O Governo de Pernambuco, através do Procon-PE, realizou uma estudo após a constatação do aumento no preço dos produtos no estado. O objetivo foi criar uma pesquisa de cesta básica mais ampla, que servisse também de um grande manual de compras do consumidor.
Entre os destaques da pesquisa está a variação do preço mais alto em comparação ao menor preço dos itens de higiene pessoal. A unidade do sabonete de 90/100 gramas ficou na primeira posição, com uma variação de 688,14%. Seguido dele vem o pacote com oito unidades de absorvente (524,11%), escova dental de cerdas médias (368,72%), creme dental de 90 gramas (363, 57%) e papel higiênico com quatro unidades de 30 metros (348,43%). Mesmo o produto com menor variação, o saco de lixo de 60 litros, possui uma diferença de 20,31%, considerado alto.
##RECOMENDA##Os fiscais do Procon-PE fiscalizaram 195 produtos em sete estabelecimentos, entre atacadistas e varejistas, nos municípios de Recife e Olinda no mês de março. A constatação final foi de que o consumidor precisa ficar atento a certas manobras, como produtos em promoção com data de validade próxima ou diferença no preço de produtos da mesma marca mas com embalagens diferentes.
O gerente de fiscalização do Procon-PE, Flávio Sotero, percebe que o alto custo tem modificado o perfil de consumidor dos pernambucanos. “A gente tem percebido um movimento migratório. Esses atacarejos, atacados que vendem para o consumidor comum, têm uma população que não frequentava esses locais, como a classe média. Também tem um movimento reverso dos grandes varejistas, de colocar produtos antes apresentados apenas nos atacadistas, com quantidade maior e litragens maiores”, destaca Sotero.
Algumas conclusões e recomendações dadas após a pesquisa do Procon-PE:
1- O consumidor ainda precisa pesquisar mais. A variação dos preços dos produtos mostra que isso pode pesar no final;
2- Ficar atento aos tipos de embalagens. Produtos da mesma marca podem se apresentar em embalagens diferentes (caixa, lata), com pesos semelhantes, mas preços muito distintos;
3- Muitas redes varejistas possuem produtos de marca própria, que, na verdade, são fabricados por indústrias de outras marcas. Apesar da fama de serem mais baratos, o produto de marca própria nem sempre custa menos;
4- A lei federal 10.962/2004 determina que a afixação de preços de produtos mostre um valor referencial, baseado em uma medida como um quilo daquele mesmo produto. Nem todas as redes cumprem essa medida e o próprio Procon-PE deve convocá-las para fazer a cobrança. O valor referencial facilita a comparação de preços de itens de marcas diferentes com pesos também distintos;
5- Comprar no atacado nem sempre é mais barato, também valendo fazer a pesquisa;
6- Estímulo ao produto pernambucano. O Procon-PE verificou que nem todos os produtos do estado são mais baratos, mas recomenda os regionais para fortalecer e incentivar as empresas;
7- Programas de fidelidade podem gerar economia;
8- Vale a pena ficar de olho em promoções, mas também é preciso atentar para a validade dos produtos oferecidos. Se faltar 30 dias ou menos para um insumo em promoção sair da validade, esta informação deve estar visível junto com o aviso promocional;
9- Se houver diferenciação do preço na etiqueta, promoção, gôndola e caixa, o consumidor tem o direito de pagar o menor valor.
O governo irá estudar a periodicidade do estudo. Todos os valores deverão ser divulgados em breve no site do Procon-PE ou da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco.