As críticas ao Governo Federal têm sido marcas do discurso do governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), por onde tem passado. Nesta quinta-feira (12), durante entrevista a uma rádio em João Pessoa, na Paraíba, o socialista questionou o baixo crescimento do Brasil e frisou que para governar bem o país é preciso conhecer todas as regiões. Segundo Campos, a tradição vinda de Brasília é de ver o Nordeste como "o local dos palanques". Para ele, quem sai da região nordestina e tem oportunidade de ir longe.
"Primeiro temos que conhecer o que governa, tem muita gente que governa o Brasil e não conhece o Nordeste. Conhece apenas as casas dos políticos e os palanques. Você não pode governar bem uma casa que você não conhece. A segunda é que você tem que ter time, tem que ter planejamento. Se você não conhece a realidade, não tem um time e não faz um planejamento como é que você vai ganhar? Não tem como ganhar", enfatizou o governador.
##RECOMENDA##Eduardo foi à Paraíba receber o título de cidadão pessoense, honraria que deverá ser agradecida "com muito trabalho". "Este é o sinal dos tempos em que nós nordestinos percebemos claramente que é hora de nos unir. De sairmos daquele jogo que muitos tentaram nos levar de dispersar as forças, de botar cada estado como se fosse adversário do outro", destacou ao lembrar que já recebeu o título de cidadão sergipano e piauiense, além da honraria baiana que será entregue ainda este mês.
O socialista voltou a bater na tecla do desenvolvimento econômico, fazendo até a denotação de que "o pau sempre quebra nas costas do mais fraco", neste caso o Nordeste. "Temos visto que até 2010 o Brasil foi de um jeito, de 2011 para cá o Brasil tem ido de outro jeito. É fato que temos a crise econômica mundial, mas ela por si só não justifica o tanto que baixou o crescimento da nossa economia e é como diz o ditado ‘o pau sempre quebra nas costas do mais fraco’. E quando a economia começa a perder exatamente altitude, começa a desempregar gente, começa os pequenos negócios receber inadimplência, o povo começa a ver a divida a sufocar o orçamento das famílias. Tínhamos até 2010 o Brasil crescendo na casa dos 4%, três anos seguidos, se fizer uma média, não cresce nem a dois. A metade do que está crescendo os países vizinhos do Brasil, a metade que está crescendo o mundo", alertou.
A situação econômica na região regrediu ainda mais, segundo Campos, com "a pior seca já vista". O que poderia ter sido evitada, "se tivéssemos construído a adutora, se tivéssemos já concluído a transposição do São Francisco"."A gente precisa de investimentos quando tiver chovendo também, porque aquela coisa de só fecharmos aporta quando o ladrão saí, de só cuidar de seca quando faz seca está errado. Mas esta é a cultura que vem de Brasília e precisa ser rompida pela capacidade do nordestino. Dê uma oportunidade ao nordestino que ele vai longe", acrescentou o pré-candidato à presidência da República.