Tópicos | cassação do mandato

Dono da maior bancada da Câmara dos Deputados, o PL entrou com um pedido de cassação do mandato do deputado André Janones (Avante-MG), acusado de participar de um esquema de rachadinha do seu gabinete. A solicitação foi encaminhada à Mesa Diretora, passará pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e seguirá para avaliação na Comissão de Ética. O colegiado é quem define se o pedido se tornará um processo ou não. 

Servidores do gabinete de Janones, segundo o Metrópoles, acusaram o deputado de praticar rachadinha - quando o parlamentar obriga o funcionário a devolver parte do salário recebido - de 2019 a 2022, quando ele cumpria o primeiro mandato. Um áudio divulgado pelo portal expôs a eventual adoção da atividade irregular. 

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Na gravação, feita em 2019, Janones diz que algumas pessoas do seu gabinete teriam altos salários para que “ajudassem” a recompor o patrimônio que ele perdeu nas eleições de 2016 ao comando da Prefeitura de Ituiutaba.

Janones nega que esteja envolvido em um esquema de rachadinha. "Usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi. Aproveito para solicitar que o conteúdo criminosamente gravado seja disponibilizado na integra e não edições manipuladas, postada quase simultaneamente por todas as lideranças de extrema-direita", declarou em nota divulgada nas redes sociais.

 

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) vai relatar o ofício no qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina a perda de mandato da senadora Juíza Selma (Podemos-MT) por caixa 2 e abuso do poder econômico nas eleições de 2018.

Em reunião da Mesa do Senado nesta quarta-feira (12), o advogado de Juíza Selma, Gustavo Guedes, informou aos senadores que há embargos de declaração no próprio TSE e que recorrerá também ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pediu que a perda de mandato só ocorra após a análise de admissibilidade desse recurso extraordinário. O colegiado deve decidir na próxima reunião, agendada para o dia 3 de março, se espera os recursos ou se dá sequência ao processo de cassação da senadora.

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A justificativa da defesa é que, uma vez declarada a vacância do cargo, o candidato imediatamente mais bem votado na eleição assumirá interinamente, até que seja empossado o senador escolhido em nova eleição, como determinou o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Com isso, caso Juíza Selma consiga provar inocência no STF, o estado de Mato Grosso acabaria tendo quatro senadores no mandato, o que não é possível. A decisão de Toffoli, atendendo as arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 643 e 644, tem caráter liminar (medida cautelar) e precisa ser confirmada pelo Plenário do STF.

Momento

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ao deixar a reunião, esclareceu que a Constituição prevê um ato declaratório da perda do mandato, e que o Senado não tem poder de deliberar sobre a decisão da Justiça Eleitoral.

Já o senador Lasier Martins (Podemos –RS) explicou que o debate entre os senadores levou em conta o momento de se acatar a decisão, e não seu mérito. Ele contou que a Mesa deve ouvir o relatório de Eduardo Gomes e só aí decidir se vai esperar ou não o trânsito em julgado para determinar a perda do mandato.

— O que está sendo discutido é o momento da perda do mandato, uma vez que ainda cabem embargos e recurso extraordinário ao Supremo. Por uma questão de prudência, estamos vendo qual é o momento mais adequado.

Alguns senadores, como ele, defendem ser melhor esperar a admissibilidade do recurso extraordinário ao Supremo.

— Havendo a possibilidade de recurso, por uma questão de prudência, seria melhor esperar. Ainda há uma perspectiva, por mínima que seja, de que lá na frente  ela prove inocência — defendeu Lasier.

Decisão

No dia 10 de dezembro, por 6 votos a 1, os ministros do TSE confirmaram a cassação do mandato da senadora, decidida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. O acórdão foi publicado oito dias depois. Os suplentes da chapa, o empresário Gilberto Possamai e Clerie Fabiana Mendes, também tiveram perda de mandato. A chapa teria contratado uma empresa de publicidade para fazer material de pré-campanha e campanha antes do período eleitoral, com uso ilícito de meios de comunicação. Além disso, pagamentos foram feitos à margem da contabilidade da campanha, diz o acórdão.

A Justiça Eleitoral, ao declarar a perda do mandato de Juíza Selma, também convocou nova eleição ao Senado em Mato Grosso no dia 21 de abril.

Processo 

Pelo Regimento Interno do Senado (art. 32), a perda de mandato por determinação da Justiça Eleitoral é declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer senador, ou de partido político representado no Congresso Nacional, e é assegurada ampla defesa.

Independentemente do momento em que será aberto o processo no Senado — se antes ou depois do trânsito em julgado —, o rito começa com a Mesa Diretora estando ciente da determinação de perda do mandato. A partir disso, a senadora será citada e pode, se desejar, exercer sua defesa perante a Mesa no prazo de dez dias úteis, conforme previsto no Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal.  

Esgotado o prazo sem apresentação de defesa, há a nomeação de defensor dativo para fazê-la no mesmo prazo. Recebida a defesa da senadora ou advogado dativo, será aberto prazo de até cinco dias úteis para que o relator profira seu voto, nos termos do Código de Ética e Decoro Parlamentar. A Mesa, então, marcará uma próxima reunião para apreciar o relatório. Por último, o Plenário será comunicado da decisão tomada pela Mesa, com publicação do Diário Oficial da União e no Diário do Senado Federal.

Outros assuntos

Antes de debater o caso da senadora Juíza Selma, a Mesa Diretora aprovou cerca de 138 pedidos de informação a serem enviados a ministros. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, quer saber do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quais medidas o governo já planejou diante do surto do coronavírus. Já a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) quer saber do ministro da Economia, Paulo Guedes, detalhes sobre a desoneração para o mercado de defensivos agrícolas. Houve também pedidos de informação sobre operação e composição societária de emissoras de rádio e TV. De acordo com Lasier Martins, a votação se deu em bloco e o debate sobre os atos referendados pela Mesa durou cerca de 40 minutos.

*Da Agência Senado

Está na pauta do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), da próxima segunda-feira (22), a apreciação do recurso apresentado pelo prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), e seu vice, Jorge Carreiro (PCdoB), contra a decisão do juiz da 12ª Zona Eleitoral, Leonardo Asfora, que determina a impugnação dos mandatos deles. 

O magistrado considera que houve abuso de poder econômico da chapa comandada pelos dois durante a eleição de 2016, quando foram reeleitos. Na sentença, Leonardo Asfora declarou os dois inelegíveis por oito anos. 

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A sessão para avaliação dos recursos impetrados por Matuto está marcada para às 9h. O relator do caso é o desembargador Alexandre Freire Pimentel. 

O juiz eleitoral Leonardo Asfora considerou, em junho de 2017 quando proferiu sua decisão, que “houve, sim, utilização de verba não contabilizada, de forma sistemática, e em valores considerados” na campanha, fato que caracteriza abuso de poder econômico, “uma vez que maculou a lisura do pleito eleitoral, trazendo desequilíbrio natural aos demais candidatos”.  

Na ocasião, Junior Matuto disse em nota que a decisão do juiz é “sem fundamento”. O prefeito de Paulista foi reeleito em outubro de 2016 com 47,70% dos votos válidos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu, nesta segunda-feira (7), a notificação sobre a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre o prosseguimento do processo disciplinar contra ele movido pelo PSOL e a Rede Sustentabilidade. Os partidos querem a cassação do mandato de Cunha. A partir de agora ele terá dez dias úteis para apresentar sua defesa ao colegiado. 

Na madrugada na última quarta (2), o Conselho aprovou o relatório prévio do deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO). O parecer foi admitido por 11 votos a 10, com o voto de desempate do presidente do colegiado, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA). Os partidos acusam o presidente de mentir sobre a existência de contas bancárias na Suíça durante um depoimento à CPI da Petrobras. 

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A admissibilidade ocorreu depois que o relator concordou em retirar de seu parecer a denúncia sobre o suposto recebimento de vantagens indevidas por parte de Cunha, o que caracterizaria crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O assunto foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada que decidiu, por unanimidade, acatar o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e tornar Cunha réu da acusação receber US$ 5 milhões em propina de contratos da Petrobras.

O ex-líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela Lava Jato, tem até o dia 18 de fevereiro para apresentar sua defesa no Conselho de Ética da Casa. A informação foi repassada pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), relator do processo contra o petista no colegiado, em entrevista à Rádio Senado, nesta quarta-feira (27). A entrega deve acontecer em no máximo dez dias úteis a contar da retomada dos trabalhos legislativos, em 2 de fevereiro.

O relator explicou ainda que, tão logo receba a defesa, terá um intervalo de cinco dias para apresentar o relatório preliminar, quando vai responder se admite ou não a representação contra o petista apresentada pela Rede Sustentabilidade em conjunto com o Partido Popular Socialista (PPS), pedindo a cassação do mandato do senador.

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“Sendo o relatório aceito pelo Plenário do Conselho de Ética, tem início uma segunda fase. Vamos ouvir pessoas que possam contribuir para a formação do parecer conclusivo. Feito isso, o senador Delcídio também pode apresentar a sua defesa final”, explicou Ataídes.

A expectativa do tucano é que o processo no Conselho de Ética siga até a segunda quinzena de março. “Depois passa para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que vai analisar a parte jurídica do relatório. Em seguida, o processo seguirá ao Plenário do Senado. Acho que se tudo caminhar rapidamente o desfecho será até 15 de abril”, estimou o senador.

Delcídio do Amaral está preso desde 25 de novembro do ano passado. A prisão foi autorizada pelo ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavaski, que atribuiu ao senador à tentativa de obstruir as investigações.

O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) é o único pernambucano que vai participar da análise e julgamento do processo de cassação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O tucano integra o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, órgão que recebeu uma representação contra o peemedebista na última terça-feira (13), por quebra de decoro parlamentar. 

Gomes já se declarou favorável ao afastamento de Cunha da presidência da Casa. O parlamentar considera que são graves as denúncias levantadas contra o presidente pelos investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga irregularidades em contratos da Petrobras. “Vamos analisar os fatos e as informações que vão chegar ao Conselho de Ética. A denúncia é grave, deve ser averiguada, analisada e punida”, afirma o tucano.

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Apesar de aliados, o PT deu suporte à representação contra Eduardo Cunha. A atitude, na avaliação de Betinho, foi para “querer posar de defensor da moral e contra a corrupção”. “Os métodos que o PT criou e alimentou para manter uma aliança e, assim, permanecer no poder, são a gênese de toda essa engrenagem que colocou o país numa crise sem precedentes”, criticou. 

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