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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que 60 candidatos tiraram nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023.

Na edição anterior, em 2022, apenas 18 candidatos alcançaram a nota máxima. 

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Os números mostram que, do total de 60, apenas quatro candidatos são oriundos da rede pública de ensino, sendo que 40% do total dos estudantes que participaram do exame nacional são da rede pública. 

Tema 

Para o diretor de Avaliação da Educação Básica do Ministério da Educação, Rubens Lacerda, o principal motivo para o aumento de notas mil na redação foi o tema: desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.  

“Foi um tema relevante socialmente, discutido amplamente. Isso permitiu que as pessoas tivessem condição para discutir esse tema com, não vou dizer facilidade, mas uma certa fluidez. E isso permitiu o aumento das notas mil este ano.” 

 

Um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Esta é a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deverá ser feita no próximo domingo (5) pelos 3,9 milhões de candidatos inscritos para as provas deste ano.

Gabaritar a redação não é tarefa simples, é preciso seguir à risca o que é exigido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas também não é impossível. Ana Alice Azevedo, de Niterói (RJ), e Luiz Santos, de Manaus (AM), obtiveram a tão sonhada nota mil no Enem 2022. Eles contam como se prepararam para essa prova e qual foi o diferencial dos textos que escreveram e que mereceram a nota máxima.

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“Saí da prova sabendo que tinha feito um bom texto, que tinha feito um bom trabalho. Eu estava bem feliz com o texto que tinha feito, estava esperando um bom resultado, mas não estava esperando a nota mil. Realmente foi algo bem surpreendente”, diz Santos, que é atualmente aluno de engenharia da computação na Universidade de São Paulo (USP).

O estudante, que cursou o ensino médio na Escola IDAAM, em Manaus, não apenas fez uma boa prova, como a redação que escreveu no Enem 2022 está na Cartilha do participante, do Inep, disponibilizada para quem vai fazer o Enem 2023. A cartilha traz orientações específicas para a prova da redação.

O tema da redação em 2022 foi Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. No total, dos 2,3 milhões que fizeram a prova, apenas 32 tiraram a nota mil, segundo dados do Inep. Para falar sobre o tema, Santos citou a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), a Constituição Federal de 1988 e ainda a série Aruanas, que aborda as dificuldades enfrentadas por mulheres que lutam contra esquemas criminosos na Amazônia.

Como solução para o problema, parte exigida pelo Inep, ele propõe que o governo federal promova o enrijecimento de punições e o fortalecimento da fiscalização das práticas ilegais nos ecossistemas e garanta a continuidade dos conhecimentos socioculturais com o incentivo à demarcação dos territórios e à atualização da legislação vigente.

Segundo Santos, conhecer e seguir as regras do exame foi um dos fatores que fez com que ele tirasse boa nota. “Acredito que meu texto tenha seguido todos os requisitos que o Inep cobra para a redação atingir a nota mil. Ter, no mínimo, duas propostas de intervenção, bem colocadas, bem desenvolvidas, explicando como vai fazer, quem vai fazer, por meio do que e com qual objetivo. Dois parágrafos de desenvolvimento, com repertório sociocultural, bem escritos e com introdução sucinta. Acredito que esse conjunto de coisas foi o diferencial da redação”, diz o estudante.

Uma redação por semana

Para a estudante Ana Alice Azevedo, ex-aluna do PB Cursos, em Niterói, o diferencial para um bom desempenho foi a prática constante. Ela escrevia uma redação por semana para se preparar para a prova. “O diferencial foi a prática constante. Como eu fazia muita redação, já sabia na hora como fazer. O tema não foi uma surpresa muito grande, já tinha feito uma redação com tema parecido [durante os estudos], sabia como prosseguir”, diz. Foram três anos de cursinho até que conseguiu a aprovação que queria, no curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Outro diferencial para a redação é o bom texto, o domínio da língua portuguesa. De acordo com a estudante, a prática constante também ajuda nesse quesito. Além disso, leituras e buscas por referências, tanto na literatura, quanto no cinema, na legislação. “A prática regular ajuda a ter a estrutura consolidada e regras quea  redação exige consolidadas. Além disso, a bagagem cultural, o repertório para usar no texto, acaba diferenciando a redação. Ler muitos livros e estar atualizado sobre as notícias”.

Orientações do Inep

A cartilha do participante traz mais detalhes de como deve ser a estrutura da redação, além dos exemplos comentados de redações que obtiveram a nota máxima. “Com base na situação-problema, você deverá expressar sua opinião, ou seja, apresentar um ponto de vista. Para isso, inicie o texto apresentando seu ponto de vista, desenvolva justificativas para comprovar esse ponto de vista e elabore conclusão que dê um fechamento à discussão proposta no texto, compondo o processo argumentativo”, explica.

Outra orientação do Inep é ler atentamente o que a prova está pedindo. “Para alcançar bom desempenho na prova de redação do Enem, você deve, antes de escrever seu texto, fazer uma leitura cuidadosa da proposta apresentada, dos textos motivadores e das instruções, a fim de que possa compreender perfeitamente o que está sendo solicitado”, diz a cartilha. A prova de redação do Enem conta com textos que contextualizam o assunto sobre o qual se deve escrever. Os textos, no entanto, devem apenas servir de apoio. Caso o participante copie esses textos, ele poderá zerar a redação.

Segundo o Inep, o texto deve estar estruturado da seguinte forma:

- apresentação clara do ponto de vista e seleção dos argumentos que o sustentam;

- encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições desnecessárias ou saltos temáticos (mudanças abruptas sobre o que está sendo discutido);

- desenvolvimento dessas ideias por meio da explicitação, explicação ou exemplificação de informações, fatos e opiniões, de modo a justificar, para o leitor, o ponto de vista escolhido.

Ao final, estudante deve apresentar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Ao elaborar a proposta, o Inep propõe que as seguintes questões sejam respondidas:

1. O que é possível apresentar como solução para o problema?

2. Quem deve executá-la?

3. Como viabilizar essa solução?

4. Qual efeito ela pode alcançar?

5. Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?

Enem 2023

O Enem 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. No primeiro dia, além da redação, os participantes responderão questões objetivas de linguagens e de ciências humanas. No segundo dia de prova resolverão questões objetivas, de matemática e ciências da natureza.

As notas das provas podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), a financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além de vagas em instituições estrangeiras que têm convênio com o Inep. 

Uma das etapas mais importantes em um vestibular é a redação. Por ela enriquecer a nota final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudar a produção textual deve ser uma prática constante. Em sua última edição, o Enem contabilizou apenas 28 candidatos que tiraram o tão sonhado 1000 na redação.

Para auxiliar os estudantes que almejam a nota máxima, o professor de redação Eduardo Pereira, do Colégio Boa Viagem, situado no Recife, dá dicas para atingir o melhor resultado. De acordo com o professor, para atender aos critérios exigidos pelas bancas avaliadoras, é preciso de organização e estar sempre por dentro dos assuntos gerais, não apenas das regras textuais.

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“Durante muito tempo, estudar redação significava apenas compor um texto. Hoje, entende-se que, para conquistar um bom resultado, é preciso um pouco mais de esforço, já que uma redação de sucesso é a composição de uma série de fatores (...) Primeiro, o aluno precisa conhecer as regras do jogo e as exigências de cada banca. Enem e UPE [Universidade de Pernambuco], por exemplo, exigem algumas competências diferentes, então é preciso saber o que entregar e a quem para atingir as notas mais altas”, afirma Pereira.

Outra dica do docente é sobre a adequação à norma culta padrão, que deve ser estudada pelo candidato. Coesão e coerência são elementos fundamentais que devem ser respeitados no texto. “O aluno deve ter domínio linguístico, para que não erre e comprometa a nota, mas também precisa saber fazer construções sintáticas mais complexas e usar um vocabulário mais sofisticado. O uso correto de conectivos, preposições e pronomes relativos é bem visto no texto”, explica Eduardo.

O professor ainda afirma que é preciso acumular conhecimento sobre diversos temas, enriquecendo o repertório sociocultural do estudante. “Indico sempre que o aluno comece o ano letivo colocando como meta ampliar o seu capital intelectual. Vale assistir filmes, séries, documentários, ler livros. Tudo isso vai ajudar muito na construção de um repertório amplo. Mas não basta só nisso. Tem que fazer anotações, colocar no papel suas impressões, fazer análises, encontrar as problemáticas e pensar em propostas para resolvê-las”, ele sugere.

Por fim, o professor observa que uma boa redação não é algo que surge instantaneamente; é preciso de prática constante para alcançar os melhores resultados. “A prática é o que leva à perfeição. Então, o aluno precisa estar, constantemente, treinando seu texto. Claro que ninguém consegue escrever uma redação todo dia, mas ajuda e muito tentar colocar no papel, diariamente, um parágrafo sobre assuntos diversos - saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia – e formatar um banco de dados interessante para consultas futuras”, indica.

Com informações da assessoria 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 obteve, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 28 redações nota mil. O número é menor em relação à edição anterior, em que 53 estudantes alcançaram a nota máxima na disciplina.

Segundo a avaliação do professor de português e redação Diogo Xavier, dois fatores influenciaram essa queda. “Um deles é que de fato o número de participantes fazendo a prova caiu porque houve uma taxa de abstenção muito alta. Outro fator que repercute, principalmente no da nota 1000, é que foi um ano mais complicado para o preparo dos alunos. Muitos candidatos não conseguiram dar o seu melhor na prova e nem na rotina de estudos ao longo do ano”, explicou.

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O Inep informou que o índice de abstenção no primeiro dia do Enem 2020 foi de 51,5%, representando mais de 2,7 milhões de faltosos, e no segundo dia, 55,3%. Já na edição 2019, o quantitativo de abstenção no primeiro dia foid e apenas 23,6%, e no segundo, 27,19%.

“Esse número muito grande de alunos que deixaram de fazer, fez com que esse número de redações nota 1000 caísse. Inclusive, o número de candidatos que zeraram a redação também caiu em relação ao ano passado. Ou seja, os dois caíram de maneira proporcional”, esclarece o docente. O Enem 2020 teve mais de 87 mil candidatos que zeraram a redação, contra mais de 143 mil da edição anterior.

O baixo número de redações nota mil também esteve ligado, segundo Diogo Xavier, à falta de estrutura, a poucas aulas satisfatórias e a dificuldade em se adaptar a esse período de estudo remoto. “São fatores que certamente influenciaram bastante a redução da quantidade de alunos que efetivamente fizeram a prova e as dificuldades neste período pandêmico que prejudicaram o preparo dos alunos”, conclui.

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Na edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 28 candidatos conseguiram a nota mil na redação. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (29) e pode ser consultado na Página do Participante. Por outro lado, segundo a organização do processo seletivo, 87.567 zeraram.

A prova de redação do Enem impresso foi realizada em 17 de janeiro. Na ocasião, o índice de abstenção foi de 51,5%, representando mais de 2,7 milhões de faltosos.

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No Enem impresso, o tema abordado no texto foi "O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira", enquanto na versão digital foi cobrada a temática “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil”. Já a reaplicação da prova abordou “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”.

Os candidatos também podem consultar as notas das demais disciplinas. “Para ter acesso às notas, os participantes devem utilizar o login único do Governo Federal. Caso o aluno tenha esquecido a senha, o sistema permite recuperá-la. Basta inserir o CPF no campo indicado, selecionar avançar e clicar no link ‘Esqueci minha senha’. O sistema apresentará diversas formas para recuperar a conta (validação facial, bancos credenciados, internet banking, e-mail e celular), escolha uma das opções para receber o código de verificação e, em seguida, gere uma nova senha”, orientou o Inep.

No que diz respeito aos treineiros, o resultado do Enem impresso, apenas para fins de autoavaliação, será publicado no dia 28 de maio de 2021. A consulta também será realizada na Página do Participante.

A edição impressa do Enem 2020 foi realizada nos dias 17 e 24 de janeiro deste ano, enquanto a versão digital foi aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. O Enem PPL, por sua vez, ocorreu em 23 e 24 de fevereiro, quando também foi realizada a reaplicação da prova.

Estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um exercício que requer foco e determinação, especialmente quando se trata de uma das etapas mais complexas da prova: a redação. Cada ano que passa, o tema da avaliação escrita se torna peça fundamental na rotina de estudos dos concorrentes, e as perguntas mais comuns são: como garantir o 1000 na redação do Enem? Existe alguma ‘fórmula mágica’ para obter a nota máxima? Confira as dicas que o LeiaJá separou, com professores de Linguagens e redação, para atingir um bom aproveitamento dos estudos, e assim, garantir a maior pontuação na produção escrita.

O professor Felipe Rodrigues ensina redação em um pré vestibular no Recife, e explica que, a princípio, é importante “focar na estrutura do texto argumentativo/dissertativo, que traz o cunho da informação, mas não somente, [o texto] informa com o intuito de convencer”, e complementa sobre a construção: “[o tipo dissertativo] exige uma introdução, desenvolvimento e uma conclusão.” É o que diz também o professor Diogo Xavier. “O principal a saber sobre a redação é o que será avaliado na prova, ou seja, as cinco competências. Todos os anos, o Inep disponibiliza o Manual do Participante sobre a redação, explicando detalhadamente cada competência cobrada, com exemplos dos problemas recorrentes em cada uma.”

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Outro ponto que Xavier também observa é sobre o tema da redação. “Os temas cobrados sempre envolvem uma problemática no âmbito cultural, sanitário, social, histórico e/ou político.” Os professores alertam que os temas propostos são sempre recentes. Colocando dentro de uma linha do tempo, a temática proposta estaria relacionada a algum fato ocorrido entre a metade do ano anterior até a metade do ano da realização da prova, “de julho do ano passado até julho deste ano”, exemplifica Rodrigues. “Eu sempre digo aos alunos que o período [de possíveis temas] do Enem vai do meio do ano anterior até o meio do ano corrente. Todos os assuntos podem compor a prova de redação", finaliza.

Além da estrutura textual e da variedade de temas possíveis, os alunos devem atentar em unir a proposta da avaliação com seus conhecimentos prévios, onde tudo pode ser aproveitado, desde que feito respeitando as competências previstas no Manual do Participante. O professor Xavier comenta: “O mil, apesar de cada vez mais raro, é possível, mas o fera deve atingir o seu máximo quanto ao uso da norma culta; à interpretação da proposta; ao conhecimento do tipo textual; ao desenvolvimento das ideias e do projeto de texto; à articulação por meio de recursos coesivos, principalmente operadores argumentativos; e à estrutura exigida para  a proposta de intervenção.”

Na edição de 2019, apenas 53 pessoas em todo o país tiraram a nota máxima na redação, sendo um deles do Recife. O resultado oficial do Enem 2020 será divulgado em 29 de março. As datas para a prova de 2021 ainda não foram divulgadas.

E por fim, Xavier comenta sobre como organizar a rotina de estudos para garantir o melhor resultado, dividindo em etapas. “Primeiro, sanar dificuldades quanto à estrutura básica do gênero textual e reduzir desvios gramaticais. Depois, desenvolver a habilidade de planejar o texto e de executar esse projeto. Por fim, aprofundar as estratégias de argumentação.”. E além de foco e dedicação, é fundamental também escrever sobre os mais variados temas. “É essencial que, independentemente da etapa, a produção de textos esteja sempre presente. Sem praticar, não é possível evoluir.”, conclui.

Componente importante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação é uma parte da prova que faz a diferença na média do estudante. Quanto melhor for o desenvolvimento do candidato, maior é a chance de atingir uma boa nota e até alcançar o mil. 

A professora de redação Lourdes Ribeiro listou e explicou, para a reportagem do LeiaJá, sete passos importantes para que o fera chegue à nota mil na redação do Exame, como treinar a escrita; ter o hábito de ler – já que, segundo a docente, o aluno precisa estar afiado nas regras gramaticais e ortográficas; atenção às competências exigidas na redação; estar atualizado sobre os acontecimentos, acompanhando veículos de comunicação, conforme indica a professora; entre outros. Confira os sete passos, detalhadamente, a seguir:

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1 - Treine bastante

Os candidatos sabem como estudar português, matemática, história e as outras disciplinas, mas nem sempre sabem como estudar para a redação. Como você precisa estar craque na escrita e na estruturação do texto, o segredo é treinar.

2 - Atenção aos textos de apoio

Na prova de redação do Enem, o aluno tem alguns textos de apoio. É essencial ler com atenção essas referências, que podem ser notícias, artigos ou até uma história em quadrinhos ou charge. Elas trazem, muitas vezes, dados estatísticos, que devem ser interpretados para demonstrar a gravidade do problema proposto

3 - Leia muito

Você precisa estar craque nas regras gramaticais e de ortografia. Uma boa dica para isso é ter o hábito de ler. Por isso, dedique um tempinho diário para a leitura de um livro. Não precisa ser uma obra exigida para o vestibular, pode até mesmo ser a do seu autor preferido

4 - Fique atento às competências exigidas na redação do Enem

O Exame exige que o candidato demonstre algumas competências na redação. São elas: domínio da escrita formal da língua portuguesa; compreensão da proposta da redação; habilidade para selecionar, organizar e interpretar dados, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento para a construção da argumentação; elaboração de proposta de intervenção para o tema abordado.

5 - Faça um rascunho

Muitos alunos, quando veem o tema da redação, já querem sair escrevendo — e esse é um dos maiores erros -. É necessário fazer um rascunho para que você possa ordenar suas ideias e seguir a estrutura pedida no texto.

6 - Mantenha-se atualizado

O aluno deve estar bem informado para fazer uma boa redação do Enem. Por isso, acompanhe telejornais, sites de notícias, revistas, podcasts e tente entender os principais acontecimentos nacionais e internacionais. Nessa hora, procurar por artigos de opinião pode ajudar

7 - Saiba argumentar

A prova de redação do Enem exige que o candidato desenvolva um texto dissertativo-argumentativo. Não se trata de um emaranhado de informações, e é preciso que ele aborde um problema e defenda seu ponto de vista em relação à questão.

As provas impressas do Enem 2020 serão realizadas nos dias 17 e 24 deste mês, enquanto as provas da versão digital do Exame serão nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Na primeira parte, os candidatos responderão questões de Ciências Humanas, Linguagens, além da redação. Na segunda, os feras terão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

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Se existe uma coisa que os estudantes que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) querem é tirar uma boa nota na redação. E se essa nota chegar a 1000, a vontade passa a ser um  sonho. Alcançar a pontuação máxima da prova é para poucos, mas é possível. E, segundo o professor de redação e Linguagens Diogo Xavier, o segredo está em cumprir todas as competências exigidas pelo exame.

Ainda de acordo com o docente, é preciso prática para conseguir adquirir uma boa escrita. Além disso, conhecer as competências cobradas pelo Enem é fundamental para desenvolvê-las de uma forma satisfatória e adequada na redação. 

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Desenvolvendo as competências

Na competência 1, o Exame cobra domínio da norma culta da língua escrita. “Para a competência 1, é preciso evitar o uso de linguagem informal ou com marcas de oralidade, bem como minimizar os desvios e os problemas de construção sintática”, aconselha Xavier.

Já na competência 2, é preciso que os estudantes compreendam a proposta de redação. “É necessário compreender o tema e desenvolvê-lo, dentro das características estruturais da Dissertação. Além disso, é preciso usar repertório sociocultural respaldado em áreas do conhecimento, pertinente ao tema e articulado à discussão”, diz Diogo Xavier.

Na terceira competência, é cobrada a coerência textual. “Na competência 3, o estudante precisa garantir a autonomia do texto, de modo que todas as ideias apresentadas sejam desenvolvidas, explicadas, sem que, para compreender, o leitor tenha que lançar mão de conhecimento prévio”, explica o professor.

Já na competência 4, é preciso que o candidato desenvolva conhecimento dos mecanismos linguísticos. “Para ir bem na competência 4, é preciso conhecer bem os conectivos e as relações que eles estabelecem, assim como empregar recursos de retomada”, garante Xavier. 

Por fim, na competência 5, os estudantes que fazem o Enem precisam apresentar uma proposta de intervenção para o problema abordado. “A competência 5 exige a apresentação de uma proposta de intervenção completa, relacionada ao problema discutido: agente, ação, meio, finalidade , com o detalhamento de um desses itens”, explica o docente Diogo Xavier.

Redações nota mil

Contrariando todas as expectativas, o tema da redação do Enem 2019 foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. O tema, de acordo com os docentes, na época, poderia englobar diversas vertentes e apenas por meio do texto de apoio é que os estudantes puderam desenvolver adequadamente o texto. Com isso, apenas 53 participantes alcançaram a nota máxima na prova no ano passado. Os espelhos dessas redações nota 1000 ainda não foram divulgados para a imprensa pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Já em 2018, o número de notas 1000 foi maior: 54. O tema da redação neste ano foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. Confira, abaixo, três redações nota mil da edição 2019 do Enem e, em seguida, as observações do professor Diogo Xavier sobre os textos.

Redação de CAROLINA MENDES PEREIRA

Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento. 

Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal. 

Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma falsa sensação de livre arbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito poderia assumir. 

Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.”

Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Redação de MATTHEUS MARTINS WENGENROTH CARDOSO 

O advento da internet possibilitou um avanço das formas de comunicação e permitiu um maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de usuários se mostra um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o combate à manipulação de usuários por meio de controle de dados representa um enorme desafio. Pode-se dizer, então, que a negligência por parte do governo e a forte mentalidade individualista dos empresários são os principais responsáveis pelo quadro. 

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a venda de dados pessoais e a manipulação do comportamento nas redes. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, grandes empresas sentem-se livres para invadir a privacidade dos usuários e vender informações pessoais para empresários que desejam direcionar suas propagandas. Dessa forma, a opinião dos consumidores é influenciada, e o direito à liberdade de escolha é ameaçado. 

Outrossim, a busca pelo ganho pessoal acima de tudo também pode ser apontado como responsável pelo problema. De acordo com o pensamento marxista, priorizar o bem pessoal em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a sociedade. Ao vender dados particulares e manipular o comportamento de usuários, empresas invadem a privacidade dos indivíduos e ferem importantes direitos da população em nome de interesse individuais. Desse modo, a união da sociedade é essencial para garantir o bem-estar coletivo e combater o controle de dados e a manipulação do comportamento no meio digital. 

Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na internet é um grande desafio no Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância máxima de administração executiva, deve atuar em favor da população, através da criação de leis que proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que utilizam essa prática sejam punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada. Além disso, a sociedade, como conjunto de indivíduos que compartilham valores culturais e sociais, deve atuar em conjunto e combater a manipulação e o controle de informações, por meio de boicotes e campanhas de mobilização, para que os empresários sintam-se pressionados pela população e sejam obrigados a abandonar a prática.”

“Redação de LUISA SOUSA LIMA LEITE 

A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso a ferramentas digitais e a participação nas redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações privadas de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a posições políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação comportamental no Brasil. 

A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de tecnologia contribui para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em consonância com a filósofa Hannah Arendt, pode-se considerar a diversidade como inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam estar habituados à convivência com o diferente. Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de vista, uma vez que os algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o perfil do internauta. Observam-se, por consequência, restrições ao debate e à confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a segmentação da comunidade virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença, conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação.

Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em sites favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os servidores de redes sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários com base nas páginas por eles visitadas, torna-se possível a identificação das tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa informação, as empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, ainda, de modificá-las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, assim, a possibilidade de manipulação ideológica na rede. 

Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter punitivo às companhias que utilizarem dados privados para a filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da criação de uma legislação específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a manipulação comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a experiência dos brasileiros na internet.”

Segundo Diogo Xavier, o que as redações têm em comum são justamente os pontos de cumprimento às competências. “Duas delas trazem repertório já na introdução para contextualizar o tema e a problemática. No geral, as três fazem referência a pensadores, usando de maneira produtiva, de modo a defender um ponto de vista. Não é obrigatório o uso das citações, mas constituem formas eficientes de argumentar. Além disso, todas as ideias apresentadas são desenvolvidas, explicadas. Em relação à coesão, os desenvolvimentos e a conclusão se iniciam com conectivos, aspecto importante”, sintetiza o docente.

Integrante importante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação pode ajudar o desempenho do candidato, dependendo da sua nota nesta parte da prova. Para auxiliar os candidatos que vão prestar o Enem a obterem a nota máxima na produção textual, a reportagem do LeiaJá conversou com especialistas no assunto, que listaram dez passos para alcançar a nota mil no processo seletivo.

A professora de redação Josicleide Guilhermino elencou cinco passos que, em sua perspectiva, são essenciais para tirar a nota máxima na redação da prova, entre elas, a norma culta da língua portuguesa e a argumentação. Confira:

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1 - Atente-se à norma culta da língua portuguesa (acentuação/pontuação correta, colocação dos verbos, ortografia e afins);

2 - Certifique-se de identificar todas as palavras-chave presentes na temática, evitando assim o tangenciamento ou a fuga ao tema;

3 - Argumente: saia do lugar comum, evite clichês e frases de efeito prontas. Mostre que você sabe sobre o que está falando; 

4 - Explore adequadamente o uso dos conectivos para ligar as ideias dentro do parágrafo e de um parágrafo para outro;

5 - Apresente proposta de intervenção completa, sem generalizações, que responda as perguntas: quem? (agente); o que? (proposta); como? (detalhamento); para? (objetivo).

A docente de redação Tatyanna Manhães também listou cinco dicas que, a seu ver, são importantes para alcançar a nota mil na redação. Atenção ao tema proposto, escolha de uma tese e o detalhamento da proposta de intervenção – corroborando o que já foi dito por Josicleide – são algumas delas.

6 - Atenção ao tema. Muitos alunos ignoram essa parte. É importante que atente, principalmente ao sujeito para não fugir dele.

7 - Escolha uma tese. Ela precisa estar bem definida e ser algo que você saiba defender.

8 - Escolha dois argumentos diferentes para sustentar sua tese. É importante saber defendê-los.

9 - Tenha um bom repertório sócio-cultural. A leitura e a conexão com outras áreas do conhecimento são fundamentais.

10 - Lembre-se da proposta de intervenção. É preciso que seja detalhada.

A prova impressa do Enem será realizada nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Já a prova digital ocorrerá em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

As notas dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram divulgadas nesta sexta-feira (17), de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Ao todo, 53 estudantes de 15 estados brasileiros conseguiram a nota 1.000 na redação.

Ainda segundo dados do Inep, 32 textos, cerca de 60% das redações com nota máxima, foram escritas por mulheres. No que diz respeito a faixa etária, os participantes têm de 16 a 28 anos e estão espalhados entre 15 estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Minas Gerais é a unidade da federação que concentra mais notas máximas na redação do Enem: 13 estudantes. 

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Na edição de 2019, o tema foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Os participantes tinham que desenvolver um texto dissertativo-argumentativo com até 30 linhas, a partir de uma situação-problema e com o auxílio de textos motivadores que não podem ser transcritos para a folha de resposta. 

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Com mais de 3 milhões de participantes, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 teve apenas 53 candidatos com nota máxima na redação. As informações foram dadas em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (17) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

No ano passado, o número de feras com desempenho máximo na prova dissertativa foi ligeiramente superior, com 55 candidatos que obtiveram nota mil. Os resultados com as notas do Enem foram divulgados na manhã desta sexta-feira (17), no site do Inep, na Página do Participante e no aplicativo do Enem.

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No caminho inverso ao do sucesso na redação, também foi divulgado o quantitativo de estudantes que zeraram a prova em 2019. Segundo o balanço do MEC, foram 143 mil notas zero. A maioria delas foi por deixar a prova em branco: 56 mil candidatos não escreveram o texto.

Além disso, outros 40 mil participantes cometeram a fuga ao tema proposto e não alcançaram pontuação alguma. Outros 23 mil foram punidos por cópia, enquanto mais 22.902 participantes zeraram por outros motivos.

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A redação é uma das etapas mais temidas para o candidato que irá realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), visto que ela avalia o texto dissertativo-argumentativo em cinco competências que o participante deve dominar.

A primeira consiste no candidato demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Já na segunda, ele deve compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema. Na terceira, o aluno deve selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Na quarta, deve demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e na quinta e última, é necessário elaborar uma proposta de intervenção para o problema abordado. 

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Tantas competências podem fazer com que o fera considere quase impossível conseguir tirar a nota máxima na redação do Exame, no entanto, o professor de linguagens e redação Vinícius Oliveira de Lima (@profviniciusoliveira), que é o único docente do Brasil com redação nota mil no Manual do Enem, revelou ao LeiaJá cinco dicas importantes para que os candidatos alcancem o feito. Confira:

Repertório nas áreas de conhecimento

É importante que o estudante demonstre repertório nas áreas de conhecimento apresentando dados, fatos e alusões históricas. “Escrever uma redação sem mostrar conhecimento é um problema, pois a segunda competência avalia a capacidade que o aluno tem de demonstrar o conhecimento que possui”, declara Oliveira. 

Para o estudante que não tem um repertório e encontra dificuldade para construir um texto, o docente dá uma orientação importante. “O candidato pode utilizar ideias que sirvam para diversos temas, como por exemplo, as dos contratualistas da filosofia: John Locke, Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau”, explica. Os três contratualistas falam sobre assuntos como contrato social, vida em sociedade, problemas sociais, conflitos sociais.

Utilizar palavras que possuem juízo de valor

De acordo com Oliveira, os candidatos possuem muita dificuldade em opinar sobre um determinado tema, principalmente se ele for relacionado ao meio ambiente, o que não é bom. “Uma forma simples do aluno garantir que está sendo argumentativo é utilizar algumas palavras com juízo de valor, como indiferente, negligente, impróprio, inadequado.”, comenta. Ainda segundo o professor, estas palavras expressam opinião e forçam o aluno a ser argumentativo. 

Utilizar conectivos nos parágrafos

De acordo com Oliveira, caso o estudante não utilize conectivos no topo dos parágrafos, perde 40 pontos na quarta competência na correção da prova.  “Pode parecer bobo, mas os candidatos esquecem que deve haver conectivo no início do parágrafo, declara.

Durante a introdução, o candidato não tem como colocar conectivos, no entanto, é necessário que coloque nos parágrafos que vierem a seguir, por isso o professor indica quais termos podem ser utilizados. “No segundo parágrafo, ele pode começar com ‘a princípio ou em primeiro plano’, já no terceiro, pode ser ‘de outra parte ou ademais’ e na conclusão, ele pode utilizar ‘assim’ ou ‘portanto’”, explica.

Introdução com antecipação argumentativa e retomada

Na introdução, o aluno deve dar uma dica de quais serão os argumentos trazidos ao longo do texto para que ele se torne organizado. “Vão ser dois argumentos que devem ser trabalhados ao decorrer do desenvolvimento, o que não deixa o texto previsível, mas organizado”, fala o professor.

Ainda para manter a organização, o estudante pode apostar na retomada, que é quando o escritor da redação expõe uma ideia na introdução e ela aparece outras vezes no texto. “Quando o aluno coloca uma ideia no início da introdução, ela tem que ser retomada na conclusão.”, expõe Oliveira.

Proposta de intervenção com detalhamento

É na conclusão que o participante deve desenvolver uma proposta de intervenção, na qual, de acordo com o professor, é necessário que sejam utilizadas palavras como forma de detalhamento desta proposta. “Se o candidato utilizar termos como ‘com urgência’ e ‘com prioridade’, estará mostrando o modo em que a ação será feita e isso já serve como detalhamento.”, fala.

Veja na íntegra a redação do professor Vinícius Oliveira de Lima, que alcançou nota mil no Enem edição 2016:

Tolerância na prática 

A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença. Entretanto, os frequentes casos de intolerância religiosa mostram que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para combater a intolerância religiosa é medida que se impõe. 

Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial , como disserta Gilberto Freyre em “Casa-grande e Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande , cuja religião oficial era católica , e as demais crenças – sobretudo africanas – eram marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhes deram aparência cristã , conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve , pois, ser repudiado em um Estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença. 

De outra parte , o sociólogo Zygmunt Bauman defende , na obra “Modernidade Líquida”, que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós – modernidade , e , consequentemente , parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no Brasil , onde , apesar do multiculturalismo, há quem exija do outro a mesma postura religiosa e seja intolerante àqueles que dela divergem. Nesse sentido, um caminho possível para combater a rejeição à diversidade de crença é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, segundo Zygmunt Bauman: o individualismo. 

Urge , portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a intolerância religiosa. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos costumes presentes no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a prevalência de uma religião sobre as demais. Ao Ministério Público, por sua vez, compete promover as ações judiciais pertinentes contra atitudes individualistas ofensivas à diversidade de crença. Assim, observada a ação conjunta entre população e poder público, alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de Direito.

Considerada um dos momentos mais importantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação possui peso forte na nota final dos candidatos. Inevitavelmente, os estudantes precisam dedicar boa parte do tempo de estudos a produções textuais, leitura e escrita a mão.

Na última edição do Enem, realizada em 2018, dos mais de 4 milhões de participantes, apenas 55 candidatos alcançaram mil, a nota máxima da prova. O tema cobrado foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet".

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Neste ano, as provas do Enem serão realizadas os dias 3 e 10 de novembro. Os feras enfrentarão a redação no primeiro domingo do Exame. Atenta à preparação dos candidatos, a coordenadora de redação do Curso Poliedro, Gabriela de Araújo, produziu dicas que podem ajudar os participantes a chegarem à nota mil. Confira:

1- Produza redações semanalmente

 Considere a preparação de um texto dissertativo-argumentativo, nos moldes solicitados pelo Enem, em sua rotina semanal. Dominar técnicas de escrita e conseguir uma boa apresentação do tema e de argumentos é fator-chave para ter um texto exemplar. “É essencial praticar com as redações de temas solicitados nos anos anteriores, com a finalidade de conhecer o perfil da prova e estar ainda mais preparado”, indica Gabriela.

2 - Mantenha-se informado

 Para discorrer de maneira satisfatória sobre o tema solicitado no Enem, é necessário estar bem informado em relação aos assuntos da atualidade e às visões críticas sobre os acontecimentos mais recentes. Segundo a coordenadora de Redação do Curso Poliedro, temas relacionados às questões culturais, memória e cidadania têm chances de aparecer, bem como assuntos de ecologia, sustentabilidade e energias renováveis.

Ela explica que a base é sempre a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o uso racional dos recursos ambientais para se pensar em um futuro mais respeitoso e digno. “Estudar atualidades auxilia a ter cada vez mais elementos que facilitarão a compreensão da dinâmica social, o que o ajudará a entender e a discorrer a respeito de qualquer tema”, indica.

3 - Entenda a norma culta

 A redação do Enem exige que o candidato domine a modalidade formal da Língua Portuguesa. Portanto, é de suma importância saber diferenciar os registros orais dos escritos. Desse modo, é preciso evitar no texto as marcas de oralidade, que são as expressões informais usadas no cotidiano – a não ser que sejam propositalmente inseridas.

Acertar em acentuação, pontuação e concordância é fator decisivo para não perder pontos e obter uma boa nota. Por isso, esteja atento às correções feitas em suas redações por professores, estude as regras gramaticais e tente não errar no próximo texto.

4 - Aprenda a criar uma boa proposta de intervenção

 Uma das competências avaliadas no Enem é a proposta de intervenção. Sozinha, essa competência vale até 200 pontos na média geral da dissertação-argumentativa. O candidato deve refletir e argumentar sobre o tema apresentado, sugerindo uma solução benéfica para a sociedade. E esses argumentos, segundo Gabriela, não podem ser superficiais. O estudante deve utilizar elementos externos no texto.  

5 – Utilize o tempo indicado para produzir os textos

Mais do que a preocupação com o tema da dissertação, o estudante deve empenhar-se em organizar sua produção e planejar o texto. Neste sentido, treinar o tempo que será destinado à redação no contexto da prova é fundamental.

 6- Acostume-se com o espaço da dissertação  

 Um dos pontos importantes é habituar-se ao limite de 30 linhas proposto, sabendo construir uma boa argumentação e conclusão dentro deste espaço. É necessário estar atento ao espaço disponível para a escrita e ao objetivo do texto.

 7- Tenha um repertório cultural amplo

 Utilizar citações da música e literatura nacional pode ajudar o estudante a fazer uma analogia ao tema e elaborar uma boa argumentação.

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta segunda-feira (21) dados inéditos sobre os perfis dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 que obtiveram nota 1000 na redação. Na predominância, mulheres dos estados de Minas Gerais ou Rio de Janeiro, com 18 anos de idade.

O levantamento destacou que a região com o maior número de candidatos com a nota máxima na parte dissertativa da prova foi o Sudeste, totalizando 33 participantes, sendo sendo 14 de Minas Gerais e outros 14 do Rio de Janeiro. Na sequência vem o Nordeste, com 14 dos melhores textos. Na Região Sul, apenas o estado do Rio Grande do Sul conseguiu pontuar. Já na Região Norte, apenas o Pará conquistou a nota máxima na prova.

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Os dados também descrevem que dos 55 textos que obtiveram nota máxima na última edição do Exame, 17 são de estudantes com 18 anos. Já os estudantes com 17 anos assinam 11 das redações nota 1000. Os participantes com faixa etária de 21 aos 30 anos estão entre os 10 participantes com nota máxima.

Enem 2018

Com aplicação no dia 4 de novembro, os mais de 4 milhões de inscritos no Enem tiveram que construir um texto com o tema proposto de: "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet"

Com um texto dissertativo-argumentativo que respeite o espaço de 30 linhas cedidas pela prova, os alunos deverão abordar a temática seguindo a estrutura cobrada pelo exame, com introdução, desenvolvimento e conclusão que apresente uma solução para o tema abordado.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta segunda-feira (21) dados inéditos sobre os perfis dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 que obtiveram nota 1000 na redação. Na predominância, mulheres dos estados de Minas Gerais ou Rio de Janeiro, com 18 anos de idade.

O levantamento destacou que dos 55 textos que obtiveram nota máxima na última edição do Exame, 17 são de estudantes com 18 anos. Já os estudantes com 17 anos assinam 11 das redações nota 1000. Os participantes com faixa etária de 21 aos 30 anos estão entre os 10 participantes com nota máxima.

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Na questão de gênero, os resultados pontuam que em 76% das redações foram escritas por mulheres. O número representa 42 redações. Entre homens o total foi de 13 textos.

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Enem 2018

Com aplicação no dia 4 de novembro, os mais de 4 milhões de inscritos no Enem tiveram que construir um texto com o tema proposto de: "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet"

Com um texto dissertativo-argumentativo que respeite o espaço de 30 linhas cedidas pela prova, os alunos deverão abordar a temática seguindo a estrutura cobrada pelo exame, com introdução, desenvolvimento e conclusão que apresente uma solução para o tema abordado.

O número de participantes com a nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aumentou pela primeira vez desde 2011. Em 2018, ao todo, 55 estudantes obtiveram nota mil. Na outra ponta, o número de redações nota zero caiu para menos da metade de 2017.

Em 2011, dos cerca de 4 milhões de participantes do Enem, 3,7 mil tiraram a nota máxima. Desde então, apesar do aumento no número de candidatos, o número de redações nota mil só caiu. Em 2017, apenas 53 dos mais de 4,7 milhões de participantes alcançaram a nota máxima.

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Em 2018, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do total de 4,1 milhões de redações corrigidas, 55 obtiveram o máximo desempenho em todos os quesitos avaliados. O tema da edição do ano passado foi Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet.

O número de estudantes que zeraram a redação caiu, passando de 309.157, em 2017, o que representou 6,54% do total de candidatos, para 112.559 em 2018, 2,73% do total de participantes.

Em 2017, quando o tema da redação foi Desafios para formação educacional de surdos no Brasil, o maior motivo para zerar a redação foi fuga ao tema. Já no ano passado, mais estudantes deixaram a prova em branco.

Apesar dos resultados positivos nas notas máximas e mínimas, a média de desempenho na redação caiu em 2018 em relação a 2017. A nota média dos estudantes nessa prova em 2017 foi 558 pontos. Em 2018, foi 522,8 pontos.

Os resultados do Enem foram divulgados nesta sexta-feira. Os estudantes podem acessar na Página do Participante e saber quanto obtiveram nas provas de linguagem, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação.

Em média, comparando com os resultados de 2017, os estudantes tiveram melhor desempenho em 2018 nas provas de linguagem, matemática e ciências humanas. A proficiência média passou de 510,2 pontos para 526,9pontos em linguagem; de 519,3 para 569,2 em ciências humanas; e de 518,5 para 535,5 em matemática. Em ciências da natureza o desempenho médio caiu de 510,6 para 493,8.

No dia 18 de março, o Inep divulgará o espelho da redação, ou seja, detalhes da correção dessa prova. Isso é feito após os processos seletivos dos programas federais. A correção tem função apenas pedagógica e não é possível interpor recurso.

O Inep liberou na manhã desta sexta-feira (18) o acesso às notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o órgão, apenas 55 candidatos atingiram pontuação máxima na redação. Já do outro lado da tabela, 112.559 pessoas zeraram a prova. A maioria dos zeros foi atingido porque alunos deixaram a prova em branco. Em segundo lugar, o maior motivo de zeros foi fuga ao tema. Em terceiro lugar ficou a cópia do texto motivador.

A proficiência média das notas da redação foi de 522,8. Entre os alunos que estão fazendo a prova no último ano do ensino médio, esse número sobe para 523,4; entre os egressos (que já saíram da escola), a média é de 520,9 e entre os treineiros (que ainda não podem participar de processos seletivos como o Sisu), a média foi de 541,2.

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Com o intuito de auxiliar os alunos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou a cartilha de Redação do Enem 2018. No documento, além de detalhamento sobre todas as competências analisadas em uma das provas com maior peso no certame, os estudantes podem analisar modelos de redações “nota mil” comentados por representantes do instituto. 

Segundo o Inep, os modelos foram disponibilizados para dar aos estudantes exemplos práticos de redações que cumpriram todas as normas, passando por pelo menos dois corretores, com um texto dissertativo-argumentativo e cumprindo todas as competências (demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema; Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos).

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Além da cartilha de redação em formato PDF, o Enem disponibilizou a cartilha da redação em libras, publicada na íntegra no canal do Inep no YouTube. Confira cartilha da redação completa clicando aqui

Apenas 53 candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado obtiveram nota mil na Redação. O número de participantes que conseguiram nota máxima no teste escrito vem caindo ano a ano. Em relação a 2014, a queda é de quase 80%. Os resultados individuais dos estudantes foram divulgados nesta quinta-feira (18), pelo Ministério da Educação (MEC).

A estudante cearense Debora Valença, de 19 anos, foi uma entre os poucos candidatos que comemoraram a nota máxima ontem. "Fui olhar de manhã e quase não acreditei. Foi muita felicidade", conta a aluna, que pretende cursar medicina em uma universidade federal do Ceará.

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Debora explica que fazia, em média, duas redações por semana para treinar. Todos os textos eram corrigidos por professores e, assim, ela conseguia identificar as falhas. "A Redação faz muita diferença na nota", diz ela, que estuda no Colégio Ari de Sá, um dos mais bem posicionados do Brasil em relação à nota no Enem.

O tema do teste no ano passado, que foi "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", não significou problema para Debora. "Já tinha ouvido falar e tinha feito uma redação sobre educação inclusiva."

Mas, para o coordenador do Curso Poliedro em São Paulo, Vinicius Haidar, o assunto pode levar a uma hipótese para explicar a queda no número de notas mil. "Não foi um tema comum, esperado. E para ter uma nota máxima é preciso bagagem cultural", diz.

Em 2014, 250 candidatos conseguiram nota mil. Em 2015, foram 104, e em 2016, 77. Para Maria Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), não se pode comparar os dados. "As populações que fazem o exame são totalmente diferentes."

Apesar da queda de notas máximas, a média dos participantes em redação subiu em relação a 2016: de 541,9 para 558,0 pontos. Mas o número de participantes que zeraram o texto aumentou: foram 309 mil, ante 292 mil no ano passado. O principal motivo foi a fuga ao tema.

Segundo Maria Inês, 205 candidatos desrespeitaram os direitos humanos na redação. O Inep, no entanto, foi proibido de zerar esses textos, como ocorria nas edições anteriores do exame, após decisão judicial.

Outras áreas

Houve piora no desempenho médio dos alunos em Linguagens e Códigos, que cobra questões de interpretação de texto, e em Ciências Humanas, com testes de história, geografia, filosofia e sociologia. Por outro lado, as notas subiram em Matemática e Ciências da Natureza, que envolve Biologia, Física e Química.

Para Marcelo Dias, coordenador do Curso Etapa, é possível que a separação da prova em dois dias tenha causado impacto nas notas. Pela primeira vez, o Enem foi aplicado em dois domingos. No primeiro, alunos realizaram testes de Humanas mais a redação. Ambos exigem alto grau de leitura, o que contribui, segundo Dias, para o cansaço dos estudantes.

De acordo com Haidar, uma das explicações possíveis para a melhora em matemática é o fato de a prova ter sido realizada no segundo domingo. "Deu tempo para uma revisão, uma descansada."

O MEC ainda divulgou ontem as datas do Enem deste ano. As provas serão aplicadas nos dias 4 e 11 de novembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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