Tópicos | candidaturas femininas

Das 224 candidaturas aos governos estaduais colocadas no Brasil, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, 38 são de mulheres, o que representa apenas 17% das candidaturas. Para se ter noção, em 2018, das 202 candidaturas colocadas, 30 eram femininas, o que representava menos de 15%. 

Ao todo na disputa aos governos, após a definição de uma cota de 30% do fundo eleitoral para candidaturas femininas, as mulheres estão presentes em 52% das chapas, sendo a maioria ocupando o cargo de candidata a vice. 

##RECOMENDA##

Em Pernambuco, 11 candidaturas estão colocadas, mas quem lidera as pesquisas ao governo é uma mulher, Marília Arraes (Solidariedade), com 33%, seguida por Raquel Lyra (PSDB), única chapa que tem uma outra mulher como vice, Priscila Krause (DEM), que aparece com empate técnico com quatro, dos cinco candidatos colocados, com 11%, e  Claudia Ribeiro (PSTU), que pontua 1%. O resultado é da pesquisa do Ipec divulgada na quarta-feira (21).

O cenário de subrepresentação das mulheres nas candidaturas ainda é nítido, tendo em vista que elas representam 53% do eleitorado, o que corresponde a 86 milhões de votantes, além de 46% dos filiados a partidos políticos. 

No entanto, houve avanço do número de candidaturas a vice, que inciou em 2018 por conta da nova regra do Fundo Eleitoral, de R$4,9 bilhões nas eleições de 2022, que são definidos pelos partidos e podem destinar verba para candidaturas majoritárias lideradas por homens que têm mulheres como vice. 

Das mulheres colocadas aos governos neste ano, além de Marília Arraes, mencionada anteriormente, Fátima Bezerra (PT), candidata à reeleição no Rio Grande do Norte, também é a favorita do Estado, no Nordeste. 

Ao menos desde 2002, as eleições gerais não registram uma participação feminina tão expressiva, seja em números absolutos, com 9.239 candidatas, ou em proporção do total, com 33,81% das candidaturas aptas sendo de mulheres. 

Os dados, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levam em consideração somente as candidaturas aptas, ou seja, aquelas que atenderam a todos os critérios legais e formais e foram deferidas pela Justiça Eleitoral. 

##RECOMENDA##

Em 2018, por exemplo, quando já valia a imposição aos partidos de que ao menos 30% de candidaturas femininas, as mulheres representaram 31% (8.075) dos candidatos aptos a receber votos. Em 2014, essa proporção foi de 28,81% (6.331). 

Os números refletem até mesmo na corrida presidencial, em que há quatro mulheres na disputa pelo Planalto. Ao menos desde 2002 não há um número tão expressivo de mulheres disputando cargos eletivos.  Neste ano há também um recorde de candidatas que se declararam negras. São 1.706 que tiveram o registro deferidos, 18,47% de todas as candidaturas femininas. Em 2018 esse número era de 1.086, e de 647 em 2014. 

O mesmo ocorre com as que se declararam indígenas, que são 77 neste ano, acima dos 48 de 2018 e de apenas 25 em 2014.  No total, as Eleições 2022 têm 27.329 candidaturas aptas, que disputam cargos para presidente, governador, deputado federal e deputado estadual. 

O primeiro turno de votação está marcado para 2 de outubro. Eventual segundo turno para os cargos de presidente e governador ocorrerá em 30 de outubro.

Um estudo fruto da parceria entre o Observatório Nacional da Mulher na Política, vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, e o Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília mostra que é importante atuar junto aos partidos para que eles internalizem a necessidade de promover candidaturas femininas. 

A legislação já exige um mínimo de 30% de candidaturas femininas desde 1997, mas esse percentual só foi alcançado em 2014. O motivo é que os partidos interpretavam que precisavam apenas reservar os 30% e não preencher, o que foi corrigido depois.  Essa interpretação desfavorável, segundo a professora de Ciência Política da UnB Flávia Biroli, revela a predominância masculina nos partidos políticos.

##RECOMENDA##

“Historicamente, eles tiveram ampla maioria masculina no controle dos recursos e na ocupação dos espaços, cargos eletivos e não eletivos inclusive", afirmou.       

 Para ela, partidos políticos são espaços difíceis para as mulheres. Outro exemplo do desprestígio dos partidos em relação às mulheres, segundo a professora, é a baixa indicação delas para as chefias de secretarias municipais e estaduais. Esses postos poderiam alavancar candidaturas mais à frente. Hoje, apenas 13% das prefeituras são ocupadas por mulheres.

“Se os partidos não indicam mulheres, isso significa que se subtrai delas a possibilidade de ter esse elo na construção das carreiras políticas”. 

Recursos

Apesar da necessidade de avanços, o estudo afirma que as candidaturas femininas à Câmara dos Deputados passaram de 29% em 2014 para 32% em 2018 e 35% em 2022. No caso das mulheres negras, passou de 3% em 2014 para 6% este ano. Mas nas eleições de 2018 para deputado federal, em média, as mulheres receberam R$ 95 mil de financiamento por candidata contra R$ 142 mil para cada homem. 

Flávia Biroli informou, portanto, que um dos pontos de estudo neste ano será a observância da destinação de pelo menos 30% dos recursos para as candidaturas femininas, o que foi decidido pela Justiça e ratificado pelo Congresso na Emenda Constitucional 117. A pesquisadora lembra que as mulheres são 45% dos filiados a partidos. Ou seja, elas têm interesse na política. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (5) a Emenda Constitucional 117 (originária da PEC 18/21), que obriga os partidos políticos a destinar no mínimo 30% dos recursos públicos para campanha eleitoral às candidaturas femininas. A distribuição deve ser proporcional ao número de candidatas. A cota vale tanto para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha – mais conhecido como Fundo Eleitoral  – como para recursos do Fundo Partidário direcionados a campanhas. Os partidos também devem reservar no mínimo 30% do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão às mulheres. 

Em 2022, o Fundo Eleitoral será de R$ 4,9 bilhões, enquanto o Fundo Partidário terá à disposição R$ 1,1 bilhão. A nova emenda constitucional ainda destina 5% do Fundo Partidário para criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. Neste ano, isso seria o equivalente a R$ 55,4 milhões. 

##RECOMENDA##

Anistia

O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido desde 2018 que a distribuição do financiamento de campanhas eleitorais deveria ser proporcional aos candidatos de acordo com o gênero, respeitando o limite mínimo de 30% para mulheres. No entanto, a emenda constitucional anistia os partidos que não destinaram os valores mínimos em razão de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação. Com isso, não serão aplicadas sanções como devolução de valores, multa ou suspensão do Fundo Partidário. 

Partidos que não utilizaram recursos para programas de promoção e difusão da participação política das mulheres ou tiveram essas despesas rejeitadas durante a prestação de contas poderão utilizar o dinheiro nas próximas eleições, desde que o processo não tenha ainda transitado em julgado na Justiça Eleitoral. 

Visibilidade

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou a importância da emenda para promover a participação feminina na representação popular dos poderes Legislativo e Executivo, tanto no âmbito da União quanto dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

“O mérito da proposta é dar visibilidade às candidaturas femininas para que elas disputem em igualdade de condições o voto do eleitor”, afirmou. “[O texto] faz isso preservando a autonomia dos partidos políticos, pois determina que o critério de distribuição entre as candidaturas femininas deve ser realizado de acordo com a discricionariedade dos órgãos de direção partidária e com o teor dos estatutos dos partidos políticos.”  O autor da proposta, senador Carlos Fávaro (PSD-MT), disse que o Congresso incentiva a paridade igualitária na política brasileira ao introduzir na Constituição medidas de incentivo às candidaturas femininas. “Muito ainda precisa ser feito”, reconheceu. 

A relatora da matéria na Câmara, deputada Margarete Coelho (PP-PI), acredita que a emenda constitucional será um “divisor de águas” na promoção da participação feminina na política. “O STF garantiu a proporcionalidade na utilização dos recursos financeiros, mas nós vivíamos em uma condição incerta e precária, que decorria da decisão judicial”, observou.  Para Margarete, a emenda constitucional avança em relação ao entendimento do STF. “Esses 30% não representam um teto, mas, sim, um piso. As mulheres candidatas terão acesso agora a um fundo proporcional: se os partidos tiverem 40% e até 50% [de candidatas], será esse o valor do fundo a ser repassado a elas”, comentou. 

A relatora ainda explicou que a anistia decorre de um período de exceção em que nenhum partido conseguiu aplicar os recursos do Fundo Partidário destinados a incentivar a participação das mulheres. “Se a emenda anistia valores que não foram aplicados, lembro que esses valores não serão perdoados, mas devolvidos a gastos com as mulheres”, apontou. Ela espera que as verbas ajudem as mulheres também no período de pré-campanha. 

Representação

Nas eleições de 2018, as primeiras a garantir o financiamento público proporcional de candidatas mulheres, foram eleitas 77 deputadas, o equivalente a 15% do total. Isso representou um crescimento significativo em relação à legislatura anterior, quando apenas 46 deputadas tomaram posse ou 9% das 513 cadeiras da Câmara. 

A deputada Soraya Santos (PL-RJ) foi uma das autoras da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pediu a proporcionalidade no financiamento de campanha de mulheres. Segundo ela, esse era um tema proibido na pauta da legislatura passada. “É mentira que as mulheres não gostam de política. Nós somos ativas, militantes, participantes”, declarou. 

A senadora Leila Barros (PDT-DF), por sua vez, lamentou o baixo número de congressistas mulheres. “Estatísticas semelhantes são repetidas nas assembleias estaduais, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras municipais, além do Executivo”, afirmou. “Essa situação tem de ser revertida principalmente porque sabemos que, quando mulheres e homens se unem em pé de igualdade, os resultados sempre apresentam melhor qualidade. Visões distintas de um mesmo problema permitem uma melhor compreensão do todo”, completou. 

*Da Agência Câmara de Notícias

A Câmara aprovou nesta quarta-feira (30), em primeiro e segundo turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) das candidaturas femininas, que inclui na Constituição regras de leis eleitorais que determinam a aplicação de percentuais mínimos de recursos do Fundo Partidário nas campanhas de mulheres e em programas voltados à participação feminina na política. O texto segue para promulgação.

O texto concede anistia aos partidos políticos que não preencheram a cota mínima de recursos ou que não destinaram os valores mínimos de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação da PEC. A anistia envolve qualquer tipo sanções, inclusive de devolução de valores, multa ou suspensão de repasses do fundo partidário.

##RECOMENDA##

Pela proposta, os partidos vão poder usar em eleições futuras os recursos que não aplicarem em programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, ficando proibida a condenação pela Justiça Eleitoral em processos de prestações de contas de exercícios financeiros anteriores ainda sem julgamento final até a data de promulgação da emenda. A regra vale também para os valores não reconhecidos pela Justiça Eleitoral como tendo sido direcionados a essa finalidade.

O percentual mínimo de 5% do Fundo Partidário para aplicação no incentivo a participação política das mulheres é incluído na Constituição e deve seguir os interesses intrapartidários. A PEC também determina limites mínimos de propaganda gratuita no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e da parcela do fundo partidário para campanhas.

Atualmente, esse limite mínimo é 30%, conforme previsto na legislação, mas uma emenda de redação retirou da PEC a expressão “independentemente” do número de candidatas para seguir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina a proporcionalidade ao número de candidatas.

Se o partido lançar mais que 30% de candidaturas femininas, o tempo de rádio e TV e os recursos devem aumentar na mesma proporção. A distribuição dos recursos deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias do partido.

* Com informações da Agência Câmara de Notícias

A proposta que inclui na Constituição as regras para financiamento de recursos em candidaturas femininas (PEC 18/21) tem o apoio da maioria dos partidos, com exceção do Psol e do Novo. 

A PEC também anistia aos partidos políticos, quanto a multas, sanções ou retenções de valores do Fundo Partidário, se eles não seguiram a cota mínima de recursos para as campanhas nos critérios de sexo e raça em eleições ocorridas antes da promulgação da futura emenda constitucional. 

##RECOMENDA##

A relatora da proposta, deputada Margarete Coelho (PP-PI), afirmou que durante a pandemia nenhum partido político conseguiu investir os recursos mínimos de 5% dos recursos do Fundo Partidário em programas de estímulo à participação das mulheres na política. “Esse recurso é investido na realização de encontros, eventos, que não puderam ser realizados presencialmente”, disse. 

Ela afirmou ainda que a anistia não implica que os recursos não gastos serão devolvidos aos cofres públicos, mas eles terão de ser gastos com candidaturas femininas. “Essa PEC tem o objetivo de estimular candidaturas femininas e a participação das mulheres nas política”, disse. 

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que a relatora conseguiu fazer “de um limão uma limonada” ao colocar os valores obrigatórios para as candidaturas femininas na Constituição. Além dos recursos do Fundo Partidário para programas de estímulo a participação feminina, a PEC inclui na Constituição o mínimo de 30% do fundo eleitoral para as campanhas de candidatas femininas.

“Com esse texto estamos reinvestindo os recursos do fundo partidário que não foram investidos na pandemia, o que vai ampliar os recursos para as mulheres, mas também constitucionalizando os valores das campanhas, ou seja, as mulheres saem ganhando”, afirmou. 

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), no entanto, afirmou que o partido é contrário justamente à constitucionalização do tema. “Não achamos saudável constitucionalizar esse tema, já temos uma constituição prolixa”, disse.  O líder do Novo, deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) é contra a anistia. “Os partidos descumpriram uma determinação do STF e agora estamos anistiando esse descumprimento, somos contra isso”, disse. 

A líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) também é contra a anistia concedida pela proposta. “Daqui a dois anos a gente vai acabar votando uma nova anistia. Os partidos que não usaram os recursos devidamente que paguem a multa. A gente coloca na Constituição, mas permite que ela não seja aplicada com a anistia”, disse. A deputada reconheceu, no entanto, que o texto evolui na tramitação da Câmara. “Hoje é muito melhor do que o texto original, que coloca os 30% que atualmente é um piso como um teto”, disse. 

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) defendeu a proposta. “Esse texto dá segurança jurídica para que os partidos políticos possam beneficiar as mulheres do Brasil”, disse. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU lançaram nesta quinta-feira (4) o recrutamento para eleger um secretário-geral para o período 2022-2026, mandato ao qual aspira o atual chefe da organização, António Guterres, enquanto Honduras exige candidaturas femininas.

O ex-primeiro-ministro de Portugal, de 71 anos, conta com amplo apoio na Assembleia e no Conselho, especialmente dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), fundamental para renovar seu mandato por mais cinco anos.

Várias ONGs, entretanto, criticam sua gestão e consideram que ele não tem feito o suficiente para defender os direitos humanos no mundo.

Em uma carta endereçada aos 193 membros da ONU à qual a AFP teve acesso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança convocam a apresentação de candidatos "antes que o Conselho comece sua seleção entre agora e maio ou junho".

De acordo com a Carta da ONU, o Conselho deve recomendar um candidato à Assembleia, que é então formalmente nomeado.

Em 2016, a ONU instalou um processo que busca maior transparência e que proporciona audiências dos candidatos.

“Os candidatos devem possuir habilidades comprovadas de liderança e gestão, ampla experiência em relações internacionais e fortes habilidades diplomáticas e de comunicação além de ser multilíngue”, afirma a carta enviada aos membros da ONU.

Guterres, ex-comissário da ONU para Refugiados de 2005 a 2015, postulou a um segundo mandato em 11 de janeiro. Ninguém mais apresentou sua candidatura até agora. Desde a criação da ONU em 1945, todos os secretários-gerais foram homens.

Em carta aos membros da ONU na quarta-feira, obtida pela AFP, Honduras pede a apresentação de candidatas.

“Convido você e os Estados que os representam a honrar genuinamente seus compromissos com a ONU e a apresentar candidatas, em conformidade com os mais altos padrões de eficácia, competência e integridade”, escreveu a embaixadora de Honduras na ONU, Mary Elizabeth Flores Flake.

Trata-se de “iniciar um processo de nomeação onde a igualdade e a inclusão são possíveis e são a norma”, acrescentou.

Em 2018, Flores concorreu como candidata a presidir a Assembleia Geral da ONU, mas perdeu para a ex-chanceler equatoriana María Fernanda Espinosa, a primeira mulher latino-americana a presidir a Assembleia.

Flores, ex-deputada e a primeira mulher a se tornar embaixadora de seu país na ONU, é filha do ex-presidente hondurenho Carlos Flores (1998-2002).

Durante sua campanha para a presidência da Assembleia Geral, ela disse que, se eleita, sua prioridade seria a defesa das crianças.

As candidaturas femininas nas eleições de outubro chegam a 30,7%, o equivalente a 8.435, do total de 27.485 pedidos de registros encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Centro-Oeste é a região com maior percentual 31,14%, depois o Sudeste (31,02%), Sul (30,84%), Nordeste (30,30%) e Norte (29,75%).

Pela legislação, 30% é o percentual mínimo de candidaturas do sexo feminino por partido. Em 2014, as mulheres representavam 8,1 mil, ou 31,1% das candidaturas. Apesar da baixa evolução, analistas políticos consideram positivo o percentual registrado e observam mudanças na forma como as eleitoras devem escolher seus candidatos.

##RECOMENDA##

De acordo com os dados da Justiça Eleitoral, a maioria das candidatas se declara branca (51,7%) e parda (33,4%). A maior parte tem entre 45 e 49 anos e nível superior completo. A quantidade de casadas e solteiras é praticamente igual: 40%.

Pelos dados, 61,7% das candidaturas são para vagas de deputadas estaduais, enquanto 30% para federais. Há apenas duas candidatas à Presidência da República – Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU) - e 29 para governos dos estados.

Pouca mudança 

O cientista político Valdir Pucci disse à Agência Brasil que não houve mudança significativa no número de candidaturas em comparação com as últimas eleições gerais de 2014. 

Porém, Pucci acredita que desta vez a aposta dos partidos políticos é que o eleitorado feminino vai preferir votar em mulheres. Nas disputas a vagas para deputados federais, estaduais e distritais, houve a preocupação do cumprimento da cota mínima dos 30% de candidaturas femininas exigidas por lei.

“Já na eleição majoritária [de governadores, senadores e presidente da República] em que cada voto é importante e maioria do eleitorado é feminino, os partidos já perceberam que o eleitorado feminino tem uma força muito grande e que a mulher começa a se identificar com o seu gênero na hora de votar, por isso no caso dos presidenciáveis, grandes partidos têm mulheres na vaga de vice na chapa”, ressaltou.

Para o cientista político, as mulheres também podem simbolizar o sentimento de renovação na política. “A mulher não é identificada pelo eleitor como política tradicional, corrupta, ela é muito mais vista como sinal de renovação”, avaliou.

Causas

Para o cientista político da Universidade de Brasília Lúcio Rennó, as mulheres conquistam mais visibilidade pois estão organizadas e atuantes na defesa de várias causas, como o combate a relacionamentos abusivos e o feminicídio.

Rennó elogiou a obrigatoriedade do respeito à cota dos 30% do Fundo Eleitoral às campanhas de mulheres. Segundo ele, é um diferencial e uma conquista, pois mostra como a Justiça Eleitoral está atenta às mudanças nos anseios da sociedade.

Uma das maiores críticas à resolução que beneficia as mulheres, no entanto, é que a norma não definiu regras para a distribuição desta cota entre as candidatas. Este ano, o fundo distribuirá às siglas R$ 1,7 bilhão, permitindo que o partido concentre recursos em poucas candidaturas, deixando a maioria sem financiamento.

Pela resolução, caberá aos partidos estabelecer os critérios de distribuição do montante entre seus candidatos, levando em consideração a cota reservada às mulheres. O partido que não destinar o percentual definido para a campanha de uma mulher pode não ter as contas anuais aprovadas. A rejeição implica ainda na devolução do dinheiro declarado irregularmente, acrescido de multa de até 20%.

Sobre uma possível percepção de maior protagonismo das mulheres nessas eleições Pucci acredita que os candidatos entenderam que além de serem maioria entre os eleitores brasileiros, as mulheres reforçam o movimento por renovação na forma de fazer política. “A mulher não é identificada pelo eleitor como política tradicional, corrupta, ela é muito mais vista como sinal de renovação”, avaliou o especialista.

Para o cientista político da Universidade de Brasília, Lúcio Rennó,  as mulheres estão tendo mais visibilidade por estarem cada vez mais organizadas e atuantes na defesa de várias causas como, por exemplo, nas que combatem relacionamentos abusivos e o feminicídio.  Embora reconheça que a medida não deva ter uma influência grande nos resultados das urnas, o professor avalia que a resolução do TSE, de maio deste ano, que obrigou os partidos a repassar, pelo menos, 30% do Fundo Eleitoral às campanhas de mulheres é um grande diferencial e a uma grande conquista. Segundo ele, a regra mostra como a Justiça Eleitoral está atenta às mudanças nos anseios da sociedade.

Uma das maiores críticas à resolução que beneficia as mulheres no entanto, é que a norma não definiu regras para a distribuição desta cota entre as candidatas. Este ano, o fundo distribuirá às siglas R$ 1,7 bilhão. Dessa forma, um partido pode concentrar os recursos em poucas candidaturas, deixando a maioria sem financiamento.Pela resolução , caberá aos partidos estabelecer os critérios de distribuição do montante entre seus candidatos, levando em consideração a cota reservada às mulheres. O partido que não destinar o percentual definido para a campanha de uma mulher pode nçao ter as contas anuais aprovadas. A rejeição implica ainda nadevolução do dinheiro declarado irregularmente, acrescido de multa de até 20%.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando