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Um aplicativo gratuito está melhorando a vida de milhares de deficientes visuais que utilizam computadores e outros dispositivos tecnológicos, como smartphones e tablets. Produzido pela empresa F123 Consultoria, um sintetizador de voz, batizado de Letícia, reproduz uma voz feminina em português e pode ser usado em praticamente todos os tipos de leitores de tela e sistemas operacionais de tecnologia assistiva.

Para fazer uso de um computador, o deficiente visual utiliza o chamado leitor de tela, um programa que converte o texto exibido em tela em um discurso sintetizado em voz, permitindo que o usuário navegue na internet ou use qualquer software ouvindo o que está escrito no monitor e usando comandos no teclado para executar qualquer tipo de operação. Cada leitor de tela possui um sintetizador de voz associado, e é justamente essa nova opção de voz que foi criada pela F123. O projeto foi um dos primeiros, no Brasil, a serem patrocinados pela Expo Dubai 2020, evento que reunirá milhões de pessoas no ano que vem para celebrar conquistas humanas, sob o tema “Conectando Mentes, Criando o Futuro”.

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"A gente queria uma voz que fosse de boa qualidade, que não fosse muito robótica, como são as principais vozes disponíveis em português, e que funcionasse em diferentes plataformas, já que a maioria funciona apenas no sistema Windows ou apenas no [sistema operacional] Android e por aí vai. A nossa voz pode ser disponibilizada em várias plataformas e sistemas operacionais, como Windows, Linux e Android", explica Fernando Botelho, fundador da F123 e um dos criadores da voz Letícia.

Botelho é deficiente visual e fundou a F123, há 12 anos, com o objetivo de desenvolver tecnologias que ajudem a dar mais competitividade às pessoas cegas, nas mais diversas áreas de atuação. A empresa se enquadra no conceito de negócio social, no qual são utilizadas técnicas modernas com missão social ou ambiental e todo o lucro é reinvestido na própria causa. "A gente viu a chamada que a Expo fez. Eles estavam em busca de projetos sociais e ambientais, e fomos o primeiro projeto brasileiro a receber apoio".

Com os recursos da Expo Dubai, o projeto começou a ser colocado em prática há cerca de dois anos. Um concurso nacional elegeu a voz que serviria de base para a formatação do sintetizador Letícia. A escolha, que contou com a participação de milhares de pessoas em todo o país, se deu por meio de uma votação pública na internet, e chegou ao nome da cantora, compositora e atriz Sara Bentes, que também é deficiente visual.

"Foram mais de 30 horas de gravação em estúdio. Foram lidas mais de 3.300 frases, que têm que ser foneticamente balanceadas, já que o sintetizador precisa ser treinado em uma diversidade fonética grande, para que possa ser capaz de construir qualquer frase em português", explica Fernando Botelho.

Tecnicamente, a voz de Sara não é a mesma de Letícia, por se tratar de um programa de computador, mas o nome foi inspirado na própria artista. Sara Bentes é, na verdade, Sara Letícia Bentes. O nome do meio, que não é o nome de trabalho utilizado por Sara, serviu como uma homenagem à cantora e, ao mesmo tempo, serve para distinguir o sintetizador da voz original usada como base.

Vantagens

Segundo os fabricantes, o sintetizador de voz Letícia tem a capacidade de ajudar mais de 500 mil pessoas dentro e fora do Brasil. A versatilidade da tecnologia é uma das principais características apontadas pelos usuários que aprovam o aplicativo. É o caso do programador Ângelo Beck, que chegou a participar da equipe de testadores do software. Atualmente, ele utiliza a Letícia em um dos dos seus notebooks e também no celular.  

"No celular, eu estou gostando demais porque, além das mensagens de textos, o aplicativo lê aquelas figurinhas emojis. É a única voz que faz isso no Brasil a contento. Antes, eu recebia mensagens com aquelas figurinhas e as vozes simplesmente não liam. Eu sabia que tinha uma mensagem ali, no caso, um emoji, mas as vozes não liam. E a voz da Letícia é a primeira que conheço que faz a leitura desses emojis, então isso já mudou totalmente a minha comunicação, porque agora eu mesmo posso escolher as figurinhas e mandar para as pessoas", relata.

Além de ser uma voz com característica mais humanizada e menos robótica, o sintetizador Letícia funciona bem em praticamente qualquer dispositivo e em todos os sistemas operacionais. "Eles conseguiram criar uma voz rodar tanto num computador mais moderno quanto num celular mais antigo", afirma Ângelo Beck.

Deficiente visual desde os 21 anos, por causa do agravamento de um glaucoma congênito, Ângelo Beck tem hoje 38 anos e utiliza a voz Letícia para desenvolver uma de seus principais atividades além da programação. Ele é artista e faz móveis infantis em miniatura desenhando a partir do próprio computador, utilizando vetores em um software específico. Os trabalhos são depois impressos em dispositivos a laser e Ângelo monta peça por peça para criar cada um dos móveis, como guarda-roupas, poltronas e mesas, que encantam principalmente as crianças, mas são capazes de encher os olhos de qualquer adulto pela qualidade e delicadeza do resultado.

“Eu uso a minha criatividade para desenhar e tento imaginar o móvel pronto. As crianças gostam muito e é recompensador transformar os meus desenhos em realidade”, conta.

Novas vozes    

Na F123, o próximo desafio é criar novos sintetizadores de voz, inclusive uma voz infantil para auxiliar no desenvolvimento de crianças cegas. Segundo Fernando Botelho, também está nos planos o desenvolvimento de aplicativos em outros idiomas, principalmente de regiões mais esquecidas pelo resto do mundo.

"Estamos conversando com potenciais apoiadores para fazer novas vozes em outros idiomas. Existem muitos idiomas pelo mundo afora que não têm bons sintetizadores. É uma tecnologia bastante complexa e muitas empresas não estão interessadas em desenvolver esse aplicativo em idiomas que só são falados em países da África, por exemplo".

Tecnologias (não) inclusivas

Apesar de invenções como a Letícia sinalizarem um avanço na qualidade de vida e na igualdade de oportunidades para deficientes visuais, a realidade dessas pessoas, em um mundo cada vez mais tecnológico, não é fácil. O programador Ãngelo Beck explica, por exemplo, como passou a ser mais difícil operar uma simples máquina de lavar roupas ou um aparelho microondas. "Hoje em dia, não encontro mais uma máquina com controle simples, que você pode girar e definir a escolha. No caso dos microondas, costumam tem um painel livre, sem auto-relevo".

Até mesmo um caixa eletrônico, sob o argumento de ser mais tecnológico, passou a não incluir mais pessoas com deficiência visual. "Antigamente, rodava uma gravação em áudio, tipo 'digite sua senha', mas hoje em dia tem uma tela de LCD e não consigo operar o caixa porque ele não tem sintetizador de voz. Não é falta de tecnologia disponível, é falta de pensar um produto levando em consideração um desenho universal, acessível", critica.

Expo Dubai 2020

Com o tema “Conectando Mentes, Criando o Futuro”, a Expo Dubai 2020 deve receber, num período de seis meses, mais de 25 milhões de pessoas de todos os continentes. Estão previstos cerca de 60 eventos diários ao longo de 173 dias, incluindo apresentações musicais, de tecnologia e cultura. Ao menos 200 pontos de vendas apresentarão chefs e culinária de todos as partes do mundo.

São esperadas exposições e representações de 192 países, além de organismos multilaterais, empresas e instituições educacionais.

As Expo Mundiais são realizadas desde 1851 e reúnem governos, organizações internacionais e empresas com o objetivo de encontrar soluções para desafios universais e promover suas realizações, produtos, ideias, inovações, turismo, além das marcas nacionais, comércio e investimentos. A Expo Dubai 2020 será a edição de número 168 da história.

Agitando sua bengala branca, o cego Vinod Kumar Sharma passa quatro horas por dia nos vagões de trem lotados e nas ruas congestionadas, intransitáveis e muitas vezes sem asfalto de Nova Délhi.

Sharma é um dos 63 milhões deficientes visuais que vivem na Índia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo oito milhões completamente cegas, 20% do total global.

Muitas ruas de Délhi não possuem asfalto, o que obriga este homem de 44 anos, pai de três filhos, a caminhar pela beira da estrada, usando a bengala branca, enquanto carros e caminhões passam a poucos centímetros dele.

Nos trens da cidade de 20 milhões de habitantes, onde os passageiros viajam empilhados como sardinhas, Sharma depende da ajuda de pessoas solidárias que o ajudam a transitar entre plataformas e a entrar e sair dos vagões.

Sharma conta à AFP que sempre recebe ajuda para entrar e sair dos trens. "As pessoas são boas, mas há estradas quebradas e buracos abertos com água de esgoto que sempre representam um risco", explica.

Como muitos indianos cegos, Sharma enfrenta a pequena oferta de empregos para deficientes - muitos são obrigados a mendigar ou a recorrer à caridade para chegar ao fim do mês.

A pobreza e o acesso limitado aos serviços de saúde nas áreas rurais também contribuem para a elevada taxa de deficiência visual no país, de acordo com especialistas.

Sharma, que nasceu em um dos estados mais pobres do país, Bihar, perdeu a vista quando era criança e trabalhava nas plantações de seu vilarejo. Ele se mudou para a capital para tentar obter tratamento.

Quando os médicos não conseguiram ajudá-lo, ele decidiu ficar na cidade. Estudou em uma escola especial para cegos e conseguiu emprego em uma fábrica de brinquedos em braille, onde trabalhou por duas décadas, até a demissão no ano passado.

Atualmente, trabalha como massoterapeuta em uma Associação de Cegos de Délhi.

Swapna Merlin, da Associação, afirma que muitos alunos procedem de regiões em que foram educados para acreditar que não podem existir fora do cuidado de suas famílias.

"Quando saem, eles percebem que podem fazer coisas diferentes (...). Cada história de sucesso é fonte de inspiração para os demais", explica.

O Google anunciou nesta quinta-feira (10), um novo recurso para ajudar deficientes visuais a usar o aplicativo Maps. O novo recurso permite que receber uma orientação por voz mais detalhada, além de diferentes tipos de anúncios verbais para passeios a pé. Com a melhoria no app a empresa espera poder auxiliar algumas das mais de 217 milhões de pessoas que têm problemas de visão no mundo.

De acordo com a própria companhia esse recurso é o primeiro feito, desde o início, por pessoas com deficiência visual - para o Google Maps.  A orientação por voz é detalhada para facilitar a navegação a pé. Ela começa a ser lançada hoje no Android e iOS, porém, no momento, está disponível apenas nos Estados Unidos e no Japão, com suporte para idiomas e países adicionais em breve.

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Quem acessar o buscador da Google nesta terça-feira (28) pode conferir a homenagem da empresa ao centésimo aniversário de Dorina Nowill (1919 - 2010). A educadora e defensora brasileira foi transformada em um Doodle, que ajuda os usuários a lembrar ou conhecer seu importantíssimo trabalho para a inclusão de deficientes visuais na sociedade.

Quem foi Dorina Nowill 

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Dorina de Gouvêa Nowill perdeu a visão aos 17 anos, por conta de uma infecção ocular. Apesar disso, ela não desistiu de seus estudos e se tornou a primeira estudante cega a se matricular em uma escola regular em São Paulo. Como não era comum na época, que pessoas com deficiências visuais continuassem seus estudos, Dorina teve dificuldade em encontrar livros de que precisava.

Esse infortúnio fez com que ela passasse a defender o acesso de todos os estudantes à escola Tornou-se professora e implementou um treinamento para a educação de cegos. Em 1946, ajudou a criar a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, a primeira grande editora de Braille do país, responsável pela maioria dos livros para deficientes visuais impressos pelo Ministério da Educação, além de cardápios e outras publicações voltadas ao segmento.

Além disso, fundou o Departamento de Educação Especial para Cegos, ajudou a aprovar uma lei garantindo o direito dos deficientes visuais à educação e foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos em 1979, passando a falar na Assembleia Geral das Nações Unidas. Por fim, criou a Fundação Dorina Nowill, que funciona até os dias atuais distribuindo livros em áudio e digitalmente acessíveis para escolas e bibliotecas em todo o país.

José Carlos, carinhosamente chamado de Carlão, realiza testes com o óculos 3D. Ele acredita que o dispositivo traz benefícios para sua mobilidade / Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

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Caminhada lenta, mas rica em detalhes. Cada passo representa uma descoberta regada a diferentes sensações. As mãos que tocam as paredes e as vibrações que chegam aos ouvidos parecem dar forma a ambientes antes invisíveis. Tudo ocorre de maneira extremamente cautelosa em um corredor onde há pessoas que assistem encantadas ao passeio de José Carlos Amaral, 35 anos. Carlão, como é carinhosamente chamado pelos amigos, possui total deficiência visual, mas auxiliado por um óculos que pode representar uma das principais alternativas em prol da mobilidade dos cegos no Brasil, o rapaz caminha de forma independente e cuidadosa pelo Campus Recife do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste recifense, onde vivencia experiências e amizades oriundas de um projeto científico desenvolvido na unidade.

De um aparelho ocular batizado de Synesthesia Vision, nasceram a esperança e a vontade de estudantes e professores em propiciar, gradativamente, um recurso que pode dar mais autonomia a pessoas com deficiência visual. O objeto utiliza um recurso chamado de áudio binaural tridimensional que é capaz de transformar distâncias em sons.

Em 2015, professores do IFPE iniciaram uma pesquisa para desenvolver um projeto de tecnologia assistiva destinada a cidadãos com deficiência visual. Gilmar Gonçalves de Brito, desde 1991 servindo ao Instituto, é um dos docentes que criaram o óculos 3D que, por meio de ondas sonoras, indica a uma pessoa com deficiência visual a existência de obstáculos próximos a ela. Técnico em eletrônica e doutor em geotecnia, Gilmar se inspirou nas experiências de sua irmã, uma bióloga que pesquisava a vida dos morcegos; eles identificaram que os animais, apesar da baixa visão, conseguem se locomover guiados por ondas sonoras.

Parceira de Gilmar durante o desenvolvimento da pesquisa, a professora Aida Araújo Ferreira, que soma quase 15 anos como docente do IFPE, destaca que antes de o projeto ser concretizado, foi estudada a viabilidade de colocá-lo em prática. Além disso, os pesquisadores identificaram que existem várias ferramentas responsáveis por facilitar a mobilidade dos cegos, mas a proteção se resume da cintura até o chão, como no caso da bengala. Com o óculos 3D, entretanto, a proteção pode ser da cintura até a altura da cabeça dos usuários; a bengala, porém, deve continuar sendo utilizada, pois as ferramentas se complementam.

Professor Gilmar, Carlão e a professora Aida realizando conexão do óculos com o aparelho celular / Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

“A ecolocalização foi a inspiração. Gilmar tem muitas ideias, inventa muitas coisas e eu trabalho na gerência do projeto, e assim a gente vai juntando os diferentes conhecimentos. Na prática, o óculos gera um som que faz com que o cego sinta o ambiente a partir dos efeitos sonoros. O óculos funciona a partir de três sensores ultrassônicos que percebem obstáculos da altura da cintura até a cabeça e emitem efeitos sonoros para que o cego perceba. Quanto mais próximo estiver do objeto - distância de até quatro metros -, o som é maior”, explica a professora Aida. Confira, a seguir, como são os sons do dispositivo:

“A gente começou a pesquisa e antes de tudo, analisamos viabilidade e descobrimos na literatura diversas iniciativas. Aprofundamos essa pesquisa inicial e fizemos uma proposta de projeto que foi aprovado no IFPE para trabalho de iniciação científica com estudantes do nível técnico”, complementa a professora, que carrega em seu currículo o título de doutora em ciência da computação.

Sons que fazem sentir o espaço

Vítima de uma catarata congênita, José Carlos perdeu a visão por completo ainda na adolescência. Na vida adulta, apesar das limitações de mobilidade, conseguiu desenvolver sua autonomia, além de ser aprovado para trabalhar no IFPE.

Como Carlão é servidor do Instituto, atuando há dois anos na função de tradutor de Braille, recebeu o convite para testar o óculos 3D. O projeto ainda é considerado um protótipo e passa, corriqueiramente, por adaptações sugeridas por Carlos e outros usuários para que a usabilidade melhore cada vez mais.

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“Quando entrei aqui, conheci Gilmar e ele conversou comigo sobre o projeto. Achei muito interessante. A primeira vez que ouvi o sinal dos sensores foi um pouco atordoante. Tudo era muito difuso, o som vinha de todos os lados. Mas depois, quando você assimila, vai fazendo os ajustes. Requer um aprendizado, não é só colocar óculos. Ainda estamos adequando e todas as vezes que os alunos fazem os ajustes, eu testo e opino para o que pode melhorar”, relata Carlão.

O usuário do óculos ressalta o quanto a ferramenta pode contribuir para as pessoas com deficiência visual. “Traz muita contribuição, porque várias vezes as pessoas com deficiência visual não são oportunizadas a ser independentes, por causa da questão da segurança e da mobilidade. Esse projeto vem para promover mais segurança e para proporcionar autonomia. Eu, por exemplo, já tento resolver minhas atividades com autonomia há mais de 15 anos”, comenta José Carlos. Quando perguntado sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos cegos no Brasil, Carlão opinou no áudio a seguir:

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há mais de 6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Desse quantitativo, cerca de 500 mil são cegas. “Os problemas enfrentados pelos cegos, infelizmente, ainda são muitos. Os principais são as calçadas esburacadas, postes, orelhões, caixas de Correio no meio da passagem, fiteiros, barracas de lanche com teto baixo, carros e até caminhões estacionados em calçadas, dentre outros. No que tange às telecomunicações, as emissoras de televisão divulgam informações visuais que não são descritas para que as pessoas cegas possam ter acesso à informação que está sendo veiculada”, descreve o presidente da Associação Nacional dos Cegos, Antônio Muniz.

Quando a formação propaga inclusão

O professor Gilmar expressa satisfação em ver o andamento dos testes do projeto científico. Reflete claramente o sentimento de que um educador, ao ser lançado ao desafio de produzir conhecimento, precisa também compartilhar soluções para os problemas enfrentados nos grupos sociais brasileiros. “Sempre fiz trabalhos voltados para comunidades. Achava que a gente poderia usar nossos conhecimentos técnicos para ajudar os cegos, já que enfrentam dificuldades até hoje, mesmo com todas as tecnologias já existentes. Nós somos servidores públicos e o nome público é bastante abrangente. Acho que parte da nossa função é desenvolver tecnologias e empregar nossos conhecimentos para a inclusão. São projetos que dão retorno. Se a gente pode fazer alguma tecnologia que ajude a população, temos que fazer”, diz o educador.

Desde início do projeto em 2015, nove estudantes já participaram das atividades de melhoramento do protótipo. Um deles, o técnico em eletrônica Jonathan Kilne dos Santos, 20, mesmo concluindo sua formação no IFPE, retornou ao Instituto para continuar dando suporte ao Synesthesia Vision. Ele é responsável por melhorar o desenho do óculos, e ao ver sua adaptações se tornarem palpáveis, sente o prazer de um trabalho bem feito.

“No começo, a gente tinha um óculos feio, era gigante! Eliminei boa parte do peso tirando a bateria e trocando pelo celular. Adquirimos uma impressora 3D e assim pudemos modelar os nossos óculos. Ver saindo da tela do computador para algo palpável é maravilhoso. Toda vez que vejo Carlão utilizando o óculos, me dá vontade de adicionar mais coisas para melhorar. Ainda precisamos evoluir a conexão dos óculos com alguns aplicativos ao redor”, diz Jonathan.

Aluno do quarto período do curso de análise de sistemas, João Victor Brito, de 18 anos, aprende as técnicas da produção científica e o conceito de trabalho em equipe. Essa junção, ao final das aulas, contribui para a função social da educação disseminada nos institutos federais, que é transformar conhecimento em benefícios para a sociedade.

“No projeto, existem duas equipes, uma responsável pela montagem e outra pelo aplicativo. Tenho aula da grade curricular pela manhã e à tarde venho para o laboratório com o intuito de aperfeiçoar o código do aplicativo que trabalha em conjunto com o óculos”, descreve o estudante.

Em um dos testes realizados com o dispositivo, a equipe do projeto científico visitou a cidade de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, onde os integrantes vivenciaram os sorrisos de quem, pela primeira vez, poderia sentir o mundo através dos sons. “Encontramos dois estudantes cegos. Um deles é Matheus, que testou o óculos e a sensação de felicidade dele foi muito clara. O sorriso foi uma sensação inexplicável”, relembra João Victor.

Segundo os professores responsáveis pelo projeto, ainda não é possível determinar quando o óculos estará definitivamente pronto para uso e produção na indústria. A finalização apenas será possível no momento em que todos os testes viáveis forem realizados, havendo adaptações posteriormente. A perspectiva é que o custo do produto industrializado seja igual ou menor do que a quantia da produção atual: R$ 300 por peça. Até então, cinco exemplares foram fabricados. Mais informações sobre o projeto podem ser vistas no site do Synesthesia Vision.

Reportagem integra a série “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, que conta história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos. A seguir, confira as demais matérias da série:

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A Microsoft lançou um aplicativo que pode ajudar a mapear o mundo para pessoas cegas e deficientes visuais. O serviço dá instruções e descreve a área local para guiar as pessoas de um lugar para outro. Chamado Soundscape, ele permite que os usuários escolham um destino e, em seguida, fornece dicas de áudio para dar a ele consciência do que está ao seu redor.

Disponível para iPhones, o aplicativo se conecta aos serviços de mapas globais para descrever locais de interesse ou nomes de ruas em tempo real. Para usá-lo, o usuário só precisa de um dispositivo com iOS compatível e um fone de ouvido para ouvir as instruções.

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Ao dizer o nome da rua onde o usuário está no momento e dar instruções em voz alta, o aplicativo fornece pontos de referência às pessoas cegas para facilitar seu deslocamento. Segundo a Microsoft, o serviço foi criado para ser usado junto com outros métodos de navegação, como cães-guia.

"O aplicativo enriquece sua percepção dos arredores enquanto você anda, ajudando você a chegar onde quer ir", disse a Microsoft, em uma postagem no blog. Este porém, não é o primeiro serviço do tipo criado pela empresa. A Microsoft já lançou o Seeing AI, que usa a câmera de um smartphone para narrar o mundo aos usuários.

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Leidy García e Francia Papamija são duas das cinco mulheres cegas, ou com baixa visão, que receberam capacitação na cidade colombiana de Cali para ajudar na identificação do câncer de mama.

Esta patologia cancerígena é a de maior incidência no país, com 7.000 novos casos e 2.500 mortes por ano. Essas jovens foram instruídas em 2015 com um método do médico alemão Frank Hoffman, que há uma década assinalou que os cegos tinham facilidade para detectar nódulos, que podem ser a primeira manifestação dessa doença.

"As pessoas com deficiência visual têm um aumento da sensibilidade, há um maior tato e percepção dos elementos", diz à AFP o cirurgião Luis Alberto Olave, coordenador do projeto Mãos que Salvam Vidas, do Hospital San Juan de Dios.

A cada ano são detectados 71.000 novos casos no mundo. Com o apoio do banco de desenvolvimento da América Latina CAF, o método chegou a Cali após ser testado em Alemanha e Áustria.

Foram escolhidas quatro colombianas e uma mexicana de entre 25 e 35 anos sem problemas vasculares ou neurológicos que alteraram a sensibilidade. Se graduaram como auxiliares examinadoras táteis. Desde então, avaliaram 900 pacientes.

"Estamos quebrando um paradigma das pessoas que acreditam que por termos uma deficiência não podemos pensar ou sermos autônomos", afirma Francia, de 35 anos, que perdeu a visão aos sete anos por um descolamento de retina. No hospital perceberam que os exames das auxiliares tinham resultados sensitivos "melhores" que os da avaliação habitual.

"O exame clínico realizado por elas é mais elaborado e requer mais tempo. Isso gerou em nossas pacientes uma sensação de bem-estar e conforto que não encontravam no médico tradicional", explica Olave. Enquanto uma mulher no autoexame detecta massas de entre 15 e 20 milímetros, e um médico de 10, as cegas encontram nódulos de oito milímetros.

Vencer a desconfiança

Há seis anos que Leidy tem cegueira quase total. Sua carreira foi afetada por uma trombose cerebral que a fez perder a visão no olho esquerdo e reduziu consideravelmente a do direito. "As pessoas que veem bem são muito visuais, se deixam guiar pelo que veem. Eu me localizo muito pelo tato e ouvido", aponta essa mulher de 26 anos.

Leidy apalpa os seios de suas pacientes guiando-se por uma fita amarela e vermelha, na qual em cada centímetro há um relevo para sinalizar os nódulos localizados. Ao detectar uma massa avisa ao médico, e ele, conforme o caso, pede exames para descartar, ou não, o câncer. Suas avaliações duram até 45 minutos, enquanto as tradicionais não passam de 10.

Francia e Leidy concordam que há dois tipos de reações das pacientes quando oferecem o serviço das auxiliares cegas: curiosidade ou desconfiança. Algumas nem falam, outras contam problemas pessoais. "Elas têm uma precisão no tato. Na verdade estou muito impressionada pelo grande profissionalismo", diz uma vendedora de 42 anos após ser atendida por Francia.

Antes de serem auxiliares, Francia e Leidy estavam desempregadas, como 62% dos 500.000 deficientes visuais na Colômbia. O número é sete vezes maior que a média de desocupação no país, segundo o Instituto Nacional de Cegos. Olave considera que essa é uma opção para dar emprego a cegos e, por isso, pretende abrir uma nova convocação no primeiro trimestre de 2018.

"Em países em via de desenvolvimento, onde temos certas limitações de tecnologia para diagnosticar doenças mamárias", o exame manual "continua tendo grande importância", afirma. Diariamente, as duas mulheres querem mostrar que podem contribuir com algo valioso para que a sociedade deixe de impor o mote de descapacitadas.

Francia simplesmente quer viver "como uma pessoa normal", diz, mexendo as mesmas mãos que salvam vidas.

A Ilha do Retiro está passando por obras de acessibilidade. Dividida em quatro etapas, a reforma adaptará as dependências do Sport e também as calçadas no entorno do estádio, tudo para que cadeirantes e deficientes visuais possam circular pelo espaço de forma independente. Partindo de dentro para fora, o esforço segue os padrões exigido pela norma que trata da acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 

Em um primeiro momento, dividido em duas etapas, serão reformadas as áreas internas de circulação, como o acesso à sede, às bilheterias sociais, bilheterias do muro, acessos ao estádio e outros. Depois, as obras vão chegar aos banheiros e aos espaços internos do estádio para adequá-los. Por fim, serão as calçadas que receberão a requalificação para garantir que os torcedores deficientes circulem bem também nos arredores da Ilha.

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O Cine Às Escuras - Mostra Erótica de Cinema torna a sétima arte mais acessível a deficientes visuais e auditivos através da presença de audiodescritores, locutores, intérpretes/tradutores de Libras, legendistas e consultores com deficiência visual e surdos. Sua segunda edição será entre os dias 4 e 8 de julho, no Recife, com sessões no Cinema do Museu (Fundaj).

O evento exibirá na Fundaj curtas de diversas regiões do país, selecionados pela cineclubista Amanda Ramos, pela jornalista e educadora sexual Julieta Jacob, pela professora de comunicação da UFPE Cristina Teixeira e pela curadora Sara Mabel. São eles: Através, de Amina Jorge (SP); Baunilha, de Léo Tabosa (PE); Cítrica, de Marjory Kumabe (SP); Como Era Gostoso Meu Cafuçú, de Rodrigo Almeida (PE); O Corpo Nu, de Diego Carvalho Sá (SP); Plutão, de Daniel Nolasco (RJ); Tupinikuirs de Jefferson Grochovski (PR)

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Além disso, será exibido o longa Batguano (PB), de Tavinho Teixeira, que retrata as aventuras noturnas de Batman e Robyn, que saem à procura de michês em um futuro apocalíptico.

 

O primeiro Mapa Tátil Urbano de Sinalização do Nordeste para deficientes visuais foi inaugurado no centro do Recife, na manhã desta terça-feira (20). O equipamento foi instalado no hall da Casa da Cultura, no bairro de São José, e servirá para informar ruas e avenidas próximas, paradas de ônibus, pontos de táxi, serviços e pontos turísticos da região central da capital pernambucana. 

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Em Pernambuco, cerca de dois milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência visual. Dessas, 20 mil não enxergam absolutamente nada e 350 mil apresentam grande dificuldade. A iniciativa do Mapa Tátil não só beneficia deficientes visuais, mas pessoas com as mais variadas necessidades. Ela também permite visitantes com baixa-visão ganhem autonomia e mais segurança no centro do Recife. 

O equipamento conta com textos em braille e fontes adequadas à baixa visão, auxiliando na escolha de caminhos para chegar a um determinado local. Para Klesley Bastos, um dos idealizadores do projeto e sócio da empresa Id Design Inclusivo, a expectativa é de que com a instalação desse do mapa, outros locais sejam incentivados e se tornem mais inclusivos. Projeto tem incentivo do Funcultura e produção executiva da Janela Gestão de Projetos.

"A ideia é que esse tipo de projeto não seja feito só depois do equipamento público ou privado esteja pronto. É preciso pensar na inclusão na origem do equipamento cultural, até porque os custos são reduzidos dessa forma", alertou Bastos. O projeto surge como uma forma de dar continuidade ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, aderido pelo Governo do Estado, em 2012, com o slogan “Viver sem Limites”. 

Presente no lançamento na manhã desta terça, o superintendente Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD), Paulo Fernando, destacou a iniciativa como um passo importante para a acessbilidade no Recife. "Eu acho que é um início. Iniciativas como essa fazem com que outros espaços também possam garantir mais inclusão, não só para nós cegos, como também para outros deficientes", afirmou.

Já o deficiente visual José Diniz, presidente da Associação Pernambucana de Cegos, pontuou que apesar da instalação desse mapa ser essencial para os cegos conhecerem os espaços públicos do Recife, o local escolhido não foi muito bom. "Eu acho a iniciativa muito boa, a gente pode conhecer o Recife com os dedos. Mas não gostei da escolha da Casa da Cultura", disse. Para ele, o melhor local seria a região do centro da cidade, nas proximidades do Marco Zero.

Klesley Bastos explicou que o projeto inicialmente seria instalado no Museu do Trem do Recife, mas após uma sugestão da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Casa da Cultura foi escolhida por causa do fluxo de pessoas diariamente. Segundo Basto, um segundo projeto já foi aprovado pela Prefeitura do Recife e deverá ser instalado na Torre Malakoff, na Praça do Arsenal. 

O diretor de Responsabilidade Social da UNINASSAU, Sérgio Murilo, destacou a importância em garantir do direitos às pessoas com necessidades especiais. "Esse mapa possibilita que as pessoas com deficiência possam entender um pouco e conhecer mais a sua cidade e quais deslocamentos elas podem fazer dentro do espaço urbano". 

O Senai-SP apresentou hoje (20), na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o projeto Semáforo Inteligente para Deficientes Visuais. Através de um aplicativo de celular, o deficiente pode enviar o comando para fechar o semáforo e, ao terminar a travessia, o aplicativo libera novamente o tráfego de veículos.

O diretor da escola onde o sistema foi desenvolvido, Helvécio Siqueira, demonstrou o projeto durante um workshop sobre mobilidade urbana, promovido pelo Deinfra (Departamento de Infraestrutura da Fiesp. O próximo passo é efetuar os testes em ruas da cidade de São Paulo, o que deve ser liberado nos próximos dias. Concluídos os testes, o projeto todo será entregue para a avaliação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).

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O projeto teve início dentro do ambiente de trabalho, com a constatação dos alunos do Senai da dificuldade que as pessoas com deficiência tinham para transitar dentro das fábricas, devido ao grande movimento de veículos.  Professores e alunos buscaram então a parceria da empresa sul-coreana de tecnologia para desenvolver o sistema que permite a interação com um aplicativo especialmente desenvolvido.

Entre os projetos em fase de avaliação, também foram apresentados um cooktop giratório, que visa facilitar a vida dos cadeirantes, uma máquina de costura adaptada, um bebedouro para deficientes visuais e motores e um sistema de alarme para surdos.

Por Wagner Silva

Os restaurantes da cidade de Guarulhos começara a adotar a partir deste mês de junho o cardápio em braille. Idealizado pelo Departamento de Turismo do município, visa ajudar e integrar pessoas com deficiência visual. Os restaurantes dos hoteis Monreale e Bristol foram os primeiros a aderir o menu tátil. 

Heleno Aredes Cardoso, gerente geral do Hotel Monreale, comentou sobre a importância do menu tátil para os clientes, da inclusão social e dos benefícios para o estabelecimento. "Para nós, além da questão de inclusão, da cidadania, o acesso ao cardápio é um diferencial e evita que tenhamos uma pessoa dedicada para ler o menu. O deficiente também precisa ser atentido, se não ele perde a motivação e fica em casa. Se você não oferece táxis e ônibus adaptados, motoristas treinados, rampas nas calçadas e outras formas de inclusão, o deficiente fica em casa. Então, a Prefeitura está de parabéns, e nós, hoteleiros, juntamente com a Comtur (Conselho Municipal de Turismo), também, porque abraçamos essa causa e somos os pioneiros na oferta do cardápio em braille". 

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Os donos de bares e restaurantes que quiserem ter o menu em braille podem entrar em contato com a Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida pelo telefone (11)2414-3685 ou pelo Departamento de Turismo pelo telefone (11)2475-7926.

O menu em braille está pautado em lei federal, estadual e municipal e os estabelecimentos que não aderirem podem pagar multa de R$ 878.76.

 

 

Nesta sexta-feira (27), o Teatro Hermilo Borba Filho recebe uma sessão especial. A Cia Fiandeiros de Teatro promoverá uma sessão especial, gratuita, do espetáculo ‘Vento forte para água e sabão’ voltado para as pessoas com deficiência visual. Os interessados devem procurar a Fiandeiros para garantir seu ingresso através do telefone (81) 4141.2431. Crianças de escolas públicas foram convidadas e também estarão presentes.

Em uma hora de encenação, o público vai poder vivenciar uma trilha sonora autoral executada ao vivo, e narrativas que abordam questões como vida, morte, medo e existência. O roteiro narra a história de amizade entre uma bolha de sabão chamada Bolonhesa e Arlindo, uma rajada de vento. Sabendo dos riscos que corre por ser uma bolha, Bolonhesa já havia decidido ficar parada no seu cantinho, com medo de se arriscar a conhecer o mundo.

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Porém, Arlindo, com muita diversão e cumplicidade, ajuda a bolhinha a viver uma divertida aventura, descobrindo as coisas lindas espalhadas pelo mundo e dando sentido a sua essência. A apresentação tem direção de André Filho, texto assinado por Giordano Castro e Amanda Torres, e elenco formado por Tiago Gondim, Daniela Travassos, Geysa Barlavento, Kéllia Phayza, Victor Chitunda e Ricardo Angeiras.

No final de semana, o público poderá conferir a apresentação às 16h, no Teatro Hermilo Borba Filho. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia) e estarão à venda na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada sessão. O incentivo é do Funcultura.

Sessão especial – sexta (27), às 15h
Temporada: até 29 de maio, em cartaz todos os sábados e domingos, às 16h
Teatro Hermilo Borba Filho - Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife
Informações: (81) 4141.2431 e 3355.3320

Sábado (28) e domingo (29)

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia), à venda na bilheteria do teatro (aberta uma hora antes de cada sessão)
Capacidade: 100 pessoas
Duração: 60 minutos
Classificação livre

A edição deste ano da Campus Party está mais empreendedora. Uma prova disso são as atividades voltadas para área e os projetos que estão sendo apresentados neste quarto ano de evento. Entre as ideias inovadoras está a bengala automatizada, feita por estudantes do Instituto Federal da Bahia (IFBA). 

A ferramenta ainda é um protótipo, mas que tem como objetivo ajudar deficientes visuais a evitar colisões em atividades diárias, reduzindo o risco de acidentes e outros problemas. A equipe do projeto trabalha há um ano nesta iniciativa, que ainda está recebendo melhorias. Confira uma demonstração prática da bengala automatiza no vídeo a seguir:

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O Project Annuit Walk, óculos inteligentes que ajudam deficientes visuais a se locomoverem com mais segurança, criado por um grupo de estudantes e coordenado pelo pernambucano Marcos Penha, está entre os 18 vencedores do prêmio The World Summit Youth Award, competição global das Organizações das Nações Unidas (ONU). O dispositivo, cujo protótipo custou cerca de R$ 45, identifica obstáculos acima da linha da cintura da pessoa, região que normalmente não é alcançada pela bengala. Assim que o aparelho detecta um obstáculo próximo à pessoa cega, ele emite um sinal que aumenta quando o objeto se aproxima.

O sinal é sentido por meio de vibrações de uma pulseira ou colar, como o toque de um telefone em modo vibracall. A intensidade da vibração pode ser regulada de acordo com a sensibilidade de quem usa o aparelho. “Inicialmente, queríamos desenvolver um óculos que substituísse a bengala-guia. Quando fomos a campo, mudamos o projeto. Os cegos não queriam deixar a bengala. É o senso tátil deles. Por isso, tem um peso psicológico muito grande”, destacou Emily Shuler, que participa da equipe de desenvolvimento.

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A partir de testes com 276 cegos, em sua maioria da Associação Pernambucana de Cegos (Apec), os pesquisadores constataram que a bengala não conseguia identificar obstáculos acima da linha da cintura. “Com a bengala, eles reconhecem um pneu, mas acham que é um carro. O carro tem uma certa altura e, se for um caminhão, eles vão em frente e batem. Isso ocorre também com os orelhões”, explicou Penha, coordenador do projeto.

Os desenvolvedores perceberam que precisavam de um dispositivo barato, já que aparelhos similares, como a bengala eletrônica, que também funciona com sensores, tinha custo muito elevado e precisava ser importada. “Para um cego importar, é um processo complicado. Quando avaliamos, os valores chegavam a R$ 3 mil ou R$ 4 mil. E um cão-guia pode custar R$ 25 mil”, lembrou o coordenador.

Os pesquisadores do projeto brasileiro, então, buscam investidores para conseguir produzir os óculos em escala industrial. Para Lucas Foster, fundador da ProjectHub, rede global de economia criativa, parceira do prêmio internacional, o projeto brasileiro vencedor é uma demonstração do potencial inovador do País, principalmente nas áreas da inclusão social, acessibilidade, diversidade cultural e sustentabilidade. “A preocupação de usar inovação com essas características é algo que aparece muito no Brasil, diferentemente de outros países desenvolvidos, que já estão falando de outros aspectos, como inteligência artificial. Aqui existe uma juventude mais engajada e insatisfeita com a realidade, querendo propôr mudanças”, acrescentou.

O prêmio recebido pelos brasileiros reconhece projetos com potencial de impacto nas metas da ONU em seis diferentes categorias: luta contra a pobreza, fome e doença, educação para todos, empoderamento das mulheres, valorização da cultura local, meio ambiente e sustentabilidade e busca da verdade. Cada categoria tem três vencedores selecionados por um júri técnico. Todos os trabalhos inscritos foram iniciados e executados por pessoas com até 30 anos, nascidas em países membros da ONU e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O certame é realizado pela organização não governamental The International Center for New Media, com chancela da ONU. O projeto brasileiro pode ser conhecido em www.annuitwalk.com

Para um deficiente visual, pedir ajuda para atravessar uma rua ou orientação para entender o que está escrito em uma placa nem sempre é uma tarefa fácil. O aplicativo Be My Eyes, criado pelo dinamarquês Hans Jørgen Wiberg, no entanto, quer solucionar este problema. Com a plataforma instalada em seu smartphone, uma pessoa cega pode solicitar ajuda de um voluntário para obter informações que vão auxiliá-la em seu cotidiano.

O funcionamento do aplicativo é simples. Basta que o deficiente visual acesse a ferramenta e se identifique como uma pessoa cega. A partir daí, o software vai buscar um voluntário para que uma videoconferência seja iniciada.

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Quando o ajudante atender a chamada, o deficiente visual deverá posicionar o celular perto dos olhos para transmitir, em tempo real, o trajeto que está percorrendo. Desta forma, o voluntário pode narrar à pessoa com limitações visuais o que está acontecendo adiante.

O uso do smartphone por deficientes visuais só é possível graças recurso de acessibilidade VoiceOver, presente nos iPhones. Com a ferramenta habilitada, os usuários ouvem uma descrição de tudo o que está acontecendo na tela.

“Minha esperança é de que, ajudando uns aos outros como uma comunidade online, Be My Eyes possa fazer uma grande diferença na vida cotidiana das pessoas cegas em todo o mundo”, explica o criador do projeto, que também possui deficiência visual. 

Até o momento, mais de 113 mil pessoas já se inscreveram para ajudar e há nove mil deficientes visuais registrados. O Be My Eyes está disponível na App Store e é compatível com iPhone 4s ou superior. A versão para Android já está em desenvolvimento, mas não possui data de lançamento prevista.

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Os deficientes visuais passarão a contar com um guia todo em braille que descreve as belezas pernambucanas. Intitulado de “Pernambuco de 1 a 8 dias”, o panfleto será distribuido pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), ainda esta semana. Nele, é possível conhecer pontos turísticos de 24 municípios pernambucanos, entre Recife, Itamaracá, Caruaru, Petrolina e outros locais.

O guia abrange sugestões de passeios de todas as regiões, incluindo igrejas, museus, teatros e praças. Segundo a Empetur, o estado de Pernambuco foi o pioneiro em todo país a criar um material turístico voltado para os cegos. A publicação também estará disponível nos Centros de Atendimento ao Turista (CATs).

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Com informações da assessoria






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Criado no ano de 1825 pelo francês Louis Braille e implantado no Brasil em 1954, o sistema, que traz o nome do inventor, tem levado pessoas de todo mundo a conhecer o encantador mundo da leitura de uma forma simples e prática. Em alusão ao Dia Nacional do Sistema Braille, comerado nesta quarta-feira (8), o Portal LeiaJá conferiu como é feito os materiais impressos nos moldes voltados para os deficientes visuais no Instituto de Cegos Antônio Pessoa de Queiroz, localizado no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.

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Para a produção de todo e qualquer tipo de material em Braille é utilizado uma impressora específica que fica interligada a um computador comum. “Quando uma pessoa quer ter certo tipo de produto traduzido para o Braille, ela pode trazê-lo até aqui (Instituto) e os funcionários terão a missão de adaptar o texto para o sistema”, explica a professora do local Vitória Damasceno, 48 anos, cega desde nascença. Vale ressaltar que a casa cobra pela tradução do material para o sistema. Os valores são variados, pois dependem do tipo de produto e da quantidade solicitada.

Em uma sala pequena, três equipamentos imprimem as folhas especiais. De acordo com a técnica brailista Simone Rosa Di Mattia, o processo de tradução é fácil e rápido. “Com o texto em mãos, passamos por um dos sistemas de Braille (Braille Fácil ou In Braille) para que o material seja ‘limpo’, ou seja, perca todas as cores, e assim possa ser impresso”, explica Mattia. As impressoras são grandes e bem diferentes das vendidas em lojas. Segundo a técnica, os equipamentos vêm da Alemanha e custam cerca de R$ 20 mil. O papel impresso também não é nada comum. Eles costumam ser largos e pesam 120 gramas. "Não adianta imprimirmos o texto em um papel normal (A3) pois a formatação não sai boa", garante Mattia. 

Além dos livros, encartes, panfletos e calendários, há outro tipo de material que vem sendo bastante solicitado no Braille: cardápios. “Muitos restaurantes do Recife têm melhorado a acessibilidade aos deficientes visuais. Um dia desses fui almoçar em um restaurante e lá tinha um cardápio em Braille, que, por coincidência, foi traduzido aqui na Instituição”, conta a professora Damasceno. Porém, ela acredita que o estado ainda tem muito o que fazer no quesito acessibilidade para os cegos. 

O método de Braille é capaz de produzir 64 símbolos, incluindo letras, algarismos e até sinais de pontuação, com até seis pontos dispostos em duas colunas, onde o leitor desliza as mãos sob o livro sempre da esquerda para direita. Os deficientes visuais interessados em ter acesso ao Instituto de Cegos Antônio Pessoa de Queiroz, que oferece aulas de escrita em Braille, além de aulas de artes, massagem e hidroginástica, devem ir até o local e realizar o cadastro com todos os dados pessoais. No local, os cegos também podem desfrutar de uma biblioteca com vários livros. No entanto, os materiais não podem ser levados para casa. Todas as atividades oferecidas no Instituto são totalmente gratuitas. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e de 13h às 17h.

 

 

 

 

O III Festival Internacional Brasil Stop Motion, que acontece de 26 a 30 de novembro, inova a programação com a Mostra Especial Brasil Stop Motion (Destaques 2011/2012), com audiodescrição para as pessoas com qualquer outra deficiência visual.

A mostra permite aos deficientes acompanharem o filme através da tradução de imagens em palavras do que está sendo exibido na tela do cinema. A mostra especial acontece no dia 28 de novembro e é aberta ao público em geral, pois a descrição é feita por meios de aparelhos de transmissão e recepção (fones de ouvido), sem trazer prejuízo para os presentes que não têm perdas visuais.

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Confira a progração da Mostra especial com audiodescrição:

Retrospectiva Brasil Stop Motion 2012 | 6’30’’

Leo Alfinete e Tato Rocha | Recife/Brasil

Tonky (4 capítulos) | 6’

Walter Tournier | 2003 | Uruguai

Escargot | 1’15’’

Laira Ávila | 2011 | MG/Brasil

Mi familia  (4 capítulos) | 6’

Javier Peraza e supervisão de Lala Severi e Walter Tournier | 2005 | Uruguai / Argentina

Consciente coletivo | 1’54’’

Analúcia de Godoi e Pedro Luá | 2009 | RJ/Brasil

My Strange Grandfather | 8’30’’

Meu estranho avô

Dina Velikovskaya | 2011 | Rússia

No Noodles | 2’

Sem  noodles

Tyler Nicolson | 2012 | Canadá

Los Siete Cabritos | 10’

Os sete cabritos

Ismael Mon | Espanha | OQO Filmes

Espetáculo - O mágico e a domadora | 2’58’’

Rafael Jardim | 2010 | BA/Brasil 

Kwartecik | 6’54’’

O pequeno quarteto | 1965

Edward Sturlis | 1927–1980 | Polônia

Animágico! O grande amor | 1’17’’

Paulo Henrique de Aragão | 2011 | SP/Brasil

Lol Figth | 1’29’’

Alan Tonello | 2011 | PE/Brasil

En la opera | 1’

Juan Pablo Zaramella | 2010 | Argentina

O Centro de Reabilitação Menina dos Olhos apresenta, na próxima segunda-feira (30), o "Projeto Cão Guia". A iniciativa, que acontece na sede da instituição, na Rua da Soledade, n° 170, no bairro da Boa Vista, traz palestra médica sobre miopia, momento de acolhimento entre os participantes e coffe break para os deficientes visuais. Tudo acompanhado pela presença de cães-guias.   

O projeto tem o objetivo de fortalecer a alternativa em busca da igualdade física e a reintegração da pessoa com deficiência visual na sociedade, nos setores econômicos e educativos. Cerca de 50 pacientes participarão da ação.

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