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Na expectativa para conhecer os candidatos eleitos nas Eleições 2022, eleitoras e eleitores podem verificar em tempo real a apuração dos resultados pela tela do celular. Basta baixar o aplicativo Resultados, criado pela Justiça Eleitoral e disponível gratuitamente nas lojas virtuais App Store e Google Play. 

Por meio do aplicativo Resultados, qualquer pessoa tem a opção de acompanhar a contagem dos votos nos 26 estados e no Distrito Federal, após o encerramento da votação, às 17h de Brasília. Uma versão dessa ferramenta também já está disponível no Portal do TSE. 

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As consultas podem ser feitas a partir de pesquisa pelo nome da candidata ou do candidato ou pelo cargo em disputa. O aplicativo informará, em seguida, os nomes de quem for eleito ou daqueles que vão disputar o segundo turno. Também é possível verificar os índices de comparecimento e abstenção; a quantidade de votos válidos, em branco e nulos; e o número de seções totalizadas. 

A eleitora ou o eleitor pode visualizar, ainda, informações sobre as urnas eletrônicas, como os Boletins de Urna e o Registro Digital de Voto.

Acompanhado pela mulher, a socióloga Janja, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já estava em um hotel da região central de São Paulo pouco antes das 16h deste domingo, 2 de onde irá acompanhar a apuração dos votos.

Após o resultado divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula concederá uma coletiva de imprensa e, em seguida, seguirá para ato político na Avenida Paulista, também na central da capital paulista, independentemente do desfecho do primeiro turno do pleito.

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Os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão acompanhar juntos, no próximo domingo, 2, a apuração dos votos das eleições de dentro do prédio da Corte. É a primeira vez na história que isso ocorre. A estratégia do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, é mostrar coesão do grupo diante da possibilidade de contestação dos resultados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelas Forças Armadas.

Dos integrantes do TSE, três são ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Moraes ainda convidou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União, em exercício, Bruno Dantas, para se unir ao grupo. Os dois confirmaram presença. Com isso, o resultado final da apuração será anunciado com a presença e o aval de dois presidentes de poderes - do Legislativo e do Judiciário.

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Outros ministros do STF também podem comparecer. O pelotão é uma das iniciativas de Moraes de legitimar o resultado e desqualificar qualquer tentativa de repetir no Brasil o que ocorreu nos Estados Unidos com a derrota de Donald Trump em 2020. Na ocasião, apoiadores de Trump foram estimulados por ele a invadir a sede do governo e impedir o anúncio do resultado do pleito.

Nas últimas semanas, Moraes acertou um apoio em cadeia de diversas entidades da sociedade e da área do Judiciário ao resultado das urnas. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) já estão com discursos afinados com o tribunal. Ao Estadão, o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, confirmou que é um dos que virão a público "defender a legitimidade dos resultados" assim que anunciados. Por sua vez, o presidente da Ajufe, Nelson Alves, também disse que a contagem será respeitada "independente" dos nomes que serão eleitos.

Alexandre de Moraes tem mantido conversas diárias especialmente com a ministra Rosa Weber. A recém-empossada presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) colocou todo o aparato técnico de segurança e comunicação da Corte à disposição do TSE.

A Justiça Eleitoral ainda contará com centenas de observadores internacionais acompanhando em tempo real a apuração, o que deve conferir peso simbólico ao processo. Muitos deles estarão presencialmente na sede da Corte.

Nem todos os convidados vão comparecer à contagem de votos no TSE. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à reeleição, passará o domingo em Alagoas, onde vota. Lira é apoiador do presidente Bolsonaro, mas não tem endossado o discurso anti-urna.

Pacheco também tem feito manifestações favoráveis às urnas eletrônicas com frequência. Em uma das ocasiões, o presidente do Senado disse que não tinha "cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil". Em agosto, o senador declarou que "as eleições existem para assegurar a legitimidade do poder político, pois o resultado das urnas é a resposta legítima da vontade popular".

Apuração paralela

Como revelou o Estadão, os militares organizam um procedimento de "apuração paralela" em mais de 300 dispositivos de votação. Agentes da caserna estarão espalhados por todo o País recolhendo boletins de urna (BUs), os documentos impressos com o resultado de cada seção eleitoral, para comparar com a informação final divulgada pelo TSE. A ação foi a pedido de Bolsonaro e estimula o receio de que produza um relatório questionando o resultado do pleito em caso de derrota do presidente.

Numa reação aos militares, o TCU anunciou dois procedimentos de auditoria nas urnas eletrônicas. Nos bastidores do tribunal, essas medidas são vistas como formas de "fiscalizar" a apuração paralela das Forças Armadas. Como revelou o Estadão, a Corte Eleitoral inspecionará 4.161 dispositivos em todo o País, seguindo o mesmo rito dos militares, para contrapor o seu modelo científico ao da caserna. O oficialato, porém, sequer chegou a detalhar quais métodos amostrais adotou para fazer a checagem dos resultados.

Em encontro de entidades que compõem a Comissão de Transparência da Eleição (CTE), na última segunda-feira, Alexandre de Moraes afirmou que o TCU desempenha papel relevante de "legitimar" o resultado das urnas. O relator do procedimento e vice-presidente do TCU, Bruno Dantas, afirmou que a testagem de 540 urnas enquanto se desenrola a apuração somente deverá ser divulgada caso ocorra algum movimento de contestação aos sistemas da Justiça Eleitoral.

EUA e observadores internacionais

Num gesto inédito, o Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira, 28, por unanimidade, uma resolução em defesa de um processo de votação conduzido de maneira "livre, justa, crível, transparente e pacífica" no Brasil. O Congresso americano reforça a pressão para que os EUA reconheçam imediatamente o resultado das urnas.

Um grupo de observadores internacionais está no País para acompanhar a votação e o processo de apuração. As entidades também servirão para assegurar a legitimidade do sistema eletrônico brasileiro. Nesta quinta-feira, Moraes se encontrou com esses observadores e afirmou que a Justiça brasileira vai garantir plena liberdade e segurança na eleição no Brasil.

"A segurança e liberdade do voto serão efetivadas, tanto com observância do pleno sigilo do voto, que é garantido pela urna eletrônica, quanto respeito à ampla e civilizada discussão política, afastando qualquer possibilidade de violência, coação ou pressão por grupos políticos ou econômico", disse Moraes. "A Justiça Eleitoral garantirá que o exercício da democracia seja realizado de maneira segura, transparente e confiável", enfatizou.

A reportagem perguntou à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Advocacia-Geral da União (AGU) se seus ministros Wagner Rosário e Bruno Bianco Leal, respectivamente, vão à contagem de votos no TSE e se irão endossar o resultado das eleições caso haja contestação. Não houve retorno. Em julho, ambos colocaram as estruturas dos órgãos que comandam em defesa da tese de Bolsonaro contra o sistema eleitoral.

Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre fraude no processo eleitoral. Seu partido, o PL, divulgou um relatório de auditoria paralela no qual afirma que funcionários do TSE poderiam alterar o resultado, o que é uma inverdade. O sistema não tem interferência humana. Moraes classificou o documento como mentiroso e mandou investigar o partido por fake news. A escalada do discurso bolsonarista ocorre no momento em que as pesquisas de intenção de votos mostram chances de o petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhar a eleição no primeiro turno, seria a primeira vez na história que um presidente não seria reeleito desde que a renovação do mandato foi permitida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Representantes das Forças Armadas discutem como realizar uma contagem paralela dos votos para as eleições deste ano, tendo em vista que esta é uma medida que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cobra desde abril. Integrantes do Ministério da Defesa admitiram, em conversas reservadas, que estão se preparando para esta tarefa. Até então, o mais provável é que sejam utilizados boletins impressos pelas urnas eletrônicas depois do encerramento da votação.

Além dos boletins de urnas (BUs), -que são registros do resultado de cada equipamento, impressos ao fim de cada votação- uma outra alternativa é ter acesso aos dados retransmitidos pelos tribunais regionais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os boletins indicam a quantidade de votos recebidos por candidato, partido, nulos e brancos. Eles ficam registrados digitalmente na mídia das urnas, criptografados e embaralhados para impedir a identificação do eleitor. 

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Alguns militares lotados no Ministério da Defesa, que têm acompanhado o processo de fiscalização das urnas junto ao TSE, afirmam que a decisão de realizar a totalização de votos por conta própria ainda não foi oficializada e nem comunicada ao TSE. De acordo com um general, tudo depende de uma decisão política a ser transmitida pelo chefe da pasta, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Bolsonaro, por sua vez, insiste na contagem paralela pela Defesa. 

Os militares montaram uma equipe própria para o "acompanhamento da totalização", como a fiscalização vem sendo chamada no colegiado. A equipe é formada por 10 oficiais da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O colegiado explica que age de forma técnica para contribuir com o aperfeiçoamento da segurança e transparência do sistema. Os argumentos abastecem a campanha política de descrédito das eleições colocada pelo presidente. 

A verificação dos votos pelas Forças Armadas é uma missão não prevista na Constituição e nem nas diretrizes de Defesa Nacional. Já a Corte Eleitoral tem a missão exclusiva de promover eleições, apurar e dar o resultado. O presidente sugeriu, ainda, que a apuração seja semelhante à da Mega Sena. 

Por sua vez, o TSE desmentiu que a apuração seja terceirizada ou feita numa "sala secreta", pois a contagem é feita na sede da Corte, com o uso de um supercomputador fornecido por uma multinacional de tecnologia, instalado na sala-cofre do TSE e operado por funcionários especializados do Judiciário, por recomendação da Polícia Federal. 

Os dados com a parcial dos votos apurados são enviados para Brasília por meio de uma rede dedicada de acesso restrito, com criptografia e uma série de barreiras de segurança. Nunca houve divergências no resultado. 

Auditoria

Para os militares, a apuração por conta própria é parte das atividades de auditoria possíveis. 

O TSE decidiu publicar todos os boletins de urna online com códigos QR, como forma de ampliar a transparência. Desta forma, os militares e outras entidades fiscalizadoras como partidos e Ministério Público, vão poder consultar imediatamente os votos apurados e fazer somatórios independentes. Os militares argumentam que a apuração paralela, com a publicação dos boletins de urna na internet, pode ser feita por qualquer cidadão e estaria dentro das regras de fiscalização estabelecidas pelo TSE. 

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, abriu uma notícia de fato - espécie de apuração preliminar - sobre as circunstâncias da contratação, por 24 prefeituras do Estado, de artistas para apresentações em eventos públicos, em sua maioria comemorações de aniversários dos municípios. Ao instaurar o procedimento, Pereira citou o 'dever institucional do Ministério Público de tutelar pelo patrimônio público e pela moralidade administrativa'.

Na mira da apuração da Promotoria mato-grossense está show da dupla Zé Neto e Cristiano, que custou R$ 400 mil aos cofres do município de Sorriso, com população estimada de 94,9 mil habitantes, localizado a cerca de 400 quilômetros de Cuiabá. Durante apresentação na cidade, Zé Neto criticou a cantora Anitta e afirmou que os sertanejos são 'artistas que não dependem de Lei Rouanet', de incentivo a cultura.

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A declaracao gerou repercussão nas redes sociais e usuários passaram a apontar que, embora aleguem não precisar da Lei Rouanet, os cantores costumam fazer apresentações pagas com verba municipal, que também é dinheiro público.

Além de Sorriso, o despacho assinado por Pereira na quarta, 1º, cita as cidades de Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D'Oeste, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.

O chefe do Ministério Público de Mato Grosso determinou a remessa de cópia do procedimento a todos os promotores que tenham atribuição na defesa do patrimônio público e da probidade administrativa nas cidades, 'para conhecimento e providências que entenderem pertinentes no âmbito de suas respectivas áreas de atuação'. No caso de Sorriso, a abertura da apuração foi remetida à 1ª Promotoria de Justiça Cível do município.

O procedimento da Promotoria mato-grossense é aberto em simultâneo à instauração de apurações, por Ministérios Públicos de outros Estados, sobre a cachês pagos por prefeituras, em especial de cidades pequenas, a artistas. Shows do cantor Gusttavo Lima são alvos de apurações em três Estados - Roraima, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Rio Grande do Norte, a Promotoria acionou a Justiça para suspender apresentações dos artistas Wesley Safadão e Xand Avião e destinar o valor total dos cachês à educação no município de Mossoró.

O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol (Podemos), criticaram a abertura de um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar gastos da operação.

O TCU decidiu apurar possíveis danos ao erário por parte do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e por Deltan Dallagnol, pré-candidato às eleições deste ano, devido a gastos com diárias e passagens no âmbito da operação.

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Para Moro, a decisão seria "absurda e insustentável". "O trabalho deles já levou à recuperação de 6 bilhões de reais somente para a Petrobras. Vão retaliar o bom trabalho?", criticou em publicação no Twitter.

Já Deltan chamou a decisão de "revoltante", disse que o pagamento foi feito a outros procuradores, não a ele, e que o modelo de diárias seria o "mais econômico possível para que especialistas em corrupção e lavagem de dinheiro de várias partes do BR pudessem trabalhar na força-tarefa."

"O TCU claramente está forçando a mão ao tentar me responsabilizar pelas diárias que, novamente, não recebi e não autorizei. Essa decisão é absurda porque eu nunca exerci função administrativa e nem trabalhei como ordenador de despesas no MPF, função que era exclusiva da PGR", escreveu no Twitter, também defendendo que não há irregularidades nas diárias.

A área técnica do TCU identificou que os valores das gratificações pagas totalizaram R$ 10,8 milhões, dos quais R$ 7,9 milhões somente de forças-tarefa da Lava Jato no País. Em diárias e passagens, os gastos com a operação totalizam R$ 5,3 milhões - somando outras viagens, os valores chegam a R$ 14,7 milhões. O órgão vai, agora, quantificar a diferença entre os custos para investigar possíveis irregularidades.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou, pelo Twitter, ter requerido a “vários setores da Justiça” medidas para apurar suposta apologia à pedofilia no filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’ (2017), estrelado por Danilo Gentili e Fábio Porchat. O ministro criticou a produção e chamou de "asquerosos" alguns detalhes do longa. O atual secretário especial da cultura , Mário Frias, o parabenizou pelo posicionamento. 

Lançado em 2017, o filme voltou a ser assunto após entrar no catálogo da Netflix. No último final de semana, uma sequência do longa foi bastante comentada nas redes sociais sob a acusação de estimular a pedofilia. A cena, de cunho sexual, é protagonizada por Fábio Porchat e dois atores mirins.

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Ao tomar conhecimento do conteúdo, o ministro Anderson Torres se manifestou pelo Twitter. "Determinei imediatamente que os vários setores do @JusticaGovBR adotem as providências cabíveis para o caso". A decisão de Torres foi elogiada por Mário Frias, atual secretário da cultura. "Parabéns, ministro. Estamos fazendo o mesmo aqui na Cultura. Isso não pode continuar", disse, também pelas redes sociais.



 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu abrir uma espécie de apuração preliminar sobre declarações feitas pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub sobre um dos magistrados da corte, em entrevista a um podcast publicada no domingo, 16. O ministro determinou que cópia da gravação seja juntada a uma petição que vai tramitar ligada ao inquérito das fake news.

Na entrevista concedida ao podcast Inteligência Ltda, Weintraub afirmou: "Eu vou contar um outro detalhe picante. Moro numa casa, num condomínio fechado, uma casa boa. Um juiz do STF estava procurando casa na região, dentro do condomínio. Viu a minha casa e falou: 'Pô, casa bonita, hein? De quem é?'. Falaram: 'Abraham Weintraub'. 'Pergunta para ele se não quer vender para mim'. 'Não tá à venda'. 'Pergunta se quer vender para mim, já que ele não vai mais voltar ao Brasil'. O que acha disso? É adequado? Esse juiz me negou habeas corpus. Foi um dos 10 que me negaram habeas corpus".

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A fala se deu após Weintraub comentar que o chamam de 'covarde' em razão de ele ter viajado para os Estados Unidos sob a alegação de que precisava sair do Brasil para não ser preso. Horas depois de chegar àquele país, em junho de 2020, o governo soltou edição extraordinária do Diário Oficial da União (D.O.U), exonerando-o do cargo.

O ex-homem forte do governo Bolsonaro, que ficou 14 meses no cargo de ministro da Educação já havia sido incluído no inquérito das fake news por ter chamado os ministros de "vagabundos" e dizer que colocaria "todos na cadeia" durante a famosa reunião interministerial do dia 22 de abril.

O então ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça - hoje o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado por Bolsonaro - entrou com habeas corpus para tirá-lo da investigação, mas os ministros da corte máxima decidiram por 9 a 1 que ele deveria permanecer na investigação.

Após pouco mais de um ano morando nos EUA, Weintraub retornou ao Brasil na semana passada. Para anunciar a volta ao País, o ex-ministro da Educação produziu um vídeo com tom eleitoral, ressaltando ataques STF e ao governador João Doria (PSDB). Ele já havia revelado antes o interesse de ser candidato ao governo paulista.

 O Grupo de Trabalho (GT) Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero do Ministério Público Eleitoral sugeriu que o órgão apure as providências judiciais cabíveis contra o apresentador Ratinho. Na última quarta-feira (15), durante seu programa na rádio Massa FM, de São Paulo, ele afirmou que a deputada federal Natália Bonavides (PT/RN) fosse morta por meio de uma "metralhadora". Nesta quinta (16), o ofício foi enviado à sede do MP no Distrito Federal.

O documento argumenta que as declarações de Ratinho podem configurar crime previsto no artigo 326-B do Código Eleitoral, que tipifica como crime eleitoral as práticas de assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato. A pena para as condutas descritas pode variar de um a quatro anos de prisão.

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“Para o grupo de trabalho, caso fique constatado, no curso da investigação, que houve uso de violência psicológica, também poderá estar caracterizado o crime previsto no artigo 359-P do Código Penal. Esta lei estabelece pena de reclusão de 3 a 6 anos, mais aplicação de multa, para quem usar de violência física, sexual ou psicológica, para dificultar ou impedir o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu gênero”, explica nota oficial do Ministério Público.

As agressões foram proferidas por Ratinho enquanto ele criticava um projeto de lei apresentado por Bonavides para alterar o artigo do Código Civil que prevê a utilização dos termos "marido e mulher" na celebração de um casamento. O objetivo da atualização seria o de evitar o constrangimento para pessoas LGBTQIA+.

“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, afirmou Ratinho.

Referência no combate à violência contra a mulher em Pernambuco, a deputada estadual e delegada de polícia Gleide Ângelo (PSB) se manifestou publicamente, nesta quinta-feira (9), sobre as denúncias de agressão e ameaças protocoladas contra o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. O agora afastado chefe da pasta foi indiciado pela Polícia Civil em um inquérito que pode tratar de até cinco crimes, nos quais a vítima é a ex-esposa do indiciado, a economista Maria Eduarda Marques de Carvalho. Para a delegada, “não deve haver condescendência com qualquer tipo de violência praticada, independente de quem seja o autor dos fatos, o cargo ocupado ou a sua condição socioeconômica”.  

Ângelo também afirma que ela e sua equipe estarão acompanhando o processo junto ao Ministério Público do Estado (MPPE) e ao Judiciário.

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“Estamos todos aguardando o pronunciamento oficial da PC para informar à sociedade qual foi o desfecho desse inquérito. Também estaremos no MPPE e no Judiciário acompanhando todo o procedimento que será também feito por essas duas instituições. Eu reafirmo com vocês, em Pernambuco, violência contra a mulher é tolerância zero, independente de quem seja o autor do crime”. 

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O inquérito policial foi concluído nesta quinta-feira (9) e encaminhado ao MPPE, mas o resultado da apuração ainda não foi divulgado em virtude dos parâmetros legais. Os autos estão sendo analisados pela 7ª Promotoria de Justiça Criminal do Paulista, de acordo com o MPPE. 

“Como mulher pernambucana, como delegada de polícia e como deputada estadual, aguardo um posicionamento das instituições de justiça (Ministério Público e Poder Judiciário) quanto às denúncias feitas pela vítima e agora, com o indiciamento apresentado contra o ex-secretário pela Polícia Civil de Pernambuco. Em Pernambuco, a violência contra mulher tem que ser tolerância zero”, concluiu a parlamentar em sua publicação. 

Pedro Eurico pode ter sido indiciado por cinco diferentes crimes previstos no Código Penal Brasileiro (CPB). São eles o de perseguição e ameaça à integridade física ou psicológica (174 A); dano emocional à mulher (147 B); lesão corporal em caso de violência doméstica (129 parágrafo 9); estupro consumado e estupro tentado (213 e 213 com 14.2).  

Além disso, segundo os defensores, ele responde pelo artigo 24 da Lei Maria da Penha, ou seja, descumprimento de medidas protetivas de urgência. A informação é do G1, com base em declaração da defesa de Maria Eduarda, mas a Polícia Civil ainda não confirmou as acusações. 

A denúncia 

Maria Eduarda Marques de Carvalho tornou sua denúncia pública em entrevista concedida ao G1 e veiculada nessa terça-feira (7). A vítima relatou que cerca de 10 boletins de ocorrência foram registrados desde que seu relacionamento com Pedro Eurico começou, nos anos 2000. Em mais de duas décadas, o matrimônio foi marcado por episódios de agressões físicas e psicológicas. Desde novembro, segundo a economista, as ameaças de morte e tortura psicológica se agravaram e ela decidiu ir à mídia por temer a própria morte. O boletim mais recente foi registrado no último mês. 

 “Eu não tinha mais condições de continuar vivendo do jeito que eu estava vivendo, sendo ameaçada, sendo perseguida. Então, eu achei que estava muito próxima da morte. Por conta disso, eu resolvi falar para que não apareça depois apenas a notícia: ela morreu. Eu gostaria apenas de viver. Muita vontade de viver ainda”, declarou. 

A mulher alegou, ainda, que Pedro Eurico vinha fazendo mais ameaças nos últimos tempos, com insinuações sobre o que poderia fazer com ela. “[Ele] me acordava de madrugada dizendo que eu saísse de casa naquela hora porque ele tinha acabado de sonhar que me matava. Outro dia, ele dizia que ia acontecer um acidente, ia aparecer um acidente e ninguém ia desconfiar que era ele que tinha mandado fazer alguma coisa”, afirmou. 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu nesta segunda-feira, 4, um procedimento de apuração preliminar sobre a atividade de offshores (empresas internacionais) em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A existência dessas empresas foi revelada nesta segunda-feira, 3, pelo o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ).

De acordo com o consórcio, Guedes é dono da Dreadnoughts, sediada nas Ilhas Virgens - um paraíso fiscal que não cobra imposto de empreendimentos de outros países. A offshore permanece ativa mesmo após Guedes assumir a pasta da Economia, em janeiro de 2019. Já Campos Netto afirmou ter fechado sua empresa no exterior, a Cor Assets, no ano passado, 15 meses depois de assumir o BC. Ambos dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal.

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Tecnicamente, o procedimento aberto pela PGR é uma "notícia de fato", uma espécie de "pré-inquérito" que pode levar mais à frente a abertura de uma investigação propriamente dita - ou ser arquivada. Aras não tinha prazo para abri-la, mas decidiu agir de ofício (sem que houvesse um pedido formal) um dia após a publicação da reportagem. Agora, o primeiro passo será enviar um ofício a Guedes e a Campos Neto para solicitar informações, o que até esta segunda-feira ainda não havia sido feito.

A legislação brasileira permite a existência de contas, empresas e negócios no exterior, desde que a origem das receitas seja lícita e tenha sido declarada à Receita Federal e ao Banco Central. No caso de Guedes, por exemplo, a existência de empresa ativa durante o seu período à frente da Economia não configura, necessariamente, conduta criminosa.

Entretanto, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a eventual atuação empresarial no exterior de autoridades responsáveis pela política econômica-monetária do País atentam diretamente contra o Código de Conduta da Alta Administração Federal, cuja finalidade é, dentre outros compromissos, "minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever funcional das autoridades públicas da Administração Pública Federal".

"É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP (Comissão de Ética Pública) venha a especificar", diz o Código de Conduta editado pela Presidência da República.

Em julho de 2020, o Conselho Monetário Nacional (CNM), do qual Guedes e Campos Netto fazem parte, decidiu aumentar para US$ 1 milhão o valor mínimo para declaração de recursos e bens no exterior. Antes, pessoas e empresas que tinham ativos acima de R$ 100 mil fora do país eram obrigadas a fazer o registro no Banco Central. Além do ministro da Economia e do presidente do BC, o conselho é composto pelo secretário especial de Tesouro e Orçamento. Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que, caso os órgãos competentes confirmem as informações de que os dois controlam offshores e elas estejam ativas, pode configurar conflito de interesse.

"Não é crime ter offshore, mas, no caso de Guedes, que é o ministro da Economia, cujas atitudes no cargo podem atender a interesses pessoais, há claro conflito de interesses e vai contra o código de conduta da Presidência da República", afirmou Marlene Matos, presidente da Comissão Nacional de Direito Administrativo da Associação Brasileira de Advogados.

Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal e colunista do Estadão, afirma que, para além do possível conflito de interesse exposto a partir das denúncias do consórcio, as atividades de Guedes e Campos Netto no exterior podem levar a efeitos econômicos, como a perda de confiança dos investidores no mercado nacional e o enfraquecimento.

Maciel ainda afirma que, caso seja comprovada a denúncia do consórcio de jornalistas, o ministro e o presidente do BC podem ter descumprido o princípio da moralidade tipificado no artigo 37 da Constituição. Esse item é um dos fundamentos essenciais da administração pública brasileira por cobrar dos seus agentes probidade e boa-fé nas ações. O descumprimento das leis constitucionais é crime de responsabilidade e pode levar à abertura de processo de impeachment contra ministros de Estado.

"No exercício de uma função pública, isso pode configurar uma contradição em termos do próprio discurso. O senhor ministro da Economia diz 'invistam no Brasil que é bom', mas ele próprio tem contas no exterior. A autoridade econômica do País é uma pessoa que orienta a sociedade e precisa dar o exemplo", afirmou Maciel. "Essa postura enfraquece a autoridade. Houve imprudência".

Procurado pela reportagem, Guedes não retornou aos contatos. À revista piauí, um dos veículos de imprensa que fazem parte do ICIJ, o ministro afirmou ter se desvinculado de toda sua atuação no mercado privado após assumir o cargo no governo.

Campos Neto, por sua vez, enviou nota ao Estadão na qual diz não ter enviado dinheiro às suas empresas após sua nomeação no Banco Central.

LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA NOTA:

"Todo meu patrimônio foi construído com rendimentos obtidos ao longo de 22 anos de trabalho no mercado financeiro, inclusive em funções executivas no exterior. As empresas foram constituídas há mais de 14 anos. A integralidade desse patrimônio, no País e no exterior, está declarada à Comissão de Ética Pública (CEP/PR), à Receita Federal e ao Banco Central, com recolhimento de toda a tributação devida e a tempestiva observância de todas as regras legais e comandos éticos aplicáveis aos agentes públicos. Não houve nenhuma remessa de recursos às empresas após minha nomeação para função pública. Desde então, por questões de compliance, não participo da gestão ou faço investimentos com recursos das empresas. Por exigência legal, todas essas informações foram prestadas também ao Senado Federal."

Com mais de 98% das urnas apuradas, a coalizão Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança, em tradução livre), que reúne opositores ao governo do presidente da Argentina, Alberto Fernández, tinha 41,50% dos votos para deputados e 45,37% para senadores nas primárias legislativas do país, segundo contagem de votos do jornal Clarín. As primárias antecedem as eleições gerais marcadas para novembro deste ano.

O partido Frente de Todos, de Fernández, aparecia em segundo lugar em ambas as disputas, com 31,80% dos votos para deputados e 29,01% para senadores.

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Ao todo, os pré-candidatos da Juntos por el Cambio lideravam as preliminares para a eleição de deputados em 14 das 23 províncias argentinas, enquanto os da Frente de Todos apareciam na frente em sete regiões. Nas províncias de Neuquén e Rio Negro, movimento políticos locais lideravam a disputa.

Na prévia para o Senado, o Clarín informava vitória parcial da oposição em seis províncias, enquanto a Frente de Todos liderava em duas subdivisões do território argentino.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou nesta segunda-feira (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abriu uma investigação preliminar para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu irregularidade ao atacar o sistema eleitoral.

A manifestação foi enviada depois que a ministra Cármen Lúcia renovou a ordem para a Procuradoria Geral da República enviar um parecer sobre a notícia-crime levada ao tribunal por parlamentares da oposição ao governo. O prazo estabelecido para resposta havia sido de 24 horas.

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No documento, Aras disse que determinou a instauração do procedimento (uma notícia de fato) na última quinta-feira (12) e que o Ministério Público Federal 'apurará os fatos noticiados e discernirá, oportunamente, em torno de eventual(is) prática(s) de ilícito(s) penal(is) e de lastro probatório mínimo para oferecimento de denúncia'.

"A depender da robustez dos elementos obtidos por meio dessas diligências, cabe ao órgão ministerial, então, discernir em torno de oferecimento de denúncia, de dedução de pedido de instauração de inquérito ou ainda de arquivamento, comunicando-se, oportunamente, ao respectivo Relator", diz um trecho da manifestação.

O pedido de investigação partiu de parlamentares de oposição depois que o presidente promoveu uma live, realizada por ele no último dia 29 e transmitida pela TV Brasil, em que atacou o sistema eletrônico de votação e fez ameaças ao processo eleitoral. Ao STF, eles argumentam que Bolsonaro cometeu irregularidades em três frentes: ato improbidade administrativa por usar o canal estatal, propaganda política antecipada e crime eleitoral.

"Sem nenhum pudor de ordem moral, o representado conspurcou seu honroso cargo de presidente da república para utilizar indevidamente bem público e um assessor também pago com recursos do tesouro nacional para fazer autopromoção e difundir mentiras sobre o processo eleitoral, por mais de 2 horas, ao vivo em rede pública de TV", diz um trecho da notícia-crime enviada ao tribunal.

Em análise preliminar, a ministra Cármen Lúcia, relatora do processo, disse que o relato levado ao tribunal pelos parlamentares é grave e aponta possível crime de natureza eleitoral, uso ilegal de bens públicos e atentados contra a independência de poderes da República.

Esta é a primeira vez que Aras se manifesta sobre as declarações de Bolsonaro contra o sistema eletrônico de votação. Embora viesse sendo pressionado por um grupo significativo de subprocuradores a optar por uma ação 'enfática' contra as ameaças do presidente, o procurador-geral evitou tomar partido na briga entre os Poderes.

Com 99,935% dos votos contabilizados no Peru, não há mais dúvida de que o candidato Pedro Castillo, do partido da esquerda radical Peru Livre, venceu Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, na contagem oficial das eleições realizadas em 6 de junho.

Faltando apenas 56 atas para serem verificadas pela Justiça eleitoral após supostos erros ou irregularidades, Castillo lidera por 49.420 votos, ou 50,14% do total, contra 49,86% de Keiko Fujimori, de acordo com a última parcial liberada na tarde deste domingo, dia 13. Cada ata tem no máximo 300 votos, o que dá um total máximo de 16.800. Mesmo se todos os votos ainda a serem contabilizados fossem para Keiko, ela não poderia ultrapassar o adversário matematicamente.

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Apesar disso, Castillo não pode ser declarado oficialmente o vencedor da disputa pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) porque recursos pedindo a anulação de votos apresentados pela candidata do partido Força Popular ainda não foram julgados.

Fujimori, que disputa a presidência pela terceira vez, não dá o braço a torcer e insiste que houve "fraude de mesa" por parte de seus rivais. Sua campanha pede que as autoridades eleitorais anulem cerca de 177 mil votos, distribuídos em 887 atas eleitorais.

Os pedidos, que não tem provas comprovadas, baseiam-se quase todos em supostas falsas assinaturas e em irmãos que teriam participado juntos de mesas eleitorais, o que é proibido pela lei peruana. Os votos que seriam anulados correspondem a regiões onde Castillo teve votação muito superior à de Fujimori.

A grande maioria das solicitações, a princípio, foi rejeitada por autoridades eleitorais por terem sido enviadas após o prazo. A candidata conservadora, no entanto, disse que recorrerá da decisão e aguardará a contagem do "último voto" para reverter a situação. No sábado, 12, ela liderou um protesto para exigir que as autoridades analisassem seu pedido.

"Se o júri (eleitoral) analisar isso, a eleição será revertida, queridos amigos", disse Fujimori a centenas de apoiadores no centro de Lima, muitos deles segurando a bandeira vermelha e branca do Peru. "Sou uma daquelas pessoas que não desiste nunca."

Observadores internacionais, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA), afirmaram que as eleições foram transparentes.

Castillo, um professor do ensino fundamental que, em sua plataforma, propõe reescrever a Constituição, já recebeu saudações antecipadas de lideranças latino-americanas e lideranças de esquerda, como o presidente argentino Alberto Fernández, o que irritou o governo peruano, que pediu à comunidade internacional que aguardasse pelos resultados finais.

O candidato fez seu próprio discurso na noite de sábado, na sede da campanha, em Lima, e pediu celeridade às autoridades. "Chega de polarização no país. Deixemos nas mãos das autoridades, para que, de uma vez por todas, essas coisas não se repitam mais, e respeitemos a vontade popular. O povo tomou seu próprio caminho."

Na quinta-feira passada, o procurador José Domingo Pérez, membro da força especial da Lava Jato peruana, solicitou a prisão preventiva de Keiko, em um processo no qual ela é acusada de suposta corrupção envolvendo a Odebrecht. Pérez justificou o pedido de prisão alegando que Keiko descumpre as regras que lhe foram impostas em maio de 2020, quando foi solta após passar três meses em prisão preventiva. O pedido deverá ser julgado nesta segunda-feira, 14.

O atual presidente interino, Francisco Sagasti, espera passar o bastão a seu sucessor no dia 28 de julho, dia em que o país andino comemora 200 anos de sua independência. O novo presidente terá o desafio de lidar com um país profundamente dividido, o surto de covid-19 com maior número de mortes per capita do mundo e com o aumento da pobreza. (Com agências internacionais).

A apuração para saber quem venceu o segundo turno da eleição presidencial no Peru continua e o resultado depende dos votos que faltam chegar do exterior, dos poucos vindos de regiões rurais e, muito provavelmente, da revisão de atas que serão analisadas pela Justiça Eleitoral em razão de erros.

O último lote de votos do exterior está previsto para chegar ao Peru nesta quarta-feira (9) procedente de São Paulo. Segundo a ONPE, entidade encarregada de contabilizar os votos, no lote da capital paulista estão concentrados votos de diferentes países. Esses votos foram enviados de forma digital a São Paulo, onde foram reunidos e enviados, por meio de um funcionário diplomático, a Lima.

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Mesmo assim, nestas eleições, diferentemente das anteriores, ter 100% das urnas apuradas pode não significar ter um vencedor. Com 98% dos votos totalizados, o candidato de esquerda Pedro Castillo liderava com 50,24% dos votos. Sua rival Keiko Fujimori, conservadora e filha do ex-ditador Alberto Fujimori, tinha 49,75%.

Com a disputa voto a voto, deve ser necessário que as atas observadas sejam avaliadas para saber quem será o novo presidente do Peru. "Quando a diferença entre os candidatos é grande, o que está nas atas observadas não importa. Mas, como agora a diferença é muito pequena, não podemos saber (o vencedor) até que se contabilize esses votos. Amanhã (hoje), teremos 100% dos votos contados. Mas, a partir daí, começa a contagem das atas observadas", explica o especialista em direito eleitoral José Manuel Villalobos.

Atas observadas

A ata eleitoral é um documento que contém os votos de cada mesa dos centros de votação no Peru. Com isso, cada ata tem entre 200 a 250 votos, entre válidos, nulos ou brancos. As atas observadas são aquelas que possuem algum tipo de erro físico, uma rasura ou um furo, por exemplo, que contêm algo ilegível ou estão sem assinatura dos integrantes da mesa.

Elas são enviadas ao Jurado Eleitoral Especial, responsável por fiscalizar a eleição, que vai decidir se elas valem ou não. Só então elas serão computadas. Até a noite de ontem, 1.396 atas apresentavam algum desses erros. De acordo com Villalobos, a verificação das atas observadas pode levar até dez dias.

Na segunda-feira, 7, depois que a apuração passou a indicar Castillo na liderança, Keiko denunciou "indícios de fraude" e afirmou ter provas, como vídeos e fotos. Essa possibilidade até o momento foi descartada por observadores eleitorais.

"Aqui, estamos acostumados ao fato de que quem perde sempre alega que houve fraude. Não é a primeira vez. Castillo já levantou essa hipótese. No primeiro turno, (Rafael López) Aliaga falou em fraude ao perder, e agora Keiko", disse Villalobos, acrescentando que a eleição é acompanhada por observadores da OEA e da União Europeia.

"De forma geral, é parte de nossa cultura não sermos bons perdedores. Irregularidades isoladas podem ter ocorrido, mas não afetam todo o processo eleitoral. As atas são digitalizadas, é possível ter acesso. A lei permite que haja representantes de todos os partidos nas mesas."

A presidente da Associação Civil Transparência, Adriana Urrutia, disse que não há nenhuma evidência ou indicação de "fraude sistemática" no segundo turno, apenas "alguns casos isolados" de incidentes que já estão sendo investigados.

Votos do exterior

As denúncias de fraude embolam ainda mais a eleição presidencial e ampliam o clima de instabilidade política no Peru, país que teve quatro presidentes desde 2018.

"A crise é interminável. Os observadores atestam que a eleição foi limpa. Mas, o que é pior de tudo, é ter o resultado muito apertado, ou seja, uma sociedade muito dividida, que não abre espaço para o diálogo", afirma Moisés Marques, coordenador de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp).

Enquanto os peruanos prendem a respiração, Castillo pediu ontem a seus seguidores que estejam "atentos para defender a democracia expressada em cada um dos votos, dentro e fora do Peru".

A esperança de Keiko está nos votos do exterior, onde vivem 1 milhão dos 25 milhões de eleitores peruanos. O Partido Peru Livre, de Castillo, pediu à ONPE, por meio de um comunicado, que "cuide da correta proteção dos dados dos votos ao processá-los e publicá-los. No exterior, Keiko obteve até agora 66,19% dos votos e Castillo, 33,8%, com 56,8% dos votos apurados.

Ao mesmo tempo em que o voto do exterior favorece Keiko, ainda faltam ser apuradas 2% das urnas no Peru, a maioria de zonas rurais e selváticas, onde Castillo tem mais aprovação que sua rival.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado encaminhou à Procuradoria da República no Distrito Federal despacho pedindo para que se averiguem as declarações dadas pelo ex-secretário de Comunicação e empresário Fabio Wajngarten ao colegiado. Mais cedo, senadores acusaram contradições e inverdades do ex-secretário e pediram a sua prisão.

O despacho encaminhado ao Ministério Público foi lido nesta quarta-feira, 12, no plenário da comissão pelo presidente do colegiado Omar Aziz (PSD-AM). Segundo o texto, o colegiado pede "a apuração e eventualmente a responsabilização, inclusive com a aplicação de penas restritivas de direito, pelo eventual cometimento do crime de falso testemunho perante essa Comissão".

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O documento é resultado de questão de ordem formulada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) que solicita a tomada de medidas que a Procuradoria entender cabíveis. "A CPI não pode ser objeto de uma desmoralização", disse Costa. "O que eu queria demandar é que pudesse enviar uma cópia do depoimento do Sr. Fábio imediatamente ao Ministério Público para que o Ministério Público possa apurar as mentiras que foram ditas aqui, as contradições, e que isso possa resultar em um processo", completou Costa durante sessão desta tarde.

Segundo o despacho, "é importante que o Ministério Público averigue se o depoente infringiu o Código Penal, oferecendo a esta Comissão Parlamentar de Inquérito Falso testemunho ou falsa perícia", segundo legisla o Código de Processo Penal.

A leitura do despacho pelo presidente Aziz foi adiantada ao Broadcast Político pelo senador e vice-presidente do colegiado Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo Randolfe, a medida é "para que tome as providências conforme o processo penal". Conforme havia adiantado, os autos do depoimento serão encaminhados ao procurador da República chefe junto ao Distrito Federal.

A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT) vai analisar a omissão de dados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de sua mulher, a dentista Fernanda Antunes Bolsonaro, na escritura pública da compra de uma casa por R$ 6 milhões, em Brasília. Como revelou o Estadão, o cartório do 4.º Ofício de Notas de Brazlândia escondeu as informações.

As tarjas encobrindo os números de documentos pessoais e a renda mensal do casal foram colocadas na escritura na sexta-feira passada. A censura de 18 trechos do documento não encontra respaldo nas leis que tratam de registros públicos. O argumento do tabelião Allan Guerra Nunes, titular do cartório e também presidente da Associação de Notários e Registradores do Distrito Federal (Anoreg-DF), é que deve haver sigilo sobre dados bancários e fiscais.

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A iniciativa, porém, não consta da legislação e representa tratamento diferenciado ao filho do presidente. Nunes disse que, se assim não procedesse, poderia estar cometendo crime de violação ao sigilo bancário e fiscal, o que foi descartado por especialistas ouvidos pelo Estadão. As informações foram incluídas na escritura pelos próprios compradores.

Pelas leis brasileiras, a fiscalização sobre atividade de cartórios e seus titulares é feita por tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito Federal. Caso avalie como necessário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também tem poder para iniciar a apuração. Procurado, o CNJ afirmou que não iria se pronunciar.

Nos bastidores, integrantes do CNJ observam que uma eventual ação deve ser excepcional, apenas quando o tribunal competente não agir.

Improbidade

Ministros de tribunais superiores ouvidos reservadamente pela reportagem também condenaram a atitude do cartório. Para os magistrados, a omissão dos dados em uma escritura pública pode caracterizar improbidade administrativa e ser investigada pelo TJDFT e pelo CNJ.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como "condenável" a medida. "Atos administrativos, como no caso o ato do cartório, são públicos, visando ao acompanhamento pelos contribuintes e a busca de fiscalização que deságue na eficiência", avaliou o ministro. "É incompreensível a omissão. E por quê? Por que omitir? Há alguma coisa realmente que motiva esse ato, porque nada surge sem uma causa", disse.

O tabelião afirmou que essa foi a primeira vez que tarjou uma escritura, mas negou ter havido tratamento privilegiado ao filho de Jair Bolsonaro. "Zero de motivação política, nenhuma. Não tenho nenhum interesse político nesse caso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo o arquivamento de inquérito que apura suspeita de pagamento de propinas da Odebrecht ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e seu pai, César Maia. Ambos negam.

Em 2019, relatório da PF atribuiu aos dois crimes de corrupção, lavagem e caixa 2.

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Segundo a PGR, não foram apresentadas provas além de relatos dos delatores e planilhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prefeitura de Eldorado, no interior paulista, informou nesta sexta-feira, 19, que irá instaurar sindicância administrativa para apurar o relato do presidente Jair Bolsonaro de que o funcionário responsável por vacinar sua mãe teria rasgado um cartão de registro da imunização e trocado por outro documento.

O presidente afirmou, em uma transmissão nas redes sociais, que o auxiliar que imunizou Olinda Bonturi Bolsonaro teria registrado, inicialmente, o uso da vacina Oxford/AstraZeneca. Em seguida, ainda de acordo com ele, rasgou o documento e o substituiu por um cartão informando a imunização com a Coronavac, do Instituto Butantan.

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A mãe do presidente foi vacinada na sexta-feira passada, 12, em sua residência no município do Vale do Ribeira. A Secretaria de Comunicação da prefeitura de Eldorado informou que os dados referentes à vacinação só podem ser divulgados por autorização expressa da pessoa ou dos familiares. O órgão relatou que, além da sindicância administrativa, "outras medidas legais também poderão ser tomadas no decorrer das investigações".

O governo do Estado de São Paulo, ao comentar sobre o caso, informou, por meio de nota, que não divulga dados individualizados dos vacinados, "mesmo sabendo que nove em cada 10 vacinas contra o coronavírus distribuídas no Brasil são produzidas pelo Instituto Butantan (Coronavac)". "Independentemente de qual vacina, Oxford ou do Butantan, o Governo de São Paulo reforça a importância de todos se vacinarem. Somente com a vacinação em massa dos brasileiros será possível voltar a normalidade".

A Prefeitura de Eldorado informou que recebeu um total de 2.861 doses da vacina Coronavac, e 80 doses da AstraZeneca. Funcionários da disseram ao Estadão que, no mesmo dia em que ela foi imunizada, outras 25 pessoas da mesma faixa etária receberam a vacina - todas as doses aplicadas no dia seriam da Coronavac, segundo os funcionários.

Com 64% dos votos válidos, Eduardo Paes (DEM) voltará à prefeitura do Rio. Ele derrotou o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reeleição com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e ficou com 36%. Paes ganhou em todas as zonas eleitorais e teve o melhor resultado de um candidato em segundo turno desde a redemocratização. A abstenção de 35%, no entanto, superou até o número de votos do vencedor: 1,7 milhão de cariocas deixaram de ir às urnas, enquanto Paes recebeu 1,6 milhão de votos.

Favorito desde o início da campanha, Eduardo Paes conseguiu manter a dianteira tanto no primeiro quanto no segundo turnos, e em nenhum momento se viu ameaçado. Durante a primeira etapa, ele priorizou as comparações entre seus mandatos anteriores e o de Crivella, que é altamente rejeitado pela população.

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"Nós passamos os últimos anos radicalizando a política brasileira e contestando aqueles que exercem a atividade política, e os resultados desse quadro de extremos não fizeram bem aos cariocas nem aos brasileiros. Essa eleição manifestou uma força muito grande daqueles que exercem a atividade política, a gestão pública", disse, na noite de ontem, no discurso de vitória. "O governo reacionário que tomou conta da cidade nos últimos quatro anos foi ruim na gestão, piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito."

Maior derrota

Sem uma marca clara, o atual prefeito apelou para a aproximação com o bolsonarismo e, no segundo turno, partiu para o ataque contra Paes, propagando fake news requentadas de 2018, como o suposto "kit gay". Ele foi denunciado pela Procuradoria Regional Eleitoral por difamação e propaganda falsa.

A derrota do atual prefeito é a maior de um candidato em segundo turno no Rio desde a redemocratização. Antes, o recorde havia sido em 1996, quando Luiz Paulo Conde (PFL, hoje DEM) venceu Sérgio Cabral (PSDB) com 62% contra 38%. Crivella fez um pronunciamento à noite para agradecer o engajamento de seus eleitores, sobretudo os evangélicos. Sem citar o nome do adversário, falou por dez minutos e não respondeu se havia ligado para cumprimentar o prefeito eleito.

"Quero agradecer a votação que fizemos. Os institutos de pesquisa falavam com convicção que não iríamos nem ao segundo turno", disse e agradeceu o apoio recebido de Bolsonaro. "O presidente é um homem de convicções. Ele contrariou a maré por suas convicções", afirmou Crivella, acrescentando que vai batalhar pela reeleição do presidente.

Vínculo

Eleito agora pelo DEM, Paes ocupou a prefeitura pelo MDB entre 2009 e 2016. Com o esfacelamento do partido no Estado - motivado por escândalos de corrupção -, migrou para a atual legenda. Na eleição para vereador na capital, o DEM fez sete vereadores. Trata-se da maior bancada, empatada com PSOL e o Republicanos de Crivella.

Apesar de ser a maior vitória do DEM nas capitais, Paes não tem um vínculo partidário tão forte e se recusa a se apresentar como cabo eleitoral de qualquer projeto da legenda para o País em 2022. Diz sempre que só é "palanque" para o Rio, e que a cidade está abandonada demais para ele pensar em cenários nacionais. Um dos partidos que o apoiaram na eleição foi o PSDB, do governador e possível presidenciável João Doria.

Ao comentar a vitória do aliado, Rodrigo Maia (DEM) foi na mesma linha e tentou desvincular o resultado no Rio da disputa de 2022. "Não tem nada a ver com a eleição nacional. É uma vitória da política, e o Bolsonaro sempre fez política. É uma vitória daqueles que fazem política e administram com qualidade. É a vitória do Rio", disse.

Menos dinheiro

Prefeito na época do Rio dos grandes eventos, especialmente a Olimpíada, Paes receberá agora uma prefeitura com situação financeira desfavorável. A tendência é que seja feita uma gestão com menos obras e projetos de grande porte, que foram a marca de seus mandatos anteriores.

Durante a campanha, o prefeito eleito focou em retomar serviços básicos que, segundo ele, foram sucateados com Crivella.

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