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O Senado adiou, para a próxima semana, a análise dos vetos do presidente Jair Bolsonaro ao pacote anticrime. Os deputados votaram mais cedo para recuperar alguns dispositivos, mas uma medida enfrenta polêmica entre os senadores.

Uma das propostas do pacote, recuperadas na Câmara mas que depende do Senado, é a obrigação de um preso em flagrante ou alvo de prisão provisória ser encaminhado presencialmente à presença de um juiz no prazo de 24 horas, proibindo a realização de videoconferência.

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Tribunais de Justiça acionaram senadores ao longo do dia e alertaram para a inviabilidade de adotar as audiências presenciais, ainda mais durante a pandemia de covid-19 e a orientação por isolamento social.

A consulta pública sobre a estruturação e implementação no Poder Judiciário do juiz de garantias e do julgamento colegiado de 1º grau termina na próxima sexta-feira (10). As mudanças estão previstas na Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019), recentemente sancionada pelo presidente da República.

O juiz de garantias será o responsável pelo acompanhamento da investigação, recebimento da denúncia e autorização de medidas como prisões preventivas ou temporárias, quebra de sigilos bancário e fiscal, bloqueio de bens e operações de busca e apreensão. "O julgamento, no entanto, será realizado por outro magistrado”, diz, em nota o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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A consulta não é, porém, aberta à população em geral. “O objetivo é ouvir os tribunais, as associações de juízes, os magistrados, Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Colégio Nacional de Defensores Públicos-Gerais (Condege)”, explica o CNJ.

As sugestões, que devem ser feitas em formulários disponíveis na internet, serão estudadas por grupo de trabalho instituído no CNJ. O grupo tem até o dia 15 de janeiro (quarta-feira) para processar, tabular, analisar as propostas e redigir uma minuta de ato normativo.

“A tarefa do grupo é empreender estudos objetivando buscar a melhor forma de aplicar a lei existente, tal como foi aprovada pelo Congresso Nacional. Quer isso dizer que não nos cabe aqui tecer considerações acerca da oportunidade e conveniência das alterações feitas pelo legislador, tarefa que cabe ao Poder Legislativo, nem tampouco fazer quaisquer considerações acerca de sua constitucionalidade”, declarou, em comunicado oficial, o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, coordenador do grupo de trabalho.

Na opinião do presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, a legislação é positiva para a sociedade e é preciso ter consciência disso. "O juiz das garantias não é a única mudança da lei e não estabelece um juiz que vai proteger o criminoso, mas que será rígido para acompanhar a investigação”, declarou na abertura da primeira reunião do grupo de trabalho, realizada no último dia 3.

“Não há que se falar em aumento de custo e de trabalho. É uma questão de organização interna para atender a legislação e adaptar o trabalho das centrais de inquérito aos parâmetros da norma”, acrescentou Toffoli.

Levantamento feito pelo CNJ indica que os tribunais de Justiça do Amazonas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, do Piauí e de São Paulo já têm juízes dedicados ao acompanhamento de investigações, trabalho semelhante ao previsto para o juiz de garantias.

 

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou nesta quinta-feira (26) a criação de um grupo de trabalho para avaliar a aplicação do mecanismo de juiz das garantias, previsto no projeto anticrime sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (24).

Com a medida, o CNJ deverá apresentar formas de regulamentação da questão até meados de janeiro de 2020. Pela lei sancionada, a atuação do juiz das garantias começará a valer no dia 23 de janeiro, 30 dias após o ato de sanção da norma.

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A lei, aprovada pelo Congresso Nacional, criou a figura do juiz das garantias nos processos criminais. Dessa forma, o magistrado responsável pela condução do processo não vai proferir a sentença do caso. O juiz que atuar na função deverá analisar somente pedidos de prisão, quebra de sigilo bancário e telefônico, busca e apreensão e outras medidas.

Após a sanção, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) afirmou que criação do juiz das garantias é inconstitucional e que vai recorrer ao STF para suspender a aplicação da norma.

 

Ao sancionar o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e modificado pela Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro vetou trechos do projeto (PL 6.341/2019), provocando reação tanto de parlamentares quanto de associações de classe ligadas à magistratura. Um dos pontos mais polêmicos é a criação da figura do juiz de garantias — magistrado responsável apenas pela supervisão de uma investigação criminal, não sendo ele que decidirá sobre o caso. O juiz de garantias deve, entre outras atribuições, receber a comunicação imediata da prisão e decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar e sobre os pedidos de interceptação telefônica e de quebra de sigilo bancário. O acréscimo do juiz de garantias evitaria que o juiz que se envolve na investigação seja o mesmo a julgar posteriormente o réu.

O próprio Sergio Moro comentou em nota que "o presidente da República acolheu vários vetos sugeridos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O MJSP [Ministério] se posicionou pelo veto ao juiz de garantias, principalmente, porque não foi esclarecido como o instituto vai funcionar nas comarcas com apenas um juiz (40%); e também se valeria para processos pendentes e para os tribunais superiores, além de outros problemas. De todo modo, o texto final sancionado pelo presidente contém avanços para a legislação anticrime no país”.

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Em sua conta no Twitter, Moro escreveu que "não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente".

A rede social também foi usada por senadores. Veja como eles se manifestaram sobre a nova lei anticrime: 

Alessandro Vieira (Cidadania-SE):

O Juiz de "Garantias" tira a Lava Jato do RJ do Bretas e a do STF do Fachin. E tira o caso do Flávio Bolsonaro do Itabaiana. Vai plantar cascas de banana e potenciais nulidades que serão declaradas por algum ministro simpático no STF. Existia acordo para o veto, não foi cumprido.

Major Olimpio (PSL-SP):

O Senado não se omitiu. Cumpriu o acordo com o governo para acelerar a votação do pacote anticrime sob a promessa de que pontos negativos seriam vetados. Inclusive tratei disso com o ministro Moro, que também foi pego de surpresa com a sanção. O governo não cumpriu o acordo. A sociedade perdeu. Vou apresentar, assim que iniciar o ano legislativo, projeto de lei para extinguir o juiz de garantias, o juiz da impunidade. Precisaremos de apoio da população para evitar esse retrocesso.

Simone Tebet (MDB-MS):

Moro defendeu veto. Líder do governo no Senado acordou em manter o veto, mas ainda assim o presidente sancionou. No mínimo estranho. Juiz de garantia inviabiliza o sistema criminal brasileiro, gera atrasos intermináveis no julgamento de processos contra o crime organizado e de combate à corrupção. Em uma única palavra: retrocesso. No conjunto é inviável. Quase metade dos municípios não tem um único juiz criminal, quem dirá dois. De onde brotarão os recursos para nomeá-los?

Humberto Costa (PT-PE):

Bom dia para quem assiste à disputa entre Bolsonaro e Moro, agora com o pacote anticrime. O presidente ignorou os apelos de seu ministro e vetou 25 pontos da principal medida do ex-juiz. É para dar tela azul na cabeça dos bolsonaristas.

Alvaro Dias (Podemos-PR):

Juiz de garantias favorecerá a impunidade. 

Lasier Martins (Podemos-RS):

Sou contra a criação do juiz de garantias. Vai protelar ainda mais os processos penais. Desprestigia o juiz da causa. 40% das comarcas do Brasil tem só um juiz. A novidade implicará aumento de despesas públicas, portando mexe na lei orçamentária. É inconstitucional, porque mexe no dispositivo da Organização do Poder Judiciário. Enfim, é desnecessária e cria mais facilidades aos delinquentes do que à sociedade.

Magistrados

Além dos senadores, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes, lembrou que a entidade foi contrária à medida, acrescentada ao texto pelos deputados, mas que o importante é agora regulamentar. “Em relação ao juiz de garantias, tema mais polêmico do pacote, embora a posição da Ajufe fosse contrária ao instituto, uma vez incorporado ao Processo Penal pela Lei 13.964/19, o importante agora é a sua regulamentação. Ela terá de ser uniforme. Não faz sentido ter juiz de garantias apenas nas capitais e para os crimes de colarinho branco. Se o instituto é importante, tem se ser aplicado para todos, seja nos processos da Lava Jato, seja nos processos de crimes comuns, que são milhares e que tramitam no interior do país e que precisam ter as mesmas garantias. A Justiça Federal terá de redesenhar a estrutura de sua competência penal para tornar isso possível e Ajufe vai colaborar nessa agenda", afirmou. 

Da mesma forma, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) divulgou nota se posicionando contra o juiz de garantia. A entidade acredita que a medida criará custos desnecessários. "A implementação do instituto juiz de garantias depende da criação e provimento de mais cargos na magistratura, o que não pode ser feito em exíguos 30 dias, prazo da entrada em vigor da lei. A instituição do juiz de garantias demanda o provimento de, ao menos, mais um cargo de magistrado para cada comarca — isso pressupondo que um único magistrado seria suficiente para conduzir todas as investigações criminais afetas à competência daquela unidade judiciária, o que impacta de forma muito negativa todos os tribunais do país, estaduais e federais."

*Da Agência Senado

 

Deputados favoráveis e contrários ao pacote anticrime destacaram que a análise da proposta em Plenário só foi possível após as alterações feitas pelo grupo de trabalho, que retirou 11 temas polêmicos do texto.

O relator do grupo de trabalho, deputado Capitão Augusto (PL-SP), afirmou que o texto tem entre 65% e 70% do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Esse relatório está contemplando algo em torno de 65% a 70% do pacote original, algo a se considerar dentro do meio político”, disse.

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Os temas mais polêmicos, segundo ele, poderão ser retomados no ano que vem por meio de novos projetos de lei. É o caso de alterações nas regras que retiram a ilegalidade de atos cometidos por medo ou defesa – o chamado excludente de ilicitude – e o acordo entre acusado e Justiça para dispensar o julgamento – o chamado plea bargain.

“Esse pacote significa um avanço no combate à criminalidade, à corrupção e às facções criminosas. Mesmo para aqueles que, assim como eu, queriam algo mais, é importante aprovar essa proposta”, disse Capitão Augusto.

Ele afirmou que há polêmica sobre a criação do juiz das garantias – em que o juiz que instrui o processo é proibido de julgar o condenado. “O único ponto que ficou destacado foi a questão do juiz de garantias, que será votado em separado, aí fica a critério de cada parlamentar se é o momento ou não de se votar isso”, disse.

O deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) destacou que o texto reflete o acordo viável entre todas as forças políticas representadas na Câmara dos Deputados. “Esta Casa é a casa do possível, não é a casa do ideal”, declarou.

Crimes hediondos

O relator em Plenário, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), destacou que o projeto é mais rigoroso contra os condenados por crimes hediondos – cometidos com violência e grande potencial ofensivo. Esses detentos terão restrição às saídas temporárias e à progressão de regime.

“Vou dar um exemplo: Suzana Richthofen, que assassinou a própria mãe, não pode ter direito à saidinha do Dia das Mães. Isso foi aniquilado nesse projeto, proibimos o livramento condicional para todo aquele condenado por crimes hediondos com resultado morte”, ressaltou.

Restrição à defesa

O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) ressaltou que o grupo de trabalho fez uma “redução de danos”, mas criticou pontos do texto, como filmar e gravar encontro entre advogados e réus, o que pode ser considerado restrição ao direito de defesa. Ele também criticou a redução das saídas dos presos, o que iria contra o caráter educativo da pena.

“Eu não posso aceitar como positivo que, em uma política de hiperencarceramento, você tenha a redução da possibilidade de progressão de regime, mesmo para os graves. E nós queremos, e não abrimos mão, do controle de armas de fogo”, disse Glauber Braga.

Avanço

O líder do Cidadania, deputado Daniel Coelho (PE), destacou que o grupo de trabalho permitiu o voto favorável de governo, centro e oposição. “É um avanço para o País, a Casa mostra maturidade. Pode não ser a posição de um ou outro, mas o consenso geral é que se avança muito”, afirmou.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), foi fundamental a exclusão do ponto que retirava a punição de mortes se o autor agisse por medo ou em defesa de outro. “Vamos oferecer ao Brasil um instrumento de combate à criminalidade sem invadir aquilo que é essencial à preservação do Estado de direito e sem a autorização para matar que Moro queria colocar nesse texto”, ressaltou.

*Da Agência Câmara Notícias

 

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que a resposta aos avanços efêmeros de criminosos não pode ser a frustração, e sim, a reação com aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs) e do pacote anticrime.

"A resposta aos avanços efêmeros de criminosos não pode ser a frustração, mas, sim, a reação, com a votação e aprovação no Congresso das PECs para permitir a execução em segunda instância e do pacote anticrime", escreveu Moro, há pouco, em sua conta oficial do Twitter.

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A postagem do ministro acompanha uma foto de um outdoor da cidade de Toledo (PR), no qual está escrito que "Toledo e o Brasil apoiam o pacote do ministro Sergio Moro".

O deputado federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, Felipe Francischini (PSL), afirmou nesta sexta-feira (9) que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ainda não sofreu nenhuma derrota no cargo.

A afirmação de Francischini se deu devido ao fato do pacote anticrime, proposto por Moro, ter tido um dos seus pontos rejeitado pelos deputados na Câmara Federal na última terça-feira (6).

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Os parlamentares rejeitaram a inclusão no texto final do projeto o chamado “plea bargain”, que era planejado pelo ministro. O ítem funcionaria como uma solução negociada entre o Ministério Público, o acusado de um crime e o juiz.

“O Ministro Sergio Moro e o pacote anticrime não sofreram derrota alguma até o momento. A decisão de retirar a Prisão em 2ª instância do projeto por entendimento acerca da constitucionalidade formal não mudará nada. Pautarei e darei celeridade a uma PEC sobre o mesmo assunto na CCJ”, comentou Francischini.

Em sua avaliação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também repercutiu a ‘derrota’ do anticrime na Câmara. “O ministro Moro é da Justiça, mas ele não julga mais ninguém. Então, entendo a angústia dele em querer que o projeto dele vá para a frente, entendo, mas nós temos que combater, diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar, abrir o nosso comércio”, pontuou.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL) saiu em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro nesta segunda-feira (10), após o vazamento de mensagens feito pelo site The Intercept.

As mensagens mostram uma série de conversas de Moro, enquanto ainda era juiz federal, com procuradores da Operação Lava Jato, entre eles o coordenador da operação, Deltan Dellagnol.

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“O ataque criminoso à Lava Jato e ao Ministro Moro só provou uma coisa até agora: tem muuuuuiiita gente morrendo de medo do pacote anticrime ser aprovado!”, opinou a deputada.

Zambelli ainda criticou o comportamento de parlamentares da oposição. “Conversas vazadas da Lava Jato: ‘Precisamos prender corruptos’. Conversas vazadas entre petistas: ‘Precisamos evitar que corruptos sejam presos’. Ah, dá um tempo, vai”, falou.

Em seu perfil oficial no Twitter, a deputada federal finalizou afirmando que “o povo de bem está com o Ministro Moro”.

A ex-candidata ao governo de Pernambuco nas eleições de 2018 pelo PSOL, Dani Portela, participou nesta semana, em Brasília, de um grupo de trabalho de negras do PSOL.

 O grupo foi indicado para trabalhar junto com a bancada de deputadas e deputados federais do partido para debater o pacote Anticrime do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

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 O conteúdo da proposta foi analisado por lideranças de todo o país, e algumas percebem nele um grande retrocesso, com a efetivação de uma mudança profunda no Código Penal Brasileiro.

 De acordo com Dani, o material estudado aponta para consequências extremamente preocupantes como o aumento substantivo do encarceramento e a institucionalização do direito de matar em ações policiais. Isso traz consequências gravíssimas que precisamos debater com o conjunto da sociedade a partir de uma grande campanha de sensibilização, engajamento e mobilização contrário ao pacote e apresentação de  alternativas.

Líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, o deputado federal Daniel Coelho se reuniu nesta terça-feira (7) com o ministro da Justiça Sergio Moro. Na pauta, o apoio do partido aos projetos de combate à corrupção e anticrime.

O parlamentar também pediu esclarecimentos a respeito do convite feito pelo Ministério à delegada Patrícia Domingos, ex-titular da extinta Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), cuja cessão teria sido negada pelo governo do Estado.

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“A população de Pernambuco ainda está entalada com o fechamento da Decasp e com o desmonte das estruturas de combate à corrupção no Estado. E quando a delegada Patrícia Domingos foi convidada para atuar junto ao Ministério da Justiça no combate à corrupção, estranhamente ela não foi liberada pelo governo estadual”, afirmou Daniel Coelho.

“Esperamos que os casos sejam apurados. É importante que se esclareça porque o governo de Pernambuco fechou a delegacia e também qual o motivo pelo qual negou a cessão da delegada para atuar no ministério no combate à corrupção”, completou.

Daniel Coelho também aproveitou o encontro para reafirmar o apoio do Cidadania ao pacote do ministro Sérgio Moro. “Reiteramos o apoio aos projetos de combate à corrupção e criminalidade enviados pelo ministro”, finalizou.

O Bloco G da Universidade Católica de Pernambuco receberá nos próximos dias  23 e 24 de maio um evento que colocará em pauta o Pacote Anticrime, proposto pelo Governo Federal. “Não é porque a realidade é de maliciosos que temos que agir dessa forma. Se pensarmos dessa forma, não vai funcionar”, diz o professor de Direito Processual Penal Geraldo Prado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que virá ao Recife.

O docente e jurista acredita que a negociação de um acordo de delação deve ser baseada na lealdade, e não enxergada como um jogo estratégico, no qual o importante é conseguir obter uma vantagem. Este ponto é uma questão que foi utilizada no processo da Lava Jato e que chamou a atenção da mídia e de muitos juristas Brasil afora e volta a ser foco de discussão com a proposição no Pacote Anticrime, o "plea bargain" (numa tradução literal do inglês, "declaração negociada").

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Uma das medidas do projeto apresentado pelo Ministro da Justiça, Sérgio Moro, representa uma "solução negociada" entre a justiça e o acusado na qual ele confessa e admite a acusação e negocia a pena sem o processo de um julgamento custoso, naqueles casos nos quais haja confissão circunstanciada.

Porém, muitos especialistas como Prado acreditam ser necessário uma ampla discussão sobre o Pacote Anticrime. No Recife, alguns dos maiores nomes do cenário brasileiro no 1º CNAC - Congresso Nacional da Advocacia Criminal, promovido pela Anacrim (Associação Nacional de Advocacia Criminal).

Estarão presentes a vice-presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella, também professora, Raimundo de Albuquerque (professor e advogado), Renata Dayanne (professora), Alessandra Nardini (professora e advogada), Ana Carolina Santana (professora e juíza de Direito) e Durval Lins (professor e Delegado de polícia), os Doutrinadores Cezar Roberto Bittencourt (professor e advogado), Juarez Cirino dos Santos (professor e advogado), Jacinto Nelson de Miranda Coutinho (professor e advogado) e Luis Carlos Valois (professor e juiz de Direito), além do renomado advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

“Este é o primeiro evento nacional da Associação Nacional de Advocacia Criminal com rodadas de palestras e mesas redondas, com foco no Pacote Anticrime, com tantos nomes e o viés de diversos profissionais que atuam diretamente na área”, destaca o presidente da seccional Pernambuco da Anacrim, Eduardo Araújo.

O evento pretende mobilizar mais de 300 participantes nessa discussão e conta com parcerias de peso como a OAB/ ESA, em Pernambuco, e a Rede Juris, de Brasília.

Personalidades com forte atuação na mídia foram convidadas pelos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Sergio Moro, da Justiça, para uma reunião na noite dessa terça-feira (9). O objetivo do encontro foi fortalecer e buscar apoio para a Reforma da Previdência e o pacote anticrime, que já foram apresentados ao Congresso.

A reunião, que aconteceu em São Paulo, contou com nomes como a atriz Regina Duarte, os cantores Zezé Di Camargo e Jorge, da dupla Jorge & Matheus, o jogador de futebol Kaká e as apresentadoras Ana Hickmann e Luciana Gimenez.

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Cerca de dez empresários também participaram da reunião. Os movimentos Nas Ruas e Vem Prá Rua endossaram o encontro e ajudaram para que ele fosse realizado. Na ocasião, ambos os ministros discursaram juntos para a plateia.

Moro falou do pacote anticrime e afirmou que apoia a Reforma da Previdência, proposta por Paulo Guedes. O ministro da Economia fez um longo discurso sobre a necessidade de mudanças no sistema de aposentadorias no Brasil.

Guedes precisou sair mais cedo, pois tinha uma viagem para fazer. Depois que ele saiu, os convidados começaram a fazer fotos com Moro, que foi o mais popular do governo. A mulher do ex-magistrado, Rosângela Moro, também aproveitou para fazer fotos com os artistas.

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A deputada federal Joice Hasselmann (PSL) mal iniciou seu mandato na Câmara Federal e já acumula uma série de polêmicas. No seu primeiro discurso no plenário, a parlamentar se confundiu e chegou a perguntar “quem matou Bolsonaro?”. Alguns internautas não deixaram passar batido e rebateram perguntando até mesmo onde seria o velório. 

Desta vez, nesta terça-feira (19), ao comemorar por meio do Twitter, a entrega do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), Hasselmann cometeu outra gafe. “O Brasil será um paraíso para os bandidos”, escreveu. 

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deve ir ao Congresso Nacional na tarde desta terça-feira (19) para protocolar o projeto de lei anticrime, considerado uma das vitrines do novo governo. O projeto prevê alterações em 14 leis, como Código Penal, Código de Processo Penal, Lei de Execução Penal, Lei de Crimes Hediondos, Código Eleitoral, entre outros.

O objetivo, segundo o ministro, é endurecer o combate a crimes violentos, como o homicídio e o latrocínio, e também contra a corrupção e as organizações criminosas.

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A previsão é que Moro apresente o projeto acompanhado da mensagem assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Antes, o ministro conversa com secretários estaduais de Segurança Pública e participa de reunião ministerial, no Palácio do Planalto.

Nas últimas semanas, Moro se reuniu com parlamentares, governadores,secretários de Segurança Pública e magistrados para apresentar e detalhar as medidas. O ministro afirmou que espera sugestões da sociedade civil para aprimorar alei anticrime. 

Tramitação

O projeto de lei de combate ao crime deverá tramitar paralelamente à proposta de reforma da Previdência, que deve ser apresentada ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (20), para alterar as regras de aposentadoria dos trabalhadores dos setores público e privado.

Logo depois de assinar o texto, o presidente Jair Bolsonaro fará um pronunciamento à nação, para explicar a necessidade de mudar as regras do setor.

Os pontos da reforma revelados até agora são a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com um cronograma de transição de 12 anos para quem está próximo dessas idades. 

O governo calcula que a reforma vai permitir uma economia de R$ 800 bilhões a R$ 1 trilhão nos próximos dez anos. Por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a reforma da Previdência precisa ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado, com o apoio de no mínimo três quintos dos deputados e dos senadores em cada votação.

O governo federal planeja propor ao Congresso Nacional que as organizações criminosas mais violentas em atuação no Brasil passem a ser identificadas e nomeadas em lei. A medida, defendida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, consta do Projeto de Lei Anticrime que o Palácio do Planalto pretende enviar ao Congresso Nacional em breve.

A menção nominal às organizações criminosa será uma mudança significativa, já que, hoje, muitos governantes sequer admitem a atuação destas facções, tentando minimizar o poderio ilícito de seus integrantes. "É uma alteração importante. Praticamente mantemos a conceituação atual, mas deixamos claro, na lei, que estas são organizações criminosas", disse Moro.  

As lideranças das organizações criminosas devem, quando condenadas,  iniciar o cumprimento da pena em penitenciária de segurança máxima.  "Ele não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou receber outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo", explicou Mouro.

De acordo com o texto do PL apresentado à imprensa, governadores, vice-governadores e a secretários de segurança pública, será considerada organização criminosa qualquer associação a partir de quatro pessoas "estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas" cujos integrantes atuem com o "objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos".

O PL cita o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), Família do Norte, Terceiro Comando Puro e a organização Amigo dos Amigos como exemplos de grupos que se valem da "violência ou da força de intimidação do vínculo associativo para adquirir, de modo direto ou indireto, o controle sobre a atividade criminal ou sobre a atividade econômica".

Também são citadas os grupos milicianos. Para o ministro Sergio Moro, a atual legislação já permite o enquadramento destes grupos como organizações criminosas, mas o PL, se aprovado pelo Congresso, permitirá, entre outras coisas, "deixar claro" quais são e qual o modelo de atuação das facções. 

"Não é possível nomear todas, pois o rol é exaustivo. Nomeamos algumas, mais conhecidas e de maior alcance nacional", acrescentou o ministro, já prevendo possíveis críticas de especialistas em segurança pública e de advogados contrários a se nomear as organizações por entender que esta seria uma forma de legitima-las, fortalecendo-as. Moro, no entanto, acredita que, a exemplo do que ocorreu na Itália, a alteração da lei, junto a outras medidas, poderá resultar em mudanças.  

O PL anticrime prevê mudanças em 14 leis, entre elas, o Código Penal, Lei de Execução Penal, Lei de Crimes Hediondos e Código Eleitoral. A intenção, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é combater a corrupção, crimes violentos e facções criminosas.

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