Tópicos | Aumento das passagens

O ano de 2017 inicia com recorde no sistema de transporte, no entanto, o mérito é negativo. O número de assaltos a coletivos teve crescente já no primeiro mês do ano. Diante disso e aliado ao aumento de 14,26% das passagens, a Frente de Luta Pelo Transporte Público (FLTP) fará um protesto nesta quinta-feira (2) visando a discussão por segurança em coletivos. 

“Vamos nos reunir com outras entidades e centrais sindicais para pedir uma convocatória em que possam ser apresentadas à população as medidas de segurança pública que serão aplicadas ao transporte público”, explica o integrante da FLTP, Pedro Josephi. 

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O protesto tem concentração marcada em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), às 15h. Josephi aponta para a presença de centrais sindicais, CUT, MST, MTST, Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo. "Não vamos ficar parados em frente à Alepe. Vamos tomar as ruas", frisa.

Na ocasião, o grupo visa protocolar um pedido para esta convocatória e exige a presença de secretários de governo para a discussão. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, janeiro teve número de assaltos superior a 313, ultrapassando o mês de dezembro, com maior incidência em 2016.

Aumento das passagens

Ainda segundo o advogado e integrante da FLTP, o processo judicial que rebate o aumento das passagens está em andamento, mas não há prazo para finalização. “O governo tem o dobro do tempo para recorrer e a Justiça estava em recesso. Somente agora o andamento pode ser retomado”. 

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Não houve reajuste das passagens de R$ 3,80 para R$ 4,15 dos ônibus municipais em Guarulhos, Grande São Paulo, nesta sexta-feira, 20.

Em dezembro de 2016, o ex-prefeito Sebastião Almeida publicou no Diário Oficial do Munícipio o reajuste das tarifas de R$ 3,80 para R$ 4,50, um reajuste de 18,4%. O prefeito da cidade, Gustavo Guti (PSB), revogou o aumento ao tomar posse em 2 de janeiro, porém, afirmou que após análise um novo reajuste seria feito. O anúncio do novo valor foi feito no dia 12 de janeiro.

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A gestão do prefeito havia informado não ter sido notificada da decisão do juiz Luciano de Moura Cruz e que iria recorrer à Justiça. Porém, a administração voltou atrás e decidiu acatar com a decisão do juiz. A liminar emitida pelo juiz na terça-feira, 17, vetou o aumento das passagens. 

Segundo Guti, o subsídio as empresas de ônibus pode passar de R$ 92 milhões a mais caso aumento não seja cumprido.

A prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo, manteve os avisos de aumento da tarifa nos ônibus municipais de R$ 3,80 para R$ 4,15. O aumento está previsto para começar nesta sexta-feira, 20, mesmo após a Justiça barrar o reajuste.

A gestão do prefeito da cidade, Gustavo Guti (PSB), informou que não foi notificada sobre a decisão da Justiça e que irá recorrer. A liminar emitida nesta terça-feira, 17, pelo juiz Luciano de Moura Cruz, pode fazer com que a prefeitura tenha que dobrar o subsídio para as empresas e cooperativas de ônibus de R$ 50 milhões para R$ 100 milhões.

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Após tomar posse, em 2 de janeiro, Guti revogou o antigo aumento proposto pelo ex-prefeito, Sebastião Almeida, de R$ 3,80 para R$ 4,50, e afirmou que após análise um novo reajuste seria feito.

Após a Justiça negar o pedido de anulação da reunião que resultou no reajuste das passagens de ônibus no Grande Recife, um novo protesto será realizado na próxima sexta-feira (20), de acordo com a Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) de Pernambuco. A hora e o local da manifestação não serão divulgados. 

Em nota, a Frente de Luta também informou que vai insistir no pedido de anulação judicial. "A decisão do desembargador Itabira Brito que não concedeu o nosso pedido liminar não pôs fim ao processo, que segue seu curso e terá seu mérito analisado e julgado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco", conforme informações oficiais divulgadas à imprensa. 

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Pedro Josephi, advogado e integrante da FLTP, ressaltou ainda que o desembargador à frente da decisão estava substituindo o um outro profissional "competente para analisar a ação judicial", disse. Josephi analisa o aumento como abusivo e com falta de transparência à sociedade pernambucana. 

"A nossa luta continuará nos tribunais, mas sobretudo nas ruas, onde diariamente o povo pernambucano sofrido tem sido penalizado com um aumento duas vezes maior do que a inflação, o IPCA e o reajuste do salário mínimo", pontuou o advogado. 

Tarifa mais cara

A passagem de ônibus na Região Metropolitana do Recife tem valor variado, conforme o trajeto. O anel A subiu de R$ 2,80 para R$ 3,20; o B, de R$ 3,85 para R$ 4,40; o D, de R$ 3,00 para R$ 3,45; e o G foi de R$ 1,85 para R$ 2,10. O reajuste é cerca do dobro do acumulado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de 2016.

O Grande Recife Consórcio de Transporte, responsável por gerenciar o setor, justificou o reajuste pelo aumento salarial concedido a rodoviários, a renovação da frota e instalação de câmeras de segurança e o aumento do preço de produtos utilizados no serviço, além de outros pontos.

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Na manhã desta quarta-feira (18), um pequeno grupo se reuniu na Praça do Derby, área central do Recife. Eles protestaram contra o aumento das passagens do transporte público. Os manifestantes mostraram o descontentamento pelo reajuste da tarifa aprovada na última sexta-feira (13), quando foi decidido o valor de R$ 3,20 para o Anel A e R$ 4,40 no Anel B. 

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Além disso, o grupo ainda alertou, nas suas vestimentas, alternativas de transporte. "A população não pode se submeter a esse valor exorbitante da passagem. Ela tem que ter opção. Por isso, estamos aqui sugerindo o uso de bicicletas e do metrô", detalhou Heraldo Lira, coordenador geral do Movimento Revolucionário Cidadão.

Os manifestantes ocupavam as faixas da Avenida Agamenon Magalhães alternando entre a via local e principal, no sentido Boa Viagem.

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Depois da decisão do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) pelo reajuste de 14,26% nas passagens de ônibus no Recife e Região Metropolitana (RMR), grupos prometem atos durante esta semana. A Frente de Luta Pelo Transporte Público (FLTP) já havia realizado manifestação durante a reunião – ocorrida na última sexta-feira (13) - que fixou a tarifa de R$ 3,20 (Anel A) e R$ 4,40 (Anel B). 

A FLTP marcou protesto para esta terça-feira (17), com concentração em frente ao EREM Ginásio Pernambucano, na Rua do Hospício, área central do Recife, às 15h. O evento criado no Facebook a fim de convocar pessoas já conta com mil confirmações. No último ato, houve confronto entre manifestantes e policiais que fizeram uso de bombas de gás, bala de borracha e spray de pimenta. 

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Já na quarta-feira (18), outra manifestação está marcada para acontecer. Esta terá concentração na Praça do Derby, também na área central da cidade, às 8h. Um material circula pelas redes sociais realizando a convocatória. No documento é prometido o fechamento da Avenida Agamenon Magalhães, uma das vias principais do Recife e liga a cidade à Olinda. O grupo organizador do ato não foi divulgado.  

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Na última sexta (13), uma rápida reunião decidiu o aumento das passagens de ônibus na região metropolitana do Recife. Do lado de fora, uma confusão entre ativistas e policiais acabou com enfrentamento. A repórter fotográfica, Brenda Alcântara, registrou o momento em que um casal foi imobilizado. Thiago Carvalho, professor de História, tinha ido registrar a reunião. Acabou sendo “registrado”.

Em conversa com o LeiaJá, o professor diz ter sido agredido pela polícia, mas não culpou os soldados. Para ele, o clima de tensão que pairava no ambiente foi o que acabou gerando a violência. “A forma como foi feito todo o sistema de segurança já deixou uma aresta para que os ânimos ficassem exaltados”.

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O que gerou a manifestação

Thiago Carvalho, que acabou sendo detido pela polícia, nem estava entre os que colocavam fogo em pneus. Com uma câmera, seu objetivo era registrar o que estava acontecendo, que segundo ele, se repete todos os anos.

“Há mais de 20 anos, a população escuta as mesmas coisas nesse mesmo período. Os governos acordam, junto com esse conselho, de dar esse reajuste em janeiro, porque aí quem luta historicamente por esse direito, que são os estudantes, estão de férias e não tem condições de se mobilizar. Todos os anos é dessa forma”, desabafa o professor.

A justificativa do governo para permitir o aumento das passagens não convence Carvalho, que critica o percentual de 14%, acima da inflação. “Aí vem o presidente do Grande Recife, com a cara mais limpa do mundo, nos dizer que a população andou menos de ônibus, e por isso a passagem tem que aumentar”, diz.

Segundo o professor, que foi candidato a vereador em 2016 pelo PSOL, a população deixa de usar o transporte público devido ao preço. “Obviamente que vai andar menos de ônibus quando ela não tem condições de pagar essa passagem. Ela vai de bicicleta, vai a pé, ela deixa de ir. Ela deixa de ter o direito à cidade, o direito de ir e vir, porque esse direito vai custar, no mínimo, R$ 6,40”, analisa.

Carvalho critica, ainda, a falta de transparência. “A reunião foi marcada para 8h30, mas aconteceu antes do horário previsto, inclusive impedindo alguns conselheiros, que representam a sociedade civil, de participar. Durou menos de 5 minutos. Imagine você decidir a vida de dois milhões de usuários em 5 minutos”, questiona.

A agressão

“A polícia está ali para cumprir seu papel. A polícia está ali para controlar a população, para que não haja a revolta. Desde o inicio o clima já estava muito tenso. Logo cedinho, às 8h, já tinha spray de pimenta na cara de alguns jovens que tentaram colocar pneus, porque todo protesto – inclusive o da polícia – usam pneus para colocar fogo. Mas o policial queria cumprir o seu dever de acabar com o protesto. Foi o comando que ele recebeu”, diz Thiago Carvalho.

Ele conta que ao tentar ajudar um amigo que estava sendo perseguido por um PM, acabou se tornando alvo de outros soldados. “Eu caí no chão - estou com os braços feridos – e fui levantado com truculência. Houve agressão sim. A minha companheira, a Fran Silva, foi imobilizada com muita ferocidade e está com muita dor em várias partes do corpo”.

Imobilizado, Carvalho ainda tentou argumentar para que os policiais o soltassem.  “Se juntou uma quantidade grande de pessoas e imprensa. Eu tentava dizer que eu sou um professor de História, um trabalhador, e que essa luta era por ele também”, conta.

Mesmo se sentindo agredido, ele não mira suas críticas em um policial isoladamente. “Acho que é um caso corriqueiro de repressão policial, como na maioria das manifestações. O estado mudou o lugar da reunião e disse que aumentou a segurança. Não sabemos o que foi passado para esses profissionais. Imagina como estavam os ânimos antes daquilo acontecer”, questiona.

Para ele, o problema é causado por algo que vem sendo um dos motes do movimento grevista de policiais militares. “Eles estão nesse movimento que denuncia toda a fragilidade do sistema policial. Eu citaria a falta de preparo. Um policial treina na academia e depois é colocado na rua. Depois disso, não há mais treino nenhum”, afirma o professor.

Os policiais são contra a manifestação?

Não para Thiago Carvalho. “Toda a classe policial entende (protestos). O problema é que as operações (de segurança) são organizadas para acontecer dessa forma. O policial também se utiliza do transporte público. A maioria deles se coloca como afetado”, diz.

Novo protesto

Na próxima terça (17), o professor, provavelmente, estará em outra manifestação contra o aumento das passagens. “Essa reunião era pra ser aberta. Não se sabe quem votou. O voto não é nominal, é por aclamação. Gostaria de apelar para que todos entendam a importância dessa manifestação”, conclui. 

Por Pedro Oliveira, com colaboração de Roberta Patu

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A Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) irá avaliar as próximas medidas a serem tomadas nas manifestações contra o aumento das passagens na Região Metropolitana do Recife. O grupo havia entrado com uma ação na justiça na última segunda-feira (18), mas uma semana depois, o Estado contestou o pedido. 

Na tarde desta segunda-feira (25), o grupo recebeu a informação de que o Estado de Pernambuco contestou na justiça a ação que solicitava a suspensão da decisão do Conselho Superior de Transporte Metropolitano pelo aumento das passagens na RMR. O grupo alega a negativa do pedido de vistas das planilhas de gastos fornecidas pelo Governo e a Urbana-PE.

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Nesta tarde, os representantes da Frente estão reunidos com advogados e aguardando o posicionamento do juiz responsável pelo caso, que pode declarar a sua decisão ainda hoje ou na terça-feira (26). De acordo com um dos integrantes do movimento, na contestação o Estado considera o pedido de vistas como um “pedido oportunista”, pois, de acordo com o governo, esses dados estão disponíveis para a população de forma aberta e, por isso, o grupo poderia ter tido acesso a elas anteriormente à reunião do Conselho. 

A Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) irá realizar uma plenária nesta segunda-feira (25), na Praça do Derby, às 19h, para avaliar os atos anteriores e planejar os próximos que podem acontecer nos próximos dias desta semana. 

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Entre altos e baixos a gestão do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), completa os primeiros 100 dias nesta sexta-feira (10). Durante o período, questões como a crise penitenciária, o aumento dos homicídios, o anúncio da versão de 2015 do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) e o início do Todos por Pernambuco alcançaram destaque tanto para a base governista quanto para a oposição. 

Assunto que atraiu o foco logo nos primeiros dias da gestão, à crise no sistema penitenciário fez com o governador decretasse Estado de Emergência na área. Com uma das maiores rebeliões do Brasil, que durou três dias e resultou na morte de três pessoas, Câmara anunciou uma força-tarefa para destravar a construção do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga e do Complexo Prisional de Araçoiaba. A medida, no entanto, não amenizaria as condições precárias do sistema superlotado. Para isso, foi criado um mutirão do Tribunal de Justiça para julgar os processos e desafogar os presídios. 

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Em paralelo a crise penitenciária, o aumento da violência e a redução dos impactos do programa Pacto Pela Vida também entraram na agenda governista. Medidas pontuais foram anunciadas para a repactuação do programa, como a ampliação da inteligência funcional dos policiais e a contratação de agentes aprovados no concurso de 2009. Mas, apesar delas, os três primeiros meses do ano registraram um total de 1.000 homicídios em todo o estado. 

Contrariando promessas de campanha, o governador durante os cem primeiros dias também anunciou o aumento da tarifa dos ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os valores foram aprovados pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) em 9 de janeiro e, no mesmo dia, estudantes foram às ruas protestar contra o reajuste, mas não surtiu efeitos. Entre as alterações, por exemplo, o anel A, mais usado na RMR, passou de R$2,15 para R$2,45. Na campanha eleitoral, Câmara havia prometido uma tarifa única de R$ 2,15 para todas as áreas da RMR

Mesmo sendo apontado como um governo de continuidade, por permanecer sob a batuta do PSB, a gestão do socialista não entregou obras que estavam prometidas para o período. As estações do BRT e os corredores exclusivos de ônibus ainda estão inacabadas e, algumas até, sem previsão de entrega. Outro exemplo pontuado com constância é o Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, que já teve a data de entrega remarcada inúmeras vezes e até agora nada feito. Essas intervenções, inclusive, foram projetadas para a melhoria da mobilidade na Copa do Mundo do Brasil, que aconteceu entre os meses de junho e julho de 2014.

Apesar dos aspectos negativos do início da gestão, Paulo Câmara massageou o ego dos prefeitos pernambucanos com o lançamento da versão de 2015 do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) e do Escritório de Projetos. As duas iniciativas tem como objetivo ajudar nas gestões municipais, a primeira dando subsídio para a execução de algumas obras, sendo 5% das verbas destinadas para políticas voltadas à mulher, e a segunda dando apoio para a criação de projetos e a captação de recursos e parcerias nacionais e internacionais das prefeituras. 

Assim como o padrinho político, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) – falecido em agosto de 2014 – Paulo Câmara também deu continuidade ao programa Todos por Pernambuco, que coleta sugestões da população para a construção do Plano Plurianual (PPA) do governo para os próximos quatro anos. 

O período também foi marcado pelo primeiro encontro do governador Paulo Câmara com a presidente Dilma Rousseff (PT). A reunião aconteceu em Brasília, no dia 25 de março, e, além do socialista, os governadores dos estados do Nordeste também participaram. Ainda no foco político, Câmara se reuniu com ministros em Pernambuco e em Brasília para angariar parcerias e destravar obras locais.

Assumindo o papel de liderança política, o governador, durante o período, também encontrou com os ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (FHC-PSDB). Os dois tinham um diálogo constante com Eduardo Campos e, por consequência, Paulo Câmara quis iniciar a gestão também abrindo espaço para articulações com os líderes. 

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Qual a avaliação dos primeiros 100 dias do seu governo?

Foram muitos trabalhos. Desde o dia 1° de janeiro temos a missão de trabalhar para fazer Pernambuco continuar avançando. Tenho tido muito cuidado de fazer um planejamento de acordo com as condições que o Brasil vive, que Pernambuco vive, bem pé no chão. Mas também ouvindo a população, estou indo a todo o estado fazendo deste amplo debate com a população e vendo os caminhos para ultrapassar 2015 e, a partir disso, começar a fazer as entregas em todas as áreas. Estou convicto que temos muito que fazer, mas estou preocupado agora é com os meus próximos 1.360 dias que faltam para o fim do meu mandato. Esses aí é que são importantes para o futuro de Pernambuco.

O que foi mais complicado enfrentar durante esse período?

Tudo é complicado. Tudo precisa de um trabalho de afinco e dedicação com todos. Temos que enfrentar cada vez mais o problema da violência e da segurança, fazer com que o Pacto Pela Vida continue sendo esta política consistente para reduzir homicídios e nós estamos trabalhando para isso. Somos conscientes também de que os avanços na educação precisam continuar, com as escolas de tempo integral, e fazer uma saúde mais humanizada. E isso tudo são desafios presentes que fazem com que o nosso governo tenha muito que fazer para trabalhar. São muitas frentes, muitas questões. Estamos com diálogo, com coesão e determinação. Mesmo com a escassez de recursos vamos conseguir superar os desafios.

Quais os pontos positivos que o senhor destaca nesses primeiros 100 dias?

O processo de discussão com a população no Todos por Pernambuco é muito positivo. É o que vai nortear o nosso governo nos próximos quatro anos. Vamos para o Agreste, a Zona da Mata e a Região Metropolitana, até porque já fomos para o Sertão. Esse processo de escuta é fundamental, foi isso que fez com que as gestões de Eduardo Campos fossem exitosas, pois ouviu a população e desse processo saiu todas as informações necessárias para Pernambuco se desenvolver.  

JOÃO PESSOA (PB) - As passagens dos transportes intermunicipais terrestres e fluviais da Paraíba sofreram um reajuste de 7% neste domingo (9). O aumento vale também para o tráfego entre cidades das regiões metropolitanas do estado.

As empresas de ônibus haviam solicitado um acréscimo ainda maior, girando em torno de 16%, valor calculado levando em consideração a inflação desde março de 2012, época do último reajuste. Os empresários aumentaram em 6% o preço cobrado.

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Com isso, trafegar entre as duas maiores cidades paraibanas teve um acréscimo de R$ 1,58. Até o sábado (8), era cobrado um valor de R$ 22,60, que passou para R$ 24,18, sem considerar a taxa de embarque dos terminais rodoviários.

Confira os reajustes nas principais linhas

João Pessoa/Campina Grande - de R$ 22,60 para R$ 24,18

João Pessoa/Patos - de R$ 57,25 para R$ 61,40

João Pessoa/Cajazeiras - de R$ 90,00 para R$ 96,18 

João Pessoa/Conceição - de R$ 90,30 para R$ 96,63

João Pessoa/Guarabira - de R$ 15,85 para R$ 18,96

João Pessoa/Itabaiana - de R$ 13,45 para R$ 16,08

João Pessoa/Mamanguape - de R$ 8,40 para R$ 10,08

João Pessoa/Alhandra ------------------- - de R$ 6,25 para R$ 6,70

João Pessoa/Santa Rita ----------------- - de R$ 2,60 para R$ 2,85

João Pessoa/Santa Rita/Várzea Nova- - de R$ 1,85 para R$ 2,00

João Pessoa/Cabedelo------------------- - de R$ 2,40 para R$ 2,55

João Pessoa/Renascer------------------- - de R$ 2,20 para R$ 2,35

João Pessoa/Conde --------------------- - de R$ 3,90 para R$ 4,20

João Pessoa/Jacumã -------------------- - de R$ 6,25 para R$ 6,70

João Pessoa/Jacumã (via PB-008) --- - de R$ 2,90 para R$ 3,10

João Pessoa/Bayeux--------------------- - de R$ 1,85 para R$ 2,00

João Pessoa/Bayeux/Sesi --------------- - de R$ 1,20 para R$ 1,30 

Campina Grande/Lagoa Seca ---------- - de R$ 2,10 para R$ 2,25

Campina Grande/ Alagoa Nova-------- - de R$ 4,10 para R$ 4,40

Campina Grande/Fagundes------------- - de R$ 3,85 para R$ 4,10

Campina Grande/ Serra Redonda ----- - de R$ 4,10 para R$ 4,40

Campina Grande/Massaranduba ------ - de R$ 3,15 para R$ 3,35

Campina Grande/Queimadas---------- - de R$ 3,15 para R$ 3,35

Mamanguape/Rio Tinto---------------- - de R$ 1,60 para R$ 1,70

Transporte fluvial (Balsa)

Cabedelo/Costinha (automóvel) --- - de R$ 11,70 para R$ 12,50

Cabedelo/Costinha (pedestre) --- - de R$ 1,20 para R$ 1,30

Com informações de Íris Garbuglio 

Estudantes e ativistas realizam um novo protesto, na tarde desta quarta-feira (9), contra o aumento da passagem de ônibus, que desde o último domingo (6) ficou 5,53% mais cara. Cerca de 100 pessoas estão percorrendo as ruas do centro do Recife com cartazes, faixas, máscaras e apitos.

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Os manifestantes se reuniram em frente ao Parque Treze de Maio, de onde seguiram pela Rua do Hospício em direção a Avenida Conde da Boa Vista. Lá, o grupo ocupa as duas vias, impedindo a passagem dos veículos e provocando congestionamento.

“Nossa intenção não é entregar documento como foi feito anteriormente. Queremos protestar e mostrar para a sociedade a nossa indignação por conta desse aumento”, afirmou Humberto Filho, um dos representantes do movimento. 

Todo o percurso está sendo acompanhado por policiais militares, mas o protesto segue de forma pacifica. Os estudantes tentam contagiar os transeuntes gritando frases de efeito como “vem pra luta contra o aumento”. 

Os ativistas prometem percorrer toda a Avenida Conde da Boa Vista, no sentido Derby, e posteriormente retornar em direção ao Cais de Santa Rita.

O clima ainda é de indignação após o anuncio do aumento das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). Muitas pessoas reclamam do alto custo da tarifa do transporte e do baixo nível de qualidade dos coletivos. Superlotação, infraestrutura precária e falta de educação dos condutores, são as queixas mais recorrentes dos usuários.  

No Cais de Santa Rita, localizado no bairro de São José, área central do Recife, os moradores da cidade deram a sua opinião sobre a nova decisão do Conselho Superior de Transporte Metropolitano.

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A estudante de letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Débora Gonçalves, de 23 anos, concorda que a os estudantes estão mais empenhados na luta contra o aumento.“Creio que o sentimento pela causa seja a mesma, mas o trabalhador que está dentro do ônibus voltando para casa ou indo para o trabalho não vai se agradar em presenciar um engarrafamento por conta do protesto”, explica a jovem complementando: “Além de que, boa parte da população não está ciente sobre o aumento, mas é muito injusto esse reajuste”.

Atendente dos Correios, Augusto Estevam de Menezes, 58, avalia que o aumento é um ato abusivo. “Daqui a pouco o preço da gasolina também sobe, sinceramente, quem ganha com isso são apenas os empresários”, enfatiza. 

Kátia Maria da Silva, 47, é doméstica e está enfrentando problemas financeiros na família, tanto ela quanto o esposo estão desempregados. “Está tudo muito caro, temos que marcar um dia para resolver todos os nossos problemas, como pagamentos de contas, já que estamos sem emprego, e depois desse aumento com certeza a situação vai piorar”, desabafa.

O operador de telemarketing José Carlos da Silva, 29, vai ingressar na universidade e já prevê o prejuízo. “Isso vai ser terrível, eu preciso pegar dois ônibus para ir à faculdade. Tem que baixar, a gente recebe pouco e ainda descontam 6% do nosso salário referente aos vales transportes", recrimina.

A estudante de Recursos Humanos, Messia de Lima, 43, conta que a precariedade dos ônibus não vale a tarifa do transporte. “Isso é um absurdo porque além de esperar mais de uma hora, não temos conforto, os ônibus sempre estão lotados e a falta de educação dos cobradores e motoristas é grande”, reclama.

Kenyo Dantas da Silva, 18, é estudante e apoia qualquer tipo de protesto. “Esse aumento é absurdo. Os preços de todas os coletivos deveriam ser justos para a população”, avalia.  

Com um reajuste de 5,53%, protestos, ocupações e assembleias estão sendo realizadas para debater o assunto, com objetivo de revogar o aumento, além de auditoria das contas das empresas e do consórcio, paridade no conselho, revisões das licitações, passe livre para estudantes e desempregados.

 

Após a ocupação pacífica na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte, no Cais de Santa Rita, área central do Recife, nesta sexta-feira (04), estudantes marcaram um novo encontro no DCE da Unicap, às 19h, para definir os novos passos do movimento contra o aumento das passagens. 

O protesto se deu por conta da decisão final do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, que anunciou o ajuste das passagens de ônibus que entrará em vigor próximo domingo (6). Já na segunda-feira (7), os estudantes farão um ato público em frente ao antigo Ginásio Pernambucano (GP), na Rua do Hospício, na Boa Vista, área central do Recife, às 10h.

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Eles reivindicam a revogação do aumento, auditoria das contas das empresas e do consórcio, além da paridade no conselho, revisão das licitações, passe livre para estudantes e desempregados.

 

O resultado do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que discutirá o aumento da tarifa de ônibus será divulgado no final da manhã desta sexta-feira (4), em uma coletiva que acontecerá no final da manhã, no Centro de Treinamento do Grande Recife Consórcio de Transporte, situado no Cais de Santa Rita, bairro de Santo Antônio, área central do Recife. 

Mesmo antes da decisão final, estudantes já estão formando grupos nas redes sociais contra a ideia do reajuste passar de 5,75% para 13%. Caso a proposta seja aprovada, o Anel A passará de R$ 2,15 para R$ 2,43. Já o reajuste proposto pelo governo ficaria em R$ 2,27. Todos os valores serão arredondados para facilitar o troco. 

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Após os rumores do possível aumento das passagens divulgado nesta quinta-feira (3), grupos se formaram nas redes sociais para protestar e dialogar contra a ideia. Entretanto, nada foi definido. O Grande Consórcio Recife de Transportes ainda vai avaliar em reunião que será realizada nesta sexta-feira (4) os novos valores. A tarifa pode sofrer reajuste de 5,75% a 13%. 

“Me revolto com tanto aumento em tão pouco tempo. Eu que estudo e no momento não trabalho tenho que me locomover de uma cidade a outra através de ônibus, que na maioria das vezes queimam as paradas, são conduzidos por pessoas super ignorantes, além de estarem muito danificados, sem segurança e entre outras problemáticas”, contou o estudante de Marketing, Humberto Filho, de 21 anos. Ele é um dos organizadores do evento contra o aumento das passagens. “Vamos organizar esse protesto de forma pacifica tentando não atrapalhar a vida de ninguém, mas estamos prontos para mostrar nossa indignação ao governo”, conclui.

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Já na noite de hoje (3) os jovens irão se reunir às 19h, no Diretório Central da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), situada na área central do Recife, para debater sobre o assunto.

Por mais de 30 minutos, os estudantes bloquearam o trânsito na avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda-Boa Viagem, na tarde desta quinta-feira (9), em ato de novo protesto contra o aumento de 6,5% no valor das passagens de ônibus. Esse já é o sexto protesto realizado pelo grupo, só esse ano. O último aconteceu no dia 1° desse mês, quando eles ocuparam o prédio do Grande Recife Consórcio de Transporte, localizado na Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista.

Durante o bloqueio, o coronel do 16° batalhão da Polícia Militar, José Antônio, conversou com os manifestantes para que liberassem a via, já que eles tinham passado muito tempo impedindo o fluxo dos veículos. Em seguida, uma plenária foi realizada entre os protestantes em que ficou decidido que iriam permanecer no local. Depois de alguns minutos, voltaram a bloquear o trânsito, só que no sentido contrário, Boa Viagem-Olinda.

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Depois de mais 20 minutos, os manifestantes liberaram o trânsito na Agmenon, em ambos os sentidos, e seguiram, por volta das 17h, para a Praça do Derby, onde realizaram catracagem (entrar no coletivo sem pagar a passagem). “Além das reinvidicações, estamos aqui por causa do Dia Nacional contra o aumento das passsagens, que está acontecendo, simultaneamente, em sete capitais. O objetivo principal é sensibilizar a população contra esse aumento", afirma a executiva estadual da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), Janaína Oliveira.

Até o momento, o governo do Estado não se pronunciou com a Anel sobre a pauta de reivindicações que foi entregue. Uma reunião aconteceu apenas com a União Nacional dos Estudantes (UNE), em que foi revelado que seria analisada as propostas e também a possibilidade de mais uma cadeira no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU). A UNE não está participando dos atos e pediu, inclusive, para que esse, de hoje, não acontecesse. “Eles não estão conosco, estão com o governo. São uns traíras”, afirmou Janaína.

Os estudantes voltam a protestar contra o aumento de 6,5% nas passagens de ônibus.  A concentração está acontecendo na rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, em frente ao Ginásio Pernambucano.

Esse já é o sexto protesto realizado pelo grupo, só esse ano. O último aconteceu dia 1° desse mês , quando eles ocuparam o prédio do Grande Recife Consórcio de Transporte, localizado na Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista. Após a ocupação, uma parte dos estudantes seguiu para o Parque 13 de Maio, área central do Recife, onde pararam alguns ônibus no meio da rua, em frente ao parque, pedindo para que os passageiros entrassem no coletivo, pela parte de trás, sem pagar passagem.

Após a plenária realizada na noite desta quarta-feira (1°), na sede do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) Grande Recife, próximo a Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, os estudantes decidiram, por volta das 18h, aplicar a “catracagem”, conhecida como o ato de entrar no ônibus sem pagar pela passagem, na Avenida Conde da Boa Vista.

A ação se deu através de estudantes que pararam alguns ônibus no meio da avenida pedindo para que os passageiros entrassem de graça, pela parte de trás do coletivo. Após os bloqueios feitos na Boa Vista, alguns manifestantes seguiram em direção ao Parque Treze de Maio, na área central do Recife, onde deram continuidade à ação. “Esse ato é brilhante porque coloca a população à nosso favor, porque bloquear o trânsito prejudicaria o trabalhador, mas fizemos o contrário, permitindo que as pessoas entrem de graça no coletivo”, afirma o estudante de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cesar Ramos, “só estamos concretizando o passe livre na base da marra”, completa o jovem, de 23 anos.

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Os motoristas dos coletivos estavam, inicialmente, resistindo à ação por medo da depredação dos ônibus, mas como os estudantes estavam forçando a abertura das portas traseiras, eles acabaram cedendo ao ato. “O pessoal sofre muita retaliação, os motoristas dos ônibus são pessoas oprimidas e exploradas pela empresa em que trabalham e são obrigados a não aceitar as nossas ações. Mas, em muitos momentos, eles demonstram estarem a nosso favor, porque eles também são pais de família e os filhos deles também pagam passagem”, conta Cesar.

Os estudantes da comissão de negociação do Comitê Contra o Aumento da Passagem vão dar continuidade às manifestações até conseguirem falar com o governo do Estado. Foram discutidas, ainda nesta quarta-feira, durante uma reunião feita nas proximidades da Praça Treze de Maio, as pautas debatidas mais cedo, dando ênfase à anulação imediata de todos os inquéritos contra os manifestantes que foram presos nas últimas manifestações.

Ainda não foi divulgado para a imprensa quando será o próximo protesto. Eles afirmaram que só irão se pronunciar através de notas.

Contradição - O manifesto chegou ao fim por volta das 20h e, depois da dispersão do grupo, alguns estudantes que estavam defendendo a ação de “catracagem” não corresponderam à proposta de pularem as catracas dos ônibus: subiram no coletivo e pagaram a nova tarifa estipulada.

Cerca de 100 estudantes ocupam pacificamente, nesta quarta-feira (1°), o Grande Recife Consórcio de Transporte, localizado na Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista. Eles estão acampados dentro do prédio, que fica em frente a Praça Maciel Pinheiro, para reivindicar pautas como a revogação do aumento das passagens de ônibus e o fim do inquérito movido contra os manifestantes detidos nos últimos protestos.

O comitê estudantil que está à frente da ocupação disponibilizou uma nota sobre o ocorrido. “Não estamos impedindo que as pessoas entrem no prédio cujas portas foram fechadas pela Polícia Militar (PM), evitando o atendimento a população. O comitê reivindica que o atendimento seja restabelecido imediatamente”.

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Após a ocupação, uma parte dos estudantes seguiu para o Parque 13 de Maio, área central do Recife, e começaram a gritar: "A-E-I-O-U, hoje a passagem é na conta de Dudu". Eles estão parando alguns ônibus no meio da rua, em frente ao parque, e pedindo para que os passageiros entrem de graça no coletivo, pela parte de trás, sem pagar passagem.

Os funcionários do Grande Recife disseram que não iriam se pronunciar sobre o assunto.

Com a colaboração de Anderson Souza

Com informações do repórter Anderson Souza

Os manifestantes que se encontravam no protesto nesta quarta-feira (25), contra o aumento de 6,5% no valor das passagens de ônibus, se dirigiram ao Palácio do Governo, no bairro de Santo Antônio, no início desta noite, onde um grupo de estudantes já se encontrava em reunião com o governador do Estado, Eduardo Campos.

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Segundo a assessoria de imprensa, cerca de 27 representantes de seis unidades estudantis estão reunidas com o governador, o Secretário Estadual da Casa Civil, Tadeu Alencar, o Secretário das Cidades, Danilo Cabral, o Secretário de Articulação Social e Regional, Sileno Guedes. Alguns estudantes começaram a dispersar, mas a grande parte continua em frente ao Palácio.

Na rede social Facebook, uma das manifestantes postou um texto a respeito de uma foto sua que circula na internet desde o início da semana. A fisioterapeuta Juliana Sant' Anna foi arrastada pelo pescoço por um Coronel, e demonstrou sua indignação através de uma mensagem postada para os usuários da rede e publicada em seu perfil.

Confira, na íntegra, a mensagem da estudante:

O INSUSTENTÁVEL PESO DO ESTADO

Meu nome é Juliana, sou aprendiz de parteira e doula, formada em fisioterapia, mulher cearense erradicada no Recife... cidadã do mundo. Logo depois que o dia 23/01/2012 me acordou com seus raios solares, programei meu dia e se tudo ocorrese bem seria um dia normal, normal, normal. Mas graça ao insustentável peso do estado meu dia foi um tanto atípico. Lá estava eu indo almoçar na casa de um amigo quando cruzei a boa vista e vi a passeata. O confroto com o choque já havia acontecido. Como qualquer outro cidadão que utliza o meio de transporte coletivo senti que devia cumprir meu dever de quem acredita que ainda pode ser diferente e segui a passeata. Meus planos era desviar o caminho, assim que fosse possível, para manter a programação. Segui a passeata até o cruzamento da Boa Vista com a rua da Soledade e nesse momento os manifestantes, que já eram poucos, haviam decidido que continuariam a caminhada até o Derby. O tempo foi passando e a notícia que o choque estava se aproximando foi alterando os ânimos. Houve mudança de planos e iniciou-se a dispersão.

Alguns manifestantes, inclusive eu, entraram na contra-mão da rua da Soledade para se dispersar. Por algum motivo o Coronel se alterou bastante e começou a agredir verbalmente e tentou impedir fisicamente os manifestantes de continuarem a caminhar. Continuei na contra-mão (o único crime que cometi =) ) na rua da Soledade achando que daqui a alguns minutos meu dia, que já não estava mais tão normal assim, continuaria caminhando conforme a programação. Passei pelo Coronel e quando já estava de costas senti uma dor no meu braço. Foi muito rápido. Já estava presa e sendo carregada. Demorou alguns segundos até cair a ficha: peraí um momento, se eu não fiz nada porque estou sendo presa???

Era real e eu estava sentindo fisicamente o insustentável peso do estado. Um sorriso de aceitação me escapou da boca. Se vão me levar que seja com dignidade. E a partir daí resisti. Foram minutos que duraram uma eternidade. Consegui escapar das mãos do Coronel, mas minha liberdade durou muito pouco. Se eu estava achando que meu braço estava dolorido era porque eu ainda não havia experimentado o tal do "mata-leão". As lembranças ficam um pouco confusas, mas eu lembro perfeitamente a sensação de ser levantada do chão puxada pelo pescoço. Dói. Nesse momento a indignação correu meu corpo e foi nessa hora também em que mais senti medo. Nessa hora você não pensa em nada e tudo ao seu redor some. Você só quer sair dali. Eles apertam pra faltar oxigênio e fazer você perder as forças. Você pensa em tudo e nada ao mesmo tempo. A sensação não tem como descrever. É assustador. Resisti como pude, mas a luta não é justa quando seu oponente possue força pra te arrastar com apenas um braço. O tempo todo gritava: porque estou sendo presa? Fui levada até o carro, onde já estavam os outros dois detidos.

Dentro do carro a adolescente, de apenas 14 anos, estava em estado de choque. Vi seu medo e seu dessespero escorrendo através de suas lágrimas. Ela havia recebido spray de pimenta diretamente na cara. Estava em pânico. O outro rapaz, 19 anos, mesmo tendo recebido também spray estava bem tranquilo. Quando o Coronel entrou no carro a viatura partiu. O mais irônico nesse momento vou ter presenciado a tentativa dos policias em acalmar a garota. Inuteis! Fomos levados, inicialmente, para a delegacia mais próxima, mas não poderíamos ficar ali porque existia uma de menor detida. Já nessa delegacia o Coronel, que ganhou alguns arranhões no braço durante a confusão, falou em me acusar de lesão corporal e de dano ao patrimônio porque no meio da confusão seu celular de trabalho havia sido quebrado.

Acusada de lesão corporal e dano ao patrimônio??????? Como assim??? Impotência...

Fomos levados a delegacia para criança e adolescente. Nesse meio tempo as fotos já circulavam pelas redes sociais e o poder da internet (que o estado tbm quer controlar) demonstrou do que pode ser capaz. O tempo de espera foi loooooooooooongo. Acusações, tensão, falta de fome, espera, falta de informação, impotência, dor de cabeça, hematomas, boca seca, borboletas no estômago, espera... logo chegaram nossos advogados, foi logo três de uma vez. Peeeense que estávamos bem assessorados! Deixo aqui meus agradecimentos a Pedro, Natali e John. A presença deles deixou nossos corações mais tranquilos, pois agora tinha alguem que entendia a língua deles.

Enquanto estava dando meu depoimento para o delegado o mesmo recebeu uma ligação que disse ser da Coordenadora dos Plantões. Eles discutiram sobre o artigo 262 do código penal.
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Forma qualificada

Pelo que entendi da conversa ela estaria sugerindo que fossemos enquadrados nesse atigo. Contudo, o delegado afirmou que pela conversa que tinha dito com o coronel não cabia tal artigo, pois não havia ocorrido nenhum fato que justificasse tal acusação. Ainda vivemos na ditadura, meu povo, onde ordens são dadas através de ligações! A pressão estava vindo direto da SDS. No final das contas a acusação de lesão corporal foi dada para a menor e esqueceram a acusação de dano ao patrimônio. Vai saber o que se passou, né? Resumindo, fui acusada de desacato, desobidiência e resistência a prisão. Neguei todas as acusações, mas vou responder a um TCO (termo circunstancial de ocorrencia).

O corpo acordou dolorido, com alguns hematomas e ainda estou engolindo com dor. As marcas ficam e a luta segue...

Peço desculpa pela demora na resposta, mas estava sem net e no outro dia do ocorrido tive que viajar. Gratidão por todas as mensagens. Gratidão pela preocupação. Gratidão pela força. Gratidão pelo companheirismo. Gratidão pelo cuidado. Gratidão pelo amor.

Hoje vivemos a ditadura da democracia. É a democracia relativa. Tudo depende de quanto você pode pagar. E aí, vai pagar quanto?

Viva a liberdade de expressão!
Todo poder ao povo!
Resistir até o fim!

Namastê!
Mente vasta
Céu Infinito

(Juliana Sant' Anna)

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