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O Festival de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira com a exibição de "Django", filme biográfico sobre o famoso músico de jazz cigano Django Reinhardt, cuja família foi perseguida pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Dezoito filmes disputam o Urso de Ouro na 67ª edição do festival. O júri, presidido pelo diretor holandês Paul Verhoeven, anunciará o vencedor em 18 de fevereiro.

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Antes do início do festival, o cineasta afirmou que espera polêmicas e surpresas.

"Espero por ideias que ainda não vi, éticas ou imorais, não importa", disse o diretor de 78 anos em uma entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung.

A mostra começa com "Django", primeiro filme dirigido pelo francês Etienne Comar, até agora conhecido como roteirista e produtor.

O famoso guitarrista Django Reinhardt teve que fugir em 1943 da Paris ocupada por pertencer à comunidade cigana, perseguida pelos nazistas.

"É a história de um personagem cego por sua música, que não vê que o mundo mudar e que será afetado pela guerra", disse à AFP Etienne Comar.

"'Django' é uma história comovente de um sobrevivente", afirmou Dieter Kosslick, diretor da Berlinale.

"É um programa que diz 'sim à vida' e de artistas que descrevem vidas diárias afetadas pelo apocalipse, mas nas quais sempre há uma porta de saída", completou Kosslick.

Durante 11 dias, o festival exibirá quase 400 filmes de 70 países.

Fiel a sua tradição, a Berlinale programou filmes autorais e grandes produções americanas.

Entre os 'blockbusters' estão "Logan", terceiro capítulo das aventuras de Wolverine com Hugh Jackman, e "T2 Trainspotting" do britânico Danny Boyle, sequência do filme dos anos 1990.

O cinema autoral europeu também marcará presença com a polonesa Agnieszka Holland e o romeno Calin Peter, que exibirão seus novos filmes, "Pokot" e "Ana, mon amour", respectivamente.

- Brasil na mostra oficial -

O Brasil retorna à disputa do Urso de Ouro com "Joaquim", do diretor Marcelo Gomes ("Cinema, aspirinas e urubus").

"Joaquim" conta a história de Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira.

Várias estrelas, de Penélope Cruz a Robert Pattinson passando por Catherine Deneuve, devem passar pelo tapete vermelho do festival.

Richard Gere viajará até a capital da Alemanha para apresentar o thriller "The Dinner", sobre duas famílias que escondem um segredo terrível, coprotagonizado por Laura Linney, Rebecca Hall e Chloë Sevigny.

Grande defensor da causa tibetana, o ator americano aproveitará a oportunidade para ter uma reunião com Angela Merkel. No ano passado, a chanceler alemã recebeu George Clooney para falar sobre os refugiados na Europa.

A Berlinale tem uma tradição de ativismo. Muitas pessoas esperam que diretores e atores aproveitem a oportunidade para divulgar mensagens sober o populismo no Ocidente ou a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

A polícia do estado de Washington (noroeste dos EUA) suspeita que o corpo de uma mulher encontrado nesta quinta-feira possa ser o da atriz americana Misty Upham, 32, que atuou nos filmes "Django livre" e "Um quente agosto". "O corpo foi encontrado por um membro da família de Misty Upham, que estava procurando por ela", declarou a polícia de Aubur, uma localidade perto de Seattle, em nota à imprensa.

"Na área, foi encontrada uma bolsa com um documento de identidade pertencente a Misty Upham, mas os legistas ainda não conseguiram determinar a identidade (do corpo), nem as causas da morte", completou a polícia. Segundo a revista especializada em celebridades "Variety", a família da atriz disse à polícia que Upham teve um comportamento "suicida" um dia antes de desaparecer, em 6 de outubro.

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Seu pai, Charles Upham, contou à revista que a filha havia deixado de tomar sua medicação para controlar a ansiedade e o transtorno de bipolaridade.

O filme Argo, dirigido pelo diretor e ator norte-americano Ben Affleck e produzido por George Clooney, venceu neste domingo, em Londres, a premiação do cinema britânico Bafta de melhor filme. O longa-metragem, que retrata a retirada de diplomatas norte-americanos do Irã durante a Revolução Iraniana, superou Lincoln de Steven Spielberg, As aventuras de Pi, de Ang Lee, Os Miseráveis, de Tom Hooper e A hora mais escura, de Kathryn Bigelow.

Ben Affleck recebeu o prêmio de melhor diretor na grande noite do cinema britânico, enquanto Daniel Day-Lewis conquistou o prêmio de melhor ator por sua interpretação em Lincoln e a francesa Emmanuelle Riva levou o título de melhor atriz com Amor. Anne Hathaway recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante pela atuação como Fantine no musical Os Miseráveis e Christoph Waltz o de melhor ator coadjuvante por seu papel em Django.

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O chileno Claudio Miranda obteve o prêmio de melhor fotografia por A vida de Pi.

 Se discute muito nos meios culturais o significado do trabalho autoral no cinema, e até que ponto a marca do diretor deve se curvar em relação à história contada - devido às necessidades dramáticas e a capacidade de uma obra de ser vendável dentro de um sistema de estúdios. Quentin Tarantino aparentemente conseguiu a proeza de unir todas estas características em Django Livre (Django Unchained). É um filme onde reconhecemos o mesmo realizador que nos deu a violência quase cartunesca de Kill Bill, os diálogos cheios de espírito de Jackie Brown, aliados a potência narrativa e dramática de Bastardos Inglórios. Novamente temos as multiplas referências de um diretor que construiu uma carreira em cima de homenagens aos gêneros que amou enquanto crescia: os filmes de ação dos anos 80, os filmes B de artes marciais vindos da china com péssimas dublagens e o drama de guerra.

Desta vez, o que temos é um roteiro original que reconstrói os trabalhos do chamado Faroeste Italiano, que imortalizou diretores como Sérgio Leone. O Western é o gênero de cinema americano por definição, que ajudou a levar a indústria de Hollywood para o patamar estelar que possui, hoje, e que ajudou a legitimar a visão higiência do herói e do uso liberal da violência como resolução de problemas. É muito curioso assistir a este filme depois de ver, na semana anterior, o tétrico Jack Reacher. Ambos possuem soluções similares para seus personagens, mas Django é um filme humano e relacionável. Aceitamos melhor a necessidade de resolver as coisas na base do chumbo voador.

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    Tarantino liga esse faroeste consagrado com outro que têm defensores ferrenhos, porém muito contestadores socialmente:a Blaxsploitation americana. A união de black (negro) e exploitation (exploração), é um gênero de cinema originamente marginal que procurava enfrentar o olhar cinematográfico eminentemente branco da indústria. Além disso, dramas sobre a relação entre raças e a visão do negro americano sobre sí mesmo e sobre os outros, são abordados no filme. Foi uma aposta perigosa de Tarantino, trazendo temas delicados como a escravidão e o papel do negro na formação dos EUA, algo que foi relegado ao segundo plano nas produções clássicas dos gêneros americanos, e em particular no faroeste.

Embora possua o mesmo nome de um Western que teve o ator Franco Nero como seu protagonista branco de olhos azuis, Django Livre (no qual o próprio Franco faz uma aparição) é uma história original numa safra de cinema que tem os roteiros adaptados e os remakes como matéria prima. Django (Jamie Foxx, muito à vontade no papel) é um negro escravo, que é libertado pelo 'dentista' e caçador de recompensas King Schultz (Christoph Waltz). Waltz repete sua interpretação que lhe valeu um Oscar pelo coronel Landa em Bastardos Inglórios, e continua igualmente interessante nesta segunda vez. A dupla se une num acordo: Se Django ajudar o Schultz a capturar os irmãos Brittle, três criminosos procurados pela lei e que realmente não prestam, o Doutor ajudará o escravo liberto a encontrar sua esposa. Brunhilda (Kerry Washington), a força motriz de Django, e um personagem bem pobre, se encontra presa na maior e mais opressiva fazenda do mississipi. Candyland é governada por Monsieur Candy (Leonardo DiCaprio, brilhante como vilão) e pelo maquiavélico e idoso Stephen.

Visualmente, Django Livre é uma produção sólida. Embora puxe do faroeste sua temática, a construção visual não é a mesma: Temos poucos dos grandes ângulos abertos que colocam o homem no cavalo como o senhor de tudo que enxerga. Não que o filme seja feio: O trabalho de fotografia de Robert Richardson (Ilha do Medo, a Invenção de Hugo Cabret) é primoroso em sua precisão, mesmo a inspiração dos faroestes B feitos na itália, com movimentos de câmera bruscos e chicotes, muitas vezes colocados como um tipo de piada interna do diretor.

Os diálogos e a montagem são rápidos, mas não sofremos com cortes rápidos-feito-video-clipe-da-MTV que tem aparecido tanto nos cinemas recentemente, como se o editor tivesse um ataque epilético. É uma montagem que serve a bruteza explicita, mas quase surreal em sua escala. Me foi comentado que o diretor tem uma alegria quase infantil em sua violência, e é verdade. Seria possível colocar Tarantino david Cronenberg (Cosmópolis, Método Perigoso) quase em lados opostos na mesma moeda. O sangue explode, e as pessoas voam, e claramente, sentimos que o diretor está se divertindo bastante com o resultado, particularmente com a pontinha que ele mesmo interpreta.

Django Livre é razoavelmente longo, com dois clímaxes bem distintos, mas que graças a um uso sólido de edição e uma trilha sonora que mistura o que existe de bom no som icônico faroeste clássico e da produção de música negra nos EUA, não pesa nem nos olhos ou nos ouvidos. Django Livre é partes iguais de Ennio Moricone, Tupac e James Brown e Johny Cash. É um prato saboroso, mas todos os sabores são bem fortes.

Se existe algum problema sobre a obra é que ele possui tantas referência que está sempre pecando pelos excessos: de referências, de mudanças rápidas do clima, sempre no limite, chamando muita atenção para sí enquanto metafilme e dimunuindo nossa atenção na história.  A primeira metade é um excelente faroeste e um trabalho mais sério sobre a exploração do negro naquela época, dramático e envolvente. A segunda, bem, é Tarantino, com sangue explodindo de forma gloriosa, e mulheres voando em ângulos impossíveis quando são atingidas por tiros de revolver. A habilidade cinematográfica do diretor é inegável, mas as vezes, nos perguntamos se ele não deveria tentar crescer só um pouco e deixar de ser 'o garoto talentoso' que era na época de cãos de aluguel. Já está na hora.

O cineasta Quentin Tarantido, um dos mais cultuados da sua geração está preparando seu novo filme, após o longa Bastardos Inglórios, que levou um Oscar de Ator Coadjuvante pela interpretação de Christoph Waltz. Django Unchained conta a história de um escravo negro que busca reencontrar a esposa, vendida a outro senhor.

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Django (Jamie Foxx) encontra o caçador de recompensas alemão King Schultz (Christoph Waltz), que está em busca dos Irmãos Brittle e sabe que apenas o escravo pode conduzi-lo ao seu objetivo. Schultz compra Django com a promessa de libertá-lo quando encontrar suas vítimas.

A busca da dupla pela esposa de Django os leva a fazenda Candyland, onde mora Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), que mantém escravos preparados por Ace Wood (Kurt Russell) para lutar uns com os outros por esporte. Abusando dos tiros, da violência e do sangue, como de costume, Tarantino rende homenagem ao gênero Western Spaghetti em sua nova produção, que tem data de estreia marcada para 18 de janeiro de 2013.

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