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O suíço-americano Robert Frank, um dos maiores fotógrafos do mundo e documentarista, morreu na segunda-feira no Canadá, segundo o New York Times, citando o proprietário da galeria nova-iorquina Pace-MacGill nesta terça-feira.

Robert Frank ficou famoso com seu álbum "The Americans" (1958), um livro de fotos em preto e branco tiradas durante suas viagens pelos Estados Unidos, um verdadeiro manifesto que influenciaria profundamente as gerações americanas subsequentes.

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Nascido em 9 de novembro de 1924 em Zurique, na Suíça, ele cresceu em uma família de industriais judeus alemães e se apaixonou por fotografia aos 12 anos.

Treinou como assistente de fotografia em Zurique e Basileia de 1940 a 1942.

Após a Segunda Guerra Mundial, Frank se mudou para os Estados Unidos, e passou a fazer fotos de moda, além de colaborar com revistas como Fortune, Life, Look e Harper's Bazaar.

Mas ele ficou "cansado do romantismo" e, armado com seu instinto e um par de câmeras, começou a gravar cenas da vida cotidiana.

Seu livro seminal - publicado na França em 1958 e nos Estados Unidos um ano depois - surgiu de uma série de viagens pelos Estados Unidos com sua família em meados da década de 1950, uma jornada semelhante às feitas por seu amigo e escritor Jack Kerouac e outros da "Beat Generation".

As técnicas fotográficas clássicas foram de pouca utilidade para Frank, que se destacou ao apresentar vinhetas, produzindo 28.000 imagens que foram reduzidas a 83 para um livro que reescreveu as regras do fotojornalismo.

Nos balcões de lanchonetes e nos cinemas drive-in, ao longo da Rota 66, seu estilo corajoso e subjetivo revelava uma ampla gama de emoções e relacionamentos, principalmente raciais, que raramente eram encontrados nas populares revistas ilustradas da época.

Como Kerouac escreveu no prefácio da edição americana do livro, Frank "sugou um poema triste da América e transfomrou num filme".

O cineasta Michael Moore foi hospitalizado com pneumonia e cancelou planos para promover seu próximo documentário "Where to Invade Next", mas disse nesta sexta-feira que está "muito melhor". Moore disse que foi internado na unidade de terapia intensiva de um hospital de Nova York no domingo, e que esperava receber alta ainda esta sexta-feira.

"Vamos apenas dizer que as coisas não pareciam boas domingo à noite. Mas, graças a uma combinação de bons médicos, comida hospitalar decente e Obamacare, estou muito melhor", escreveu Moore no Facebook. Moore atribuiu a doença a uma programação extenuante de promoção do filme, apoiando o candidato presidencial democrata Bernie Sanders, e tentando chamar a atenção para o escândalo de água envenenada em sua cidade natal, Flint, Michigan.

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O cineasta "guerrilheiro" alistou seus fãs para ajudarem a promover "Where to Invade Next", programado para estrear na próxima sexta-feira, através do compartilhamento de trailers e encaminhando resenhas para amigos e familiares. "Eu não posso voar, tenho que me recuperar, e em uma semana (12 de fevereiro) este grande filme para o qual tanto me dediquei vai estrear nos cinemas - com pouca ou nenhuma ajuda minha", escreveu Moore no Facebook.

O cineasta premiado com o Oscar é mais conhecido por dirigir documentários como "Tiros em Columbine" (2002), que fala sobre a cultura de armas americana; "Fahrenheit 9/11" (2004), que alfineta a resposta do governo Bush aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, e "Roger & Me" (1989), sobre seus esforços para falar com o chefe da General Motors sobre o impacto do fechamento de fábricas em Flint.

O diretor de documentários americano Robert L. Drew, um dos pais do estilo "cinema direto", a versão americana do "cinéma vérité" francês, faleceu nesta quarta-feira, aos 90 anos, em sua casa em Connecticut (nordeste dos EUA), informou a família do cineasta.

Na década de 1960, Drew desenvolveu com seus colaboradores uma câmera e um microfone que permitiam gravar imagens sem roteiro. A técnica dava mais flexibilidade de movimento e permitia captar a realidade sem um narrador principal.

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O protagonista do primeiro documentário de Drew, "Primárias" (1960), foi o então senador John F. Kennedy, a quem ele acompanhou durante sua campanha em Wisconsin (norte dos EUA) para a presidência americana.

Em 1963, Drew rodou "Crise: por trás de um compromisso presidencial", sobre a decisão de Kennedy - já presidente - de apoiar os direitos dos americanos negros e de obrigar a Universidade do Alabama (sul) a aceitar dois estudantes.

Em 1969, Drew ganhou o Emmy de melhor documentário por "Man Who Dances", sobre o estresse sofrido pelo então primeiro bailarino da Ópera de Nova York, o americano Edward Villella.

Antes filmou "Yanki No" (1960), baseado no aumento de um sentimento anti-EUA na América Latina; "The Chair" (1962), sobre um advogado que evitou que um homem fosse executado na cadeira elétrica; e "Jane" (1962), sobre o início da carreira da atriz americana Jane Fonda na Broadway.

Nascido em Ohio (norte), há dois anos ele ficou viúvo de Anne Gilbert Drew, com quem trabalhou durante grande parte de sua trajetória profissional e teve três filhos. Seu primeiro casamento foi com Ruth Faris Drew.

Antes de se tornar diretor de documentários, ele se alistou na Força Aérea americana, que o destacou para Nápoles, no final da Segunda Guerra Mundial. Por três meses, Robert Drew ficou escondido nas montanhas para não ser descoberto pelas tropas alemãs, depois que seu avião foi abatido.

O diretor de cinema e documentarista sueco Malik Bendjelloul faleceu nesta terça-feira, aos 36 anos, em circunstâncias ainda não esclarecidas, informou a agência de notícias sueca TT. Segundo a polícia, citada pela TT, não seria um caso de assassinato.

Malik Bendjelloul ganhou o Oscar de melhor documentário em 2013 por Procurando Sugar Man, sobre a carreira do cantor americano Sixto Rodríguez. Procurando Sugar Man também conquistou o Prêmio do público internacional no Sundance Festival 2012.

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Filho de pai argelino e de mãe sueca, Malik nasceu em 1977, na pequena cidade de Ystad, no sul da Suécia, e morava em Estocolmo.

Recife perde um dos pioneiros do cinema pernambucano, o jornalista e cineasta Fernando Spencer, 87 anos. Seis anos atrás ele foi diagnoticado com câncer de pulmão e foi internado quarta-feira (12) no Hospital Capibaribe, na Boa Vista, em decorrência de uma infecção.

Fernando José Spencer Hartmann nasceu no Recife, em 1927, e foi cronista de cinema por 40 anos, além de ter presidido a Associação Brasileira de Documentaristas e ocupado o cargo de diretor da Divisão de Teatro e Cinema da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do Recife, na década de 1970. Entre 1980 e 2000, Fernando foi coordenador da Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco e em 2007, ganhou o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

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Considerado um dos primeiros cineastas do Recife, Fernando Spencer se destacou pela produção em super 8 e realizou filmes como Nossos Ursos Camaradas (2009) e Caboclinhos do Recife (1974). Viúvo de seu segundo casamento, o cinesta deixa seis filhos, oito netos e três bisnetos. O velório começou às 5h no Cemitério de Santo Amaro, e o enterro será na tarde desta segunda, porém o horário ainda não foi definido.

Durante a cerimônia do Oscar neste domingo (2), foi realizada a tradicional homenagem aos grandes nomes do cinema que faleceram recentemente e no ano anterior. Nesta edição, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas incluiu na sessão in memorian o diretor brasileiro Eduardo Coutinho, que foi assassinado pelo seu filho há um mês

Em 2013, o documentarista foi convidado pela Academia para integrar o grupo de eleitores do Oscar. Outro brasileiro convidado foi José Padilha, diretor de Tropa de Elite e RoboCop.

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O cineasta britânico Ken Loach, que completará 77 anos em junho, continua combativo e sonhando com um mundo melhor, como comprova seu trabalho mais recente, Espírito de 45. Em uma entrevista em um antigo cinema do Bairro Latino de Paris, Loach falou sobre o filme, um comovente documentário sobre os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, quando o governo trabalhista eleito após o conflito criou o "Estado do bem-estar".

Mas o cineasta também falou sobre a situação atual do cinema e da televisão, que não refletem, segundo ele, o caos na Grã-Bretanha e Europa, com um desemprego em alta e o avanço da extrema-direita. "A sociedade não funciona, é um caos", afirmou Loach, cujo filme tem um olhar nostálgico sobre as esperanças e sonhos de uma vida melhor geradas pela instauração de medidas como "seguro médico para todos".

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Fiel a sua visão do cinema como arma de luta política e social, Loach expressou a esperança de que Espírito de 45 possa "oferecer pistas para sair" da situação atual, que se assemelha, opinou, a dos terríveis anos anteriores à guerra, quando uma grande parte da população vivia afetada pelo desemprego e a a pobreza. "Com este filme quero recordar que garantias como um seguro médico para todos, casa decente e ajudas aos desempregados e aos idosos são possíveis, e que não são um ato de Deus", declarou Loach, para quem "o livre mercado e o capitalismo nunca podem prover uma vida digna e segura para a maioria da população".

As declarações, e sobretudo o espírito do diretor, lembram o por quê do nome de Loach ser, há muitos anos, sinônimo de um cinema comprometido com a realidade e com a luta para construir um mundo melhor. Uma das coisas que mais afetam o cineasta britânico é a falta de esperança dos jovens, não apenas na Grã-Bretanha.

"Nos tempos atuais, os jovens não acreditam que poderão ter um emprego, uma casa ou prover por uma família", lamenta o diretor, que em 2006 venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes por Ventos da Liberdade, sobre o conflito da independência da Irlanda.

A visão de Loach também é muito crítica a respeito da indústria do cinema e da televisão, com executivos e produtores "obcecados" com a audiência. O lema dominante parece ser fazer "cinema feliz para gente feliz", observa Loach, cujo cinema tem sempre um sabor de veracidade e naturalidade.

Apesar do mundo cada vez mais conservador que o cerca, Loach não perde o ânimo, nem a vontade de trabalhar. "Há tanto ainda por fazer", disse, antes de revelar que está trabalhando no próximo filme com o roteirista Paul Laverty, um advogado e cineasta escocês que colaborou com ele em nove produções.

Mas o cineasta confessa que às vezes pensa na aposentadoria. "Em alguns momentos me sinto como um velho cavalo de corrida, que não tem certeza se poderá completar a corrida", afirma o cineasta com mais filmes premiados em Cannes.

O recorde foi estabelecido ano passado, quando recebeu o Prêmio do Júri de Cannes com A Parte dos Anjos. Loach já havia sido premiado duas vezes com o Prêmio do Júri de Cannes, por Raining Stones, em 1993, e em 1990 por Agenda Secreta. Também recebeu o prêmio de melhor roteiro de 2002 por Sweet sixteen.

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