a todas as estreias dos conteúdos disponíveis de Disney, Marvel, Pixar, Star Wars e National Geographic. Além disso, todos os clássicos animados da Disney estarão juntos pela primeira vez em um único e exclusivo destino. A proposta de entretenimento será complementada por uma oferta robusta de séries e filmes originais do Disney+, um selo de produção própria, com uma variedade de títulos que podem ser vistos apenas em nossa plataforma, bem como conteúdo original produzido localmente em vários países da região para os mais diversos públicos.

O firme avanço da pandemia na América Latina, a região mais atingida do mundo pela Covid-19, coloca em dúvida a flexibilização de medidas em vários países para aliviar o grave impacto econômico registrado em todo o planeta, ao mesmo tempo que obriga, como no Peru, a instauração de novas restrições.

Em um momento em que a América Latina registra mais de 5,7 milhões de casos e mais de 225.000 óbitos por Covid-19, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou a reinstauração do toque de recolher dominical e a proibição de reuniões sociais ou familiares.

Com 632 falecimentos por milhão de habitantes, o Peru (32,9 milhões de habitantes) é o país latino-americano mais atingido pela pandemia em números proporcionais. Em números absolutos (489.600 casos e cerca de 21.500 óbitos), é o terceiro país mais afetado, atrás de Brasil e México.

"Temos que dar um passo para trás nas medidas que estávamos liberando. A partir deste domingo, retorna a imobilização obrigatória a nível nacional", declarou Vizcarra ao anunciar as medidas para frear os contágios, seis semanas após o início da flexibilização gradual.

A média diária de infecções mais do que duplicou em um mês para 7.025 na última semana. "Os principais focos de contágio são agora nossos amigos e familiares", explicou Vizcara.

No Brasil, onde registra-se a maioria dos casos na região, com quase 3,2 milhões, além de mais de 104.000 óbitos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), anunciou ter contraído a doença.

"Infelizmente eu dei positivo, estou com coronavírus. Absolutamente assintomático, me sinto bem, vou para casa e seguirei o protocolo médico" de isolamento nos próximos 10 dias, informou Doria, um ferrenho crítico do presidente Jair Bolsonaro, a quem acusa de minimizar a gravidade da pandemia.

A Argentina superou a marca dos 5.000 óbitos por Covid-19, após registrar um recorde de 241 falecimentos na noite de terça-feira e 84 mais na manhã desta quarta, de acordo com o Ministério da Saúde.

O país soma 5.088 óbitos desde 7 de março e 260.898 contágios em uma população de 44 milhões de habitantes, parte da qual continua confinada na Área Metropolitana de Buenos Aires.

Em Santiago, outra cidade onde seguem ativas umas das quarentenas mais longas do mundo, com quase cinco meses de duração, o isolamento será levantado na próxima segunda-feira. As autoridades registraram uma melhora nos índices de contágios.

A partir de segunda, a zona central da capital chilena se somará a outras seis que já saíram da quarentena e entraram na chamada "fase de transição", prévia à suspensão completa do confinamento.

- Economias sofrem -

A pandemia contaminou 20,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais quase 750.000 faleceram, de acordo com a recontagem da AFP a partir de dados oficiais.

Ao trágico saldo de vidas somam-se crises econômicas que refletem novos dados desanimadores.

Nesta quarta-feira foram divulgados os dados oficiais macroeconômicos do segundo trimestre no Reino Unido, que confirmaram uma recessão histórica, com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 20% entre abril e junho.

Este é o pior resultado desde o início dos cálculos trimestrais nos anos 1950 e se devem, sobretudo, a um confinamento muito prolongado, que paralisou totalmente a economia em abril.

Para 2020, o Banco da Inglaterra prevê uma queda de 9,5% do PIB do Reino Unido, que registra 46.000 mortes provocadas pela Covid-19.

Contudo, as autoridades modificaram nesta quarta-feira a forma de contabilizar as mortes por Covid-19: só serão registrados a partir de agora os falecimentos até 28 dias depois de confirmado um teste positivo. Isso reduz o balanço em 5.300 óbitos, para 41.329.

Os efeitos da pandemia são profundos até em países com um balanço reduzido de vítimas fatais, como a Nova Zelândia, apontada como um modelo de gestão e que registra 22 mortes em uma população de cinco milhões.

Nesta quarta-feira, a primeira-ministra Jacinda Ardern afirmou que cogita adiar as eleições de 19 de setembro após a detecção de oito novos casos pela primeira vez desde maio, o que levou as autoridades a decretar um confinamento de pelo menos três dias em Auckland, onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

- "Faíscas" que provocam incêndios -

O país mais atingido pela pandemia é os Estados Unidos, que têm 164.000 mortos e cinco milhões de casos.

Na Espanha, com mais de 28.000 mortos, a epidemia volta a acelerar e registra uma média superior a 4.900 contágios diários, mais do que a soma dos casos da França, Reino Unido, Alemanha e Itália.

Em Aragón, região espanhola com a maior taxa de contágios, 270 casos para cada 100.000 habitantes, 242 internações e 32 mortes foram registradas nos últimos sete dias.

Tudo começou com focos familiares em bairros populosos de áreas carentes, destaca José Ramón Paño, especialista em doenças infecciosas no hospital clínico universitário de Zaragoza.

As "faíscas iniciais" ganharam força com "eventos de supertransmissão", como festas de família ou o lazer noturno.

"O incêndio se propagou aos locais trabalho e asilos, o que deixou o sistema de saúde sob pressão", disse Paño.

No contexto da crise prossegue a corrida para desenvolver uma vacina confiável. Desde terça-feira o mundo reage com ceticismo e prudência ao anúncio da Rússia sobre a primeira vacina "eficaz" contra o coronavírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que a "pré-qualificação" e a homologação de uma vacina exigem um procedimento "rigoroso".

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, que está em visita a Taiwan, destacou a necessidade de fornecer "vacinas seguras e eficazes". Ele destacou que isso "não é uma corrida e não consiste em chegar primeiro".

Contudo, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, se ofereceu como voluntário para testar a vacina russa. "Acredito que a vacina que produziram realmente é boa para a humanidade", declarou.

A região América Latina e Caribe se tornou nesta sexta-feira a de maior número de mortos pela Covid-19, ao ultrapassar 213.000 óbitos, superando o número de falecimentos registrados na Europa, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Com 213.120 mortes pelo novo coronavírus, a região superou o total de 212.660 óbitos da Europa. Nos últimos sete dias, 44% das mortes por Covid-19 ocorridas no mundo foram registradas na América Latina e no Caribe (cerca de 18.300 de um total de 41.500).

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A região também é a que registra o maior número de casos da pandemia, com 5,3 milhões, grande parte deles no Brasil. Com 2,9 milhões de casos e quase 98.500 mortos em uma população de quase 212 milhões de habitantes, o Brasil é o segundo país mais afetado do mundo em termos absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos.

A pandemia de Covid-19 continua a arrasar o continente americano e a se espalhar pelo planeta. A Índia, terceiro país com mais casos, anunciou hoje que chegou a 2 milhões de infectados, com 41.585 mortos. Autoridades indianas testam apenas pacientes sintomáticos e especialistas consideram as cifras subestimadas.

Em todo o mundo, o balanço supera 19 milhões de casos declarados do novo coronavírus, incluindo 715.908 mortos, desde que o vírus foi relatado pela primeira vez, na China, no fim do ano passado, de acordo com o balanço da AFP.

Segundo país com mais casos na região, o México superou ontem 50 mil mortos, número que ultrapassou as previsões do governo de Andrés Manuel López Obrador, imerso em uma grave crise econômica e em críticas à condução da pandemia. O presidente minimizou a situação: "No conjunto das nações afetadas pela pandemia, não fomos tão atingidos", comentou hoje.

O novo coronavírus também continua avançando no Peru, que ultrapassou nesta quinta-feira 450.000 casos de Covid-19, ocupando o terceiro lugar na América Latina em infectados e mortos.

Cuba, por sua vez, que parecia ver a luz no fim do túnel no combate à Covid-19, precisou voltar a restringir a circulação de veículos e pessoas na capital, Havana, após registrar o maior número diário de casos em três meses.

"Hoje, (é um dia) ruim, não podemos dizer mais nada", disse o chefe de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública, Francisco Durán, ao iniciar sua habitual entrevista coletiva sobre a pandemia. Na noite de ontem, 54 novos casos foram confirmados, 43 deles em Havana, o que representa o "maior número" dos "últimos meses", segundo Durán.

No Paraguai, um dos países latinos menos afetados, o aumento de infecções para quase meia centena na principal prisão do país preocupa. O surto, no presídio de Tacumbú, que abriga 2,6 mil presos, foi detectado há 10 dias. Autoridades também informaram que o país registrou ontem, pela primeira vez, cinco mortos por coronavírus em um dia.

A tensão continua aumentando na Bolívia, onde as eleições foram adiadas para evitar a propagação do vírus. O governo ameaçou hoje usar as forças policiais e militares para liberar estradas bloqueadas em seis dos nove departamentos do país, no quinto dia de protestos contra o adiamento das eleições para outubro, quase um ano após uma votação polêmica, anulada devido a irregularidades.

- Emprego frágil nos EUA -

Nos Estados Unidos, onde o presidente, Donald Trump, é amplamente criticado por sua condução da pandemia, o índice de desemprego continuou caindo em julho, apesar de terem sido criados menos empregos do que em junho devido ao ressurgimento de casos de coronavírus.

A economia americana criou 1,8 milhão de empregos em julho, um pouco menos do que o esperado, anunciou o governo nesta sexta-feira. Com o aumento dos casos de Covid-19 em vários estados nas últimas semanas, as novas restrições para conter o vírus obrigaram algumas empresas a fecharem suas portas de novo. Muitas encerraram suas atividades de forma definitiva, o que aumenta a preocupação de uma piora no mercado de trabalho.

O Departamento do Trabalho americano informou que a taxa de desemprego para julho caiu para 10,2%, um pouco abaixo dos 10,5% previstos pelos analistas. Em junho, foi de 11,1%. Agora, está longe dos 14,7% de abril, mas ainda bem acima dos 3,5% registrados em fevereiro, o nível mais baixo em 50 anos.

O país mais afetado do mundo ultrapassou ontem 2.000 mortos em 24 horas, um balanço diário elevado, que não havia sido alcançado em três meses. Com mais de 160.000 mortos e 4,8 milhões de infectados, o governo de Donald Trump retirou um aviso geral sobre viagens ao exterior, apontando para melhorias em alguns países. Ainda assim, as fronteiras americanas permanecem fechadas para a maioria dos viajantes da UE, que também proíbe a entrada da maioria dos americanos.

Em uma situação de grande instabilidade devido a surtos em diferentes partes do mundo, a indústria dos dois pesos pesados da Europa, Alemanha e França, trouxe boas notícias nesta sexta-feira.

A produção industrial e as exportações continuaram sua recuperação em junho na Alemanha, com aumentos de 8,9% e 14,9%, respectivamente, confirmando a recuperação iniciada em maio após o colapso registrado pela pandemia, anunciou o escritório federal de estatística.

A produção industrial, que aumentou 7,4% em maio, ainda está 11,7% abaixo do nível de um ano atrás, em junho. Por outro lado, as exportações, que cresceram 9% em maio, ainda estão 9,4% abaixo do seu nível normal.

Na França, a produção industrial cresceu 12,7% em junho, embora no segundo trimestre tenha contraído 17,1%, e o déficit comercial tenha aumentado nesse período, segundo dados publicados nesta sexta-feira pelo Instituto de Estatística (Insee).

As recuperações na Europa podem ser de curto prazo, uma vez que novos surtos em pleno verão (hemisfério norte) levaram as autoridades a reimpor medidas que haviam sido relaxadas com o objetivo de reativar as economias fortemente atingidas pela crise sanitária.

Enquanto o mundo aguarda um tratamento eficaz contra a doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 26 vacinas estão sendo testadas, das quais seis em fase de testes clínicos.

Milhões de filipinos voltaram ao confinamento nesta terça-feira (4) devido ao agravamento da epidemia de Covid-19, cuja progressão segue acelerada, principalmente na América Latina e no Caribe, onde mais de cinco milhões de casos foram contabilizados.

Mais de 27 milhões de pessoas, 25% da população das Filipinas, foram forçadas a ficar em casa novamente após o alerta lançado pelas associações médicas. Desde junho, quando a maioria do país encerrou o confinamento, as infecções multiplicaram por cinco e ultrapassaram 100.000 casos.

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O retorno ao confinamento foi anunciado com apenas 24 horas de antecedência, o que deixou muitos habitantes bloqueados em Manila, com a interrupção dos transportes, principalmente voos.

"Não temos mais dinheiro. Não podemos deixar o aeroporto porque não temos família aqui", disse Ruel Damaso, um trabalhador da construção civil de 36 anos que queria voltar para sua casa em Zamboanga, no sul do país.

"Não estávamos à altura do desafio. Ninguém esperava", reconheceu o presidente Rodrigo Duterte.

Em Genebra, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para o risco de uma epidemia longa. "Não há solução milagrosa e talvez nunca existirá", alertou na segunda-feira em uma videoconferência.

A preocupação também cresce na Oceania, onde a Austrália começou a aplicar inúmeras restrições.

A partir de quarta-feira à meia-noite, todas os comércios não essenciais serão fechados em Melbourne, assim como as repartições públicas, uma medida que se soma ao toque de recolher noturno aplicado desde domingo aos residentes da cidade.

- Corrida para encontrar uma vacina -

A corrida para encontrar uma vacina continua. A Rússia garantiu na segunda-feira que está preparada para produzir "vários milhões" de doses a partir do próximo ano.

Outros especialistas, porém, alertam para a longa duração dessa pandemia, que já afundou as economias de muitos países, e recomendam a realização de uma campanha massiva de testes.

"Estamos tão apegados a testes sofisticados e caros que não testamos ninguém", disse Michael Mina, professor de epidemiologia em Harvard, que há semanas cobra a disponibilização de exames para todos, mesmo que não sejam de excelente qualidade.

A pandemia continua afetando os sistemas de saúde em todo o mundo, como no Brasil, onde o coronavírus destacou a falta de verbas e má administração sofrida por muitos de seus 210 milhões de habitantes.

O país, com quase 95.000 mortes, é o mais afetado da América Latina, onde a pandemia continua avançando. Junto com o Caribe, a região superou na segunda-feira cinco milhões de contaminações e 203.000 mortes.

O México, com 128 milhões de habitantes, é o segundo país mais afetado da região, com 443.813 casos confirmados e 48.012 mortes. O Peru, com uma população de 32 milhões, ocupa o terceiro lugar com 428.850 infecções e 19.614 mortes.

A pandemia não para em todo o continente americano. Nos Estados Unidos, o país mais afetado pela Covid-19, mais de 46.000 novos casos foram registrados em 24 horas, o que eleva o número de contaminações para 4,7 milhões, com mais de 155.000 mortes.

Desde seu surgimento na China, em dezembro, mais de 18 milhões de pessoas em todo o mundo foram contaminadas pelo coronavírus e quase 700.000 morreram.

- Más notícias empresariais -

No âmbito econômico, a pandemia também não dá trégua.

Para muitas empresas, a Covid-19 é uma catástrofe, como para a petroleira britânica BP, que anunciou nesta terça-feira uma perda líquida de 16,8 bilhões de dólares no segundo trimestre, ou o grupo agroquímico alemão Bayer, que teve prejuízo de 9,5 bilhões de euros (cerca de US$ 11 bilhões) no mesmo período.

Por seu lado, a companhia aérea britânica de baixo custo EasyJet, com sérias dificuldades como todo o setor, anunciou uma perda antes dos impostos de 324,5 milhões de libras (424 milhões de dólares) entre abril e junho.

Um dia antes, a Noruega anunciou restrições a cruzeiros em sua costa, depois que dezenas de novos casos de coronavírus apareceram em um navio da companhia Hurtigruten, que pediu desculpas e reconheceu seus "erros".

A empresa Carnival Cruise Line, que planejava retomar sua atividade esta semana depois de vários meses, finalmente decidiu adiar suas primeiras viagens de cruzeiro por não obter autorização da Itália.

Nos Estados Unidos, o plano de ajuda econômica não parece avançar, e empresas e trabalhadores temem pelo futuro.

Quase uma centena de líderes de multinacionais americanas como Walmart, Microsoft ou Merck, assim como de várias federações profissionais, enviaram uma carta aos congressistas americanos na segunda-feira.

Eles preveem uma "onda de fechamentos definitivos" se nada for feito antes de setembro e "um efeito cascata de empregos sendo destruídos".

Em uma situação de avanço e recuo em muitos setores, o mundo do esporte também está tentando voltar à normalidade e o tênis profissional teve os primeiros jogos no torneio WTA em Palermo (Itália), após cinco meses de interrupção.

A América Latina e o Caribe atingiram a cifra de mais de 200 mil mortos por coronavírus no fim de semana, tornando-se a segunda região mais afetada pelo novo vírus, atrás apenas da Europa. Brasil e México puxam a lista e concentram, juntos, três quartos das mortes da região, segundo dados da Universidade John Hopkins.

Com um total de 200.212 mortos e 4.919.054 de casos confirmados, América Latina e Caribe viram uma explosão de contágios na última semana em diversos países. Na quarta-feira (29), o Brasil havia registrado o recorde diário de 1.595 mortes e a Colômbia, 380. Na quinta-feira (31), foi a vez de a Argentina registrar o recorde diário de 153 mortos.

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Agora, os óbitos em razão da Covid-19 na América Latina e no Caribe representam cerca de um terço do total mundial: 685.780 mortos e 17.868.148 pessoas infectadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Europa, região com mais mortes pela doença, registra 210.435 óbitos e 3.189.322 infecções.

No dia 28 de abril, a América Latina e o Caribe tinham superado a marca de 10 mil mortos. No dia 23 de junho, a região chegou aos 100 mil mortos. Pouco mais de um mês depois, os casos dobraram, superando os 200 mil mortos, uma aceleração que se intensificou em julho, chegando a uma média diária de 2.610 óbitos.

O pior é que o pico da curva não parece estar perto para países como o México, que no sábado registrou 9.556 novos casos e 764 mortes, segundo dados da secretaria de Saúde federal. E alguns especialistas estimam que o número de mortos oficialmente declarado na região está subestimado.

Brasil e México lideram a lista dos países latino-americanos mais afetados pelo novo coronavírus, com 93.563 e 47.472 mortos, respectivamente. Em seguida estão Peru (19.408), Colômbia (10.330) e Chile (9.533).

A Covid-19 voltou a ganhar força no Peru um mês após o levantamento oficial da quarentena em grande parte do país, ao fechar o mês de julho com um recorde de 7.448 novos casos em 24 horas. O sétimo país do mundo e o terceiro da América Latina com mais casos de Covid-19, o Peru soma 407.492 contágios e 19.408 mortes desde 6 de março, quando foi detectado o primeiro caso.

A última semana foi especialmente crítica, pois a propagação do vírus voltou a acelerar um mês após o governo levantar as restrições em 18 das 25 regiões do país e duas semanas após a retomada do transporte regular entre as províncias. No início de julho, os contágios diários estavam diminuindo lentamente, com números abaixo de 3 mil casos por dia. Mas agora estão sendo registradas mais de 7 mil infecções diárias, como nos últimos três dias.

O número de casos confirmados na América Latina e no Caribe se aproxima dos 5 milhões.

As Américas registram 9,47 milhões de infectados. Deles, mais da metade está situada no Brasil (mais de 2,7 milhões de casos oficialmente declarados), o que o torna o segundo país com mais casos no mundo, atrás dos Estados Unidos (mais de 4,6 milhões de casos).

Os EUA, que registraram em 24 horas mais de 61 mil casos e 1.051 mortes, é o país mais afetado no mundo pela pandemia com mais de 154.449 mortos e mais de 4,6 milhões de casos.

Perigo longo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu que a pandemia provavelmente será "muito longa", em meio a uma intensa corrida em busca de uma vacina contra o vírus. Seis meses após declarar emergência internacional, a OMS destacou que "continua avaliando em muito elevado o nível de perigo global pela Covid-19".

Enquanto a América Latina, os EUA, a Europa e outras regiões do mundo sofrem com recessões econômicas históricas, a OMS advertiu sobre "o risco de afrouxar a resposta (à Covid-19) em um contexto de pressões socioeconômicas".

A fronteira dos EUA está fechada a viagens não essenciais desde 21 de março e permanecerá assim até o dia 20 de agosto. Medidas que também se aplicam a outros países, como o Canadá, que anunciou nova prorrogação no fechamento de suas fronteiras, exceto para os americanos, até 31 de agosto. A Argentina também freou a flexibilização das medidas por ao menos duas semanas em razão do aumento de contágios. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A popular série de televisão "Chaves", protagonizada por Roberto Gómez Bolaños "Chespirito" e que continuava sendo transmitida principalmente na América Latina, foi tirada do ar de todos os canais em que era exibida, informaram os filhos do falecido ator neste domingo (2).

Criada por Gómez Bolaños em 1970 e com o último capítulo gravado em janeiro de 1980, "Chaves" foi retirada da televisão desde 1o de agosto porque, segundo a imprensa mexicana, a família do ator e o canal Televisa não chegaram a um acordo sobre os direitos da série.

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"Embora estejamos tristes pela decisão, minha família e eu esperamos que Chespirito esteja em breve nas telas do mundo. Continuaremos insistindo e estou seguro de que conseguiremos", escreveu em sua conta do Twitter Roberto Gómez Ferán, filho do ator.

A retirada de "Chaves" do ar entrou para os assuntos mais comentados no Twitter, com várias mensagens de lástima dos espectadores de países de língua espanhola, os quais ressaltaram os valores manifestados pelo programa, como a amizade, solidariedade e a honestidade.

No entanto, também havia duras mensagens de crítica, principalmente de usuários mexicanos, que consideram que o programa "manipulava" as crianças e tinha nuances "classistas".

Após a morte de Chespirito, a revista Forbes estimou que "Chaves" reportou à Televisa cerca de US$ 1,7 bilhão até 2014.

América Latina e Caribe registraram mais de 200.000 mortos por coronavírus, três quartos deles apenas no Brasil e México, segundo um balanço realizado pela AFP com dados oficiais neste domingo (2) às 08h30 GMT (05h30 horário de Brasília).

Com um total de 200.212 mortos e 4.919.054 casos, América Latina e Caribe é a segunda região mais afetada pela COVID-19, atrás da Europa que registra 210.435 mortos e 3.189.322 casos.

No total, a pandemia deixou 685.192 mortos no mundo e infectou 17.868.148 pessoas.

Brasil (93.563 mortos) e México (47.472) são os países latino-americanos mais afetados, seguidos pelo Peru (19.408), Colômbia (10.330) e Chile (9.533).

Com uma média diária de 2.610 mortos, o número de óbitos na região dobrou em julho.

E o pico da curva não parece estar perto para países como o México, que neste sábado registrou 9.556 novos casos e 764 mortes, segundo dados da secretaria de Saúde federal.

Estados Unidos, que registrou em 24 horas mais de 61.000 casos e 1.051 mortes, é o país mais afetado pela pandemia com mais de 154.449 mortos e mais de 4,6 milhões de casos.

A África do Sul, o país do continente africano mais afetado pela pandemia, já tem meio milhão de casos.

Com 685.780 mortos no mundo e quase 17,9 milhões de casos (5.557 novas mortes e 263.110 infectados apenas neste sábado), o planeta está longe de ganhar a batalha contra o coronavírus.

- Toque de recolher em Melbourne -

Na Austrália, que superou relativamente bem a primeira onda, com 18.000 casos e 208 mortes para uma população de 25 milhões, Melbourne, sua segunda maior cidade, luta desesperadamente para manter a epidemia afastada.

O aumento "inaceitável" dos casos levou as autoridades a decretar um toque de recolher de seis semanas e a proibir a celebração de casamentos.

A maioria das escolas e universidades em Melbourne voltaram ao ensino à distância a partir de quarta-feira, poucas semanas depois de ter retomado as aulas presenciais, enquanto as creches fecharão a partir de quinta-feira. Os cidadãos poderão sair de casa apenas para fazer compras essenciais e para se exercitar por no máximo uma hora por dia.

"Essas são as decisões adotadas, porque outra coisa menos rígida não nos manterá seguros", justificou o primeiro-ministro do estado de Victoria, Daniel Andrews.

A Tunísia, cuja economia depende do turismo e abriu há mais de um mês as fronteiras, registrou a primeira morte por coronavírus depois de várias semanas, além de um surto de infectados, anunciou o Ministério da Saúde neste domingo.

No leste da Ásia, países que haviam controlado a epidemia também enfrentam novos surtos preocupantes.

- Sem turistas -

Com o histórico colapso da economia mundial, o desastre do PIB na zona do euro e os Estados Unidos em recessão, os efeitos da crise de saúde originada pela pandemia podem ser duradouros, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) neste sábado.

Os países europeus, a região mais afetada até agora pelo coronavírus, lutam entre a necessidade de reativar suas economias prejudicadas e controlar os surtos.

Na China, primeiro país do mundo afetado pela COVID-19, as consequências da pandemia estão sendo sentidas principalmente no emprego, em particular entre os jovens..

A taxa de desemprego para jovens graduados era três vezes maior do que a média nacional -19,3% contra 5,7%- no final de junho, segundo os economistas do banco UOB.

A região da América Latina e Caribe se tornou nesta segunda-feira (13) a segunda mais afetada do mundo pela pandemia do novo coronavírus em número de mortos, atrás da Europa, com mais de 144.000 vítimas fatais oficialmente registradas, de acordo com um balanço da AFP.

Com 144.758 mortes declaradas em 13 de julho às 8h GMT (5h00 de Brasília), a região supera o balanço dos Estados Unidos e Canadá (144.023 óbitos acumulados) e fica atrás da Europa, que registra 202.505 vítimas fatais.

O Brasil é o país mais afetado da região, com 72.100 mortes (sobre 1.864.681 casos), ou seja, quase metade do total na América Latina.

Depois do Brasil aparecem México (35.006), que superou a Itália em número de mortes e aparece em quarto lugar na lista mundial, Peru (11.870) e Chile (6.979).

A América Latina registra mais de 3.370.000 casos de Covid-19, a segunda região mais afetada do planeta, atrás dos Estados Unidos e Canadá (mais de 3.400.000).

Vários especialistas consideram que o número oficial total de mortes provocadas pela Covid-19 na América Latina está subnotificado.

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