Tópicos | Deficientes auditivos

Na próxima quinta-feira (26) é comemorado o Dia Nacional dos Surdos. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 5,8 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva. Porém, isso não significa que todas elas nasceram com a deficiência algumas pessoas podem perder a audição no decorrer da vida. “Entre as crianças que nascem deficientes auditivas, pode ser o caso de uma má formação ou lesão no aparelho auditivo. Pacientes que tiveram caxumba, por exemplo, podem ter perda auditiva ou quando consomem algum medicamento muito forte”, afirma a otorrinolaringologista Silvia Marine Fernandes Monteiro.

Uma das alternativas para os surdos são as próteses auditivas, que amplia os sons, hoje, eles podem ter conexão até com eletroeletrônicos como televisão, celular e notebook. Além do implante coclear, que são usados para perdas severas e profundas de audição. “Ele é um dispositivo eletrônico que fica parcialmente implantada e a outra parte fica externa. A audição é bem próxima ao fisiológico e é melhor que uma prótese auditiva” explica Silvia.

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A designer Andréa Cardoso, 34 anos é mãe das gêmeas Luiza e Clara, de 1 anos e 6 meses. As meninas são prematuras extremas, logo após a saída da UTI foi feito o exame da orelhinha quando foi identificado a deficiência auditiva profunda em ambas. Depois de vários exames, as meninas passaram por uma cirurgia de implante coclear, no mês de junho. Em seguida começaram os testes com o aparelho. “O médico otorrinolaringologista das meninas foi muito transparente comigo e com o meu marido sobre a cirurgia. O processo cirúrgico foi muito sossegado, elas reagiram bem”, lembra.

Luiza e Clara com os pais após o implante coclear | Foto: acervo pessoal 

Mesmo conhecendo os sons depois de um ano de vida, Luiza e Clara têm uma boa adaptação com os implantes, porém, ainda é necessário acompanhamento com fonoaudiólogos. “Elas ainda estão associando os sons, pois tudo é uma novidade para as meninas. Existem alguns exercícios que fazemos em casa para estimular cada vez mais”, conta Andréa.

Segundo a otorrinolaringologista Silvia, antes do implante todos os deficientes auditivos passam por exames para saber se é possível realizar o procedimento cirúrgico, já que existem casos irreversíveis. “Nem todos os surdos podem fazer cirurgias para correção, as pessoas que possuem ausência total de audição não podem fazer cirurgias cocleares”, conclui.

 

Em silêncio. É assim que começa a entrevista do LeiaJa.com com um grupo de alunos do terceiro ano da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Ginásio Pernambucano, no Recife. Jadilson Paulo da Silva, 18, Matheus Ferreira, 21, Ana Raquel Santos, 17, e Victor Mateus Pereira, 19 anos, são quatro dos 3.860 candidatos com surdez ou deficiência auditiva que irão fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos próximos dias 4 e 11 de novembro.

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Jadilson (foto) ainda não tem certeza, mas pretende fazer  graduação em química. Sua segunda opção é Letras/Libras. Também indeciso, Matheus pensa em medicina veterinária. Já Ana Raquel busca ser aprovada em um curso que envolva desenho artístico ou gastronomia. Victor, por sua vez, está dividido entre três graduações: enfermagem, dança ou design. Mesmo com áreas tão diferentes, os quatro amigos têm uma coisa em comum: as dificuldades e incertezas em relação à redação do Enem.

“[O Enem] É um pouco difícil por conta da redação, que deve ser escrita em português. A comunicação em Libras é muito boa, mas quando chega no português complica um pouco, para mim fica muito difícil saber qual palavra escrever”, conta Jadilson, diagnosticado com surdez severa.

Pelo fato de a comunicação dos surdos ou deficientes auditivos ser realizada por meio da Libras e traduzida para o português, alguns elementos saem do contexto e perdem o sentido. Isso ocorre com mais força, de acordo com os estudantes, quando acontece o inverso. “Às vezes a pessoa sabe Libras, mas não sabe português. Às vezes sabe português, mas não consegue se comunicar em Libras. Se não existissem tantas barreiras e Libras fosse aprendida desde criança, seria muito importante”, argumenta Matheus Ferreira.

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Não somente Jadilson, mas todos seus outros amigos apontam o mesmo problema. Escrever é um trabalho dobrado e que afeta o desempenho na prova. Além disso, a dificuldade no estudo também é ponto negativo. “Para quem é ouvinte, a cartela de formas de estudar é bem maior do que para quem é surdo e isso é uma dificuldade para gente”, aponta Ana Raquel, que tem surdez moderada.

Por isso, os estudantes precisam atravessar barreiras muito além das dificuldades em matemática, física ou literatura, por exemplo, comuns aos alunos ouvintes; eles são postos a, primeiramente, tentar superar as dificuldades de comunicação para, assim, entender os conteúdos de cada disciplina. “Eu tenho muita dificuldade, acredito que se Libras fosse ensinado para a gente desde criança, seria uma grande diferença, sendo Libras a primeira língua e português a segunda”, explica Victor Matheus.

Intérprete do Ginásio Pernambucano há dois anos, Ari Tiago da Silva enxerga que o problema dos estudantes está na interpretação. “Depende muito do tradutor, da forma como ele passa o conteúdo para o aluno. Às vezes não há tradução na palavra e ele tem que arrumar uma forma de explicar”, ressalta.

Desde 2017, ano em que o tema da redação abordou as dificuldades educacionais dos surdos no Brasil, o Enem disponibiliza um auxílio de acessibilidade, a vídeoprova em Libras. Nos anos anteriores, com auxílio de um tradutor, o aluno surdo poderia tirar algumas dúvidas em relação à avaliação. Victor Matheus tenta pela terceira vez o Exame e afirma que a diferença entre a prova escrita e a vídeoprova é decisiva para o desempenho. “O tradutor não podia me dizer muita coisa, apenas tirar dúvida em algumas palavras, mas nem sempre poderia dizer o que eu questionava”, explica.

Apesar do novo recurso, os outros tradicionalmente oferecidos, o tradutor-intérprete de Libras e a leitura labial continuaram sendo oferecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Este ano, 5.513.712 de candidatos confirmaram a inscrição para as provas. Desses, 2.415 tiveram atendimento aprovado para deficiência auditiva e 1.445 para surdez.

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Fundador do Instituto Inclusivo Sons do Silêncio, o músico profissional e pedagogo Carlinhos Lua decidiu investir na carreira de professor de música para pessoas com deficiência. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

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A mistura das melodias dos instrumentos musicais ultrapassa as portas do auditório e ecoa por todo o primeiro andar do Centro Cultural dos Correios, no bairro do Recife Antigo. Dó, ré, fá, sol e outras notas musicais são assimiladas e cada particularidade das vibrações das ondas sonoras passam literalmente pelo corpo, através da pele e ossos. Nas tardes das terças e quintas-feiras, a música tem um significado especial para cerca de 15 crianças participantes das aulas gratuitas. Eles não conseguem ouvir da forma tradicional porque são surdos, mas sentem na pele a pulsação dos acordes que aprendem a praticar com o professor Carlos Alberto, 49, conhecido como Carlinhos Lua.

Fundador do Instituto Inclusivo Sons do Silêncio, o músico profissional e pedagogo Carlinhos decidiu investir na carreira de professor de música para pessoas com deficiência em 2015, ano em que o instituto foi fundado. No início do projeto, o maestro dava aulas para deficientes auditivos adultos, pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências. Mas, em dezembro de 2017, ele iniciou um novo desafios com crianças surdas. Segundo o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Goegrafia e Estastística (IBGE), 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Dessas, 2.147.366 milhões apresentam deficiência auditiva severa, situação em que há uma perda entre 70 e 90 decibéis (dB). Cerca de um milhão são jovens até 19 anos.

A capacidade de “sentir” o som é tema da pesquisa de Dean Shibata, da Universidade de Washington. O cientista americano afirma que pessoas com deficiência auditiva podem apreciar a música da mesma maneira que as que ouvem com perfeição porque a área do cérebro dos ouvintes que percebe a música é a mesma com que os surdos percebem a vibração. Essa pesquisa impulsionou o músico Carlinhos a se dedicar ao ensino da música, com vários instrumentos musicais, aos surdos. Ele queria quebrar o tabu de que deficientes auditivos só poderiam aprender instrumentos de percussão.

Nas tardes das terças e quintas-feiras, a música tem um significado especial para cerca de 15 crianças participantes das aulas. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O professor se aprofundou nas pesquisas e conheceu o método Tadoma, em que a pessoa surdo-cega coloca o polegar na boca do falante e os dedos ao longo do queixo. Dessa forma, eles conseguem sentir a vibração das cordas vocais. As aulas para a criançada são gratuitas, têm duração de três horas, das 14h às 17h, e as mães acompanham a felicidade dos jovens ao aprender os novos acordes e ter contato com o violões, violinos, saxofones, flautas e outros instrumentos.

A ideia do projeto é ensinar música para mais pessoas com deficiência e alfabetizar em Libras para formar a Primeira Banda Filarmônica Inclusiva do Brasil. “A educação inclusiva é essencial na formação e construção do caráter, e através do ludismo da música, levamos aprendizados importantes para essas pessoas”, explicou Carlinhos Lua. Ele lamentou, no entanto, que o sonho de montar a orquestra teve que ser paralisado porque muitos alunos sequer sabiam se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais e por isso, precisa ensinar antes para que eles compreendam as aulas de música. Somente em 2002, por meio da sanção da Lei n° 10.436, a Libras foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no país.

Enquanto as filhas se divertem na aula, a mãe Andreza Jacira, 32, acompanha o desenvolvimento delas ao lado de outras mães nas cadeiras do auditório do Centro Cultural dos Correios. Mãe de Isabelle e Izadora, gêmeas de oito anos, ela conta que passou a frequentar o curso de música há seis meses. “Eu tenho duas filhas, uma delas é ouvinte e a outra é deficiente auditiva, mas trago as duas para a aula”, disse Andreza.

Ela pontua que quando as meninas nasceram não sabiam da deficiência de uma delas. Ainda bebês, as garotas passaram por um teste de orelhinha e foi detectado que uma delas estava com a audição ausente. “Com o passar dos, anos tivemos certeza de que Isabelle era surda, já que Izadora começou a falar de tudo e a irmã nada. Fui em muitos médicos para tratar e nos indicaram uma fonoaudióloga. Foram anos de luta para encontrar uma escola inclusiva que fosse de qualidade”, relatou.

Desde que começou a trazer Isabelle nas aulas, Andreza conta que a evolução é notável em casa e na interação com os instrumentos. “Ela ama o saxofone e essas aulas têm feito muito bem para as duas. Elas se ajudam”, explicou. A mãe afirmou, no entanto, que são muitas dificuldades para encontrar espaços inclusivos em Pernambuco. “Procurei o Centro de Referência de Assistência Social do Recife para inscrevê-la em atividades esportivas, mas estamos na lista de espera. Nossa família ainda está se habituando, com o passar dos anos estamos aprendendo libras e buscamos nos aperfeiçoar no assunto”, contou.

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A doméstica Angélica da Silva, 38, foi a primeira que matriculou Gabriel Silva, 11, nas aulas de música para surdos. Ela se orgulha de ter trago muitas outras mamães e alunos com deficiência para a sala de aula do professor Carlinhos. Aos quatro anos, Gabriel fez um implante coclear, dispositivo médico eletrônico para pessoas com perda auditiva de grau severo a profundo. “Ele hoje consegue ouvir se tiver com o aparelho e as aulas têm sido maravilhosas para o meu filho. Ele se sente integrado”, afirmou.

Carlinhos destaca que seu sonho de ensinar surdos a teoria e prática da música, através das partituras, tem se tornado realidade a cada ano. Mas, como o projeto é ambicioso, necessita de investimentos e dinheiro para que seja tocado em frente. “Como eu não tenho apoio financeiro, criei um curso de Libras pago - R$ 60 mensais - para ajudar nos custos. Muitos instrumentos são doações e outros tivemos que comprar, o Governo de Pernambuco conhece o meu projeto, mas só faz bater nas costas e dizer que é lindo, ajudar que é bom, nada”, declarou o professor.

A pesquisadora Haguiara Cervelline diz que musicalidade é a possibilidade que o homem tem de expressar a música interna, ou entrar em sintonia com a música externa, por meio do seu corpo e seus movimentos, por meio da sua voz, cantando, do tocar, do perceber um instrumento sonoro musical ou não, ou de uma escuta musical atentiva. Isto é, a música é para todos, sejam ouvintes ou surdos.

O Cine Às Escuras - Mostra Erótica de Cinema torna a sétima arte mais acessível a deficientes visuais e auditivos através da presença de audiodescritores, locutores, intérpretes/tradutores de Libras, legendistas e consultores com deficiência visual e surdos. Sua segunda edição será entre os dias 4 e 8 de julho, no Recife, com sessões no Cinema do Museu (Fundaj).

O evento exibirá na Fundaj curtas de diversas regiões do país, selecionados pela cineclubista Amanda Ramos, pela jornalista e educadora sexual Julieta Jacob, pela professora de comunicação da UFPE Cristina Teixeira e pela curadora Sara Mabel. São eles: Através, de Amina Jorge (SP); Baunilha, de Léo Tabosa (PE); Cítrica, de Marjory Kumabe (SP); Como Era Gostoso Meu Cafuçú, de Rodrigo Almeida (PE); O Corpo Nu, de Diego Carvalho Sá (SP); Plutão, de Daniel Nolasco (RJ); Tupinikuirs de Jefferson Grochovski (PR)

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Além disso, será exibido o longa Batguano (PB), de Tavinho Teixeira, que retrata as aventuras noturnas de Batman e Robyn, que saem à procura de michês em um futuro apocalíptico.

 

Desde crianças, eles superaram as dificuldades da deficiência auditiva para estudar e na edição de 2016 estiveram entre os 77 candidatos de todo o País que tiraram nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Bernardo Manfredi, de 19 anos, foi aprovado em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na PUC-Rio. Rodrigo Andrade, de 17, em Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Mackenzie.

Manfredi foi vítima de uma infecção em uma maternidade em Cabo Frio e os médicos chegaram a dizer que ele não sobreviveria. Depois de ser transferido para outro hospital, passar por cirurgia e receber doação de sangue da irmã mais velha, teve alta. Como sequela, foi diagnosticado com surdez severa nos dois ouvidos, disgrafia profunda (dificuldade na escrita) e transtorno psicomotor nas mãos e nos braços.

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"Os médicos deram diagnósticos horríveis, diziam que ele não faria nada sem mim. Mas insisti muito para estimulá-lo, ele é um milagre", contou Carmem Pereira, de 61 anos, mãe do jovem.

Desde pequeno, ele estudou em escolas públicas do Rio, onde enfrentou muitas dificuldades. Teve a matrícula rejeitada no início e sofreu bullying. "No começo, ficava na sala com ele durante toda a aula. Cheguei a entrar na escola para defendê-lo de outras crianças, mas também encontramos professores ótimos, atenciosos."

Quando estava no 9.º ano, Manfredi conseguiu uma bolsa de estudos no colégio particular Palas. Ele conta que, apesar de nunca terem dado aula para deficientes auditivos, os professores o acolheram muito bem. "Eles sempre falavam olhando para mim e repetiam quando eu pedia. Eles tinham consciência das minhas dificuldades, mas nunca me tratavam como incapaz. Pelo contrário, sempre me estimulavam a estudar mais." Manfredi usa aparelho auditivo e faz leitura labial.

Mesmo com dores nas mãos, o jovem conta que escrevia três ou quatro redações por semana - foram 130 durante todo o ano. Ele diz que ficava bravo por nunca conseguir tirar nota máxima e ela só veio no Enem. "A insistência me levou a tirar mil."

Ele conta ter escolhido cursar Filosofia por acreditar que pode, por meio dela, ajudar a humanidade. "A Filosofia infelizmente não tem o respeito que merece. Até mesmo minha família questionou minha escolha, mas eu acho que o País precisa de pessoas que realmente tenham coragem para inovar. Eu quero inovar a Filosofia. Quero mostrar que ela está em tudo que vivemos, assim como ela é (importante) para mim." Ele se matriculou na PUC-Rio, onde conseguiu uma bolsa integral.

Livros. Já Andrade foi diagnosticado aos 5 meses com deficiência auditiva em decorrência de uma meningite. Com a ajuda da família, dos professores e de uma fonoaudióloga, ele sempre foi bem nos estudos no Volégio Pentágono, em São Paulo, que frequentou desde o maternal. "Ele sempre foi ótimo aluno, dedicado e sempre adorou ler. Todo livro que os professores mencionavam em sala, ele pedia para eu comprar. Acho que isso o ajudou a ir bem na redação", afirmou a mãe, Regiana Andrade, de 48 anos.

Andrade usa aparelho auditivo e faz leitura labial, mas, no ano passado, os professores do colégio passaram a usar um equipamento com frequência modular para que pudesse ouvir com clareza. "A escola se dedicou para que ele aprendesse da melhor forma."

O Recife recebe na próxima quinta-feira (21), às 17h, a primeira  Taça Cochlear. A competição é direcionada para pessoas com perda auditiva profunda, mas que usam implante coclear, e tem o objetivo de gerar um diálogo sobre o tratamento.

O evento será realizado no Clube Alemão, localizado na Estrada do Encanamento, 216, bairro de Parnamirim, Zona Norte do Recife. Os interessados podem se inscrever de forma gratuita até a manhã da quinta-feira, pelo e-mail e-mail fernando.armando@politecsaude.com.br ou pelos telefones (81) 98663-2438 / 3427-2438 / 3032-4049.

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Outras capitais brasileiras também contarão com a competição, de forma simultânea com a ação recifense. Sobre o implante coclear, ele atua por meio de estimulação elétrica direta das fibras do nervo auditivo, com a atividade de eletrodos, ajudando pacientes com ouvido interno danificado. Dessa forma, ele oferece informação sonora aos usuários e ajuda no processo de comunicação. 

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O coletivo Fotolibras leva para o Rio de Janeiro a exposição Por Contato, produzida pelos alunos da instituição. Sob o olhar dos portadores de deficiência auditiva, a mostra é composta de imagens embasadas  nas ações realizadas pelo coletivo, como buscas pessoais, rodas de diálogos, debates e troca de experiências entre os arte-educadores e os fotógrafos.

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Com o objetivo de promover a valorização da diversidade, a exposição busca incentivar  a integração entre a comunidade surda e a produção cultural, levando em consideração metodologias de ensino que facilitem a compreensão do grupo. “Diferentes públicos exigem diferentes abordagens, independentemente de serem surdos ou ouvintes. No caso do surdo, existem especificidades relativas à língua. Desenvolvemos, por exemplo, um glossário de termos técnicos da fotografia que não existia em Libras, comentou Eduardo Queiroz, integrantes do GEMA, entidade pernambucana focada em atividades para inclusão visual.

A exposição Por Contato fica em cartaz até o dia 5 de julho, no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). A ação conta com o patrocínio do FUNCULTURA e da Secretaria de Cultura de Pernambuco. As fotos foram selecionadas pelos fotógrafos e arte-educadores do GEMA, Mateus Sá, Vládia Lima, Rachel Ellis e Eduardo Queiroga.

 

Deficientes auditivos poderão contar com atendimento dos Correios na Língua Brasileira de Sinais (Libras). O projeto Libras nas Agências, que visa capacitar os funcionários para se comunicarem por meio da linguagem das mãos, foi lançado na manhã desta sexta (26), Dia Nacional dos Surdos. 

Durante o evento, também foi apresentado um projeto que visa criar uma terminologia específica para os surdos, a ser utilizada nos produtos dos Correios. Segundo Carlos Pereira, gerente de Educação Corporativa dos Correios em Pernambuco, a iniciativa ainda está em desenvolvimento. “Nosso Estado é o único a elaborar esse tipo de projeto e os sinais estão sendo criados pelos próprios deficientes visuais. Quando estiver concluída, a proposta será apresentada na empresa a nível nacional, para solicitarmos que os símbolos criados sejam inseridos na Linguagem Brasileira de Sinais”, explica o gerente. 

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Sobre o projeto Libras nas Agências, Carlos diz que a expectativa é ter pelo menos um funcionário do setor comercial apto em todas as agências dos Correios até o fim do primeiro semestre de 2015. A capacitação vai abordar recursos básicos para proporcionar o diálogo com os clientes e até agora, mais de 200 atendentes foram treinados.

“Até outubro, esperamos que 100% das agências da Região Metropolitana do Recife (RMR) tenham pelo menos um funcionário apto a se comunicar com a população surda”, informa o gerente. 

Por Ariana Pinheiro

Candidatos com deficiência auditiva terão duas horas a mais para responder as questões dos Processos Seletivos 2013 da Universidade do Estado do Pará (UEPA), que começa neste domingo (2). Essa é uma das medidas estabelecidas pela comissão designada pela Reitoria da universidade, visando o ingresso de candidatos surdos na instituição. 

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As provas serão aplicadas das 8h às 13h. Porém, os candidatos com essa limitação têm até as 15h para responderem as questões. Além disso, outra iniciativa da comissão é traduzir o comando da redação para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), com o auxílio de um professor do curso de Letras/Libras.

Este ano, o processo de interpretação das provas será feito somente 30 minutos após a entrega aos candidatos surdos, para que os intérpretes possam se familiarizar com as perguntas que precisarão traduzir quando solicitados. Aos intérpretes, e somente a eles, será permitido o manuseio do dicionário Libras/Português e Português/Libras. “O dicionário é instrumento de trabalho do intérprete para realizar a contento a tradução e como não será manuseado pelos alunos não estará se ferindo nenhuma isonomia, nem dando aos candidatos qualquer vantagem que antes o edital já não consignasse, pois o que se obterá com o uso do dicionário é a melhoria da função de traduzir”, justificou Wenceslau Otero Junior, vice-presidente da comissão de aperfeiçoamento do Processo Seletivo 2013 da UEPA.

Estas inovações são fruto de um planejamento da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) frente às demandas da categoria que pleiteava o aperfeiçoamento do sistema para garantir uma concorrência mais justa entre os candidatos deficientes e não deficientes. “A universidade já vem oferecendo aos seus candidatos o suporte especial para realização das provas, por meio da disponibilização de intérpretes de Libras, Braile e provas ampliadas, e a cada ano implementamos melhorias para o atendimento à comunidade”, ressaltou a pró-reitora de graduação, Ionara Terra.

As provas do Processo Seletivo da UEPA vão ocorrer nos dias 2, 3 e 16 de dezembro, das 8h às 13h, de acordo com o horário de Belém. Os candidatos inscritos pelo Prosel fazem as três etapas em apenas um ano. Já os do Prise devem comparecer aos locais de prova somente no dia destinado à etapa em que estão concorrendo. Os portões serão abertos às 7h. 

No dia da prova, os candidatos deverão ter em mãos documento oficial com foto, como a carteira nacional de habilitação (novo modelo), carteira de identidade ou carteira de trabalho. Não será aceito CPF, títulos eleitorais, carteira de estudante ou quaisquer documentos ilegíveis ou fotocópias. Caso o candidato esteja impossibilitado de apresentar os documentos originais por perda, roubo ou furto será necessário apresentar um atestado de registro da ocorrência em órgão policial, expedido há, no máximo, 90 dias.

A Justiça Federal em São Paulo determinou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) exija, nos filmes que financiar, a inclusão de legendas ocultas (closed captions). A decisão da juíza substituta da 23ª Vara Cível Fernanda Soraia Pacheco Costa diz que em 60 dias os editais do banco deverão passar a exigir as legendas de apoio para deficientes auditivos.

A decisão atende a um pedido de tutela antecipada do Ministério Público Federal para garantia do cumprimento do dever constitucional de inclusão das pessoas com deficiência auditiva, oferecendo acesso à cultura.

A juíza entendeu, no entanto, que a inclusão de legendas abertas seria prejudicial às produções cinematográficas brasileiras, porque impossibilitaria que os filmes fossem assistidos sem legendas. Por isso, a magistrada preferiu seguir a sugestão da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), que apontou as closed captions como uma medida eficaz.

A magistrada Fernanda Costa destacou ainda que já existe uma lei que determina que as salas de cinema possuam meios eletrônicos para permitir o acesso às pessoas com esse tipo de deficiência. A juíza pondera, entretanto, que não há produção de filmes legendados para atender à legislação.

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