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O governo argentino formalizou a criação de um fundo fiduciário estabilizador de trigo para conter a escalada dos preços do produto no país. A medida, anunciada ontem pelo presidente Alberto Fernández, foi publicada na edição de hoje do Boletim Oficial da República Argentina, correspondente ao Diário Oficial.

A Casa Rosada justificou que a medida busca minimizar a escalada de preços dos alimentos em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que vem impactando as cotações do trigo, milho, girassol e seus derivados. No caso do trigo, o preço subiu 37% desde o início do conflito na Europa. O governo argentino aumentou ainda os impostos de exportação de óleo de soja e farelo, de 31% para 33%.

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"Estamos defendendo os consumidores argentinos sem prejudicar nossos produtores, disse o ministro argentino de Agricultura, Pecuária e Pesca, Julián Domínguez, em entrevista coletiva neste sábado, qualificando as medidas como "temporárias" e assegurando que pretendem garantir a "previsibilidade" aos produtores.

Domínguez explicou que Fernández solicitou a "estabilização o preço do trigo em valores pré-guerra enquanto durarem as consequências do aumento devido ao conflito". Pediu ainda a dissociação do preço argentino dos internacionais.

No pronunciamento de ontem, o presidente da Argentina disse que o governo irá controlar a fiscalizar preços e que haverá uma "batalha contra os especuladores". O objetivo é o de aumentar o poder de compra dos salários, afirmou.

Reações

A Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (Ciara) rejeitou categoricamente a medida, por considerar que ameaça "a industrialização da soja no país". A instituição estuda a possibilidade de entrar na Justiça contra o decreto.

Já o presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina, Luís Zubizarreta, disse à imprensa local que a medida significa retirar "a competitividade do setor que tem mais potencial na Argentina".

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) avalia que não haverá problema de abastecimento de trigo à indústria do Brasil em decorrência da crise entre Rússia e Ucrânia. "Não haverá consequência do ponto de vista do fornecimento de trigo ao Brasil. Temos fornecedores na Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos, e a produção nacional vem aumentando. Até o momento, não há ameaça de falta do produto no mercado brasileiro", disse o presidente executivo da entidade e ex-embaixador, Rubens Barbosa, ao Estadão/Broadcast Agro.

Os países do Leste Europeu estão entre os maiores produtores mundiais de trigo. A Rússia é líder mundial na exportação de trigo, enquanto a Ucrânia é a quarta maior exportadora global do cereal.

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O Brasil, por sua vez, importa cerca de 60% do volume processado pela indústria anualmente. Contudo, o volume adquirido da Rússia é "pequeno" e 85% do cereal internalizado é argentino. O País não compra trigo da Ucrânia. "Nos últimos dois anos, a Rússia exportou muito pouco ao Brasil. É uma quantidade marginal", disse Barbosa.

No ano passado, de 6,2 milhões de toneladas de trigo importadas, apenas 28 mil toneladas vieram da Rússia. A maior parte, 5,4 milhões de toneladas, foram de cereal argentino, de acordo com dados do Agrostat, sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.

Efeito nos preços

Em contrapartida, há um efeito imediato sobre a indústria com o encarecimento do trigo no mercado externo, o que se reflete nos preços do cereal argentino e na paridade de importação, elevando também a cotação do trigo nacional.

Nesta semana, as cotações do trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) acumulam alta de 16,3% por causa do receio de que estes países possam deixar de exportar seu trigo em meio a um conflito disseminado.

"A consequência concreta para os moinhos brasileiros é que terão preços maiores para adquirir o cereal daqui para frente até a entrada da safra do Hemisfério Norte", disse Barbosa.

Outro efeito poderá ser observado no custo de produção da commodity, dado o cenário de aumento dos fertilizantes e risco de desabastecimento em virtude do conflito no Leste Europeu.

Outro risco decorrente do conflito é o de outros países consumidores do cereal recorrerem ao fornecimento da Argentina em cenário de interrupção das exportações russas e ucranianas.

"Isso pode virar um problema porque a Argentina já vendeu mais de 13 milhões de toneladas das 20 milhões de toneladas que colheu. O volume que está faltando para exportar já deve estar vendido para tradings, que comercializarão para quem pagar mais pelo cereal", disse o presidente executivo da Abitrigo.

Este risco, contudo, pondera Barbosa, ainda não é dado como efetivo no quadro atual. "Se houver demanda maior pelo trigo argentino pode ser um risco. No momento, o mercado demanda muita cautela. Precisamos esperar para ver a evolução da situação e como ficará o mercado global de trigo e a oferta argentina", afirmou, mencionando que o Brasil pode recorrer a outros fornecedores, como Estados Unidos, Paraguai e Uruguai.

Segundo Barbosa, até o momento nenhum moinho associado à entidade relatou problemas com fornecimento de cereal, mesmo argentino, em decorrência da crise entre Rússia e Ucrânia.

O trigo está espalhado pelo chão, misturado às cinzas, escombros e cimento. A explosão do porto de Beirute afetou os maiores silos de armazenamento de cereais do Líbano, provocando o pânico entre a população pelo medo de escassez de pão.

A destruição do porto da capital libanesa limitou ainda mais o acesso à comida em um país que importa 85% de seus alimentos, como o trigo necessário para a produção de pão, um alimento imprescindível na dieta libanesa e que atualmente é vendido com preço subsidiado de 2.000 libras libanesas (1,20 euro) o pacote de 900 gramas.

"Quando vimos os silos, entramos em pânico", admite Ghasan Bu Habib, presidente da rede de padarias Wooden Bakery.

Quase 15.000 toneladas de trigo, milho e cevada armazenadas em silos antiquados, de mais de 50 anos, foram destruídos na gigantesca explosão, assim como uma fábrica de farinha que ficava ao lado.

Os libaneses temem que a destruição dos silos, com capacidade para armazenar 120.000 toneladas, acentue a escassez de trigo no Líbano, que já era grave pela profunda crise econômica no país.

As importações foram reduzidas nos últimos meses pela falta de liquidez e as restrições bancárias.

As atividades nos contêineres de cereais já havia diminuído 45% no primeiro semestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Blominvest Bank, enquanto os preços aumentaram de maneira expressiva devido à desvalorização da libra libanesa.

"Já tínhamos dificuldades com a pouca farinha e trigo disponíveis", reconhece Ghasan Bu Habib. "As fábricas de farinha não tinham o trigo ou combustível necessários para funcionar", explica o presidente da Wooden Bakery: as 50 unidades da rede recebiam apenas dois terços da farinha necessária por dia.

Após a explosão, o medo tomou conta dos habitantes de Beirute e centenas de pessoas correram para uma padaria no bairro comercial de Hamra, onde compraram cinco pães ao invés de apenas um pelo temor de uma eventual escassez, afirma Haidar Mussaui, funcionário do estabelecimento.

"O pão é a única coisa que pode saciar os pobres, já que não podemos sentar para comer um bife com faca e garfo", lamenta.

Os gerentes da padaria tentaram acalmar os libaneses assegurando uma reserva de trigo suficiente para um mês e que novas importações devem chegar esta semana aos portos de de Trípoli (norte) e Saida (sul), menores que o de Beirute.

"Nada é comparável ao porto de Beirute, onde cargas de cereais desembarcavam as 24 horas do dia", recorda Musa Khury, empresário agrícola que administrou um armazém de cereais em Beirute entre 2014 e 2017.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) também afirmou que teme "a curto prazo um problema de abastecimento de farinha".

"Já enfrentamos a Covid-19 e a crise econômica, agora esta catástrofe", lamenta Suha Zeaiter, diretora executiva do banco de alimentos libanês que organiza programas de distribuição de alimentos para as famílias pobres.

Um caminhão tombou na BR-101, no bairro do Barro, Zona Oeste do Recife, na manhã desta quarta-feira (15). O veículo transportava uma carga de farelo de trigo que ficou espalhada na pista, no sentido João Pessoa-PB.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do caminhão precisou frear bruscamente quando um carro entrou na rodovia na sua frente. O condutor acabou perdendo o controle do veículo. Ele ficou levemente ferido e foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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A população local recolheu o farelo, utilizado na alimentação de animais. Os policiais conversam com essas pessoas para que não haja saque. Eles aguardam a chegada do dono da carga para autorizar a liberação da mesma.

A rodovia está interditada. Segundo a PRF, o trânsito está lento no local.

 

Quanto mais avança a colheita de trigo no Rio Grande do Sul maior é a certeza de que os problemas climáticos que marcaram esta safra causarão perdas significativas tanto em volume como em qualidade. A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) estima que a produção não passe de 2,2 milhões de toneladas, 1 milhão de t a menos do que a previsão inicial. Enquanto o setor calcula os prejuízos, o mercado concentra esforços para tentar escoar o trigo gaúcho para o exterior, já que, no Brasil, a demanda pelo produto comprometido pelo alto teor de micotoxinas será restrita. Fontes consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apontam a Ásia e o norte da África como os principais destinos do grão.

De acordo com o relatório técnico publicado pela Emater-RS, a expectativa de que o tempo seco dos últimos dias poderia impactar positivamente a produtividade não se confirmou. Com 72% da área colhida, não há indícios de o rendimento será maior na área remanescente. "As lavouras colhidas recentemente têm apresentado rendimentos ainda menores do que as primeiras", diz a empresa. Na região de Santa Rosa, onde a colheita está quase encerrada, a diferença entre o potencial e o efetivamente retirado chega a 60%.

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Por enquanto, os agricultores gaúchos estão colhendo, em média, de 20 a 25 sacas de 60 quilos por hectare. Na safra recorde de 2013 (que resultou em 3,3 milhões de toneladas), a média era de 50 sacas por hectare. A esperança é que a produtividade das lavouras da região dos Campos de Cima da Serra amenize o prejuízo. "Talvez a melhora venha a acontecer na reta final da colheita nas plantações de maior altitude, onde o trigo foi cultivado mais tarde. Mas de uma maneira geral as perspectivas não são nada boas", disse ao Broadcast o assistente técnico da Emater-RS, Luiz Ataídes Jacobsen. Nesta semana, a entidade deve divulgar estimativa de produção, considerada uma prévia do que deve ser o resultado oficial da safra no Estado.

De acordo com cálculos da Farsul, se for confirmada a quebra de cerca de 40% da produção, o prejuízo deve ser de no mínimo R$ 850 milhões. A projeção é cautelosa, e a própria entidade reconhece que as perdas devem ser maiores.

A percepção pessimista não se baseia apenas na preocupação com a quantidade. Após uma safra excelente no ano passado, em 2014 o cultivo de trigo no Rio Grande do Sul foi comprometido pelo excesso de chuvas em setembro e outubro e pela falta de luminosidade, favorecendo a presença de fungos nas lavouras. Isso comprometeu a qualidade do trigo e deverá potencializar o prejuízo dos agricultores.

No processo de segregação feito pelas cooperativas, a quantidade de trigo de primeira linha, próprio para a panificação, é irrisória. A maior parte do cereal não atinge classificação para moagem e terá de ser destinada à ração, com valor comercial reduzido.

Para o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, os dados obtidos até aqui indicam que um terço do trigo gaúcho está apropriado para panificação, enquanto dois terços são de qualidade inferior, o chamado "triguilho". Ataídes Jacobsen, da Emater, retrata um quadro ainda mais desolador. Para ele, o volume de trigo tipo 1 classe pão deverá corresponder a no máximo 10% desta safra gaúcha - enquanto em anos anteriores chegou a representar 60% ou 70% do total produzido.

Outro problema é que uma parcela do trigo colhido apresenta alto teor de micotoxinas, resultantes de fungos como a giberela, o que dificulta a venda mesmo para a indústria de ração. Relatório disponibilizado em 4 de novembro por um laboratório de Santa Maria, no interior do Estado, acusou a presença de microtoxinas acima do permitido pela legislação brasileira em 41% das amostras testadas.

Exportação

O volume expressivo de trigo com a micotoxina Deoxinivalenol (DON) faz com que traders busquem compradores no exterior, já que a possibilidade de escoar a safra gaúcha no mercado interno é bastante limitada. "No mercado local muitos compradores nem têm cotado o produto. E, se o fazem, o preço ofertado é extremamente baixo", diz Jacobsen.

O norte da África, que sempre foi consumidor do trigo gaúcho, tem sido o principal destino do grão este ano, junto com a Ásia - em muitos países desses continentes a legislação para a presença de micotoxinas é mais branda do que a brasileira. "Existe demanda para esse triguilho fora do Brasil e, por enquanto, não há dificuldade em vendê-lo. Teremos liquidez, só que não nos preços praticados no ano passado", avaliou Vitor Marasca Junior, diretor da comercializadora Marasca.

Nos últimos dias, a Marasca fechou embarques de trigo destinado à ração para a Coreia do Sul, Paquistão e Nigéria, entre outros países. O preço de venda ficou entre US$ 180 e US$ 200 FOB por tonelada, 50% abaixo do registrado no ano passado. Segundo Marasca, embora os asiáticos e africanos demonstrem interesse pelo produto, a perda de qualidade influencia negativamente no preço de exportação. Além disso, o cereal gaúcho também sofre pressão do produto do Paraná, de excelente qualidade e próprio para panificação. Enquanto o produto paranaense tem liquidez assegurada, o produto gaúcho não encontra interessados no mercado doméstico.

Conforme a Farsul e a Emater-RS, o trigo tipo 1 classe pão tem recebido ofertas entre R$ 25 e R$ 28 a saca de 60 quilos. Há um ano, a saca era vendida a R$ 40, em média. Em alguns casos, para se chegar ao preço mínimo, de R$ 33,45/saca, os negócios são fechados por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). Mas, devido a cotação do cereal em níveis bastante baixos, fechar operações desse tipo começa a ficar difícil. Já o trigo de categorias inferiores - tipo 2, 3 e 4 - está sendo ofertado por R$ 14 ou R$ 15 a saca de 60 quilos, sem perspectiva de melhora.

Socorro

Após se reunirem em Porto Alegre, representantes da cadeia tritícola anunciaram que pedirão ao governo federal a renegociação das parcelas de financiamentos de custeio - a primeira delas, de cerca de R$ 250 milhões, vence em janeiro. Caberá à Farsul enviar um documento ao Ministério da Agricultura pedindo a prorrogação do vencimento.

Com a confirmação de que os prejuízos deste ano são inevitáveis, as preocupações começam a se voltar para a próxima safra. Hoje é impossível não pensar que os planos de investimentos serão afetados pela frustração causada por quebra de safra, preços baixos, endividamento e incertezas com relação ao clima. "Estamos vivendo hoje exatamente uma situação oposta à que tínhamos nessa época no ano passado, quando o cenário era muito promissor", resumiu Jacobsen.

A safra de trigo deve ser recorde em 2014, com produção de 7,849 milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmado, o volume será 37,3% maior do que o verificado no ano passado. "Os preços estavam atrativos este ano, então houve aumento na área plantada e na estimativa de rendimento médio. O Paraná se recuperou e voltou a ser o maior produtor em 2014", destacou o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi.

Apesar disso, Andreazzi ressaltou que as plantas ainda estão muito jovens, e nada foi colhido efetivamente até o momento. Houve ainda excesso de chuvas na Região Sul no mês de junho, o que pode influenciar os próximos levantamentos. "Isso atrasou muito o plantio do trigo, não sabemos ainda o que afetou. Então, ainda tem muita coisa para acontecer com o trigo", disse o gerente.

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Em relação ao levantamento de junho, o mês de julho apresentou leve queda, de 0,3%, por causa de uma revisão para baixo na produção do Paraná. Ainda assim, o Estado se recupera fortemente, e a produção deve superar a de 2013 em 112,4%, informou o IBGE.

O El Niño traz preocupações em relação à colheita de milho safrinha e de trigo no Sul e Sudeste, mas o esperado aumento das chuvas, que começa agora e se estende até o verão, deve garantir boas condições às lavouras de soja e de milho 2014/15. Esses dois grãos respondem por mais de 80% da produção agrícola nacional e o aumento da umidade afasta o risco sempre presente no verão de estiagem em momentos críticos de desenvolvimento das plantas.

A desvantagem para o produtor é que a expectativa de maior produtividade sinaliza oferta e preços mais baixos no momento da comercialização da safra. Empresas de meteorologia consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, divergem sobre a intensidade e o período em que o fenômeno climático deve de fato se instalar, mas reconhecem que as condições climáticas no ciclo de produção que começa em 1º de julho favorecerá o Brasil em detrimento de outros competidores como Estados Unidos (no caso dos grãos) e Índia (açúcar).

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"Com uma safra de verão maior, as cotações tendem a se acomodar no segundo semestre deste ano", disse Robson Mafioletti, assessor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Segundo ele, o possível aumento das precipitações pode mudar o cenário de perdas verificado no último período. "Tivemos veranicos em dezembro de 2013 e em janeiro e fevereiro deste ano que causaram cerca de 3 milhões de toneladas de prejuízo", lembrou.

Em relatório, Robert van Baterburg, diretor de estratégia de mercado da Newedge, diz que, com o El Niño, o Brasil deverá colher uma safra de soja "abundante" na próxima temporada, ampliando os estoques. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve produzir no próximo ciclo 91 milhões de toneladas. O País deve ser o principal exportador da oleaginosa na safra 2014/15, com 45 milhões de toneladas, à frente dos EUA, com previsão de 44,23 milhões de toneladas.

O fenômeno, que se repete a cada três anos aproximadamente, é provocado pelo aumento atípico da temperatura superficial das águas do Oceano Pacífico e causa distorções climáticas no mundo todo. A diminuição das chuvas de monções na Índia ameaça, principalmente, a produção de açúcar. O clima mais seco no Sudeste Asiático e na Austrália podem representar problemas para as produções de palma (da qual é extraído o óleo) e de trigo, respectivamente. O último El Niño ocorreu em 2012 e, antes disso, em 2009, mas nestas duas ocasiões a intensidade foi moderada, o que pode se repetir este ano.

Nos Estados Unidos, o fenômeno pode provocar o aumento gradual das temperaturas no segundo semestre no nordeste do país, perto do cinturão produtor de milho. "Neste caso, não há um padrão específico. Mas, com o El Niño, o Meio-Oeste norte-americano pode registrar um calor mais intenso que o normal, além de receber chuvas irregulares", disse Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.

Em relatório, o banco Morgan Stanley prevê que o fenômeno terá um impacto maior no inverno norte-americano, entre dezembro e março, do que no verão, entre junho e setembro, o que significa que a produtividade do milho e da soja cultivados no país pode não receber um impulso tão grande de chuvas abundantes e do clima mais frio que o El Niño costuma trazer.

No Brasil, além da concentração de chuvas no Sul, o El Niño pode significar um clima menos úmido no Sudeste. "A condição de clima seco prolongado não é ruim para a região", afirmou Celso Oliveira, meteorologista da Somar, em relação à colheita de café. Mesmo assim, ele pondera que a seca pode acelerar a maturação e a retirada dos grãos, prejudicando a qualidade. "Com isso, podemos ter problemas na próxima safra." Oliveira, alerta também que o aumento das chuvas pode prejudicar a colheita de milho safrinha e de cana-de-açúcar, em andamento nos estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul. O trigo começa a ser colhido no Sudeste em julho e é retirado até novembro no Paraná e Rio Grande do Sul

Para Cláudio Dóro, assistente técnico da Emater, já é possível observar um aumento da umidade no Rio Grande do Sul. "Estamos percebendo os efeitos do El Niño. No mês passado, por exemplo, recebemos 50% de chuvas acima da média no norte do Estado", disse.

Meteorologistas divergem sobre o período de desenvolvimento e a intensidade do El Niño no Brasil. Nascimento, da Climatempo, diz que os efeitos do fenômeno devem ser sentido no País a partir de julho ou agosto e durar até março do ano que vem. "Há 90% de chance de ocorrência," previu, acrescentando que a força do fenômeno deve ser de fraca a moderada. "Ainda não estamos com configurações bem definidas", disse Fábio Rocha, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe).

Oliveira, da Somar, acredita que o fenômeno já está causando interferências no clima do País. "O aquecimento clássico das águas do Pacífico começou no final de abril, ou seja, já dá para sentir seus efeitos", afirmou. Um exemplo disso, segundo Oliveira, são as fortes chuvas que atingiram o sul do País no último fim de semana.

De acordo com dados da Somar, a região central do Paraná foi uma das mais prejudicadas: depois de três dias consecutivos de precipitações, o acumulado superava a casa dos 350 mm, que corresponde mais do que o dobro da média para o mês de junho. Ele acrescenta que este ano o fenômeno deve ter "tiro curto", parecido com o de 2012, e deve perder as características de um El Niño clássico já em novembro.

Os preços de pães, massas e biscoitos sobem no varejo do Brasil, ao contrário do que acontece no atacado, onde o trigo em grão cai há três meses consecutivos. Apesar de os preços da matéria-prima da farinha seguirem pressionados pela oferta superior à demanda, economistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, dizem que o consumidor ainda continuará a pagar caro pelos derivados do cereal.

O que limita o repasse da queda dos preços do grão para o varejo é a depreciação cambial. O dólar tem oscilado bastante desde o início de janeiro, mas em um ano acumula alta de mais de 20%. Além disso, há outros custos, como mão de obra, a considerar e a demanda por alimentos segue aquecida.

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Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que o preço do trigo no atacado cai, seguidamente, desde novembro, com quedas de 9,06% no penúltimo mês de 2013, 8,96% em dezembro e 2,85% em janeiro, no âmbito do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que mede boa parte da inflação ao produtor. No acumulado em 12 meses até janeiro, o trigo em grão acumula alta de apenas 1,07%.

O aumento de 1,07% do cereal no atacado destoa, significativamente, da alta de um dos derivados dos trigos mais consumidos no País: o pão francês. Só em janeiro, o pãozinho subiu 1,10% e acumula uma alta de 14,78% em 12 meses terminados em no mês passado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), o pão francês acumula uma alta ainda maior em 12 meses até janeiro, de 16,07%, de acordo com dados enviados pelo coordenador do indicador, o economista Paulo Picchetti.

Segundo o analista Étore Sanchez, da LCA Consultores, grande parte do encarecimento do pão francês no varejo está atrelada ao dólar, que segue com tendência de aceleração. Sanchez relembra que, quando o trigo começou a cair no mercado brasileiro, o câmbio passou a se depreciar mais. "Como o Brasil não é autossuficiente em trigo, tem de importar. Por isso, essa sensibilidade dos preços ao dólar", avaliou.

A demora no repasse da queda vista no atacado para o varejo intriga o superintendente adjunto de Inflação do Instituto de Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Salomão Quadros. "Não há uma explicação muito fácil e convincente na parte dos derivados do trigo. A matéria-prima caiu muito e registra pelo menos três meses consecutivos de baixa no IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo, do IGP-M). Só que quando olhamos o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) é como se nada tivesse acontecido", afirmou.

Além do avanço nos preços do pão francês, outros derivados do trigo também estão registrando altas expressivas no varejo, na contramão da queda da matéria-prima no atacado. De acordo com a FGV, a farinha de trigo subiu 0,30% em janeiro, mas tem ganhos acumulados de 25,82% até o mês em questão. O macarrão, que avançou 0,73% no primeiro mês do ano, acumula alta de 16,25% até janeiro. Já os biscoitos têm elevação mensal de apenas 0,09%, mas de 11,93% no acumulado em 12 meses terminados em janeiro. "É verdade que o trigo subiu muito ao longo do ano, mas os derivados subiram muito mais", disse Quadros.

Apesar de também refletirem o comportamento do mercado doméstico, como os custos dos moinhos, os preços do cereal "de alguma forma" também têm de acompanhar o desempenho do exterior, diz o economista da FGV. Portanto, ele acredita que o repasse ainda poderá atingir o varejo. "Se tudo estiver funcionando dentro da normalidade, vai desacelerar. Vamos dar o benefício da dúvida e esperar mais alguns dois meses", analisou.

O economista Pedro Ramos, do Banco Sicredi, também ressalva que o processo de repasse, nesse caso, deve demorar para acontecer, pois o mercado de trigo tem características peculiares, como tributação especial e o próprio fato de o Brasil ter de importar o produto de outros países. Outro ponto, disse, é que os preços no atacado tendem a oscilar mais, enquanto no varejo o comportamento é um pouco mais rígido. "Quando o processo sofre influência da oscilação cambial, tende a demorar um pouco mais. É normal. Mais cedo ou mais tarde o repasse poderá acontecer, mas têm outras questões por trás", disse, ao referir-se ao mercado de trabalho, que continua aquecido e manter a demanda em alta.

Ramos ainda acrescentou a teoria do custo de menu pode explicar em parte o não repasse da queda do atacado para os preços ao consumidor. A teoria, disse, leva em conta o fato de quem existem custos para modificar os preços nas tabelas e isso poderá criar rigidez na passagem de preços.

Estoques - Outro ponto destacado pelo diretor presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, são os estoques, já que a indústria faz compras da matéria-prima para os próximos meses sem saber ao certo como estará o preço do produto à frente. "É mais lento, mesmo porque tem o efeito do estoque, que é muito importante. Se aumentou a farinha, nem sempre o varejo está utilizando um produto com preço novo. Portanto, o aumento tende a vir dosado", explicou, acrescentando que o fator câmbio também tem participação relevante nessa conta. Segundo Lawrence Pih, o cenário para o setor é positivo, dada a expectativa de safra recorde no mundo este ano. O diretor, porém, faz uma ressalva: "Desde que o dólar não suba mais."

Embora também considere normal o repasse da queda nos preços do trigo no atacado para o varejo, o analista Arthur Viário, da Tendências Consultoria Integrada, afirma que o dólar elevado pode limitar "um pouco" o efeito da baixa para os preços ao consumidor. Segundo ele, à medida que for aumentando a disponibilidade do trigo da Argentina, os preços dos derivados do cereal podem diminuir ao consumidor, mas a expectativa de elevação do dólar em relação ao real tende a "amenizar" esse efeito. "Talvez os preços desacelerem, mas ainda deverão continuar em patamares elevados", estimou.

As fortes geadas que caíram sobre o Paraná nos últimos dias e a previsão de novas geadas até o final da semana, começam a provocar prejuízos para a agricultura paranaense, principalmente nas culturas de soja e trigo. As últimas geadas foram consideradas pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) as mais fortes dos últimos anos.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, há uma expectativa de que entre 20% e 25% da produção de milho e 51% a 52% da produção de trigo tenham sido afetadas pelas geadas e podem ter sido prejudicadas. O técnico do Deral, Marcelo Garrido, porém, afirma que é prematuro prever as perdas. "Não dá para estimar ainda o prejuízo, estamos com técnicos em campo avaliando as situações em nossas regionais e esses números poderão ser confirmados uma semana após o final das geadas", disse.

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Além dos problemas do trigo e milho, os rebanhos de gado, cujas pastagens estão congeladas e a produção de hortaliças também estão com problemas, mas o maior pode estar com o café, que é produzido em uma região (Norte) do estado mais quente, mas que também teve problemas com a geada.

Segundo boletim do Deral da regional de Ponta Grossa, diversas culturas serão atingidas pelas geadas. "As culturas de trigo e aveia possuem cerca de 10% da área mais sujeita a prejuízos por estarem iniciando o emborrachamento. É prematuro estimar extensão dos danos não só nas culturas de inverno, mas também nas frutas como maçã e morango, além de olerícolas e hortaliças", informou.

Já em Francisco Beltrão a produção de trigo deve ser a mais afetada. "Hoje (ontem) amanheceu com geada forte em toda a região. Haverá perdas na cultura do trigo, pois aproximadamente 60% da área plantada está

em fase suscetível à geadas".

A geada que tem sido uniforme no Estado e deve continuar. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) chegaram a emitir boletins com orientações aos agricultores para protegerem melhor suas culturas.

Há previsões de geadas para esta quinta-feira, 25, e podem ser repetidas as temperaturas provocadas em Inácio Martins, que registrou -4,5º, a menor do Estado; Guarapuava com -3,8ºC; e Londrina que chegou a zero grau e onde se concentram grandes produções de café e hortaliças.

Na capital, a quarta-feira registrou a menor temperatura desde o ano 2000, com -2ºC e a segunda menor desde 1997. No Estado as temperaturas não ultrapassaram os 10ºC.

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Mais de dez tipos de cervejas belgas agora estão disponíveis para os apreciadores da bebida no Recife através de uma parceria da importadora carioca Buena Beer com a DOC Distribuidora, que funciona no Ceasa. Muitas delas são elaboradas com trigo, gengibre, cravo, baunilha, frutas, pimentas e outras iguarias.

Uma das dez marcas de cerveja, a Delirium Tremens, que há 350 anos, conquista os fãs de cerveja com um sabor diferenciado e rótulo e garrafa com layouts originais, pode ser encontrada na distribuidora.

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Outra marca famosa no mercado desde 1471, é a Gouden Carolus, conhecida em mais de 25 países, cuja fabricação envolve ervas que prometem à bebida sabor e aroma únicos. A St.Feuillien é uma outra marca belga da família Friart, hoje na quarta geração, que começou a ser fabricada por monges durante séculos. 

Dois genes que conferem às plantas de trigo uma resistência a uma nova cepa devastadora da ferrugem negra, fungo surgido na África e que ameaça as colheitas do cereal em várias partes do mundo, foram descobertos nos Estados Unidos, informaram cientistas nesta sexta-feira.

Este avanço poderá ajudar os cientistas a desenvolver novas variedades de trigo resistentes à ferrugem negra denominada Ug99, detectada em 1999 em Uganda, antes de se propagar para o restante da África e para a Ásia, assim como para a Rússia, onde provoca perdas importantes nas colheitas. O trigo é a fonte de 20% da alimentação mundial e a cepa Ug99 poderá afetar até 80% das colheitas do planeta, com graves consequências socioeconômicas.

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A "epidemia" anterior de ferrugem negra do trigo ocorreu nos anos 1940 e provocou fome no México, e foi contida graças à introdução de plantas híbridas resistentes de alto rendimento nos anos 1950. Estas plantas tinham sido desenvolvidas inicialmente por Norman Borlaug, um fitopatologista ganhador do Prêmio Nobel da Paz, que é apontado o pai da Revolução Verde.

Os dois novos genes identificados, "Sr35" e "Sr33", permitem que as plantas de trigo sejam resistentes à cepa Ug99 do fungo, ao 'dopar' seu sistema imunológico. "O gene Sr35 funciona como um componente chave do sistema imunológico do trigo, ao reconhecer o patógeno invasor e desencadear uma defesa contra o parasita", explicou Eduard Akhunov, professor de Patologia das Plantas na Universidade do Kansas e principal autor da descoberta do gene Sr35.

A segunda pesquisa, realizada por um grupo de cientistas australianos, identificou o gene Sr33, que permite também às plantas de trigo se proteger contra o Ug99. "É um avanço muito significativo", avaliou Ronnie Coffman, professor da Universidade de Cornell (nordeste), que não participou dos estudos publicados na edição desta sexta-feira da revista americana Science. "Isto poderia produzir uma resistência duradoura contra a cepa patogênica", avaliou.

A pesquisa sobre estes dois genes resistentes à Ug99 levou vários anos em virtude da complexidade do genoma do trigo, que contém cerca de duas vezes mais genes que o DNA humano, destacaram os cientistas.

"Foi preciso extrair cada gene candidato até encontrar um capaz de dopar o sistema imunológico da planta contra o patógeno Ug99", destacou o professor Akhunov. "Foi um processo trabalhoso, que levou muito tempo, mas valeu a pena", destacou. Após terem identificado o gene Sr35, os pesquisadores recorreram à biotecnologia para desenvolver plantas de trigo transgênicas portadoras do mesmo gene para serem resistentes à cepa patogênica Ug99 do fungo da ferrugem negra.

A produção nacional de trigo para o exercício 2013/14 deverá alcançar 5.555,8 mil toneladas, representando um incremento de 26,9% em relação à safra passada. Os dados fazem parte do nono levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 6. Do total produzido, 44,2% dos grãos serão colhidos no Rio Grande do Sul, 47,2%, no Paraná e o restante, nos demais Estados produtores.

A área a ser cultivada poderá ser de 2,07 milhões de hectares, 9,4% acima da anterior. Conforme a Conab, a recuperação de parcela da área, que deixou de ser cultivada nos últimos anos, tem relação com a melhoria dos preços na safra anterior, em virtude da menor produção mundial e brasileira, que repercutiu favoravelmente entre os produtores.

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A Conab informa que, com referência ao suprimento interno, o ano safra de trigo só terminará em 31 de julho próximo. "Dessa forma a situação em 2012/13 ainda não é conclusiva, tendo em vista que as importações e exportações poderão apresentar alterações", explicam os técnicos.

Para o período 2013/14, prevê-se a necessidade de importações da ordem de 6,8 milhões de toneladas, apenas 5,5% menor do que a do ano anterior e que deverá ser de 7,2 milhões de toneladas.

Em busca de provas contra um suposto cartel de farinha de trigo, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizou nesta quarta-feira, 17, uma operação de busca e apreensão de documentos em quatro capitais de Estados do Nordeste, região responsável por cerca de um quarto da produção nacional.

As investigações do Cade mostraram que o preço da farinha de trigo na Região Nordeste é aproximadamente 20% superior ao praticado nos Estados do Centro-Sul do País. "A existência de um cartel nesse setor prejudicaria a economia do País como um todo", afirmou o órgão antitruste por meio de nota.

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Item relevante da cesta básica, a farinha de trigo é usada também na panificação, setor que corresponde a mais de 50% da demanda do produto, além de fabricação de massas, doces e biscoitos.

Durante a operação nas cidades de Maceió (AL), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Natal (RN), foram cumpridos 15 mandatos de buscas em seis empresas de moagem, três distribuidoras e uma associação. O objetivo foi apurar denúncias de que havia reuniões frequentes entre diretores das companhias para negociar preços, condições de venda e divisão do mercado.

"De acordo com as denúncias, os distribuidores não poderiam descumprir os acordos firmados, sob pena de sofrerem sanções. Os comerciantes que não aceitassem o acordo seriam punidos com cortes no volume do produto e com o aumento do preço no mês seguinte", completou a nota.

Batizada de "Operação Mós", em referência às pedras que trituram os grãos nos moinhos, a força-tarefa contou com o apoio de 28 oficiais de Justiça, 70 policiais rodoviários federais, 16 peritos da Polícia Federal, 39 servidores do Cade, dois servidores do Ministério Público, além do auxílio da Procuradoria Regional Federal da 5ª Região.

Os documentos apreendidos serão analisados pela Superintendência-Geral do Cade e, caso os indícios de cartel sejam confirmados, um processo administrativo será aberto pelo órgão de defesa da concorrência.

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