Tópicos | Eleições 2012

O PT e o PMDB anunciaram uma aliança para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012. Segundo o acordo, o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), vai disputar a reeleição tendo como candidato a vice o vereador petista Adilson Pires. Na atual gestão, Paes tem como vice Carlos Alberto Muniz (PMDB). A oficialização da aliança, porém, deve ocorrer apenas em junho.

Durante a reunião promovida ontem pelo diretório municipal do PT no Rio para anunciar a aliança, porém, o acordo foi questionado pelo deputado federal Alessandro Molon, candidato do PT à prefeitura em 2008. "O PMDB quer usar o PT como burro de carga, como ferramenta para manter o poder. O PT não vai ter nenhuma participação nas decisões e não pode se submeter a isso", diz Molon, que pretende mobilizar militantes contra a aliança. "Muita água ainda vai rolar, não há nenhuma garantia de que essa aliança realmente será firmada".

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Em 2008, PMDB e PT também cogitaram uma aliança, que teria Molon como cabeça de chapa e o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, como candidato a vice. Mas o PMDB acabou lançando Eduardo Paes, que venceu. "Molon tem direito de questionar e discutir isso, mas não acredito que consiga reverter essa posição do partido, porque a posição dele é solitária", afirma o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ). "A concretização da aliança depende de duas outras coisas: da flexibilidade do PMDB para incluir propostas do PT em seu programa de governo e de acordos em outros municípios", disse.

"Caso a aliança seja feita, será a primeira vez desde que as eleições municipais voltaram a ser promovidas, em 1985, que o PT não terá candidato próprio no Rio. Então, em outros municípios, como São Gonçalo, os candidatos petistas devem ser apoiados pelo PMDB", disse Palmares, ele mesmo pré-candidato a prefeito na cidade da região metropolitana do Rio.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e o ex-ministro do Esporte Orlando Silva comunicaram hoje ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a intenção do partido ter candidatura própria à Prefeitura de São Paulo. Lula, que se submete à segunda etapa do tratamento quimioterápico contra um câncer na laringe, também recebeu em seu apartamento, na Grande São Paulo, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

Rabelo e Orlando estiveram na noite de ontem com o pré-candidato petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, que contava com a possibilidade de ter os comunistas em seu palanque eleitoral no próximo ano. No encontro, os comunistas avisaram que manterão a candidatura do vereador Netinho de Paula à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e que uma aliança com o PT só será possível no segundo turno. "Eles deixaram claro que serão duas candidaturas que nunca vão se hostilizar", contou um interlocutor do PCdoB. Segundo os comunistas, a conversa com Lula hoje foi "fraternal" e "compreensiva".

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Já o governador tucano foi levado ao apartamento de Lula pelo prefeito Luiz Marinho. Anchieta Júnior esteve na manhã de hoje no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para o fórum de desarmamento da região.

Ontem, os parlamentares da bancada do PT na Câmara dos Deputados gravaram uma homenagem a Lula. Com a presença do presidente da Câmara, Marco Maia (RS), dos líderes da bancada Paulo Teixeira (SP) e do governo, Cândido Vaccarezza (SP), os petistas fizeram o "L" de Lula e cantaram o tradicional "Olê, olê, olê, olá, Lula...", música que marcou as campanhas eleitorais do ex-presidente.

Mais no figurino de pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo do que como titular da pasta de Educação, o ministro Fernando Haddad compareceu hoje à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados para falar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas logo foi lançado a um debate com a oposição sobre o legado à frente da pasta, dando uma prévia do discurso de campanha pelo Palácio do Anhangabaú. No palanque improvisado, Haddad incorporou o estilo do padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e atacou o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

Capitaneada por deputados tucanos, a oposição cobrou de Haddad explicações sobre os problemas das últimas edições do Enem, aumentos no valor dos contratos do exame e até questionou se os episódios recentes (vazamento da prova em 2009; falhas na encadernação de provas, em 2010; vazamento de questões, em 2011) não sinalizariam um "fracasso de sua gestão".

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"Nosso governo foi o que mais ampliou investimentos públicos em educação, não só em relação ao nosso passado, porque é covardia, mas em relação aos países mais avançados do mundo", defendeu-se Haddad, provocando a ira da oposição. O ministro também foi questionado sobre a ausência do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que teria sido inicialmente chamado para auxiliá-lo na Câmara a pedido da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Para se blindar dos ataques, Haddad armou-se de números: disse que o governo do PT elevou a taxa de investimento do PIB em educação para 5%, contra 3,9% da administração FHC, falou que o orçamento do Ministério da Educação saltou de R$ 19 bilhões, em 2003, para R$ 82 bilhões, no ano que vem - e exaltou a abertura de escolas técnicas abertas durante a sua passagem pela pasta.

"Não precisamos dar publicidade para mostrar a diferença de postura do poder público atualmente em relação à educação. Sobre isso, tenho segurança de que nesses últimos seis anos, o MEC nunca viu um aumento tão expressivo do orçamento, não há paralelo", disse.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), condenou a postura do ministro, lembrando que "a gente tem de fazer uma política no País como corrida de bastão, quando recebe o bastão do antecessor e o entrega da maneira possível para o sucessor". "As condições que vocês herdaram o país foram tão fantásticas que o Brasil poderia estar muito melhor do que está agora. É fácil fazer discurso", criticou Nogueira. Depois, provocou o ministro: "Quantos erros o senhor acha que vai ter no Enem do ano que vem?".

Haddad ainda teve de se explicar sobre suas constantes idas a São Paulo nos finais de semana, quando participa de atividades para fortalecer a campanha. O ministro garantiu que não recebeu diárias do Ministério quando esteve na cidade e afirmou que viaja em avião da Força Aérea Brasileira, de carona.

Na noite de hoje, Haddad jantaria com o presidente do PC do B, Renato Rabelo, em Brasília. O PT tenta fechar aliança com os comunistas, que falam em lançar o vereador Netinho de Paulo à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ainda nesta semana, o ministro conversará com a presidente Dilma Rousseff. Ele pretende entregar o cargo na Esplanada em janeiro de 2012, quase três meses antes do prazo final para a desincompatibilização dos candidatos que vão disputar as eleições. O comando do PT pressiona Haddad para começar logo a campanha.

Antes de comparecer à Câmara, o ministro fez questão de prestigiar a cerimônia para anunciar o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional. Haddad pegou carona na solenidade, realizada no Ministério da Justiça, e disse que "a recuperação dos presos se faz pelo trabalho e pela educação". São Paulo é o Estado que tem o maior déficit de vagas em cadeias públicas. Ao todo, faltam 76.492 vagas, sendo 5.077 para mulheres. Pouco conhecido e há pouco tempo de deixar a Esplanada dos Ministérios para mergulhar na campanha, Haddad sabe que a segurança pública é um tema caro para os paulistanos.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, negou na manhã de hoje que haja uma divisão interna no PSDB em torno da sucessão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). O tucano defendeu a realização de uma disputa por prévias para a escolha do candidato da sigla para a corrida municipal e afirmou que o ex-governador de São Paulo José Serra é favorável a uma eleição interna. "O Serra não está contra, ele é também defensor das prévias", afirmou. O governador de São Paulo considerou natural que a sigla queira ter uma candidatura própria na capital paulista e discordou da avaliação de que o partido pode lançar para a disputa municipal um nome que não seja viável eleitoralmente.

"O nome do PSDB será forte, para isso existe campanha", afirmou. "É natural que o PSDB queira ter um candidato para prefeito de São Paulo, pelo tamanho do partido, pela força do partido", destacou. O tucano ponderou, contudo, que o partido não deve "excluir nada". "Agora, é hora de amadurecer internamente o debate", ressaltou. O governador de São Paulo avaliou que a escolha de um nome tucano não exclui a formação de um leque de alianças para a disputa municipal, inclusive com a participação do PSD. "Isso não exclui a formação de alianças, pelo contrário", afirmou. "Então, defendo, sim, as prévias e que, ao mesmo tempo, se vá conversando", acrescentou. O tucano participou hoje de entrega do Prêmio Disque Denúncia 2011 a delegacias da Polícia Civil e batalhões da Polícia Militar de São Paulo.

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O ex-governador José Serra teria considerado nos últimos dias, em conversa com uma liderança tucana, que o PSDB não tem atualmente um nome viável eleitoralmente para a disputa à Prefeitura de São Paulo e teria defendido que a sigla apoie uma eventual candidatura do atual vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, pelo PSD. A avaliação é compartilhada por aliados do ex-governador, os quais defendem que apenas uma aliança entre PSDB e PSD poderá evitar uma vitória do PT na sucessão da Prefeitura de São Paulo. As lideranças tucanas já trabalham com a possibilidade da sigla não ir para o segundo turno na disputa municipal.

O governador de São Paulo, que havia se mostrado favorável a uma aliança entre PSDB e PSD, tem defendido que a disputa por prévias seja postergada de janeiro para março de 2012, mudança que daria uma maior margem de manobra aos tucanos. Os atuais pré-candidatos do PSDB são os secretários Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia), além do deputado federal Ricardo Tripoli.

O governo federal escalou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para ajudar o ministro da Educação, Fernando Haddad, a dar explicações sobre os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. A reunião está marcada para a tarde de amanhã.

A ação do Palácio do Planalto foi feita por meio de um pedido à comissão. Segundo o presidente interino do colegiado, Nilson Leitão (PSDB-MT), a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República solicitou à comissão que Adams fosse incluído entre os convidados para a audiência com o ministro.

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Leitão consultou os autores do requerimento que chamou Haddad, o líder tucano, Duarte Nogueira (SP), e o deputado Vanderlei Macris (SP), também do PSDB. O pedido foi aceito, mas os tucanos manifestaram estranheza com a solicitação do executivo. "Achamos estranho porque isso foge ao padrão deste tipo de audiência", disse o presidente interino da comissão.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Enem tem registrado problemas em sua aplicação. Nesta edição, vazaram 14 questões da prova para alunos de um colégio de Fortaleza. A justiça federal chegou a conceder liminar anulando as questões em todas as provas, mas o governo federal conseguiu derrubar a decisão e apenas os alunos do colégio do Ceará terão de fazer novamente o exame.

Além de ministro da Educação, Haddad é pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Uma articulação da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com que todos os outros postulantes à candidatura desistissem em favor do ministro.

O novo programa do PMDB que vai ao ar em cadeia nacional de rádio e televisão na próxima quinta-feira (24) privilegia os pré-candidatos a prefeito e as mulheres do partido. O deputado Gabriel Chalita, pré-candidato a prefeito de São Paulo, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pré-candidato à reeleição, dividem a cena no programa com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (ES).

Por falta de espaço, os cinco ministros da legenda ficaram fora do programa, o que levou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a telefonar para o presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO), reclamando da exclusão. Caberá ao ator Milton Gonçalves, filiado ao partido, gravar uma homenagem especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desejando-lhe plena recuperação do câncer na laringe.

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O projeto inicial do PMDB era contar com a participação da presidente Dilma Rousseff, exaltando a aliança nacional entre as duas legendas. Mas depois de uma consulta ao departamento jurídico, o partido desistiu da convidada especial - por ser filiada ao PT, Dilma não pode aparecer na propaganda do PMDB, sob pena de o aliado sofrer sanção da Justiça Eleitoral, perdendo o direito a um dos programas em 2012, em pleno ano de eleições municipais.

Relator do novo Código Florestal, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) ganhou uma participação no programa, arrebatando do companheiro de bancada e ex-governador do Amazonas Eduardo Braga o espaço da "fala ambiental". A família Sarney foi contemplada em dose dupla no filme: Roseana representa as mulheres e os governadores da sigla, enquanto o senador José Sarney (AP) desponta como presidente do Senado. Os principais caciques não ficaram de fora: o vice-presidente Michel Temer; o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Eliseu Padilha (RS); o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (CE); e os líderes do partido na Câmara, Henrique Alves (RN); no Senado, Renan Calheiros (AL); e o presidente da sigla, Valdir Raupp.

Diante do impasse da "não candidatura" tucana para prefeito de São Paulo, os principais líderes do PSDB já trabalham com o cenário em que o partido, como em 2008, nem sequer passa para o segundo turno da disputa. Nos bastidores, já é tratado com naturalidade o apoio do PSDB a outras siglas numa segunda etapa da eleição, em troca de aliança para reeleger o governador Geraldo Alckmin em 2014.

Na última semana, a reportagem conversou com os principais líderes do partido. A maioria deles admite, reservadamente, que o quadro eleitoral é dramático. A situação se deteriorou após o PT ter formado, há cerca de dez dias, uma unidade, ainda que polêmica internamente, em torno do nome do ministro Fernando Haddad (Educação) como o candidato do partido.

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Com o quadro pouco favorável, os principais aliados de Alckmin, nas reuniões políticas no Palácio dos Bandeirantes, começaram a desenhar a estratégia eleitoral de 2012 de olho na disputa para o governo do Estado em 2014. Apesar das declarações oficiais de que a eleição está distante, a principal preocupação do PSDB paulista hoje é reeleger Alckmin daqui a três anos.

A avaliação dos caciques tucanos é de que os pré-candidatos do PSDB - os secretários Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli - não unem o partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, negou hoje que a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, para a Prefeitura de São Paulo tenha sido fruto da imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula nunca impôs sua vontade no PT, ele expressa a sua opinião", disse o dirigente, reconhecendo, contudo, que a opinião de Lula "tem um peso muito grande", mas não foi o fator determinante na escolha de Haddad. Segundo Falcão, a escolha é resultado de um consenso interno.

"Diferente de outros partidos que escolhem seus candidatos numa mesa de restaurante, o PT sempre foi reconhecido como partido que escolhe seus candidatos pela via democrática, seja como se deu aqui (por acordo), seja nos encontros de delegados ou em prévias, como já tivemos, sem que isso representasse fracionamento do PT", completou.

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Após o anúncio da escolha da candidatura de Haddad, Falcão reforçou o peso da militância na decisão. Ele lembrou que os cinco pré-candidatos - os senadores Marta e Eduardo Suplicy, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, além de Haddad - participaram de plenárias em 33 regiões da cidade. "O peso do Lula foi significativo na escolha, mas também foi significativa a manifestação da militância nas 33 plenárias na capital", disse.

Após o processo que se estendeu ao longo do segundo semestre desse ano, o dirigente petista afirmou que a legenda saiu da seleção mais forte e unido. "Nós temos unidade e os outros partidos ainda discutem data de prévia e se vão se coligar. Essa é a diferença do PT", disse Falcão, em clara referência ao PSDB, que ainda tem quatro pré-candidatos, não definiu data das primárias e nem confirmou se fará aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab.

Perguntado sobre a inexperiência de Haddad em disputas eleitorais, Falcão lembrou que a presidente Dilma Rousseff também era inexperiente nas urnas quando foi eleita. "Experiência nas urnas se adquire quando você se candidata. A companheira Dilma nunca havia sido candidata e se revelou uma excelente candidata", disse.

Ao final do anúncio, o candidato petista afirmou que as prioridades de sua campanha serão as áreas de transporte e educação, setores que foram destaque na gestão de Marta Suplicy (PT). "Foram bandeiras importantes da gestão Marta que precisamos resgatar", justificou.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu hoje a escolha do ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012. Na avaliação dele, a escolha foi feita de forma transparente e com diálogo aberto. Para Bernardo, a desistência dos demais pré-candidatos - os senadores Eduardo Suplicy e Marta Suplicy e os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini -, não foi uma imposição antidemocrática da cúpula do partido.

"Eu acho que é democrático resolver questões de forma transparente e aberta. Não foi algo resolvido por quatro caciques em uma mesa de restaurante", opinou, após participar da cerimônia em que o médico Roberto Kalil Filho foi nomeado professor titular do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Tivemos debates abertos com toda a militância. Tenho certeza de que essa será uma decisão absolutamente reconhecida pelo conjunto do partido, que é quem tinha que decidir nesse momento", disse. Na avaliação de Bernardo, Haddad é um excelente quadro. "O ministro Haddad é um quadro da maior qualidade, o PT soube escolher".

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Ele também afirmou acreditar que as explicações do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre os casos suspeitos de corrupção dentro da pasta foram satisfatórias. "Acho que o ministro Lupi se saiu bem. Na maioria dos casos, inclusive, o Ministério já havia tomado providências", afirmou. "O que eu notei de mais relevante é que, em todos os casos em que havia denúncias de problemas, o Ministério já estava atuando. Já tinha tomado providências, encaminhado para a Controladoria Geral da União, afastado pessoas, suspendido convênios. Portanto, está satisfatório." Bernardo também brincou sobre a frase de Lupi na Câmara, que ontem disse amar a presidente. "Quem não fica contente com uma declaração de amor, não é verdade?".

O ministro das Comunicações disse ainda que a mobilização dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo para protestar contra a divisão dos royalties do petróleo é uma reivindicação "com razão", mas que outros Estados da nação também têm interesse em receber as divisas da exploração. "Essa é uma questão extremamente importante para Rio e Espírito Santo, que estão se mobilizando com razão, mas é evidente que outros Estados também têm suas razões", afirmou. "Lá no Paraná, por exemplo, o povo quer saber como vai ficar essa distribuição, assim como no Piauí. Essa relação de forças vai ser definida dentro do Congresso".

O ministro não descartou a possibilidade de que a presidente Dilma Rousseff vete uma decisão do Congresso que ela considere injusta. "Se ela chegar à conclusão de que houve alguma injustiça flagrantemente não razoável, sim (ela pode vetar), mas não sei os detalhes. A hora em que o Congresso tomar uma decisão, a presidente vai avaliar", afirmou.

Dilma esteve hoje em São Paulo para participar da cerimônia de posse do médico Roberto Kalil Filho. Ela não discursou nem deu entrevista. Também participaram do evento o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PSD); o ministro da Saúde, José Padilha; o presidente do Senado, José Sarney (PMDB); o ex-governador José Serra e o reitor da USP, João Grandino Rodas, além de médicos e professores da universidade e convidados e familiares de Kalil.

A cúpula do PT já começou a montar a estrutura da campanha do ministro da Educação, Fernando Haddad, à Prefeitura de São Paulo e quer atrair o PMDB para a chapa. Um café da manhã realizado ontem, na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), sacramentou a desistência dos deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini da disputa interna, enterrando a prévia para a escolha do candidato, como desejava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A direção nacional do PT quer usar o exemplo de São Paulo para sepultar as prévias também nas principais capitais do País.

Pouco depois do café, a Executiva Nacional do PT - reunida em Brasília - fez um apelo pela "coesão interna" nas principais capitais. "Nunca pusemos a prévia como objetivo a ser alcançado", disse o presidente do PT, deputado Rui Falcão. "Agora, é claro que precisamos ter um mecanismo de solução de conflitos."

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Até janeiro

A renúncia de Tatto e Zarattini será anunciada até a próxima semana. Hoje, Haddad deve almoçar com dirigentes do PT, em São Paulo, para esboçar as linhas gerais da campanha. A intenção da presidente Dilma Rousseff é substituí-lo em janeiro de 2012.

Pressionada, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy retirou-se do páreo há oito dias, atendendo a apelo de Lula e de Dilma. A prévia estava marcada para o dia 27. "Eu, agora, vou me recolher", disse Marta, que deverá anunciar apoio a Haddad só após conversar com Lula.

O café em que os petistas selaram o acordo para o fim da prévia reuniu Haddad e 15 deputados do PT de São Paulo.

Oficialmente, Tatto e Zarattini ainda dizem que vão consultar os seus seguidores para tomar uma decisão, mas, na prática, está tudo acertado.

Haddad prometeu assegurar espaço no comando de sua campanha às correntes dos dois deputados. Aliados de Marta no passado, Tatto e Zarattini reclamavam de privilégio ao grupo do ministro. "Nós fizemos um apelo a eles para não haver prévia e mostramos preocupação com a unidade do PT em São Paulo. Temos uma campanha dura pela frente e vamos enfrentar o PSDB e o PSD", disse o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP).

PMDB

Mesmo em tratamento para combater um câncer na laringe, Lula já marcou novas conversas com aliados e acha possível convencer o PMDB a não lançar o deputado Gabriel Chalita à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

No PMDB do vice-presidente Michel Temer, porém, a hipótese de uma chapa formada por Haddad e Chalita é vista como "bastante remota". Nem mesmo a ideia de Chalita ocupar um ministério, a partir do ano que vem, empolga Temer. Até agora, Lula tem uma exigência: quer que seu auxiliar Luiz Dulci integre a coordenação do programa de governo de Haddad.

O cenário apresentado ontem por dirigentes do PT durante reunião da Executiva mostrou que o partido está rachado em Belo Horizonte, segundo maior colégio eleitoral do País, e enfrenta disputas fratricidas em Recife e Fortaleza, além de muitas incertezas em Porto Alegre. Na capital mineira, o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) rompeu com o prefeito Márcio Lacerda (PSB) e quer lançar chapa própria.

O grupo de Lula defende a reeleição de Lacerda, mas o PSDB do senador e ex-governador Aécio Neves faz questão de integrar a coligação. Uma parcela do PT é contra esse acordo e promete protestar até o fim.

"Nunca vi a gente recusar apoio", insistiu Rui Falcão. "Isso não apaga as nossas divergências com o PSDB, mas eu não recuso apoio de ninguém." Em setembro, resolução aprovada pelo 4.° Congresso do PT proibiu o partido de formar chapa com o PSDB, o DEM e o PPS, mas abriu brecha para a entrada dos adversários na coligação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretório municipal do PT em Belo Horizonte promoveu na noite de hoje um ato em protesto contra as demissões de 17 integrantes do partido que trabalhavam com o vice-prefeito e presidente da legenda na capital, Roberto Carvalho. O grupo de assessores foi demitido na sexta-feira (4), por determinação do prefeito Marcio Lacerda (PSB), transformando em guerra aberta a disputa que há entre os dois em torno da eleição municipal de 2012.

Lacerda será candidato à reeleição e quer a participação do PT em uma aliança que contará também com a presença do PSDB, a exemplo do que ocorreu em 2008. Na ocasião, o socialista foi eleito com apoio do então prefeito e atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e do ex-governador e hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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Carvalho é contrário à aliança com os tucanos e defende uma candidatura exclusiva de partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff, mas a própria direção estadual do PT manteve silêncio sobre as demissões. O partido também pretende enviar a Lacerda uma solicitação para readmissão dos funcionários demitidos, todos integrantes do PT.

"O ato é em defesa do PT, em solidariedade aos companheiros demitidos e em defesa do diálogo", disse Carvalho. "Queremos uma aliança dos partidos da base da presidente e não excluímos o PSB. Mas não aceitamos o PSDB e, se o PSB optar por manter a aliança, é uma decisão deles", acrescentou.

Sem um grande recall eleitoral, e sem contar com o aval de um padrinho político de peso, o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) aposta suas fichas no palanque eletrônico para viabilizar sua candidatura à sucessão da Prefeitura de São Paulo. Em entrevista à Agência Estado, o pré-candidato do PMDB afirma que estão "avançadas" as conversas com o DEM e defende uma dobradinha entre PMDB e DEM para a disputa municipal. "Não está fechado ainda, mas a conversa vai bem." O peemedebista reconhece a importância do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Ele pondera, contudo, que os eleitores de São Paulo não votarão em um candidato apenas pela indicação de um padrinho político.

"A partir do momento que começa o processo eleitoral, aí é com o candidato", afirmou. "Eu acho que as pessoas não vão votar em alguém porque alguém pediu, mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por mais que alguém tente passar o seu prestígio para outro, se não houver identificação com o eleitor, não adianta", acrescenta. O peemedebista antecipa que a principal marca eleitoral de sua campanha será a "humanização de São Paulo" e concorda com a avaliação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, nas últimas semanas, lançou o slogan "yes, we care". "As pessoas estão um pouco incomodadas com a falta do cuidar da cidade de São Paulo. Nós queremos visitar cada bairro de São Paulo para identificar qual é o maior problema e qual é a possibilidade de solução", afirmou.

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"Para ter uma mudança na cidade de São Paulo, o prefeito tem que entrar sabendo o que fazer e começar trabalhando desde o primeiro dia", emendou. O pré-candidato do PMDB informou que o programa de governo de sua campanha eleitoral "ainda está em construção" e que a sigla vem dialogando com partidos como o PCdoB, PDT, PSC, DEM, PP e PR. "E com o DEM está avançada a conversa, nós já tivemos diversas conversas com o presidente nacional do DEM, José Agripino, e com o presidente municipal do DEM, Alexandre de Moraes." Ele informou ainda que, no atual cenário, o PMDB não deve empreender um voo solo em 2014, nas eleições à sucessão presidencial. "A tendência é manter a aliança com o PT e ter Dilma Rousseff como candidata."

A desistência da senadora Marta Suplicy de concorrer pela terceira vez à Prefeitura de São Paulo em nome de uma unidade no PT não foi suficiente para diminuir a confiança do secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, de que o PSDB caminha no sentido inverso - o das prévias.

Pré-candidato declarado, Matarazzo avalia que a saída de Marta e a consequente entrada do ministro Fernando Haddad (Educação) na disputa eleitoral do ano que vem forçará uma polarização entre petistas e tucanos e abrirá espaço para "nomes novos" também em outras siglas.

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"O PT deverá polarizar com o PSDB. A saída da senadora Marta Suplicy muda para um candidato novo também para a cidade de São Paulo, desconhecido na cidade de São Paulo. O cenário deve se repetir como nos anos anteriores. Eu me vejo obviamente como futuro candidato do PSDB em uma disputa que a qualidade de gestão do PSDB deve ganhar a eleição", disse ele, em entrevista à TV Estadão.

Antes de obter o direito de concorrer, no entanto, ele terá de enfrentar os colegas tucanos José Aníbal (secretário de Energia), Bruno Covas (secretário do Meio Ambiente) e Ricardo Trípoli (deputado federal) nas primárias. Há também a possibilidade de o ex-governador José Serra entrar na corrida.

A consulta ao partido está marcada para janeiro. "Prévias tem impacto positivo porque é um aquecimento para as eleições. Mobiliza e faz com que os filiados participem."

Dentro do PSDB, Matarazzo é historicamente identificado como sendo um dos integrantes do grupo ligado a Serra. Por conta disso, caso o ex-governador decida concorrer, é provável que ele retire sua pré-candidatura.

No entanto, segundo interlocutores tucanos ligado a Serra é cada vez menor a possibilidade de ele disputar a Prefeitura.

O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu acredita que a senadora Marta Suplicy (SP) terá participação fundamental na campanha do PT à Prefeitura de São Paulo. "O importante não é ela ter desistido. O importante é que ela é fundamental para nós vencermos as eleições", disse Dirceu, ao ser questionado sobre a retirada da pré-candidatura da senadora e ex-prefeita, anunciada anteontem.

O ex-ministro foi uma das principais lideranças do PT a defender uma "saída honrosa" para Marta deixar a disputa interna do partido. Publicamente e em conversas reservadas, Dirceu vinha dizendo que a participação da senadora da campanha será fundamental em 2012 e que sua saída das prévias não poderia ser traumática.

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Na noite de quinta-feira, ao lançar o livro Tempos de Planície em Fortaleza, Dirceu expôs o mesmo raciocínio. "Com o apoio dela, seguramente o PT vai vencer as eleições e vai voltar a governar São Paulo", afirmou. Ele disse acreditar que, com a desistência de Marta, o ministro Fernando Haddad (Educação) "será o candidato" petista à Prefeitura. "A tendência é que ele seja apoiado por uma ampla maioria do partido. Eu acredito que ele será o candidato."

Choro

Dirceu também disse estar convencido de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá condições de saúde para participar da campanha eleitoral de 2012. Dirceu acredita que Lula já estará comandando as articulações na Semana Santa de 2012.

"Ele está muito otimista, com muita energia, e vai continuar, como sempre esteve, na liderança do PT e das eleições. Ele (Lula) vai superar esse câncer. O tratamento está sob controle", disse Dirceu. Ele contou que estava em Fernando de Noronha quando recebeu a notícia do tumor de Lula e que se emocionou. "Eu realmente não consegui controlar a emoção e a melancolia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar na próxima quarta-feira ações que definirão se a Lei da Ficha Limpa terá ou não validade na eleição municipal de 2012. No início deste ano, o STF concluiu que a regra aprovada com o intuito de moralizar a política brasileira não poderia ter impedido a candidatura de políticos punidos, por exemplo, com cassação e condenação. De acordo com os ministros, uma norma desse tipo teria de ser aprovada com pelo menos um ano de antecedência à eleição.

Agora, o Supremo analisará aspectos específicos da lei, como o que barra a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados, mas que ainda têm chances de recorrer. Em tese, o julgamento poderá terminar empatado porque o tribunal funciona atualmente com 10 ministros. O 11º. integrante, que sucederá a ministra aposentada Ellen Gracie Northfleet, ainda não foi indicado pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é a de que a presidente escolha uma mulher para ocupar a cadeira que está vaga desde agosto.

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Dois dias após a desistência da senadora Marta Suplicy, seus "fiéis" apoiadores anunciarão amanhã, 5, o apoio formal do grupo à pré-candidatura do ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O encontro deve reunir sete deputados estaduais e federais em um restaurante da zona sul da capital paulista.

Os aliados de Marta se reuniram ontem e decidiram anunciar o apoio a Haddad logo após a oficialização da saída da senadora da disputa. "Hoje Haddad significa a unidade do PT", justificou o deputado federal José Mentor. "Amanhã teremos almoço para explicitar nosso apoio a ele", afirmou. Devem participar do almoço com Haddad os deputados estaduais Antonio Mentor, João Antonio, Donisete Braga, Luiz Cláudio Marcolino e os federais Cândido Vaccarezza, José Mentor e João Paulo Cunha.

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Embora o grupo não tenha sido consultado por Marta sobre o apelo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mentor negou que os deputados tenham negociado apoio ao ministro antes da declaração da senadora. "Ficamos no aguardo dela", contou o deputado, que até o último momento manteve a coleta de assinaturas para inscrever a senadora nas prévias do partido. "Agora vamos apoiar o Haddad para ganhar a eleição", disse. Assim como a senadora não conversou com seus aliados antes de anunciar a desistência, os parlamentares preferiram não consultá-la sobre o apoio ao ministro.

Com a saída de Marta da disputa, seus aliados avaliaram que os demais pré-candidatos - os deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto e o senador Eduardo Suplicy - têm uma força política regionalizada, incapaz de levar o partido à vitória em 2012. "Qualquer candidato contra o Haddad vai perder (nas prévias)", previu Mentor. De acordo com ele, pesou na decisão dos aliados de Marta o fato de o preferido do presidente Lula para a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) ter se firmado na disputa. "A candidatura do Haddad ganhou uma expressão grande e se consolidou no PT", avaliou.

O PT municipal encerra neste fim de semana as caravanas zonais para discutir as propostas que o partido defenderá na eleição municipal de 2012. Zarattini, Tatto, Suplicy e Haddad debaterão os problemas da cidade na Vila Matilde (hoje) e São Mateus (amanhã). O último encontro será no domingo, em Guaianases.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a expectativa de participar da campanha para as eleições municipais de 2012 e sinalizou hoje que pretende, nas próximas semanas, conversar com os pré-candidatos do PT para selar uma unidade partidária que evite a realização de uma consulta primária em São Paulo. Lula recebeu no início da tarde a visita da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), em sua residência, no ABC paulista. Segundo a ministra, em quase meia hora de conversa, o assunto principal foram os quadros eleitorais em São Paulo e no ABC. "Uma boa parte do tempo nós ficamos discutindo o quadro político tanto em São Paulo como no Grande ABC", afirmou.

De acordo com Miriam, "com certeza" o ex-presidente tem a intenção de atuar pelos candidatos do PT nas eleições municipais do ano que vem. "Se ele esta semana já está falando que na semana que vem estará no Instituto Lula, imagine no ano que vem, quando ele já tiver terminado o tratamento", afirmou. "Eu não tenho dúvidas de que ele vai estar a toda", acrescentou. O prefeito de São Bernardo do Campo emendou que a disposição de Lula em voltar à ativa é "integral" e, segundo ele, à medida que forem superadas as etapas do tratamento contra o câncer, ele voltará às articulações políticas.

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No encontro, o ex-presidente ainda indicou que pretende dialogar com os outros pré-candidatos petistas na capital paulista em prol da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. "O ex-presidente tem participado deste processo e deve voltar a atuar assim que estiver em condições para ajudar a selar essa unidade partidária", disse Marinho. "A unidade partidária em São Paulo é fundamental para essa disputa", completou.

Lula também comentou durante a visita sobre a importância da decisão da senadora Marta Suplicy, que ontem anunciou oficialmente a sua saída do processo para a sucessão na Prefeitura de São Paulo. Ele, contudo, não teria dito no encontro que Marta deveria ter apoiado o nome de Haddad para a disputa municipal. "Ele não fez nenhum comentário sobre isso", disse Miriam Belchior. A ministra informou ainda que o ex-presidente pretende, na próxima semana, receber a senadora no Instituto Lula. "Ele comentou da importância da decisão dela, mas disse que eles vão conversar melhor."

Desenvolvimento humano

No encontro, o ex-presidente voltou a reclamar do resultado da última edição do estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que deixou o Brasil em 84º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Segundo Luiz Marinho, o ex-presidente avaliou como "absurdo" o relatório e considerou que muitos dos dados estão defasados. "Não é possível que o Brasil esteja pior que alguns países apresentados", teria dito Lula, de acordo com o prefeito.

O ex-presidente também teria pedido à ministra para que ela não descuide nenhum minuto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob responsabilidade do Ministério do Planejamento.

A ministra afirmou ainda que Lula está "ótimo" e que sua voz voltou ao normal, não apresentando mais tanta rouquidão. "Ele está ótimo. Ele falou cinco minutos do tratamento e todo o resto de política e do Corinthians", disse. "E eu, pelo menos, que estou bastante atribulada em Brasília, saio cheia de energia com a energia dele", contou. Miriam e Marinho chegaram à residência de Lula por volta das 14 horas. Pela manhã, contudo, já havia movimento no edifício onde reside o ex-presidente, no centro de São Bernardo do Campo.

Às 11h30 uma equipe médica chegou ao local com medicamentos para Lula. Mais tarde, às 12h40, uma cama do tipo box, com colchão de mola, foi entregue no apartamento dele. A encomenda teria sido feita pela ex-primeira dama Marisa Letícia, que prepara um novo quarto para o marido durante o tratamento contra o câncer. Além do novo quarto, ela tem reorganizado o apartamento do casal para que o ex-presidente receba melhor amigos e autoridades.

A ex-senadora Marina Silva (sem partido) começa a consolidar aos poucos seu projeto político para as eleições municipais de 2012 e também para a disputa presidencial de 2014. No próximo dia 12, ela deverá participar em São Paulo do lançamento da base estadual do Movimento por uma Nova Política, que, embora tenha como objetivo declarado a discussão de novas formas de fazer política no século 21, poderá servir de base para definir o apoio de Marina às candidaturas municipais e, logo em seguida, para a criação de um novo partido.

O lançamento será feito durante um ato político e terá caráter suprapartidário, segundo os organizadores. A meta do grupo político ligado à senadora, que saiu das eleições presidenciais do ano passado com um cacife político respeitável, lastreado por quase 20 milhões de votos, é lançar mais sete comitês estaduais até o final de novembro. O próximo será no Ceará. Entre janeiro e fevereiro do próximo ano devem ser instalados outros dez.

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"O objetivo do lançamento de uma base em São Paulo é congregar todas as forças políticas que buscam novas formas de fazer política", diz Maurício Brusadin, um dos principais articuladores do movimento no Estado.

Ex-presidente do diretório estadual do PV, partido do qual se desligou em junho, ao lado da ex-senadora, Brusadin também vê a iniciativa como uma boa oportunidade de debate das eleições municipais: "A discussão do programa Cidades Sustentáveis, que define metas municipais em áreas consideradas prioritárias, como educação, saúde e meio ambiente, também servirá para balizar o apoio do movimento a essa ou aquela candidatura municipal em 2012".

Desde que deixou o PV, Marina tem dito que apoiará candidatos municipais que se identifiquem e apoiem aquele programa. Os organizadores do evento em São Paulo devem convidar políticos de diferentes partidos, do PSOL ao PSDB. A lista inclui Walter Feldman (PSDB), secretário de Gilberto Kassab, Carlos Giannazi (PSOL), Luiza Erundina (PSB), Soninha Francine (PPS). Deputados estaduais e federais do PV também serão convidados.

Em várias partes do Brasil o grupo da ex-senadora vem procurando se aproximar de setores do PSOL. Formalmente, ela tem dito que o movimento não tem nenhum objetivo partidário nem eleitoral. Insiste que o objetivo é agregar forças para discutir novas formas de organização política no século 21.

Extraoficialmente, porém, parte dos integrantes do movimento veem nele o embrião de um futuro partido - sem o qual seria impossível conquistar espaços e influir no quadro político. Acham impossível, pelo menos por ora, qualquer mudança política que permita o lançamento de candidaturas avulsas, sem sigla partidária, como deseja Marina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou hoje que não tem motivos para retirar sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo e que não acredita num possível apelo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que desista de concorrer nas prévias internas do PT, a exemplo do que teria feito com a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Suplicy disse não saber se Marta, sua ex-mulher, com quem conversou no domingo, atendeu ao pedido de Lula, transmitido pela presidente Dilma Rousseff.

O senador disse que tem rezado pela recuperação da saúde de Lula, mas que a enfermidade do ex-presidente não deve refletir no compromisso com os filiados que apoiam seu nome para a prefeitura de São Paulo. "Tenho o maior carinho e respeito pelo Lula. Ainda hoje fiz um pronunciamento dizendo das minhas orações, acendi vela para ele no altar de Nossa Senhora Aparecida, na igreja de São José, no domingo, onde fui à missa", afirmou.

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A favor de sua candidatura à sucessão do prefeito Gilberto Kassab, ele lembrou que, nos 31 anos e 8 meses de existência do PT, foi no partido quem obteve maior quantidade de votos, na capital e no Estado. "Disputando com um grande número de candidatos, tive 51,37% em 2006, na minha última eleição, no município de São Paulo, e de 48% no Estado", lembrou. "Tenho confiança de que, se for candidato, terei um apoio muito significativo".

Suplicy disse que o ex-presidente Lula conversou com três outros pré-candidatos defendendo o nome de seu favorito, o ministro da Educação, Fernando Haddad, mas que não fez o mesmo com ele, por conhecer sua decisão de antemão. Como exemplo, citou o que ocorreu no ano 2000, quando anunciou que era candidato e que, em vez de repreendê-lo, Lula o aconselhou a seguir adiante, em respeito a "tudo o que ele fez na vida e pelos méritos que tem".

A presidente Dilma Rousseff fez um apelo à senadora Marta Suplicy, do PT (SP), para que abandone sua pré-candidatura à prefeitura da capital paulista nas eleições de 2012. Endossada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a conversa aconteceu ontem, no Aeroporto de Congonhas, minutos antes do embarque da delegação brasileira à França, onde a presidente participará do G20 de Cannes, nesta quinta e sexta-feira.

Segundo a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, o encontro foi solicitado pela senadora e durou entre 10 e 15 minutos. "Dilma fez um apelo, afinada com o presidente Lula, para que Marta desista da candidatura", informou aos jornalistas brasileiros, justificando: "Marta foi a melhor prefeita que São Paulo já teve. É uma das lideranças do PT, mas Dilma apelou para que ela permaneça como primeira vice-presidente do Senado, onde ela tem um papel muito importante para o governo".

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Segundo a ministra, Marta tem um papel estratégico no Senado, onde exerce o cargo de primeira vice-presidente - o substituto imediato do presidente da Casa, José Sarney. O Planalto avalia ainda que a senadora voltou a mostrar sua importância no congresso nos últimos dias, quando "teve um papel decisivo na aprovação de pacotes importantes".

Para ilustrar o que dizia, Helena Chagas citou o Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), sancionado na segunda-feira após ser aprovado no Senado em 18 de outubro. "É fundamental para o governo ter uma maioria sólida no Senado", disse a ministra. De acordo com Helena Chagas, a conversa foi informal e marcada pela amizade entre a presidente e a senadora.

Durante o encontro, Marta não respondeu se acataria o pedido de Dilma e Lula - o que na prática abriria caminho para a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, o preferido do ex-presidente. Ja em Cannes, o Planalto esperava uma manifestação da senadora abandonando sua intenção de disputar a indicação do PT à prefeitura.

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