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Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre a crise da Catalunha, região autônoma que luta pela independência da Espanha. E tem como convidado o professor Diego Pereira Santos, graduado e licenciado em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA), mestre em História Social da Amazônia também pela UFPA e doutorando na Universitat de Barcelona. Atualmente, é professor e coordenador do curso de História da Universidade da Amazônia (Unama).

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

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O 4° Congresso Pernambucano de Municípios, que está sendo promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) até esta quinta-feira (27), está reunindo prefeitos de outros estados brasileiros com o objetivo de se unirem em busca de soluções em conjunto para amenizar os efeitos da crise no país. O gestor de Mar de Espanha, Wellington Rodrigues (PSDB), uma das 853 cidades de Minas Gerais, é um dos que prestigiam o evento, que acontece no Centro de Convenções, em Olinda.

Em entrevista concedida ao LeiaJá, nessa quarta-feira (26), o prefeito lamentou a situação em que os municípios brasileiros estão vivendo, segundo ele, devido à crise. "A gente vem para trocar e buscar experiências exitosas de um município e levar para outro.  O Brasil está atravessando, talvez, a crise mais profunda desde a redemocratização. Temos uma crise financeira e econômica agravada pela crise política e as coisas não acontecem, não se definem em Brasília, e isso sobrecarrega muitos os municípios porque eles estão na ponta da demanda", disse. 

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"Eu sempre digo isso: que as riquezas são produzidas nos municípios e da mesma forma as demandas. Aí quando tem a arrecadação tributária, apenas 18% das riquezas que o muncípio produziu volta para ele, 26% para os estados e quase 60% para a União, que já provou que é incompetente, que não tem capacidade de gestão, que não tem qualidade. É fácil você ter contato com os prefeitos, vereadores, secretários, mas você dificilmente vai ter um contato, por exemplo, com um governador ou presidente da República", acrescentou, criticando. 

Wellington Rodrigues também lamentou a situação de Minas. "Minas Gerais está em uma situação talvez só não esteja pior do que o Rio de Janeiro, mas lá os municípios aprenderam a não ficarem dependendo do governo estadual, que até hoje não mostrou ao que veio.  Nós não temos nenhum programa do Governo do Estado. Nós não temos nenhuma iniciativa. É uma situação muito caótica", disparou. 

O prefeito disse que hoje no cenário político não há mais espaço "para aventuras" e que os gestores precisam realizar uma boa governança com uma equipe qualificada para que os recursos públicos rendam. "Para ser o bastante, pelo menos, para atender as necessidades básicas da sociedade", ressaltou. Ele ainda falou que uma boa alternativa são os consórcios públicos.

Em 2015, a Disney havia anunciado sua nova construção temática: um parque em homenagem a Star Wars, que seria o maior do complexo, com 14 hectares. A inauguração do espaço está prevista para 2019, mas nesta sexta-feira (14) foi divulgada uma prévia de como ficará o parque que será construido em Orlando e Anaheim.

Foram liberados fotos e vídeos da maquete do projeto feito pelo designer Doug Chiang, que pensou no Star Wars Land como se fosse um filme. De acordo com o que foi mostrado, o parque irá incluir uma Millennium Falcon em tamanho real e o planeta Crait, mostrando no teaser de Os Últimos Jedi. 

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Segundo o site MiceChat, que teve acesso a detalhes do projeto, "A Disney quer avançar na competição com a Universal Studios, criando um ambiente imersivo de Star Wars que é mais como uma feira renascentista do que um parque temático". Além disso, haverá museus históricos e lojas e restaurantes muito temáticos com pratos elaborados e inspirados no filme.

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Após a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o mundo se pergunta como ficarão as relações internacionais dos americanos a partir do dia 20 de janeiro do ano que vem, data da posse do novo presidente. Para o professor José Augusto Guilhon de Albuquerque, assessor especial da presidência da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), organismo que atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira, o cenário não deverá ser alterado. José Albuquerque foi um dos palestrantes na V Conferência sobre Relações Exteriores (V CORE), realizada no campus BR da Universidade da Amazônia (Unama), localizado na BR-316, em Ananindeua, onde falou sobre os desafios e oportunidades do comercio no País.

A vitória do magnata americano, pelo Partido Republicano, derrubou bolsas de valores de diversos países. Mas isso, segundo Albuquerque, é uma reação normal do mercado. “Esse tipo de mudança da bolsa é um sinal, não quer dizer, necessariamente, uma tendência, mas apenas um susto”, disse o professor.

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Para José Albuquerque, a vitória de Trump representa mais que uma simples mudança de governo. “Significa uma mudança na política nas grandes democracias, é uma reação antigoverno, antielite de uma boa parte das classes média e baixa”, afirmou o professor. Essa reação, segundo ele, se dá pela falta de ação do governo americano ante as demanda sociais.

Mas como um homem tão controverso e conservador pode conquistar tantos eleitores e virar o resultado das pesquisas norte-americanas? A resposta, para Albuquerque, está no modo de fazer política de Trump. “A vitória dele representou alguém capaz de juntar a insatisfação popular de forma enganosa, dando a impressão de que tudo é possível, apesar de sua falta de experiência em gestão pública”, afirmou o professor.

A eleição de Trump desencadeou diversos protestos de ativistas em todos os Estados Unidos. Uma das propostas do presidente eleito é criar um muro na fronteira entre o México, financiado pelo México, para barrar a entrada de imigrantes, além de impedir a entrada de muçulmanos no país, como forma de proteger os EUA de possíveis ataques terroristas. “Ele não pode pegar 10% a 15% da população dos Estados Unidos, que são imigrantes, e dizer que vai mandar embora, isso vai acabar com a economia. Ele aproveita as diversidades dos grupos de pessoas e diz o que cada grupo quer ouvir”, avaliou Albuquerque.

Em campanha, Trump disse que determinaria a volta ao país dos militares espalhados pelas bases americanas em diversos países, sobretudo na Europa e Oriente Médio. “Já existe uma divisão muito forte na política americana entre os que apoiam a política mais ‘suave’ do Obama e outros que acham que deveria haver um intervencionismo maior. Isso não vai mudar, vai continuar a dinâmica. A política da elite americana não vai mudar por causa dessa eleição”, afirmou o professor.

Outra preocupação é quanto à relação EUA e Rússia, principalmente por conta das tensões na Síria, país que está mergulhado em guerra civil. “Não acredito que isso vai mudar. Putin possui sua estratégia e qualquer que seja o presidente americano ela irá continuar. Uma delas é fazer certas bravatas e ir contra os Estados Unidos”, disse José Albuquerque.

Quanto às relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos, forte parceiros econômicos [o presidente Michel Temer, em coletiva após a vitória de Donald Trump, reiterou que nada mudaria entre os dois países], Albuquerque foi enfático: “O comércio e as empresas americanas presentes aqui não vão embora, vão continuar aqui, e quem tem interesse de importar continuará importando, essa é uma necessidade da sociedade, não depende do governo”.

Para o professor José Albuquerque, não é possível prever o que o novo presidente americano fará em seu mandato. “Qualquer expectativa é um grau de incerteza muito grande, há um grau muito grande de imprevisibilidade. Mas não acho que tudo [as promessas de governo] seja possível, temos de esperar e ver como tudo vai se ajeitar”, assinalou.

Com informações de Renato Carneiro.

As eleições realizadas nesse domingo (2) nos 417 municípios baianos embaralharam a disputa para o governo do Estado em 2018. O grupo do governador e provável candidato à reeleição Rui Costa (PT), que conta atualmente com 332 prefeitos, saiu vitorioso desta vez em 194 cidades. A aliança política de seu principal oponente, o prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM), conquistou 176 prefeituras.

Uma análise fria dos dados das planilhas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esconde, porém, ressalvas. Há uma margem de diferença nas derrotas e conquistas de um e outro lado em 46 municípios, onde os prefeitos foram eleitos ou reeleitos por partidos que não se alinharam ao PT e ao DEM. Também existem casos de municípios em que os partidos coligados no plano estadual disputaram em lados opostos. O DEM enfrentou em oito cidades, por exemplo, candidatos do PMDB e do PSDB, seus aliados no plano estadual.

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Mais dramática, no entanto, é a situação do PT, que viu candidatos do partido perderem em 30 cidades para o PSD do senador e aliado Otto Alencar, que se coligou com o DEM em dez destes municípios. Além disso, o cenário pode se alterar drasticamente, levando-se em conta a máquina do governo do Estado e a perspectiva de poder da oposição.

O resultado das urnas nas cidades baianas com mais de cem mil eleitores também indicou um quadro de disputa acirrada para a eleição ao governo do Estado. O DEM conquistou os dois principais colégios eleitorais, Salvador, um eleitorado total de 1,9 milhão de pessoas, e Feira de Santana, 397 mil. O partido também comemora a vitória em Camaçari, um reduto do sindicalismo petista de 158 mil eleitores.

O PT conquistou Lauro de Freitas, 118 mil eleitores, e Juazeiro, 146 mil, onde apoiou a candidatura do PCdoB. No Sul do Estado, o PSD venceu em Itabuna, 150 mil eleitores, e Teixeira de Freitas, 103, mil, sem coligação com o PT nestes dois municípios.

Grotões

Dos dez milhões de eleitores baianos, 3,2 milhões estão em grandes cidades. Uma disputa estadual passa pelos grotões e cidades na faixa de 20 a 80 mil eleitores. É nesta parte da Bahia que as alianças forjadas pelos grandes partidos em Salvador tornam-se duras e complexas.

Em Chorrochó, município de oito mil moradores, o prefeito eleito foi Humberto, do PP, que montou uma chapa com o PT e o DEM. Na cidade de Antas, de dez mil eleitores, o eleito, Sidônio Nilo, do PSL, derrotou Roberta de Agnaldo, que uniu PT, PMDB e DEM. Já em Bom Jesus da Lapa, cidade de romarias, com 45 mil eleitores, Eures Ribeiro, do PSD, venceu com apoio do DEM o candidato do PMDB, Enio Guedes, aliado local dos petistas.

O PSD, que sai como uma incógnita destas eleições na Bahia, foi o partido que mais elegeu prefeitos na cabeça de chapa, num total de 72, seguido pelo PMDB (46), PT (36) e DEM (21). Vitória da Conquista, terceiro maior colégio baiano, com 230 mil eleitores, é o único município do Estado onde vai ter segundo turno. Herzen Gusmão, do PMDB, disputa a prefeitura com Zé Raimundo, do PT.

Uma das maiores autoridades de moda do país e apresentadora e coordenadora do GNT Fashion desde 2000, a jornalista de moda Lilian Pacce esteve em Belém e falou do assunto que mais domina: a diversidade da moda como um reflexo da sociedade e de seu tempo. Lilian estudou na London College of Fashion e na Central Saint Martin's College of Art and Design, em Londres. Cobre os desfiles do eixo Paris-Milão-Londres-Nova York desde 1987. É autora dos livros"Pelo Mundo da Moda", "Ecobags - Moda e Meio Ambiente" e "Herchcovitch; Alexandre". Recebeu duas vezes o prêmio de melhor jornalista de moda do país, pelo Phytoervas Fashion (1998) e pela ABIT Fashion Brasil (2000). Além da presença na TV, Lilian mantém um site especializado em moda. Veja, abaixo, entrevista de Lilian Pacce para a TV Unama.

Por Gabriella Barros.

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Finalizado o processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, muitas são as opiniões, comentários e expectativas para o novo governo. O que podemos esperar para o comportamento da economia de agora em diante.

Primeiramente precisamos conhecer onde estamos, para em seguida conjecturar qualquer cenário futuro.

O retrato atual da economia mostra uma inflação acumulada em 12 meses no patamar de 8,74%, pelo IPCA, valor bem acima da meta de 4,5% a.a. e até do limite superior da meta de 6,5% a.a. No entanto, tal patamar é inferior ao observado no ano de 2015, 10,67%.

No Brasil desde o final da década de 1990, inflação elevada é respondida através de política monetária restritiva, em suma, elevação na taxa de juros. De forma que a taxa de juros básica da economia se mantém a alguns meses na casa de 14,25%. Ocupamos o pódio dos países com maiores taxas de juros do mundo.

Tão grave quanto os juros e inflação elevados, observamos à deterioração das contas públicas, no ano de 2015 as contas públicas fecharam com um déficit de R$ 111,2 bilhões. Estima-se um déficit ainda maior para 2016, o governo propôs uma meta fiscal com um déficit de R$ 170,5 bilhões, estimulado pela desaceleração da arrecadação.

O PIB é outro indicador que apresenta uma trajetória pífia, em 2014 o crescimento agregado foi de 0,1%, já em 2015, registrou-se uma queda de -3,8%. Para o ano de 2016 projeta-se uma retração de -3,3%. No segundo trimestre deste ano observa-se uma queda de -0,6%. Quando comparamos o resultado do segundo trimestre com o mesmo período do ano passado observa-se uma retração de -3,8%.

Tendo em vista este cenário desanimador, quais são as perspectivas?

O afastamento temporário da ex-presidente, já representou a melhora de alguns indicadores que sinalizam movimentos futuros da economia, as expectativas. Entre o afastamento provisório em 17 de abril e o mês de agosto, a confiança do consumidor passou de 87,7 pontos para 100,1. Em relação à confiança do empresário industrial no mesmo período a confiança avançou de 36,8 pontos (abril) para 51,5 (agosto). De alguma forma os agentes econômicos passam a enxergar um contexto mais favorável no curto prazo.

No entanto, não se pode construir qualquer cenário na economia, sem levar em consideração o ambiente político e social, tão volátil nos últimos anos. Os primeiros grandes desafios da nova gestão estão relacionados à recuperação das contas públicas e a retomada do investimento produtivo no país.

 As idas e vindas nas declarações do novo governo sinalizam para algumas possibilidades:

I – Ajuste estrutural nas contas públicas

Algumas propostas do novo governo contidas no PEC 241/2016 estabelecem que a despesa pública não poderá crescer em um limite superior ao crescimento da inflação IPCA. Os gastos com saúde e educação serão submetidos ao IPCA do ano anterior. Com esse ajuste estima-se uma redução no crescimento da dívida pública.

No escopo desta discussão está a renegociação das dívidas dos estados, que propõe:

·         Alongamento por 20 anos do prazo de pagamento da dívida dos governos estaduais

·         Suspensão do pagamento de parcelas mensais até dezembro, exceto para São Paulo

·         Os estados voltam a pagar as parcelas da dívida em janeiro de 2017, mas com desconto. As parcelas terão aumento progressivo até junho de 2018, quando os estados voltam a pagar as parcelas cheias.

Contrapartida dos estados

·         Compromisso de cumprir o teto de gastos por 20 anos, que limita a ampliação dos gastos a inflação do ano anterior.

·         Proibição de concessão de reajustes a servidores públicos por um período de 2 anos, exceto acordos anteriores a aprovação da lei.

Outra possibilidade reside na recriação da CPMF, proposta que foi enviada para o congresso em dezembro passado, estima uma arrecadação adicional de R$10,6 bilhões.

Sem falar nas reformas da previdência e trabalhista que não sairão este ano.

Esta seria uma combinação de ajuste com efeito imediato mais abrupto, no entanto, com um grande custo para uma economia e sociedade já fragilizadas. Medidas de política fiscal e monetária desta natureza geralmente são tomadas no início de mandatos, no qual o novo presidente desfruta de apoio popular e apoio no parlamento, o que não parece ser o caso na atual conjuntura brasileira.

II – Ajuste moderado das contas públicas

Propor um ajuste mais gradual parece ser a saída mais factível para o novo governo. Programar um corte de gastos gradual (alongar a introdução das medidas por um período maior de tempo) e estimular o investimento produtivo, através de parcerias, acordos comerciais, ampliação do comércio exterior podem ampliar a arrecadação. Introduzir mecanismos de ajuste na previdência social a fim de reduzir o déficit. Propor um sistema de readequação do tamanho do estado, programa de privatizações e concessões de atividades que não sejam estratégicas para o país.

Seja qual for o caminho escolhido deve-se considerar que apenas uma política macroeconomia restritiva não criará as bases para um crescimento de médio e longo prazo da economia, é necessário um programa de investimentos que amplie a competitividade da produção brasileira, a partir da conclusão de grandes obras de infraestrutura logística e outras grandes obras em marcha lenta no país, bem como no início de novos projetos através de PPP e concessões. Outro fator fundamental é que nenhum país que hoje figura entre as economias mais desenvolvidas do mundo promove contingenciamentos de recursos para educação e P,D&I.

 

Outro ponto importante é a discussão do papel do estado na economia, considero a participação do estado fundamental para o desenvolvimento econômico de qualquer nação. No entanto, no contexto brasileiro deve-se buscar a eficiência na prestação de serviços de forma a otimizar a utilização dos recursos escassos, sem falar na necessidade de priorização do gasto público para áreas estratégicas, muitas unidades da federação tem sofrido com o custo de uma participação equivocada do estado na economia, a exemplo do legado deixado pelas arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014. Não podemos deixar de mencionar a necessidade de aperfeiçoamento de mecanismos de governança de forma combater a sangria que a corrupção promove na economia do país. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki afirmou nesta quinta-feira, 23, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que é preciso reconhecer que o Brasil está passando por um momento de "grande dificuldade" e que é necessário a adoção de "remédios amargos". "O País está enfermo, às voltas com graves crises na área de natureza econômica, política e ética", disse. "Sem dúvida é preciso que as enfermidades sejam tratadas, como estão sendo, e que tenhamos a coragem de ministrar os remédios amargos quando necessário."

Teori, que é relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), participou da cerimônia de sanção da Lei que disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção, ao lado do presidente em exercício, Michel Temer, do também ministro do STF, Gilmar Mendes, e do ministro da Justiça, Alexandre Moraes.

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Ele disse os remédios amargos devem ser usados para "acertar as contas com o passado". "Mas sem prejuízo de medidas para acertar as contas com o passado é também indispensável que tenhamos um olhar para o futuro", afirmou.

O ministro comentou ainda que é preciso "empenho para formar os alicerces do reencontro com a prosperidade e com a prevalência doa padrões éticos que a nação exige". "Nesse aspecto, o segundo pacto republicano é um paradigma de alento e esperança e seu sucesso nos mostra que a convergência desses esforços entre os poderes do estado é o caminho virtuoso para a construção do país que queremos", afirmou, referindo-se à sanção da lei do mandado de injunção.

Em seu discurso, o presidente em exercício reconheceu que o País precisa "de remédios amargos", mas afirmou que a medida sancionada é um "remédio doce que STF acabou de produzir". Temer leu trechos de seu livro na cerimônia e afirmou que a medida sancionada hoje vem um "momento bem oportuno" e ajuda a preservar a harmonia entre os poderes.

O mandado de injunção é um dispositivo legal que permite ao cidadão reclamar efetividade de direitos constitucionais. O mecanismo costuma ser concedido em ações em que é reclamado o cumprimento de direitos e liberdades constitucionais ainda não regulamentados pela legislação.

Alguns temas já submetidos a mandado de injunção e já decididos pelo STF foram aposentadoria especial e direito de greve dos servidores públicos, concessão de aviso prévio proporcional e criação de municípios.

Moradores e comerciantes que atuam na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), já estão cansados de reclamar da falta de estrutura, pavimentação e da enorme quantiadade de buracos e desníveis que se espalham pela via há anos. Retrato de um cenário de abandono, os 4,4 quilômetros de extensão da avenida parecem reunir um conjunto de insatisfações. Carros, pedestres, bicicletas, ônibus e vendedores são prejudicados diariamente com a sujeira, os alagamentos e com a falta de movimentação no comércio por causa da péssima condição de uma das principais avenidas de Olinda. 

Na última terça-feira (7), moradores realizaram um protesto para que a situação dos buracos fosse resolvida. Na avenida, eles se reuniram e interditaram os dois sentidos da via na altura do bairro de Peixinhos. Principal ligação entre aqueles que vem da PE-15, do Varadouro ou de Recife para os bairros de Peixinhos ou Jardim Brasil, a Kennedy deixou de ser uma opção viável e se tornou um pesadelo.  A vendedora Jocilene Correia falou que o problema é recorrente. Ela falou que desde a reforma, em 2013, tudo continua dando errado. "É um absurdo, têm acidentes de carro, moto, bicicleta", contou.

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No último sábado (4), moradores se reuniram para colocar gelos-baianos e blocos de concreto em trechos mais críticos da via. Em entrevista à reportagem, eles explicaram que o intuito foi evitar que os veículos tombassem e caíssem sobre a calçada, a poucos metros das lojas. "Os carros não conseguiam passar mais, o buraco é muito fundo e os ônibus tinham que ir pela contramão. A gente fez isso para poder melhorar um pouco, mas é algo que não vai durar muito tempo", pontuou Antônio Oscar, comerciante da área há 22 anos.

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Além dos graves problemas de mobilidade com a formação de buracos e a falta de drenagem dos esgotos, a avenida, antes considerada um polo comercial importante de Olinda, hoje já não abriga mais tantas lojas. Estampados com a placa de 'aluga-se', já são 12 estabelecimentos fechados ao longo da avenida, segundo a comerciante Luciene Moreira, que é proprietária há mais de uma década de uma loja de móveis. Para Leandro Barbosa, o comércio da via ficou em segundo plano com a realização da reforma e a implatação das paradas de ônibus no meio da avenida. Há oito anos atuando na localidade, o montador de bicicletas diz que os clientes não procuram mais o comércio da avenida. "Os carros não podem estacionar, os clientes não querem mais vir para o lado de cá por causa da lama, dos buracos e dos esgotos entupidos", lamentou.

Esperançosa para conseguir se estabilizar financeiramente, a vendedora Edilente Francisca resolveu alugar um ponto na Kennedy e há cerca de três meses abriu uma loja lanches, que fechou as portas neste domingo (12). Ela contou que não há movimentação na área e que o mau cheiro, a falta de uma pavimentação linear e os esgotos com vazamentos são os principais fatores para o fechamento de seu negócio. "Ninguém vai querer comer um lanche em um local nessas condições", explicou.

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Prefeitura de Olinda

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda, Manoel Sátiro, minimizou o fechamento do comércio e explicou que as lojas não estão fechando por conta da avenida, mas sim por conta da economia em crise do país. Ele ainda pontuou que há "pontos tristes" e que o acesso é ruim, mas que a Prefeitura da Olinda já está resolvendo. "Começamos a fazer uma operação para tapar os buracos, resolvemos o problema na frente do Centro da Moda e vamos continuar fazendo até o fim do mês. Enquanto não terminarmos o serviço, não sairemos do ar", garantiu Sátiro.

O secretário atribuiu uma parcela de culpa da situação da avenida à falta de consciência da população.  "Colocamos lixeiras em todas as paradas e as pessoas não colocam o lixo dentro das sacolas, principalmente os comerciantes. É um ciclo vicioso, os moradores jogam os lixos na rua e isso também prejudica muito", ressaltou. Sátiro informou ainda que a rede de drenagem é direcionada para o Rio Beberibe, que está assoreado, ou seja, cheio. "Há muitas invasões nas margens do rio, o que também prejudica nosso trabalho e é uma das causas desses alagamentos pelos esgotos", afirmou.

"A avenida sempre teve problemas, mas de um tempo pra cá está caótico. Tivemos que colocar metralha e brita para que os carros pudessem passar sem tombar para a calçada. A gente sabe que aqui funciona o polo principal do comércio de Olinda e que depois da reforma, tudo piorou", relatou entristecida Luciene Moreira.  Já para o secretrário de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda, a via já esteve pior. "Hoje há pontos críticos e estamos trabalhando para resolver isso e até a metade de julho. Se não chover, esperamos que o problema dos buracos já esteja resolvido", garantiu. 

Uma inesperada crise política surpreendeu os mercados nesta segunda-feira, 23, que terminou com queda das ações negociadas em Bolsa de Valores no Brasil. A revelação de uma conversa do ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugerindo um pacto para conter o avanço da Operação Lava Jato terminou com o pedido de licença (tecnicamente, pedido de exoneração, segundo Jucá), cedendo às fortes pressões ao longo do dia. O Índice Bovespa fechou em queda de 0,79%, aos 49.330,42 pontos. Foi a quinta baixa consecutiva da bolsa brasileira.

Na conversa entre Jucá e Machado, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro diz que é preciso "estancar a sangria", no que seria uma referência à Lava Jato. Em entrevista coletiva concedida ainda pela manhã, Jucá disse que não há nada de ilegal em sua fala e que o jornal tirou suas declarações do contexto. Afirmou, por exemplo, que o termo "sangria" se referia à paralisia do governo Dilma, que aprofundava a crise econômica.

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O fato gerou uma série de reações entre partidos, aliados do governo ou de oposição, e a permanência do ministro passou a ser questionada. PDT e Rede Sustentabilidade estariam entre os primeiros partidos a pedir a saída de Jucá. Na base aliada, a avaliação era de que a revelação da conversa gerou grave prejuízo à imagem do governo e que a permanência de Jucá era insustentável. Ao final da tarde, o ministro anunciou a saída, que pode ser irreversível.

No pior momento do dia, o Índice Bovespa chegou a cair 2,07%, penalizado não apenas pelo cenário político, mas também pelo cenário internacional desfavorável. O petróleo operou em queda durante todo o dia, em meio à volta das preocupações com o excesso de oferta no mercado da commodity. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 0,75% (-US$ 0,35), a US$ 48,37 o barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em queda de 0,68% (-US$ 0,33), a US$ 48,08. Com isso, as ações da Petrobras fecharam em queda de 2,56% (ON) e 4,49% (PN).

Já o minério de ferro caiu 5,4% no mercado chinês, mas não impediu as alta de 2,19% (ON) e 0,88% (PNA) das ações da Vale, que seguiram a recuperação de outras mineradoras pelo mundo.

Em meio à escassez de notícias no cenário doméstico, a Bovespa buscou no cenário internacional o estímulo para uma recuperação, mas acabou terminando o pregão estável, aos 51.802,92 pontos. O volume de negócios somou R$ 7,66 bilhões, inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou pouco mais de R$ 2 bilhões.

A alta do petróleo impulsionou as ações da Petrobras, que ajudaram a sustentar a bolsa brasileira no positivo na maior parte do tempo. Ao final do dia, Petrobras ON e PN avançaram 3,47% e 3,07%, respectivamente. O petróleo subiu em Londres e em Nova York, após o banco Goldman Sachs afirmar que o mercado global da commodity provavelmente entrou em situação de déficit em maio, diante da demanda forte e do recuo na produção. A instituição também elevou suas projeções para os preços dos contratos.

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Por outro lado, as ações do setor bancário pesaram para o lado negativo, principalmente após notícia da Serasa de que a inadimplência nas contas de água, luz e gás bateram recordes em março. O Ifinanceiro, índice da BM&FBovespa que reúne somente ações de empresas do setor financeiro, previdência e seguros, fechou na mínima do dia, em queda de 1,12%. Os destaques de baixa nesse grupo ficaram com BB Seguridade on (-3,61%), Porto Seguro ON (-2,70%), Bradesco PN (-1,75%) e Itaú Unibanco PN (-1,53%).

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de Metalúrgica Gerdau PN (-7,60%) e Gerdau PN (-6,67%), influenciadas pela notícia do indiciamento do empresário André Gerdau, investigado da Operação Zelotes. Na outra ponta, a maior alta do índice ficou com JBS ON, que disparou 16,38% em reação à elevação da recomendação de compra feita por uma instituição estrangeira.

Um dia após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República, aumentou o número de consultorias privadas e de bancos revisando para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. As novas projeções indicam expansão de até 2,1% no ano que vem. No cenário anterior a estimativa mais otimista era de avanço do PIB de 1,3%.

A melhora nas estimativas de desempenho da economia é sustentada pela expectativa de que o novo governo consiga aprovar no Congresso medidas necessárias para o ajuste das contas públicas. Além disso, há indicadores antecedentes que sinalizam que a atividade já teria atingido o fundo do poço.

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O Bradesco, por exemplo, revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1,3% para 1,5%. Segundo o economista-chefe Octavio de Barros, uma pesquisa mensal do banco com 4 mil empresas mostra "claramente que o pior ficou para trás". "Os pedidos em carteira na média pararam de cair e os estoques já mostram clara tendência de retração", observa.

Barros ressalta ainda que o desempenho das vendas de papelão ondulado, fluxo de veículos pesados nas rodovias, vendas de materiais de construção, por exemplo, sinalizam melhora.

Também o Banco Fibra, baseado no desempenho de alguns indicadores antecedentes, acredita que o fundo do poço já tenha sido atingido. O banco revisou de 1% para 2,1% a projeção de crescimento do PIB para 2017. "Diversos indicadores de confiança relacionados ao lado real da economia - indústria, serviços, comércio e construção civil têm mostrado nos últimos meses alguma estabilidade que parece indicar que os empresários destes setores percebem que o pior já passou", diz o economista-chefe do banco, Cristiano Oliveira em relatório.

Além disso, o economista observa que, uma série de medidas comprometidas com o crescimento, estabilidade macroeconômica e austeridade fiscal que devem ser tomadas pelo novo governo deve melhorar o desempenho da economia.

Imediatismo - Já na quinta-feira, quando Temer assumiu o comando do País, o Credit Suisse divulgou a sua nova previsão de PIB para 2017, de queda de 1% para crescimento de 0,5%. Em relatório enviado a clientes, os analistas apontam que a articulação política será determinante para reversão da recessão.

Os analistas afirmam que a mudança do cenário adverso requer aprovação de medidas no Congresso nas áreas da Previdência, do mercado de trabalho e do sistema tributário, atuações para elevar a produtividade da economia e ações emergenciais para reduzir o déficit primário, englobando corte de gastos, redução das renúncias tributárias e alta de tributos.

Enquanto há bancos e consultorias que já alteraram as projeções outros aguardam as próximas semanas para alterá-las, mas já colocaram o viés de alta. A Rosenberg Consultores ainda mantém dois cenários para o crescimento do PIB em 2017, um negativo com queda de 0,8% e outro positivo com um avanço de 1%.

Mas, segundo a economista-chefe da consultoria, Thaís Zara, essa previsão deve ser alterada para um crescimento de 1% a 1,5% no PIB do ano que vem. A mudança se baseia em indicações de que o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, terá base parlamentar necessária para aprovar as mudanças necessárias para fazer o ajuste fiscal e da Previdência.

A consultoria MB Associados é outra que ainda não mudou a previsão do PIB para 2017, mas colocou um viés de alta. Sergio Vale, economista-chefe, diz que, por ora a previsão de expansão é de 0,6%, mas acredita ser provável alcançar alta de 1% a 2%. "Estamos esperando as primeiras medidas, especialmente como elas serão levadas no Congresso e se conseguirão ser aprovadas sem muitos percalços." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A BRF descarta aumentar os preços de produtos como o peru no Brasil no Natal, mas prevê elevação mais à frente, afirmou o presidente global da empresa, Pedro Faria, em uma entrevista a jornalistas nesta segunda-feira, destacando que o cenário da economia brasileira está muito mais desafiador do que o esperado pela companhia há um ano.

"Continuamos monitorando o mercado", disse Faria. "Em certo momento, os preços vão subir para compensar a pressão de custos e o impacto do câmbio. Mas vamos escolher o momento certo para fazer isso", completou, sem revelar uma data mais específica e mencionando que é importante a companhia manter um certo intervalo de participação no mercado.

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Faria destacou que diante do relançamento de alguns produtos da marca Perdigão, como presunto, tender e linguiça calabresa, em julho, o momento não era o certo para elevar preços. Para o Natal, Faria disse que produtos como peru e chester não devem ter os preços elevados. "Não faz sentido elevar os preços agora." Ele ressaltou ainda que, mesmo neste momento de crise, tem aumentado a procurar por produtos de linhas premium, como presunto tipo parma.

Durante apresentação para analistas e investidores nesta segunda-feira em Nova York, os executivos da BRF também foram questionados por representantes de bancos, como Morgan Stanley e UBS, sobre a estratégia de preços da companhia, que foram mantidos em um momento de elevação de custos, influenciada, por exemplo, pela desvalorização do real e o relançamento de produtos da Perdigão. Faria disse que o objetivo da empresa é a lucratividade e que a BRF só precisa decidir o melhor momento para elevar os preços.

O mal-estar político causado pela devolução da MP 669 ao governo, anunciada na terça-feira (3) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, promoveu um dia de aversão ao risco nos mercados, o que se traduziu em perda para a Bovespa nesta quarta-feira (4). As ações das empresas estatais, sobretudo Petrobras e Banco do Brasil, foram as mais prejudicadas por esse embate, enquanto os papéis da Gerdau se destacaram em alta após um balanço favorável.

O Ibovespa terminou o dia em baixa de 1,63%, aos 50.468,05 pontos, menor patamar desde 13 de fevereiro, quando encerrou em 50.635,92 pontos. Na mínima, marcou 50.399 pontos (-1,76%) e, na máxima, 51.303 pontos (estável). No mês, a bolsa tem perdas de 2,16% e, no ano, alta de 0,92%. O giro financeiro totalizou R$ 6,536 bilhões, puxado sobretudo por venda de estrangeiros.

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O mercado já estaria hoje voltado para o primeiro dia de encontros da equipe da Standard & Poor's com a equipe econômica para reavaliar o rating do Brasil. Depois do rebaixamento da nota da Petrobras pela Moody's para grau especulativo, criou-se um nervosismo de que o mesmo possa acontecer com a economia, diante da dificuldade em se implementar um ajuste fiscal em um cenário de números desoladores.

Assim, o recado que Renan Calheiros quis dar ao governo ao não ver atendidas reivindicações suas foi muito mais duro do que gostaria o Planalto, que teve que se apressar para enviar um projeto de lei com o mesmo teor da MP 669 - e com regime de urgência - ao Congresso Nacional.

Calheiros também seria um dos nomes incluídos na Lista de Janot, com 54 pessoas que devem ser investigadas pelo Supremo Tribunal Federal por participação em irregularidades. O relator do cargo no STF, ministro Teori Zavascki, deve tirar os sigilos dos inquéritos até a próxima sexta-feira.

Durante a tarde, o governo, por meio do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, tentou minimizar qualquer crise com o Congresso. Mas os investidores preferiram ficar na defensiva, sobretudo os estrangeiros, visto na porta de saída hoje.

A sessão, no entanto, teve destaques positivos, como Gerdau, que agradou com seu balanço do quarto trimestre. O lucro líquido da Gerdau somou R$ 393 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 20,1% em relação ao observado um ano antes. Apesar do recuo, o número superou as expectativas dos analistas e, por isso, levou os investidores às compras das ações da empresa. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o lucro da siderúrgica cresceu 50%. No ano, o lucro chegou a R$ 1,488 bilhão, queda de 12,2%.

Gerdau PN subiu 4,51% e Metalúrgica Gerdau PN, 4,27%. Ainda no setor, Usiminas PNA avançou 3,50% - as três maiores altas do índice. CSN ON ficou estável.

PDG ON caiu 6,67% e liderou as perdas do Ibovespa, seguida por Estácio ON (-5,93%) e MRV ON (-5,63%). Petrobras, BB e Eletrobras também estavam nesta lista.

Petrobras terminou nas mínimas, com a ON em baixa de 3,79% e PN, de 4,06%. BB ON também fechou no menor preço da sessão, com recuo de 5,04%. Eletrobras PNB, -3,89%, e Eletrobras ON, -2,13%.

No mercado externo, as bolsas se encaminham para um fechamento em baixa, após dados fracos do mercado de trabalho da ADP. O Livro Bege não trouxe novidades e não conseguiu ajudar na recuperação dos índices. Às 17h33, o Dow Jones caía 0,56%, o S&P, 0,38% e o Nasdaq, 0,17%.

O cenário para o mercado de trabalho no Brasil, que já vinha em estado de atenção desde o final do ano passado, ganha neste começo de 2015 mais ingredientes que reforçam os alertas feitos por especialistas nos últimos meses. Ainda não está claro o tamanho do impacto que as demissões no setor automotivo terão sobre os dados do mercado de trabalho, mas essas dispensas nas montadoras são sintomáticas sobre a situação do emprego industrial e a nova fase em que entrou a política econômica, segundo avaliação de especialistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Além disso, a Operação Lava Jato pode respingar sobre os níveis de emprego por causa dos desligamentos anunciados pelos consórcios ligados à Petrobras.

Na semana passada, a Volkswagen anunciou o corte de 800 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo previsto para fevereiro, deixando claro que essa foi apenas a primeira medida para ajustar um excedente de cerca de 2 mil trabalhadores. Já a Mercedes-Benz já demitiu 260 empregados, sendo 100 deles por meio de Programa de Demissão Voluntária (PDV) e 160 por iniciativa da própria empresa.

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Para os profissionais, esses cortes não surpreendem, pois a indústria está debilitada e acumulando saldo líquido negativo de quase 15 mil vagas entre janeiro e novembro de 2014, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo informou esta semana o IBGE, em novembro o emprego industrial caiu 0,4%. Entre janeiro e novembro de 2014, a queda acumulada chega a 3,1%.

O retorno da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis a partir de janeiro teve papel relevante nas demissões. "O fim da redução da alíquota deve desencorajar vendas e as empresas estão antecipando os cortes. Começou com a Volks e pode se estender a outras montadoras", disse o pesquisador do Ibre/FGV Rodrigo Leandro de Moura

Vale lembrar que durante boa parte do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, por meio de um acordo, o governo manteve o imposto reduzido, por vezes até zerado, em troca da garantia da manutenção dos empregos no setor. Agora, com a nova equipe econômica, parece não mais haver disposição para socorros setoriais, sobretudo diante da necessidade de um forte ajuste fiscal.

Além da alíquota do IPI, que estava reduzida desde maio de 2012 e foi recomposta gradualmente, voltando a alíquota normal (7% a 25%) em janeiro, a queda nas vendas de veículos no Brasil também tem influência do cenário externo, principalmente da crise na Argentina, principal destino das exportações de carros no Brasil.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou na semana passada que as informações sobre demissões no setor automotivo ainda são uma questão "extremamente limitada" e que não há problema sistêmico, que justifique ação direta do governo. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, que se reuniu com o sindicatos dos metalúrgicos, diz que o governo não entende que há uma crise no setor.

Essa queda da demanda interna também poderá causar demissões nas concessionárias, segundo previsão do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção. Ele reconhece que o emprego nas redes pode ser afetado, embora pondere que não serão demissões em massa, pois o setor já vem fazendo um ajuste na mão de obra nos últimos dois anos.

Essa recomposição do IPI também reforça a expectativa da LCA Consultores de novas demissões na Indústria de Material de Transporte em 2015, ligada ao setor automotivo e que consta no Caged. Este segmento, que engloba não só as montadoras, mas também a área de autopeças, deve ter terminado 2014 com o fechamento de cerca de 42 mil vagas, estima o economista Fábio Romão.

Contágio

Com o anúncio do corte de vagas no setor automotivo, o economista Alexandre Andrade, da GO Associados, disse não enxergar recuperação do emprego no horizonte relevante. Segundo ele, a expectativa é de que outros segmentos da economia comecem a adotar a mesma postura. "É claro que essas demissões vão provocar deterioração do mercado de trabalho. Já começa a afetar principalmente o setor de serviços, especialmente os mais interligados à indústria", disse.

Segundo o economista Andrade, as demissões, principalmente no setor industrial, estão acontecendo desde meados de 2013 e este movimento tende a ganhar mais ímpeto à frente, refletindo o enfraquecimento econômico e das medidas de ajuste tanto na política fiscal como na monetária. "Inevitavelmente a economia vai passar por esse período adverso até que a reorientação econômica comece a surtir mais efeitos em 2016 e especialmente em 2017", avaliou.

Opinião um pouco diferente dos demais tem o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho. "O emprego industrial tem pouca representatividade no mercado de trabalho como um todo. Notícias como essa (demissões nas montadoras) têm mais impacto mesmo na mídia. O setor de comércio e serviços para a economia hoje é muito mais importante", disse.

Para Romão, da LCA, o quadro de piora do emprego industrial já parece estar respingando em outros setores da economia, como o de serviços, mas de forma menos intensa que antigamente. "Quando a indústria piorava, os serviços respondiam mais rapidamente a isso. Era um País mais dependente do setor industrial. Não digo que os serviços ganharam vida própria, mas têm muito mais força e independência que no passado", explicou.

Petrobras

Outro fator de preocupação e que deve deixar o mercado de trabalho menos aquecido são os efeitos da Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção na Petrobras, entre eles a onda de demissões em curso no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Desde a última semana, cerca de 900 trabalhadores já foram demitidos, e os consórcios que compõem o projeto planejam ainda demitir pelo menos mais 1.600.

O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada, disse que ainda não tem cálculos para estimar o quanto o escândalo envolvendo a estatal poderá afetar a economia como um todo, mas afirma que os impactos certamente virão. "A percepção é de que poderá ter um efeito relevante na economia real, principalmente sobre o plano de investimentos da Petrobras e das empresas envolvidas, que estão ligadas a projetos de infraestrutura importantes. Deve travar os planos dessas companhias, muitas delas da construção", analisou. "Tende a agravar mais a situação do mercado de trabalho que se observou ao longo de 2014", afirmou.

A crise na Petrobrás pode prejudicar dois pontos-chave da economia brasileira: os investimentos e o setor externo. A piora provocada pela estatal na economia vai se somar ao cenário já ruim para o ano que vem: a economia brasileira deverá crescer pouco - menos de 1% -, e a inflação continuará pressionada, próxima ao teto da meta. O envolvimento da Petrobrás e grandes construtoras num esquema de corrupção é investigada na Operação Lava Jato. Nas últimas semanas, o agravamento das denúncias tem produzido impactos no andamento dos projetos da companhia.

A Petrobrás detém uma grande fatia dos investimentos programados para a economia brasileira no ano que vem. A estatal planeja investir cerca de R$ 100 bilhões - a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá ficar entre R$ 800 bilhões e R$ 900 bilhões, segundo estimativa da Tendências Consultoria Integrada. "É difícil mensurar quanto desse investimento pode ser realmente afetado, quanto vai deixar sair do papel, mas deve haver algum impacto", afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências.

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O estrago da Petrobrás nos investimentos pode ser ainda pior quando se leva em conta o efeito multiplicador. Para cada real gasto, R$ 1,9 é gerado na economia como um todo. "Se estamos falando (de um peso da Petrobrás) de 10%, com o efeito multiplicador, chega ao redor de 20%", diz a economista. A melhora do investimento se tornou fundamental para o avanço da economia brasileira. Por muitos anos, o consumo das famílias funcionou como o motor do PIB brasileiro, o que não ocorre mais. Dessa forma, era esperado que o investimento suprisse essa lacuna.

Por ora, há um desânimo com o crescimento previsto para a economia do País em 2015. A expectativa do relatório Focus, feito pelo Banco Central, estima um crescimento de 0,69%. Para o economista-chefe do banco de investimentos BTG Pactual, Eduardo Loyo, a crise da Petrobrás adiciona incerteza na economia, num momento em que se esperava uma melhora. O fim do processo eleitoral e a credibilidade do ajuste na política econômica a ser liderado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, eram dois fatores que poderiam trazer confiança. "Há uma quantidade de ruídos e fricções no cenário tanto político quanto empresarial associado a esse caso da Petrobrás. Esse cenário de ruídos e fricções pode acabar tendo sobre o desempenho da atividade, em particular sobre o apetite dos investimentos, efeito semelhante ao que houve ao longo de 2014", diz.

A possível lentidão dos investimentos da Petrobrás também deve tornar difícil a recuperação consistente do comércio internacional, no médio e longo prazo. Neste ano, o Brasil deverá ter um déficit comercial de petróleo e derivados de cerca de US$ 21,5 bilhões, segundo projeções da consultoria GO Associados. Na balança comercial como um todo, o cenário é desalentador. Entre janeiro e novembro, o déficit acumulado é de US$ 4,22 bilhões - o pior resultado para o período desde 1998.

"A empresa poderia reduzir o déficit comercial como forma de compensar o ciclo de baixa de commodities que o mundo vive hoje e que não vai ser equacionado no curto prazo", diz Fabio Silveira, diretor de pesquisas da GO Associados. Colaboraram Daniela Amorim e Vinicius Neder. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ambiente de forte volatilidade no mercado brasileiro provocado pelas eleições presidenciais e o aumento da cautela em relação à economia local não impediu que as receitas dos bancos de investimento crescessem no terceiro trimestre. A expansão se deu em um cenário onde essas instituições enfrentaram maior concorrência com atuação marcante dos grandes bancos de varejo, o que pesou para alguns players, a exemplo do BTG Pactual.

A ausência de emissores na área de renda variável, na qual nenhuma oferta foi registrada no terceiro trimestre, e uma brusca freada nas operações de dívida de longo prazo fizeram com que o segmento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) apresentasse maior atividade. Mesmo assim as eleições tiveram impacto nos negócios, com muitas transações sendo postergadas. Dados da consultoria Transactional Track Record (TRR) mostram que o mercado brasileiro foi palco de 251 transações no terceiro trimestre do ano, 9% a mais do que o registrado no mesmo intervalo do ano anterior. Em valores, as operações no período somaram R$ 57,7 bilhões, crescimento de 90% na mesma comparação.

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O executivo de um banco estrangeiro conta ainda que a maior concorrência entre os bancos no Brasil provocou tal aperto nos fees que o obrigou a ficar fora de algumas operações. De acordo com ele, os bancos de investimento com sede fora do Brasil tiveram, de modo geral, dificuldade de justificar o trabalho na matriz mediante um pagamento muito baixo. "Muitas vezes ficamos de fora. A competição cresceu muito e muitas vezes a matriz não entende porque entrar em uma determinada operação", afirmou ele, lembrando que a maior competição é uma realidade que marca o mercado já há algum tempo, mas que a escassez de operações traz esse efeito à tona.

Do lado dos bancos de varejo que atuam com operações de mercado de capitais, porém, as receitas cresceram. O Bradesco BBI, braço de investimentos do banco, apresentou receitas 95,7% maiores no terceiro trimestre deste ano, para R$ 135 milhões, ante mesmo intervalo de 2013, de R$ 69 milhões. De janeiro a setembro, as receitas do Bradesco com underwriting/assessoria financeira totalizaram R$ 516 milhões, avanço de 24,3% em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 415 milhões.

"O trimestre mostrou concentração de atividade em renda fixa e M&A, como tem sido a tendência desde o início do ano. Acreditamos que isso se mantenha até dezembro, com algumas transações relevantes de M&A ainda por vir", destacou Renato Ejnisman, diretor gerente do Bradesco BBI, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Para Ivan Monteiro, vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil, o ano de 2014 está sendo "desafiador" na área de mercado de capitais. Apesar disso, as receitas do banco de investimento da instituição voltaram a crescer após declinarem mais de 27% no segundo trimestre ante um ano. Esses ganhos somaram R$ 124,6 milhões de julho a setembro, cifra 16,0% maior que a vista no mesmo período de 2013. No acumulado dos nove primeiros meses, o sinal, porém, é inverso. As receita do BB com banco de investimento foram até agora 13,0% menores, totalizando R$ 352,5 milhões.

As receitas do BTG Pactual também estão em queda em 2014. O banco de investimento de André Esteves faturou R$ 410 milhões de janeiro a setembro, montante 6% inferior ao visto no mesmo período do ano passado. No terceiro trimestre, as receitas da área que engloba M&A, ações e dívida recuaram 11% em um ano e 41% ante o segundo. "O ano de 2015 deve ser parecido com 2014, com atividade econômica mais fraca, principalmente no Brasil, mercados emergentes sofrendo um pouco com volatilidade e incertezas, em consequência do cenário econômico indefinido na Europa", avaliou João Dantas, diretor de Relações com Investidores do BTG Pactual, em entrevista ao Broadcast.

Mas se o terceiro trimestre já foi difícil para as originações de renda fixa e variável, os últimos três meses do ano caminham para ser ainda mais parados. Na opinião de profissionais do mercado, faltando poucos meses do fechamento de 2014 e com o cenário externo dando frequentes sinais de indefinição, tanto em relação à Europa quanto à uma mudança de direção no juro norte-americano, será difícil que as empresas se arrisquem a tomar dinheiro por enquanto. Diante de vencimentos ou necessidades urgentes, as empresas optarão por instrumentos de dívida mais curto, por exemplo, rolando notas promissórias. As emissões desses papéis cresceram 37% ao final de outubro ante um ano, para R$ 12,5 bilhões, de acordo com a Cetip.

Levando-se e conta as emissões de debêntures no terceiro trimestre, o volume chegou a R$ 17 bilhões, um dos mais baixos dos últimos sete anos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Somado a um intervalo enfraquecido para as emissões de renda fixa, o trimestre foi marcado pela presença de um número maior de bancos na coordenação das operações, com consequente partilha dos fees, para viabilizar as transações e garantir que fossem distribuídas num cenário de instabilidade dos mercados.

O mesmo cenário é esperado para renda variável. Embora quatro empresas estejam com o pedido de oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a percepção de especialistas é de que a janela não se abra para emissão de ações em dezembro. Além da cautela em relação à economia brasileira, a ausência, até aqui, do nome que irá substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda já interfere na tomada de decisão dos emissores. Se confirmado, o quarto trimestre terá, assim, uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), da Ourofino, que ocorreu em outubro. Dessa oferta foram coordenadores o JPMorgan (líder), Itaú BBA, Bradesco BBI e o BB-Banco de Investimentos.

Para 2015, a expectativa de um exercício sem grandes volumes em renda variável, mas com algumas empresas prontas para abrir capital podendo ingressar na bolsa ao longo do ano. O quadro em renda fixa, segundo executivos do mercado, não deve sofrer alterações nos primeiros meses, salvo operações que podem ser engatilhadas no mercado externo, por conta da grande janela que se abre já em janeiro, quando os gestores fazem as alocações para o ano.

"O mercado não tem mais janelas, tem frestas. Não temos nenhuma necessidade de fazer novas emissões, mas estamos sempre olhando e buscando diversificação. Há um movimento importante na Ásia. Está no momento de voltarmos lá e pensarmos em moedas e investidores", avaliou Monteiro, do BB, em conversa com a imprensa, na semana passada.

A trajetória descendente para o setor industrial permanece, a despeito da sequência de dois resultados positivos na produção, em julho e agosto (ambos com alta de 0,7%), afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. Segundo ele, a queda de 0,1% no índice de média móvel trimestral corrobora essa avaliação.

Além disso, o crescimento de 1,4% no acumulado de julho e agosto não compensa a perda observada entre março e junho, de 3,4%. "São dois meses de resultados positivos na margem da série, mas que precisam ser relativizados na medida em que as quedas observadas em meses anteriores foram mais intensas. O saldo negativo observado entre março e junho suplanta o crescimento desses dois meses, então claro que é uma melhora, mas sobre algo que havia recuado de forma mais intensa", detalhou Macedo.

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"Antes de dizer que a indústria ensaia uma recuperação, é preciso esperar os próximos resultados", destacou o analista do IBGE. "É preciso esperar os próximos meses para entender se esse movimento vai se dar de forma consistente ou não. Em princípio, ele é apenas um crescimento que se dá sobre base mais fraca", disse.

Na última ação de política monetária antes do primeiro turno da eleição presidencial, a diretoria do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11 % ao ano, mesmo nível em que se encontra desde abril. A grande novidade da noite se deve à retirada da expressão "neste momento", que constava nas edições de maio e julho do comunicado do BC. Com esta mudança, analistas do mercado financeiro especulam agora sobre a possibilidade ou não de mudanças na Selic nos próximos meses, em um cenário ainda indefinido.

A opção do BC pela estabilidade se dá em um quadro de recessão técnica, com dois trimestres seguidos de retração econômica, e inflação ainda em patamar elevado em 12 meses, no teto da meta perseguida pelo BC de 6,5%. O veredicto do colegiado, dado esta noite, foi mais uma vez unânime e seguiu à risca o script aguardado pelo mercado financeiro. As 84 instituições consultadas pelo AE Projeções projetaram que a taxa ficaria inalterada nesta reunião. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcado para 28 e 29 de outubro, logo após o segundo turno das eleições.

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O comunicado divulgado pelo grupo após a decisão foi o seguinte: "Avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,00% a.a., sem viés."

Com a retirada da expressão, o BC deixa claro que o momento é de esperar para ver os próximos desdobramentos econômicos. A instituição se fia, por exemplo, em algum progresso na área de crédito que possa surgir com as medidas determinadas ao final de julho e também no início de agosto. A autarquia desmontou todo o arsenal macroprudencial construído em dezembro de 2010. Fez ajustes no recolhimento do compulsório, que é uma reserva que os bancos precisam deixar no BC, e até determinou para essas instituições, de maneira informal e por meio de ferramentas técnicas, uma meta de crescimento de 20% do crédito para automóveis em relação ao primeiro semestre de 2014.

A reunião desta noite tornou-se, então, a quarta seguida em que o juro está no patamar de 11%. A última vez que isso ocorreu foi de outubro de 2012 a março de 2013, quando a Selic ficou estacionada em 7,25% ao ano. Pelo levantamento feito pelo AE Projeções, será um longo caminho que a Selic percorrerá no atual patamar. Para 73 de 80 instituições financeiras, este ano se encerrará com a taxa em 11% - as demais acreditam em alguma alta (de diferentes magnitudes) até dezembro.

O antropólogo Gilberto Velho utiliza o termo sociedades complexas para qualificar os agrupamentos humanos contemporâneos. O brilhante antropólogo discorre sobre escolhas individuais, status social, ações, significados e símbolos para evidenciar as razões das atuais sociedades serem complexas. E, por consequência, requererem árduo esforço intelectual para serem compreendidas.

A dinâmica da eleição presidencial de 2014 sugere complexidade? Sim. As pesquisas quantitativas revelam que existem riscos e oportunidades para os três principais competidores. E que Dilma, apesar dos riscos, continua a ter frágil favoritismo de vencer a disputa no primeiro turno. Esta última afirmação não se baseia, exclusivamente, na intenção de votos, mas em outros indicadores que sugerem, inclusive, a utilização do método qualitativo para que conclusões interpretativas se consolidem.

Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o instituto MDA revela que a avaliação positiva da presidente Dilma Rousseff é baixa: 36,4%. Assim como a negativa: 24,8%. Então, qual é a avaliação da gestão da presidente Dilma, se 37,9% a classificam como regular? Neste sentido, os eleitores sugerem ao estrategista que estão em dúvida quanto a que posição tomar em relação à avaliação do gestor. O regular está presente no centro de uma linha imaginária, onde os extremos representam aprovação ou reprovação.

Campanhas importam. Tal premissa é verdadeira. Campanhas importam para todos os competidores. Esta premissa também é verdadeira. Portanto, Dilma tem condições de conquistar eleitores que hoje classificam o seu governo como regular. E Aécio e Campos também. Este é o dado. Não se pode afirmar, exclusivamente, que os oposicionistas conquistarão eleitores quando a campanha televisiva começar.

Potencial ameaça para Dilma foi revelada pela pesquisa CNT/MDA: 77,2% dos eleitores consideram que o custo de vida aumentou. Este indicador é o adequado para prever a escolha dos eleitores diante da conjuntura econômica. Esqueçam a variação do PIB. Eleitores têm sentimentos. Portanto, se eles “sentem” que estão perdendo poder de compra e a responsabilidade da perda é do presidente, eles podem vir a escolher um opositor à Dilma no dia eleição.

Oportunidade para Dilma e risco para a oposição: 35,2% dos eleitores desejam que o próximo presidente continue totalmente ou com a maioria das ações da atual presidente. Este dado sugere que 35,2% dos eleitores desejam continuidade. E se existe o instrumento da reeleição, estes eleitores tendem a votar em Dilma - Hipótese.

Outro dado relevante: 25% (CNT/MDA) desejam que algumas ações da atual presidente continuem, mas que a maioria delas mude. Mas, se os eleitores imaginarem, no decorrer da campanha, que poderão perder conquistas já alcançadas? Então, diante deste contexto, é adequado considerar que: 60,2% dos eleitores desejam continuidade e mudanças pontuais e que, não necessariamente, o presidente deva ser trocado.

Portanto, não concentro meus olhos em apenas uma única hipótese, qual seja: 62,2% dos eleitores desejam mudança. A pesquisa CNT/MDA mostra que 37,2% dos eleitores desejam que o próximo presidente mude totalmente a forma de governar. Este é o universo real de eleitores que almeja mudança. E Aécio e Campos já conquistaram este universo.  

Eduardo Campos, desconsiderando as variáveis geográficas, tem uma vantagem sobre Aécio Neves: 29,1% não conhece o presidenciável do PSB. Isto significa que ele pode crescer. Mas tal dado sugere também que à medida que ele se torne conhecido, a sua rejeição possa vir a aumentar. Por fim, constato que PSB e PSDB estão brigando, ainda, pela mesma fatia do eleitorado. Nenhum deles conseguiu conquistar eleitores de Dilma, a qual tem intenções de voto, considerando várias pesquisas recentes, entre 40% a 45%. 

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