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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse hoje que o PSDB irá contribuir com o DEM para pressionar o Congresso Nacional a derrubar os vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto que regulamentou os gastos com saúde. O principal veto é relativo a uma cláusula que previa investimentos públicos adicionais na área caso o Produto Interno Bruto (PIB) fosse revisado para cima.

"Nós faremos o esforço possível, sabendo das nossas limitações do ponto de vista quantitativo, mas vamos, do ponto de vista político, fazer esse embate", garantiu Aécio, após participar de reunião, na capital paulista, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto, afirmou ontem (17) que a oposição irá pressionar o Congresso Nacional para derrubar os vetos da presidente.

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O projeto, sancionado com quinze vetos, fixa os recursos mínimos que devem ser aplicados na área de saúde. O senador tucano avaliou os vetos da presidente como um "gravíssimo equívoco" e considerou que, com a decisão, o governo federal "virou as costas" para a questão da saúde. "Para se ter uma ideia, há dez anos, o governo federal participava com 58% do total dos recursos investidos em saúde. Hoje, não participa com 45%", lembrou. "Eu falo muito de agenda perdida e essa, infelizmente, foi uma agenda perdida pelo governo federal ", frisou.

A presidenta Dilma Rousseff vetou 15 dispositivos da lei que regulamenta a chamada Emenda 29, que fixa os gastos mínimos da União, dos estados e municípios com a saúde pública. Um dos vetos impede que  governo federal aplique créditos adicionais. Pela lei, a União deve investir o montante do ano anterior somado à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB), regra também aprovada pelo Congresso Nacional. 

"O Produto Interno Bruto apurado a cada ano passa por revisões periódicas nos anos seguintes, conforme metodologia específica, de modo que a necessidade de constante alteração nos valores a serem destinados à saúde pela União pode gerar instabilidade na gestão fiscal e orçamentária”, diz a justificativa do veto, sugerido pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda.

A lei estabelece ainda que, em caso de PIB negativo, o valor de investimento não pode ser reduzido no ano seguinte. Outros dispositivos vetados previam o retorno da Contribuição Social à Saúde (CSS), imposto que foi derrubado durante a votação da regulamentação no Parlamento.

Conforme as regras sancionadas pela presidenta, os estados são obrigados a investir 12% da arrecadação com impostos e os municípios, 15%. O percentual para o Distrito Federal varia de 12% a 15%, conforme a fonte da receita, se é um tributo estadual ou distrital.

Ficou definido também que o dinheiro será investido em  “ações e serviços públicos de saúde de acesso universal, igualitário e gratuito” e em metas previstas nos “planos de saúde de cada ente da federação”, como programas de controle sanitário e de epidemias, compra de medicamentos e equipamentos médicos, reforma de unidades de saúde, desenvolvimento tecnológico e capacitação de pessoal.

Os recursos não são autorizados para pagamento de aposentadoria e pensões, merenda escolar, limpeza urbana, preservação ambiental e assistência social. Outro trecho da lei prevê como será a fiscalização dos recursos.

A Emenda à Constituição nº 29 foi promulgada em 2007, mas precisava de uma lei de regulamentação para ser executada. A lei foi aprovada em dezembro do ano passado pelo Congresso Nacional.

O governo conseguiu aprovar nesta quarta-feira no Senado a regulamentação do mecanismo que define os valores mínimos a serem investidos na Saúde. A proposta que obrigava a União a repassar pelo menos 10% de seus recursos para a área foi derrubada. Em seu lugar, os senadores aprovaram o projeto que veio da Câmara dos Deputados que mantém o sistema atual de repasse de dinheiro. O texto agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

A regulamentação da chamada emenda 29 foi aprovada por 70 votos a favor e um contra. Com a manutenção da sistema vigente de distribuição, os Estados são obrigados a destinar pelo menos 12% de suas receitas para a área. No caso dos municípios, o repasse mínimo é de 15%. A União fica obrigada a investir o valor aplicado em um ano, corrigido pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, ou seja, em 2012 o Planalto terá que destinar à Saúde o valor gasto este ano corrigido em 7,5%, que foi a taxa de expansão da economia em 2010.

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Com a aprovação da regulamentação da emenda 29, a presidente Dilma Rousseff se livra de um dos motivos de suas dores de cabeça no Congresso, alvo da chantagem de parte de seus aliados. Os outros dois motivos são a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015, já aprovado pelos deputados, que será votada nesta quinta-feira no Senado, e o aumento dos salários do Judiciário, adiado para o ano que vem.

A presidente Dilma Rousseff vetou possíveis negociações no Senado envolvendo o projeto que trata de recursos para a saúde, conhecido por Emenda 29, para a aprovação da proposta de Desvinculação das Receitas da União (DRU). Em reunião da coordenação política, Dilma afirmou que a DRU é importante para o País e que, por isso, essa questão será debatida politicamente e não em troca de votações, segundo informou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

No Senado, há pressão para votar o projeto que regulamenta a Emenda 29 em troca de aprovar a DRU. Esse acordo permitiria a votação sem sustos para o governo. Setores no Senado querem restituir a proposta que obriga o governo a gastar 10% das receitas na área de saúde, contrariando o governo. O projeto aprovado pela Câmara estabelece que caberá à União destinar à Saúde o que gastou no ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB). Os Estados devem destinar 12% e os municípios, 15% das receitas.

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Na reunião da coordenação política com a presidente, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou um cronograma de votação no qual será possível concluir a votação da DRU em segundo e último turno no dia 22 de dezembro, véspera do recesso parlamentar.

Após uma rodada de reuniões com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e lideranças do PMDB e do PT, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi taxativa quanto à impossibilidade de acordo com a oposição no tocante à votação da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). "Não temos acordo com a oposição, uma coisa não está amarrada à outra", afirmou, rejeitando a proposta do PSDB e DEM de atrelar a votação da DRU à regulamentação da Emenda 29, que amplia o repasse de recursos à saúde.

Ontem o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), havia proposto ao governo um acordo de procedimentos, condicionando a não obstrução da votação da DRU no Senado à apreciação, em primeiro lugar, do projeto que regulamenta a Emenda 29. A matéria tramita em regime de urgência e aguarda votação no plenário do Senado, mas não tem o apoio do governo.

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Desta forma, o Planalto está determinado a partir para o enfrentamento com a oposição no Senado, a fim de aprovar a prorrogação da DRU até 2015 e garantir a promulgação da emenda constitucional até 31 de dezembro. Segundo Ideli, Sarney garantiu-lhe a viabilidade de concluir a tramitação da proposta no Senado antes do feriado do Natal, evitando a autoconvocação do Congresso durante o recesso, que começa no dia 22 de dezembro.

Integrada por deputados da base e de oposição, a Frente Parlamentar da Saúde iniciou hoje um trabalho de mobilização para tentar convencer os senadores a ressuscitarem a obrigatoriedade da União de investir 10% de sua receita bruta no setor. A proposta está no projeto de lei complementar que regulamenta a destinação de recursos para a área da Saúde - a chamada emenda 29. Segundo o coordenador da Frente, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comprometeu-se a pôr o projeto em votação "o mais rápido possível".

"Eu acho que há uma falta de recursos muito grande para a saúde. Tem que se encontrar uma fonte de recursos. Agora, como encontrar, essa é uma coisa que naturalmente tem que depender do governo, do Executivo juntamente com o Legislativo", disse Sarney, antes de se reunir com integrantes da Frente Parlamentar da Saúde. Para pressionar o Senado a votar o projeto, a Frente e representantes do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho de Medicina lançaram o movimento Primavera da Saúde com a distribuição de flores e uma caminhada entre o Congresso e o Palácio do Planalto.

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A estratégia do movimento é garantir mais recursos para o setor. Em 2010, o governo federal aplicou R$ 60,6 bilhões na Saúde. A proposta de vincular 10% da receita da União à Saúde é considerada, no entanto, "inviável" pela presidente Dilma Rousseff. Isso representaria cerca de R$ 30 bilhões a mais por ano para o setor. "É impossível fazer essa vinculação", reafirmou ontem o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). "A saúde precisa ter mais recursos, mas não sabemos de onde virão esses recursos. Só sabemos que têm de ser dinheiro novo", disse o petista.I

O senador por Pernambuco Humberto Costa (PT) estreia nesta segunda-feira (26), a coluna Papo Político, no Portal Leia Já. Em seu primeiro texto, o senador defende o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 306/2008, responsável pela regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que define gastos mínimos para a Saúde no País.

Humberto Costa é médico, jornalista, ex-ministro da saúde e hoje atua como líder do PT e do bloco de apoio ao governo no Senado Federal.

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Confira a coluna de Humberto Costa.

É com satisfação que começo, a partir de hoje, a participar desse espaço de debates e ideias para contribuir com informações do mundo da política e ampliar a discussão acerca de temas de interesse do cidadão brasileiro e pernambucano. 

No Senado Federal, vários assuntos atualmente estão sendo largamente discutidos. Tenho trabalhado intensamente em projetos na área da saúde, entre outras questões que afetam diretamente a vida do cidadão.

Um dos grandes debates que hoje ocorre no Congresso Nacional refere-se aos recursos gastos com a saúde no Brasil. Semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 306/2008, responsável pela regulamentação da Emenda Constitucional nº 29.

Aprovada em 2000, a Emenda nº 29 definiu os gastos mínimos dos municípios, estados e do Governo Federal para a área da saúde. Este último, desde 2003, quando tive a honra de assumir o Ministério da Saúde no primeiro governo Lula, cumpre o piso previsto na Emenda. Porém, por diferentes razões, vários estados não aplicam os percentuais estabelecidos, no caso 12%. Em algumas situações, os governantes fazem verdadeiras manobras contábeis para atingirem essas metas, incluindo itens como o pagamento de plano de saúde com funcionário público na conta da saúde pública.

É por isso que a regulamentação da Emenda n. 29 é fundamental, pois deixa claro o que de fato são ações e serviços dessa área. No entanto, a aprovação dessa matéria no Senado Federal não garante os recursos suficientes para atender às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo com os esforços da União para melhorar a eficiência nos gastos públicos. 

A criação do SUS, há 21 anos, representou um grande avanço para o país. Com ele, foi criado um sistema universal que cobre desde procedimentos simples até complexas cirurgias. Basta lembrar que anteriormente apenas os segurados do Inamps tinham atendimento. Mas uma grande massa de brasileiros ficava desassistida, os chamados indigentes, que dependiam da caridade das santas casas e dos hospitais filantrópicos para terem acesso à saúde.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil hoje é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que oferece um serviço tão abrangente quanto o do SUS. É por isso que os desafios são grandiosos e o clamor da população pela melhoria no atendimento é constante. Com o projeto da Emenda n. 29, temos a oportunidade de abrir  agora uma ampla discussão no  Senado Federal. O Brasil não pode se furtar a esse debate.

Por isso defendo a regulamentação da EC 29 e a destinação de mais recursos para o SUS

A Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto que regulamenta a destinação dos recursos para a área de Saúde pela União, Estados e municípios, conhecida por emenda 29. Os deputados rejeitaram o artigo que tratava da base de cálculo da Contribuição Social para a Saúde (CSS), inviabilizando sua cobrança. Na prática, o novo tributo foi rejeitado. O placar registrou 355 votos contrários ao texto da CSS, 76 a favor e quatro abstenções. O PT foi o único partido que defendeu a criação da CSS. A votação do projeto estava suspensa desde 2008, quando teve grande parte de seu texto aprovada pelos deputados. Agora, o texto seguirá para o Senado.

As discussões e votação da regulamentação da Emenda Constitucional 29 devem movimentar a Câmara dos Deputados esta semana. Depois de mais de dois anos aguardando a votação do último destaque que visa a modificar o projeto que regulamenta a emenda, finalmente a análise do dispositivo está marcada para quarta-feira (21). Para a inclusão do dispositivo na pauta de votação, foram necessários pressão dos partidos de oposição e apoio de líderes de partidos da base governista.

Antes da votação, o plenário da Câmara será transformado em comissão geral para debater a questão do financiamento da saúde. Amanhã (20) à tarde, os deputados vão debater com representantes do setor, entre eles, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, alternativas de financiamento.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), tem almoço marcado com governadores e líderes de todos os partidos para discutir alternativas que melhorem o atendimento dado aos usuários da rede pública. A reunião será na residência oficial da presidência da Câmara.

Na parte da tarde e durante a noite de quarta-feira, os deputados discutirão e votarão em plenário o destaque do Democratas que altera o projeto de lei que regulamenta a Emenda 29. O dispositivo retira do projeto a base de cálculo da Contribuição Social para a Saúde (CSS). A contribuição já foi aprovada, mas como o destaque também deve passar, ela não poderá ser cobrada porque não haverá base de cálculo para a cobrança.

Mesmo os partidos da base governista têm afirmado que vão votar a favor do destaque do DEM. Aprovado o dispositivo, o projeto será enviado ao Senado para análise e votação.

Mas não é só a regulamentação da Emenda 29 que vai movimentar a Câmara. Amanhã (20), a Comissão de Constituição e Justiça vai votar a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga os efeitos da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015. A atual DRU vence em 31 de dezembro. A votação foi acertada entre líderes aliados do governo e da oposição.

Aprovada a admissibilidade da PEC, caberá ao presidente da Câmara criar uma comissão especial para analisar o mérito da proposta. Essa comissão tem prazo de 40 sessões para votar o parecer do relator, mas como o governo tem pressa na aprovação da proposta, ela poderá votar o aparecer do relator a partir da décima sessão da Câmara, após a instalação.

Os deputados terão também que votar nesta semana, o projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O projeto do Poder Executivo tranca a pauta, pois está com urgência constitucional vencida. Na semana passada, a comissão especial que analisou a matéria não conseguiu aprovar o parecer do relator, em virtude de protestos de servidores de entidades hospitalares. Mesmo sem o parecer aprovado, o deputado Marco Maia já marcou a votação do projeto para terça-feira. A votação será após a comissão geral que vai discutir a questão da saúde pública.

Diante da pressão da base e da oposição - o PMDB, por exemplo, fechou questão a favor da proposta -, o governo decidiu antecipar a votação para a semana que vem, dia 21, do projeto de lei conhecido como Emenda 29, que regulamenta os porcentuais mínimos de gastos dos Estados e dos municípios para a Saúde.

As maiores resistências à proposta da regulamentação das verbas para a saúde vêm dos governadores de Estados que, em sua maioria, não cumprem os porcentuais de gastos estabelecidos na Emenda 29. Pela proposta, os Estados serão obrigados a gastar com Saúde, no mínimo, 12% de sua receita, e os municípios, 15% . Hoje, os governadores fazem uma "maquiagem" das despesas no setor, incluindo no custeio da saúde despesas que não são da área. "Haverá um processo de transição para dar tempo para os Estados se adequarem", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

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O relator do projeto, Pepe Vargas (PT-RS), fará uma emenda dando o prazo de três anos, até 2015, para os Estados se enquadrarem nos porcentuais previstos na proposta.

Para evitar apelos de última hora contra a votação do projeto, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), subiu à tribuna para avisar que o partido votará a favor da proposta. Henrique quer evitar que os governadores, que estarão amanhã em Brasília para um encontro da legenda, tentem convencer a bancada peemedebista a criar um novo imposto para arcar com os gastos na saúde. "Não me venham trazer propostas de uma nova CPMF. Este País não comportaria um novo imposto", bradou Henrique Alves.

Para antecipar do dia 28 para 21 a votação do projeto, a Câmara terá antes de limpar a pauta de votação do plenário da Casa com a apreciação de quatro medidas provisórias e um projeto de lei, que trata da criação de empresas hospitalares. "A oposição está facilitando o andamento da pauta para garantir a votação da regulamentação da emenda 29. Como há perspectivas reais de votação e consenso de que os deputados não vão criar um novo imposto, a condição política é favorável para limpar a pauta", afirmou o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou hoje, em São Paulo, que o governo esteja estudando utilizar os royalties do petróleo a ser extraído na camada pré-sal para financiar a Saúde. A afirmação do ministro contraria informação da assessoria do próprio Ministério da Fazenda, que disse em reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo que seria "possível, sim, construir uma saída com os royalties do pré-sal para a saúde" e que o governo estaria "discutindo e construindo um consenso".

Hoje, após ter se reunido com o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Mantega concedeu uma rápida entrevista e negou que o governo esteja pensando em utilizar parte dos recursos do pré-sal para financiar a Saúde como alternativa a não aprovação, por falta de condições no Congresso, de um novo imposto para a Saúde, nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Criada em outubro de 1996 pelo então ministro da Saúde Adib Jatene, a contribuição, que também ficou conhecida como "imposto do cheque", tinha, originalmente, o objetivo de arrecadar recursos para financiar a Saúde. Em dezembro de 2007, o imposto foi extinto com a rejeição pelo Congresso da proposta de prorrogação do imposto.

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Indagado se confirmaria a afirmação da assessoria de seu ministério, o ministro desconversou. "Não está se discutindo isso. Aí temos o problema da Emenda 29. É um tema importante a ser discutido. Mas nós não estamos pensando em repassar recursos do pré-sal para a Emenda 29", disse o ministro, que, além de Alckmin, estava também acompanhado do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Andrea Calabi.

Os quatro, de acordo com o ministro, discutiram sobre um novo programa de partilha dos royalties do petróleo e da situação fiscal do Estado de São Paulo. A conversa teve como fio condutor o pleito do governador Alckmin, que, em linha com outros Estados, defendem a inclusão dos Estados e municípios não produtores de petróleo na partilha dos royalties do petróleo. Mantega disse que o governo está discutindo com o Congresso uma proposta que seja compatível com os interesses dos Estados e municípios produtores e não produtores de petróleo, mas que as duas esferas de governos estão pleiteando participação nos recursos do petróleo que já está sendo extraído.

Informado de que no momento não tem condições de aprovar no Congresso um novo imposto para a saúde, o governo estuda como alternativa para o financiamento do setor o uso de royalties do petróleo a ser extraído do pré-sal. A ideia é que uma determinada quantia do dinheiro dos royalties entre no fundo do pré-sal e depois seja devolvido aos governos dos Estados para o financiamento à saúde.

O valor da parte dos royalties que será destinado à saúde dependerá de cálculos a serem feitos pela União e pelos Estados e da negociação a ser conduzida com os governadores. A previsão é de que serão necessários R$ 30 bilhões anuais a mais com a regulamentação dos recursos para a saúde por parte de União, Estados e municípios, que deverá ser votada pela Câmara no dia 28. Como o projeto já passou pelo Senado e sofreu modificações, deverá voltar à Casa de origem. Mas o Palácio do Planalto tem consciência de que não terá mais condição de impedir a votação do projeto, conhecido por Emenda 29.

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O jeito, então, é correr atrás de fontes de custeio. E a alternativa do momento é o uso de parte dos royalties. O ministro Guido Mantega (Fazenda) está ouvindo as propostas dos governadores para o financiamento da saúde. "É possível, sim, construir uma saída com os royalties do pré-sal para a saúde", informou à reportagem a assessoria do Ministério da Fazenda. "Estamos discutindo e construindo o consenso."

Emenda 29

Aprovada em 2000, a Emenda 29 determina o mínimo que Estados e municípios devem gastar na área da saúde. Estados devem reservar pelo menos 12% de seu orçamento para saúde. Para municípios, o piso é de 15% do orçamento. A emenda, porém, não definiu um porcentual para a União.

Para que o piso fosse atingido, administradores passaram a considerar como gasto em saúde despesas como pagamento de plano de saúde para funcionários, obras de saneamento e até reformas de prédios públicos. A proposta aprovada no Senado define o que são gastos em saúde. Para evitar os artifícios de Estados e municípios, somente poderiam ser considerados gastos de saúde despesas definidas numa resolução do Conselho Nacional de Saúde de 2003. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse hoje que o governo não vai barrar a votação da Emenda 29, prevista para o dia 28 de setembro na Câmara dos Deputados. O assunto foi um dos tópicos discutidos durante reunião de coordenação política do governo no Palácio do Planalto, hoje pela manhã. "Ninguém vai ser contra", respondeu Ideli, ao ser questionada se o governo adotaria alguma ação para evitar a votação.

À tarde, a ministra participou da cerimônia de posse de novos ministros do Supremo Tribunal de Justiça. Enquanto esperava para cumprimentar os desembargadores, Ideli concedeu uma curta entrevista aos jornalistas, reiterando que a Emenda 29, por si só, não resolverá os problemas da área da Saúde. "A presidente Dilma tem dito que a mera votação de Emenda 29 não acrescentará nenhum recurso, nem será uma solução para o problema da saúde. Temos até o final de setembro para continuar debatendo essa questão", afirmou.

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A ministra reforçou a ideia do governo de que a Saúde precisa de uma fonte adicional de recursos. "A melhor saída para essa questão se dará com aporte de recursos. Esperamos que o mês de setembro traga não só a primavera, mas também a solução para a Saúde", declarou.

Questionada sobre qual a melhor alternativa para garantir dinheiro para a Saúde, ela respondeu que "esse debate (sobre o financiamento da Saúde) está no Congresso Nacional". "A gente espera, efetivamente, que o Congresso tenha a capacidade de apresentar alguma alternativa", concluiu.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que participou há pouco de reunião com a bancada do PT na Câmara, reafirmou a posição do governo de que não adianta aprovar a Emenda 29, que disciplina os gastos com a saúde, sem a definição de uma nova fonte de recursos.

"O governo tem alertado o Congresso que a aprovação da emenda como se fosse uma panaceia, não é suficiente", disse Carvalho. Ele informou que o governo discute possíveis fontes de financiamento, mas, assim como sua colega Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucionais, descartou a legalização dos jogos de azar como uma alternativa.

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Apesar da posição do governo, a bancada do principal aliado na Câmara, o PT, decidiu que votará a Emenda 29 sem a definição de nova fonte de recursos, por considerar que a emenda por si já é importante, ao impedir o desvio de recursos.

"Só não quero que me deem presentes de grego", disse hoje a presidente da República, Dilma Rousseff, recorrendo a uma expressão que tem origem em um episódio da Grécia Antiga para dizer que espera que o Congresso não aprove medidas que representam aumento de gastos na Saúde - Emenda 29 - e na segurança - PEC 300 - sem dizer de onde sairão os recursos. Presente de grego é um presente indesejável, que traz prejuízo a quem o recebe.

"Gostaria que aprovassem as despesas, mas que tivessem a firmeza e a coragem de apresentar a origem dos recursos, senão o País não vai andar para a frente", afirmou a presidente em entrevista a emissoras de rádio pernambucanas, ao chegar a Caruaru, na manhã de hoje, antes de seguir para cumprir agenda em Cupira e Garanhuns.

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Para ela, o problema da saúde no Brasil não se resolve só com a Emenda 29, que fixa porcentuais mínimos para União, Estados e municípios investirem no setor. "Acho uma temeridade alguém achar que aprovando um porcentual de gastos vai resolver o problema da saúde", disse. A PEC 300, que tramita na Câmara, cria um piso nacional de salários para policiais e bombeiros.

Ao frisar que o seu governo tem compromisso com a saúde, educação e segurança de qualidade, ela continuou: "Quero saber como é que todos os investimentos necessários para garantir que nosso povo tenha saúde de qualidade vão sair, quero saber como vamos garantir que o Brasil tenha educação básica de qualidade". Ela observou que o momento é de crise internacional e "não é propício para que se aprovem despesas sem dizer de onde saem os recursos".

Em Cupira, a 168 quilômetros do Recife, a presidente, acompanhada de quatro

ministros - Fernando Haddad, da Educação, Mário Negromonte, de Cidades, Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, e Helena Chagas, da Comunicação Social - reforçou que o desafio do seu governo é o de ser capaz de "melhorar os serviços públicos". Ela assinou ordens de serviço para a construção de barragens para contenção de cheias e contratos de financiamento para a construção de 15,6 mil casas populares dentro do programa Minha Casa, Minha Vida para atender a 22 municípios atingidos pelas enchentes de 2010 na Zona da Mata pernambucana.

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