Mais um Corredor Exclusivo de Ônibus está sendo construído no Grande Recife com a proposta de desafogar o trânsito na região. O Corredor Norte-Sul, que ligará o município de Igarassu à capital pernambucana, irá passar pelas cidades de Abreu e Lima, Paulista e Olinda. São 33,2 km de percurso com 33 estações e a expectativa de atender a uma demanda de 180 mil passageiros quando a via estiver funcionando.
O pontapé inicial das obras foi dado no início de janeiro deste ano, mas a construção do corredor vem dividindo opiniões entre a população da Região Metropolitana do Recife (RMR). Há os mais confiantes, que acreditam na finalização e funcionamento da via, e os mais desacreditados, que não botam "tanta fé" nas promessas feitas pelo Governo pernambucano.
##RECOMENDA##
O eletricista Amaro Alves (foto), 55 anos, forma o time dos confiantes no projeto e que acreditam no prazo final estipulado para o término do corredor - 2013. “Se a montagem for realmente essa que está sendo proposta eu acho que o trânsito vai melhorar bastante”, afirmou.
Dividindo a mesma opinião, está o comerciante Ednaldo José da Silva, 39, que alega que as melhorias virão, mas não apenas com as obras de mobilidade urbana. “Além dos corredores é preciso haver uma mudança no comportamento da população, que deve deixar o carro em casa e passar a utilizar mais o trânsporte coletivo”, pontuou.
Ao contrário deles, a operadora de caixa, Monique Cristina da Silva (foto), 25, não se sente tão confiante assim. “Nosso Estado não tem capacidade para melhorias porque promessas são feitas, mas nunca são cumpridas”, declarou. Assim como a operadora, o autônomo Paulo Sérgio da Silva, 38, foi taxativo em afirmar que o trânsito da RMR não tem solução.
Além de amenizar o congestionamento na RMR, a proposta do governo, com a construção do corredor, é diminuir significativamente o tempo de viagem na ida e volta para casa. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria das Cidades, “o cálculo é que aja um ganho de tempo de 15 minutos por viagens, fazendo com que, ao longo de um ano, as pessoas tenham um ganho de dez dias fora de um ônibus”. Para o comerciante Ednaldo José da Silva (foto), essa economia só acontecerá se a quantidade de ônibus já existente da região for fortalecida.
O Corredor Norte-Sul terá início no Terminal Integrado de Igarassu e seguorá até a Estação Central do Metrô, no centro do Recife, passando pela PE-15, Complexo de Salgadinho e pela avenida Cruz Cabugá. Além da via, um viaduto e um elevado serão construídos nos Bultrins e outro no bairro de Ouro Preto, em Olinda. A obra deverá ser concluída em 18 meses.
Ainda de acordo com a Secretaria das Cidades, os ônibus que vão operar neste e nos demais corredores (que estão sendo implantados na RMR) irão operar no sistema de Transporte Rápido de Ônibus (TRO), onde os coletivos são articulados e menos poluentes. Os ônibus irão trafegar em faixas exclusivas, com tarifas cobradas antes de o passageiro entrar nos coletivos e os embarques e desembarques serão feitos em estações construídas no mesmo nível dos ônibus, agilizando o tempo de parada dos veículos.
A construção do Corredor Norte-Sul está sendo executada pelas empresas consorciadas EMSA-ATERPA, ganhadoras da licitação. O investimento total da obra será de R$151 milhões.
Interdições – Devido às obras de construção do Corredor Norte-Sul, no último dia 25 de janeiro, dois novos trechos da BR-101 e da PE-15 foram interditados. A primeira intervenção tem início na UPA de Igarassu até a saída de Abreu e Lima. O outro trecho compreende o espaço entre a entrada de Abreu e Lima e o Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista.
Por conta das interdições, 12 linhas de ônibus tiveram os seus itinerários desviados, passando a obedecer 16 paradas provisórias. As mudanças acabaram ocasionando transtorno para alguns dos usuários do sistema de transporte público da região. O autônomo Paulo Sérgio, por exemplo, se sentiu lesado com a alteração. “Essas obras estão atrapalhando bastante. Quando os ônibus paravam no corredor eles obedeciam mais. Agora, com essa mudança, eles acabam queimando as paradas”, reclamou. Já para Monique Cristina, as mudanças foram positivas. “Achei bem melhor esse novo ponto. Além de ser mais fácil o acesso, fica menos perigoso para a gente fora do corredor”, explicou.