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Os moçambicanos comparecem às urnas nesta terça-feira (15), em um clima tenso, para eleições gerais que podem obrigar o partido no poder desde 1975 a ceder parte do controle de um país debilitado pela crise econômica e os conflitos armados.

Após uma das campanhas eleitorais mais violentas da história de Moçambique, as pesquisas apontam a vitória nas presidenciais e legislativas do atual chefe de Estado, Filipe Nyus, e de sua Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governa o país há 44 anos.

Nyus deve superar o seu grande rival Ossufo Momade e o partido Resistência Nacional de Moçambique (Renamo).

Em agosto, o governo e a Renamo, ex-rebelião da guerra civil (1975-1992) que virou o principal partido da oposição, assinaram um acordo de paz e desarmamento que deveria acabar com os confrontos esporádicos entre os dois lados, retomados em 2013.

"Moçambique escolheu avançar pacificamente. Sigamos com este processo de forma serena", afirmou o presidente ao votar na capital Maputo.

Graças ao acordo entre o governo e a Renamo, os eleitores definirão pela primeira vez os governadores provinciais do país, que até agora eram nomeados pelo Executivo.

Analistas acreditam que a Renamo pode assumir o controle de algumas das 10 províncias do país.

"A geografia política do país poderia mudar substancialmente, talvez inclusive provocar um confronto", resumiu o advogado Ericino de Salema, do Instituto Eleitoral para uma Democracia Sustentável na África.

As seis semanas da campanha eleitoral foram marcadas por muitos atos violentos. Na semana passada, uma personalidade da sociedade civil foi morta a tiros quando estava em seu carro na província de Gaza (sul) em uma ação da polícia.

"Durante a campanha foram registrados muitos exemplos de perseguição, intimidação e agressão", afirmou Luter Simango, deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição).

"A Frelimo tem medo de passar à oposição. Então usa todos os meios do Estado para sobreviver (...) incluindo a polícia e o serviço secreto", acusou.

Nas eleições locais do ano passado, a Frelimo registrou o pior resultado de sua história, com 51,8% dos votos a nível nacional.

O governo está debilitado desde 2016 por uma crise financeira provocada pelo escândalo da "dívida oculta", um empréstimo secreto de dois bilhões de dólares.

Além disso, há dois anos enfrenta uma insurreição islamita que provocou centenas de mortes na província de Cabo Delgado (norte), o que pode atrasar a exploração das reservas submarinas de gás.

Apesar da crise, Filipe Nyusi é considerado o favorito.

A Renamo também espera um bom resultado eleitoral, apesar de Ossufo Momade não ter o carisma de seu antecessor Afonso Dhlakama, que faleceu ano passado.

Os resultados preliminares serão anunciados na quinta-feira.

Os cerca de 40 mil colégios eleitorais, onde são esperados 46,9 milhões de britânicos para votar nas eleições gerais do Reino Unido, abriram suas portas nesta quinta-feira (8) às 7h (horário local, 3h de Brasília), em uma jornada que vai durar até as 22h (horário local, 18h de Brasília). A informação é da Agência EFE.

Os dois principais candidatos a chefe de governo, a atual primeira-ministra, a conservadora Theresa May, que convocou as eleições de maneira antecipada, e o líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, votarão em seus distritos durante a manhã.

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Em alguns dos colégios, que foram habilitados principalmente em centros comunitários ou escolas do país, entre outras instalações, foram estabelecidas maiores medidas de segurança, por causa do atentado terrorista ocorrido no último sábado (3) em Londres, que deixou oito mortos.

Os primeiros resultados das eleições devem ser divulgados a partir da meia-noite.

Pesquisa feita pela empresa Opinium, divulgada ontem (7) pela BBC, mostra o partido do governo, Tory, com o apoio de 43% dos eleitores, contra 36% da formação liderada pelo esquerdista Corbyn.

No entanto, outras pesquisas divulgadas nos últimos dias indicavam que a distância entre os dois grandes partidos caiu, deixando a disputa quase empatada.

Antecipando o pleito em três anos, Theresa May convocou, de surpresa, no último dia 18 de abril, as eleições gerais, quando as pesquisas indicavam ampla vantagem ao seu partido, mas que foi reduzida durante a campanha.

A primeira-ministra explicou que tinha decidido adiantar o calendário eleitoral para que o Reino Unido possa contar com uma liderança estável em relação às negociações sobre a saída do país da União Europeia (UE), o brexit.

O Reino Unido tem um sistema de maioria simples, em que cada uma das circunscrições é ganha pelo candidato que consegue a maioria dos votos, e descarta o restante.

Uma petição online coleta assinaturas com a tentativa de pressionar o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que sejam convocadas novas eleições para a Presidência da República. A expectativa do pedido virtual, criado na última quarta-feira (7) e com autoria não identificada, é recolher 250 mil apoios. Até o fechamento desta matéria 198,4 mil haviam endossado o pedido. 

Nos argumentos, os organizadores dizem que “90% dos brasileiros querem novas eleições”, no entanto, o presidente Michel Temer (PMDB) “está ignorando e agindo rápido para se agarrar ainda mais ao poder”.

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"Pedimos aos senhores que escutem a voz do povo e convoquem novas eleições para presidente o quanto antes. Não nos sentimos representados por um presidente que é mencionado nas investigações da Lava Jato e que está inelegível pelos próximos oito anos. Queremos e temos o direito de escolher quem deve liderar nosso país", observa o texto direcionado ao parlamento e a Justiça Eleitoral. 

 

 

Líder do PT no Senado, Humberto Costa afirmou, nesta quarta-feira (7), que a atuação dos partidos de esquerda no Congresso Nacional a partir de agora, com a destituição do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), será unificada. De acordo com o petista, que participou da manifestação que uniu o Grito dos Excluídos e o “Fora Temer” no Recife, os argumentos dos parlamentares serão norteados pela proposta de novas eleições gerais e a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

“Estamos discutindo com os partidos de esquerda sobre uma bandeira que nos unifique e hoje isso pode ser a pauta das eleições gerais. Acredito que esse governo não aguenta uma grande campanha de mobilização do povo, para que tenham condição de votar e escolher livremente o presidente, seus governantes”, salientou.  “Outra questão também relevante é que esse movimento [de unificação] significa uma resistência a uma possibilidade de perda de direitos que foram duramente conquistados nos últimos anos. Vamos impedir que passem essas propostas de reformas trabalhistas, de uma reforma da previdência que venha a prejudicar os mais pobres”, acrescentou.

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O deputado federal Silvio Costa (PTdoB) corroborou a postura do petista e garantiu que não votará as pautas do governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Lamentavelmente parte da elite paulista e nordestina consolidou o golpe parlamentar... Garanto, não vou votar nenhum projeto do governo Temer, nenhum. Ele não tem legitimidade. Sei que o Brasil precisa de reformas, mas só existe reforma se existir democracia. Eles rasgaram a constituição”, cravou o parlamentar, também presente no ato da capital pernambucana.

“Dilma vai ajudar o país”                        

Com a saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, há uma expectativa diante do papel que a petista terá a partir de agora. Segundo o líder do PT no Senado, a ex-presidente “vai ajudar o país”. “Dilma é uma liderança importante e deve assumir um papel de protagonismo. O partido deverá conversar com ela no sentido de como vai ajudar o Brasil”, afirmou.

Humberto disse ainda que estão com a fase de campanha eleitoral entrando na reta final, já que o pleito será no dia 2, e a expectativa do PT é de que seja organizado um ato para endossar o palanque do candidato a prefeito do Recife, João Paulo (PT), com a possível presença dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria afirmado em reuniões com integrantes do PT e líderes partidários, que, caso não tenha autonomia para tocar o governo após uma eventual vitória de Dilma Rousseff no impeachment, deixará que avancem no partido e entre os aliados as discussões pela realização de eleições gerais.

A ideia de Lula tem respaldo de lideranças do PMDB como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que mantém distância do vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma no caso de o impeachment passar no Congresso. Na semana passada, Renan defendeu a realização de eleições gerais. A senadores, o peemedebista disse não descartar a criação de uma comissão especial para reunir todas as propostas em debate.

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As conversas entre Lula e Renan se intensificaram desde que o ex-presidente voltou a atuar diretamente nas negociações com o Congresso.

Segundo lideranças do governo, não foi por acaso que o peemedebista afirmou na última semana que "vê com bons olhos" a realização da eleição geral, mesmo não havendo nenhuma proposta concreta sobre o tema. "Acho que, se a política não arbitrar saídas para o Brasil, não podemos fechar nenhuma porta", disse Renan na terça-feira.

A estratégia de uma nova eleição geral antes de 2018 é tratada de forma sigilosa para não melindrar integrantes da base aliada que ainda estão indecisos em relação à votação do impeachment.

O debate no plenário sobre o afastamento de Dilma deve ter início no próximo dia 15. A ideia surge, entretanto, em meio aos levantamentos de intenção de votos que apontam o petista na frente de uma possível disputa pelo Palácio do Planalto.

A mais recente pesquisa do instituto Datafolha mostra Lula na liderança das intenções de voto para presidente com 21% no cenário em que disputa com os candidatos mais prováveis. Ele é seguido de perto por Marina Silva (Rede), que conta hoje com 19%, e pelo senador Aécio Neves (PSDB), com 17%. Jair Bolsonaro (PSC) tem 8% e Ciro Gomes (PDT), 7%.

O posicionamento do petista a favor da antecipação das eleições gerais se deve, em parte, ao receio de que, se Dilma conseguir se salvar no Congresso, ela volte a atuar sem ouvir os conselhos de seu "tutor", principalmente em áreas como a economia, considerada crucial para a "refundação" do governo.

Economia

Nas conversas em Brasília, a avaliação de Lula tem sido a de que a crise econômica é o principal indutor dos problemas enfrentados no Congresso. O foco de possíveis mudanças na economia pós-impeachment deverá ser a classe média e a classe média baixa. Para isso, Lula quer retomar a ideia de "dinamizar a economia" com a facilitação da liberação de crédito.

As mudanças defendidas pelo ex-presidente têm encontrado, contudo, resistências do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Para ele, o uso das reservas internacionais, por exemplo, pode ser um sinal ruim aos investidores estrangeiros.

Apesar de possíveis resistências dentro do Palácio do Planalto, o sentimento é de que, se não houver uma guinada conduzida pelo ex-presidente, ele e o PT vão "sangrar" até a próxima eleição de 2018, podendo não ter forças para manter o projeto de poder em curso desde 2001. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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